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INTRODUÇÃO À ECONOMIA MONETÁRIA, ATIVOS FINANCEIROS E SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Domingos de Gouveia Rodrigues INTRODUÇÃO À ECONOMIA MONETÁRIA Sumário 1. Introdução 2. Definição de Moeda 3. Importância da Moeda 4. História da Moeda: Evolução do Conceito de Moeda Pré-Economia Monetária ou Escambo: Troca Direta Entre Mercadorias A Moeda-Mercadoria: Mercadorias São Utilizadas Como Moeda Império Romano Mediterrâneo Guiné Virgínia Tibete Canadá Índias Ocidentais e Brasil Terra Nova México Ilhas Salomão Dificuldades da Moeda Mercadoria: Perecíveis, Não Divisíveis, Difícil Transporte e Não Homogêneas Moeda Metálica: São Cunhadas Moedas Metálicas Surgimento dos Sistemas Bancários: Moeda-Papel: Emissão Monetária Com Lastro Metálico Surgimento dos Estados Nacionais: Papel-Moeda: Emissão Monetária Sem Lastro Metálico Padrão-Ouro Acordo de Bretton-Woods Surgimento dos Bancos Centrais: Controle dos Agregados Monetários Moeda Escritural ou Eletrônica Funções da Moeda Meio de Troca Unidade de Conta Reserva de Valor Títulos de Crédito Agregados Monetários ou Meios de Pagamento Moeda Manual Moeda Escritural Quase-Moedas Ativo Líquido 5. Política Monetária Instrumentos de Política Monetária Financeiros: Emissões e Títulos De Política Econômica Depósitos Compulsórios Operações de Mercado Aberto Taxa de Redesconto Política de Crédito Taxa de Juros Política Monetária Em Economias Abertas Política Monetária e Taxa de Juros 6. Oferta de Moeda Criação de Moeda ou Meio de Pagamento Destruição de Moeda ou Meio de Pagamento Função Oferta de Moeda O Multiplicador Monetário 7. Demanda de Moeda Função Demanda de Moeda Motivos Para a Retenção de Moeda Motivo Transação Motivo Precaução Motivo Especulação 8. Teoria Quantitativa da Moeda 9. Monetização e Desmonetização 10. Inflação Definição de Inflação Tipos de Inflação Inflação Controlada Inflação Baixa Inflação Alta Inflação Muito Alta Hiperinflação Inflação Aberta Inflação Reprimida Inércia Inflacionária Estagflação Teorias de Inflação Inflação de Demanda Inflação de Custos ou de Oferta Inflação Induzida por Expectativas Racionais Inflação Induzida por Expectativas Adaptativas A Inflação Como Um Problema Estrutural Exemplos Históricos de Inflação Elevada e Hiperinflação Índices de Preços Definição de Índice de Preços Principais Tipos de Índices de Preços no Brasil 11. Exercícios Propostos 12. Apêndice: Base Legal Introdução aos Ativos Financeiros no Brasil Sumário 1. Definição de Ativo Financeiro 2. Ativos Financeiros Privados Ativos Financeiros de Renda Variável Ações Tipos de Ações Rentabilidade das Ações Ações Endossáveis Opções de Ações Fundos de Ações Fundos de Investimento Clubes de Investimento Clubes de Investimento Ativos Financeiros de Renda Fixa Debêntures Simples Debêntures Conversíveis em Ações Commercial Papers Letras de Câmbio Bônus Letras Imobiliárias Caderneta de Poupança CDB – Certificado de Depósito Bancário RDB – Recibo de Depósito Bancário 3. Ativos Financeiros Públicos Ativos Financeiros de Renda Fixa BBC – Bônus do Banco Central NTN – Notas do Tesouro Nacional LFT – Letras Financeiras do Tesouro LTN – Letras do Tesouro Nacional Características dos Títulos Públicos Disponibilizados no Tesouro Direto Títulos Prefixados Títulos Pós-fixados Títulos Indexados ao IPCA Títulos Indexados à Taxa Selic Títulos Indexados ao IGP-M LFTE – Letras Financeiras dos Tesouros Estaduais LFTM – Letras Financeiras dos Tesouros Municipais Alguns Conceitos 4. Derivativos Contratos de Futuro Contratos a Termo Mercado de Opções Garantias Outras Modalidades de Aplicação Fundos Mútuos de Investimentos Fundos Multimercados Fundos DI Fundos Cambiais Introdução ao Sistema Financeiro Nacional 1. Definição de Sistema Financeiro 2. Função do Sistema Financeiro 3. Evolução Histórica do Sistema Financeiro Nacional 4. Estrutura Normativa e de Supervisão do Sistema Financeiro nacional 4.1. Órgãos Normativos do Sistema Financeiro Nacional 4.1.1. CMN – Conselho Monetário Nacional 4.1.2. CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados 4.1.3. CNPC – Conselho Nacional de Previdência Complementar 4.2. Autoridades do Sistema Financeiro Nacional 4.2.1. BACEN – Banco Central do Brasil 4.2.2. CVM – Comissão de Valores Mobiliários 4.2.3.SUSEP – Superintendência de Seguros Privados 4.2.4.SPC – Superintendência de Previdência Complementar 5. Instituições Financeiras 5.1. Instituições Financeiras Bancárias ou Monetárias 5.2. Instituições financeiras Não Bancárias ou Não Monetárias 5.3. Instituições do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo 5.4. Agentes especiais 5.5. Instituições do Sistema de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários 5.6. Instituições do Sistema de Liquidação e Custódia de Títulos e Valores Mobiliários 5.7. Instituições e Entidades Administradoras de Recursos de Terceiros 5.8. Entidades Prestadoras de Serviços Financeiros Regulamentados 5.9. Instituições do Sistema Nacional de Seguros Privados e de Previdência Complementar 5.10 Instituições Prestadoras de Serviços Financeiros Não Regulamentados 6. Instituições Financeiras Públicas e Instituições Financeiras Privadas Instituições Financeiras Públicas BB – Banco do Brasil BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Bancos de Desenvolvimento CEF – Caixa Econômica Federal Agências de Fomento Instituições Financeiras Privadas Bancos Múltiplos Bancos Comerciais Cooperativas de Crédito Bancos de Investimento APE – Associações de Poupança e Empréstimos SCFI – Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (“Financeiras”) SCI – Sociedades de Crédito imobiliário Companhias Hipotecárias Cooperativas Centrais de Crédito Sociedades de Crédito ao Microempreendedor Administradoras de Consórcio Sociedades de Arrendamento Mercantil Sociedades Corretoras de Câmbio Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (“Corretoras”) Bancos de Câmbio Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (“Distribuidoras”) Bolsas de Mercadorias e Futuros Bolsas de Valores Sociedades Seguradoras Sociedades de Capitalização Entidades Abertas de Previdência Complementar (“Fundos de Pensão”) Entidades Fechadas de Previdência Complementar (“Fundos de Pensão”) SFH - Sistema Financeiro da Habitação 7. Exercícios Propostos 1. Introdução Neste livro, apresentamos uma introdução à economia monetária, aos ativos financeiros e à estrutura do sistema financeiro no Brasil. Portanto, é direcionado àqueles leitores que buscam um conhecimento básico, não avançado, sobre essas matérias. Inicialmente, definimos moeda. Em seguida, discorremos sobre a importância da moeda na economia, a evolução histórica do conceito de moeda, as funções da moeda, os agregados monetários, a política monetária e seus instrumentos, oferta e demanda por moeda, inflação e suas principais características e teorias e apresentamos os principais índices de preços do Brasil. Na segunda parte do livro, apresentamos a definição do sistema financeiro, as funções do sistema financeiro, a evolução histórica do sistema financeiro brasileiro, a estrutura normativa e de supervisão do sistema financeiro brasileiro, as instituições financeiras e os ativos financeiros monetários e não monetários. 2. Definição de Moeda Moeda é o instrumento criado pela arte e engenho humanos para facilitar as trocas de bens e serviços na sociedade, para servir como denominador comum de valores e para ser utilizado como uma reserva de valor, permitindo criar uma poupança e, assim, adiar as decisões de consumo. 3. Importância da Moeda O papel da moeda na economia sempre foi importante desde que a mesma foi criada pelo homem, mas na sociedade moderna adquire uma importância fundamental, com a multiplicação e sofisticação das operações de compra e venda de bens e serviços. A teoria monetária aborda os impactos da moeda na economia. Nesse sentido, relacionados com a moeda há um conjunto de instituições e instrumentos financeirosque cumprem funções específicas importantes, tais como: Transferir recursos entre as unidades superavitárias (poupadores líquidos positivos) e as unidades deficitárias da economia (poupadores líquidos negativos); Facilitar o acesso a consumo de bens duráveis através do financiamento bancário; Promover o desenvolvimento econômico a longo prazo pelo estímulo à poupança e à atividade econômica; Promover o investimento de médio e longo prazos da economia; Aumentar a liquidez e a eficiência produtiva dos ativos reais da economia; Promover e facilitar a negociação da transferência de propriedade e do controle de empresas; Permitir o ajuste do preço dos ativos financeiros ao risco dos diferentes tipos de investimento; Propiciar meios e instrumentos adequados para a execução da política econômica do governo: monetária, fiscal, creditícia e cambial. 