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MERCADO FINANCEIRO


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MERCADO FINANCEIRO
TEMA 1- MERCADOS FINANCEIROS 
DEFINIÇÃO: Funcionamento dos mercados financeiros, seus principais atores e produtos.
PROPÓSITO: Entender o funcionamento básico dos mercados financeiros e seus objetivos e conhecer os principais atores e produtos negociados.
OBJETIVOS
Módulo 1: Descrever os objetivos, composição e funcionamento dos mercados financeiros
Módulo 2: Descrever os principais tipos de instituições e produtos dos mercados financeiros
INTRODUÇÃO
Quando você efetua um pagamento com seu cartão de crédito, ou realiza um saque da sua conta-corrente, está usando os serviços do mercado financeiro – um dos principais mercados em qualquer economia.
Veremos neste tema como eles  funcionam: seus objetivos, as diferentes partes que os compõe, e como elas funcionam. Estudaremos também algumas de suas instituições e produtos – que vão desde os mais simples, como o serviço de conta-corrente, até produtos financeiros complexos, que demandam uma regulação cuidadosa.
MÓDULO 1 - DESCREVER OS OBJETIVOS, COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS FINANCEIROS
FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS FINANCEIROS
Descreveremos aqui os objetivos dos mercados financeiros, sua importância para a economia de um país e a composição do Sistema Financeiro Nacional, além do funcionamento de algum dos seus principais componentes.
Algumas das decisões mais relevantes tomadas pelos agentes econômicos, as famílias, as empresas e o governo dizem respeito ao consumo, à poupança e ao investimento. As famílias consomem parte de sua renda e poupam outra parte para se precaverem das incertezas futuras. As empresas e o governo necessitam de recursos para realizar investimentos produtivos: compra de máquinas, desenvolvimento de infraestrutura etc. Assim, há na economia agentes geradores de poupança (agentes superavitários) e agentes demandantes de recursos para investimento (agentes deficitários).
Agentes geradores de poupança (agentes superavitários).
X
Agentes demandantes de recursos para investimento (agentes deficitários).
O mercado financeiro é o mecanismo por meio do qual se viabiliza o fluxo de recursos entre os agentes superavitários, ou poupadores, e os agentes deficitários, ou tomadores de recursos.
Vejamos o seguinte exemplo: José tem uma empresa, mas não tem o capital necessário para investir na modernização de seus equipamentos, portanto procura o banco BCO a fim de conseguir um empréstimo. Ao mesmo tempo, João recebeu um dinheiro extra e deseja poupá-lo para sua aposentadoria contratando um plano de previdência da seguradora SGA. Como as histórias de João e José se cruzam?
Quando João aplica seu dinheiro em um plano de previdência, a seguradora SGA investe esse montante em um CDB do banco BCO. Este, por sua vez, empresta o dinheiro a José para abrir sua empresa. Quando José quita a dívida com o banco BCO, pagando juros, uma parte desses juros é repassada à seguradora SGA, como remuneração do CDB. A seguradora, então, repassa essa remuneração para o fundo previdenciário do João, que vê sua poupança aumentar.
Com o objetivo de organizar e resumir o que já aprendemos, preparamos a tabela abaixo sobre quem são os componentes do mercado financeiro, acompanhe:
	COMPONENTES DO MERCADO FINANCEIRO
	Agentes poupadores (superavitários).
	Agentes tomadores de recursos (deficitários).
	Instituições operadoras (bancos, cooperativas de crédito, seguradoras, corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, fundos de pensão etc.).
	Instrumentos financeiros (títulos, ações, fundos etc.).
	Organismos reguladores.
	Organismos supervisores
O Banco Central do Brasil (BCB) apresenta a seguinte composição para o Sistema Financeiro Nacional em seu site:
	
	Moeda, crédito, capitais e câmbio
	Seguros privados
	Previdência fechada
	Orgãos
	CMN
Conselho Monetário Nacional
	CNSP
Conselho Monetário Nacional
	CNPC
Conselho Nacional de Previdência Complementar
	Supervisores
	BC
Banco Central do Brasil
	CVM
Comissão de Valores Mobiliários
	Susep
Superintendência de Seguros Privados
	Previc
Superintendência Nacional de Previdência Complementar
	Operadores
	Bancos e caixas econômicas
	Administradoras de consórcios
	Bolsa de valores
	Seguradoras e resseguradores
	Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão)
	
	Cooperativas de crédito
	Corretoras e distribuidoras*
	Bolsa de mercadorias e futuros
	Entidades abertas de previdência
	
