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INTRODUÇÃO À ECONOMIA MONETÁRIA, ATIVOS FINANCEIROS E SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA MONETÁRIA, ATIVOS FINANCEIROS E
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Domingos de Gouveia Rodrigues
INTRODUÇÃO À ECONOMIA MONETÁRIA
Sumário
1. Introdução
2. Definição de Moeda
3. Importância da Moeda
4. História da Moeda: Evolução do Conceito de Moeda
Pré-Economia Monetária ou Escambo: Troca Direta Entre Mercadorias
A Moeda-Mercadoria: Mercadorias São Utilizadas Como Moeda
Império Romano
Mediterrâneo
Guiné
Virgínia
Tibete
Canadá
Índias Ocidentais e Brasil
Terra Nova
México
Ilhas Salomão
Dificuldades da Moeda Mercadoria: Perecíveis, Não Divisíveis, Difícil Transporte
e Não Homogêneas
Moeda Metálica: São Cunhadas Moedas Metálicas
Surgimento dos Sistemas Bancários: Moeda-Papel: Emissão Monetária Com
Lastro Metálico
Surgimento dos Estados Nacionais: Papel-Moeda: Emissão Monetária Sem Lastro
Metálico
Padrão-Ouro
Acordo de Bretton-Woods
Surgimento dos Bancos Centrais: Controle dos Agregados Monetários
Moeda Escritural ou Eletrônica
Funções da Moeda
Meio de Troca
Unidade de Conta
Reserva de Valor
Títulos de Crédito
Agregados Monetários ou Meios de Pagamento
Moeda Manual
Moeda Escritural
Quase-Moedas
Ativo Líquido
5. Política Monetária
Instrumentos de Política Monetária
Financeiros: Emissões e Títulos
De Política Econômica
Depósitos Compulsórios
Operações de Mercado Aberto
Taxa de Redesconto
Política de Crédito
Taxa de Juros
Política Monetária Em Economias Abertas
Política Monetária e Taxa de Juros
6. Oferta de Moeda
Criação de Moeda ou Meio de Pagamento
Destruição de Moeda ou Meio de Pagamento
Função Oferta de Moeda
O Multiplicador Monetário
7. Demanda de Moeda
Função Demanda de Moeda
Motivos Para a Retenção de Moeda
Motivo Transação
Motivo Precaução
Motivo Especulação
8. Teoria Quantitativa da Moeda
9. Monetização e Desmonetização
10. Inflação
Definição de Inflação
Tipos de Inflação
Inflação Controlada
Inflação Baixa
Inflação Alta
Inflação Muito Alta
Hiperinflação
Inflação Aberta
Inflação Reprimida
Inércia Inflacionária
Estagflação
Teorias de Inflação
Inflação de Demanda
Inflação de Custos ou de Oferta
Inflação Induzida por Expectativas Racionais
Inflação Induzida por Expectativas Adaptativas
A Inflação Como Um Problema Estrutural
Exemplos Históricos de Inflação Elevada e Hiperinflação
Índices de Preços
Definição de Índice de Preços
Principais Tipos de Índices de Preços no Brasil
11. Exercícios Propostos
12. Apêndice: Base Legal
Introdução aos Ativos Financeiros no Brasil
Sumário
1. Definição de Ativo Financeiro
2. Ativos Financeiros Privados
Ativos Financeiros de Renda Variável
Ações
Tipos de Ações
Rentabilidade das Ações
Ações Endossáveis
Opções de Ações
Fundos de Ações
Fundos de Investimento
Clubes de Investimento
Clubes de Investimento
Ativos Financeiros de Renda Fixa
Debêntures Simples
Debêntures Conversíveis em Ações
Commercial Papers
Letras de Câmbio
Bônus
Letras Imobiliárias
Caderneta de Poupança
CDB – Certificado de Depósito Bancário
RDB – Recibo de Depósito Bancário
3. Ativos Financeiros Públicos
Ativos Financeiros de Renda Fixa
BBC – Bônus do Banco Central
NTN – Notas do Tesouro Nacional
LFT – Letras Financeiras do Tesouro
LTN – Letras do Tesouro Nacional
Características dos Títulos Públicos Disponibilizados no Tesouro Direto
Títulos Prefixados
Títulos Pós-fixados
Títulos Indexados ao IPCA
Títulos Indexados à Taxa Selic
Títulos Indexados ao IGP-M
LFTE – Letras Financeiras dos Tesouros Estaduais
LFTM – Letras Financeiras dos Tesouros Municipais
Alguns Conceitos
4. Derivativos
Contratos de Futuro
Contratos a Termo
Mercado de Opções
Garantias
Outras Modalidades de Aplicação
Fundos Mútuos de Investimentos
Fundos Multimercados
Fundos DI
Fundos Cambiais
Introdução ao Sistema Financeiro Nacional
1. Definição de Sistema Financeiro
2. Função do Sistema Financeiro
3. Evolução Histórica do Sistema Financeiro Nacional
4. Estrutura Normativa e de Supervisão do Sistema Financeiro nacional
4.1. Órgãos Normativos do Sistema Financeiro Nacional
4.1.1. CMN – Conselho Monetário Nacional
4.1.2. CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados
4.1.3. CNPC – Conselho Nacional de Previdência Complementar
4.2. Autoridades do Sistema Financeiro Nacional
4.2.1. BACEN – Banco Central do Brasil
4.2.2. CVM – Comissão de Valores Mobiliários
4.2.3.SUSEP – Superintendência de Seguros Privados
4.2.4.SPC – Superintendência de Previdência Complementar
5. Instituições Financeiras
5.1. Instituições Financeiras Bancárias ou Monetárias
5.2. Instituições financeiras Não Bancárias ou Não Monetárias
5.3. Instituições do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
5.4. Agentes especiais
5.5. Instituições do Sistema de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários
5.6. Instituições do Sistema de Liquidação e Custódia de Títulos e Valores Mobiliários
5.7. Instituições e Entidades Administradoras de Recursos de Terceiros
5.8. Entidades Prestadoras de Serviços Financeiros Regulamentados
5.9. Instituições do Sistema Nacional de Seguros Privados e de Previdência Complementar
5.10 Instituições Prestadoras de Serviços Financeiros Não Regulamentados
6. Instituições Financeiras Públicas e Instituições Financeiras Privadas
Instituições Financeiras Públicas
BB – Banco do Brasil
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Bancos de Desenvolvimento
CEF – Caixa Econômica Federal
Agências de Fomento
Instituições Financeiras Privadas
Bancos Múltiplos
Bancos Comerciais
Cooperativas de Crédito
Bancos de Investimento
APE – Associações de Poupança e Empréstimos
SCFI – Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (“Financeiras”)
SCI – Sociedades de Crédito imobiliário
Companhias Hipotecárias
Cooperativas Centrais de Crédito
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
Administradoras de Consórcio
Sociedades de Arrendamento Mercantil
Sociedades Corretoras de Câmbio
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (“Corretoras”)
Bancos de Câmbio
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (“Distribuidoras”)
Bolsas de Mercadorias e Futuros
Bolsas de Valores
Sociedades Seguradoras
Sociedades de Capitalização
Entidades Abertas de Previdência Complementar (“Fundos de Pensão”)
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (“Fundos de Pensão”)
SFH - Sistema Financeiro da Habitação
7. Exercícios Propostos
1. Introdução
Neste livro, apresentamos uma introdução à economia monetária, aos ativos financeiros e à estrutura do
sistema financeiro no Brasil. Portanto, é direcionado àqueles leitores que buscam um conhecimento básico,
não avançado, sobre essas matérias. Inicialmente, definimos moeda. Em seguida, discorremos sobre a
importância da moeda na economia, a evolução histórica do conceito de moeda, as funções da moeda, os
agregados monetários, a política monetária e seus instrumentos, oferta e demanda por moeda, inflação e suas
principais características e teorias e apresentamos os principais índices de preços do Brasil. Na segunda parte
do livro, apresentamos a definição do sistema financeiro, as funções do sistema financeiro, a evolução
histórica do sistema financeiro brasileiro, a estrutura normativa e de supervisão do sistema financeiro
brasileiro, as instituições financeiras e os ativos financeiros monetários e não monetários.
2. Definição de Moeda
Moeda é o instrumento criado pela arte e engenho humanos para facilitar as trocas de bens e serviços na
sociedade, para servir como denominador comum de valores e para ser utilizado como uma reserva de valor,
permitindo criar uma poupança e, assim, adiar as decisões de consumo.
