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Avaliação de Direito Internacional I

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NOME: LUCAS GONÇALVES COSTA TURMA: 7DIAD DATA: 15/04/2020
AVALIAÇÃO DE DIREITO INTERNACIONAL I
QUESTÃO 1 - Explique o que compreende o tópico reconhecimento de Estado para o Direito Internacional citando dois autores. Cite e explique um caso concreto em que um Estado teve ou tenha problemas com o seu reconhecimento por outros Estados. (2,0)
Segundo José Francisco Rezek[footnoteRef:1] “o reconhecimento de que aqui cuidamos é o ato unilateral — nem sempre explícito — com que um Estado, no uso de sua prerrogativa soberana, faz ver que entende presentes numa entidade homóloga a soberania, a personalidade jurídica de direito internacional idêntica à sua própria, a condição de Estado”. [1: REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.] 
Acrescenta-se que trata-se de um ato formal por parte dos governos dos Estados o reconhecimento de um determinado Estado, de forma que, somente após isso, poderá fazer parte da sociedade internacional.
Nesse sentido, explica Valério de Oliveira Mazzuoli[footnoteRef:2]: [2: MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 12ª ed. Rio de Janeiro: Forense LTDA, 2018] 
“Os Estados passam a ter existência, com os seus atributos de soberania e independência, a partir do momento em que aparecem no cenário internacional, com seus quatro elementos constitutivos próprios. Mas eles somente têm o seu reconhecimento efetivado a partir do instante em que começam a participar da vida da sociedade internacional e do momento em que os demais Estados dela integrantes reconhecem a sua existência.40 Pelas regras do direito positivo, o reconhecimento do Estado é um direito deste, quando se apresenta revestido dos caracteres inerentes à sua condição de ente estatal. Em contrapartida, consiste num dever dos demais componentes da sociedade internacional reconhecer o novo Estado dotado de tais características, levando-se em consideração o princípio da coexistência pacífica e harmônica da sociedade internacional.”
Podemos citar de exemplo o caso da República Turca do Norte do Chipre, alvo de diversos conflitos entre mulçimanos e cristãos. A diversidade entre esses dois grupos étnicos e as disputas pelo poder político motivaram os mulçumanos a dividirem o território, porém, os cristãos não concordaram, o que gerou o conflito na região.
O país autoproclamou-se como um Estado na década de 70. Contudo, é reconhecida somente pela Turquia. Além disso, a ONU declarou o Chipre uma nação bicomunitária e birregional, mantendo até tropas dentro do país.
QUESTÃO 2 - O que é e quais são as modalidades de sucessão de Estados? Explique cada uma delas citando dois autores. Cite e explique um caso concreto em que uma destas modalidades tenha acontecido, esclarecendo de qual modalidade se trata e quais os seus principais efeitos jurídicos. (2,0)
De acordo com Valério de Oliveira Mazzuoli, a sucessão de Estados se dá “quando um Estado (chamado de predecessor ou sucedido) é definitivamente substituído por outro (chamado de sucessor) no que tange ao domínio de seu território e às responsabilidades pelas suas relações internacionais. Os Estados podem anexar-se a outros de maneira forçada (ficando um deles totalmente absorvido) ou voluntária (quando a união tem por finalidade o nascimento de um novo Estado), podendo ainda ceder parcela do seu território para outro Estado ou desmembrar-se em vários outros Estados”. (MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 12ª ed. Rio de Janeiro: Forense LTDA, 2018).
Desta forma, nota-se que a sucessão nada mais é do que a substituição de um Estado por outro, passando-se a responsabilidade do território e de suas relações para o novo Estado.
Insta consignar que a partir do momento que o novo Estado surge por meio da sucessão, tendo o reconhecimento no meio internacional, este adquire sua personalidade jurídica internacional e o status de sujeito de direito internacional.
