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Menopausa/ORIENTAÇÃO MENOPAUSA.pdf ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL NA MENOPAUSA -Cálcio Na idade da menopausa deve-se precaver-se contra a osteoporose, doença em que os ossos começam a ficar mais fracos e os riscos de fraturas se tornam mais comuns. Nesses casos, o indicado é ingerir boas fontes de cálcio, como leite e derivados, sardinhas, mariscos, ostras, repolho crespo, folhas de nabo, folhas de mostarda e brócolis; além de praticar exercícios físicos, para deixar os ossos mais resistentes. Evitar cafeína em excesso, pois esta prejudica a absorção do mineral e estimula a saída de cálcio dos ossos. O álcool e a nicotina também dificultam a renovação das células ósseas. -Sódio Muitas mulheres na menopausa, especialmente aquelas que iniciam reposição hormonal, tendem a apresentar retenção hídrica. Para minimizar o problema é importante restringir o consumo de sódio: reduzir sal de cozinha e alimentos ricos em sódio como embutidos, defumados, enlatados, conservas, temperos, sopas e pratos prontos com glutamato monossódico. - Nutrientes calmantes Certas carências dietéticas poderiam estar ligadas ao desejo por açúcar e doces. Algumas mulheres que complementam sua dieta com magnésio, cromo MATERIAL ELABORADO POR: NUTRISUPPORT www.nutrisupport.com.br e vitaminas do complexo B conseguem diminuir o desejo por esses alimentos altamente calóricos. -Antioxidantes Antioxidantes são substâncias capazes de defender o organismo dos radicais livres (elementos que aceleram o envelhecimento), como os ricos em Vitamina C (frutas cítricas, tomate, pimentão), betacaroteno (folhas verde-escuras, vegetais alaranjados/ vermelhos como cenoura, mamão, abóbora, beterraba, tomate, melancia), Vitamina E (óleos vegetais, frutas oleaginosas), zinco (carne, ostras, leite, cereais integrais), selênio (peixes, frutos do mar, cereais integrais) e manganês (frutas oleaginosas, como nozes, castanhas, pistache, amêndoas). - Soja e Linhaça A ingestão de soja e linhaça demonstrou em mulheres pós-menopausa um estímulo do estrogênio (aumentando tanto os níveis de estrogênio, quanto sua atividade). Boas fontes de soja encontramos em: soja, proteína de soja texturizada, tofu, leite de soja. MATERIAL ELABORADO POR: NUTRISUPPORT www.nutrisupport.com.br Menopausa/eBook-TPM-Menopausa-e-o-Universo-Feminino.pdf Índice Introdução .................................................................................................................................................................... 4 TPM ................................................................................................................................................................................. 6 Cuidados: ...................................................................................................................................................................... 7 Como minimizar os efeitos da TPM? .................................................................................................................. 7 Menopausa ............................................................................................................................................................... 10 Quando é que as mulheres geralmente entram na menopausa? .............................................................. 11 Cuidados ....................................................................................................................................................................... 13 Como lidar com a menopausa? ............................................................................................................................. 13 Vital Flór ........................................................................................................................................................................ 16 A essência feminina é sagrada. Os ciclos precisam ser compreendidos e respeitados, com naturalidade, harmonia e carinho. Neste eBook falaremos sobre TPM e Menopausa, seus impactos na vida da mulher e como lidar de forma natural e serena com cada uma delas. T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 4 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Introdução Mulheres, o que seria desse mundo sem vocês? Amáveis, protetoras, guerreiras e assim como a lua: cheia de fases. Mudanças cíclicas também podem ser observadas em nosso planeta e no organismo: pela força gravitacional, a lua exerce influência nas marés e rios, na seiva dos vegetais e no fluxo de sangue e de líquidos no corpo. Nas mulheres as emoções também passam por fases, regidas principalmente pelo ciclo menstrual, TPM e Menopausa, que exercem forte influência no estado de espírito delas. Essas mudanças ocorrem por toda a vida e em cada fase elas têm a chance de renascer, se inventar e aceitar a natureza criativa, cíclica e imutável que apenas elas podem vivenciar. Podemos citar alguns ciclos mais marcantes, como: T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 4 T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 5 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Adolescência: mudanças físicas e hormonais, menarca (primeira menstruação), primeiros sintomas da temida Tensão Pré-menstrual e encerramento do ciclo infantil. É uma fase de conflito interno, aceitação das mudanças e desapego da infância para encarar uma nova fase; Fase adulta: a rebeldia já ficou para trás, os hormônios começam a se estabilizar. Nesta fase, as mulheres já conhecem seus corpos, estão mais confiantes e à vontade, já se adaptaram aos seus ciclos e conhecem os métodos contraceptivos; Maternidade: opcional por grande parte das mulheres, a maternidade é outra fase marcante (senão a mais marcante) da vida de uma mulher. Novamente, há alterações hormonais e físicas, muitas mudanças na rotina e na vida de uma mulher-mãe; Fase madura: após os 40 anos, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários, ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo. Esse período é chamado de climatério e antecede a menopausa. Os ciclos menstruais e o fluxo ficam bem irregulares; Melhor idade: nessa fase, após os 60 anos, a mulher já está na menopausa, que é o fim do ciclo reprodutivo e menstrual. Algumas vezes, a menopausa transcorre sem complicações, mas em muitos casos, vem acompanhada de sintomas como: fogacho, sudorese, secura vaginal, ardor, dor durante a relação sexual, e osteoporose. Saiba mais sobre a TPM e a Menopausa e como passar por cada uma dessas fases com menos desconforto e de maneira saudável: T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 5 T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 6 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n TPM A Síndrome da Tensão Pré-Menstrual, conhecida popularmente como TPM, é uma condição que atinge cerca de 75% das mulheres. Ela é causada pelas mudanças hormonais que ocorrem ao longo do ciclo menstrual, e costumam durar entre 5 e 10 dias antes da menstruação, desaparecendo logo no primeiro dia do ciclo. Entre os principais sintomas estão: inchaço abdominal, sono, queda da libido, diarreia, prisão de ventre, acne, cefaleia, tontura, aumento do peso, dor na mama, alterações no apetite, queda da imunidade, além dos sintomas psicológicos, como irritabilidade, angústia, cansaço, insônia, depressão, choro fácil, nervosismo, ansiedade e baixa autoestima. A boa notícia: os sintomas da TPM podem ser naturalmente amenizados! Separamos algumas dicas vitais para você colocar em prática e se sentir muito melhor. T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 6 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 7 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Cuidados: Como minimizar os efeitos da TPM? 1 - Modifique a sua dieta: - Faça refeições menores e mais frequentes para manter o metabolismo acelerado; - Limite o uso de sal e alimentos salgados para reduzir o inchaço e retenção de líquidos; - Escolha alimentos ricos em hidratos de carbono complexos, como frutas, legumes e grãos integrais; - Opte por alimentos ricos em cálcio. Se você tem intolerância a produtos lácteos ou não está recebendo quantidade adequada de cálcio em sua dieta, um suplemento diário de cálcio pode ajudar; - Evite cafeína e álcool; 2 - Incorpore o exercício em sua rotina diária: faça pelo menos 30 minutos de exercício por dia durante a semana. Pode ser uma caminhada, ciclismo, natação ou outra atividade aeróbica que você se identifique e sinta prazer em praticar. O exercício diário regular pode ajudar a melhorar