	
	Instituições depagamento**
	Demais instituições não bancárias
	
	Sociedades de capitalização
	
	*Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
**As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas pelo CMN.
Sistema Financeiro Nacional (SFN). (Fonte: Banco Central do Brasil).
Com relação aos componentes do mercado financeiro, daremos destaque agora para os organismos reguladores e os organismos supervisores. Veja a seguir:
ÓRGÃOS NORMATIVOS
São aqueles que estabelecem as regras do jogo, regulando as condições para se operar nos mercados, estabelecendo medidas prudenciais para garantir a estabilidade financeira, medidas de conduta para garantir a proteção dos participantes e consumidores, dentre outras regras que visam a um bom funcionamento do sistema. São eles:
- O conselho monetário nacional (CMN).
- O conselho nacional de seguros privados (CNSP).
- O conselho nacional de previdência complementar (CNPC).
CMN: Foi criado pela Lei 4.595 de 1964. É o órgão que estabelece as políticas monetária, creditícia, cambial e de capitais.
CNSP: Criado pelo Decreto-Lei 73 de 1966, regula os mercados de seguros, resseguros (o seguro das seguradoras), previdência complementar aberta e capitalização.
CNPC:Teve a missão dada pela Lei 12.154 de 2009: regula a previdência complementar fechada, operada pelos fundos de pensão, estabelecidos por empresas para seus funcionários.
ÓRGÃOS SUPERVISORES
Os órgãos supervisores desses mercados são:
- O Banco Central do Brasil (BCB).
- A Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- A Superintendência de Seguros Privados (Susep).
- A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
Apesar da enorme importância dos seguros e da previdência complementar para o Sistema Financeiro Nacional, geralmente associamos a “mercados financeiros” apenas os mercados de moeda, câmbio, crédito e capitais. Apesar de terem características próprias, os quatro mercados estão intimamente ligados, tanto que as instituições que operam em um desses mercados geralmente também o fazem nos demais. Vejamos as especificidades de cada um dos mercados anteriormente citados:
MERCADO DE MOEDA OU MONETÁRIO: O mercado de moeda, ou monetário, está relacionado com o papel-moeda e a moeda escritural, que é aquela que os bancos geram ao registrar seus depósitos em conta-corrente. As operações nesse mercado são as operações de curtíssimo prazo.
MERCADO DE CÂMBIO: O mercado de câmbio cuida da compra e venda de moeda estrangeira.
MERCADO DE CRÉDITO: O mercado de crédito lida com os empréstimos concedidos pelas instituições financeiras.
MERCADO DE CAPITAIS: O mercado de capitais se relaciona com a captação de recursos das empresas com compartilhamento de riscos e ganhos, por meio de ações e títulos.
FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS MONETÁRIO, CAMBIAL, DE CRÉDITO E DE CAPITAIS
Já vimos que os mercados financeiros são divididos em alguns segmentos denominados de Mercado de moedas ou monetário, Mercado cambial, Mercado de crédito e Mercado de capitais. Agora, vamos analisar cada um deles.
MERCADO MONETÁRIO
Este é um mercado de operações de curtíssimo prazo, e possui um importante papel na gestão da liquidez da economia e no controle da inflação.
Você já deve ter ouvido que quando o governo “imprime” mais dinheiro, gera inflação. Ou seja, quando o governo aumenta a base monetária (a quantidade de moeda disponível) há uma pressão sobre a inflação. Dados do BCB indicam que em junho de 2020 havia cerca de R$ 260 bilhões em papel-moeda em poder da população. Nomesmo período, o total de depósitos à vista nos bancos era de R$ 230 bilhões. Mas não é sobre esse “tipo de moeda” que o BCB atua na sua missão de entregar a meta de inflação, imprimindo ou recolhendo dinheiro. Para controlar a inflação, o BCB atua no mercado monetário de outra forma.
Quando o BCB precisa tirar dinheiro de circulação, ele atua vendendo títulos públicos; e quando ele quer injetar mais dinheiro na economia, compra esses títulos, alterando assim a liquidez do mercado. Essas operações são realizadas pelo BCB por meio do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). As instituições financeiras também negociam títulos públicos no sistema Selic, geralmente em operações de um dia (overnight), para recompor suas reservas compulsórias junto ao Banco Central. A média das taxas de todas as negociações realizadas no Selic ao longo de um dia é denominada de taxa Selic, sobre a qual você certamente já ouviu falar.
Atenção: O Comitê de Política Monetária do BCB (Copom) estabelece uma meta para a taxa Selic em função das expectativas de inflação em relação à meta definida pelo Conselho Monetário Nacional. Se a inflação está alta, o Copom estabelece uma meta mais elevada para a taxa Selic, com o objetivo de retirar dinheiro de circulação.
Percebe que uma taxa mais alta tira dinheiro de circulação?
Com uma taxa mais alta, mais pessoas se interessarão em trocar moeda por títulos, pois sua remuneração é maior. Essa moeda vai, então, para os cofres do BCB e sai de circulação. Se a inflação está baixa, o Copom reduz a meta para a taxa Selic, com o objetivo de colocar mais dinheiro em circulação e estimular a economia. Uma vez definida a meta da taxa Selic, o BCB vende ou compra títulos para que a taxa Selic diária atinja a meta estabelecida.
Mercado cambial: O mercado de câmbio realiza a troca de moedas estrangeiras por reais, e é dividido em mercado primário e mercado secundário. Vejamos a seguir as especificações desses dois subtipos de mercado cambial:
Mercado primário: Neste mercado, as pessoas físicas e as empresas que importam ou exportam mercadorias transacionam com os bancos a compra ou venda de moeda estrangeira.
Mercado secundário: O mercado secundário de câmbio é o mercado interbancário, no qual os bancos trocam divisas entre si.
Além desses atores (pessoas físicas, empresas e bancos), o Banco Central do Brasil atua diretamente no mercado para a execução da política cambial. Todas as operações de câmbio são registradas em um sistema do BCB chamado SISBACEN, que calcula diariamente a média ponderada pelo volume das operações de câmbio entre reais e dólares americanos realizadas no mercado secundário (interbancário). A essa taxa dá-se o nome de Ptax.
Mercado de crédito: Este é o mercado em que atuam os bancos comerciais. Nele, as instituições financeiras captam recursos dos poupadores e os emprestam às empresas e pessoas físicas para financiar consumo ou capital de giro, por exemplo. A remuneração dos bancos é dada pelo spread, que é a diferença entre a taxa de juros cobrada dos tomadores de empréstimo e a taxa de juros utilizada para remunerar os poupadores.
