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Quem não se comunica, se trumbica! O processo de comunicação Funções da linguagem

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Quem não se comunica, se trumbica! – O
processo de comunicação – Funções da
linguagem
Comunicação Empresarial
1. Introdução
Você deve estar se perguntando o porquê de se estudar “Comunicação Empresarial” se a sua
escolha profissional não passa por essa área...
Pois bem, vamos começar essa disciplina dizendo que, independente do que escolheu cursar aqui
na Universidade Vila Velha, você, assim como qualquer outro estudante de qualquer outra área,
deverá se tornar um especialista em comunicação para obter sucesso profissional!
É claro que não estamos aqui falando das técnicas específicas de áreas profissionais da
comunicação – como devem estudar os jornalistas, publicitários, relações públicas ou aqueles que
venham a trabalhar nos veículos de imprensa – mas sim das habilidades comunicacionais que
devem ser desenvolvidas para que você possa se apresentar melhor, ser mais bem compreendido,
obter melhores feedbacks e conseguir expressar melhor a sua competência profissional em
qualquer área.
A comunicação empresarial de que trata essa disciplina é aquela que acontece dentro das empresas,
sejam elas micro, pequenas, médias, grandes, com perfil familiar, de capital aberto ou “mega”
corporações internacionais. Aquela comunicação que se registra na informalidade ou formalidade,
no que e como você vai dizer, escrever e apresentar aos seus colegas e gestores suas ideias e seu
trabalho.
Para ter uma noção global da proposta desta disciplina, aproveitamos esse que é o primeiro de 10
tópicos para também apresentar os objetivos gerais que vão se transformar nos conteúdos que lhe
serão apresentados até nosso último encontro. Acreditamos que, ao ter a visão geral do que o
aguarda, você possa conectar melhor as informações e aproveitar de modo mais significativo o seu
aprendizado.
Não esqueça de analisar também o plano de disciplina. Lá poderá conhecer a programação de cada
tópico e procurar as referências bibliográficas que vão ajudá-lo a aprofundar os assuntos que julgar
mais relevantes para a sua necessidade e realidade. Sugerimos, sempre que possível, que você
amplie suas leituras para além do conteúdo trazido nesse tópico.
Então, vamos começar?
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Propiciar a compreensão dos conceitos de comunicação e das tendências e desafios da
comunicação empresarial como ferramenta estratégica de gestão de modo a garantir que o aluno
domine os conteúdos da área; capacitar para a compreensão e elaboração de comunicação (oral e
escrita) no âmbito das organizações, permitindo que o aluno tenha mais condições de expressar-se
adequada e criativamente, de acordo com as necessidades de cada situação e com postura crítica,
analítica e reflexiva; apresentar e propiciar a elaboração dos mais usuais documentos de
comunicação administrativa.
2. Quem não se comunica, se trumbica
O dia 26 de setembro de 1960 entrou para a história nos Estados Unidos por ter sido a primeira vez
em que dois candidatos ao cargo máximo da nação se enfrentavam em um debate transmitido, além
do rádio, também por um canal televisivo: a emissora CBS, de Chicago.
De um lado estava um jovem bronzeado e sorridente: o senador democrata John F. Kennedy. Seu
opositor era o então vice-presidente do país, Richard Nixon, um político republicano que
acumulava larga experiência e boas ideias.
Antes do debate começar, todos apostavam que Nixon se sairia melhor do que Kennedy e teria mais
chances de ser eleito, afinal, conhecia melhor os problemas do país e estava mais bem-preparado
para ocupar o cargo. No entanto, o que se viu ao longo das quase duas horas em que estiveram face
a face, foi a supremacia de Kennedy – pelo menos no ponto-de-vista dos que acompanharam o
debate pela televisão (NETO, 2012).
Isso porque uma pesquisa realizada após o confronto mostrou que esses eleitores avaliaram a
atuação de Kennedy como superior à atuação de Nixon e declaram que, em sua opinião, ele seria o
novo presidente dos Estados Unidos. No entanto, um dado curioso chamou a atenção dos analistas
da pesquisa: a avaliação se invertia entre aqueles que apenas ouviram o debate pelo rádio. Para
esses, Nixon se saiu melhor e venceria a eleição.