sua saúde e aliviar alguns sintomas. Por liberar endorfinas, tem ação analgésica e deixa a circulação mais ativa, ajudando na como fadiga e humor deprimido; 3 - Reduza o estresse: como não dá para fugir dos aborrecimentos naturais da rotina, em seu tempo livre prefira se envolver com atividades que proporcionam paz como caminhadas ao ar livre, bons livros, filmes e músicas relaxantes; 4 - Durma bem! O sono em dia vai te deixar mais disposta para desenvolver as atividades do dia seguinte. Uma boa dica é respeitar os horários do corpo e manter uma rotina saudável como acordar e dormir cedo; 5 - Relaxe! Pratique relaxamento muscular ou exercícios progressivos de respiração profunda para ajudar a reduzir dores de cabeça, ansiedade ou dificuldade para dormir. Ioga e massagem ajudam a relaxar e aliviar o estresse; 6 - Consuma óleo de peixe e de linhaça (prensado a frio): O óleo de peixe, com alta concentração de ômega-3, pode minimizar os sintomas indesejáveis da TPM e ajudar no equilíbrio hormonal! Ao optar por produtos com alta T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 8 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n concentração de EPA e DHA (principais substâncias do ômega-3), certifique-se de que a quantidade presente no produto possa suprir o mínimo da concentração diária recomendada para sua saúde. Estes ativos devem ser obtidos através de bons suplementos, pois somente eles poderão proporcionar benefícios para seu corpo. Já o óleo de linhaça prensado a frio, é a maior fonte alimentar de lignanas, um fitoesteróide que imita a ação dos estrógenos; este nutriente auxilia no combate a inflamação nas células, preserva as artérias e diminui a ansiedade e a compulsão a doce, típicas da TPM. 7 – Consuma óleo de borragem prensado a frio! o óleo de borragem é uma substância extraída da planta Borago officinalis, conhecida como Borragem, que é a fonte natural mais rica do ácido gama-linoleico ou GLA (Entre 17 e 25% da sua composição). Depois de absorvido pelo corpo, o GLA é convertido em prostaglandinas e serve para ajudar a regular o sistema imunológico, combater inflamações, aliviar sintomas de doenças autoimunes, doenças de pele, além de minimizar a tensão pré- menstrual, cólicas e outras condições inflamatórias. Como tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, o óleo de borragem auxilia no tratamento de diversas condições de T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n curto e longo prazo na mulher. Muitas mulheres que começaram a tomar o óleo de borragem disseram ter alívio dos sintomas da tensão pré-menstrual como a sensibilidade mamária, ansiedade, erupções cutâneas, estresse e cólicas. O óleo de borragem também se mostrou eficaz no tratamento da endometriose, sintomas da menopausa, incluindo os suores noturnos e até no aumento da produção do leite materno. Ao utilizar o óleo de borragem, opte por produtos certificados para garantir que ele esteja livre de alcaloide pirrolizidínico, uma toxina cancerígena que ataca o fígado. É que essa planta produz alcaloide pirrolizidínico naturalmente e deve ser tratada antes do consumo. O tipo de extração mais segura é quando as sementes são prensadas a frio para extrair o óleo! No caso das mulheres que estão na fase da menopausa, é interessante otimizar ainda mais os efeitos benéficos do consumo de óleo de borragem, associando o seu uso a doses de magnésio, vitamina D, e cálcio, isso irá ajudar a mulher a evitar o risco de osteoporose, que se torna maior nesta fase da vida. Veja como cada um destes nutrientes pode contribuir para melhorar sua saúde: Magnésio – é um potente antiarrítmico e vasodilatador, além de ajudar a segurar o cálcio nos ossos; ele é encontrado nos vegetais, porém, o solo brasileiro é pobre em magnésio, já que este é mais abundante em locais onde há vulcões. A suplementação é uma excelente opção para consumir este importante mineral, sendo que uma das formas mais utilizadas é através do Cloreto de Magnésio PA. Vitamina D – Já se sabe que a vitamina D é um hormônio esteroidal, (liberada no corpo ao consumirmos determinados alimentos) e ativada quando tomamos sol. Se você não toma muito sol, considere a ingestão de um suplemento de vitamina D, mas atenção! Opte pela vitamina D3 que é de origem animal e é muito mais funcional para o organismo do que a vitamina D2 que é de origem vegetal. Cálcio – Muito se fala sobre a importância da suplementação com cálcio, mas saiba que ele não deve ser tomado sozinho pois pode calcificar artérias e prejudicar o rim. O cálcio deve ser ingerido junto com a Vitamina D3, que ajuda a absorver o cálcio, e junto com o magnésio, que serve para “segurar” o cálcio nos ossos. T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 9 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 10 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Menopausa A T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 10 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n menopausa é o fim do ciclo menstrual da mulher e, consequentemente, de sua fertilidade, pois há uma diminuição nos níveis de hormônios femininos conhecidos como estrogênio e progesterona. Não é considerada uma doença, nem mesmo um estado psicológico, porém pode ter um grande impacto no bem-estar da mulher. Embora a menopausa possa trazer alterações físicas como ondas de calor, suores noturnos e outros sintomas, também pode ser o início de uma fase nova e gratificante – e uma oportunidade de ouro para se proteger contra riscos de saúde como doenças cardíacas e osteoporose. T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 11 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n O que provoca a menopausa? A idade é a principal causa da menopausa, é o sinal da natureza de que a função reprodutora está terminando. Certas cirurgias e tratamentos médicos podem induzir a menopausa, como aqueles incluem a remoção cirúrgica dos ovários, quimioterapia e terapia de radiação pélvica. Uma histerectomia (remoção cirúrgica do útero) sem retirar o ovário, não antecipará a menopausa, embora pause a menstruação. Quando é que as mulheres geralmente entram na menopausa? Quando a menopausa ocorre naturalmente, tende a acontecer, em média, com a idade de 51 anos. Mas, para algumas mulheres pode acontecer antes dos 40 anos, e pode ser chamada de menopausa prematura. A menopausa natural acontece gradualmente, os ovários não param abruptamente de trabalhar, apenas vão diminuindo a velocidade. A transição para a menopausa é chamada pré-menopausa. Durante esse período, ainda é possível engravidar. Ainda que o período da menstruação se torne mais imprevisível, os ovários ainda estão funcionando e a mulher ainda pode ovular, embora não necessariamente todos os meses. Mulheres que fumam tendem a passar pela menopausa alguns anos mais cedo do que as não fumantes. T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 11 T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 12 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Menopausa: O que esperar? A menopausa não é padronizada, afeta cada mulher de forma diferente. Algumas mulheres chegam à menopausa naturalmente, com pouca ou nenhuma dificuldade; outras experimentam sintomas que prejudicam seu dia a dia. Quando a menopausa começa de repente como resultado de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, a adaptação pode ser difícil. Conforme se aproxima da menopausa, a menstruação de uma mulher muda. Mas essas mudanças podem variar de mulher para mulher – períodos menstruais podem ficar mais curtos ou mais longos, com mais ou menos tempo entre os períodos. Tais mudanças são normais, mas o Instituto Nacional sobre Envelhecimento recomenda consultar um médico se os intervalos entre as menstruações estiverem muito próximos, ou com sangramento intenso ou se durarem mais de uma semana. Sintomas da menopausa Podem ser físicos e psicológicos. Os sintomas podem surgir durante algumas semanas, alguns meses, ou às vezes durante vários anos e apresentam-se de forma flutuante, ou seja, podem ir e vir ou acontecer regularmente. Durante o climatério e menopausa, a mulher passa por inúmeras transformações em seu corpo e mente, podendo interferir em sua sexualidade. Veja alguns sintomas que muitas mulheres experimentam, embora a intensidade possa variar bastante: - Períodos menstruais irregulares - Mudanças de humor - Menor desejo sexual - Ondas de calor - Suores noturnos - Coração acelerado - Dores de cabeça - Mucosa vaginal seca e encolhimento dos tecidos genitais (às vezes resultando em desconforto ou dor durante o ato sexual) - Pele seca - Insônia - Micção mais frequente ou vazamento de urina (incontinência urinária) - Infecções vaginais e urinárias secundárias mais frequentes. T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 13 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Cuidados 1- Mantenha-se saudável Viver uma vida saudável é importante ao longo de toda vida, e não é tarde demais para começar na menopausa! Faça checkups periódicos, que incluem a medição de sua pressão arterial, colesterol e açúcar no sangue e mamografias como exames de rotina. A menopausa é também um grande momento para renovar a sua dieta, pois a mulher pode precisar de uma quantidade extra de vitaminas e sais minerais, especialmente cálcio. A ingestão de alimentos ricos em cálcio é igualmente importante para a manutenção da massa óssea. Como lidar com a menopausa? 