4. História da Moeda: Evolução do Conceito de Moeda A moeda surge em decorrência da divisão do trabalho e do surgimento de um sistema de trocas indiretas. Ao longo do tempo, a moeda assumiu diferentes formas: 4.1. Pré-Economia Monetária ou Escambo: Troca Direta Entre Mercadorias Nas sociedades mais primitivas, as mercadorias eram trocadas diretamente umas pelas outras, processo que ficou conhecido como escambo. 4.2. A Moeda-Mercadoria: Mercadorias São Utilizadas Como Moeda A moeda nas sociedades primitivas surgiu na forma de escambo ou troca direta, em que mercadorias eram trocadas por outras mercadorias. A caça era trocada pela pesca ou pelas peles, gerando um preço relativo que facilitava as trocas. A intensificação dessas trocas levou à escolha de um padrão de referência, gerando a assim-chamada moeda-mercadoria. Várias mercadorias foram utilizadas como moeda, em diferentes regiões do planeta e em diferentes épocas. Exemplos de moeda-mercadoria: 4.2.1. Império Romano: O sal, em função de sua escassez e de suas propriedades (não perecível, facilmente divisível, de fácil transporte e homogêneo), foi usado como moeda e, mesmo, como meio de pagamento de salários. Como se sabe, o termo “salário” é derivado de sal. 4.2.2. Mediterrâneo (Antiguidade clássica): o gado preencheu a função de mercadoria-moeda; 4.2.3. Guiné: escravos, algodão ou linho foram usados como moeda; 4.2.4. Virgínia (Estados Unidos): o chá foi usado como moeda; 4.2.5. Tibete: blocos de chá eram usados como moeda; 4.2.6. Canadá: peles eram usadas como moeda; 4.2.7. Índias Ocidentais e Brasil: açúcar, sal ou boi eram usados como moeda; 4.2.8. Terra Nova: peixe seco era usado como moeda; 4.2.9. México: Os aztecas usavam sementes de cacau como moeda; 4.2.10. Ilhas Salomão: Dentes de golfinho são usados, ainda hoje, como moeda e como símbolo de riqueza. 4.3. Dificuldades da Moeda-Mercadoria As moedas-mercadoria apresentavam alguns problemas em sua utilização, como segue: Algumas eram perecíveis ou depreciáveis; Algumas não eram facilmente divisíveis; A maioria era de difícil transporte; Não eram homogêneas. Essas dificuldades levaram ao surgimento de outras formas de moeda. 4.4. Moeda Metálica: São Cunhadas Moedas Metálicas O metalismo surge em decorrência da inexistência, nas moedas-mercadorias, de certas propriedades fundamentais da moeda e das dificuldades anteriormente citadas. A primeira cunhagem de moedas ocorreu numa região da Ásia Menor chamada Lídia no século VIII a.C. e que se situava na costa ocidental da atual Turquia, próxima a Tróia. A primeira moeda foi chamada de Electron. Formas primitivas como o ferro dão lugar aos metais-preciosos, principalmente ouro e prata. A vantagem dos metais preciosos é óbvia vis-à-vis as mercadorias considerando transporte, divisibilidade, homogeneidade e reserva de valor. Na Idade Média surgem caracteres cunhados de uso generalizado, símbolos de grandes proprietários de terras, de soberanos ou de chefes de Estado. A moeda muda de forma e de essência, passando a autoridade pública a impor sua aceitação obrigatória: a moeda passa a ter curso legal e poder liberatório. Credores e vendedores são obrigados a aceitá-la em pagamento de seus créditos e de suas mercadorias. 4.5. Surgimento dos Sistemas Bancários: Moeda-Papel: Emissão Monetária Com Lastro Metálico Paralelamente à evolução do metalismo, desenvolveram-se embrionariamente os sistemas bancários, um dos mais importantes momentos históricos da evolução da moeda, levando à criação da moeda-papel. Surgem os bancos e ocorre, então: Desenvolvimento de novos mercados; Multiplicação da produção e venda dos bens e serviços; Acentuado aumento das operações de troca; Aumento do volume de moeda em circulação nos séculos XVIII e XIX, durante a Revolução Industrial; Surgem os Certificados de Depósitos Bancários – CDB’s e os Recibos de Depósitos Bancários – RDB’s ao portador e conversíveis. Apresentamos, a seguir, os anos de criação de alguns bancos privados importantes: 1401: Banco de Barcelona 1407: Banco de São Jorge (Gênova) 1690: Barclay’s Bank 1723: Pensylvannia Land Bank 1762: Hope & Co. 1780: Bank of Pensylvannia 1781: Bank of North America 1784: Bank of New York 1784: Bank of Massachusetts 1793: Caisse d’ Escompte 1800: Rothschild Bank (começa em torno de 1100, com a necessidade de transferir grandes quantidades de dinheiro para financiar as Cruzadas) 1806: Barings Bank A história dos bancos está estreitamente ligada à história da moeda e a seu papel no desenvolvimento dos negócios e das trocas. 4.6. Surgimento dos Estados Nacionais: Papel-Moeda: Emissão Monetária Sem Lastro Metálico O surgimento do papel-moeda vem com a formação dos Estados nacionais, em decorrência do enfraquecimento do poder dos senhores feudais e do fortalecimento do poder do monarca, em que o Estado – o poder central - passa a ser o emissor da moeda. Inicialmente, o papel-moeda tinha lastro no estoque de ouro (“padrão-ouro”) do país. Posteriormente, esse sistema foi abandonado e a emissão de papel-moeda passou a ser feita de acordo com critérios estabelecidos por cada autoridade monetária de cada país, em geral, em função de metas monetárias e de inflação. Os bancos perceberam que poderiam fazer empréstimos e descontar títulos, através da emissão de notas bancárias sem encaixe metálico. As vantagens eram: Para os produtores, o acesso a uma nova fonte de financiamento para seus investimentos; Para os comerciantes, a obtenção de crédito para a expansão de seus negócios, mediante as operações de desconto de títulos; Para os banqueiros, porque ao servirem de intermediários, beneficiavam-se da receita de juros. Todavia, havia risco envolvido, uma vez que o valor das notas em circulação era maior do que as garantias metálicas existentes. Havendo qualquer problema de desconfiança por parte dos usuários do sistema, seria gerada uma corrida aos bancos. Como a reconversão em larga escala seria impossível, seria provocada insuficiência de reservas bancárias e, portanto, falência dos bancos. Em 1798 mais de 100 bancos ingleses faliram e, entre 1810 e 1817, 600 bancos faliram. 4.6.1. Padrão-Ouro O padrão-ouro é um sistema monetário sob o qual determinado país ou grupo de países é obrigado a relacionar a oferta monetária realizada pelo banco central à quantidade de reservas de ouro possuída pelo mesmo. Nesse sistema, a moeda do país é livremente conversível em pré-determinada quantidade de ouro. O ouro é considerado um bom padrão monetário porque ele tem as propriedades de uma boa moeda: preserva valor, é durável, é facilmente divisível, é de fácil transporte e é homogêneo. O sistema do padrão-ouro foi adotado em diversos países entre os séculos XVII e XIX, particularmente na Inglaterra (1695), Holanda (1818), Portugal (1854), Alemanha (1871), Japão (1871), União Monetária Latina (1873: Bélgica, Itália, Suíça e França), Estados Unidos (1873), União Monetária Escandinava (1875: Dinamarca, Noruega e Suécia), França (1876), Espanha (1876), Finlândia (1878), Áustria (1879), Rússia (1893), Japão (1897), Índia (1898) e Estados Unidos (1900). O sistema do padrão-ouro foi interrompidoem diversos países, notadamente em períodos de guerra (Primeira e Segunda Guerras Mundiais), na medida em que esses países precisavam financiar seu esforço de guerra através de emissões monetárias sem lastro em ouro (Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo). A grande vantagem do padrão-ouro – e de padrões monetários similares – é que ele coloca forte restrição à capacidade de emissões monetárias sem lastro por parte dos governos, limitando a seigniorage (lucro do governo com a emissão de moeda), promovendo a estabilidade dos preços. Assim, não é surpreendente que esses sistemas tenham sido abandonados e substituídos por um sistema de padrões monetários de curso forçado e aceitação obrigatória, sem lastro, que é o sistema atual. 4.6.2. Acordo de Bretton-Woods Ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um sistema similar ao Padrão-Ouro foi criado, comandado pelos Estados Unidos, sob o qual muitos países fixavam suas taxas de câmbio em relação ao dólar americano. Os Estados Unidos, por sua vez, se comprometiam a fixar o preço do ouro em U$ 35 por onça. Consequentemente, os países que adotaram esse padrão, na prática, fixavam o valor de suas moedas ao ouro, gerando um sistema de taxas de câmbio fixas. Esse sistema ruiu em 1971, quando o Presidente americano Richard Nixon, com dificuldades para financiar o esforço de guerra no Vietnam, colocou fim a esse sistema, fazendo ruir o Acordo de Bretton-Woods. O fim dos sistemas de regime cambial fixo e do padrão-ouro levou a maior instabilidade nos mercados cambiais, na medida em que os países procuram tirar proveito de desvalorizações cambiais competitivas para alcançar posições mais favoráveis no comércio internacional As crises intermitentes nos sistemas monetário e cambial internacionais sugerem que algum padrão de estabilização das taxas de câmbio e juros deve ser implementado a nível mundial, através da coordenação de políticas entre as economias mais poderosas do mundo. 