Neste mercado há, portanto, a intermediação financeira, pois os bancos atuam como intermediários que reúnem poupadores e tomadores nas operações de crédito, sendo remunerados por esse serviço por meio do spread bancário. Como as instituições financeiras que operam nesse mercado possuem uma gama bastante ampla de clientes com diferentes perfis de prazos e volumes de recursos, elas  conseguem realizar uma gestão de riscos mais eficiente que os poupadores e tomadores seriam capazes de realizar sem o auxílio desses intermediários.
O Banco Central do Brasil supervisiona este mercado, que segue regras prudenciais bastante restritas para a garantia de seu bom funcionamento e da estabilidade financeira do país. Essas regras são espelhadas em um padrão internacional estabelecido pelo Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (BCBS, em inglês), denominado de Basileia III. Dessa forma, as instituições que operam no mercado de crédito devem possuir capital suficiente e uma estrutura eficaz de gestão de riscos para garantir seu funcionamento regular, mesmo em situações de crise. As operações neste mercado costumam ser de curto ou médio prazo.
Mercados de capitais
Os mercados de capitais são caracterizados pela desintermediação financeira, ou seja, neles os agentes superavitários (poupadores) se relacionam diretamente com os agentes deficitários (tomadores) por meio de instrumentos de dívida (debt) ou instrumentos de patrimônio (equity).
Apesar de não participarem diretamente das operações, uma vez que são operações sem intermediação, as instituições financeiras podem atuar indiretamente estruturando e facilitando a distribuição desses títulos entre os investidores. Nesse caso, elas não são remuneradas por um spread, mas por uma taxa de prestação de serviços.
Instrumentos de dívida: Têm como principais representantes as debêntures ― o termo vem do inglês debt ― e as notas promissórias ― commercial papers. Comprando uma debênture, os investidores passam a ser credores da empresa que a emitiu.
Instrumento de patrimônio: Possuem como principais representantes as ações (stock shares), por meio das quais os investidores podem se tornar sócios da empresa que as emitiu, participando de seus resultados e riscos.
Assim como no mercado cambial, o mercado de capitais também pode ser dividido em primário e secundário. Vejamos suas especificidades a seguir:
Mercado primário: Consiste na primeira emissão dos títulos ou ações. É nesse instante que a empresa emissora (a tomadora dos recursos) efetivamente recebe os recursos para seu financiamento.
Essa primeira emissão é feita com o auxílio de bancos de investimento, corretoras ou distribuidoras de títulos, contratados pelo emissor para a prestação desse serviço.
Mercado Secundário: Ocorre após a emissão inicial, e também é chamada de subscrição (underwriting). Os títulos podem ser negociados entre os diversos investidores. Um mercado secundário ativo é muito importante para a liquidez dos papéis e uma boa formação de preços.
No caso das ações, a primeira emissão é realizada por intermédio de um processo chamado IPO (do inglês, Initial Public Offer) ou Oferta Pública de Ações (OPA). Uma vez executada essa etapa, a empresa emissora passa a ser “listada” na Bolsa de Valores e suas ações podem ser negociadas no mercado secundário de bolsa. No Brasil, a principal bolsa de valores é a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). O mercado secundário, no entanto, não se resume às bolsas de valores. As debêntures, por exemplo, são negociadas em mercados de balcão, cujo principal operador nacional também é a B3.
Considerando o que vimos até aqui, você saberia apontar a diferença entre uma bolsa de valores e um mercado de balcão? Vejamos:
	Bolsa de valores
	Mercado de balcão
	Na bolsa de valores a negociação dos papeis é feita de forma multilateral, com vários compradores e vendedores apresentando suas ordens de compra e venda, e sempre que os preços convergem, o negócio é celebrado.
	No mercado de balcão, o detentor de um título negocia livremente com um comprador interessado. Após a negociação, registra-se a concretização da operação.
As operações no mercado de mercado de capitais costumam ser de médio a longo prazo.
Letra E
Letra A
Letra C
Letra D
Letra B
Letra D
Letra A
Letra C
Letra D
Letra E
Letra D
Letra C
Atividades 
1. Um dos objetivos do Comitê de Política Monetária é:
A) Normatizar o mercado de capitais.
B) Definir a meta de inflação.
C) Definir o valor da taxa Selic.
D) Negociar títulos no mercado aberto.
A alternativa "C" está correta.
É o Copom quem define o valor da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, com o objetivo de atingir a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional.
2. Qual das opções abaixo apresenta instrumentos do mercado de capitais de patrimônio e dívida, respectivamente?
A) Dólar e real.
B) Debêntures e ações.
C) Dividendos e juros.
D) Ações e debêntures.A alternativa "D" está correta.
As debêntures são instrumentos de dívida emitidos pelas empresas no mercado de capitais, enquanto que as ações são instrumentos de patrimônio.
MÓDULO 2 - DESCREVER OS PRINCIPAIS TIPOS DE INSTITUIÇÕES E PRODUTOS DOS MERCADOS FINANCEIROS
AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Agora que conhecemos os principais mercados financeiros, vamos analisar mais detidamente as instituições que operam tais mercados.
BANCOS DE DESENVOLVIMENTO
O mais conhecido deles é o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, mas há vários outros bancos de desenvolvimento regional, como o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo – BANDES e outros. Esses bancos têm por objetivo fomentar a atividade econômica. A Resolução CMN nº 394 de 1976 define seus objetivos como sendo:
“Proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social dos respectivos Estados da Federação onde tenham sede, cabendo-lhes apoiar prioritariamente o setor privado.”
Vejamos alguns exemplos de instituições financeiras:
Caixa Econômica Federal: A Caixa é uma instituição financeira pública que exerce uma série de funções operacionais na implantação de políticas de governo, tal qual a gestão de fundos como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, o Programa de Integração Social – PIS, o seguro-desemprego, além de gerir as loterias e conceder empréstimos sob penhor.