A explicação para tanta divergência veio logo: os telespectadores avaliaram a participação dos dois
candidatos com base naquilo que viram. Kennedy demonstrava mais simpatia, segurança, estava
bronzeado, bonito, sorria mais e se expressava melhor. Nixon, por outro lado, estava
aparentemente cansado, suado, sisudo, com aparência doente (ele tinha saído há pouco do
hospital) e não tinha qualquer intimidade com as câmeras. Além disso, seu terno acinzentado não
fazia muito contraste com o fundo do cenário e ele parecia uma grande mancha pálida e
inexpressiva.
Ficou claro que os eleitores que assistiram ao debate pela televisão formaram sua opinião por um
conjunto de fatores – linguagem corporal, expressão facial, elementos paralinguísticos e conteúdo
da fala – enquanto os que ouviram pelo rádio concentraram seu foco de atenção essencialmente na
conversa entre os dois. E você pode imaginar a diferença que isso fez na avaliação de cada
candidato!
No fim das contas, Kennedy foi realmente o vencedor do pleito. Não queremos aqui dizer que o
motivo da vitória foi a melhor atuação dele nos debates televisionados, mas vamos combinar que
isso exerceu algum impacto! Afinal de contas, quase 88% dos lares americanos tinham televisão e,
aproximadamente, 74 milhões de pessoas formaram sua opinião a partir daquilo que viram mais do
que daquilo que ouviram.
John F. Kennedy e Richard Nixon.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/01/aula_comemp_top1_img01-768x535.jpg
Se pensarmos bem, foi essa a diferença. Tanto quem acompanhou o debate pelo rádio quanto os
que estavam sintonizados na TV ouviram as mesmas informações vindas dos dois candidatos, mas
os telespectadores também contaram com elementos visuais, especialmente representados pela
movimentação do corpo, pelos gestos, pela expressão fisionômica, pelos sorrisos ou pelas rugas na
testa. Então, é inegável que esse conjunto de fatores foi mais significativo na avaliação do eleitor do
que apenas as ideias expressas verbalmente.
O caso Kennedy/Nixon é uma boa ilustração para a regra 7-38-55, desenvolvida por Albert
Mehrabian, professor da University of California, e seus parceiros de pesquisa. O estudo pretendia
analisar o poder das palavras em comparação com os elementos da linguagem corporal – incluindo
expressões faciais – e tom de voz. Os resultados do experimento foram publicados em 1967 em dois
importantes periódicos científicos: o Journal of Personality and Social Psychology e o Journal of
Consulting Psychology.
Em resumo, os pesquisadores concluíram que o peso relativo ou importância atribuída a cada
habilidade comunicacional funciona na seguinte ordem: as pessoas conseguem transmitir
informação 7% a partir do conteúdo de suas palavras; 38% de sua tonalidade de voz e da forma
como falam (incluindo ritmo, vibração, entonação, etc.) e; 55% a partir de sua linguagem corporal,
traduzida em gestos, movimentação, expressão fisionômica, entre outros. Observe, tudo comunica!
Não adianta dizer algo com palavras se seu conjunto comunicativo (ou seja, você por inteiro) não
está alinhado à mesma mensagem.
A partir desses dados podemos dizer que: não basta apenas saber, ser competente e ter boas ideias;
é preciso saber mostrar que sabe! Pessoas extremamente competentes, mas que não conseguem
transmitir isso aos demais ficam em desvantagem frente àqueles que nem estão bem preparados,
mas possuem bom domínio de técnicas de comunicação pessoal e boa expressão. Isso significa que
o profissional mais bem-sucedido será aquele que conseguir expressar a melhor harmonia entre o
que diz e a forma como se comunica.
A boa notícia é que tudo isso se aprende. Aliás, entendeu agora por que introduzimos esse tópico
dizendo que você precisa se tornar um especialista em comunicação para ter sucesso profissional?
Não temos dúvidas quanto ao seu preparo,conhecimento, boa formação e inteligência. O que
queremos, nesta disciplina, é potencializar você para mostrar isso ao mundo, seja no contexto da
expressão verbal ou no domínio da escrita.
Por fim, gostaríamos de relembrar uma personalidade que foi, sem dúvida, um dos maiores
comunicadores que nosso país já viu: José Aberlado Barbosa de Medeiros, o Chacrinha.