4.7. Surgimento dos Bancos Centrais: Controle dos Agregados Monetários Na medida em que os bancos têm poder para criar moeda, através da multiplicação dos empréstimos, criando também riscos para os poupadores e investidores, surge o poder público regulando o poder de emissão de notas bancárias e são criados, em decorrência disso, os bancos centrais. O primeiro banco central do mundo surge na Suécia, em 1668. O segundo é o Banco da Inglaterra, criado em 1694, em Londres, pelo empresário e banqueiro escocês William Paterson (1658-1719) a pedido do governo inglês. A criação de outros bancos centrais foi como segue: França: 1800; Holanda: 1814; Noruega: 1816; Áustria: 1816; Dinamarca: 1818; Alemanha: 1875; Japão: 1882; Itália: 1893; Estados Unidos: 1913; Brasil: 1964; China: 1979. 4.8. Moeda Escritural ou Eletrônica Moeda escritural ou eletrônica é o tipo de moeda que não tem corpo físico, sendo usada como meio de pagamento através da utilização dos depósitos bancários do utilizador. As principais formas de moeda escritural são: cheques, cartão eletrônico, transferências de crédito, TED – Transferência Eletrônica Disponível, DOC – Documento de Crédito e boletos de pagamento que utilizam os códigos de barras (contas de luz, gás, etc.). 4.9. FUNÇÕES DA MOEDA A moeda tem três funções mais importantes, a saber: Meio ou instrumento de troca ou pagamento: com a moeda, desaparece a economia de escambo (trocas diretas de bens). Unidade de conta: serve para comparar o valor das mercadorias, sendo a moeda o denominador comum de valores. Reserva de valor: a moeda representa um poder de compra sobre os bens, não precisando ser gasta imediatamente. Portanto, a moeda tem propriedades importantes: Prestar-se às comparações de valor de tudo aquilo que é comprado ou vendido; Gozar de aceitação universal nas transações econômicas; Permitir a distribuição no tempo do poder de compra de seus detentores. Um dos pilares da economia moderna de trocas é a existência de moeda ou meio de pagamento universalmente aceito. 4.10. Títulos de Crédito TÍTULOS DE CRÉDITO – CLASSIFICAÇÃO (NOVO Código Civil: Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002) Podem-se dividir os títulos de crédito em duas grandes classes: TÍTULOS PÚBLICOS. TÍTULOS PRIVADOS. AO PORTADOR: Transferem-se por simples tradição. À ORDEM: Emitidos por uma pessoa determinada mediante endosso, que pode ser lançado no verso e no anverso do título de crédito. NOMINATIVOS: Emitidos em nome de pessoa determinada e somente se opera sua transferência através de termo de transferência lavrado em livro próprio e cujo nome conste no registro do emitente assinado pelo proprietário e pelo adquirente, tais como as ações nominativas das sociedades anônimas. TÍTULOS DE CRÉDITO PÚBLICOS: emitidos pelo Poder Público, onde se destacam os Títulos da Dívida Pública, cujo objetivo é financiar os gastos públicos (política fiscal) e/ou servir como um instrumento de política monetária. Os títulos de dívida pública podem ser internos (emitidos no próprio país - LTN, NTN, LFT, LBC, BTN) ou externos (emitidos no exterior - Bônus da dívida externa). TÍTULOS DE CRÉDITO PRIVADOS são os títulos emitidos pelas firmas ou pelos indivíduos para financiar suas atividades ou para facilitar suas transações econômicas. São títulos privados: Ações emitidas pelas sociedades comerciais – é a unidade de capital das sociedades anônimas. Debêntures – são títulos de crédito de emissão das sociedades por ações, representando empréstimos obtidos por estas sociedades junto aos particulares. Nota promissória – é o título de crédito pela qual alguém se compromete a pagar a outrem certa quantia em determinado prazo. Trata-se de uma promessa de pagamento, exigindo na sua constituição, um emitente, que é o devedor que a assina, e um beneficiário ou portador, que é o credor. Duplicata mercantil – é um título de crédito de emissão nas vendas mercantis a prazo, realizadas entre comerciantes residentes no país. Cheque – é a ordem de pagamento à vista emitido em favor próprio ou de terceiro. Emissor ou emitente é a pessoa que emite o cheque. Sacado é o banco que tem fundos à disposição do emitente. 4.11. Agregados Monetários ou Meios de Pagamento Agregados monetários são um conceito usado para medir o volume de meios de pagamento disponíveis em uma determinada economia, onde os ativos são classificados de acordo com sua liquidez no mercado, sendo esta a rapidez com que os agregados monetários se materializam em transações econômicas, influenciando, dessa forma, o nível de atividade econômica e a taxa de inflação. Existem várias definições para Meios de Pagamento, a saber: M0: Moeda em poder do público (papel-moeda e moeda metálica) M1: M0 + depósitos à vista nos bancos comerciais M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic (operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais) M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez M0 – Moeda manual ou moeda corrente. É considerado um ativo dominado, porque sua remuneração é baixa em comparação com outros ativos financeiros que pagam juros. M1 – Depósitos em conta corrente nos bancos comerciais ou moeda escritural ou bancária. M2, M3 e M4 – são conhecidos como quase-moedas, que rendem juros aos aplicadores no mercado financeiro. Quase-moedas são ativos financeiros de grande liquidez e que rendem juros aos aplicadores. Ativo líquido: ativo que pode ser convertido em moeda com rapidez, com perda mínima de poder de compra. 5. Política Monetária Política Monetária é o uso dos instrumentos monetários para influenciar o nível do estoque monetário da economia (ou agregados monetários) e, dessa forma, controlar a taxa de juros e, em última instância, controlar o nível de atividade econômica e a taxa de inflação. Assim, a política monetária refere-se aos processos de controle da oferta de moeda na economia, aos instrumentos utilizados nesse controle e aos mecanismosde transmissão de seus efeitos sobre a atividade econômica em geral e sobre o nível geral de preços em particular. De acordo com Simonsen (1979): “O objetivo global da política monetária consiste, obviamente, no controle do total dos meios de pagamento. Ocorre que a criação de moeda não se processa apenas pelas Autoridades Monetárias, mas também pelos bancos comerciais. O Banco Central (...) pode controlar a base monetária. Mas o volume total dos meios de pagamento é um múltiplo dessa base.” Simonsen, M.H. macroeconomia. APEC, 1979. Do ponto de vista de seus impactos sobre os meios de pagamento, a política monetária pode ser expansionista, contracionista ou neutra. Política Monetária Expansionista: É a política monetária que provoca a expansão dos meios de pagamento na economia. Política Monetária Contracionista: É a política monetária que provoca a contração (redução) dos meios de pagamento na economia. Política Monetária Neutra: É a política monetária que não altera o volume de meios de pagamento em circulação no mercado. 7.1. Instrumentos de Política Monetária Existem dois tipos de instrumentos de política monetária, os financeiros e os de política econômica. Suas principais características são apresentadas a seguir. 7.1.1. Financeiros: Emissão de papel-moeda, depósitos à vista nos bancos comerciais e múltiplos, letras de câmbio, índices de opções e futuros, cadernetas de poupança, depósitos a prazo, bônus do Banco Central. 7.1.2. De Política Econômica: Reservas Bancárias Obrigatórias (Depósitos Compulsórios): São constituídas pelo dinheiro que os bancos comerciais usam para conduzir transações entre eles mesmos e com o banco Central. As reservas bancárias não pagam (ou pagam pouco) juros, de modo que os bancos preferem mantê-las num mínimo possível. Como os bancos precisam fazer face a requerimentos de seus clientes, as reservas bancárias depositadas no Banco Central são uma forma de se resguardar contra problemas de liquidez. Além disso, o Banco Central obriga os bancos a depositarem na instituição uma fração de seus depósitos. Operações de mercado aberto (“open-market”): O mercado monetário ou mercado aberto negocia títulos do governo. Os intervenientes são os bancos comerciais, outras instituições financeiras e não financeiras (companhias de seguro, corretoras e grandes empresas) e o banco Central, o qual exerce um poder quase absoluto sobre o mercado. A taxa de juros negociada neste mercado é utilizada como base nas operações do sistema financeiro, influenciando as demais taxas. O Banco Central interfere no mercado através de operações de mercado aberto. Características das operações de mercado aberto: a) Normalmente tomam a forma de empréstimos de curto prazo do banco central aos bancos comerciais; b) Estes empréstimos são garantidos pelos títulos em posse dos bancos comerciais; c) Quando empresta reservas, o Banco Central permite que o M0 aumente. Ao emprestar para seus clientes, os bancos comerciais fazem o M1 aumentar; d) Pelo fato de que estes empréstimos são de curto prazo, os bancos comerciais precisam “rolar” continuamente seus empréstimos, permitindo ao Banco Central interferir nas condições de liquidez monetária da economia. Taxa de redesconto: taxa exigida pelo Banco Central para cobrir os déficits diários nos caixas dos bancos comerciais, permitindo-lhes equilibrar as entradas e saídas de recursos. Normalmente, essa taxa é alta, desestimulando a tomada de recursos pelos bancos, de modo a não pôr em risco as metas de política monetária. Política de Crédito: uma maior facilidade ou dificuldade de se conceder crédito, também acaba por influenciar o nível de atividade da economia e, portanto, a taxa de inflação. Taxa de Juros: o nível da taxa de juros influencia o custo de capital para as empresas e o consumo dos consumidores, acabando por influenciar o nível da atividade econômica e, assim, a taxa de inflação. 