Banco do Brasil: O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista que também auxilia na execução de políticas públicas, como o crédito rural e industrial.
Instituições financeiras monetárias: São as instituições autorizadas a reter depósitos à vista, ou seja, gerar moeda escritural. Dividem-se em bancos comerciais, aqueles que estamos acostumados a utilizar, bancos múltiplos com carteiras comerciais, a Caixa Econômica Federal e as cooperativas de crédito.
Demais instituições financeiras: A Lei Complementar nº 105 de 2001 elenca uma série de tipos de instituições financeiras não monetárias, ou seja, que não geram moeda escritural. São elas:
· Distribuidoras de valores mobiliários
· Corretoras de câmbio e de valores mobiliários
· Sociedades de crédito, financiamento e investimentos
· Sociedades de crédito imobiliário
· Administradoras de cartões de crédito
· Sociedades de arrendamento mercantil (leasing)
· Administradoras de mercado de balcão organizado
· Associações de poupança e empréstimo
· Bolsas de valores e de mercadorias e futuros
· Entidades de liquidação e compensação
Instituições sob supervisão da CVM, Susep e Previc
Além das instituições financeiras citadas anteriormente, há ainda outras que não estão sob supervisão do BCB, mas de outros supervisores do SFN, como a CVM, a Susep e a Previc. São elas:
· Sociedades administradoras e gestoras de fundos de investimento
· Sociedades seguradoras
· Sociedades resseguradoras
· Sociedades de capitalização
· Entidades de previdência complementar
Os fundos de investimento, que iremos analisar adiante , são particularmente importantes. Todas essas cinco instituições, no entanto, são muito relevantes na dinâmica dos mercados financeiros, pois constituem-se em grandes agentes superavitários, geradores de enormes recursos para os agentes deficitários. Estas instituições são comumente denominadas de investidores institucionais.
PRODUTOS FINANCEIROS
Conhecendo os mercados e seus atores, vamos agora conhecer os principais produtos disponíveis nesses mercados.
PRODUTOS DE CAPTAÇÃO
Para captar recursos que irão lastrear os empréstimos concedidos no mercado de crédito, as instituições financeiras dispõem de uma série de produtos dos mais variados tipos. Esses produtos sujeitam os investidores ao risco de quebra da instituição financeira na qual aportam recursos. Dessa forma, quanto mais sólida for a instituição financeira, menor será a taxa de remuneração. Caso o risco seja mais elevado, a remuneração também o será. Analisemos alguns dos produtos mais importantes.
Depósitos à vista
São os depósitos em conta-corrente, disponibilizados pelas instituições financeiras monetárias, os quais se constituem numa fonte importante de captação. Tais depósitos não são remunerados e possuem liquidez imediata para o depositante, podendo ser sacados a qualquer tempo.
Depósitos a prazo
Diferentemente dos depósitos à vista, os depósitos a prazo são remunerados pela instituição de crédito após o período previamente acordado. Possuem restrições de resgate para o depositante. Os principais produtos de depósito a prazo comercializados são:
CDB: Os Certificados de Depósito Bancário
RDB: Os Recibos de Depósito Bancário
Atenção: A diferença entre os dois é que o CDB pode ser negociado antes do seu vencimento, enquanto que o investidor não tem a opção de transferir o RDB.
A remuneração dos títulos pode ser feita de três formas:
· Por uma taxa prefixada.
· Por uma taxa pós-fixada – geralmente um percentual da taxa DI.
· Por uma combinação das duas.
Vale explicar um pouco melhor o que vem a ser a taxa DI, que deriva dos Certificados de Depósito Interfinanceiro – CDI. Quando estudamos o mercado monetário, tratamos da taxa Selic, composta pelas negociações de títulos públicos no mercado aberto. Essas negociações são uma forma de os bancos captarem recursos no overnight para recompor suas reservas compulsórias junto ao Banco Central, e envolvem uma caução, isto é, em troca dos empréstimos, os bancos tomadores de recursos deixam títulos públicos como garantia da operação.
Outra forma de captar recursos para a recomposição das reservas compulsórias é por meio do mercado interbancário. Nesse mercado, os bancos emprestam dinheiro entre si, sem a necessidade dessa caução, negociando os CDIs. A taxa média dos negócios gerados no mercado interbancário é calculada pela B3 (antiga Central de Títulos Privados – Cetip) e é denominada de taxa DI.
Depósitos de Poupança
Estes são um dos produtos mais conhecidos dos brasileiros e oferecem uma rentabilidade de 0,5% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial – TR. Depois de 2012, a regra da remuneração da poupança ganhou novo componente. Agora, caso a meta da taxa Selic seja igual ou inferior a 8,5% a.a., a remuneração da poupança será igual a 70% da taxa Selic mais a variação da TR. Ao final junho de 2020, a meta da taxa Selic estabelecida pelo Copom era de 2,25% ao ano e a TR era 0%. Assim, a remuneração da poupança nesse mês foi de:
Poupança = 70% x 2,25% + 0% = 1,575% 𝑎.𝑎.
Letras financeiras: São instrumentos de captação das instituições financeiras de mais longo prazo do que os CDBs e RDBs, geralmente destinados a investidores institucionais, como os fundos de investimento, sociedades seguradoras e entidades de previdência complementar, uma vez que seu valor mínimo para aplicação é de R$ 300.000,00 e têm prazo mínimo de 2 anos.
Além das instituições financeiras, outras instituições não financeiras também podem captar recursos diretamente no mercado de capitais, sem a necessidade de recorrer a um intermediário. Vamos analisar alguns dos produtos destinados a esse fim.
Ações: As ações são um título de propriedade de parte da empresa que as emitiu. O nome em inglês – shares – significa justamente isso: partes ou frações. Quando um investidor adquire ações, sua rentabilidade dependerá de dois fatores:
· A variação do preço dessas ações
· Os dividendos (participação nos lucros da empresa) que elas pagarão ao longo de sua vida
Assim, dizemos que são um instrumento de renda variável, pois não se conhece a priori qual será esta rentabilidade. Elas podem ser de dois tipos:
AÇÕES ORDINÁRIAS: São aquelas que dão direito a voto nas decisões da companhia emissora.
AÇÕES PREFERENCIAIS: Já as ações preferenciais não dão direito a voto, mas possuem preferência na distribuição de dividendos e nos bens da empresa em caso de quebra.
 