Apresentador de programas de auditório por mais de 30 anos, foi responsável por lançar artistas
como Roberto Carlos e Raul Seixas ao grande público. Chamava atenção por suas roupas
espalhafatosas, jeito único de interagir com o público (acredita que ele jogava bacalhau para a
plateia?), humor debochado, buzina na mão para desclassificar os candidatos que não cantassem
bem e também por ter sido criador de alguns bordões de enorme sucesso e repercussão popular.
Um deles dizia: “quem não se comunica, se trumbica”. O verbo trumbicar – se você não
conhece – significa “se dar mal”. Está vendo como Chacrinha sabia das coisas?
Abelardo Barbosa, o nosso Chacrinha.
3. O processo de comunicação
Muito provavelmente, durante muitos momentos da sua vida acadêmica, você já ouviu falar sobre
os processos de comunicação. Também deve estar familiarizado com expressões como emissor,
receptor, fonte, mensagem ou canal. Isso porque esses temas estão na base dos estudos sobre
comunicação e foram divulgados na década de 1960 por um famoso teórico da área, Roman
Jakobson.
O curioso é saber que, embora tenha popularizado um modelo comunicacional importante até os
nossos dias, Roman Jakobson não é o autor original da ideia (GUIMARÃES, 2012). Também é
curioso saber que o mais conhecido modelo para explicar a comunicação humana tenha vindo da
matemática.
Sim, você não leu errado! A base do processo de comunicação foi esquematizada pelo engenheiro
elétrico Claude Shannon, que publicou no ano de 1948 o artigo “A mathematical theory of
comunication” (Uma teoria matemática da comunicação) como resultado do seu trabalho nos
laboratórios de uma grande companhia norte-americana de telecomunicações. O pesquisador
queria entender como tornar mais eficientes as transmissões telegráficas e telefônicas da época,
diminuindo ruídos e interferências que atrapalhavam a compreensão da mensagem entre dois
aparelhos. Além do artigo, Shannon também registrou suas ideias em um livro publicado no ano
seguinte, com o mesmo título.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/01/aula_comemp_top1_img02-768x571.jpg
Pois bem, Jakobson, que era linguista russo e professor da Universidade de Harvard, teve contato
com a obra e considerou que as ideias ali apresentadas também se aplicavam ao contexto da
comunicação humana. Assim, a partir de então, incorporou esse modelo ao seu trabalho e deu
ampla visibilidade ao processo comunicativo representado por seis elementos essenciais:
Vejamos um exemplo prático de como esse processo acontece na vida real. Suponhamos que você
queira convidar alguns colegas para estudar na biblioteca no próximo sábado, visto que a semana
de provas está chegando. Para agilizar, envia uma mensagem ao grupo, através de um aplicativo
instalado em seu celular. Rapidamente, todos respondem, aceitando o convite e ainda propondo
que almocem juntos ao final do estudo.
Essa cena ou similar já deve ter acontecido em sua vida muitas vezes e, apesar de simples, permite
que observemos todos os elementos do processo de comunicação. Vamos retomar ao quadro
anterior, adaptando as informações a essa situação hipotética.
Emissor, emitente ou fonte: quem inicia a comunicação, quem deseja transmitir algo a alguém;
Receptor ou destinatário: a quem a comunicação se direciona;
Mensagem: conjunto de informações que serão transmitidas;
Canal ou mídia: meio físico ou digital através do qual a mensagem é transmitida. Pode ser oral,
visual, escrito ou corporal;
Código ou codificação: transformação pela qual passa a ideia, que deixa de ser algo abstrato e se
transforma em um conjunto de símbolos;
Referente ou contexto: tudo aquilo a que se refere a mensagem, seu ambiente.
Emissor, emitente ou fonte: foi você, que tomou a iniciativa de procurar seus colegas e propor o
encontro;
Receptor ou destinatário: seus colegas de turma, mostrando que, em algumas vezes, a
comunicação pode se dar de uma pessoa para várias pessoas;
Mensagem: o convite para estudarem juntos, indicando a hora e o lugar;
Canal ou mídia: o celular, através de um aplicativo que permite conversa instantânea;
Código ou codificação: a forma como você escolheu as palavras e construiu o argumento para o
convite;
Referente ou contexto: a semana de provas está chegando e é melhor estudar em grupo!
Como você pode perceber, estamos o tempo inteiro mergulhados no processo de comunicação.
Praticamente, tudo o que fazemos em nossa vida de relação envolve esses elementos e a dinâmica
estabelecida entre eles.