3. Importância da Moeda
O papel da moeda na economia sempre foi importante desde que a mesma foi criada pelo homem, mas na
sociedade moderna adquire uma importância fundamental, com a multiplicação e sofisticação das operações
de compra e venda de bens e serviços. A teoria monetária aborda os impactos da moeda na economia. Nesse
sentido, relacionados com a moeda há um conjunto de instituições e instrumentos financeirosque cumprem
funções específicas importantes, tais como:
Transferir recursos entre as unidades superavitárias (poupadores líquidos positivos) e as
unidades deficitárias da economia (poupadores líquidos negativos);
Facilitar o acesso a consumo de bens duráveis através do financiamento bancário;
Promover o desenvolvimento econômico a longo prazo pelo estímulo à poupança e à atividade
econômica;
Promover o investimento de médio e longo prazos da economia;
Aumentar a liquidez e a eficiência produtiva dos ativos reais da economia;
Promover e facilitar a negociação da transferência de propriedade e do controle de empresas;
Permitir o ajuste do preço dos ativos financeiros ao risco dos diferentes tipos de investimento;
Propiciar meios e instrumentos adequados para a execução da política econômica do governo:
monetária, fiscal, creditícia e cambial.
4. História da Moeda: Evolução do Conceito de Moeda
A moeda surge em decorrência da divisão do trabalho e do surgimento de um sistema de trocas indiretas. Ao
longo do tempo, a moeda assumiu diferentes formas:
4.1. Pré-Economia Monetária ou Escambo: Troca Direta Entre Mercadorias
Nas sociedades mais primitivas, as mercadorias eram trocadas diretamente umas pelas outras, processo que
ficou conhecido como escambo.
4.2. A Moeda-Mercadoria: Mercadorias São Utilizadas Como Moeda
A moeda nas sociedades primitivas surgiu na forma de escambo ou troca direta, em que mercadorias eram
trocadas por outras mercadorias. A caça era trocada pela pesca ou pelas peles, gerando um preço relativo que
facilitava as trocas. A intensificação dessas trocas levou à escolha de um padrão de referência, gerando a
assim-chamada moeda-mercadoria.
Várias mercadorias foram utilizadas como moeda, em diferentes regiões do planeta e em diferentes épocas.
Exemplos de moeda-mercadoria:
4.2.1. Império Romano: O sal, em função de sua escassez e de suas propriedades (não perecível,
facilmente divisível, de fácil transporte e homogêneo), foi usado como moeda e, mesmo,
como meio de pagamento de salários. Como se sabe, o termo “salário” é derivado de sal.
4.2.2. Mediterrâneo (Antiguidade clássica): o gado preencheu a função de mercadoria-moeda;
4.2.3. Guiné: escravos, algodão ou linho foram usados como moeda;
4.2.4. Virgínia (Estados Unidos): o chá foi usado como moeda;
4.2.5. Tibete: blocos de chá eram usados como moeda;
4.2.6. Canadá: peles eram usadas como moeda;
4.2.7. Índias Ocidentais e Brasil: açúcar, sal ou boi eram usados como moeda;
4.2.8. Terra Nova: peixe seco era usado como moeda;
4.2.9. México: Os aztecas usavam sementes de cacau como moeda;
4.2.10. Ilhas Salomão: Dentes de golfinho são usados, ainda hoje, como moeda e como símbolo
de riqueza.
4.3. Dificuldades da Moeda-Mercadoria
As moedas-mercadoria apresentavam alguns problemas em sua utilização, como segue:
Algumas eram perecíveis ou depreciáveis;
Algumas não eram facilmente divisíveis;
A maioria era de difícil transporte;
Não eram homogêneas.
Essas dificuldades levaram ao surgimento de outras formas de moeda.
4.4. Moeda Metálica: São Cunhadas Moedas Metálicas
O metalismo surge em decorrência da inexistência, nas moedas-mercadorias, de certas propriedades
fundamentais da moeda e das dificuldades anteriormente citadas. A primeira cunhagem de moedas ocorreu
numa região da Ásia Menor chamada Lídia no século VIII a.C. e que se situava na costa ocidental da atual
Turquia, próxima a Tróia. A primeira moeda foi chamada de Electron. Formas primitivas como o ferro dão
lugar aos metais-preciosos, principalmente ouro e prata. A vantagem dos metais preciosos é óbvia vis-à-vis as
mercadorias considerando transporte, divisibilidade, homogeneidade e reserva de valor.
Na Idade Média surgem caracteres cunhados de uso generalizado, símbolos de grandes proprietários de
terras, de soberanos ou de chefes de Estado. A moeda muda de forma e de essência, passando a autoridade
pública a impor sua aceitação obrigatória: a moeda passa a ter curso legal e poder liberatório. Credores e
vendedores são obrigados a aceitá-la em pagamento de seus créditos e de suas mercadorias.
4.5. Surgimento dos Sistemas Bancários: Moeda-Papel: Emissão Monetária Com Lastro
Metálico
Paralelamente à evolução do metalismo, desenvolveram-se embrionariamente os sistemas bancários, um dos
mais importantes momentos históricos da evolução da moeda, levando à criação da moeda-papel. Surgem os
bancos e ocorre, então:
Desenvolvimento de novos mercados;
Multiplicação da produção e venda dos bens e serviços;
Acentuado aumento das operações de troca;
Aumento do volume de moeda em circulação nos séculos XVIII e XIX, durante a Revolução
Industrial;
Surgem os Certificados de Depósitos Bancários – CDB’s e os Recibos de Depósitos Bancários –
RDB’s ao portador e conversíveis.
Apresentamos, a seguir, os anos de criação de alguns bancos privados importantes:
1401: Banco de Barcelona
1407: Banco de São Jorge (Gênova)
1690: Barclay’s Bank
1723: Pensylvannia Land Bank
1762: Hope & Co.
1780: Bank of Pensylvannia
1781: Bank of North America
1784: Bank of New York
1784: Bank of Massachusetts
1793: Caisse d’ Escompte
1800: Rothschild Bank (começa em torno de 1100, com a necessidade de transferir grandes quantidades de
dinheiro para financiar as Cruzadas)
1806: Barings Bank
A história dos bancos está estreitamente ligada à história da moeda e a seu papel no desenvolvimento dos
negócios e das trocas.
4.6. Surgimento dos Estados Nacionais: Papel-Moeda: Emissão Monetária Sem Lastro
Metálico
O surgimento do papel-moeda vem com a formação dos Estados nacionais, em decorrência do
enfraquecimento do poder dos senhores feudais e do fortalecimento do poder do monarca, em que o Estado –
o poder central - passa a ser o emissor da moeda. Inicialmente, o papel-moeda tinha lastro no estoque de ouro
(“padrão-ouro”) do país. Posteriormente, esse sistema foi abandonado e a emissão de papel-moeda passou a
ser feita de acordo com critérios estabelecidos por cada autoridade monetária de cada país, em geral, em
função de metas monetárias e de inflação.
Os bancos perceberam que poderiam fazer empréstimos e descontar títulos, através da emissão de notas
bancárias sem encaixe metálico. As vantagens eram:
Para os produtores, o acesso a uma nova fonte de financiamento para seus investimentos;
Para os comerciantes, a obtenção de crédito para a expansão de seus negócios, mediante as
operações de desconto de títulos;
Para os banqueiros, porque ao servirem de intermediários, beneficiavam-se da receita de juros.
Todavia, havia risco envolvido, uma vez que o valor das notas em circulação era maior do que as garantias
metálicas existentes. Havendo qualquer problema de desconfiança por parte dos usuários do sistema, seria
gerada uma corrida aos bancos. Como a reconversão em larga escala seria impossível, seria provocada
insuficiência de reservas bancárias e, portanto, falência dos bancos. Em 1798 mais de 100 bancos ingleses
faliram e, entre 1810 e 1817, 600 bancos faliram.
4.6.1. Padrão-Ouro
O padrão-ouro é um sistema monetário sob o qual determinado país ou grupo de países é obrigado a
relacionar a oferta monetária realizada pelo banco central à quantidade de reservas de ouro possuída pelo
mesmo. Nesse sistema, a moeda do país é livremente conversível em pré-determinada quantidade de ouro.
O ouro é considerado um bom padrão monetário porque ele tem as propriedades de uma boa moeda:
preserva valor, é durável, é facilmente divisível, é de fácil transporte e é homogêneo.
O sistema do padrão-ouro foi adotado em diversos países entre os séculos XVII e XIX, particularmente na
Inglaterra (1695), Holanda (1818), Portugal (1854), Alemanha (1871), Japão (1871), União Monetária Latina
(1873: Bélgica, Itália, Suíça e França), Estados Unidos (1873), União Monetária Escandinava (1875:
Dinamarca, Noruega e Suécia), França (1876), Espanha (1876), Finlândia (1878), Áustria (1879), Rússia
(1893), Japão (1897), Índia (1898) e Estados Unidos (1900).