Exemplo: As ações da Petrobrásnegociadas em bolsa são a PETR3 e a PETR4. A PETR3 é a ação ordinária da empresa, dando direito a voto. Já a PETR4 é a ação preferencial da empresa. Quando a Petrobrás apresenta lucro líquido, os acionistas preferenciais recebem uma remuneração mínima garantida. Após esse mínimo ser pago pela companhia, caso ainda haja lucro a ser distribuído, ele é destinado às ações ordinárias até que se iguale o valor pago às preferenciais. Qualquer excedente adicional de lucro é distribuído igualmente entre os dois tipos de ação. Em 2018 , após o pagamento do mínimo aos acionistas preferenciais, a companhia não tinha recursos suficientes para pagar o mesmo valor aos acionistas ordinários. Assim, cada ação PETR3 pagou R$ 0,92, contra R$ 0,25 pagos para cada ação PETR4.
A evolução do mercado acionário é acompanhada por índices de ações. No Brasil, o principal deles é o Ibovespa, que agrega as ações mais negociadas na Bolsa.
Debêntures
As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas não financeiras muito utilizadas para financiar projetos de longo prazo, pois permitem ao emissor estruturar seu fluxo de pagamentos, adequando-os aos fluxos esperados dos projetos. Geralmente têm sua rentabilidade prefixada ou atrelada a uma taxa pós-fixada, como a taxa DI ou a um índice de preços, como o IPCA. A flexibilidade desses instrumentos não se resume à estrutura de seu fluxo de pagamentos. Elas podem oferecer também uma série de opções, como:
· Oferta de garantia
· Opção de conversão em ações
· Opção de recompra por parte do emissor
Títulos públicos
Além das instituições financeiras e não financeiras, o governo também capta recursos no mercado financeiro por meio da emissão de títulos. Esses títulos representam o principal ativo financeiro em circulação no país e podem ser adquiridos diretamente por pessoas físicas por intermédio do sistema Tesouro Direto. São emitidos pelo Tesouro Nacional e os principais tipos disponíveis atualmente são:
LETRA DO TESOURO NACIONAL (LTN)
São de mais curto prazo e são comercializadas com deságio sobre seu valor de face. Sua estrutura de pagamentos prevê apenas um fluxo, com o pagamento no principal (R$ 1.000,00) no vencimento. No Tesouro Direto esses títulos são denominados de “Tesouro prefixado”.
Suponha que um investidor tenha adquirido uma LTN por R$ 800,00 um ano antes de seu vencimento. A rentabilidade da operação será de:
𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒=(1.000−800)/800=25%
LETRA FINANCEIRA DO TESOURO (LFT)
Este é um título pós-fixado, que acumula as taxas Selic diárias. Ao vencimento do título será pago ao investidor o valor investido, corrigido pela taxa Selic acumulada no período de investimento. No Tesouro Direto esses títulos são denominados de “Tesouro Selic”.
Suponha que um investidor tenha adquirido uma LFT por R$ 10.500,00 um ano antes de seu vencimento e que a taxa Selic acumulada nesse período seja de 2,5%.
No vencimento, o investidor recebe os R$ 10.500,00 investidos, corrigidos pela Selic acumulada no período (2,5%).
10.500,00×(1+2,5%)=10.762,50
NOTA DO TESOURO NACIONAL – SÉRIE B (NTN-B)
A rentabilidade desses títulos é dada pela variação da inflação, medida pelo IPCA. Diferente da LTN e da LFT, esse título prevê pagamentos semestrais, denominados de cupons. O nome “cupom” tem sua origem na época em que esses títulos ainda eram cartulares, ou seja, emitidos em papel. Cada título possuía cupons que eram destacados para recebimento de seus pagamentos nas respectivas datas. No Tesouro Direto esses títulos são denominados de “Tesouro IPCA+ com pagamentos semestrais”.
Há uma modalidade específica de NTN-B no Tesouro Direto que não possui pagamento de cupons, denominada de “Tesouro IPCA+”, também chamada de NTN-B Principal.
NOTA DO TESOURO NACIONAL – SÉRIE B (NTN-B)
A rentabilidade desses títulos é prefixada, mas diferente da LTN esse título prevê pagamentos de cupons semestrais.
Produtos de empréstimos bancários
Os produtos que vimos até aqui tinham o objetivo de captar recursos dos agentes superavitários para as instituições financeiras. Veremos agora o outro lado da moeda, os produtos que permitem às instituições financeiras emprestar recursos aos agentes deficitários.
Nessas operações, a instituição financeira que disponibiliza o crédito corre o risco do tomador de recursos, que pode ser uma pessoa física ou jurídica. Para calcular uma taxa de remuneração correspondente ao risco em que incorre, a instituição financeira faz uma análise da capacidade de pagamento daquele tomador. Para essa análise, a instituição financeira pode recorrer a bancos de dados como o Serviço de Proteção ao Crédito – SPC, ao SERASA ou à Central de Risco de Crédito do Banco Central – CRC. Recentemente foi regulamentado o cadastro positivo de crédito, com o objetivo de possibilitar aos bons pagadores auferirem melhores taxas no momento da contratação do empréstimo.
Elencamos a seguir os produtos de empréstimos bancários:
HOT MONEY: São empréstimos normalmente de 1 a 7 dias para atender a necessidades de caixa de empresas.
CHEQUE ESPECIAL: É uma linha de crédito pré-aprovada pela instituição financeira que cobre eventuais saldos negativos na conta-corrente.
DESCONTO DE TÍTULOS: Quando o tomador de recursos possui créditos futuros a receber de duplicatas e outros títulos, ele pode antecipar esse recebimento por meio da operação de desconto de títulos. Nessa operação, a instituição financeira compra os títulos do tomador com um deságio, ou seja, por um preço inferior ao valor de face deste.
FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO: São operações de crédito que visam atender as necessidades de capital de giro das empresas. Normalmente são exigidas garantias de créditos a receber da empresa, como duplicatas.
CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR: É uma modalidade de crédito destinada a financiar a aquisição de bens e serviços pelos consumidores. O bem a ser adquirido normalmente é dado à instituição financeira como garantia de pagamento do empréstimo.
CRÉDITO CONSIGNADO: Constitui-se numa linha de crédito destinada a funcionários públicos, com a cobrança sendo realizada diretamente no contracheque do tomador. Nessa modalidade, as taxas cobradas tendem a ser mais baixas devido ao baixo risco de inadimplência.
VEÍCULOS DE INVESTIMENTO COLETIVO
Muitas vezes um investidor pessoa física não tem capacidade financeira para investir em alguns produtos diretamente. No entanto, pode fazê-lo utilizando-se de veículos de investimento coletivos, como os fundos de investimento ou os planos de previdência.
FUNDOS DE INVESTIMENTO
Os fundos de investimento são veículos de investimento coletivo regulados pela CVM que permitem aos seus cotistas investir em produtos financeiros mais sofisticados. Eles podem ser abertos ou fechados. Vejamos:
Fundos abertos: São aqueles em que os participantes aportam ou resgatam recursos emitindo novas cotas, ou seja, a quantidade de cotas varia conforme os aportes e resgates.
Fundos fechados: São aqueles em que há uma emissão inicial de cotas e não são mais feitos aportes dos resgates até o vencimento do fundo. Suas cotas podem ser negociadas no mercado secundário.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – Anbima possui ainda uma classificação dos fundos segundo sua política de investimentos, conforme a tabela apresentada a seguir.
	Frame da classificação de fundos
	Regulação
	Regulação
	Nível 1
	Nível 2
	Nível 3
	Renda fixa
	Simples
	Simples
	
