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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO Aluno(a): Maycon Ramon Prata Santos Mat.: 201802182071 Professor(a): Daniela de Andrade Souza “1ª ATIVIDADE ACADÊMICA AVALIATIVA” 1 - Explicite o processo de formação dos Estados: Para abordar tal tema se faz necessário conceituar o que é o Estado, que é um tipo de pessoa jurídica reconhecida pelo Direito Internacional. Todavia, uma vez que existem outros tipos de pessoas jurídicas reconhecidas como tais, a posse da personalidade jurídica não é em si, uma característica suficiente que marque a qualidade de Estado. Sendo assim, o conceito de Estado vem evoluindo desde a antiguidade e varia do ponto de cada doutrina, de cada autor e de qual enfoque se pretende dar sobre ele, ou seja, sob o aspecto político, sociológico, constitucional, filosófico, no campo internacional, tornando, portanto, extremamente difícil estabelecer os reais contornos para o termo Estado. Vale ressaltar que, para ser considerado Estado no âmbito do Direito Internacional Público se faz necessário a existência de cinco elementos constitutivos: povo, território, governo autônomo e independente, finalidade e a capacidade para manter relações com os demais Estados. Adentrando no processo de formação dos Estados, seu nascimento e suas transformações políticas ou territoriais, sejam pacificas ou litigiosas, constituem eventos que afetam a estrutura e o funcionamento da sociedade internacional. Em matéria de formação de Estados, o Direito Internacional está, mais que tudo, preocupado com as consequências materiais do surgimento de novos Estados no cenário internacional, a exemplo de novas configurações de poder e relações políticas que possam porventura surgir. É importante salientar que, historicamente existem diversos modos de formação estatal, no entanto, as principais formas que dão esqueleto a um novo Estado, segundo a doutrina são: Fundação Direta, Emancipação, Separação ou Desmembramento e a Fusão. Na Fundação Direta, existe um tipo de estabelecimento permanente de uma população em um dado território sem dono, com instituição de governo permanente e organizado, esse tipo de formação de Estado é típico da Antiguidade Clássica e Idade Média. Já na Emancipação, tem-se como exemplo máximo o caso das colônias que independizaram-se de forma pacífica ou por meio de rebelião, sendo que ambas as formas são igualmente geradoras de novos Estados. Na formação por Separação ou Desmembramento, o surgimento de novos Estados a partir do desmembramento de um único Estado. Um clássico exemplo é o caso do desmembramento do Império Austro- Húngaro em 1918, que deu origem à Áustria, Hungria e Tchecoslováquia. Um exemplo recente é o caso do desmembramento do Sudão, em 2011, que deu origem aos estados Sudão e Sudão do Sul. E, por fim, a Fusão, que pode um novo Estado resultar da junção, fusão de dois ou mais territórios que antes não respondiam a mesma autoridade central, um exemplo desse modelo de formação é a fundação do Império da Alemanha, em 1870. Vale a pena vislumbrar que os Estados também podem ser formados em decorrência de Atos Jurídicos, quais sejam: Lei Interna, ocorre que, por meio de dispositivo interno, opta-se pelo desmembramento do Estado. Por exemplo, por meio de um plebiscito, houve a separação de Sérvia e Montenegro em dois Estados independentes e autônomos; Tratados Internacionais, ocorre quando se considera necessária a intervenção do aparato internacional na soberania interna de um país para solucionar conflitos. Um exemplo recente é a formação do Estado Livre da Irlanda, finalmente independente do domínio inglês, em 1921, após firmados tratados internacionais entre Irlanda e Inglaterra e; Decisão de Organismo Internacional, que decorre de igual necessidade de intervenção internacional dada a extensão dos conflitos. Temos a máxima do exemplo da formação do Estado de Israel. Em 1947, após a Segunda Guerra Mundial, estava instaurado um contexto de progressiva perda identitária do povo judeu, que fora privado de um território próprio e espalhado por sucessivas diásporas. Reconhecidamente, foi alvo de um marcado genocídio pelos nazistas e demonstrava necessária a reparação histórica desses danos, em verdade, irreparáveis. Assim, existia uma pressão política e social em termos de se fazer justiça e conceder o mínimo de dignidade a esse povo, motivando a declaração constitutiva do Estado de Israel. Diante do indagado acima, restou claro que o Estado é a integração de uma sociedade humana em determinado território, sob jurisdição de governo autônomo e independente. Quando surge um Estado, investido de plena soberania, surge também a necessidade de seu reconhecimento na esfera internacional para certificar-se de que está apto a atuar na sociedade internacional, com os demais Estados. Ou seja, para que um Estado faça uso de suas prerrogativas inerentes a personalidade jurídico internacional, deve antes ser admitido como tal no seio da sociedade internacional, esse processo é chamado de Reconhecimento de Estado. Já o Reconhecimento de Governo, trata-se de reconhecer novo governo de Estado já existente. Geralmente, essas mudanças que necessitam de reconhecimento internacional são fundamentais em violações ao ordenamento interno de um país, quebra de normas constitucionais em vigor. 2 – Identifique por que motivo determinadas nações não são reconhecidas: Vale ressaltar que os Estados Não Reconhecidos são aqueles territórios cujo reconhecimento internacional diplomático é nulo ou limitado, ou ainda com governo representativo estabelecido ou exilado. Como já foi indagado acima, no âmbito do Direito Internacional Público, um Estado têm reconhecida sua independência quando obedece aos seguintes critérios: Território delimitado, população permanente, um governo representativo e capacidade de estabelecer relações diplomáticas com outros estados. Porém, há casos onde estes fatores estão presentes ou são de implementação imediata, mas, por pressão política, militar e diplomática de outras nações, tais territórios ver sua ascensão à soberania completa barrada. Exemplo clássico é o do Estado Palestino, que até hoje tem sua independência frustrada principalmente pelas dificuldades impostas por Israel, com o apoio explícito dos Estados Unidos. Há muito a Autoridade Palestina possui relações com outros estados, e até mesmo assento na ONU, mas as questões com Israel, que vê na autodeterminação palestina uma ameaça à sua segurança, e em última instância à sua existência, acaba por frustrar os anseios deste povo. Por outro lado, temos entidades que possuem um reconhecimento limitadíssimo, e tem sua razão de ser no apoio de um outro país com interesse na autonomia daquele território em particular. Como por exemplo, a República Turca do Norte de Chipre (RTNC), que ocupa cerca de um terço da parte nordeste da ilha de Chipre, e é composta por uma população de etnia turca, ocorre que a RTNC não possui praticamente nenhum reconhecimento internacional, apenas o da Turquia, que é responsável por muito do comércio e relações internacionais daquele território.
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