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CONFIABILIDADE DE SISTEMAS Abel José Vilseke Testes de vida acelerados I Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir testes de vida acelerados. Descrever o que são projetos experimentais para testes acelerados. Analisar o tratamento de dados censurados/dados perdidos. Introdução Os testes de vida acelerados permitem a obtenção de dados relativos aos tempos para ocorrência de falhas em um período abreviado; com isso, subsidiam outras análises de confiabilidade. No entanto, os dados coletados podem apresentar-se censurados, quando não se obtém o valor exato na medição do tempo devido à interrupção do teste, por exemplo. Para entender como são feitas as estimativas importantes para a confiabilidade, é importante conhecer os tipos de projeto de testes de acordo com a forma de aplicação de estresse nos objetos testados e como podem ser analisados os dados tidos como censurados. Assim, neste capítulo, você vai estudar sobre os testes acelerados de vida e a sua importância para a confiabilidade. Você vai verificar, além da definição conceitual do que são os projetos experimentais para os testes de vida acelerados, como se define a aplicação dos fatores de estresse na unidade de teste e o comportamento dos dados de tempo até a falha. Conceitos fundamentais Muitas vezes, os objetos das análises de confi abilidade apresentam carac- terísticas funcionais que difi cultam ou impossibilitam a obtenção de dados de durabilidade (ou confi abilidade), por corresponderem a sistemas de vida útil relativamente extensa ou de elevada obsolescência, por exemplo. Nesses dois casos, a coleta de dados em condições normais de operação dos sistemas não é viável para estudos de confi abilidade. No primeiro caso, o tempo para ocorrência de eventos de falha é demasiadamente grande, sendo oneroso e extremamente demorado o processo de avaliação até se obter informações sufi cientes para as análises. Na segunda situação, o objeto de estudo se torna obsoleto tão rápido que, ao se obter os dados necessários, já não apresentam mais interesse comercial, inutilizando o trabalho realizado. Física e estatisticamente, é possível trabalhar com técnicas que permitem estimar, de modo confiável, o tempo médio para ocorrência de falha em condições de ensaio. Esses ensaios são denominados de testes acelerados de vida. Por meio deles, você consegue encurtar o tempo de observação para detectar as falhas em um grupo de amostras, de modo a empregar os dados desses ensaios em análises que descrevam com bastante proximidade o comportamento real daquilo que se está testando. De acordo com Vaccaro (1997), os testes acelerados fornecem informações confiáveis sobre falhas em componentes e sistemas. Normalmente, os testes acelerados consistem em aplicar condições de estresse bem mais elevadas do que as condições normais de operação do sistema. O comportamento das unidades em teste, nessas condições de sobrecarga, permite a obtenção de dados que precisam ser tratados adequadamente, de acordo com as propriedades do objeto, os mecanismos causadores das falhas e as condições de condução do ensaio, para que correspondam ao comportamento nas condições normais. O estresse a que se referem esses testes está associado ao mecanismo de falha normal do sistema, como tensão elétrica, cargas mecânicas, variações térmicas, etc. Assim, você tem basicamente duas formas de elevar esse nível de estresse sobre sua amostra ou unidade de teste, conforme descrito abaixo. Aumentar a exposição do sistema aos mecanismos de falha. Nesse caso, um determinado fator ou a combinação de fatores que, ao longo do tempo, podem levar à falha devem incidir com frequência muitas vezes maior, controlando fatores ambientais normais de uso que possam interferir nos mecanismos de falha. Por exemplo, você pode abrir e fechar uma porta de automóvel milhares de vezes consecutivamente com o menor intervalo de tempo possível entre cada ciclo, desde que não permita que o atrito entre os componentes gere aquecimento no mecanismo. O teste reproduzirá a sua utilização ao longo de anos, realizando a função de abrir e fechar algumas vezes ao dia. Testes de vida acelerados I2 Elevar a intensidade das cargas associadas aos mecanismos de falha. Nesse tipo de ensaio, você considera que um determinado nível de ten- são normalmente não conduz a uma falha eminente ou em um período extremamente