O sistema do padrão-ouro foi interrompidoem diversos países, notadamente em períodos de guerra
(Primeira e Segunda Guerras Mundiais), na medida em que esses países precisavam financiar seu esforço de
guerra através de emissões monetárias sem lastro em ouro (Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo).
A grande vantagem do padrão-ouro – e de padrões monetários similares – é que ele coloca forte restrição à
capacidade de emissões monetárias sem lastro por parte dos governos, limitando a seigniorage (lucro do
governo com a emissão de moeda), promovendo a estabilidade dos preços. Assim, não é surpreendente que
esses sistemas tenham sido abandonados e substituídos por um sistema de padrões monetários de curso
forçado e aceitação obrigatória, sem lastro, que é o sistema atual.
4.6.2. Acordo de Bretton-Woods
Ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um sistema similar ao Padrão-Ouro foi criado, comandado
pelos Estados Unidos, sob o qual muitos países fixavam suas taxas de câmbio em relação ao dólar americano.
Os Estados Unidos, por sua vez, se comprometiam a fixar o preço do ouro em U$ 35 por onça.
Consequentemente, os países que adotaram esse padrão, na prática, fixavam o valor de suas moedas ao ouro,
gerando um sistema de taxas de câmbio fixas.
Esse sistema ruiu em 1971, quando o Presidente americano Richard Nixon, com dificuldades para financiar o
esforço de guerra no Vietnam, colocou fim a esse sistema, fazendo ruir o Acordo de Bretton-Woods.
O fim dos sistemas de regime cambial fixo e do padrão-ouro levou a maior instabilidade nos mercados
cambiais, na medida em que os países procuram tirar proveito de desvalorizações cambiais competitivas para
alcançar posições mais favoráveis no comércio internacional
As crises intermitentes nos sistemas monetário e cambial internacionais sugerem que algum padrão de
estabilização das taxas de câmbio e juros deve ser implementado a nível mundial, através da coordenação de
políticas entre as economias mais poderosas do mundo.
4.7. Surgimento dos Bancos Centrais: Controle dos Agregados Monetários
Na medida em que os bancos têm poder para criar moeda, através da multiplicação dos empréstimos, criando
também riscos para os poupadores e investidores, surge o poder público regulando o poder de emissão de
notas bancárias e são criados, em decorrência disso, os bancos centrais. O primeiro banco central do mundo
surge na Suécia, em 1668. O segundo é o Banco da Inglaterra, criado em 1694, em Londres, pelo empresário e
banqueiro escocês William Paterson (1658-1719) a pedido do governo inglês. A criação de outros bancos
centrais foi como segue:
França: 1800;
Holanda: 1814;
Noruega: 1816;
Áustria: 1816;
Dinamarca: 1818;
Alemanha: 1875;
Japão: 1882;
Itália: 1893;
Estados Unidos: 1913;
Brasil: 1964;
China: 1979.
4.8. Moeda Escritural ou Eletrônica
Moeda escritural ou eletrônica é o tipo de moeda que não tem corpo físico, sendo usada como meio de
pagamento através da utilização dos depósitos bancários do utilizador. As principais formas de moeda
escritural são: cheques, cartão eletrônico, transferências de crédito, TED – Transferência Eletrônica
Disponível, DOC – Documento de Crédito e boletos de pagamento que utilizam os códigos de barras (contas
de luz, gás, etc.).
4.9. FUNÇÕES DA MOEDA
A moeda tem três funções mais importantes, a saber:
Meio ou instrumento de troca ou pagamento: com a moeda, desaparece a economia de escambo
(trocas diretas de bens).
Unidade de conta: serve para comparar o valor das mercadorias, sendo a moeda o denominador
comum de valores.
Reserva de valor: a moeda representa um poder de compra sobre os bens, não precisando ser
gasta imediatamente.
Portanto, a moeda tem propriedades importantes:
Prestar-se às comparações de valor de tudo aquilo que é comprado ou vendido;
Gozar de aceitação universal nas transações econômicas;
Permitir a distribuição no tempo do poder de compra de seus detentores.
Um dos pilares da economia moderna de trocas é a existência de moeda ou meio de pagamento
universalmente aceito.
4.10. Títulos de Crédito
TÍTULOS DE CRÉDITO – CLASSIFICAÇÃO (NOVO Código Civil: Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002)
Podem-se dividir os títulos de crédito em duas grandes classes:
TÍTULOS PÚBLICOS.
TÍTULOS PRIVADOS.
AO PORTADOR: Transferem-se por simples tradição.
À ORDEM: Emitidos por uma pessoa determinada mediante endosso, que pode ser lançado no verso e no
anverso do título de crédito.
NOMINATIVOS: Emitidos em nome de pessoa determinada e somente se opera sua transferência através
de termo de transferência lavrado em livro próprio e cujo nome conste no registro do emitente assinado
pelo proprietário e pelo adquirente, tais como as ações nominativas das sociedades anônimas.
TÍTULOS DE CRÉDITO PÚBLICOS: emitidos pelo Poder Público, onde se destacam os Títulos da Dívida
Pública, cujo objetivo é financiar os gastos públicos (política fiscal) e/ou servir como um instrumento de
política monetária. Os títulos de dívida pública podem ser internos (emitidos no próprio país - LTN, NTN,
LFT, LBC, BTN) ou externos (emitidos no exterior - Bônus da dívida externa).
TÍTULOS DE CRÉDITO PRIVADOS são os títulos emitidos pelas firmas ou pelos indivíduos para
financiar suas atividades ou para facilitar suas transações econômicas. São títulos privados:
Ações emitidas pelas sociedades comerciais – é a unidade de capital das sociedades anônimas.
Debêntures – são títulos de crédito de emissão das sociedades por ações, representando
empréstimos obtidos por estas sociedades junto aos particulares.
Nota promissória – é o título de crédito pela qual alguém se compromete a pagar a outrem
certa quantia em determinado prazo. Trata-se de uma promessa de pagamento, exigindo na
sua constituição, um emitente, que é o devedor que a assina, e um beneficiário ou portador,
que é o credor.
Duplicata mercantil – é um título de crédito de emissão nas vendas mercantis a prazo,
realizadas entre comerciantes residentes no país.
Cheque – é a ordem de pagamento à vista emitido em favor próprio ou de terceiro. Emissor ou
emitente é a pessoa que emite o cheque. Sacado é o banco que tem fundos à disposição do
emitente.
4.11. Agregados Monetários ou Meios de Pagamento
Agregados monetários são um conceito usado para medir o volume de meios de pagamento disponíveis em
uma determinada economia, onde os ativos são classificados de acordo com sua liquidez no mercado, sendo
esta a rapidez com que os agregados monetários se materializam em transações econômicas, influenciando,
dessa forma, o nível de atividade econômica e a taxa de inflação.
Existem várias definições para Meios de Pagamento, a saber:
M0: Moeda em poder do público (papel-moeda e moeda metálica)
M1: M0 + depósitos à vista nos bancos comerciais
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por
instituições depositárias
M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic
(operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais)
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez
M0 – Moeda manual ou moeda corrente. É considerado um ativo dominado, porque sua remuneração é baixa
em comparação com outros ativos financeiros que pagam juros.
M1 – Depósitos em conta corrente nos bancos comerciais ou moeda escritural ou bancária.
M2, M3 e M4 – são conhecidos como quase-moedas, que rendem juros aos aplicadores no mercado financeiro.
Quase-moedas são ativos financeiros de grande liquidez e que rendem juros aos aplicadores.
Ativo líquido: ativo que pode ser convertido em moeda com rapidez, com perda mínima de poder de compra.
5. Política Monetária
Política Monetária é o uso dos instrumentos monetários para influenciar o nível do estoque monetário da
economia (ou agregados monetários) e, dessa forma, controlar a taxa de juros e, em última instância,
controlar o nível de atividade econômica e a taxa de inflação. Assim, a política monetária refere-se aos
processos de controle da oferta de moeda na economia, aos instrumentos utilizados nesse controle e aos
mecanismosde transmissão de seus efeitos sobre a atividade econômica em geral e sobre o nível geral de
preços em particular.
De acordo com Simonsen (1979): “O objetivo global da política monetária consiste, obviamente, no controle
do total dos meios de pagamento. Ocorre que a criação de moeda não se processa apenas pelas Autoridades
Monetárias, mas também pelos bancos comerciais. O Banco Central (...) pode controlar a base monetária.