Nesse contexto, várias são as formas pelas quais a sucessão de Estados pode vir a acontecer, como bem explica Sidney Guerra[footnoteRef:3]: [3: GUERRA, Sidney. Curso de Direito Internacional Público. 12ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.] 
“O instituto relativo à sucessão de Estados aplica-se em várias circunstâncias, tais como: absorção total ou parcial de um território de um Estado em proveito de outro; descolonização; fragmentação do território de um Estado e o consequente surgimento de novos Estados; desmantelamento de impérios; fusões etc.
Pelas situações descritas, pode-se observar que em determinados momentos os Estados deixam de existir e, em outros, os Estados poderão perder apenas parte de seu território.
Assim, no primeiro caso, isto é, quando ocorre a extinção de Estados, diz-se que houve uma sucessão universal, enquanto no segundo caso, em que o Estado perde uma parte de seu território em proveito de outro Estado, ocorre a sucessão parcial.”
As modalidades de Sucessão de Estados são: fusão ou agregação, desmembramento e transferência territorial. A fusão ou agregação se dá quando dois ou mais Estados se unem em um só para formar um novo Estado. O desmembramento é o inverso da fusão, na medida em que um Estado se divide em dois ou mais, cada um com sua própria soberania. Já a transferência territorial é a situação que, nas palavras de Francisco Rezek[footnoteRef:4], “nenhuma soberania surge ou desaparece”. Isto porque é apenas uma parte do território de um Estado que passa a ser controlada pela soberania do outro, sem a criação ou extinção de nenhum dos Estados soberanos iniciais. [4: REZEK, Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.] 
Um exemplo próximo que temos foi a transferência territorial do Acre em 1903, pelo qual, por meio de operação complexa, o território foi passado da Bolívia para o Brasil.
Ponto importante a se citar são as consequências jurídicas da sucessão de Estados. O ponto principal é acerca das normas a que este novo Estado estará sujeito.
Quanto à nacionalidade, o mais comum é que as pessoas adquiram automaticamente a nacionalidade do novo Estado, contudo, também é usual que se dê a opção de escolha para as pessoas que se encontram no novo Estado.
Quanto aos bens públicos, há um domínio eminente do novo Estado, não só nas áreas públicas, mas também nas privadas, fazendo valer sua soberania por toda a extensão do Estado.
Do ponto de vista dos tratados e dívidas externas, há diferenças entre suas modalidades. Tratando de agregação, o Estado resultando é responsável por todas as obrigações de seus integrantes. No caso de desmembramento e transferência territorial, o que predomina é a repartição das obrigações entre os Estados envolvidos.
QUESTÃO 3 - Em relação a Organização das Nações Unidas e a sua estrutura. Disserte sobre a formação do Conselho de Segurança da ONU, seus membros atuais, explicando quais são as suas principais críticas. Na sequência, explique um caso analisado pelo Conselho de Segurança na ONU mencionando o problema e o resultado proposto pelo Conselho. (2,0)
O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 países, sendo 5 destes membros permanentes, com poder de veto nas decisões. Os outros 10 membros são rotativos, sendo eleitos a cada 2 anos para integrar o Conselho.
O Conselho de Segurança (CSNU) é o centro decisório do órgão, principalmente em temas como a manutenção da paz, da segurança e da estabilidade internacional.
Atualmente, são membros rotativos: Bélgica (2020), Costa do Marfim (2019), República Dominicana (2020), Guiné Equatorial (2019), Alemanha (2020), Indonésia (2020), Kuwait (2019), Peru (2019), Polônia (2019) e África do Sul (2020). Os membros permanentes são Estados Unidos, Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, China, Rússia e França.
A principal crítica que paira sobre o Conselho de Segurança da ONU é sobre o poder de veto dos Estados permanentes, sobretudo devido ao grande número de utilizações desse direito por parte dos membros permanentes, principalmenteos Estados Unidos da América.
Os membros permanentes muitas vezes utilizam do poder de veto para defender seus interesses comerciais, moldando as decisões de acordo com necessidades próprias.
