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INTERACÕES MEDICAMENTOSAS GNOSIA

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UNIVERSIDADE SALVADOR
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS NO USO DE PLANTAS MEDICINAIS 
Resumo: O conhecimento e manuseio de plantas medicinais está presente em nossa sociedade desde o surgimento das primeiras civilizações e perpetua até os dias atuais. A terapia de tratamento muitas vezes gera ao paciente um quadro de polimedicação, o que pode ocasionar uma interação medicamentosa. A interação medicamentosa é definida como uma modificação do efeito ou aproveitamento do fármaco em função de outro tratamento. Objetivo: esclarecer a respeito das principais interações medicamentosas no uso de plantas medicinais em pacientes polimedicados e desmistificar sobre as várias causas responsáveis pelo desencadeamento de intoxicações com plantas medicinais. Método: Avaliar as prescrições médicas dos pacientes e verificar se há o uso de outros fármacos, incluindo os que são à base de plantas medicinais, a fim de observar as interações medicamentosas geradas por eles. Resultados esperados: Observar o manejo e administração desses medicamentos considerando as interações farmacocinéticas. Farmacodinâmicas e o pico de concentração medicamentosa entre os fármacos, levando em conta a janela terapêutica de cada um, a fim de orientar o paciente sobre a aplicação correta dos mesmos como forma de otimiza e tornar eficaz e eficiente o seu tratamento.
Palavras-chave: polimedicação; interação medicamentosa; plantas medicinais.
 
SUMÁRIO
	
	INTRODUÇÃO
	07
	
	INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM CASOS DE POLIMEDICAÇÃO
	08
	
	ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS E SUAS INTERAÇÕES 
	 08
	 
	CONSIDERAÇÔES FINAIS 
	11
	
	REFERÊNCIAS 
	12
1 INTRODUÇÃO
O uso racional de medicamentos pauta-se no processo que compreende toda a cadeia médica de um determinado paciente desde a sua prescrição à sua disponibilidade e dispensação adequada no mercado, estimando ainda que este medicamento seja consumido conforme período e intervalo descritos previamente pelo médico. No entanto, cabe afirmar que planos de assistência à saúde não estão dispostos a todos na sociedade e nem todos podem obtê-lo. Estes tornam-se compulsoriamente dependentes dos Sistema Único de Saúde. 
A morosidade do Sistema Único de Saúde, associada a fatores como: indisponibilidade de poder aquisitivo, tanto por parte das Unidades de atendimento quanto por parte da comunidade necessitada do tratamento e ausência de programas educativos e instrutivos sobre saúde para a população geral, levam as pessoas à pratica da automedicação como forma de terapia eficaz, baseadas em tradições e informações recebidas e difundidas no meio em que se vive. 
A cultura popular no decurso do tempo, tem utilizado de fármacos à base de plantas medicinais como forma alternativa de tratamento, o que corrobora no uso indiscriminado de medicamentos e até na adoção da automedicação sem prescrição prévia e acompanhamento especializado, devido à sua disponibilidade e fácil acessibilidade no meio popular. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 80% da população mundial utiliza produtos de origem natural para combater problemas como pressão alta, queimaduras, gripe, tosse, prisão de ventre, entre outros.
O uso de plantas medicinais como forma de medicamento é erroneamente entendido no meio popular como medicamento fitoterápico. Segundo conceito da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o medicamento fitoterápico é obtido, através do emprego exclusivo de matérias-primas vegetais, sendo caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. No caso das plantas medicinais utilizadas em medicamentos, trata-se de um xenibiotico, ou seja, um produto estranho ao organismo humano, nele introduzido com finalidades terapêuticas. O seu manuseio é imperativo ao conhecimento do processo de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada e à forma de prepará-la.
 