2 - Mantenha-se ativa Uma das melhores coisas que uma mulher pode fazer neste período, é atividade física regular. Isso inclui o exercício aeróbico para seu coração, ossos e músculos. O exercício pode evitar o ganho de peso e ajudar a melhorar o humor. Mesmo que você não tenha sido muito ativa quando mais jovem, nunca é tarde para começar! A menopausa é o momento perfeito para incluir mais atividade em sua vida. 3 - Abandone antigos hábitos É uma boa hora para acabar de vez com aqueles antigos hábitos pouco saudáveis, como fumar ou beber álcool em excesso. To d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Para lidar com as ondas de calor repentinas, roupas mais leves ajudam. Evitar cafeína e alimentos picantes também são uma boa sugestão. 4 – Alimentação: incorpore na sua dieta alimentos ricos em: Ômega-3: auxilia os tratamentos de dermatites atópicas e psoríase, pode reduzir a inflamação em doenças de pele e diminuir os processos inflamatórios, como acne e celulite. O ômega-3 pode ser encontrado em peixes de águas frias e profundas, como anchova, salmão, atum, sardinha e arenque (selvagens) e também em suplementos. Mas atenção! ao optar por suplementos, certifique-se de que as cápsulas de óleo de peixe, sejam livres de metais tóxicos, por isso escolha produtos de empresas idôneas. Cálcio: é um mineral fundamental para manutenção óssea, atuando na prevenção e tratamento da osteoporose; Magnésio: ajuda no controle de estresse, no alívio de cólicas menstruais e dores de cabeça, sendo indicados para prevenir os sintomas de TPM! T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 14 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 15 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Uma nova era se inicia A cultura ocidental tem sido obcecada com a juventude. Mas no pós menopausa as mulheres de hoje estão aproveitando ao máximo – e até mesmo celebrando – a sua nova fase de vida. Em vez de olhar para trás com tristeza, a médica escritora Christiane Northrup recomenda usá- la como um tempo para redefinir-se com pensamentos positivos, amar a si mesma, explorar o que lhe traz prazer, e reviver a sua vida sexual, planejando uma menopausa saudável e prazerosa. Acupuntura, ioga e meditação são técnicas de relaxamento que ajudam a aliviar o estresse da menopausa, muitas mulheres praticantes dizem ajudar muito. Suplementos naturais são indicados para ajudar a aliviar os sintomas, veja uma ótima indicação: T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 15 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 16 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Vital Flór Aliado a todos os cuidados que agora você já conhece, você pode optar por um suplemento para melhorar ainda mais sua saúde! Pensando nas necessidades das mulheres, a Vital Âtman desenvolveu o Vital FLOR, que é um “blend” de óleo de peixe, linhaça e borragem prensados a frio, com vitamina D, magnésio e cálcio. O Vital Flór é um dos produtos da Vital Âtman mais indicados para auxiliar na saúde da mulher. Isso porque o produto foi elaborado a partir de nutrientes importantes para o corpo feminino. Indicado para mulheres de todas as idades, o Vital Flór ajuda no combate aos sintomas indesejáveis da TPM e da Menopausa, além de poder contribuir com outros benefícios. E mais: é totalmente livre de metais tóxicos e 100% prensado a frio. Essa é a única forma de preservar todos os nutrientes das matérias-primas para que seu corpo obtenha o máximo de benefícios deste suplemento. Veja os benefícios que ele pode lhe trazer: Contém ômega 3: a ingestão adequada desta substância é essencial para ajudar nosso organismo a desempenhar funções biológicas vitais. A importância do consumo, é que o Ômega 3 não é produzido pelo corpo. Ele contém três ácidos graxos essenciais: ALA (Ácido alfa-linolênico) EPA (ácido eicosapentaenoico) e o DHA (ácido docosahexaenóico). Esses ácidos servem como “blocos de construção” das membranas celulares e podem auxiliar no metabolismo (perda de peso e redução de medidas), atuar na saúde do coração (e prevenção de doenças cardíacas, comuns em mulheres com mais de 45 anos), dos ossos, olhos, sistema circulatório e funções cerebrais (prevenção do mal de Alzheimer e perda de memória), auxiliar no combate aos processos inflamatórios, auxiliar na saúde das mães (durante a gravidez e amamentação, beneficiando também o bebê) e também das crianças, atuando nos processos cognitivos. T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 17 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Humor: O óleo de borragem é um ótimo coadjuvante para auxiliar no combate da irritabilidade da TPM e dos sintomas da menopausa; Cabelos: Por ajudar na hidratação de todo o corpo, a gordura do óleo de linhaça pode deixar os cabelos mais sedosos; Pele: O óleo de linhaça auxilia a reduzir inflamações da pele, como dermatites, psoríase e acne; Articulações: O óleo de linhaça também pode ajudar a combater artrite e artrose; Ossos: A vitamina D, o magnésio e o cálcio são nutrientes importantes para a saúde da mulher, pois ajudam a prevenir a osteoporose; Celulites: Por ser um anti-inflamatório natural, o óleo de linhaça pode ajudar a combater as indesejadas celulites; Hormônios: O óleo de linhaça pode atuar como um agente natural na reposição do hormônio feminino estrogênio, podendo amenizar sintomas da TPM e da menopausa, além de ajudar a aumentar a libido! Olhos: A ação anti-inflamatória do óleo de linhaça pode auxiliar a combater os sintomas da síndrome do olho seco, comuns em mulheres de meia idade. Quer um exemplo? Veja o depoimento da Maria Eliza Pereira Lima, de São José do Rio Preto (SP): “Tenho 60 anos e, desde a menopausa, sentia calores muito fortes na região da cabeça. Esse sintoma era tão ruim, que me fazia suar dia e noite, o que me deixava deprimida e bastante ansiosa. Por isso, um dia fui a uma farmácia em busca de algum remédio que pudesse me ajudar. Conheci o Vital Flór, comecei a tomar e, quase que imediatamente, senti meu corpo mudar. Hoje, me sinto tão bem, que estou conseguindo até deixar de fumar, pois não sinto mais os calores e nem fico ansiosa. É um produto milagroso”! Mulher: não fique triste nem se preocupe se você está chegando na menopausa. Esse é apenas um período natural do ciclo da vida! Hoje em dia há muito mais informações e recursos do que na época das suas avós! Isso significa que você tem tudo para viver essa fase de forma saudável e feliz! Lembre-se apenas de se cuidar e tenha uma vida plena! T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 18 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n Referências: www.scielo.br www.livestrong.com/article/98136-use-oil-oregano-candida/ www.thecandidadiet.com/oregano-oil/ viverofeminino.com/o-que-e-o-sagrado-feminino/ www.personare.com.br/desvendando-o-sagrado-feminino-m4072 www.portaldivina.com/single-post/2016/08/21/5-princ%c3%adpios-para-despertar-seu-poder-sagrado-feminino www.vitalatman.com.br/blog/voce-quer-saber-como-amenizar-os-sintomas-da-menopausa/ T P M , M e n o p a u s a e o u n i v e r s o f e m i n i n o | V i t a l  t m a n 19 T o d o s o s d ir e it o s r e s e rv a d o s à V it a l  tm a n https://www.instagram.com/vitalatman/ https://www.facebook.com/vitalatman Introdução TPM Cuidados: Como minimizar os efeitos da TPM? Menopausa Quando é que as mulheres geralmente entram na menopausa? Cuidados Como lidar com a menopausa? Vital Flór Menopausa/Consenso_Menopausa_2016.pdf Consenso Nacional sobre 2016 MENOPAUSA 4 // Consenso Nacional sobre Menopausa / 2016 5 // Definições e mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério Prefácio 7 Abreviaturas 9 Definições e Mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério 11 Definições 13 Mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério 15 Manifestações clínicas 16 Exames complementares 21 Tratamentos hormonais 27 Estrogénios 29 Progestativos 32 Indicações 37 Contraindicações 38 Riscos e benefícios 39 Quando iniciar 51 Como vigiar 53 Hormonas bioidênticas 60 Tibolona 61 Moduladores seletivos dos recetores de estrogénios (SERMs) 66 Complexo estrogénico seletivo do tecido (TSEC) - Estrogénios conjugados e Acetato de Bazedoxifeno 70 Androgénios 74 Terapêutica local 78 Tratamento não hormonal sistémico e local (Antidepressivos, Fitoestrogénios, Extratos de pólens e outros) 83 Indicações e contraindicações 85 Composição, mecanismo, dose e vias de administração 90 Osteoporose 104 Situações especiais 113 Tumores malignos hormonodependentes 115 Outros tumores malignos ginecológicos 117 Outros tumores 118 Portadoras de mutação BRCA1/2 121 Patologia benigna da mama 122 Patologia ginecológica benigna 125 Tromboembolismo 129 Doença cardiovascular 133 Patologia autoimune 140 Insuficiência ovárica prematura 147 Anexos 157 6 // Consenso Nacional sobre Menopausa / 2016 Alguém disse que o conhecimento humano tem três dimensões: a amplitude, a profundidade e a atualidade. As páginas que se seguem pretendem corroborar essa afirmação Prefácio Em Janeiro de 2015, a direção da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) propôs em As- sembleia Geral, a criação da Secção Portuguesa de Menopausa, num modelo semelhante a todas as outras Secções que integram a SPG. Por se tratar de uma área da medicina da mulher tão relevante e representativa da sociedade, a proposta foi aprovada e, no XIII Congresso Na- cional de Ginecologia realizado nos dias 4 a 6 de Junho de 2015, foi eleita a atual direção da Secção Portuguesa de Menopausa. É objetivo desta Secção, ter um papel dinamizador na área da Saúde da Mulher após a meno- pausa e debater ideias de forma clara e consensual, quer a nível da especialidade de Ginecolo- gia /Obstetrícia, quer a nível da Medicina Geral e Familiar Numa era em que a esperança de vida da mulher tem aumentado progressivamente, importa investir na qualidade de vida após a menopausa, já que cerca de um terço desse período irá decorrer nessa fase. A menopausa representa um evento fisiológico, mas sabe-se que a ela es- tão associados uma variedade de sintomas que interferem com o bem-estar, podendo limitar o desempenho das atividades quotidianas, numa etapa em que, à mulher, é reconhecido um papel preponderante, não só a nível pessoal e familiar como também no campo profissional. É conhecida a relação entre o hipoestrogenismo e o desenvolvimento de doenças crónicas como a osteoporose e a doença cardiovascular, reconhecidas causas major de morbilidade e mortalidade na mulher, situações estas que podem ser prevenidas através de uma abordagem adequada desde os estádios iniciais da menopausa. Atentos a esta problemática, um grupo de cerca de trinta ginecologistas colaboraram na atua- lização do Consenso Nacional sobre Menopausa, já que o documento existente era de 2004, pelo que a sua revisão se tornou obrigatória. Embora a tarefa se viesse a revelar árdua, foi ao mesmo tempo profundamente desafiante para este grupo de especialistas. Como em todos os consensos houve uma pesquisa bibliográfica exaustiva e uma profícua dis- cussão de ideias, até atingir um texto final que se pretendeu pautar por rigor científico. O objetivo é fornecer linhas de orientação para a prática clínica, respeitando e, nunca preten- dendo sobrepor-se, à individualização da terapêutica e à relação médico doente. De toda esta dinâmica saiu um documento de texto com cinco capítulos, o primeiro diz respeito à definição, clínica e diagnóstico; o segundo sobre a terapêutica hormonal sistemica e local, tibolona, SER- Ms e TSEC; o terceiro grupo sobre terapêutica não hormonal sistémica e local e osteoporose; o quarto grupo sobre abordagem da menopausa em condições especiais tais como as doenças oncológicas, patologia ginecológica benigna, tromboembolismo, doenças cardiovasculares e doenças autoimunes; e um último capítulo dedicado à insuficiência ovárica prematura. Resta-me agradecer a todos os colegas que participaram neste consenso por todo o entusias- mo e interesse demonstrados bem como a plena disponibilidade, sem o qual esta tarefa teria sido impossível Sentimos assim, que desta forma, poderemos todos juntos ajudar a alterar o panorama da Menopausa em Portugal e contribuir para a Saúde e bem-estar da Mulher nesta fase da vida. Fernanda Geraldes Presidente da Secção Portuguesa de Menopausa da SPG Abreviaturas: AHA American Heart Association AIT Acidente isquémico transitório AVC Acidente vascular cerebral AMP Acetato de medroxiprogesterona BZA bazedoxifene acetate DCV Doença cardiovascular DEXA Dual-energy X-ray absorptiometry DGS Direção Geral de Saúde DHEA Dehidroepiandrosterona DOPS Danish Osteoporosis Prevention Study DMO Densidade mineral óssea ELITE Early versus Late Intervention Trial with Estradiol EEC Estrogénios equinoconjugados E Estrogénios EAM Enfarte agudo do miocárdio EMA European Medication Agency EP Estroprogestativo EPIC European Prospective Investigation Into Cancer and Nutrition FDA Food and Drug Administration FOP Falência ovárica prematura FRAX Fracture Risk Assessment Tool FSDS Female Sexual Distress Scale FSH Hormona folículo-estimulante FSFI Female Sexual Function Index HAM Hormona antimulleriana HTA Hipertensão arterial HUA Hemorragia uterina anómala IA Inibidores de aromatase IMAO Inibidores da monoamina oxidase IMC Índice de massa corporal IMS International Menopause Society IOP Insuficiência ovárica prematura LIBERATE Livial Intervention following Breast Cancer; Efficacy, Recurrence, and Tolerability Endpoints LIFT Long-Term Intervention on Fractures with Tibolone KEEPS Kronos Early Estrogen Prevention Study MWS Million Women Study NAMS North American Menopause Society PA Pressão arterial PCR Proteína Creativa PEPI Postmenopausal Estrogen/Progestin Intervention RCT Randomized Controlled Trial RA Recetores de androgénios RE Recetores de estrogénios RP Recetores de progesterona RG Recetores dos glucocorticoides SERMs Selective Estrogen Receptor Modulators SGUM Síndrome genito-urinária da menopausa SPRMS Selective Progesterone Receptor Modulator SHBG Sex hormone binding globulin SIU Sistema intrauterino SNRI Serotonin–norepinephrine reuptake inhibitors SOP Síndrome do ovário poliquístico SSRI Selective serotonin re-uptake inhibitors STEAR Selective Tissue Estrogenic Activity Regulator STRAW Stages of Reprodutive Aging in Women SVM Sintomatologia vasomotora da menopausa TEV Tromboembolismo venoso TSECs Tissue Selective Estrogen Complex TH Terapêutica hormonal THEBES Tibolone Histology of the Endometrium and Breast Endpoints Study WHI Women Health Initiative 11 // Definições e mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério Definições Mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério Coordenador : José Martinez de Oliveira, Relatora: Ana Rosa Costa Ana Casquilho, Eunice Capela, Isabel Marques, Manuela Mesquita 13 // Definições e mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério Definições: Menopausa Última menstruação, resultante do esgotamento do património folicular funcionante do ová- rio. Traduz falência ovárica, definitiva. Em termos clínicos, que constituem a sua definição primária, diagnostica-se após um ano de amenorreia sem outra causa suspeitada e demons- trável. Habitualmente ocorre entre os 45 e 55 anos. Menopausa Iatrogénica A que é consequente à destruição do património folicular ovárico por métodos variados (qui- mio ou radioterapia), incluindo a remoção cirúrgica (menopausa cirúrgica) Menopausa Precoce A que ocorre antes dos 45 anos, mas depois dos 40. Insuficiência ovárica prematura A que ocorre antes dos 40 anos. Menopausa Tardia A que ocorre depois dos 55 anos. Pré-menopausa Em sentido geral inclui toda a idade fértil até à menopausa. Mais frequentemente, em sentido estrito, refere-se ao período de tempo decorrido entre o início do declínio da função ovárica e a menopausa (Estádios -5 a -3 STRAW). Perimenopausa/Transição menopáusica Período de tempo variável, entre 4 a 8 anos, que engloba até um ano após a menopausa, e durante o qual, quando presente, é mais florido o quadro clínico (E -2,-1,+1a STRAW). Pós-menopausa É o período que se inicia com a última menstruação. Dividido em precoce, até 6 anos após a última menstruação, e tardio, os restantes anos. Climatério É o período da vida da mulher de transição entre o pleno potencial e a incapacidade repro- dutiva, ao longo do qual ocorre um declínio progressivo da função ovárica. Com frequência está associado a um conjunto de sinais e/ou sintomas (irregularidades menstruais, afronta- mentos, suores noturnos, alterações do humor e do sono, entre outros) que no seu conjunto 14 // Consenso Nacional sobre Menopausa / 2016 caracterizam a “síndrome climatérica”. Compreende três fases (pré, peri e pós-menopausa) cuja individualização não é linear. 