Mas o volume total dos meios de pagamento é um múltiplo dessa base.” Simonsen, M.H. macroeconomia.
APEC, 1979.
Do ponto de vista de seus impactos sobre os meios de pagamento, a política monetária pode ser expansionista,
contracionista ou neutra.
Política Monetária Expansionista: É a política monetária que provoca a expansão dos meios de
pagamento na economia.
Política Monetária Contracionista: É a política monetária que provoca a contração (redução)
dos meios de pagamento na economia.
Política Monetária Neutra: É a política monetária que não altera o volume de meios de
pagamento em circulação no mercado.
7.1. Instrumentos de Política Monetária
Existem dois tipos de instrumentos de política monetária, os financeiros e os de política econômica. Suas
principais características são apresentadas a seguir.
7.1.1. Financeiros:
Emissão de papel-moeda, depósitos à vista nos bancos comerciais e múltiplos, letras de câmbio,
índices de opções e futuros, cadernetas de poupança, depósitos a prazo, bônus do Banco
Central.
7.1.2. De Política Econômica:
Reservas Bancárias Obrigatórias (Depósitos Compulsórios): São constituídas pelo
dinheiro que os bancos comerciais usam para conduzir transações entre eles mesmos e
com o banco Central. As reservas bancárias não pagam (ou pagam pouco) juros, de
modo que os bancos preferem mantê-las num mínimo possível. Como os bancos
precisam fazer face a requerimentos de seus clientes, as reservas bancárias depositadas
no Banco Central são uma forma de se resguardar contra problemas de liquidez. Além
disso, o Banco Central obriga os bancos a depositarem na instituição uma fração de
seus depósitos.
Operações de mercado aberto (“open-market”): O mercado monetário ou mercado
aberto negocia títulos do governo. Os intervenientes são os bancos comerciais, outras
instituições financeiras e não financeiras (companhias de seguro, corretoras e grandes
empresas) e o banco Central, o qual exerce um poder quase absoluto sobre o mercado.
A taxa de juros negociada neste mercado é utilizada como base nas operações do
sistema financeiro, influenciando as demais taxas. O Banco Central interfere no
mercado através de operações de mercado aberto. Características das operações de
mercado aberto:
a) Normalmente tomam a forma de empréstimos de curto prazo do banco central aos bancos
comerciais;
b) Estes empréstimos são garantidos pelos títulos em posse dos bancos comerciais;
c) Quando empresta reservas, o Banco Central permite que o M0 aumente. Ao emprestar para seus
clientes, os bancos comerciais fazem o M1 aumentar;
d) Pelo fato de que estes empréstimos são de curto prazo, os bancos comerciais precisam “rolar”
continuamente seus empréstimos, permitindo ao Banco Central interferir nas condições de liquidez
monetária da economia.
Taxa de redesconto: taxa exigida pelo Banco Central para cobrir os déficits diários nos
caixas dos bancos comerciais, permitindo-lhes equilibrar as entradas e saídas de
recursos. Normalmente, essa taxa é alta, desestimulando a tomada de recursos pelos
bancos, de modo a não pôr em risco as metas de política monetária.
Política de Crédito: uma maior facilidade ou dificuldade de se conceder crédito,
também acaba por influenciar o nível de atividade da economia e, portanto, a taxa de
inflação.
Taxa de Juros: o nível da taxa de juros influencia o custo de capital para as empresas e
o consumo dos consumidores, acabando por influenciar o nível da atividade econômica
e, assim, a taxa de inflação.
7.1.3. Política Monetária em Economias Abertas
A política monetária em economias abertas ao resto do mundo é influenciada pelos mercados de divisas
estrangeiras, uma vez que os bancos centrais mantêm depósitos de divisas estrangeiras, títulos do tesouro
estrangeiros e ouro, utilizando estes ativos para intervir no mercado de divisas e influenciar na taxa de
câmbio, através de compras ou vendas de divisas no mercado. Dessa forma, o banco central afeta a base
monetária (M0) e o multiplicador monetário, estabelecendo uma relação direta entre as intervenções no
mercado aberto (utilizando títulos do tesouro e/ou títulos privados) e no mercado de câmbio (utilizando os
ativos externos sob seu controle), afetando, em última instância, os agregados monetários.
O grande problema de fazer política monetária em economias abertas, é que é possível haver
incompatibilidade entre as metas monetárias e as metas cambiais, dado que se o governo for obrigado a
intervir no mercado cambial pode perder o controle da política monetária e vice-versa. Ou seja, definir uma
certa taxa de câmbio pode inviabilizar uma certa meta inflacionária ou uma certa taxa de juros e vice-versa.
5.1.4. Política Monetária e Taxa de Juros
Efeitos da política monetária sobre a taxa de juros:
Onde:
r = Taxa de juros;
M = Oferta de moeda;
QD = Demanda de moeda.
A taxa de juros é determinada pela interação entre a oferta e a demanda de moeda. A política monetária, ao
influenciar o estoque de moeda em circulação, determina a taxa de juros da economia.
Definição de Taxa de Juros
A taxa de juros pode ser definida de várias formas. Inicialmente, como prêmio pela renúncia à liquidez. Pode
ser vista, também, como o prêmio pela assunção de risco do investimento. A taxa de juros pode ser vista,
ainda, como o prêmio á renúncia ao consumo presente e como a remuneração do capital investido.
Onde:
 = Consumo presente 1;
 = Consumo presente 2;
 = Consumo futuro 1;
 = Consumo futuro 2;
8. Oferta de Moeda
A oferta de moeda é realizada pelas autoridades monetárias (emissão de notas e moedas metálicas) e pelos
bancos comerciais (criam ou destroem moeda através de suas operações de financiamento).
Além de merecerem atenção pelo fato de receberem depósitos à vista, os bancos comerciais influenciam a
oferta de moeda porque criam ou destroem moeda.
6.1. Criação de Moeda ou Meio de Pagamento: ocorre quando houver aumento do volume de moeda manual e
de moeda escritural na economia. O sistema bancário adquire haveres não monetários ao público, pagando-os
em moeda manual ou escritural. Ocorre criação de moeda quando, por exemplo, um banco concede um
empréstimo a uma empresa ou a uma pessoa física colocando moeda na economia.
6.2. Destruição de Moeda ou Meio de Pagamento: ocorre quando houver redução do volume de meios de
pagamento. Venda ao público de haveres não monetários em troca de recebimento de moeda na
economia. Ocorre destruição de moeda quando, por exemplo, um banco vende um título a uma
empresa ou a uma pessoa física retirando moeda do mercado.
6.4. O Multiplicador Monetário
A relação entre a base monetária e os meios de pagamento é dada pelo multiplicador monetário, o qual é
relativamente estável no curto prazo. Contudo, caso seja de seu interesse, o Banco Central tem instrumentos
capazes de o modificarem para mais ou para menos. Por exemplo, para reduzir o multiplicador, o Banco
Central pode aumentar o volume dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais a serem depositados no
Banco Central e, para aumentá-lo, o Banco Central pode reduzir o volume de depósitos compulsórios. O
processo de “multiplicação” é possível porque as reservas são apenas uma fração dos depósitos à vista ou a
prazo.
No caso de c=0, o multiplicador é 1/r. Caso c fosse 1 (todo o dinheiro nas mãos do público), o multiplicador
seria 1. Pelo Quadro abaixo, podemos ver que o multiplicador depende dos valores de c (moeda em mãos do
público) e r (fração dos depósitos bancários mantidos em reservas bancárias compulsórias).
Dado um certo nível de reservas compulsórias (r), quantomenor a quantidade de papel-moeda em poder do
público (c), menor o multiplicador e vice-versa.
Valores Teóricos do Multiplicador Monetário (M1/M0)
Moeda Reservas Compulsórias (r)
M1 (c) 5% 10% 20%
0% 20,0 10,0 5,0
5% 10,3 6,9 4,0
10% 6,9 5,3 3,6
20% 4,2 3,6 2,8
30% 3,0 2,7 2,3
Fonte: Burma e Wyplosz (2001).
Implicações do Multiplicador Monetário (ver Quadro acima):
Quanto maior a taxa de reservas (r), menor o multiplicador monetário (os bancos emprestam
menos ao público).
Quanto maior a taxa de retenção do público (c), menor o multiplicador monetário (o público
não deposita nos bancos, não permitindo a concessão de empréstimos bancários).
Quanto maiores os empréstimos realizados pelos bancos, maior o multiplicador monetário (os
agentes econômicos, de posse de maior liquidez, vão incrementar os depósitos bancários
aumentando o multiplicador monetário).