Comentando sobre o modelo de Shannon, Limeira (2016) chama a atenção para o dinamismo do
processo, na medida em que emissores e receptores trocam mensagens por meio de canais de
comunicação de modo interativo. Lembre-se: no exemplo exposto há pouco, não foi apenas você
que expressou uma ideia. Seus colegas responderam e vocês interagiram a partir de tais repostas.
Além disso, faz-se importante lembrar que a mensagem transmitida é que efetiva o processo, ou
seja, ela é a razão, o motivo pelo qual as pessoas investem tempo e energia para se comunicar com
alguém. Em nossa historinha, a comunicação se estabeleceu porque existia um motivo, uma razão
para o encontro – a prova – e foi isso que constituiu a mensagem. “Comunicação é um ato de
comunicação de ideias e o estabelecimento de um diálogo. Não é simplesmente uma transmissão de
informações” (KUNSCH, 2003).
Na visão de Souza (2006), outros dois elementos precisam ser considerados quando pensamos na
comunicação: ruído e feedback. Muito embora não sejam eles essenciais para que o processo
ocorra, negligenciá-los pode comprometer o esforço empregado e colocar tudo a perder.
Ruído representa aquilo que pode interferir na comunicação, aquele fator estranho que tem a
possibilidade de comprometer a transmissão e o entendimento da mensagem.
As causas do ruído são diversas e entre elas podemos destacar:
Comunicação interpessoal no dia-a-dia
Por que será?
 Pode parecer estranho chamar de “ruído” os problemas de comunicação, mas lembre-se que o
modelo que estamos estudando nasceu das observações de um engenheiro elétrico, que procurava
melhorar a interconexão entre dois aparelhos. De fato, os problemas e as interferências, que
aconteciam entre eles, geravam um barulho incômodo, um ruído, e isso levou Shannon a adotar
essa expressão para designar tais problemas.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/01/aula_comemp_top1_img03-768x308.jpg
A fonte pode não conseguir transformar adequadamente a ideia abstrata que lhe ocorre em um
conjunto de símbolos capazes de serem interpretados e entendidos pelo receptor;
O receptor pode não conseguir interpretar ou entender adequadamente o conjunto de símbolos
que lhe foram transmitidos pela fonte;
Fontes e/ou receptores podem estar expostos a causas internas ou externas (como mal-estar
físico e psicológico ou restrições cognitivas) que comprometem o envolvimento deles no
processo;
A mensagem pode ser transmitida pelo canal errado e nunca chegar ao receptor correto. Além
disso, o canal pode depender de recursos externos, como energia elétrica, por exemplo;
O contexto pode ser afetado por fatores ambientais, como barulho, escuridão, temperaturas
extremas e insegurança;
O feedback pode ser tão demorado ou distorcido que se torna inútil ao emissor.
Falando em feedback, podemos caracterizá-lo como a resposta do receptor à mensagem que lhe foi
dirigida e possibilita avaliar a compreensão ou engajamento gerados a partir dela. Com o feedback
também é possível reforçar, mudar ou modificar a mensagem para se certificar de que ela seja
entendida da maneira pretendida pelo emissor.
Considerando o contextoda comunicação empresarial, Terciotti e Macarenco (2013) destacam que
o feedback também pode ser um instrumento formal ou informal de avaliação, que serve para
ajudar empresas e colaboradores a melhorarem suas atuações. É através dele que as organizações
conseguem identificar erros, ajustar práticas e aprender com suas próprias experiências. Segundo
Terciotti e Macarenco (2013, p. 6), os principais propósitos do feedback são: orientação do foco de
pessoas; incentivo ou reforço de um bom desempenho; incentivo à busca do desenvolvimento
profissional; incentivo à mudança de comportamento adequado; busca continuada da eficácia.
Para concluir este item, observe que a figura a seguir ilustra a relação entre os elementos que
participam de um processo de comunicação e sintetiza os conceitos até aqui apresentados.
Note que a relação entre emissor e receptor é direta, mas mediada por sistemas de codificação e
decodificação da mensagem. Assim, a comunicação só se efetivará se o receptor compreender
adequadamente os sinais que lhe forem dirigidos pelo emissor, sem ruídos. Costuma-se dizer que
comunicação não é o que você diz, mas o que as outras pessoas entendem. Portanto, o comunicador
bem-sucedido é aquele que se esforça por estabelecer uma linguagem clara, direta e em sintonia
com seu público. Para isso, é fundamental conhecer o papel da linguagem e os tipos que
representam em nossa vida. É o que você vai descobrir no próximo item. Vamos em frente!