Segundo artigo do portal Âmbito Jurídico[footnoteRef:5], em caso recente envolvendo a Rússia, mais especificamente o da província sérvia do Kosovo, foi recomendado ao Conselho de Segurança (por um representante enviado a região) a independência da região como única solução viável, visto que a maioria da população (cerca de 90%) é albanesa e a manutenção do país como uma província da Sérvia só iria prolongar conflitos intermináveis na região. [5: CARLOS EDUARDO SILVEIRA.  O uso abusivo do poder de veto pelos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Âmbito Jurídico, 2007. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-46/o-uso-abusivo-do-poder-de-veto-pelos-membros-permanentes-do-conselho-de-seguranca-das-nacoes-unidas/>.] 
Contudo, mesmo com apoio e voto da maioria dos membros, o projeto foi rejeitado, com veto da Rússia, sob o argumento que esse tipo de decisão iria encorajar movimentos separatistas no mundo inteiro.
Abro um parêntese aqui para esclarecer a situação do país de Kosovo, que em 2008 conseguiu sua independência, sendo reconhecida pelos EUA e vários outros membros da União Europeia, porém, como esperado, Sérvia e Rússia não reconheceram o novo país.
Outra crítica pesada sobre o Conselho de Segurança é que seus membros permanentes fazem parte do grupo de maiores exportadores de armas do mundo, de forma que a mesma instituição que tem como principal função zelar pela paz e segurança, ajuda a municiar muitos dos conflitos dos quais deveriam ajudar a extinguir.
Referências
Conselho de Segurança não é confiável para viabilizar paz no mundo. Carta Capital, 2012. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/mundo/conselho-de-seguranca-nao-e-confiavel-para-viabilizar-paz-no-mundo/>. Acesso em: 14 de abr. de 2020.
HUGO LÁZARO MARQUES MARTINS. O conselho de segurança das nações unidas e a sua contribuição para manutenção da segurança internacional: uma breve reflexão sobre sua estrutura organizacional e atuação na manutenção da paz. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=9084df79b057a0c7>. Acesso em: 14 de abr. de 2020.
QUESTÃO 4 - Considerando a pandemia COVID-19. Qual o papel da ONU e da OMC, bem como qual a sua legitimidade jurídica para propor determinações para o Brasil? Quais estão sendo as principais medidas tomadas por estas organizações em relação ao COVID-19? Relacione sua resposta com a importância do tema para o DIP. (2,0)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos sistemas da Organização das Nações Unidas, vem desempenhando não só um papel importante no combate a pandemia, mas também, como visto por muitos, controverso.
É certo que a Organização é de suma importância em um momento de tamanha calamidade no sistema de saúde global, seja para a realização de pesquisas e ponderação de medidas que ajudem a achatar a curva de crescimento do vírus dentro dos mais variados países que vem sofrendo em meio ao crescimento desgovernado no número de casos todos os dias, seja para levar informações adequadas aos diversos governos e instituições que vem trabalhando no combate à pandemia.
Entretanto, muito tem se questionado sobre a OMS nos últimos dias, tendo em vista que a Organização errou em muitos de seus pronunciamentos às lideranças globais sobre o Coronavírus, na medida em que, ao início da epidemia disse que tal vírus não seria um problema e que não se tratava de algo com que devessem se preocupar muito. Mais tarde, com o avanço do número de infectados, mudou seu discurso, propondo recomendações de segurança, contudo recomendou o não fechamento das fronteiras entre os países e o livre comércio. Certo tempo depois, após novo e agressivo avanço da doença, mudou novamente seu discurso, desta vez para reconhecer a gravidade da situação em que a saúde global estava enfrentando.
É certo, que em meio a todos esses problemas, a OMS tem sido alvo de várias críticas e desapontamentos. Determinados países simplesmente não seguem as recomendações da Organização, pois, como convém destacar, ela não tem poder para impor medidas aos países. Tem a função apenas de recomendar e coordenar ações em nível global e compartilhar informações. Além disso, promove assessoramento e assistência em saúde pública e estimula a pesquisa e a circulação de informações de interesse coletivo.