curto, mas, gradativamente, o aumento da intensidade dessa carga (mecânica, elétrica, térmica) abrevia o tempo médio em que a falha possa ocorrer. Para esse caso, você pode ter como exemplo os ensaios mecânicos de fluência, em que o material analisado é posto sob tensão e temperatura além dos parâmetros de durabilidade para seu uso normal. Isso vai provocar deformações e até o colapso do item em tempos respectivos à intensidade aplicada dos fatores. Apesar da simplicidade dos casos exemplificados acima, a condução de testes acelerados de vida é, obviamente, composta por técnicas e métodos apropriados, que são determinados previamente em projetos experimentais específicos para o sistema em análise, de acordo com as condições ambientais de operação normal. Outro aspecto relevante a se observar em testes acelerados de vida diz respeito à caracterização dos tempos observados até a ocorrência de falha, obtidos nos testes. De modo geral, os dados de tempo para ocorrência da falha vão se apresentar como completos ou censurados. Quando você conduz o ensaio até que todas as amostras falhem, você obtém dados completos do tempo para a falha, de modo a determinar diretamente o valor de tempo médio. Nos testes em que a obtenção do conjunto de dados completo é impossibilitada por condições de ordem técnica ou financeira, e você obtém apenas parte dos dados, esses dados parciais são denominados dados censurados. Neles, não se conhece o valor de tempo exato até a falha, somente o seu limite inferior, determinado pelo tempo em que o teste foi interrompido. O tipo mais comum de dados censurados em ensaios de vida acelerados é com censura à direita, quando apenas o limite inferior para o tempo até a falha é conhecido. A censura de dados, de um modo geral, ocorre quando apenas uma parcela dos elementos ensaiados fornece dados de tempo até a falha. 3Testes de vida acelerados I Projetos experimentais para testes acelerados A maneira como são aplicadas as cargas determinantes de falha sobre os itens ensaiados nos testes acelerados de vida deve ser defi nida de acordo com as características do item, a relação entre fatores de falha a que este se submete e o seu comportamento em função da variação dos níveis de estresse. Os projetos de testes acelerados permitem que você descreva a aplicação de estresse sobre o objeto de análise, de modo que possa assegurar uma forma adequada para associar tamanho e distribuição de amostra em diferentes níveis de estresse. De acordo com Fogliatto e Ribeiro (2009), os projetos de testes acelerados mais comuns são os de estresse constante, de estresse tipo escada, de estresse progressivo e de estresse cíclico. Projeto de teste acelerado com estresse constante Entendendo-se que é mais comum a incidência constante de cargas sobre os produtos, esse tipo de teste objetiva simular a sua utilização normal. Um projeto de testes acelerados com estresse constante envolve a distribuição da amostra em níveis diferentes de estresse. Cada conjunto de unidades do item é alocado em um certo nível de estresse e será submetido a apenas essa aplicação de carga invariável, sendo que os demais grupos, cada qual em um nível diferente, podem ser testados ao mesmo tempo, por não haver interferência entre os grupos. No entanto, o tamanho da amostra precisa ser grande o sufi ciente para assegurar a obtenção de resultados em quantidade viável para análise. Esse tipo de projeto permite analisar simultaneamente toda a amostra, mesmo com vários níveisde solicitação; assim, torna-se evidentemente prática a sua aplicabilidade. A Figura 1 ilustra um esquema de teste conforme o projeto para estresse constante. Nesse caso hipotético, três grupos de 10 unidades de certo item são mantidos a pressões diferentes e observados simultaneamente, pretendendo-se anotar o tempo transcorrido entre o início do teste e o instante em que cada unidade entra em colapso. Testes de vida acelerados I4 Figura 1. Representação de um teste acelerado com estresse constante. Projeto de teste acelerado com estresse do tipo escada ou por patamares Nesse tipo de projeto, a amostra é submetida em sua totalidade a um certo nível de estresse constante, por um período predeterminado, sendo que, a cada intervalo de tempo, eleva-se o nível de carga. Desse modo, as unidades sobreviventes em um patamar são expostas ao próximo nível de estresse e, assim, sucessivamente, até que todas as unidades falhem. Devido ao