Processo de Comunicação.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/01/aula_comemp_top1_img04-768x282.jpg
4. Funções da linguagem
Desde as mais remotas eras, as pessoas vêm usando a linguagem como diferencial competitivo. Os
humanoides primitivos que melhor conseguiam expressar aos demais membros de sua tribo a
localização de um alimento ou um alerta de perigo, por exemplo, é que tinham maior chance de
garantir e postergar a própria sobrevivência. Essa habilidade foi se aprimorando ao longo do
tempo, de modo que foram se sofisticando os sistemas de linguagem. As expressões
comunicacionais que antes se limitavam a urros, gestos ou simples desenhos rupestres ganharam
uma plataforma praticamente ilimitada de expressão, registro e memória na escrita.
Pode parecer obvio, pensando assim, concluir que a principal função da linguagem humana é
transmitir informações. Porém, os linguistas vão mais longe ao refletirem sobre usos mais
subjetivos de expressão pessoal, como quando alguém fala sozinho, faz poesia, conversa sobre
amenidades, confidencia-se a outro ou investe na criação de uma obra de ficção. Como afirma
Guimarães (2012), “Em cada ato comunicacional, a ênfase recai sobre um dos elementos e,
consequentemente, a função relacionada a ele prevalece sobre as outras”.
Tentando entender as funções que a linguagem desempenha em nossa vida, Jakobson,
aproveitando o modelo comunicativo que ele próprio popularizou a partir das ideias de Shannon,
criou desdobramentos em torno de cada um dos seis elementos já descritos no item anterior e os
apresentou em um ensaio chamado “Linguística e Poética”. Nesta obra, estabeleceu uma proposta
teórica que apresenta seis funções para a linguagem humana, cada uma associada a um dos
elementos do processo de comunicação.
O quadro abaixo mostra a relação estabelecida por Jakobson entre as funções da linguagem e os
elementos da comunicação. Vale destacar que, embora uma função possa predominar em dada
situação, vários tipos de linguagem podem ser reconhecidos em um mesmo texto. 
FUNÇÃO DA LINGUAGEM ELEMENTO DA COMUNICAÇÃO
Referencial Contexto
A evolução na comunicação humana.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/01/aula_comemp_top1_img05-768x384.jpg
FUNÇÃO DA LINGUAGEM ELEMENTO DA COMUNICAÇÃO
Emotiva Emissor
Poética Mensagem
Conativa Receptor
Fática Canal
Metalinguística Código
A FUNÇÃO REFERENCIAL também é chamada de denotativa ou informativa e, como é fácil
deduzir por essa segunda expressão, tem como função informar, notificar, indicar ou anunciar algo
a alguém. Focada no contexto, normalmente, utiliza linguagem impessoal e direta, é escrita em
terceira pessoa e pode ser encontrada em textos científicos, jornalísticos, nas leis e sentenças
jurídicas, em documentos, nos materiais didáticos, nas bulas de remédio e até nas informações
trocadas rapidamente por transeuntes no meio da rua. Assim, por ser muito utilizada
cotidianamente em situações da vida, é a função mais comum entre as seis propostas por Jakobson.
Provavelmente, será a linguagem que você vai utilizar na maior parte dos seus trabalhos
acadêmicos.
Exemplo em material didático:
‘Tiradentes’ era o apelido atribuído a Joaquim José da Silva Xavier, que ficou famoso por ser
um dos líderes da Inconfidência Mineira e por ter sido o único, entre os inconfidentes, a
receber a pena capital, isto é, a pena de morte, pela forca. Nascido em 12 de novembro de 1746,
na então Capitania de Minas Gerais, durante o Brasil Colonial, Joaquim José desempenhou
várias profissões. Entre elas, estava a de dentista amador, por isso foi apelidado
como Tiradentes” 
Exemplo em publicação científica:
“Os neurônios espelho foram descobertos por Rizzolatti e colaboradores na área pré-motora de
macacos Rhesus na década de 90. Estes pesquisadores demonstraram que alguns neurônios da
área F5, localizada no lobo frontal, que eram ativados quando o animal realizava um
movimento com uma finalidade específica (tipo apanhar uma uva passa com os dedos)
também eram ativados quando o animal observava um outro indivíduo (macaco ou ser
humano) realizando a mesma tarefa”
Guimarães (2012) chama atenção para o fato que nem sempre as pessoas querem simplesmente dar
uma informação. Por vezes, o emissor quer fazer exatamente o inverso: mergulhar em seu mundo
íntimo, focando sua própria subjetividade, opinião, crença, emoção ou sentimentos e expressar isso
aos outros. Como você pode observar, nesse sentido, a linguagem focaliza o emissor e assume uma
FUNÇÃO EMOTIVA ou EXPRESSIVA que, normalmente, aparece registrada em primeira
pessoa e com caráter mais pessoal. São exemplos dessa função os textos de auto revelação, os
https://historiadomundo.uol.com.br/idade-moderna/inconfidencia-mineira.htm
diários, cartas e algumas postagens em redes sociais, quase sempre com o objetivo de convencer e
emocionar e utilizando uma pontuação diferenciada, com destaque para reticências e ponto de
exclamação.