15 // Definições e mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério Mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério O climatério corresponde à transição entre a fase reprodutiva, com regular funcionamento do ciclo genital (menstrual), para o seu termo absoluto, já sem folículos funcionais. A menopausa é um verdadeiro biomarcador da transição da plena capacidade reprodutiva para a senescên- cia ovárica. Dos cerca de 700 mil folículos ováricos existentes ao nascimento restam 300 mil na puberdade, que por mecanismo ovulatório mas sobretudo por atrésia, praticamente se es- gotam na menopausa. A definição de menopausa é clínica e retrospetiva, após amenorreia de um ano. A idade de estabelecimento da menopausa é em média de 51 anos nos países europeus (Ba- ber, Panay, & Fenton, 2016). A menopausa pode decorrer no seu período usual (menopausa fisiológica), tardiamente, se após os 55 anos (menopausa tardia) ou precocemente, se antes dos 45 (menopausa precoce), designando-se prematura se anterior aos 40 anos de idade. Esta, associa -se a risco aumentado de morbilidade e mortalidade prematura. A incidência é de 1% abaixo dos 40 anos e 0,1% abaixo dos 30 anos. A etiologia pode ser genética, por defi- ciências enzimáticas, doenças autoimunes, secundária a quimio e/ou radioterapia, infeções, menopausa cirúrgica, histerectomia e embolização das artérias uterinas (Baber et al., 2016; NICE, 2015; Welt, 2015). A menopausa é particularmente relevante como episódio marcador da evolução biológica da mulher, marco de relevância fisiológica e clínica. Esta evolução foi recentemente englobada e esquematizada no conceito de fases evolutivas, na sigla anglo-saxónica STRAW (Stages of Reproductive Aging in Women) com um total de 10 estádios específicos, descritos na figura 1 (Baber et al., 2016; Coney, 2016). Estes critérios aplicam-se à maioria das mulheres mas não a todas, sendo exceções: mulheres com SOP, insuficiência ovárica prematura, mulheres submetidas a ablação endometrial, oofo- rectomia unilateral e/ou histerectomia (Baber et al., 2016). Os sintomas da menopausa não são usados para determinar o estádio porque se iniciam na pré-menopausa e podem durar vários anos após a menopausa. A contagem de folículos antrais, doseamento de FSH, HAM e inibina B são incluídos como crité- rios suplementares mas não essenciais para o diagnóstico de menopausa, sendo importantes para a avaliação da fertilidade. Após cirurgia pélvica há elevação temporária dos níveis de FSH pelo que o seu doseamento só deverá ser efetuado após 3 meses (Baber et al., 2016). 16 // Consenso Nacional sobre Menopausa / 2016 Figura 1: STRAW (Stages of Reproductive Aging in Women) com um total de 10 estádios. Este período (climatério) tem caracteristicamente várias fases sucessivas, iniciando-se por um período variável de alteração do padrão de duração dos ciclos, e por perda de “sensibilidade” um aumento dos níveis de FSH e diminuição dos de AMH e Inibina B, com redução progressi- va do número de folículos ováricos antrais (fase climatérica pré-menopáusica precoce), a que se segue um agravamento das alterações indicadas, com ciclos longos e níveis basais de FSH superiores a 25 UI/ml (climatério pré-menopausa tardio) sendo característico desta fase o es- tabelecimento de alterações de instabilidade vasomotora. Com o decorrer do tempo deixa de existir ciclo menstrual e surge a amenorreia definitiva. Manifestações clínicas A sintomatologia do climatério relaciona-se com a diminuição da reserva folicular ovárica e consequente hipoestrogenismo. A curto prazo há a destacar a sintomatologia vasomotora, as alterações do sono e emocionais. A médio prazo pode surgir a síndrome génito-urinária (SGUM) da menopausa e possivelmente alterações cutâneas. Como repercussões mais tar- dias, destacam-se as complicações cardiovasculares, a osteoporose e doenças neuro cognitivas Menarca Último período menstrual Duração variável 1-3 anos 3-4 anos Tardio Precoce Pico Estádio Ciclos menstruais regulares Ciclos menstruais variáveis/regulares Intervalos de amenorreia maiores de 60 dias ・Níveis de FSH >25UI/L ・Níveis de HAM baixos ・Níveis de Inibina B baixos ・Baixa contagem de folículos antrais Sintomatologia vasomotora provável ・Níveis de FSH baixos ・Níveis de HAM baixos ・Baixa contagem de folículos antrais ・Níveis de FSH variáveis mas elevados ・Níveis de HAM baixos ・Níveis de Inibina B baixos ・Baixa contagem de folículos antrais Ciclos menstruais com duração variável, diferença na duração dos ciclos persistentemente >7 dias・Níveis de FSH variáveis ・Níveis de HAM baixos ・Níveis de Inibina B baixos ・Baixa contagem de folículos antrais Alterações subtis na duração/fluxo do ciclo menstrual ・Níveis de FSH variáveis mas elevados ・Níveis de HAM baixos ・Níveis de Inibina B baixos ・Muita baixa contagem de folículos antrais ・Níveis de FSH estabilizam ・Níveis de HAM muito baixos ・Níveis de Inibina B muito baixos ・Muita baixa contagem de folículos antrais Sintomatologia vasomotora mais provável Aparecimento de sintomas urgenitais Ciclos menstruais regulares -5 -4 -3b -3a -2 -1 0 +1a +1b +1c +2 TardioPrecoce Precoce Tardio Período Reprodutivo (duração variável) Transição menopáusica Pós-menopausa Perimenopausa Critérios principais Critérios discordantes Características descritivas 2 anos (1+1) Anos de vida restantes 17 // Definições e mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério como a Doença de Alzheimer (Coney, 2016; Daan & Fauser, 2015; Susan R. Davis et al., 2015; NICE, 2015). Irregularidades menstruais Os primeiros sinais correspondem a carência de progesterona por ciclos anovulatórios, e mais tarde hipoestrogenismo. As alterações do ciclo menstrual, podem iniciar-se 4 a 8 anos antes da menopausa, existindo inicialmente encurtamento da periodicidade e a menstruação difere do padrão habitual no que respeita à duração e quantidade de fluxo. Mais tardiamente a maior frequência de ci- clos anovulatórios introduz uma tendência para aumento da duração dos ciclos, ausência de menstruação e frequentemente um padrão de HUA. Durante esta fase, apesar de diminuída a fertilidade das mulheres mantém-se, até 25% dos ciclos podem ser ovulatórios, pelo que é importante a manutenção de uma contraceção adequada. Em situações de HUA é indispen- sável a exclusão de outras patologias relevantes, nomeadamente aquelas que surgem mais frequentemente em mulheres com idades próximas da menopausa, como os leiomiomas, adenomiose, hiperplasia ou cancro do endométrio (1- 14%) (Baber et al., 2016; Susan R. Davis et al., 2015; Makara-Studzi ka, Kry -Noszczyk, & Jakiel, 2014). Sintomas vasomotores (afrontamentos, suores noturnos) Ocorrem na transição menopáusica e afetam mais de 70% das mulheres, sendo frequentes ou intensos em mais de 30% e parecem correlacionar-se com doença cardiovascular subclí- nica e valores de tensão arterial mais elevados (Thurston et al., 2016). Relacionam-se com os níveis de estrogénios circulantes. São episódios de vasodilatação cutânea da parte superior do tronco, pescoço e face, com duração variável. Começam tipicamente por uma sensação súbita de calor durante cerca de 2 a 4 minutos, associada frequentemente a sudorese profu- sa e ocasionalmente a palpitações; seguida por vezes de calafrios, tremores e sensação de ansiedade. Evidenciam predomínio noturno podendo interferir com o sono. A frequência é variável, po- dendo surgir até cerca de 20 vezes por dia (Susan R. Davis et al., 2015; Dhanoya et al., 2016; R. Santen, Loprinzi, & Casper, 2016). A sua duração média é de 7 a 10 anos e cerca de 10% das mulheres mantêm sintomas vaso- motores por mais de 12 anos, sendo que estes podem persistir por várias décadas (Dhanoya et al., 2016; NICE, 2015). São frequentes na perimenopausa sobretudo na pós-menopausa imediata, e mais intensos aquando de ooforectomia bilateral antes da menopausa. A ocorrência e intensidade da sintomatologia varia grandemente entre as mulheres, depen- dendo de fatores genéticos, ambientais, raciais, estilo de vida (sedentarismo e hábitos ta- bágicos) e antropométricos (obesidade, sobretudo central). A intensidade da vasodilatação varia ainda com a intensidade do estímulo causal, bem assim como o tom da pele, a tempe- ratura, a visibilidade dos vasos subcutâneos e a sua capacitância em eritrócitos. 