fato de se ter toda a amostra sujeita à mesma solicitação, que de tempos em tempos é intensificada, é esperado que os testes com estresse do tipo escada sejam mais breves do que os de nível constante; porém, esses últimos têm capacidade de replicar mais fielmente as condições normais de ciclo de vida do que os primeiros. Isso demanda uma análise que permita considerar o efeito acumulativo das solicitações crescentes. A Figura 2 ilustra um esquema de teste conforme o projeto para estresse em patamares. Nesse caso hipotético, uma amostra de 10 unidades de certo item é submetida a níveis de solicitação diferentes, sendo os tempos de falha anotados no instante da sua ocorrência. Ao início de cada intervalo, as unidades em falha são descartadas. 5Testes de vida acelerados I Figura 2. Representação de um teste acelerado com estresse tipo escada. Projeto de teste acelerado com estresse progressivo Assim como em projetos de teste com estresse em escada, os projetos de teste com estresse progressivo consistem em elevar a intensidade de estresse ao longo do tempo; no entanto, esse acréscimo é contínuo. A complexidade para modelar matematicamente o comportamento acumulativo das cargas também corresponde à dos testes por patamares. Outro fator desfavorável pode ser a difi culdade em aplicar controladamente as solicitações continu- amente variáveis. Nos testes com estresse progressivo, deve-se considerar as taxas de soli- citação, ou seja, a evolução da sua magnitude, que também pode ser linear ou não linear. Por exemplo, quando o nível de solicitação aumenta em uma intensidade maior, há tendência de que o tempo até a falha seja menor. A Figura 3 ilustra um esquema de teste conforme o projeto para estresse progressivo. Nesse caso hipotético, uma amostra de 10 unidades de certo item é submetida a níveis de solicitação que aumentam continuamente, sendo os tempos de falha anotados no instante da sua ocorrência. Testes de vida acelerados I6 Figura 3. Representação de um teste acelerado com estresse progressivo. Projeto de teste acelerado com estresse cíclico Para os testes acelerados com aplicação de estresse cíclico, a amostra se submete a um padrão de carga que se repete muitas vezes entre dois máximos. Para tanto, é necessário defi nir a frequência, a amplitude e um valor de referência a partir do qual os níveis de estresse vão oscilar. Normalmente se aplica esse tipo de ensaio a componentes eletrônicos que operam em corrente alternada. Fogliatto e Ribeiro (2009) sugerem que uma desvantagem desse tipo de teste está na necessidade de validação empírica dos dados. A Figura 4a ilustra graficamente o comportamento desse tipo de teste. Projeto de teste acelerado com estresse tipo aleatório Um projeto de teste acelerado para sistemas sujeitos a cargas aleatórias deter- mina condições similares às do meio ambiente, onde o estresse se caracteriza pelo comportamento aleatório, variando seus parâmetros. De acordo com Oliveira (2012), testes acelerados para solicitações aleatórias podem seguir as defi nições de projeto de teste para estresse constante, com o nível de carga assumindo um valor médio da solicitação aleatória. A Figura 4b ilustra gra- fi camente o comportamento desse tipo de teste. 7Testes de vida acelerados I Figura 4. Testes acelerados: a) estresse cíclico e b) estresse aleatório. Análises de dados censurados/dados perdidos Os dados censurados fornecem informações imprecisas. No entanto, é comum a impossibilidade ou inviabilidade da condução dos testes acelerados de modo a se obter dados completos. Portanto, é necessária a utilização de métodos apropriados para o tratamento e a análise de dados censurados. Tipos de censura à direita De acordo com Fogliatto e Ribeiro (2009), são três os tipos de censura à direita mais comuns em ensaios de confi abilidade, defi nidos a seguir. Considere n para o tamanho da amostra e r para o número de falhas observadas. O primeiro tipo é a censura por tempo — censura tipo I. Ocorre quando o teste tem uma duração predeterminada e é interrompido em um tempo tr, sendo que o ensaio se inicia em um momento t = 0; são observados os tempos de falha quando ocorrem dentro desse intervalo. Assim, r pode ser (e normal- mente é) menor do que n, permitindo a existência de um número de tempos desconhecidos (n – r), que chamamos de tempos censurados em tr. Também pode-se perceber que a ocorrência da última falha observada, pela condição