Repare os dois exemplos propostos por Fernandes para explicar as diferenças entre textos escritos a
partir de uma mesma mensagem, mas com ênfase em funções de linguagem diferentes:
FUNÇÃO REFERENCIAL FUNÇÃO EMOTIVA
Diariamente, assisto ao noticiário a �m de
acompanhar os casos da atualidade.
É tão deprimente assistir ao noticiário e acompanhar casos tão
tristes diariamente. Nem sei o que dizer…
De acordo com os dados facultados pela
Polícia Militar, sobe para 12 o número de
vítimas em estado grave após o confronto
entre as equipes de futebol nesta quarta-
feira, entre as quais 3 mulheres.
Acerca do confronto entre as equipes de futebol nesta quarta-
feira, vi agora mesmo na TV, que a Polícia Militar informou que
o número de vítimas em estado grave já são 12!!!! Pela manhã,
ouvi dizer que eram 10… E tem mais: 3 desses feridos são
mulheres - possivelmente mães.
Quando, para expressar suas ideias, alguém busca utilizar uma comunicação mais sofisticada,
marcada pela escolha intencional de palavras em sentido conativo ou figurado, uso de figuras de
linguagem e metáforas, passamos a reconhecer uma FUNÇÃO POÉTICA da linguagem. Nesse
caso, o foco de atenção do emissor está mais direcionado à forma pelo qual a mensagem é
construída e a maneira de dizer é tão ou mais importante do que aquilo que se diz. Não pense que
função poética é encontrada apenas nos textos literários; ela também está presente na publicidade,
em expressões do cotidiano e em muitas canções.
Em algumas situações, o foco do emissor está no receptor. Isso acontece quando existem intenções
claras de persuasão econvencimento. A FUNÇÃO CONATIVA ou APELATIVA se caracteriza
pela presença de verbos no imperativo e uso de vocativos. Como você pode imaginar, a função
conativa é muito utilizada nas propagandas, promoções de venda, discursos políticos e nas
situações cotidianas em que haja necessidade de influenciar a opinião ou decisão de alguém. 
Vejamos alguns exemplos:
Já a FUNÇÃO FÁTICA representa um esforço do emissor em manter aberto um canal de diálogo e
relacionamento com o receptor. Nesse sentido, o foco da comunicação está no meio ou mídia
utilizado e a finalidade é estabelecer uma melhor forma de interação, privilegiando o envolvimento
Os slogans das marcas também representam a utilização da linguagem conotativa, com farta
apropriação de verbos no imperativo para dar mais força às frases. Conheça a história dos slogans
da Coca-Cola acessando:
http://www.portaldomarketing.net.br/coca-cola-a-historia-por-tras-dos-slogans/
http://www.portaldomarketing.net.br/coca-cola-a-historia-por-tras-dos-slogans/
entre as partes. Na função fática, são usados cumprimentos, saudações e todos os recursos
comunicativos que possam expressar um estímulo a interatividade, seja no ambiente físico ou
virtual, tanto no começo, meio ou final das conversas.
“A função fática da linguagem está presente nas conversas ao telefone, nos cumprimentos, nas
conversas de elevador e em outras situações. Quando, no decorrer de uma conversa, nós
emitimos sons como “hum-hum”, por exemplo, esta função está presente.