7.1.3. Política Monetária em Economias Abertas A política monetária em economias abertas ao resto do mundo é influenciada pelos mercados de divisas estrangeiras, uma vez que os bancos centrais mantêm depósitos de divisas estrangeiras, títulos do tesouro estrangeiros e ouro, utilizando estes ativos para intervir no mercado de divisas e influenciar na taxa de câmbio, através de compras ou vendas de divisas no mercado. Dessa forma, o banco central afeta a base monetária (M0) e o multiplicador monetário, estabelecendo uma relação direta entre as intervenções no mercado aberto (utilizando títulos do tesouro e/ou títulos privados) e no mercado de câmbio (utilizando os ativos externos sob seu controle), afetando, em última instância, os agregados monetários. O grande problema de fazer política monetária em economias abertas, é que é possível haver incompatibilidade entre as metas monetárias e as metas cambiais, dado que se o governo for obrigado a intervir no mercado cambial pode perder o controle da política monetária e vice-versa. Ou seja, definir uma certa taxa de câmbio pode inviabilizar uma certa meta inflacionária ou uma certa taxa de juros e vice-versa. 5.1.4. Política Monetária e Taxa de Juros Efeitos da política monetária sobre a taxa de juros: Onde: r = Taxa de juros; M = Oferta de moeda; QD = Demanda de moeda. A taxa de juros é determinada pela interação entre a oferta e a demanda de moeda. A política monetária, ao influenciar o estoque de moeda em circulação, determina a taxa de juros da economia. Definição de Taxa de Juros A taxa de juros pode ser definida de várias formas. Inicialmente, como prêmio pela renúncia à liquidez. Pode ser vista, também, como o prêmio pela assunção de risco do investimento. A taxa de juros pode ser vista, ainda, como o prêmio á renúncia ao consumo presente e como a remuneração do capital investido. Onde: = Consumo presente 1; = Consumo presente 2; = Consumo futuro 1; = Consumo futuro 2; 8. Oferta de Moeda A oferta de moeda é realizada pelas autoridades monetárias (emissão de notas e moedas metálicas) e pelos bancos comerciais (criam ou destroem moeda através de suas operações de financiamento). Além de merecerem atenção pelo fato de receberem depósitos à vista, os bancos comerciais influenciam a oferta de moeda porque criam ou destroem moeda. 6.1. Criação de Moeda ou Meio de Pagamento: ocorre quando houver aumento do volume de moeda manual e de moeda escritural na economia. O sistema bancário adquire haveres não monetários ao público, pagando-os em moeda manual ou escritural. Ocorre criação de moeda quando, por exemplo, um banco concede um empréstimo a uma empresa ou a uma pessoa física colocando moeda na economia. 6.2. Destruição de Moeda ou Meio de Pagamento: ocorre quando houver redução do volume de meios de pagamento. Venda ao público de haveres não monetários em troca de recebimento de moeda na economia. Ocorre destruição de moeda quando, por exemplo, um banco vende um título a uma empresa ou a uma pessoa física retirando moeda do mercado. 6.4. O Multiplicador Monetário A relação entre a base monetária e os meios de pagamento é dada pelo multiplicador monetário, o qual é relativamente estável no curto prazo. Contudo, caso seja de seu interesse, o Banco Central tem instrumentos capazes de o modificarem para mais ou para menos. Por exemplo, para reduzir o multiplicador, o Banco Central pode aumentar o volume dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais a serem depositados no Banco Central e, para aumentá-lo, o Banco Central pode reduzir o volume de depósitos compulsórios. O processo de “multiplicação” é possível porque as reservas são apenas uma fração dos depósitos à vista ou a prazo. No caso de c=0, o multiplicador é 1/r. Caso c fosse 1 (todo o dinheiro nas mãos do público), o multiplicador seria 1. Pelo Quadro abaixo, podemos ver que o multiplicador depende dos valores de c (moeda em mãos do público) e r (fração dos depósitos bancários mantidos em reservas bancárias compulsórias). Dado um certo nível de reservas compulsórias (r), quantomenor a quantidade de papel-moeda em poder do público (c), menor o multiplicador e vice-versa. Valores Teóricos do Multiplicador Monetário (M1/M0) Moeda Reservas Compulsórias (r) M1 (c) 5% 10% 20% 0% 20,0 10,0 5,0 5% 10,3 6,9 4,0 10% 6,9 5,3 3,6 20% 4,2 3,6 2,8 30% 3,0 2,7 2,3 Fonte: Burma e Wyplosz (2001). Implicações do Multiplicador Monetário (ver Quadro acima): Quanto maior a taxa de reservas (r), menor o multiplicador monetário (os bancos emprestam menos ao público). Quanto maior a taxa de retenção do público (c), menor o multiplicador monetário (o público não deposita nos bancos, não permitindo a concessão de empréstimos bancários). Quanto maiores os empréstimos realizados pelos bancos, maior o multiplicador monetário (os agentes econômicos, de posse de maior liquidez, vão incrementar os depósitos bancários aumentando o multiplicador monetário). Quanto menores os depósitos compulsórios dos bancos no BC, maior o multiplicador (os bancos têm mais recursos para emprestar). 7. Demanda de Moeda A demanda de moeda corresponde à quantidade de moeda que o setor privado não bancário retém, em média (no público, nas empresas ou nos bancos na forma de depósitos à vista). O principal motivo para os agentes econômicos demandarem moeda é o motivo transação, em busca de compras ou vendas de bens e serviços na economia. O que importa é o poder de compra da moeda (custo dos bens e serviços em termos monetários), levando a que a demanda por moeda seja uma demanda por saldos reais e não por saldos nominais. O estoque de moeda em termos reais pode ser representado pela equação abaixo: M= Estoque nominal de moeda; P = Índice de preços ao consumidor. Também podemos definir uma função de demanda por moeda como segue: A questão principal é que reter moeda é útil e necessário, mas tem custos para quem a retém. Portanto, pela equação acima, os principais determinantes da demanda por moeda em termos reais são o PIB real (o crescimento real da economia), a taxa de juros nominal e o custo de transação da moeda. Os conceitos macroeconômicos de Demanda de Moeda, Teoria Quantitativa da Moeda e Velocidade de Circulação da Moeda permitem a análise dos impactos das políticas monetárias sobre os agregados monetários e, dessa forma, sobre os agregados macroeconômicos tais como nível de emprego, nível de preços, nível de atividade, riqueza e taxa de juros. 7.2. Motivos Para a Retenção de Moeda De acordo com a teoria monetária, existem três motivos principais para a retenção de moeda por parte dos agentes econômicos: a) Motivo transação: a administração financeira do dia-a-dia exige a retenção de moeda para fazer face às transações normais das firmas e indivíduos; b) Motivo precaução: a demanda por moeda aumenta quando as condições econômicas se tornam mais incertas; c) Motivo especulação: em mercados financeiros cada vez mais voláteis, os administradores de recursos precisam estar prontos para rapidamente comprar e vender ativos, aproveitando-se de movimentos especulativos. Por essa equação, assumindo que v é constante e que y é dado a curto prazo, qualquer alteração em M se reflete automaticamente no nível geral de preços (P) e, portanto, na taxa de inflação. 10. Monetização e Desmonetização Monetização pode ser definida como o processo de expansão do uso de moeda na economia. A monetização é estimulada em períodos de baixa inflação, em que a retenção de moeda não gera custos a seus possuidores. Desmonetização, por sua vez, é o processo inverso da monetização. A desmonetização ocorre quando é custoso reter moeda, normalmente, devido à aceleração acentuada da taxa de inflação. 