de aleatoriedade, deve ocorrer em um tempo menor do que tr. Ainda, existe a possibilidade de não ocorrência de falhas no período de tempo predeterminado. Testes de vida acelerados I8 O segundo tipo de censura é a censura por unidade — censura tipo II. A duração do teste não é predeterminada em função de tempo, e sim do número r de falhas observadas, sendo o instante de interrupção do teste um valor aleatório T. Sendo assim, a definição desse valor de r permite que o teste forneça uma quantidade de dados suficientemente satisfatória para uma análise. Com r conhecido e o teste interrompido no momento da ocorrência do último evento desejado, o tempo deste também será conhecido. No entanto, é imprevisível a princípio, o que quer dizer que não se pode determinar qual será a duração do ensaio até que ele acabe. O terceiro tipo é a censura aleatória. Ocorre quando as unidades são colocadas em teste em momentos distintos ou, com n unidades iniciando em teste no tempo t = 0, as interrupções se dão em momentos distintos e aleató- rios. Um exemplo dado por Fogliatto e Ribeiro (2009) é o caso de produtos fabricados em momentos diferentes durante o período de observação; quando o teste é interrompido, obtém-se tempos diferentes de falha. Outro exemplo é a interrupção pela falha de um componente do sistema que não o testado, conforme aponta Vaccaro (1997). Censura à esquerda e por intervalo A censura de dados à esquerda é mais incomum do que a censura de dados à direita, principalmente em testes acelerados. Esse tipo de censura pode ser evidenciado em condições em que o instante em questão não está as- sociado a uma ocorrência de falha, mas, sim, a um evento de interesse que tenha ocorrido, como em estudos sociais e em ciências naturais. Segundo Christofaro e Leão (2014), investigações de exposição ambiental apresentam com frequência dados aquém do limite de detecção, que são denominados censurados à esquerda. Nos casos quando é impossível ou inviável obter dados de tempos exatos de falha, as observações podem ser agrupadas em intervalos. Como os tempos exatos não serão conhecidos, temos a censura por intervalo. Esse tipo de censura ocorre em ensaios com monitoramento intermitente, em que as observações são feitas em inspeções com intervalos de tempo definidos entre elas. 9Testes de vida acelerados I Veja no Quadro 1 uma classificação simplificada dos principais tipos de censura. Fonte: Adaptado de Fogliatto e Ribeiro (2009). Conjunto de dados de falha Dados censurados Censura à direita Censura por tempo Censurapor unidade Censura aleatória Outro Censura à esquerda Censura por intervalo Outro Dados completos Quadro 1. Classificação dos tipos de censura de dados Tratamento de dados censurados Os dados obtidos nos testes de vida acelerados sobre componentes ou sistemas devem descrever o comportamento das falhas por sua distribuição. O tratamento dos dados censurados para que o conjunto da observação possa ser analisado pode se dar de diversas formas. Fogliatto e Ribeiro (2009) relacionam três possibilidades: 1. descartar os dados censurados e analisar apenas os tempos observa- dos — nesse caso, você tem um resultado subestimado, pois ignora justamente os dados que representariam os maiores tempos para falha, em uma censura à direita; Testes de vida acelerados I10 2. conduzir o teste até que todas as unidades falhem — obviamente isso nos remete à inviabilidade, pois o ensaio seria demorado ou oneroso, apesar de ser desejável realizar a análise com dados completos; 3. tratar probabilisticamente os dados aplicando a função de verossimi- lhança — é possível estimar parâmetros de distribuição, de modo a descrever o comportamento dos tempos de falha, mesmo que existam valores desconhecidos. Três métodos são propostos por Vaccaro (1997) para o tratamento de dados gerando estimadores: método dos momentos, método dos mínimos quadrados e método da máxima verossimilhança. No entanto, devido à sua importância, enfatizamos esse último. Independentemente do método empregado, os estimadores devem permitir a corres- pondência com os tempos observados, assegurando sua condição de independência ou não tendenciosidade (sem que as estimativas sejam afetadas por informações dos dados coletados), bem como sua eficiência (de modo a minimizar a variância), sua suficiência e sua consistência (considerando todas as informações necessárias para a estimação e correspondendo ao parâmetro