18 // Consenso Nacional sobre Menopausa / 2016 Resultam duma disfunção do centro termorregulador hipotalâmico, induzida por carên- cia estrogénica, mas não exclusivamente. Múltiplos medicamentos podem provocar alterações vasomotoras, nomeadamente fár- macos vasodilatadores (inibidores da 5-fosfodiesterase, nitroglicerina, bloqueadores dos canais de cálcio), estimulantes prostaciclínicos (ácido nicotínico), metoclopramida, quimioterápicos, hormonas tiroideias, glucocorticóides, entre outros, sendo particular- mente susceptíveis a efeito ampliador da ingestão de álcool e de alguns alimentos e especiarias (Kaunitz & Manson, 2015; Krause & Nakajima, 2015). Embora as mulheres com maior índice de massa corporal tenham níveis mais elevados de estrogénios têm paradoxalmente fenómenos vasomotores de maior intensidade. As alterações vasomotoras, não só podem estar ausentes como serem ligeiras (que não perturbam o dia-a-dia), moderadas (que interferem com as atividades quotidianas) ou intensas (afetando a qualidade de vida). Alterações cognitivas e do humor Diversos estudos sugerem que a perimenpausa e a pós-menopausa se associam a dimi- nuição da memória verbal, dificuldade na concentração e da fluência verbal fonémica (Victoria N. Luine, 2014; Maki, 2015; M. T. Weber, Maki, & McDermott, 2014). Existem estudos que são consistentes com o facto de que os estrogénios medeiam as funções cognitivas dependentes do hipocampo e córtex pré-frontal, o que pode de al- gum modo explicar que apesar da incidência de depressão major ser similar nas mulhe- res pré e pós menopausa sejam mais frequentes os sintomas depressivos na transição menopáusica e menopausa precoce (Baber et al., 2016; R. Santen et al., 2016). No entanto, a perimenopausa associa-se frequentemente a eventos sociais e emocio- nais, com impacto na sintomatologia psicológica como, eventuais dificuldades relacio- nais do casal, filhos a deixarem o lar, alteração de responsabilidade no emprego, doença ou morte de familiar. Perturbações do sono O sono é um estado fisiológico que se deteriora com a idade: ocorrendo uma progres- siva diminuição tanto na qualidade quanto na quantidade do sono – são frequentes as queixas de dificuldade em iniciar e manter o sono, com o acordar frequente durante a noite e o despertar cedo, ou por outro lado a sensação de que o sono não é reparador (Bruyneel, 2015; Lord, Sekerovic, & Carrier, 2014; Xu, Lang, & Rooney, 2014). A insónia é referida por 46-48% das mulheres na pós-menopausa em comparação com 38% nas pré-menopáusicas. A qualidade do sono pode ser alterada por vários fatores: sintomatologia vasomotora, alterações dos níveis hormonais, anomalias do ritmo cir- cadiano, alterações do humor, condições médicas associadas e estilo de vida (Jehan et al., 2015). 19 // Definições e mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério Epilepsia e cefaleias A prevalência das cefaleias diminui após a menopausa, no entanto as mulheres sob TH podem voltar a referir este sintoma (Baber et al., 2016). Mulheres em idade reprodutiva com epilepsia têm crises variáveis com o ciclo menstrual e constata-se diminuição das crises após a menopausa. A TH pode no entanto aumentar a fre- quência de convulsões (Erel & Guralp, 2011). Síndrome génito-urinária da menopausa/Atrofia vulvovaginal A SGUM proposta pela North American Menopause Society (NAMS) em 2014 para substituir o que anteriormente se designava por atrofia vulvovaginal, define-se como um conjunto de sintomas e sinais associados ao decréscimo dos estrogénios e outras hormonas sexuais envol- vendo alterações dos grandes e pequenos lábios, clitóris, vestíbulo/introito, vagina, uretra e bexiga. A síndrome pode incluir mas não está limitada a queixas de secura, ardor e irritação local; sintomas sexuais como ausência de lubrificação, desconforto ou dor dificultando o ato sexual; e sintomatologia urinária como urgência, disúria e infeções urinárias recorrentes (Ne- ves-e-Castro et al., 2015)(Baber et al., 2016)(Bachmann & Santen, 2016). A gravidade dos sintomas varia entre ligeira e debilitante não estando confinados às mulheres sexualmente ativas, sendo a secura vaginal o mais frequente (Portman & Gass, 2014). A sintomatologia do trato urinário inferior e a incontinência urinária têm sido associadas ao envelhecimento sistémico e à menopausa. A infeção urinária de repetição afeta 5-17% das mulheres pós-menopáusicas e a bacteriúria assintomática chega a estar presente em 20% das mulheres (Baber et al., 2016). Interferência no padrão sexual A idade e diminuição dos níveis de estrogénios têm efeito negativo na função sexual e qua- lidade de vida mas outros fatores como: a existência de comorbilidades, medicação, fatores psicológicos e diminuição da autoestima associada à mudança da imagem corporal, fatores psicológicos e socio-relacionais também devem ser avaliados (Baber et al., 2016)(Nappi & Pa- lacios, 2014). Muito embora a maioria das mulheres permaneça sexualmente ativa durante o climatério, um número significativo, 60% - refere um decréscimo na atividade sexual, desejo hipoativo e evitamento sexual (Makara-Studzi ka et al., 2014). Podem também estabelecer-se após a me- nopausa perturbações do orgasmo e da excitação e mais tardiamente, com maior frequência, dispareunia (síndrome doloroso génito-pélvico). Desejo hipoativo manifesta-se por diminuição das fantasias ou pensamentos sexuais e dimi- nuição da iniciativa e/ou reciprocidade para qualquer atividade sexual, atingindo na perime- nopausa uma prevalência de 40-50%. Dispareunia, dor persistente e recorrente durante o coito afeta 30-40% das mulheres na peri- menopausa e é, na maioria dos casos, resultante da atrofia e menor lubrificação decorrente do hipoestrogenismo (da Silva Lara et al., 2009). 20 // Consenso Nacional sobre Menopausa / 2016 Alterações cutâneas Foram detetados recetores de estrogénios em vários elementos cutâneos como queratinócitos, melanócitos, fibroblastos e glândulas sebáceas. Após a menopausa verifica-se uma diminui- ção importante do colagénio tecidular, cursando com pele mais fina e perda da viscoelastici- dade. Consequentemente após a menopausa pode surgir uma aceleração no envelhecimen- to da pele, com aumento das rugas (Baber et al., 2016). Alterações cardiovasculares e metabólicas A incidência de doença cardiovascular aumenta consideravelmente, sendo a principal causa de morte na pós-menopausa (Bassuk & Manson, 2014; Douglas & Poppas, 2016; Ouyang, Michos, & Karas, 2006). O risco de DCV pode ser avaliado pelo score de risco CV da NAMS ou Score Risk Charts- European Society of Cardiology ou pelo Guia de Sevilha de 2008 ou Joint British Societies Risk assessment Tool-JBS 3. O aumento do risco cardiovascular parece ser determinado pela síndrome metabólica mais prevalente após a menopausa da qual todos os componentes (obesidade visceral, dislipidémia, hipertensão arterial, alterações do metabolismo glicídico) se associam a maior incidência não só de doenças cardiovasculares, mas também da doença cerebro- vascular, doença arterial periférica/ claudicação intermitente e aneurismas da aorta (Mendes, Theodoro, Rodrigues, & Olinto, 2012). A Síndrome é definida pela conjunção de três ou mais dos seguintes parâmetros: • Circunferência da cintura superior a 88 cm • PA sistólica superior a 130 mmHg ou PA diastólica superior a 85mmHg • Glicemia em jejum superior a 100 mg/dl • HDL colesterol inferior a 50 mg/dl • Triglicerídeos com valor superior a 150mg/dl A alteração do balanço hormonal na pós-menopausa resultado de hipoestrogenismo ab- soluto e hiperandrogenismo relativo com aumento do colesterol LDL e dos triglicerídeos e diminuição dos níveis do colesterol HDL tem como consequência uma alteração negativa do perfil aterogénico com aumento do risco cardio e cerebrovascular (Stachowiak, Perty ski, & Perty ska-Marczewska, 2015; Vryonidou, Paschou, Muscogiuri, Orio, & Goulis, 2015). É frequente o aparecimento de hipertensão arterial antes inexistente ou dificuldade no controlo da mesma se pré-existente. A HTA é um fator de risco independente, linear e contínuo no risco cardiovascular na pós menopausa. É frequente o aparecimento de diabetes tipo 2 com aumento da glicémia mas também com hiperinsulinémia por aumento da resistência celular à insulina, fruto do aumento da gordura visceral. Este aumento da gordura visceral é responsável por estado inflamatório crónico e um ambiente propício à disfunção endotelial. O aumento de peso frequentemente