11. INFLAÇÃO 11.1. Definição de Inflação Inflação é a tendência contínua e sustentada de elevação da média dos preços de bens e serviços da economia. Ou seja, inflação é o aumento persistente e generalizado no nível geral de preços. Em geral, diz-se que uma economia é inflacionária quando a taxa de inflação situa-se entre 0 (zero) e 100 (cem) por cento ao ano, havendo, contudo, vários tipos de inflação, conforme veremos a seguir. 11.2. Tipos de Inflação 11.2.1. Inflação Controlada Uma economia tem a inflação controlada quando a taxa de inflação anual é inferior ou igual a 2% (dois por cento) ao ano. 11.2.2. Inflação Baixa Uma economia tem uma inflação baixa quando a taxa de inflação anual se situa entre 2% (dois por cento) e 10% (dez por cento). 10.2.3. Inflação Alta Uma economia tem uma inflação alta quando a taxa de inflação anual se situa entre 10% (dez por cento) e 100% (cem por cento) 11.2.4. Inflação Muito Alta Uma economia apresenta inflação muito alta, quando sua taxa de inflação situa-se acima de 100 (cem) por cento ao ano. 11.2.5. Hiperinflação Há hiperinflação quando a taxa de inflação é maior do que 50 (cinqüenta) por cento ao mês. Em geral, as medidas utilizadas para acabar com a hiperinflação são: Aumento da independência política do Banco Central; Austeridade fiscal; Aumento da receita tributária; Eliminação de subsídios diretos e dos incentivos fiscais. Normalmente, a hiperinflação impõe efeitos terríveis sobre o sistema tributário de uma economia contribuindo para minar todo o sistema fiscal. A hiperinflação provoca o colapso dos encaixes reais (demanda real por moeda) e a rejeição total da moeda, levando à sua futura substituição por outra moeda. Estudos mostram que, normalmente, a hiperinflação é detonada por forte financiamento monetário do déficit público. 10.2.6. Inflação Aberta É a inflação decorrente do funcionamento normal da economia, sem controles significativos sobre os diversos preços da economia. 11.2.7. Inflação Reprimida É a inflação que não capta o verdadeiro potencial inflacionário de uma determinada economia, devido, por exemplo, à utilização de controles de preços pelo governo. 11.2.8. Inércia Inflacionária Ocorre inércia inflacionária quando os preços do presente e do futuro são influenciados pelos preços do passado recente, perpetuando a inflação. A indexação da economia, ao provocar rigidez de contratos a médio- longo prazo gera inércia inflacionária e estimula a inflação. Por isso, uma das principais medidas para se atacar o problema da inércia inflacionária é acabar com a indexação dos preços e dos ativos da economia. Os Planos Econômicos implementados no Brasil, nas últimas décadas, procuraram neutralizar a inércia inflacionária através, por exemplo, da substituição da moeda antiga (contaminada pela inércia inflacionária) pela moeda nova (não contaminada). É o caso do Plano Real (1994). 11.2.9. Estagflação Estagflação é a combinação de inflação com estagnação econômica. Existe estagflação quando coexistem altas taxas de inflação e baixa ou negativa taxa de crescimento econômico. 11.3. Teorias da Inflação Existem várias teorias preocupadas em explicar e definir os elementos causadores da inflação. Todavia, as principais teorias da inflação, de acordo com a corrente principal do pensamento econômico, são: 11.3.1. Inflação de Demanda: É provocada pelo excesso de demanda agregada em relação à produção (oferta) de bens e serviços. Havendo aumento da demanda, sem o correspondente aumento da oferta, ocorrem aumentos de preços. Deslocamento da Curva de Demanda e Inflação de Demanda No caso da oferta vertical, em que a oferta é fixa a curto prazo, aumentos de demanda apenas provocam inflação, não alterando a quantidade produzida. Oferta Vertical e Deslocamento da Curva de Demanda Uma variante da teoria da inflação de demanda é a inflação como um problema monetário desenvolvida pela chamada escola monetarista, para a qual o desequilíbrio no setor público é a principal causa da inflação. O excesso de demanda é causado pelo excesso de moeda em circulação causado pelo excesso de gastos públicos (déficit público) financiados por emissão de moeda. A Equação Quantitativa da Moeda, vista anteriormente, representa a visão monetarista da Inflação: MV = PY 11.3.2. Inflação de Oferta ou de custos: de acordo com esta teoria, o nível de demandae a oferta de moeda permanecem constantes mas, dado um choque de oferta, o nível de custos dos insumos sobe, sendo repassados aos preços dos bens. Uma equação de determinação de preços típica de inflação de custos é a seguinte (associada a setores oligopolizados da economia): Assumindo que a estrutura de mercado da maioria dos setores da economia é oligopolizada, ou seja, as empresas têm algum poder discricionário para influenciar preços e lucros, dada uma certa margem bruta de lucro (m), aumentos de custos (CMg) são repassados automaticamente para preços (P), provocando inflação (de custos). Outras explicações para o processo inflacionário são: 11.3.3. Inflação Induzida por Expectativas Adaptativas, em geral relacionada com a espiral salários- preços e envolvendo um conflito distributivo: os trabalhadores buscam manter seu poder real de compra e as firmas tentam repassar os custos salariais para os preços. Essa teoria assume que os eventos futuros são determinados por eventos ocorridos no passado. 11.3.4. Inflação Induzida por Expectativas Racionais: A teoria das expectativas racionais afirma que os agentes econômicos olham racionalmente para o futuro ao tentar maximizar seu bem-estar, não respondendo apenas aos estímulos de curto prazo. Portanto, suas expectativas quanto ao futuro são importantes, inclusive em relação à inflação. Desse modo, de acordo com a teoria das expectativas racionais, os agentes econômicos irão testar as decisões do banco central de modo a preencher previsões de inflação mais alta. Assim, os bancos centrais precisam gerar credibilidade na luta contra a inflação, ou então os agentes econômicos apostarão que o banco central vai acomodar a oferta de moeda à necessidade de evitar uma desaceleração econômica. Ou seja, o banco central tem que fazer os agentes econômicos acreditarem que é para valer sua política de combate à inflação, interferindo positivamente nas expectativas (racionais) dos agentes econômicos, caso contrário a política do banco central não surtirá efeito. 11.3.5. A Inflação Como um Problema Estrutural: de acordo com esta teoria, desenvolvida pela chamada escola estruturalista da CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina, nos anos 1950s, a inflação está associada a tensões de custos causadas por deficiências na estrutura da economia, por várias razões: a) oferta de alimentos inelástica, combinada com uma demanda que cresce aceleradamente, em razão da rápida urbanização e do crescimento da população; b) estrutura do comércio internacional: rigidez das importações, associada ao pouco dinamismo das exportações; c) inflação aliada ao processo de substituição de importações; d) estrutura oligopolizada do mercado facilita o repasse dos aumentos de custos aos preços dos produtos. 11.4. Instrumentos de Controle da Inflação Os instrumentos de controle da inflação podem ser classificados em ortodoxos e heterodoxos. 11.4.1. Instrumentos Ortodoxos Política monetária contracionista, controlando rigorosamente o volume de emissão monetária; Política fiscal contracionista, controlando rigorosamente os gastos do governo; e Política de crédito contracionista, dificultando o acesso a crédito através, por exemplo, do aumento dos depósitos compulsórios dos bancos no banco central. 11.4.2. Instrumentos Heterodoxos Controle de preços, salários e taxa de câmbio; Mudança do padrão monetário, com a criação de uma nova moeda, atacando a inércia inflacionária presente na moeda antiga; e Acabar com a indexação dos preços e dos salários, fatores realimentadores da inflação. 11.5. Exemplos Históricos de Inflações Elevadas e Hiperinflações Inflação do Império Persa, após ser conquistado por Alexandre , O Grande, que colocou o estoque de ouro persa em circulação através de intensa cunhagem de moedas de ouro. Inflação do fim do Império Romano, provocada por uma reforma monetária no século III, em que moedas excessivamente valorizadas não foram aceitas no pagamento de impostos e também pela instabilidade e interrupção do processo produtivo, assolado pelas invasões bárbaras (séculos III e IV d. C.); Inflação espanhola do século XVI, provocada pela descoberta de ouro e prata no Novo Mundo; Inflação da Guerra de Independência dos Estados Unidos (Século XVIII); Inflação da Revolução Francesa (Século XVIII); Inflação da Guerra Civil dos Estados Unidos (Século XIX); Hiperinflação ao final da Primeira Guerra Mundial (Áustria (1921-23), Alemanha (1921-23), Hungria (1922-24), Polônia (1922-23), e União Soviética); Hiperinflação ao final da Segunda Guerra Mundial (China, Grécia e Hungria); Hiperinflação nas décadas de 1980 e 1990 (Argentina, Bolívia (1985-86), Brasil, Nicarágua, Peru, Israel (1985), Polônia (1990), Rússia (1995) e Iugoslávia). 