Quanto menores os depósitos compulsórios dos bancos no BC, maior o multiplicador (os bancos
têm mais recursos para emprestar).
7. Demanda de Moeda
A demanda de moeda corresponde à quantidade de moeda que o setor privado não bancário retém, em média
(no público, nas empresas ou nos bancos na forma de depósitos à vista).
O principal motivo para os agentes econômicos demandarem moeda é o motivo transação, em busca de
compras ou vendas de bens e serviços na economia. O que importa é o poder de compra da moeda (custo dos
bens e serviços em termos monetários), levando a que a demanda por moeda seja uma demanda por saldos
reais e não por saldos nominais. O estoque de moeda em termos reais pode ser representado pela equação
abaixo:
M= Estoque nominal de moeda;
P = Índice de preços ao consumidor.
Também podemos definir uma função de demanda por moeda como segue:
A questão principal é que reter moeda é útil e necessário, mas tem custos para quem a retém. Portanto, pela
equação acima, os principais determinantes da demanda por moeda em termos reais são o PIB real (o
crescimento real da economia), a taxa de juros nominal e o custo de transação da moeda.
Os conceitos macroeconômicos de Demanda de Moeda, Teoria Quantitativa da Moeda e Velocidade de
Circulação da Moeda permitem a análise dos impactos das políticas monetárias sobre os agregados
monetários e, dessa forma, sobre os agregados macroeconômicos tais como nível de emprego, nível de preços,
nível de atividade, riqueza e taxa de juros.
7.2. Motivos Para a Retenção de Moeda
De acordo com a teoria monetária, existem três motivos principais para a retenção de moeda por parte dos
agentes econômicos:
a) Motivo transação: a administração financeira do dia-a-dia exige a retenção de moeda para fazer face
às transações normais das firmas e indivíduos;
b) Motivo precaução: a demanda por moeda aumenta quando as condições econômicas se tornam mais
incertas;
c) Motivo especulação: em mercados financeiros cada vez mais voláteis, os administradores de recursos
precisam estar prontos para rapidamente comprar e vender ativos, aproveitando-se de movimentos
especulativos.
Por essa equação, assumindo que v é constante e que y é dado a curto prazo, qualquer alteração em M se
reflete automaticamente no nível geral de preços (P) e, portanto, na taxa de inflação.
10. Monetização e Desmonetização
Monetização pode ser definida como o processo de expansão do uso de moeda na economia. A monetização é
estimulada em períodos de baixa inflação, em que a retenção de moeda não gera custos a seus possuidores.
Desmonetização, por sua vez, é o processo inverso da monetização. A desmonetização ocorre quando é
custoso reter moeda, normalmente, devido à aceleração acentuada da taxa de inflação.
11. INFLAÇÃO
11.1. Definição de Inflação
Inflação é a tendência contínua e sustentada de elevação da média dos preços de bens e serviços da economia.
Ou seja, inflação é o aumento persistente e generalizado no nível geral de preços. Em geral, diz-se que uma
economia é inflacionária quando a taxa de inflação situa-se entre 0 (zero) e 100 (cem) por cento ao ano,
havendo, contudo, vários tipos de inflação, conforme veremos a seguir.
11.2. Tipos de Inflação
11.2.1. Inflação Controlada
Uma economia tem a inflação controlada quando a taxa de inflação anual é inferior ou igual a 2% (dois por
cento) ao ano.
11.2.2. Inflação Baixa
Uma economia tem uma inflação baixa quando a taxa de inflação anual se situa entre 2% (dois por cento) e
10% (dez por cento).
10.2.3. Inflação Alta
Uma economia tem uma inflação alta quando a taxa de inflação anual se situa entre 10% (dez por cento) e
100% (cem por cento)
11.2.4. Inflação Muito Alta
Uma economia apresenta inflação muito alta, quando sua taxa de inflação situa-se acima de 100 (cem) por
cento ao ano.
11.2.5. Hiperinflação
Há hiperinflação quando a taxa de inflação é maior do que 50 (cinqüenta) por cento ao mês. Em geral, as
medidas utilizadas para acabar com a hiperinflação são:
Aumento da independência política do Banco Central;
Austeridade fiscal;
Aumento da receita tributária;
Eliminação de subsídios diretos e dos incentivos fiscais.
Normalmente, a hiperinflação impõe efeitos terríveis sobre o sistema tributário de uma economia
contribuindo para minar todo o sistema fiscal. A hiperinflação provoca o colapso dos encaixes reais (demanda
real por moeda) e a rejeição total da moeda, levando à sua futura substituição por outra moeda. Estudos
mostram que, normalmente, a hiperinflação é detonada por forte financiamento monetário do déficit público.
10.2.6. Inflação Aberta
É a inflação decorrente do funcionamento normal da economia, sem controles significativos sobre os diversos
preços da economia.
11.2.7. Inflação Reprimida
É a inflação que não capta o verdadeiro potencial inflacionário de uma determinada economia, devido, por
exemplo, à utilização de controles de preços pelo governo.
11.2.8. Inércia Inflacionária
Ocorre inércia inflacionária quando os preços do presente e do futuro são influenciados pelos preços do
passado recente, perpetuando a inflação. A indexação da economia, ao provocar rigidez de contratos a médio-
longo prazo gera inércia inflacionária e estimula a inflação. Por isso, uma das principais medidas para se
atacar o problema da inércia inflacionária é acabar com a indexação dos preços e dos ativos da economia. Os
Planos Econômicos implementados no Brasil, nas últimas décadas, procuraram neutralizar a inércia
inflacionária através, por exemplo, da substituição da moeda antiga (contaminada pela inércia inflacionária)
pela moeda nova (não contaminada). É o caso do Plano Real (1994).
11.2.9. Estagflação
Estagflação é a combinação de inflação com estagnação econômica. Existe estagflação quando coexistem altas
taxas de inflação e baixa ou negativa taxa de crescimento econômico.
11.3. Teorias da Inflação
Existem várias teorias preocupadas em explicar e definir os elementos causadores da inflação. Todavia, as
principais teorias da inflação, de acordo com a corrente principal do pensamento econômico, são:
11.3.1. Inflação de Demanda: É provocada pelo excesso de demanda agregada em relação à produção
(oferta) de bens e serviços. Havendo aumento da demanda, sem o correspondente aumento da
oferta, ocorrem aumentos de preços.
Deslocamento da Curva de Demanda e Inflação de Demanda
No caso da oferta vertical, em que a oferta é fixa a curto prazo, aumentos de demanda apenas
provocam inflação, não alterando a quantidade produzida.
Oferta Vertical e Deslocamento da Curva de Demanda
Uma variante da teoria da inflação de demanda é a inflação como um problema monetário desenvolvida
pela chamada escola monetarista, para a qual o desequilíbrio no setor público é a principal causa da
inflação. O excesso de demanda é causado pelo excesso de moeda em circulação causado pelo excesso de
gastos públicos (déficit público) financiados por emissão de moeda.
A Equação Quantitativa da Moeda, vista anteriormente, representa a visão monetarista da Inflação:
MV = PY
11.3.2. Inflação de Oferta ou de custos: de acordo com esta teoria, o nível de demandae a oferta de moeda
permanecem constantes mas, dado um choque de oferta, o nível de custos dos insumos sobe,
sendo repassados aos preços dos bens. Uma equação de determinação de preços típica de
inflação de custos é a seguinte (associada a setores oligopolizados da economia):
Assumindo que a estrutura de mercado da maioria dos setores da economia é oligopolizada, ou seja, as
empresas têm algum poder discricionário para influenciar preços e lucros, dada uma certa margem bruta de
lucro (m), aumentos de custos (CMg) são repassados automaticamente para preços (P), provocando inflação
(de custos).
Outras explicações para o processo inflacionário são:
11.3.3. Inflação Induzida por Expectativas Adaptativas, em geral relacionada com a espiral salários-
preços e envolvendo um conflito distributivo: os trabalhadores buscam manter seu poder real
de compra e as firmas tentam repassar os custos salariais para os preços. Essa teoria assume
que os eventos futuros são determinados por eventos ocorridos no passado.
11.3.4. Inflação Induzida por Expectativas Racionais: A teoria das expectativas racionais afirma que os
agentes econômicos olham racionalmente para o futuro ao tentar maximizar seu bem-estar,
não respondendo apenas aos estímulos de curto prazo. Portanto, suas expectativas quanto ao
futuro são importantes, inclusive em relação à inflação. Desse modo, de acordo com a teoria
das expectativas racionais, os agentes econômicos irão testar as decisões do banco central de
modo a preencher previsões de inflação mais alta. Assim, os bancos centrais precisam gerar
credibilidade na luta contra a inflação, ou então os agentes econômicos apostarão que o banco
central vai acomodar a oferta de moeda à necessidade de evitar uma desaceleração
econômica. Ou seja, o banco central tem que fazer os agentes econômicos acreditarem que é
para valer sua política de combate à inflação, interferindo positivamente nas expectativas
(racionais) dos agentes econômicos, caso contrário a política do banco central não surtirá
efeito.