2 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM CASOS DE POLIMEDICAÇÃO
	Em alguns casos, um único fármaco não é suficiente para o tratamento de determinadas doenças e problemas relacionados à saúde. Sendo assim, ao realizar toda a analise clinica do paciente, o médico pode optar por uma prescrição com o uso de dois ou mais medicamentos. No entanto, nem sempre essa intervenção polimedicamentosa trará o resultado esperado devido às interações toxicológicas de cada fármaco, o que pode gerar uma inibição do efeito previsto ou, até mesmo, modificação do mesmo ocasionando uma superdose ou uma redução na dose estipulada. Essas interações não se reduzem, somente, ao universo das substâncias químicas sintetizadas, mas também, com aquelas, presentes em plantas que são empregadas na preparação de chás, xaropes caseiros e medicamentos fitoterápicos. 
2.1 ALGUMAS PLANTAS MEDICINAIS E SUAS INTERAÇÕES
Considerando que este segmento contribui significativamente para a automedicação e, portanto, com o aumento das consequências do uso inadvertido de plantas medicinais, foram levantadas as principais interações medicamentosas de fitoterápicos de uso oral constantes na Resolução RE nº. 89, de 16 de março de 2004.
Boldo, Boldo-do-Chile (Peumus boldo Molina) – Indicações/Ações terapêuticas: Colagogo, colerético, tratamento sintomático de distúrbios gastrintestinais espásticos. Padronização / Marcador: alcalóides totais calculados como boldina (dose diária: 2 a 5mg de boldina) 6. Interações medicamentosas: A boldina causa inibição da agregação plaquetária decorrente da não formação do tromboxano A2, tanto em modelos animais como em amostras de sangue humano. Pacientes que estão sob a terapia de anticoagulantes não devem ingerir concomitantemente medicamentos contendo Boldo pela ação aditiva à função antiplaquetária de anticoagulantes.
Camomila (Matricaria recutita L.) – A camomila interage com anticoagulantes (como a varfarina) e au- 34 Infarma, v.19, nº 1/2, 2007 mentará o risco de sangramento. Com barbitúricos (fenobarbital) e outros sedativos, a camomila poderá intensificar ou prolongar a ação depressora do sistema nervoso central; reduz a absorção de ferro ingerido através de alimentos ou medicamentos. Pesquisas em animais sugerem que a camomila interfere no mecanismo com que o corpo processa determinadas drogas através do sistema enzimático hepático citocromo P450. Além disso, a camomila poderá apresentar efeito antiestrogênico e interagir com drogas ou suplementos contendo soja ou Trifolium pratense. Várias outras interações estão descritas, porém, não estão cientificamente bem estudadas.
Erva-cidreira (Melissa officinalis L.) –De maneira geral interage com depressores do sistema nervoso central e com hormônios tiroideanos (poderá se ligar à tirotropina).
Gengibre (Zingiber officinale Rosc.) –Há evidências de que o gengibre estimula a produção de ácido clorídrico estomacal e, como conseqüência, em teoria, poderá comprometer a ação de medicamentos contendo sucralfato, ranitidina ou lansoprazol; contrariamente, ao que foi verificado em animais, ou seja, proteção estomacal. Teoricamente o gengibre poderá aumentar o risco de sangramento quando administrado conjuntamente ao ácido acetilsalicílico, varfarina, heparina, clopidogrel, ibuprofeno ou naproxeno ou outros medicamentos que apresentem esta ação; em doses elevadas poderá desencadear sonolência, além de que poderá interferir com medicamentos que alteram a contração cardíaca incluindo os beta-bloqueadores, digoxina e outros medicamentos para o coração. Existe a possibilidade de diminuição dos níveis de açúcar no sangue e, portanto, poderá interferir com medicamentos administrados por via oral para 36 Infarma, v.19, nº 1/2, 2007 diabéticos ou com a insulina. Estudos sugerem que fitoquímicos presentes em dietas como capsaína, curcumina, [6]-gengerol e resveratrol apresentam efeito inibitório na P-glicoproteína potencializando interações alimentos-medicamentos.
Maracujá (Passiflora incarnata L.) – O maracujá possui em sua constituição frações alcaloídicas, derivados doindol, como harmana, harmina; e porções flavonoídicas, vitexina, isvitexina. Tais frações promovem ações depressoras inespecíficas do sistema nervoso central contribuindo, assim, para a ação sedativa e tranqüilizante; em conseqüência, pode interagir com hipnóticos e ansiolíticos, intensificando suas ações. Fundamentado em pesquisas com animais, o uso desta droga com álcool ou outras drogas sedativas-hipnóticas poderá aumentar a intensidade de sonolência de benzodiazepínicos como o lorazepam ou diazepam, barbitúricos como o fenobarbital, narcóticos como a codeína, alguns antidepressivos e álcool. O uso desta planta com drogas inibidoras da monoamino oxidase (isocarboxazida, fenelzina e tranilcipromina) poderá causar efeito aditivo. Teoricamente, poderá ocorrer sangramento se o maracujá for administrado, concomitantemente, com aspirina, varfarina ou heparina e, antiplaquetários como clopidogrel e, ainda, com drogas antiinflamatórias não esteroidais como o ibuprofeno e o naproxeno. Estudos ainda propõem que o uso de passiflora com cafeína, guaraná ou efedra poderá causar de aumento da pressão arterial.