	Indexado
	Índices
	
	Ativos
• Duração baixa
• Duração média
• Duração alta
• Duração livre
	Soberano
Grau de investimento
Crédito livre
Sustentatbilidade/governança
	
	Investimento no exterior
	Investimento no exterior
Dívida externa
	Multimercados
	Alocação
	Balanceados
Flexível
	
	Por estratégia
	Macro
Trading
Long and Short – Direcional
Long and Short – Neutro
Juros e moedas
Livre
Capital protegido
Estratégia específica
	
	Investimento no exterior
	Investimento no exterior
	Ações
	Indexados
	Valor/crescimento
Setoriais
Dividendos
Small Cap
Índice ativo Livre
	
	Ativos
	Fundos fechados deações
	
	Investimento no exterior
	Fundos de ações FMP-FGTS
	
	Específicos
	Fundos de mono ação
	Cambial
	Cambial
	Cambial
Classificação de fundos. (Fonte: Anbima).
Previdência complementar aberta
Outro veículo de investimento bastante utilizado pelos investidores são os planos de previdência complementar aberta ou os seguros de vida com cobertura de sobrevivência. Os mais conhecidos deles são:
PGBL:O Plano Gerador de Benefícios Livre
VGBL: O Vida Gerador de Benefícios Livre
A principal diferença entre eles encontra-se no tratamento tributário. O PGBL é um plano de previdência e o VGBL é um seguro com cobertura de sobrevivência. Assim, as contribuições ao PGBL podem ser abatidas da base de cálculo do Imposto de Renda como contribuição previdenciária. O mesmo não ocorre com o VGBL. Por outro lado, quando dos recebimentos gerados pelos planos PGBL, resgates ou pagamentos de renda de aposentadoria, há incidência de imposto de renda. Isso não ocorre com o VGBL, pois apenas sua rentabilidade é tributada.
Letra D
Letra C
Letra E
Letra C
Letra D
1. Qual título público federal tem como remuneração da taxa básica de juros da economia?
A) Notas do Tesouro Nacional – série B – NTN-B.
B) Notas do Tesouro Nacional – série F – NTN-F.
C) Letras Financeiras do Tesouro – LFT.
D) Letras do Tesouro Nacional – LTN.
A alternativa "B" está correta.
A resposta correta é a letra B. As NTN-F são títulos prefixados que pagam cupons semestrais.
2. Uma LTN foi vendida por 900 reais um ano antes de seu vencimento. Qual a sua rentabilidade?.
A) 10% a.a.
B) 11,11% a.a.
C) 12,5% a.a.
D) 13,33% a.a.
A alternativa "B" está correta.
A resposta correta é a letra B. No vencimento, uma LTN vale R$ 1.000,00. Dessa forma, seu fluxo será dado pela figura:
Sua rentabilidade será dada por:
𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒=(1.000−900)/900=11,11% 𝑎.𝑎.
CONCLUSÃO – CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Estudamos neste tema o funcionamento básico do mercado financeiro. Os serviços cotidianos que você utiliza, como um saque em conta-corrente ou um empréstimo, são apenas alguns exemplos de uma gama de produtos financeiros, oferecidos por instituições de diversos tipos. O funcionamento do mercado financeiro é essencial para a economia crescer e distribuir renda. Fique atento às decisões das instituições financeiras: elas afetam não apenas suas transações cotidianas, mas todo o país.
TEMA 2 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
DEFINIÇÃO
Apresentação do sistema financeiro como parte fundamental de toda a sociedade econômica moderna e sua responsabilidade pela conexão entre agentes e recursos, além de suas particularidades com relação ao sistema de cada país e o estudo sobre as instituições do sistema financeiro brasileiro.
PROPÓSITO
Apresentar o conhecimento da estrutura do Sistema Financeiro Nacional como parte de inúmeras profissões e tarefas, tanto no sistema financeiro quanto em empresas usuárias de financiamentos ou outras operações financeiras.
OBJETIVOS
Módulo 1: Definir a estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e das instituições monetárias e não monetárias
Módulo 2: Identificar as instituições normativas do SFN
Módulo 3: Identificar as instituições supervisoras do SFN
INTRODUÇÃO
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um conjunto de instituições e regras essencial para o funcionamento da economia brasileira. Veremos, neste tema, um pouco da história dessas instituições e estudaremos sua estrutura e seus atores principais.
Analisaremos o papel dos bancos comerciais na economia do Brasil e como eles “criam moeda”, além de verificarmos como ocorre a atuação das diversas instituições normativas e supervisoras do SFN, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil (BCB), o Conselho Monetário Nacional (CMN) e outros agentes ligados ao setor público.
MÓDULO 1 - DEFINIR A ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) E DAS INSTITUIÇÕES MONETÁRIAS E NÃO MONETÁRIAS
Este módulo traz definições do Sistema Financeiro Nacional (SFN), apresentando alguns dos temas e conceitos mais importantes, bem como sua estrutura e sua história. Além disso, veremos a distinção entre instituições monetárias e não monetárias, como também a apresentação do conceito de multiplicador monetário.
A ESTRUTURA DO SFN
Os agentes econômicos (famílias, empresas e governo) tomam, frequentemente, decisões com relação a consumo, poupança e investimento. Isso tem especial importância para a compreensão do sistema financeiro, visto que, para que essas operações aconteçam na economia, é necessário viabilizar fluxos de recursos de poupadores (agentes que recebem mais do que consomem) para tomadores de recursos (agentes que consomem mais do que recebem).
A partir da necessidade do intermédio de um agente para essas operações, surgem as instituições financeiras. Dessa forma, define-se o sistema financeiro como o conjunto de instituições e instrumentos (serviços) que permitem o fluxo financeiro entre poupadores e tomadores de recursos.
O sistema financeiro é composto por quatro grandes mercados:
MONETÁRIO: utilizado pelo Banco Central do Brasil (BCB) para controlar a liquidez da economia, isto é, a quantidade de moeda em circulação;
DE CRÉDITO: aqui, os intermediários financeiros, normalmente, os bancos comerciais, captam recursos de alguns agentes (por exemplo, através de depósitos em conta corrente) e emprestam a outros. O Banco Central é o principal responsável pelo controle, normatização e fiscalização desse mercado;
Bancos comerciais: Instituições que financiam indivíduos e empresas, e, para isso, obtêm recursos a partir da captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis. Ou seja, você deposita seu dinheiro na conta corrente e o banco pode emprestar a alguém.
DE CÂMBIO: também é supervisionado pelo Banco Central e caracterizado pelas trocas de moedas estrangeiras (por exemplo, dólares ou euros) por moeda nacional (reais);
DE CAPITAIS: também chamado de mercado de valores mobiliários, surgiu a partir das necessidades das firmas por recursos, muitas vezes em volume superior ao que as instituições poderiam ou estariam dispostas a emprestar.
O mercado de capitais, assim como o de crédito, liga tomadores e poupadores, mas não há um intermediário financeiro propriamente dito: é uma relação direta. Os intermediários prestam diversos serviços de apoio, mas não ficam com o risco.
O principal exemplo é o mercado de ações. Os participantes devem seguir as normativas da Comissão de Valores Mobiliária (CVM) e são regulados pelo BCB.
O SFN pode ser dividido em três níveis: órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores. Os órgãos normativos e as entidades supervisoras serão abordados com mais detalhes nos módulos 2 e 3, respectivamente.
Os operadores são instituições que exercem atividades de captação, intermediação e aplicação no SFN, sendo as entidades mais conhecidas. Alguns exemplos são: o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e todos os bancos comerciais.
	Órgãos Normativos
	Entidades Supervisoras
	Operadores
	Conselho Monetário Nacional (CNM)
	Banco Central do Brasil (BACEN)
	Instituições financeiras captadoras de depósito à vista
Demais instituições financeiras
	Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros
	
	Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
	Bolsa de mercadorias e futuros
Bolsa de valores
	
	Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
	Superintendência de Seguros Privados
	Resseguradores
Sociedades seguradoras
Sociedade de capitalização
Entidades abertas de previdência complementar
	Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)
	Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)
	Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão)
	