11.3.5. A Inflação Como um Problema Estrutural: de acordo com esta teoria, desenvolvida pela chamada
escola estruturalista da CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina, nos anos
1950s, a inflação está associada a tensões de custos causadas por deficiências na estrutura da
economia, por várias razões: a) oferta de alimentos inelástica, combinada com uma demanda
que cresce aceleradamente, em razão da rápida urbanização e do crescimento da população;
b) estrutura do comércio internacional: rigidez das importações, associada ao pouco
dinamismo das exportações; c) inflação aliada ao processo de substituição de importações; d)
estrutura oligopolizada do mercado facilita o repasse dos aumentos de custos aos preços dos
produtos.
11.4. Instrumentos de Controle da Inflação
Os instrumentos de controle da inflação podem ser classificados em ortodoxos e heterodoxos.
11.4.1. Instrumentos Ortodoxos
Política monetária contracionista, controlando rigorosamente o volume de emissão monetária;
Política fiscal contracionista, controlando rigorosamente os gastos do governo; e
Política de crédito contracionista, dificultando o acesso a crédito através, por exemplo, do
aumento dos depósitos compulsórios dos bancos no banco central.
11.4.2. Instrumentos Heterodoxos
Controle de preços, salários e taxa de câmbio;
Mudança do padrão monetário, com a criação de uma nova moeda, atacando a inércia
inflacionária presente na moeda antiga; e
Acabar com a indexação dos preços e dos salários, fatores realimentadores da inflação.
11.5. Exemplos Históricos de Inflações Elevadas e Hiperinflações
Inflação do Império Persa, após ser conquistado por Alexandre , O Grande, que colocou o
estoque de ouro persa em circulação através de intensa cunhagem de moedas de ouro.
Inflação do fim do Império Romano, provocada por uma reforma monetária no século III, em
que moedas excessivamente valorizadas não foram aceitas no pagamento de impostos e também
pela instabilidade e interrupção do processo produtivo, assolado pelas invasões bárbaras
(séculos III e IV d. C.);
Inflação espanhola do século XVI, provocada pela descoberta de ouro e prata no Novo Mundo;
Inflação da Guerra de Independência dos Estados Unidos (Século XVIII);
Inflação da Revolução Francesa (Século XVIII);
Inflação da Guerra Civil dos Estados Unidos (Século XIX);
Hiperinflação ao final da Primeira Guerra Mundial (Áustria (1921-23), Alemanha (1921-23),
Hungria (1922-24), Polônia (1922-23), e União Soviética);
Hiperinflação ao final da Segunda Guerra Mundial (China, Grécia e Hungria);
Hiperinflação nas décadas de 1980 e 1990 (Argentina, Bolívia (1985-86), Brasil, Nicarágua,
Peru, Israel (1985), Polônia (1990), Rússia (1995) e Iugoslávia).
11.6. Índices de Preços
11.6.1. Definição de Índice de Preços
Existem, basicamente, dois tipos de índice de preços: Índices Gerais de Preços (IGPs) e Índices de Preços ao
Consumidor (IPCs). Os IGPs são uma média ponderada do IPA – Índice de Preços por Atacado (60%), IPC –
Índice de Preços ao Consumidor (30%) e INCC – Índice Nacional da Construção Civil (10%).
Os IPCs, por sua vez, medem o custo de vida das famílias e podem variar de acordo com o Universo de
pessoas a ser pesquisado, em função, por exemplo, das faixas de renda das famílias.
11.6.2. Principais Tipos de Índices de Preços no Brasil
No Brasil, existem vários índices utilizados para calcular a variação dos preços, ou seja, para calcular a taxa
de inflação. Os mais importantes são os seguintes:
INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Restrito
IPC-FIPE – Índice de preços ao consumidor da FIPE
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
IPCAE - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial
IGP – Índice Geral de Preços - FGV
IGP-DI – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna - FGV
IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado – FGV
IPA – Índice de Preços no Atacado
IPC-BR – índice de Preços ao Consumidor para o Brasil
INCC – Índice Nacional de Custo da Construção
IPC – RJ – Índice de Preços ao Consumidor na Cidade do Rio de Janeiro
ICV – DIEESE – Índice do Custo de Vida do DIEESE
IGP
Índice Geral de Preços, calculado pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. É uma média ponderada do índice de
preços no atacado (IPA), com peso 6; de preços ao consumidor (IPC) no Rio e SP, com peso 3; e do custo da
construção civil (INCC), com peso 1. O IGP é usado em contratos de mais longo prazo, tais como aluguel.
IGP-DI
O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna, da FGV, reflete as variações de preços de todo o mês de
referência. Ou seja, do dia 1 ao 30 de cada mês. Ele é formado pelo IPA (Índice de Preços por Atacado), IPC
(Índice de Preços ao Consumidor) e INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), com pesos de 60%,
30% e 10%, respectivamente. O indicador apura as variações de preços de matérias-primas agrícolas e
industriais no atacado e de bens e serviços finais no consumo.
IGP-M
Índice Geral de Preços do Mercado da FGV utiliza uma metodologia igual à do IGP-DI, sendo calculado
entre os dias 21 de um mês e 20 do seguinte. O IGP-M é utilizado nos contratos do mercado financeiro.
IGP-10
Índice Geral de Preços 10 da FGV e elaborado com a mesma metodologia do IGP e do IGP-M. A única
diferença é o período de coleta de preços: entre o dia 11 de um mês e o dia 10 do mês seguinte.
IPC-RJ
Calcula a variação dos preços na cidade do Rio de Janeiro. É calculado mensalmente pela FGV a partir dos
gastos de famílias com renda entre um e 33 salários mínimos.
IPC-Fipe
Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP, no município de
São Paulo. Calcula o custo de vida de famílias com renda entre 1 e 20 salários mínimos. Além da taxa mensal,
também são calculadas taxas quadrissemanais.
ICV-Dieese
Índice do Custo de Vida calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
- Dieese, na cidade de São Paulo. Calcula o custo de vida de famílias com renda média até determinado nível,
sendo elaboradostambém índices para a baixa renda e para a renda intermediária.
INPC
Índice Nacional de Preços ao Consumidor, média do custo de vida nas 11 principais regiões metropolitanas do
país para famílias com renda de 1 até 8 salários mínimos, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística)
IPCA
Índice de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE, calculado desde 1980, utilizando metodologia semelhante à
do INPC, refletindo, no entanto, o custo de vida para famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários
mínimos. A pesquisa é feita nas mesmas 11 regiões metropolitanas. O Banco Central utiliza o IPCA para
definir suas metas de inflação anuais.
IPCAE
O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - SNIPC efetua a produção contínua e sistemática de
índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de
serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). O
período de coleta do IPCA-E estende-se, em geral, do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência A
população-objetivo do IPCA-E abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e
40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das
regiões.
INCC
Índice Nacional do Custo da Construção é um dos componentes dos três IGPs da FGV. Apura a variação dos
preços de materiais de construção e da mão-de-obra no setor da construção civil, sendo utilizado em contratos
de financiamento direto de construtoras/incorporadoras.
12. Exercícios Propostos
12.1. Defina moeda.
12.2. Qual a importância da moeda numa economia moderna?
12.3. Trace um quadro da evolução da moeda ao longo da história, apresentando exemplos.
12.4. Quais eram as principais dificuldades da moeda-mercadoria?
12.5. Quais foram as principais conseqüências para a economia a partir do desenvolvimento dos sistemas
bancários?