Esta função da linguagem é utilizada para testar o canal e também ocorre quando o emissor
quer iniciar uma comunicação. Ou seja, quando você cumprimenta alguém (“Olá! Como vai?”),
você está mantendo contato com um interlocutor em potencial”
As redes sociais investem muito na criação de gifs, emojis e likes para estimular relacionamentos
digitais a partir de diálogos cotidianos e minimizar o impacto do distanciamento físico com
expressões que imitam a representação emocional.
Por fim, mas não menos importante, a FUNÇÃO METALINGUÍSTICA registra situações em que
a linguagem é usada para refletir sobre ela mesma. O emissor usa o código para discutir o próprio
código e a comunicação expressa análises sobre si própria. Isso acontece, por exemplo, quando uma
poesia fala sobre poesia, uma matéria jornalística reflete sobre o papel da imprensa ou um filme
mostra os bastidores da indústria cinematográfica.
Como exemplo, podemos observar a letra da música “Cantar”, imortalizada na voz do compositor
mineiro Paulinho Pedra Azul. Observe que, ao logo dos versos, o artista vai emitindo considerações
sobre o prazer que sente ao cantar. Perceba que ele expressa isso cantando...
Os emojis podem representar dois tipos de função da linguagem: emotiva (representação dos sentimentos) e fática
(estímulo à interação).
“Se uma noite eu viesse ao clarão do luar
Cantando e aos compassos de uma canção te acordar
Talvez com saudade cantasses também
Relembrando aventuras passadas ou um passado feliz com alguém.
Cantar quase sempre nos faz recordar sem querer
Um beijo, um sorriso, ou uma outra ventura qualquer
Cantando aos acordes do meu violão é que mando depressa ir-se embora saudade que mora no
meu coração”.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2019/01/aula_comemp_top1_img06-768x480.jpg
Antes de terminarmos esse item, convém registrar, mais uma vez, uma questão importante: as
funções da linguagem não são excludentes nem exclusivas. Funcionam integradas ao dinamismo da
vida e constituem a base do que falamos, escrevemos e expressamos sobre nós e sobre nossa visão
de mundo. Portanto, conhecê-las e identificá-las pode nos ajudar a aprimorar cada vez mais nossa
inserção pessoal e profissional, ajudando-nos a sempre alinharmos o que falamos com o como
mostramos isso aos demais.
5. Conclusão
A comunicação é um elemento central na vida, instrumento essencial das relações humanas e da
vida em sociedade. Pessoas com maior habilidade comunicacional têm menos probabilidade de
enfrentar uma crise e mais chance de obter resultados expressivos no mercado de trabalho. Para
tanto, precisam desenvolver em harmonia a transmissão de suas ideias pelo conteúdo da fala, pela
linguagem corporal e por elementos paralinguísticos.
O processo de comunicação se efetiva para além do comunicador (também chamado de fonte ou
emissor) através de outros cinco elementos: receptor, canal, mensagem, código e contexto. A
mensagem pode vir configurada através da ênfase em algum desses elementos, o que chamamos de
função da linguagem. Roman Jakobson, um dos principais linguistas do século XX, popularizou os
modelos comunicacionais que serviram como base para esse primeiro módulo.
Em nosso próximo encontro – tópico II – vamos refletir sobre a comunicação a partir dessa esfera
pessoal, que envolve o comunicador, e acontece em um ambiente próprio e bastante específico: as
organizações.
Assim, convidamos você a continuar nos acompanhando para descobrir cada vez mais como
potencializar suas habilidades de comunicação e aumentar suas chances de sucesso profissional.
Nos vemos no próximo tópico. Até lá!
6. Referências
FERNANDES, Cláudio. Tiradentes. História do Mundo. [s. d.].Disponível em: 
<https://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/tiradentes.htm> Acesso em 20 set.
2018.
FERNANDES, Márcia. Função Emotiva. Toda Matéria. [s. d.]Disponível em
<https://www.todamateria.com.br/funcao-emotiva>. Acesso em 20 set. 2018.
GUIMARÃES, Thelma de Carvalho. Comunicação e Linguagem. São Paulo: Pearson, 2012.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing 12ª. Ed. São Paulo:
Pearson Education, 2006
KUNSCH, Margarida Maria K. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação
Integrada. São Paulo: Summus, 2003.
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Ficha técnica
Reitoria:
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Vice-reitoria:
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Pró-reitoria Acadêmica:
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Coordenação de Conteúdo:
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Programação:
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Desenho Instrucional:
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