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João Arthur – Medicina – T4A Bronquiectasia pulmonar Bronquiectasias são dilatações nos brônquios, que ocorrem de maneira irreversível e geralmente estão associadas a um espessamento das paredes brônquicas. Anatomia respiratória O ar entrará por nariz e boca, seguindo pela faringe e laringe. A direção que o ar tomará será regulada pela epiglote presente na laringe. O caminho para os pulmões seguirá então pela traqueia, onde haverá uma bifurcação (carina) em grandes brônquios, o direito e o esquerdo. Serão esses brônquios os responsáveis por levar o ar aos nossos pulmões. Para que ocorra uma oxigenação efetiva, os brônquios se ramificam em áreas cada vez mais estreitas, sendo os bronquíolos. A sustentação dos bronquíolos, diferentemente das vias aéreas maiores, será feita por tecido pulmonar. Etiologia As bronquiectasias podem ser divididas em: congênitas, adquiridas e idiopáticas. Congênita: fibrose cística, deficiência de alfa-1 antitripsina, dicinesia ciliar primária, Síndrome de Young, defeitos anatômicos da árvore brônquica e sequestro pulmonar. Adquirida: pós-infecciosas, DPOC, imunodeficiências secundárias, doenças sistêmicas, pneumonite inflamatória e processos obstrutivos. Idiopática: sem causa determinada, cerca de 50% dos casos de bronquiectasias recebem esse diagnóstico. Seja de causa congênita ou causa adquirida, a fisiopatologia da doença se dá por uma agressão frequente das vias aéreas. Com a agressão (por agentes infecciosos por exemplo), as vias aéreas tornam-se edemaciadas e ricas em células inflamatórias, principalmente neutrófilos e linfócitos T. Como consequência, há também obstrução por secreção purulenta. A inflamação e obstrução por um longo prazo lesa o tecido brônquico e pode ocasionar a substituição de um tecido com bom tônus e maleabilidade em tecido fibrótico acelular. A formação desse tecido fibrótico “endurecido” provoca uma distorção da arquitetura alveolar e dilatação permanente, característica da bronquiectasia. A deformação da árvore brônquica propiciará maior obstrução e retenção de secreção, aumentando o processo infeccioso. Trata-se de um ciclo que envolve infecção transmural, inflamação e liberação de mediadores inflamatórios. RESUMO FISIOPATOLOGIA - Sua fisiopatologia envolve um ciclo de infeção transmural, inflamação e liberação de mediadores inflamatórios e, posteriormente, deformação da árvore brônquica por susbtituição do tecido pulmonar por tecido fibrótico acelular. Diagnóstico Envolve mais de um processo e os sintomas variam de acordo com a doença base e a apresentação de sinais clínicos. Clinicamente podemos classificar a doença como indolente, supurativa ou com hemoptise. A doença indolente é aquela em que o paciente por vezes é assintomático, ou possui apenas uma tosse leve, mas radiologicamente apresenta dilatações brônquicas. A doença supurativa apresentará tosse e expectoração crônicas. A característica da supuração pode ser desde mucóide até purulenta. Episódios de exacerbação aumentam o volume e a purulência das expectorações, além disso, pode haver sinais de comprometimento sistêmico, como febre e perda de peso. A doença com hemoptise é menos comum e se apresenta com hemoptises em pequeno volume, normalmente nos períodos de exacerbação da doença. Pode apresentar também, dispneia e sibilância em pacientes com doença extensa e função pulmonar reduzida. Exame físico: crepitos, roncos ou sibilos, devido ao estreitamento da passagem de ar, seja pelo muco ou fibrose. O baqueteamento digital é um achado variável e está ligado a origem da bronquiectasia e a gravidade do paciente. Exames de imagem: tomografia computadorizada (TC) podemos classificar as bronquiectasias em focais – quando envolve um segmento ou lobo pulmonar (bloqueio do lúmen, podendo ser presença de massa tumoral ou corpo estranho), ou bronquiectasias difusas – quando envolvem porções em ambos os pulmões (doenças sistêmicas) . Tratamento Avaliação do quadro clínico – volume de expectoração, frequência de exacerbações e função pulmonar – que serão os marcadores de atividade da doença. Antibioticoterapia para tratamento e profilaxia, uso de corticoesteróides inalatórios, mucolíticos, fisioterapia respiratória com pressão positiva até ressecção cirúrgica dos segmentos mais acometidos. Corticoesteróides sistêmicos são indicados para bronquiectasia causada por aspergilose broncopulmonar alérgica, por exemplo.
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