12.6. Quando e por que surgiram os primeiros bancos centrais?
12.7. Defina moeda escritural.
12.8. Quais são as funções da moeda?
12.9. Defina agregados monetários e meios de pagamento, listando suas classificações.
12.10. Defina política monetária e liste suas classificações.
12.11. Quais são os instrumentos de política monetária?
12.12. Qual é o grande problema ao fazer política monetária em economias abertas ao resto do mundo?
12.13. Dê uma definição para taxa de juros.
12.14. Em que consiste a oferta monetária?
12.15. Dê um exemplo de criação e um exemplo de destruição de moeda.
12.16. Defina multiplicador monetário.
12.17. De que depende o valor do multiplicador monetário?
12.18. Defina demanda por moeda.
12.19. Quais são os principais determinantes da demanda por moeda?
12.20. Quais são os motivos para a retenção de moeda?
12.21. Relacione a Teoria Quantitativa da Moeda com o nível geral de preços.
12.22. Defina monetização e desmonetização.
12.23. Defina inflação e liste seus principais tipos.
12.24. Quais são as principais teorias de inflação? De que modo se diferenciam?
12.25. Cite alguns exemplos históricos de hiperinflação.
12.26. Defina índice de preços e liste os principais índices de preços do Brasil.
12.27. A quem compete emitir moeda no Brasil (Art. 21, VII, CF)?
12.28. A quem compete fiscalizar as operações de natureza financeira no Brasil (Art. 21, VIII, CF)?
12.29. A quem compete legislar privativamente sobre sistema monetário, política de crédito e sistemas de
poupança (Art. 22, VI, VII, XIX)?
12.30. Para fins de redução das desigualdades regionais, os incentivos regionais poderão, entre outros, usar
que instrumento monetário-financeiro (Art. 43, § 2º, II, CF)?
12.31. A quem compete aprovar previamente, após argüição pública, a escolha de presidente e diretores do
banco central do Brasil (Art. 52, III, d, CF)?
12.32. A quem cabe dispor sobre operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado (Art. 48, II,
CF)?
12.33. A quem cabe dispor sobre matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas
operações, bem como sobre moeda, seus limites de emissão e montante da dívida mobiliária federal (Art. 48,
XIII, XIV, CF)?
12.34. A quem cabe autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse dos entes públicos (Art.
52, V, CF)?
12.35. A quem cabe dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno
dos entes públicos (Art. 52, VII, CF)?
12.36. A quem compete estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos
Estados, Distrito Federal e dos Municípios (Art. 52, IX, CF)?
12.37. O Presidente da República pode editar Medida Provisória que vise a detenção ou seqüestro de bens, de
poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro (Art. 62, § 1º, II, CF)?
12.38. A quem compete nomear, após aprovação pelo Senado Federal, o presidente e os diretores do banco
central (Art. 84, XIV, CF)?
12.39. Quem exerce a competência da União para emitir moeda (Art. 164, CF)?
12.40. Quem poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a
oferta de moeda ou a taxa de juros (Art. 164, § 2º, CF)?
12.41. Qual é o objetivo primordial do Conselho Monetário Nacional (Lei nº 4.595/1964, Art. 2º)?
12.42. Cite 5 (cinco) objetivos da política do Conselho Monetário Nacional (Lei nº 4.595/1964, Art. 3º).
12.43. Que instituição o banco central substituiu com a sua criação (Lei nº 4.595/1964, Art. 8º)?
12.44. Cite 5 (cinco) competências privativas do banco central do Brasil (Lei nº 4.595/1964, Art. 10).
12.45. A quem compete entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras
estrangeiras e internacionais (Lei nº 4.595/1964, Art. 11, I)?
12.46. A quem compete promover, como agente do Governo Federal, a colocação de empréstimos internos ou
externos (Lei nº 4.595/1964, Art. 11, II)?
12.47. A quem compete atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade
relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio do balanço de pagamentos (Lei nº 4.595/1964, Art. 11, III)?
12.48. A quem compete exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais (Lei nº
4.595/1964, Art. 11, VII)?
12.49. A quem compete operar exclusivamente com as instituições financeiras públicas e privadas (Lei nº
4.595/1964, Art. 12)?
12.50. Quem a Lei da Reforma Bancária (Lei nº 4.595/1964, Art. 17) considera instituição financeira?
12.51. Quais são as condições para que instituições financeiras operem no País (Lei nº 4.595/1964, Art. 18)?
12.52. Quem é o principal instrumento de execução de política de investimento do Governo Federal (Lei nº
4.595/1964, Art. 23)?
12.53. Que percentual dos depósitos do público as instituições financeiras privadas deverão aplicar, de
preferência, na respectiva Unidade Federada (Lei nº 4.595/1964, Art. 29)?
12. 54. Como se dá a transferência de um título ao portador (Lei nº 10.406/2002, Art. 904)?
12.55. O que é um título à ordem e como se transfere (Lei nº 10.406/2002, Art. 910)?
12.56. O que é um título nominativo e como se transfere (Lei nº 10.406/2002, Art. 922)?
12.57. Qual é o limite máximo a ser cobrado sobre juros de mora no Brasil?
13. Base Legal – Fundamentos de Economia Monetária
Legislação Constitucional
Art. 21. Compete à União: (...)
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; (...)
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; (...)
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; (...)
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros,na forma da lei:
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre: (...)
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e
emissões de curso forçado; (...)
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal. (...)
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...)
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
d) Presidente e diretores do banco central;
(...)
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios; (...)
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder
Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo
e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios; (...)
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, (...) o presidente e os diretores do banco central (...);
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
§ 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
§ 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de
regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em
instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Legislação Ordinária
Lei Nº 4.595/1964
Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei, será constituído:
I - do Conselho Monetário Nacional;
II - do Banco Central do Brasil;
III - do Banco do Brasil S. A.;
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas.
Art. 2º Fica extinto o Conselho da atual Superintendência da Moeda e do Crédito, e criado em
substituição, o Conselho Monetário Nacional, com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito
como previsto nesta lei, objetivando o progresso econômico e social do País.
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:
I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu
processo de desenvolvimento;
II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou
deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de
fenômenos conjunturais;
III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista
a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo
em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da
economia nacional;
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior
eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art62
https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art62
https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art62
VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e
externa.
XIV - Determinar recolhimento de até 60% (sessenta por cento) do total dos depósitos e/ou outros títulos
contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro
Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos
os casos entregues ao Banco Central do Brasil, na forma e condições que o Conselho Monetário Nacional
determinar (...)
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio
quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a
iminência de tal situação;
XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central da República do Brasil em suas
transações com títulos públicos e de entidades de que participe o Estado;
XX - Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a
efetuar a subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das sociedades
de economia mista e empresas do Estado;
XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;
XXII - Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua
solidez e adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei; (...)
XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições
equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que
nelas desejem estabelecer - se;
XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, (...)
XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas,
prazos e outras condições.
XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a
funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou
coligadas. (...)
Art. 6º O Conselho Monetário Nacional será integrado pelos seguintes membros:
I - Ministro da Fazenda que será o Presidente; 
II - Presidente do Banco do Brasil S. A.;
III - Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
IV - Sete (7) membros nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal,
escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros,
com mandato de sete (7) anos, podendo ser reconduzidos. (...)
Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do Crédito é transformada em autarquia federal, tendo
sede e foro na Capital da República, sob a denominação de Banco Central da República do Brasil, com
personalidade jurídica e patrimônio próprios este constituído dos bens, direitos e valores que lhe são
transferidos na forma desta Lei e ainda da apropriação dos juros e rendas resultantes, na data da vigência
desta lei, do disposto no art. 9º do Decreto-Lei número 8495, de 28/12/1945, dispositivo que ora é
expressamente revogado.
Parágrafo único. Os resultados obtidos pelo Banco Centraldo Brasil, consideradas as receitas e
despesas de todas as suas operações, serão, a partir de 1º de janeiro de 1988, apurados pelo regime de
competência e transferidos para o Tesouro Nacional, após compensados eventuais prejuízos de exercícios
anteriores.
Art. 9º Compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer cumprir as disposições que
lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional.
Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil:
I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário
Nacional;
II - Executar os serviços do meio-circulante;
III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por
cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras ou
Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de
recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e condições por
ele determinadas (...)
V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias (...)
VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;
VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei;
VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de
Saque e fazer com estas últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo
Monetário Internacional;
IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas;
X - Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam:
a) funcionar no País;
b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior;
c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;
d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de títulos da dívida pública federal,
estadual ou municipal, ações Debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários;
e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;
f) alterar seus estatutos.
g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário.
XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de
instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos,
fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional;
XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos
públicos federais; (...)
Art. 11. Compete ainda ao Banco Central da República do Brasil;
I - Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e
internacionais;
II - Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de empréstimos internos ou externos,
podendo, também, encarregar-se dos respectivos serviços;
III - Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das
taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender ouro e
moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive as referentes aos Direitos
Especiais de Saque, e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial;
IV - Efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia mista e empresas do Estado;
V - Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições estabelecidas pelo Conselho
Monetário Nacional;
VI - Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
VII - Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais sobre empresas que, direta
ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em relação às modalidades ou processos operacionais que
utilizem; (...)