Valeriana (Valeriana officinalis) – A valeriana possui ação sedativa e esta propriedade poderá ser potencializada quando utilizada com benzodiazepínicos, barbitúricos, narcóticos, alguns antidepressivos, álcool e anestésicos promovendo, assim, maior tempo de sedação. Assoluções extrativas desta droga apresentam álcool, o que poderá causar náuseas ou vômitos quando administrada com metronidazol ou dissulfiram. A valeriana poderá interagir com certos fármacos que utilizam metabolismo hepático
Alho (Allium sativum L.) - Com algumas drogas como a varfarina (anticoagulante oral), pode aumentar o tempo de sangramento. No caso dos hipoglicemiantes, como a insulina e glipizida, pode causar uma diminuição excessiva de glicose no sangue levando a hipoglicemia. Associado com uma droga do tratamento do HIV, o saquinavir, o alho diminui os níveis plasmáticos dessa droga, consequentemente diminuindo seu efeito. Os pacientes que têm problemas de tireoide ou tomam medicamentos para essa patologia, devem ter cuidado no uso do alho, já que pode afetar a tireoide.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÃO
É possível concluir que as plantas medicinais não sejam isentas de causar algum dano, já que além da toxicidade podem interagir com medicamentos, diminuindo ou potencializando seus efeitos por exemplo. Porém é necessário que se faça uma conscientização da população quanto a isso. 
É importante que os profissionais da saúde estejam atentos para questionar e alertar os pacientes no uso de plantas medicinais e fitoterápicas, além de incentivá-los a notificar essas reações, já que assim abre a possibilidade de mais pesquisas serem feitas nesse assunto, podendo ser acrescentados informações nas bulas dos medicamentos, publicar alertas e inspeções nas empresas fabricantes, baseando-se na junção de informações. A segurança da terapêutica, independentemente de sua origem, é de extrema importância, sendo necessários estudos toxicológicos, farmacocinéticos e clínicos para evitar as reações adversas, bem como haver qualidade, eficácia e segurança para que o tratamento tenha sucesso. 
Contudo, nesse sentido a assistência farmacêutica faz-se importante para promover o uso racional dos medicamentos, abrangendo desde a prescrição, orientação quanto ao uso e administração para minimizar as interações, sejam de medicamentos com medicamentos ou de medicamentos com plantas medicinais, a fim de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. É necessário que haja mais pesquisas no âmbito das interações medicamentosas com as plantas medicinais e fitoterápicos para que sejam planejadas as ações a partir dos resultados, sendo que assim, o farmacêutico pode demonstrar a importância de suas ações na prevenção, já que as pesquisas podem revelar situações que deixam de ser percebidas pelos prescritores, sendo importante que esse profissional prescritor conheça as influências que um fármaco pode exercer quando utilizado concomitantemente com outros fármacos, fitoterápicos, ou plantas medicinais. 
REFERÊNCIAS 
ALEXANDRE, R. F.; BAGATINI, F.; SIMÕES, C. M. O. Interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng. Rev. Bras Farmacogn, v. 18, n. 1, p. 117-26, 2008. 
ANDRADE, M. A. et al. Assistência farmacêutica como estratégia para o uso racional de medicamentos em idosos. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 25, n. 1, p. 55-64, 2004. 
BALBINO, E. E.; DIAS, M. F. Farmacovigilância: um passo em direção ao uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos. Rev. bras farmacogn, v. 20, n. 6, p. 992-1000, 2010. 
BRITO, A. F. et al. Automedicação com produtos naturais entre os acadêmicos da Facer Faculdades, Unidades Ceres-GO e Rubiataba-GO. REFACER-Revista Eletrônica da Faculdade de Ceres, v. 1, n. 3, 2014. 
CORDEIRO, C.H.G. et al. Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum. Rev. Brasileira de Farmacognosia. V. 15, n. 3, p. 272-278, 2005. 
DADER, M. J. F et al. Atenção farmacêutica: Conceitos, processos e casos práticos. Tradução e revisão Maria Denise Funchal Witzel. São Paulo: RCN Editora. p. 19, 29 e 49-59, 2008.
BASILA D, YUAN, CS: Effects of dietary supplements on coagulation and platelet function. Thromb. Res., v.117, p.49-53, 2005.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. Diário Oficial da União. Resolução nº. 48, 16 de março de 2004. Disponível em: . Acesso em: 20 jun 2006. 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução. Determina a publicação da Lista de Registro Simplificado de Fitoterápicos. Diário Oficial da União. Resolução nº. 89, 16 de março de 2004. Disponível em: . Acesso em: 05 nov 2006. 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução. Determina a publicação da Lista de Referências Bibliográficas para Avaliação de Segurança e Eficácia de Fitoterápicos. Diário Oficial da União. Resolução nº. 88, 16 de março de 2004. Disponível em: . Acesso em 15 set 2006. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Glossário de definições legais. Disponível em . Acesso em: 10 Ag 2006.

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