BREVE HISTÓRICO DO SFN
O Brasil levou muitas décadas para estabelecer um sistema financeiro moderno e robusto como o atual.
1500: Com a descoberta oficial do País, em 1500, a Europa já possuía um sistema bancário, bem como países com moeda própria. Porém, até que esta tecnologia chegasse ao Brasil, especialmente com relação àcriação de uma rede bancária, demorou muito tempo.
1808: Antes da chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, não era permitido o funcionamento de bancos na, então, colônia de Portugal. Depois disso, a inauguração do Banco do Brasil foi um marco para a história do SFN. Entretanto, a atuação desta instituição em relação à concessão de crédito se revelou bastante tímida, uma vez que um dos papéis do banco era o de custear os gastos da coroa portuguesa, por meio da impressão de dinheiro. Tal fato, contudo, acabava gerando inflação.
1822: Após a independência e com o fim do tráfico de escravos, a necessidade de prover recursos a empreendimentos agrícolas, industriais etc. foi se mostrando cada vez mais elevada.
Instituições financeiras começaram a surgir e, com isso, passaram a financiar lavouras, expansão de fábricas, exportação e importação de bens, bem como mitigar problemas que hoje são cobertos por qualquer seguradora. O Estado foi ganhando um protagonismo cada vez maior no SFN, seja como ator principal, a partir da criação de bancos federais e estaduais, seja como regulador, criando leis para fazer com que todo sistema se tornasse cada vez mais seguro.
1945: Após a Segunda Guerra Mundial, os sistemas financeiros mundiais apresentaram grandes progressos. O Brasil acompanhou essa tendência. A criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), em 1945, assim como da Carteira de Redesconto e, por fim, do Banco Central do Brasil, em 1964, mostram o esforço do Estado em tornar o sistema financeiro mais seguro e menos instável.
1988:Na esfera internacional, em 1988, foi firmado o Primeiro Acordo de Capital de Comitê de Basileia, na Suíça, grande marco na regulação mundial das instituições financeiras, que visava oferecer mais segurança ao sistema financeiro. Os países signatários tinham como objetivo estabelecer normas para o bom funcionamento do sistema financeiro dos participantes, firmando requisitos que devem ser observados para a atuação no setor. Com o passar dos anos, as autoridades monetárias de inúmeros países, inclusive o Brasil, se encontraram para atualizar as normas estabelecidas.
1994: Com o fim da hiperinflação no Brasil, em 1994, o sistema financeiro passou por grave crise: o sistema estava “viciado” em alta inflação e perdeu parte de sua fonte de lucro. Em 1995, com a falência de uma série de instituições financeiras, o Governo interveio no sistema bancário por meio do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER). Com ele, uma grande soma de recursos públicos foi injetada no sistema financeiro para conter a falência de algumas instituições financeiras que se encontravam em apuros.
2008: Durante a crise de 2008, o SFN conseguiu dar uma reposta e não foi fortemente afetado pelo evento, como em outros países.
Após esse breve histórico do SFN, podemos introduzir a noção de instituições financeiras monetárias e não monetárias.
MULTIPLICADOR MONETÁRIO E INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS MONETÁRIAS E NÃO MONETÁRIAS
Instituições financeiras monetárias (ou bancárias) são aquelas que podem obter recursos a partir de depósitos em poupança ou conta corrente. Os bancos comerciais são as instituições de maior relevância nesse grupo, dado que têm forte atuação no sistema financeiro de qualquer nação capitalista.
Além dos bancos comerciais, cooperativas de crédito (associação de produtores agrícolas que presta serviços financeiros apenas aos seus associados) e bancos múltiplos (que prestam outros serviços, além daqueles ofertados pelos bancos comerciais, como concessão de crédito imobiliário) são exemplos de instituições financeiras monetárias.
As instituições monetárias têm outra função fundamental: “criam dinheiro”, ou seja, afetam a quantidade de moeda em circulação na economia. Sendo assim, vamos observar os agregados monetários, que ajudam na classificação dos ativos que podem ser usados como moeda (ou seja, bens ou direitos que podem ser usados para fazer trocas).
A moeda é um ativo importante, gerando oferta e demanda para esta. Podemos mostrar que existe uma relação entre a oferta monetária (volume total de moeda na economia) e a base monetária (volume físico de moeda criada pelo Banco Central).
Em outras palavras, isso significa que, se o Banco Central emite R$1.000,00 em papel-moeda e o multiplicador é igual a 3, temos, de fato, R$3.000,00 de moeda em circulação na economia. O multiplicador monetário/bancário revela em quanto a oferta monetária crescerá (cairá) se aumentarmos (reduzirmos) em R$1,00 a base monetária da economia.
Podemos derivar esse multiplicador e ainda compreender como o sistema bancário brasileiro e do exterior são capazes de criar dinheiro.
Considere que os indivíduos desejam manter uma quantia C de moeda, para fazer transações (R$20,00 por exemplo). Os bancos, por sua vez, terão uma quantia de depósitos D dos seus correntistas e um excesso de reservas ER, que são nada mais do que uma quantia de recursos que os bancos não utilizam para realizar suas operações. Vamos definir as seguintes proporções:
Ou seja, “c” é a razão entre o dinheiro que as pessoas mantêm e o que depositam no banco: se tenho R$20,00 na carteira e R$100,00 no banco, c = 20%. Por sua vez, “e” é a proporção de recursos que os bancos mantêm em caixa: se o meu banco empresta R$40,00 dos R$100,00 que depositei e, portanto, mantém R$60,00 em caixa, temos e = 60%.
Definimos, também, a reserva compulsória RR: é um mecanismo utilizado pelo Banco Central para manter a estabilidade do sistema financeiro e combater a inflação. Assim, a autoridade monetária exige que os bancos mantenham uma certa porcentagem dos depósitos dos correntistas no próprio BCB.
Já as reservas voluntárias ER são as que só dependem das estratégias adotadas pelos próprios bancos. O total de reservas dos bancos comerciais será dado pela seguinte relação:
Se um banco mantém ER = R$300,00 em caixa, sendo obrigado a manter RR = R$200,00 no Banco Central, temos, então, R= 200 + 300 = R$500,00. A autoridade monetária estabelece ainda a porcentagem rr do total de depósitos recebidos pelo banco, que deverá ser mantido em uma conta no BCB.
Portanto, temos que RR também pode ser escrito da seguinte maneira:
Podemos substituir essa relação na expressão das reservas R, de maneira que obtemos essa nova relação:
R=rr.D+ER
É importante notar que, como rr é definido pela autoridade monetária e varia entre 0 e 1, os bancos não precisam manter a totalidade dos depósitos dos correntistas e, com isso, podem emprestar mais recursos do que dispõem.
Os bancos utilizam essa estratégia, pois acreditam que os correntistas não sacarão a totalidade dos seus recursos de uma só vez. Se um cliente deposita R$1.000,00, o banco pode emprestar uma parte desse montante a outros correntistas.
De maneira mais prática, vamos assumir que o Banco Central exija que rr=50%. Portanto, para cada R$1,00 depositado, R$0,50 são mantidos no BCB. Os R$0,50 restantes podem ser utilizados pelo banco para conceder empréstimos, financiamentos, entre outros serviços.
A base monetária MB deve ser igual à quantidade de moeda em poder do público C e o total de reserva dos bancos R. Logo:
MB=R+C
MB=R+C=(rr.D)+ER+C   
Vimos que c e e nos dão a proporção de moeda em poder do público C e excesso de reservas ER sobre os depósitos D, respectivamente. Podemos incorporar essas relações à equação que vimos anteriormente
MB=R+C=(rr.D)+ER+C
MB=(rr.D)+(e.D)+(c.D)=(rr+e+c).D
Se dividirmos todos os termos da equação acima por (rr+e+c), temos a seguinte relação entre depósitos e base monetária:
D=1rr+e+c·MB
Podemos definir M como a soma de depósitos à vista com o papel moeda em poder do público (ou seja, o que as pessoas carregam na carteira ou guardam em casa). Esta relação pode ser escrita como M = C + D = cD + D = (1+c)D.
Finalmente, podemos reescrever a equação da oferta de moeda da seguinte forma:
M=1+crr+e+c·MB
m=1+crr+e+c
Agora você sabe como o sistema bancário é capaz de criar moeda e sobre a atuação do BancoCentral para que os bancos não criem moeda em excesso. A criação excessiva de moeda pode gerar inflação ou instabilidade no sistema. Nesse contexto, os correntistas correm perigo de não encontrar a quantia que desejam disponível para saque.
Caso os correntistas percam confiança na capacidade do banco para a devolução de seus recursos, eles vão correr até a instituição para sacar o máximo de recursos que puderem. Tais episódios, muito comuns no passado, conhecidos como corridas bancárias, são pouco comuns hoje em dia, especialmente no Brasil.