Art. 12. O Banco Central da República do Brasil operará exclusivamente com instituições financeiras
públicas e privadas, vedadas operações bancárias de qualquer natureza com outras pessoas de direito público
ou privado, salvo as expressamente autorizadas por lei.
Art. 13. Os encargos e serviços de competência do Banco Central, quando por ele não executados
diretamente, serão contratados de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos especialmente
autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. (...)
Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas
jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou
aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de
valor de propriedade de terceiros.
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições
financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma
permanente ou eventual.
Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante prévia
autorização do Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem
estrangeiras.
§ 1º Além dos estabelecimentos bancários oficiais ou privados, das sociedades de crédito, financiamento
e investimentos, das caixas econômicas e das cooperativas de crédito ou a seção de crédito das cooperativas
que a tenham, também se subordinam às disposições e disciplina desta lei no que for aplicável, as bolsas de
valores, companhias de seguros e de capitalização, as sociedades que efetuam distribuição de prêmios em
imóveis, mercadorias ou dinheiro, mediante sorteio de títulos de sua emissão ou por qualquer forma, e as
pessoas físicas ou jurídicas que exerçam, por conta própria ou de terceiros, atividade relacionada com a
compra e venda de ações e outros quaisquer títulos, realizando nos mercados financeiros e de capitais
operações ou serviços de natureza dos executados pelas instituições financeiras. (...)
Art. 23. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico é o principal instrumento de execução de
política de investimentos do Governo Federal, (...)
Art. 25. As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão
unicamente sob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de seu capital com direito a voto ser
representada por ações nominativas. (...)
Art. 29. As instituições financeiras privadas deverão aplicar, de preferência, não menos de 50%
(cinqüenta por cento) dos depósitos do público que recolherem, na respectiva Unidade Federada ou
Território. (...)
Lei nº 10.406/2002: Institui o Código Civil
Títulos de Crédito
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido,
somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. (...)
Do Título ao Portador
Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.
Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples
apresentação ao devedor.
Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do
emitente.
Art. 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade de sua
obrigação. (...)
Do Título À Ordem
Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título.
§ 1o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é
suficiente a simples assinatura do endossante.
§ 2o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título.
§ 3o Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente.
Art. 911. Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de
endossos, ainda que o último seja em branco.
Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verificar a regularidade da série de endossos,mas
não a autenticidade das assinaturas. (...)
Do Título Nominativo
Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.
Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo
proprietário e pelo adquirente.
Art. 923. O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário.
§ 1o A transferência mediante endosso só tem eficácia perante o emitente, uma vez feita a competente
averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do endossatário que comprove a autenticidade da
assinatura do endossante.
§ 2o O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endossos, tem o direito de obter a
averbação no registro do emitente, comprovada a autenticidade das assinaturas de todos os endossantes.
§ 3o Caso o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem direito o adquirente a obter do
emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do novo título constar no registro do emitente. (...)
Juros de Mora
Decreto nº 22.626/1933 (Lei da Usura): Dispõe sobre os juros nos contratos e da outras providencias.
Art. 1º. É vedado, e será punido nos termos desta lei, estipular em quaisquer contratos taxas de
juros superiores ao dobro da taxa legal (Código Civil, art. 1062).(...)
LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966: Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas
gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
(...)
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual
for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da
aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um
por cento ao mês.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor
dentro do prazo legal para pagamento do crédito.
LEI Nº 8.981, DE 20 DE JANEIRO DE 1995: Altera a legislação tributária Federal e dá outras providências.
(...)
Das Penalidades e dos Acréscimos Moratórios
Art. 84. Os tributos e contribuições sociais arrecadados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos
geradores vierem a ocorrer a partir de 1º de janeiro de 1995, não pagos nos prazos previstos na legislação
tributária serão acrescidos de:
I - juros de mora, equivalentes à taxa média mensal de captação do Tesouro Nacional relativa à Dívida
Mobiliária Federal Interna; (Vide Lei nº 9.065, de 1995);
II - multa de mora aplicada da seguinte forma:
a) dez por cento, se o pagamento se verificar no próprio mês do vencimento;
b) vinte por cento, quando o pagamento ocorrer no mês seguinte ao do vencimento;
c) trinta por cento, quando o pagamento for efetuado a partir do segundo mês subseqüente ao do
vencimento.
§ 1º Os juros de mora incidirão a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento, e a
multa de mora, a partir do primeiro dia após o vencimento do débito.
§ 2º O percentual dos juros de mora relativo ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado será
de 1%.
§ 3º Em nenhuma hipótese os juros de mora previstos no inciso I, deste artigo, poderão ser inferiores à
taxa de juros estabelecida no art. 161, § 1º, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, no art. 59 da Lei nº
8.383, de 1991, e no art. 3º da Lei nº 8.620, de 5 de janeiro de 1993.
§ 4º Os juros de mora de que trata o inciso I, deste artigo, serão aplicados também às contribuições
sociais arrecadadas pelo INSS e aos débitos para com o patrimônio imobiliário, quando não recolhidos nos
prazos previstos na legislação específica.
§ 5º Em relação aos débitos referidos no art. 5º desta lei incidirão, a partir de 1º de janeiro de 1995,
juros de mora de um por cento ao mês-calendário ou fração.
§ 6º O disposto no § 2º aplica-se, inclusive, às hipóteses de pagamento parcelado de tributos e
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9065.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172Compilado.htm#art161�1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8383.htm#art59
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8620.htm#art3
contribuições sociais, previstos nesta lei.
§ 7º A Secretaria do Tesouro Nacional divulgará mensalmente a taxa a que se refere o inciso I deste
artigo.
§ 8o O disposto neste artigo aplica-se aos demais créditos da Fazenda Nacional, cuja inscrição e
cobrança como Dívida Ativa da União seja de competência da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
(Incluído pela Lei nº 10.522, de 2002)
Art. 85. O produto da arrecadação dos juros de mora, no que diz respeito aos tributos e contribuições,
exceto as contribuições arrecadadas pelo INSS, integra os recursos referidos nos arts. 3º, parágrafo único, 4º e
5º, § 1º, da Lei nº 7.711, de 22 de dezembro de 1988, e no art. 69 da Lei nº 8.383, de 1991, até o limite de juros
previstos no art. 161, § 1º , da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.
Lei nº 9065/1995: Dá nova redação a dispositivos da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, que altera a
legislação tributária federal, e dá outras providências
Art. 13. A partir de 1º de abril de 1995, os juros de que tratam a alínea c do parágrafo único do art. 14
da Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994, com a redação dada pelo art. 6º da Lei nº 8.850, de 28 de janeiro de
1994, e pelo art. 90 da Lei nº 8.981, de 1995, o art. 84, inciso I, e o art. 91, parágrafo único, alínea a.2, da Lei
nº 8.981, de 1995, serão equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia -
SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente.
Lei nº 10.406/2002:
(...)
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando
provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do
pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.
Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às
dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário
por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes. (...)
Ativos Financeiros no Brasil
Sumário
1. Definição de Ativo Financeiro
2. Ativos Financeiros Privados
Ativos Financeiros de Renda Variável
Ações
Tipos de Ações
Rentabilidade das Ações
Ações Endossáveis
Opções de Ações
Fundos de Ações
Fundos de Investimento
Clubes de Investimento
Clubes de Investimento
Ativos Financeiros de Renda Fixa
Debêntures Simples
Debêntures Conversíveis em Ações
Commercial Papers
Letras de Câmbio
Bônus
Letras Imobiliárias
Caderneta de Poupança
CDB – Certificado de Depósito Bancário
RDB – Recibo de Depósito Bancário
3. Ativos Financeiros Públicos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10522.htm#art17
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7711.htm#art3p
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7711.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7711.htm#art5�1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8383.htm#art69
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm#art161�1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8847.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8981.htm#art90
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8981.htm#art84i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8981.htm#art91p2a
Ativos Financeiros de Renda Fixa
BBC – Bônus do Banco Central
NTN – Notas do Tesouro Nacional
LFT – Letras Financeiras do Tesouro
LTN – Letras do Tesouro Nacional
Características dos Títulos Públicos Disponibilizados no Tesouro Direto
Títulos Prefixados
Títulos Pós-fixados
Títulos Indexados ao IPCA
Títulos Indexados à Taxa Selic
Títulos Indexados ao IGP-M
LFTE – Letras Financeiras dos Tesouros Estaduais
LFTM – Letras Financeiras dos Tesouros Municipais
Alguns Conceitos
4. Derivativos
Contratos de Futuro
Contratos a Termo
Mercado de Opções
Garantias
Outras Modalidades de Aplicação
Fundos Mútuos de Investimentos

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