11.6. Índices de Preços 11.6.1. Definição de Índice de Preços Existem, basicamente, dois tipos de índice de preços: Índices Gerais de Preços (IGPs) e Índices de Preços ao Consumidor (IPCs). Os IGPs são uma média ponderada do IPA – Índice de Preços por Atacado (60%), IPC – Índice de Preços ao Consumidor (30%) e INCC – Índice Nacional da Construção Civil (10%). Os IPCs, por sua vez, medem o custo de vida das famílias e podem variar de acordo com o Universo de pessoas a ser pesquisado, em função, por exemplo, das faixas de renda das famílias. 11.6.2. Principais Tipos de Índices de Preços no Brasil No Brasil, existem vários índices utilizados para calcular a variação dos preços, ou seja, para calcular a taxa de inflação. Os mais importantes são os seguintes: INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Restrito IPC-FIPE – Índice de preços ao consumidor da FIPE IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo IPCAE - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial IGP – Índice Geral de Preços - FGV IGP-DI – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna - FGV IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado – FGV IPA – Índice de Preços no Atacado IPC-BR – índice de Preços ao Consumidor para o Brasil INCC – Índice Nacional de Custo da Construção IPC – RJ – Índice de Preços ao Consumidor na Cidade do Rio de Janeiro ICV – DIEESE – Índice do Custo de Vida do DIEESE IGP Índice Geral de Preços, calculado pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. É uma média ponderada do índice de preços no atacado (IPA), com peso 6; de preços ao consumidor (IPC) no Rio e SP, com peso 3; e do custo da construção civil (INCC), com peso 1. O IGP é usado em contratos de mais longo prazo, tais como aluguel. IGP-DI O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna, da FGV, reflete as variações de preços de todo o mês de referência. Ou seja, do dia 1 ao 30 de cada mês. Ele é formado pelo IPA (Índice de Preços por Atacado), IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), com pesos de 60%, 30% e 10%, respectivamente. O indicador apura as variações de preços de matérias-primas agrícolas e industriais no atacado e de bens e serviços finais no consumo. IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado da FGV utiliza uma metodologia igual à do IGP-DI, sendo calculado entre os dias 21 de um mês e 20 do seguinte. O IGP-M é utilizado nos contratos do mercado financeiro. IGP-10 Índice Geral de Preços 10 da FGV e elaborado com a mesma metodologia do IGP e do IGP-M. A única diferença é o período de coleta de preços: entre o dia 11 de um mês e o dia 10 do mês seguinte. IPC-RJ Calcula a variação dos preços na cidade do Rio de Janeiro. É calculado mensalmente pela FGV a partir dos gastos de famílias com renda entre um e 33 salários mínimos. IPC-Fipe Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP, no município de São Paulo. Calcula o custo de vida de famílias com renda entre 1 e 20 salários mínimos. Além da taxa mensal, também são calculadas taxas quadrissemanais. ICV-Dieese Índice do Custo de Vida calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - Dieese, na cidade de São Paulo. Calcula o custo de vida de famílias com renda média até determinado nível, sendo elaboradostambém índices para a baixa renda e para a renda intermediária. INPC Índice Nacional de Preços ao Consumidor, média do custo de vida nas 11 principais regiões metropolitanas do país para famílias com renda de 1 até 8 salários mínimos, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE, calculado desde 1980, utilizando metodologia semelhante à do INPC, refletindo, no entanto, o custo de vida para famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos. A pesquisa é feita nas mesmas 11 regiões metropolitanas. O Banco Central utiliza o IPCA para definir suas metas de inflação anuais. IPCAE O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor - SNIPC efetua a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). O período de coleta do IPCA-E estende-se, em geral, do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência A população-objetivo do IPCA-E abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões. INCC Índice Nacional do Custo da Construção é um dos componentes dos três IGPs da FGV. Apura a variação dos preços de materiais de construção e da mão-de-obra no setor da construção civil, sendo utilizado em contratos de financiamento direto de construtoras/incorporadoras. 12. Exercícios Propostos 12.1. Defina moeda. 12.2. Qual a importância da moeda numa economia moderna? 12.3. Trace um quadro da evolução da moeda ao longo da história, apresentando exemplos. 12.4. Quais eram as principais dificuldades da moeda-mercadoria? 12.5. Quais foram as principais conseqüências para a economia a partir do desenvolvimento dos sistemas bancários? 12.6. Quando e por que surgiram os primeiros bancos centrais? 12.7. Defina moeda escritural. 12.8. Quais são as funções da moeda? 12.9. Defina agregados monetários e meios de pagamento, listando suas classificações. 12.10. Defina política monetária e liste suas classificações. 12.11. Quais são os instrumentos de política monetária? 12.12. Qual é o grande problema ao fazer política monetária em economias abertas ao resto do mundo? 12.13. Dê uma definição para taxa de juros. 12.14. Em que consiste a oferta monetária? 12.15. Dê um exemplo de criação e um exemplo de destruição de moeda. 12.16. Defina multiplicador monetário. 12.17. De que depende o valor do multiplicador monetário? 12.18. Defina demanda por moeda. 12.19. Quais são os principais determinantes da demanda por moeda? 12.20. Quais são os motivos para a retenção de moeda? 12.21. Relacione a Teoria Quantitativa da Moeda com o nível geral de preços. 12.22. Defina monetização e desmonetização. 12.23. Defina inflação e liste seus principais tipos. 12.24. Quais são as principais teorias de inflação? De que modo se diferenciam? 12.25. Cite alguns exemplos históricos de hiperinflação. 12.26. Defina índice de preços e liste os principais índices de preços do Brasil. 12.27. A quem compete emitir moeda no Brasil (Art. 21, VII, CF)? 12.28. A quem compete fiscalizar as operações de natureza financeira no Brasil (Art. 21, VIII, CF)? 12.29. A quem compete legislar privativamente sobre sistema monetário, política de crédito e sistemas de poupança (Art. 22, VI, VII, XIX)? 12.30. Para fins de redução das desigualdades regionais, os incentivos regionais poderão, entre outros, usar que instrumento monetário-financeiro (Art. 43, § 2º, II, CF)? 12.31. A quem compete aprovar previamente, após argüição pública, a escolha de presidente e diretores do banco central do Brasil (Art. 52, III, d, CF)? 12.32. A quem cabe dispor sobre operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado (Art. 48, II, CF)? 12.33. A quem cabe dispor sobre matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações, bem como sobre moeda, seus limites de emissão e montante da dívida mobiliária federal (Art. 48, XIII, XIV, CF)? 12.34. A quem cabe autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse dos entes públicos (Art. 52, V, CF)? 12.35. A quem cabe dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno dos entes públicos (Art. 52, VII, CF)? 12.36. A quem compete estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios (Art. 52, IX, CF)? 12.37. O Presidente da República pode editar Medida Provisória que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro (Art. 62, § 1º, II, CF)? 12.38. A quem compete nomear, após aprovação pelo Senado Federal, o presidente e os diretores do banco central (Art. 84, XIV, CF)? 12.39. Quem exerce a competência da União para emitir moeda (Art. 164, CF)? 12.40. Quem poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros (Art. 164, § 2º, CF)? 12.41. Qual é o objetivo primordial do Conselho Monetário Nacional (Lei nº 4.595/1964, Art. 2º)? 12.42. Cite 5 (cinco) objetivos da política do Conselho Monetário Nacional (Lei nº 4.595/1964, Art. 3º). 12.43. Que instituição o banco central substituiu com a sua criação (Lei nº 4.595/1964, Art. 8º)? 12.44. Cite 5 (cinco) competências privativas do banco central do Brasil (Lei nº 4.595/1964, Art. 10). 12.45. A quem compete entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e internacionais (Lei nº 4.595/1964, Art. 11, I)? 12.46. A quem compete promover, como agente do Governo Federal, a colocação de empréstimos internos ou externos (Lei nº 4.595/1964, Art. 11, II)? 12.47. A quem compete atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio do balanço de pagamentos (Lei nº 4.595/1964, Art. 11, III)? 