populacional). O método de máxima verossimilhança é amplamente empregado no tratamento de dados censurados, possibilitando determinar o parâmetro que melhor descreve a amostra; assim, maximiza a verossimilhança dessa amostra observada. A função de verossimilhança pode ser entendida como a possibilidade de que as variáveis aleatórias (correspondentes aos possíveis tempos de falha) em uma distribuição de probabilidade assumam os valores dos tempos observados para as respectivas falhas. Escreve-se da seguinte maneira: 11Testes de vida acelerados I Se T1, ..., Tn são variáveis aleatórias em f(t,θ), com θ sendo um parâmetro desconhecido, a função de verossimilhança é dada por: O estimador de máxima verossimilhança de θ equivale ao valor de θ que maximiza L(θ); tal valor é obtido quando igualamos a equação a zero e isola- mos θ. Ao demonstrar que L(θ) e l(θ) = ln[L(θ)], percebe-se que apresentam seus máximos no mesmo valor de θ; porém, em alguns casos, é mais fácil resolver a derivada l(θ). Caso se busque amostrar dados censurados, a função da verossimilhança é dada por: onde R(ti +,θ) é a função de confi abilidade com parâmetros θ, avaliada no tempo censurado ti +. Podemos observar que a função de confi abilidade é utilizada na expressão da função de verossimilhança, em que os dados censurados à direita equivalem à probabilidade de o item i sobreviver a um tempo ti +. O logaritmo da função de verossimilhança é dado por: No Quadro 2, são relacionadas equações válidas para estimadores aplicados em algumas distribuições de frequência distintas. Testes de vida acelerados I12 Fo nt e: A da pt ad o de F og lia tt o e Ri be iro (2 00 9) . D is tr ib ui çã o ex po ne nc ia l Es tim ad or d o pa râ m et ro λ p ar a ce ns ur a tip o I; t 0 é o in st an te d e in te rr up çã o do te st e. Es tim ad or d o pa râ m et ro λ p ar a ce ns ur a tip o II; t r é o in st an te d a úl tim a fa lh a ob se rv ad a. D is tr ib ui çã o W ei bu ll Es tim ad or d o pa râ m et ro y, fa ze nd o D if( ŷ) = 0 , po de nd o se r o bt id o po r m ei os c om pu ta ci on ai s. Es tim ad or d o pa râ m et ro θ e m fu nç ão d e ŷ. D is tr ib ui çã o lo gn or m al Es tim ad or es d os p ar âm et ro s μ e σ p ar a ce ns ur as ti po I e II c om n ≤ 2 0. É n ec es sá rio e sp ec ifi ca r o v al or d e n. Q ua dr o 2. F or m ul ár io p ar a es tim ad or es d e m áx im a ve ro ss im ilh an ça 13Testes de vida acelerados I Um teste conduzido por 1.000 horas em uma amostra de 10 unidades apresentou uma proporção de itens falhados de 80%. Os demais itens sobreviveram além das 1.000 horas, sendo que seus tempos de falha são censurados à direita com a interrupção do ensaio. Dessa forma, é considerado que o limite inferior para o tempo de falha desses itens é de 1.000 horas, por não se conhecer o tempo exato. Se as falhas observadas mostraram um comportamento de distribuição exponencial, com os respectivos tempos 40, 80, 140, 180, 280, 320, 420 e 580 horas, vamos determinar a função de tempo médio para falha (MTTF). Para determinar as funções de confiabilidade, é preciso tratar os dados aplicando modelagem paramétrica, com os estimadores apropriados ao tipo de distribuição observado no ensaio. Como temos censura tipo I, aplicamos a equação: sendo o MTTF dado por: CHRISTOFARO, C.; LEÃO M. M. D. Tratamento de dados censurados em estudos ambientais. Química Nova, São Paulo, v. 37, nº. 1, p. 104–110, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422014000100019. Acesso em: 12 mar. 2019. FOGLIATTO, F. S.; RIBEIRO, J. L D. Confiabilidade e manutenção industrial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. OLIVEIRA, F. M. C. Determinação de dados fiabilísticos baseados em testes acelerados de vida. 2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) — Instituto Superior de Engenha- ria de Lisboa, 2012. Disponível em: https://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/2097/1/ Dissertação.pdf. Acesso em: 12 mar. 2019 VACCARO, G. L. Modelagem e análise da confiabilidade de sistemas. 1997. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) — Programa de Pós-Graduação em Enge- nharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 1997. Leitura recomendada ABACKERLI, A.; SASSERON J. P. L. Uso do ensaio acelerado na determinação experimental da confiabilidade de relés. XII SIMPEP — Bauru, 2005. Testes de vida acelerados I14
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