atribuído às alterações hormonais da menopausa não é confirmado por vários estudos longitudinais e cruzados, sendo o aumento de cer- 21 // Definições e mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério ca de 0,5 Kg/ano relacionado com fatores como: urbanização, baixo nível educacional, sedentarismo, multiparidade, história familiar e privação de sono. As alterações hormo- nais da menopausa associam-se a aumento da circunferência abdominal e deposição de gordura central. A percentagem de massa gorda, troncular e visceral também aumenta nas mulheres com IMC normal, na transição da menopausa. A redistribuição de gordura com deposição abdominal resulta em transformação do padrão ginecóide em androide (Al-Safi & Santoro, 2014; Baber et al., 2016; S. R. Davis et al., 2012; Gravena et al., 2013). Consequências osteoarticulares Repercussões articulares – Osteoartrite é um processo inflamatório e degenerativo ar- ticular que evolui de maneira progressiva. Apesar de não existir associação clara entre os níveis de estrogénios e risco de osteoartrite, são frequentes as queixas de dores ar- ticulares após a menopausa e há maior prevalência e incidência de osteoartrites nas mulheres do que nos homens. Foram detetados recetores alfa e beta nos condrócitos e sinoviócitos (Baber et al., 2016). Repercussões ósseas – A osteoporose é uma doença esquelética sistémica caraterizada por: diminuição da massa óssea; alterações da microarquitectura e fragilidade esque- lética. Como consequência diminui a resistência do osso e aumenta o risco de fratura. A doença é assintomática até ocorrer a primeira fratura. Ocorrendo a fratura, existe en- tão incapacidade funcional, dor ou deformidade física e mesmo risco de vida. Hipoestrogenismo e idade contribuem para a osteoporose. Após a menopausa há uma aceleração da perda de massa óssea, mais intensa nos primeiros 5 anos. Nas mulheres de 60 anos ou mais, cerca de 35% poderão sofrer fratura vertebral, a manifestação mais comum e das mais precoces; 18% fratura da anca, a complicação mais grave e direta- mente relacionada com densidade mineral óssea (DMO) (Baber et al., 2016; Bousson et al., 2015; Crandall, 2015; Lohana & Samir, 2016). A osteoporose é uma doença esquelética sistémica que aumenta o risco de fratura, de- finida por T- score inferior a -2,5 ou presença de fratura por fragilidade. Estudos complementares Para o diagnóstico prático não são em regra requeridos estudos complementares. Po- rém, a combinação de níveis elevados de FSH (> 25 UI/L) e baixos de estradiol (< 20 pg/ ml ) na ausência de fatores de interferência, dão consistência ao diagnóstico (Stuenkel, 2015). A determinação dos níveis séricos de FSH e de estradiol pode ser útil na confirmação do diagnóstico de menopausa nas mulheres com idade entre os 40 e 45 anos com sinto- matologia, incluindo alteração do ciclo menstrual ou nas mulheres de idade inferior aos 40 anos em que haja suspeita de menopausa, nestes casos devem ser determinados os níveis de FSH em pelo menos duas ocasiões separadas de 4-6 semanas, sendo critério diagnóstico valores superiores a 40UI/l (Baber et al., 2016; NICE, 2015). 22 // Consenso Nacional sobre Menopausa / 2016 Quando indicado efetuar diagnóstico diferencial, a determinação de análises comple- mentares podem ser solicitadas (beta-hCG, prolactina e hormonas tiroideias). Evidência Nível de Evidência Recomendações Grau II Os critérios STRAW +10 aplicam-se à maioria mas não a todas as mulheres B I O aumento de peso não é provocado pela menopausa mas após a menopausa ocorre aumento da massa gorda total e intra-abdomi- nal mesmo em mulheres com IMC normal A As alterações do sono são comuns durante a menopausa, muitas vezes associadas aos sintomas vasomotores, podem também sur- gir na ausência destes I Tipicamente a menopausa surge associada a um aumento da inci- dência de perturbações de humor e de sintomas depressivos A II Os sintomas vasomotores manifestam-se essencialmente na par- te superior do tronco, pescoço e face, com duração variável, em regra inferior a 5 minutos, acompanhados de sudorese profusa. Evidenciam predomínio noturno e têm frequência variável B II A SVM pode ser frequente e severa, afetando o sono e qualidade de vida das mulheres, sendo atualmente consideradas um marca- dor de DCV subclínica B II A DCV é a principal causa de morte após a menopausa devendo ser avaliado o risco CV em todas as mulheres usando uma das fer- ramentas disponíveis B II A sintomatologia génito-urinária tem um impacto negativo na função sexual e qualidade de vida das mulheres B II O diagnóstico de insuficiência ovárica prematura/menopausa pre- matura, baseia-se na determinação de níveis de FSH superiores a 40 UI/l em duas ocasiões com intervalo de 4-6 semanas. Estas mulheres têm risco aumentado de DCV, osteoporose, alterações cognitivas, demência e Parkinsonismo B 23 // Definições e mecanismos básicos e fisiopatológicos do climatério Nível de Evidência Recomendações Grau Os estrogénios têm efeito no tecido conjuntivo e o aumento de osteoartrite poliarticular nas mulheres após a menopausa sugere um efeito importante dos estrogénios na homeostase da cartila- gem I A osteoporose é uma doença esquelética sistémica que aumenta o risco de fratura, definida por T-score inferior a -2,5 ou presença de fratura por fragilidade A O risco individual de fratura em 10 anos pode ser estimado pelo modelo FRAX Bibliografia Al-Safi, Z. A., & Santoro, N. (2014). Menopausal hormone therapy and menopausal symptoms. Fertility and Ste- rility, 101(4), 905–915. http://doi.org/10.1016/j.fertnstert.2014.02.032 Baber, R. J., Panay, N., & Fenton, A. (2016). 2016 IMS Recommendations on women’s midlife health and meno- pause hormone therapy. Bachmann, G., & Santen, R. 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Coordenadora: Fernanda Águas, Relatora: Maria João Carvalho Ana Fatela, Cláudio Rebelo, Diana Arteiro, Élia Santiago, Irina Ramilo, Rita Sequeira Campos 29 // Tratamentos Hormonais Terapêutica hormonal (estrogénios e progestativos) Estrogénios Os estrogénios são hormonas endógenas que atuam essencialmente nos órgãos reprodutores, e também noutros órgãos e sistemas tais como o cardiovascular, o musculosquelético, o imune, o gastrointestinal e o neurológico (McEwen, 1999). O estrogénio mais potente no ser humano é o 17ß-estradiol, seguido da estrona e do estriol. O estradiol é o estrogénio predominante na mulher em idade fértil e é produzido principalmente pelos ovários (Paganini-Hill, 1995). O nível mínimo de estradiol circulante no ciclo menstrual normal é cerca de 40 pg/ml, sendo de 250 pg/ml no meio do ciclo e de 100 pg/ml na fase lútea. Na pós-menopausa, o estradiol diminui para níveis inferiores a 20 pg/ml. Em contrapartida, a estrona, que resulta da aromatização no tecido adiposo da androstenediona, ascende a níveis superiores a 40 pg/ml, tornando-se o estro- génio predominante nesta fase da vida. A relação estradiol/estrona é inferior a 1 (V N Luine, 1985). A constatação de que os principais sinais e sintomas do climatério resultam do declínio na pro- dução de estrogénios, levou à sua utilização como agente terapêutico. Modo de ação O seu modo de ação é essencialmente genómico, mediado por recetores de estrogénios (RE) nucleares. Estes recetores são proteínas com alta afinidade e especificidade para os estrogé- nios. Foram identificados dois tipos de recetores, o RE-a e RE-b (Jensen et al., 2003). O estradiol e estrona circulam parcialmente ligados à SHBG e nestas circunstâncias são bio- logicamente inativos. Os estrogénios livres entram passivamente nas células, onde se ligam aos recetores nucleares específicos, exercendo a sua função em cada órgão. Estes recetores apresentam diferente distribuição nos tecidos, o que pode explicar a sua variedade de ações: RE-a e RE-b – S.N.C. e ovário RE-a – mama, fígado e útero RE-a – vasos sanguíneos, osso, pulmão e trato urogenital O fígado é o principal órgão de conjugação dos estrogénios, com vista à sua subsequente ex- creção pelo rim. Alguns efeitos dos estrogénios parecem envolver uma ação direta na mem- brana plasmática em vez de uma modulação genómica. Como estes efeitos rápidos ocorrem sem interação dos RE são chamados “não genómicos” contudo os sinais iniciados por estes mecanismos resultam de uma regulação de genes. Foi identificada uma família de recetores transmembranares da proteína G que são os responsáveis pela resposta direta da membrana às hormonas esteroides e que explica, por exemplo, a produção de óxido nítrico nas células endoteliais na presença do estrogénio (via MAP quinase) (McEwen, 1999). Efeitos dos estrogénios Sistema cardiovascular 1. Pressão arterial (PA): Pequeno aumento na PA sistólica quando comparado com o placebo (Anderson et al., 2004). 