12.48. A quem compete exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais (Lei nº 4.595/1964, Art. 11, VII)? 12.49. A quem compete operar exclusivamente com as instituições financeiras públicas e privadas (Lei nº 4.595/1964, Art. 12)? 12.50. Quem a Lei da Reforma Bancária (Lei nº 4.595/1964, Art. 17) considera instituição financeira? 12.51. Quais são as condições para que instituições financeiras operem no País (Lei nº 4.595/1964, Art. 18)? 12.52. Quem é o principal instrumento de execução de política de investimento do Governo Federal (Lei nº 4.595/1964, Art. 23)? 12.53. Que percentual dos depósitos do público as instituições financeiras privadas deverão aplicar, de preferência, na respectiva Unidade Federada (Lei nº 4.595/1964, Art. 29)? 12. 54. Como se dá a transferência de um título ao portador (Lei nº 10.406/2002, Art. 904)? 12.55. O que é um título à ordem e como se transfere (Lei nº 10.406/2002, Art. 910)? 12.56. O que é um título nominativo e como se transfere (Lei nº 10.406/2002, Art. 922)? 12.57. Qual é o limite máximo a ser cobrado sobre juros de mora no Brasil? 13. Base Legal – Fundamentos de Economia Monetária Legislação Constitucional Art. 21. Compete à União: (...) VII - emitir moeda; VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; (...) Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; (...) XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; (...) Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. § 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros,na forma da lei: II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: (...) II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; (...) XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações; XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal. (...) Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...) III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: d) Presidente e diretores do banco central; (...) V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; (...) VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (...) Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, (...) o presidente e os diretores do banco central (...); Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. § 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. § 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. § 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. Legislação Ordinária Lei Nº 4.595/1964 Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei, será constituído: I - do Conselho Monetário Nacional; II - do Banco Central do Brasil; III - do Banco do Brasil S. A.; IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; V - das demais instituições financeiras públicas e privadas. Art. 2º Fica extinto o Conselho da atual Superintendência da Moeda e do Crédito, e criado em substituição, o Conselho Monetário Nacional, com a finalidade de formular a política da moeda e do crédito como previsto nesta lei, objetivando o progresso econômico e social do País. Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará: I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira; IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art62 https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art62 https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art62 VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. XIV - Determinar recolhimento de até 60% (sessenta por cento) do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, na forma e condições que o Conselho Monetário Nacional determinar (...) XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal situação; XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central da República do Brasil em suas transações com títulos públicos e de entidades de que participe o Estado; XX - Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a efetuar a subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das sociedades de economia mista e empresas do Estado; XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos; XXII - Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei; (...) XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas desejem estabelecer - se; XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, (...) XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições. XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou coligadas. (...) Art. 6º O Conselho Monetário Nacional será integrado pelos seguintes membros: I - Ministro da Fazenda que será o Presidente; II - Presidente do Banco do Brasil S. A.; III - Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico; IV - Sete (7) membros nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal, escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, com mandato de sete (7) anos, podendo ser reconduzidos. (...) Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do Crédito é transformada em autarquia federal, tendo sede e foro na Capital da República, sob a denominação de Banco Central da República do Brasil, com personalidade jurídica e patrimônio próprios este constituído dos bens, direitos e valores que lhe são transferidos na forma desta Lei e ainda da apropriação dos juros e rendas resultantes, na data da vigência desta lei, do disposto no art. 9º do Decreto-Lei número 8495, de 28/12/1945, dispositivo que ora é expressamente revogado. Parágrafo único. Os resultados obtidos pelo Banco Centraldo Brasil, consideradas as receitas e despesas de todas as suas operações, serão, a partir de 1º de janeiro de 1988, apurados pelo regime de competência e transferidos para o Tesouro Nacional, após compensados eventuais prejuízos de exercícios anteriores. Art. 9º Compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional. Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil: I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional; II - Executar os serviços do meio-circulante; III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma e condições por ele determinadas (...) V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias (...) VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas; VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei; VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional; IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; X - Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam: a) funcionar no País; b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior; c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações Debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários; e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento; f) alterar seus estatutos. g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário. XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional; XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais; (...) Art. 11. Compete ainda ao Banco Central da República do Brasil; I - Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e internacionais; II - Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de empréstimos internos ou externos, podendo, também, encarregar-se dos respectivos serviços; III - Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive as referentes aos Direitos Especiais de Saque, e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial; IV - Efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia mista e empresas do Estado; V - Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; VI - Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; VII - Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em relação às modalidades ou processos operacionais que utilizem; (...) Art. 12. O Banco Central da República do Brasil operará exclusivamente com instituições financeiras públicas e privadas, vedadas operações bancárias de qualquer natureza com outras pessoas de direito público ou privado, salvo as expressamente autorizadas por lei. Art. 13. Os encargos e serviços de competência do Banco Central, quando por ele não executados diretamente, serão contratados de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos especialmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. (...) Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual. Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante prévia autorização do Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras. § 1º Além dos estabelecimentos bancários oficiais ou privados, das sociedades de crédito, financiamento e investimentos, das caixas econômicas e das cooperativas de crédito ou a seção de crédito das cooperativas que a tenham, também se subordinam às disposições e disciplina desta lei no que for aplicável, as bolsas de valores, companhias de seguros e de capitalização, as sociedades que efetuam distribuição de prêmios em imóveis, mercadorias ou dinheiro, mediante sorteio de títulos de sua emissão ou por qualquer forma, e as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam, por conta própria ou de terceiros, atividade relacionada com a compra e venda de ações e outros quaisquer títulos, realizando nos mercados financeiros e de capitais operações ou serviços de natureza dos executados pelas instituições financeiras. (...) Art. 23. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico é o principal instrumento de execução de política de investimentos do Governo Federal, (...) Art. 25. As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão unicamente sob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de seu capital com direito a voto ser representada por ações nominativas. (...) Art. 29. As instituições financeiras privadas deverão aplicar, de preferência, não menos de 50% (cinqüenta por cento) dos depósitos do público que recolherem, na respectiva Unidade Federada ou Território. (...) Lei nº 10.406/2002: Institui o Código Civil Títulos de Crédito Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. (...) Do Título ao Portador Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição. Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor. Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente. Art. 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação. (...) Do Título À Ordem Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título. § 1o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso, dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante. § 2o A transferência por endosso completa-se com a tradição do título. § 3o Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente. Art. 911. Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em branco. Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verificar a regularidade da série de endossos,mas não a autenticidade das assinaturas. (...) Do Título Nominativo Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente. Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente. Art. 923. O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário. § 1o A transferência mediante endosso só tem eficácia perante o emitente, uma vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do endossatário que comprove a autenticidade da assinatura do endossante. § 2o O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endossos, tem o direito de obter a averbação no registro do emitente, comprovada a autenticidade das assinaturas de todos os endossantes. § 3o Caso o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem direito o adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo a emissão do novo título constar no registro do emitente. (...) Juros de Mora Decreto nº 22.626/1933 (Lei da Usura): Dispõe sobre os juros nos contratos e da outras providencias. Art. 1º. É vedado, e será punido nos termos desta lei, estipular em quaisquer contratos taxas de juros superiores ao dobro da taxa legal (Código Civil, art. 1062).(...) LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966: Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. (...) Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. LEI Nº 8.981, DE 20 DE JANEIRO DE 1995: Altera a legislação tributária Federal e dá outras providências. (...) Das Penalidades e dos Acréscimos Moratórios Art. 84. Os tributos e contribuições sociais arrecadados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores vierem a ocorrer a partir de 1º de janeiro de 1995, não pagos nos prazos previstos na legislação tributária serão acrescidos de: I - juros de mora, equivalentes à taxa média mensal de captação do Tesouro Nacional relativa à Dívida Mobiliária Federal Interna; (Vide Lei nº 9.065, de 1995); II - multa de mora aplicada da seguinte forma: a) dez por cento, se o pagamento se verificar no próprio mês do vencimento; b) vinte por cento, quando o pagamento ocorrer no mês seguinte ao do vencimento; c) trinta por cento, quando o pagamento for efetuado a partir do segundo mês subseqüente ao do vencimento. § 1º Os juros de mora incidirão a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento, e a multa de mora, a partir do primeiro dia após o vencimento do débito. § 2º O percentual dos juros de mora relativo ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado será de 1%. § 3º Em nenhuma hipótese os juros de mora previstos no inciso I, deste artigo, poderão ser inferiores à taxa de juros estabelecida no art. 161, § 1º, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, no art. 59 da Lei nº 8.383, de 1991, e no art. 3º da Lei nº 8.620, de 5 de janeiro de 1993. § 4º Os juros de mora de que trata o inciso I, deste artigo, serão aplicados também às contribuições sociais arrecadadas pelo INSS e aos débitos para com o patrimônio imobiliário, quando não recolhidos nos prazos previstos na legislação específica. § 5º Em relação aos débitos referidos no art. 5º desta lei incidirão, a partir de 1º de janeiro de 1995, juros de mora de um por cento ao mês-calendário ou fração. § 6º O disposto no § 2º aplica-se, inclusive, às hipóteses de pagamento parcelado de tributos e http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9065.htm#art13 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172Compilado.htm#art161�1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8383.htm#art59 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8620.htm#art3 contribuições sociais, previstos nesta lei. § 7º A Secretaria do Tesouro Nacional divulgará mensalmente a taxa a que se refere o inciso I deste artigo. § 8o O disposto neste artigo aplica-se aos demais créditos da Fazenda Nacional, cuja inscrição e cobrança como Dívida Ativa da União seja de competência da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. (Incluído pela Lei nº 10.522, de 2002) Art. 85. O produto da arrecadação dos juros de mora, no que diz respeito aos tributos e contribuições, exceto as contribuições arrecadadas pelo INSS, integra os recursos referidos nos arts. 3º, parágrafo único, 4º e 5º, § 1º, da Lei nº 7.711, de 22 de dezembro de 1988, e no art. 69 da Lei nº 8.383, de 1991, até o limite de juros previstos no art. 161, § 1º , da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Lei nº 9065/1995: Dá nova redação a dispositivos da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, que altera a legislação tributária federal, e dá outras providências Art. 13. A partir de 1º de abril de 1995, os juros de que tratam a alínea c do parágrafo único do art. 14 da Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994, com a redação dada pelo art. 6º da Lei nº 8.850, de 28 de janeiro de 1994, e pelo art. 90 da Lei nº 8.981, de 1995, o art. 84, inciso I, e o art. 91, parágrafo único, alínea a.2, da Lei nº 8.981, de 1995, serão equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente. Lei nº 10.406/2002: (...) Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes. (...) Ativos Financeiros no Brasil Sumário 1. Definição de Ativo Financeiro 2. Ativos Financeiros Privados Ativos Financeiros de Renda Variável Ações Tipos de Ações Rentabilidade das Ações Ações Endossáveis Opções de Ações Fundos de Ações Fundos de Investimento Clubes de Investimento Clubes de Investimento Ativos Financeiros de Renda Fixa Debêntures Simples Debêntures Conversíveis em Ações Commercial Papers Letras de Câmbio Bônus Letras Imobiliárias Caderneta de Poupança CDB – Certificado de Depósito Bancário RDB – Recibo de Depósito Bancário 3. Ativos Financeiros Públicos http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10522.htm#art17 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7711.htm#art3p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7711.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7711.htm#art5�1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8383.htm#art69 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm#art161�1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8847.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8981.htm#art90 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8981.htm#art84i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8981.htm#art91p2a Ativos Financeiros de Renda Fixa BBC – Bônus do Banco Central NTN – Notas do Tesouro Nacional LFT – Letras Financeiras do Tesouro LTN – Letras do Tesouro Nacional Características dos Títulos Públicos Disponibilizados no Tesouro Direto Títulos Prefixados Títulos Pós-fixados Títulos Indexados ao IPCA Títulos Indexados à Taxa Selic Títulos Indexados ao IGP-M LFTE – Letras Financeiras dos Tesouros Estaduais LFTM – Letras Financeiras dos Tesouros Municipais Alguns Conceitos 4. Derivativos Contratos de Futuro Contratos a Termo Mercado de Opções Garantias Outras Modalidades de Aplicação Fundos Mútuos de Investimentos
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