Entretanto, existem interpretações possíveis. Uma delas consiste em afirmar que as violações ao Regulamento Sanitário Internacional (RSI) representam violações à Constituição da OMS, devendo ser levado os casos de violação à Corte Internacional de Justiça.
Tudo isso, leva a rediscussão de matérias de Direito Internacional Público, tendo um papel importantíssimo para a construção de novas interpretações e teses sobre as matérias pertinentes, sobretudo acerca da soberania dos países e os limites de intervenção dos órgãos globais de controle.
Acerca das medidas que a OMS vem tomando no combate ao Coronavírus, a principal é a recomendação de isolamento social aos países.
Nesta última segunda-feira, a organização listou 6 critérios que os países devem observar antes de suspender o isolamento, são eles[footnoteRef:6]: [6: OMS reforça lista de critérios que países devem analisar antes de suspender isolamento contra Covid-19. G1, 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/04/13/oms-anuncia-criterios-para-paises-considerando-acabar-com-isolamento.ghtml>. Acesso em: 14 de abr. de 2020.] 
1. a transmissão da Covid-19 deve estar controlada;
2. o sistema de saúde deve ser capaz de detectar, testar, isolar e tratar todos os casos, além de traçar todos os contatos;
3. os riscos de surtos devem estar minimizados em condições especiais, como instalações de saúde e casas de repouso;
4. medidas preventivas devem ser adotadas em locais de trabalho, escolas e outros lugares aonde seja essencial as pessoas irem;
5. os riscos de importação devem ser administrados;
6. as comunidades devem estar completamente educadas, engajadas e empoderadas para se ajustarem à nova norma.
Sem tais requisitos, o que se recomenda é a manutenção do isolamento social, contendo assim a aglomeração de pessoas e o espalhamento do vírus.
Além desta e outras recomendações, a OMS vem aliando esforços com diversos países para o desenvolvimento de uma vacina.
Ademais, um Plano Estratégico de Preparação e Resposta foi enviado aos países, afim não só de auxiliar com informações precisas, mas também de descontruir certos mitos e dúvidas sobre a doença.
Ainda pode ser listado o auxílio no transporte de suprimentos aos profissionais de saúde, bem como o treinamento e especialização deles para o combate à COVID-19.
Por fim, evidencia-se que não só a OMS, mas também a ONU tem um papel muito importante na construção e manutenção do Direito Internacional Público. Conforme o preâmbulo da Carta da Nações Unidas, tem como objetivo “estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos”.
Assim, é possível perceber que a ONU se presta a ser uma mantenedora de vários tipos de direitos, esses que estão envoltos pelo Direito Internacional, buscando sempre maneiras de resolver conflitos e regular os bens comuns globais, como o meio ambiente, o desenvolvimento sustentável, as águas internacionais, o espaço sideral, as comunicações e o comércio mundial.
Referências
PAULA WOJCIKIEWICZ ALMEIDA. O Direito Internacional frente à pandemia Covid 19. Jota, 2020. Disponível em: <https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/o-direito-internacional-frente-a-pandemia-covid-19-09042020>. Acesso em: 14 de abr. de 2020.
5 razões pelas quais o mundo precisa da OMS para combater a pandemia da COVID-19. Nações Unidas Brasil, 2020. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/5-razoes-pelas-quais-o-mundo-precisa-da-oms-para-combater-a-pandemia-da-covid-19/>.Acesso em: 14 de abr. de 2020.
Conheça a ONU. Nações Unidas Brasil, 2020. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/conheca/>. Acesso em: 14 de abr. de 2020.
A Carta da Nações Unidas. Nações Unidas Brasil, 2020. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/carta/>. Acesso em: 14 de abr. de 2020.

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