30 // Consenso Nacional sobre Menopausa / 2016 2. Melhoria do perfil lipídico: diminuição da LDL, aumento da HDL, diminuição da Lipo- proteína a- Lp(a), principalmente com estrogénio oral. 3. Melhoria da função endotelial, nas mulheres jovens (Rosano, Vitale, & Fini, 2006; Yeboah, Reboussin, Waters, Kowalchuk, & Herrington, 2007). 4. Melhoria da sensibilidade à insulina. 5. Efeito protrombótico com redução no fibrinogénio, fator VII e anti-trombina III, sobre- tudo com estrogénio oral, menos afetado pelo transdérmico (Sumino et al., 2006). 6. Aumento da síntese hepática de marcadores vasculares inflamatórios como proteína C reativa, primariamente com a via oral (Cirillo et al., 2005). Osteoarticular Os estrogénios modulam o crescimento ósseo e a sua renovação e os RE foram detetados em osteoblastos e osteoclastos. Os estrogénios regulam diretamente os osteoclastos através do seu recetor e podem inibir a libertação de fatores estimulantes dos osteoclastos ou aumentar a libertação de fatores inibidores dos osteoclastos. Em geral os estrogénios têm um efeito ini- bidor da reabsorção óssea e assim diminuem o número e atividade dos osteoclastos. Recente- mente foi descrito um efeito anabólico nos osteoblastos (Jensen et al., 2003). Função cognitiva Os recetores de estrogénios foram identificados no cérebro, particularmente no prosencéfalo ba- sal, local do hipocampo com maior inervação colinérgica. O sistema colinérgico é importante na regulação da memória e da aprendizagem e o hipocampo medeia a função cognitiva. Em modelos animais foram identificados vários mecanismos de influência dos estrogénios na função cognitiva: • O sistema colinérgico é estimulado pelos estrogénios (aumentam a síntese de acetil- colina) (Henderson, 1997) • Estimulam os neurónios e a sua capacidade de comunicar e podem contribuir para a regulação dos genes que influenciam a sobrevivência, diferenciação, regeneração e plasticidade dos neurónios (Anderson et al., 2004) • Podem proteger as células nervosas de toxinas externas e podem atuar como um an- tioxidante para proteger os nervos (Henderson, 1997) • Podem aumentar os níveis de proteína C reativa (PCR) e a inflamação foi associada à diminuição da função cognitiva e demência. Os estrogénios aumentam também o risco de acidente vascular cerebral (AVC), por sua vez, é fator de risco para comprome- timento cognitivo e demência. Outros 1. Peso corporal: efeito neutro ou pequeno benefício (Jensen et al., 2003; Kritz-Silvers- tein & Barrett-Connor, 1996) e sobre a distribuição da gordura corporal o efeito tam- bém é neutro ou favorável (Haarbo, Marslew, Gotfredsen, & Christiansen, 1991; Kritz- -Silverstein & Barrett-Connor, 1996). 31 // Tratamentos Hormonais 2. Melhoria do equilíbrio e diminuição risco de queda (Hammar, Lindgren, Berg, Möller, & Niklasson, 1996). 3. Preservam a espessura e o conteúdo em colagénio da pele na mulher pós menopau- sa, carecendo de confirmação em estudos clínicos (Brincat et al., 1987; Maheux et al., 1994). 4. Pode diminuir o risco de cataratas com a terapêutica estrogénica a longo prazo (Wor- zala et al., 2001). Os estrogénios parecem também diminuir a pressão intraocular e reduzir o risco de glaucoma de ângulo aberto (Affinito et al., 2003; Newman-Casey et al., 2014). 5. Associação a maior preservação dentária (Paganini-Hill, 1995). Tipo de estrogénios, vias de administração e dose O 17b-estradiol é o princípio ativo natural, é convertido em estrona e depois em sulfato de estrona no fígado e outros tecidos. A administração por via oral necessita de ser microniza- da para a sua melhor absorção. Nesta via há acumulação de sulfato de estrona que se vai libertando lentamente o que permite a sua administração em dose única. Pode ainda ser utilizado por via transdérmica, percutânea, intranasal (não comercializado em Portugal) e vaginal. O valerato de estradiol atua como um pró-fármaco do estrogénio natural. Sofre uma rápida clivagem em 17b-estradiol e ácido valérico no tubo digestivo e durante a metabolização a nível hepático. Os estrogénios equinoconjugados (EEC) são compostos essencialmente por sulfato de estrona e em menores quantidades por sulfato de equilina e de dihidroequilina e outros estrogénios. Podem ser administrados por via oral e vaginal (Anderson et al., 2004). Não são comerciali- zados em Portugal de forma isolada. O estriol é apenas utilizado na forma tópica, visto tratar-se de um metabolito com fraca ati- vidade sistémica. O etinilestradiol é um derivado sintético do 17b-estradiol e integra a maioria das formulações dos contracetivos combinados. A sua associação em baixa dose e com noretisterona foi testa- da em TH, com eficácia na redução dos sintomas vasomotores, atrofia endometrial, no entan- to aumentou o IMC e não apresentou uma taxa de efeitos adversos semelhante ao placebo (Rowan, Simon, Speroff, & Ellman, 2006). 32 // Consenso Nacional sobre Menopausa / 2016 Tabela 1: Doses e equivalência dos estrogénios. Estrogénio Padrão Baixa dose Ultrabaixa Dose 17b-estradiol oral 2 mg 1 mg 0,5 mg 17b-estradiol transdérmico 0,05mg (50 µg) 0,025 mg (25 µg) 0,014 mg (14 µg) Valerato estradiol oral 2 mg 1 mg EEC 0,625 mg 0,45 mg Etinilestradiol 15 µg A dose deve ser individualizada, eficaz no controlo da sintomatologia e a mais baixa possível. Efeitos Adversos • Aumento do risco de hiperplasia e de cancro do endométrio com estrogénios (E) isolados dependendo da duração e da dose utilizada. • Aumento dos triglicerídeos (via oral). • Aumento risco de coledocolitíase e litíase da vesícula biliar (Cirillo et al., 2005). • Aumento do risco de TEV (McEwen, 1999), menor com terapêutica transdérmica. • Risco de broncospasmo; os estrogénios podem estar associados com o início da asma. Este aumento está relacionado com a dose e é estatisticamente significa- tivo apenas para doses de EEC de 0,625mg/d(Anderson et al., 2004). Progestativos Os progestativos são hormonas esteróides que atuam essencialmente nos órgãos repro- dutores, mas também têm ação noutros órgãos e sistemas como o cardiovascular, mus- culo-esquelético, imune, gastrointestinal e neurológico. Modo de ação O seu modo de ação é essencialmente genómico, mediado por recetores de progeste- rona (PR). Da mesma forma que existem RE-a e RE-b para o estrogénio, existem duas isoformas de recetores para a progesterona: o RP-A e o RP-B (Horwitz et al., 1996). Após múltiplos estudos em animais com disrupção génica das referidas isoformas pode-se concluir que: 33 // Tratamentos Hormonais • RP-A ativa as funções reprodutivas da progesterona, nomeadamente o seu efeito antiestrogénico a nível endometrial; • RP-B é necessário para a expressão transcripcional da morfogénese do tecido ma- mário aquando da gravidez/amamentação. Estudos em modelos animais revelaram que os RP-A estão associados a infertilidade, ano- vulação e hiperplasia endometrial, com normal morfogénese mamária. Por outro lado, o bloqueio dos RP-B provoca hipoplasia mamária com fertilidade preservada e útero normal (Privalsky, 2004). Efeitos dos Progestativos A principal ação terapêutica dos progestativos é a proteção do endométrio contra o efeito hiperplásico da terapêutica com estrogénios. A farmacocinética dos progestativos por via oral apresenta uma grande variabilidade in- traindividual perante doses idênticas do mesmo progestativo os níveis séricos podem, nalgumas mulheres, ser cinco vezes superiores. Nas mulheres após os 65 anos, a farma- cocinética está alterada, com aumento da biodisponibilidade pela diminuição dos níveis hepáticos de citocromo P450 e pela diminuição da depuração renal (Torres-Arzayus et al., 2004). Sistema cardiovascular 1. PA: sem efeitos nos valores da PA quer sistólica quer diastólica 2. Vasodilatação: os gonanos reduzem em 50% a resposta vasodilatadora promovida pelo estrogénio 3. Aterosclerose: atividade androgénica inibe a atividade anti-inflamatória dos estro- génios 4. Perfil lipídico: os gonanos promovem uma diminuição da HDL; os derivados da pro- gesterona não acarretam este efeito Metabolismo da glicose Os progestativos com efeitos androgénicos promovem o hiperinsulinismo e o aumento do colesterol LDL. Esta intolerância à glicose é menos marcada com os outros progestativos. Mama Os progestativos são os grandes responsáveis pelo aumento do risco de cancro da mama associado com a TH. De facto é pela ação dos progestativos
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