Entretanto, em 2019, um rumor de que o Metro Bank da Inglaterra encerraria as suas atividades acabou por gerar longas filas nas agências da instituição, com correntistas desesperados para sacar suas economias.
Posteriormente, o rumor se mostrou infundado, visto que a instituição continuava em pleno funcionamento. Contudo, mesmo com o Metro Bank sendo capaz de acalmar os rumores, suas ações caíram 9% e muitos correntistas encerraram suas contas.
1. Assinale a alternativa CORRETA a respeito do Sistema Financeiro Nacional (SFN):
A) O Brasil possuía um sistema bancário desenvolvido enquanto era colônia de Portugal.
B) O sistema financeiro brasileiro não acompanhou as mudanças internacionais após a Segunda Guerra Mundial.
C) O SFN atravessou uma crise na década de 1990, após o fim da hiperinflação.
D) O Banco Central do Brasil foi criado quando a família real portuguesa chegou ao Brasil.
A alternativa "C" está correta.
Os bancos brasileiros eram “viciados” em hiperinflação e atravessaram dificuldades com a estabilização da moeda.
2. Qual é o fator que determina a distinção entre as instituições financeiras monetárias e não monetárias?
A) Criação de moeda.
B) Governança.
C) Atuação no mercado de títulos públicos.
D) Prazo de empréstimos.
A alternativa "A" está correta.
Vimos que instituições financeiras monetárias têm a capacidade de criar moeda e captar recursos de seus clientes, instituições financeiras não monetárias não têm o mesmo poder.
MÓDULO 2 - IDENTIFICAR AS INSTITUIÇÕES NORMATIVAS DO SFN
Instituições normativas são aquelas que estabelecem as normas necessárias para o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional. São elas: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
Vamos discutir a função e a atuação de cada uma dessas instituições.
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN)
Criado em 1964, durante as reformas de estabilização econômica organizadas pelos ministros Roberto Campos (Planejamento) e Otávio Gouveia de Bulhões (Fazenda).
Tais reformas acabaram por controlar a inflação, que vinha crescendo, criando maneiras mais saudáveis de financiar os gastos públicos, especialmente a partir da possibilidade de negociar títulos públicos, que é um instrumento utilizado pelos governos para captar recursos junto ao mercado e que devem ser devolvidos acrescidos de juros, após um prazo preestabelecido.
Nessa época, o CMN era composto por uma série de membros do Governo, sindicatos patronais e dos trabalhadores. Esse fato acabava por tornar o conselho um espaço extremamente propício ao lobby, pois era de lá que saiam decisões bastante relevantes para inúmeros agentes econômicos.
Somente em 1995, após o fim da hiperinflação, houve uma mudança na composição do CMN, que passou a ter apenas três integrantes: os ministros do Planejamento e da Fazenda e o presidente do Banco Central do Brasil. Nesse arranjo, o presidente da instituição é o ministro da Fazenda.
Em 2019, porém, com uma profunda reforma administrativa, tanto o Ministério da Fazenda como o do Planejamento foram incorporados ao Ministério da Economia. Isso fez com que o CMN sofresse outra mudança, de forma que os integrantes atuais são o ministro da Economia, o presidente do Banco Central do Brasil e o secretário especial da Fazenda.
As reuniões dos membros citados ocorrem uma vez por mês e as decisões são tomadas a partir de seus votos. O principal objetivo do Conselho é formular a política da moeda e do crédito do País.
Compete ao CMN regular os valores interno e externo da moeda. Assim sendo, adaptará a quantidade de moeda em circulação às necessidades da economia. É comum que moedas estrangeiras (dólar, euro, libra etc.) circulem na economia brasileira de formas variadas, o que tem impacto no balanço de pagamentos do País.
Balanço de pagamentos: É um instrumento de contabilidade nacional que mostra as transações do país com o exterior.
Atenção: Como foi dito, outras moedas circulam no Brasil, mas não podem ser utilizadas, pois o Real é oficial. Com isso, caso um exportador, que recebe sua renda em dólares, queira comprar produtos aqui, terá de converter seus dólares em reais.
O mesmo ocorre com um importador que deseja adquirir, por exemplo, insumos no exterior. Ele terá que trocar seus reais por dólares e pagar os fornecedores fora do País. A entrada e a saída de divisas estrangeiras serão registradas no balanço de pagamentos e seu equilíbrio é vital para o bom funcionamento de qualquer economia capitalista.
Se o Brasil sofrer uma fuga de capitais (forte saída de dólares), o equilíbrio do balanço de pagamentos fica comprometido, o que pode impactar negativamente a atividade econômica.
Exemplo: O “Efeito Tequila”, em 1995, impactou fortemente os balanços de pagamentos e as economias latino-americanas. Com a crise econômica que se alastrava no México, investidores — receosos que os demais países da região também entrassem numa grave crise — começaram a tirar suas aplicações dos países da região.
ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
A importância do CMN para a estabilidade econômica nacional é tamanha que ele recebe o título de órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.
CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS (CNSP)
Em um mundo onde há riscos, já que é impossível fazermos previsões perfeitas, é natural que os indivíduos queiram se proteger de adversidades. Dessa forma, os seguros foram se popularizando ao longo dos séculos e atuam mitigando problemas relacionados à saúde, manutenção e proteção de bens físicos e vida.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por estabelecer normas e diretrizes para o setor em questão.
O CNSP é responsável por fixar normas a serem observadas pelas seguradoras privadas, como afixação de características de contratos, criação de índices e normas técnicas com relação a tarifas e investimentos. Além de sua atribuição normativa, é responsável por fiscalizar as instituições do segmento.
O órgão em questão deve zelar, também, pela racionalidade e sustentabilidade financeira dos contratos firmados em seguradoras e segurados, como forma de não comprometer a saúde financeira das primeiras. A profissão de corretor de seguros é, inclusive, regulada pelo CNSP.
Visando obter mais lucros, corretoras de seguro podem entrar em projetos arriscados (é o mesmo problema que afeta os bancos). Caso o contratante necessite de um montante de recursos muito elevado, a seguradora pode acabar quebrando e/ou não podendo arcar com os custos da adversidade.
Exemplo: Um aeroporto de grande porte pode ser atingido por um furacão ou incêndio. Dessa forma, é comum que mais de uma empresa de seguro divida o risco da operação em caso de projetos do porte em questão.
Cabe ainda ao CNSP punir e até excluir operadores do mercado, caso não sigam as normas estabelecidas. Dessa forma, o conselho acaba por regular sociedades seguradoras e corretores de seguro.
Ele regula também entidades abertas de previdência complementar (mas não as fechadas, que são reguladas pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar — CNPC). Tanto as entidades abertas quanto as fechadas têm o mesmo objetivo: poupar para a aposentadoria. A seguir, são apresentadas as diferenças entre elas:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
É restrita a um grupo de trabalhadores e, normalmente, é contratada por uma firma para um grupo grande de funcionários. A taxa de administração, com esse efeito escala,acaba por se revelar mais atrativa;
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
Permite que trabalhadores com diferentes vínculos contratem o serviço, sem a necessidade de estarem ligados a uma empresa específica.
Planos como o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) são os mais populares no mercado.
CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (CNPC)
A atribuição do CNPC é regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas.
Além do ministro da Previdência Social, que preside o Conselho, participam o ministro da Economia, representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), Casa Civil da Presidência da República, entidades fechadas de previdência complementar, patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios.
1. (INAZ DO PARÁ/BANPARÁ/TÉCNICO BANCÁRIO 2014) Assinale a opção que apresenta um órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional:
A) Banco Central do Brasil.
B) Conselho Monetário Nacional.
C) Comissão de Valores Mobiliários.
D) Conselho Nacional de Seguros Privados.
A alternativa "B" está correta.
O CMN regula os tipos de operação que as instituições financeiras podem realizar ou apoiar. Além disso, é um órgão que auxilia a saúde financeira das instituições da área. Sua importância para a estabilidade econômica nacional é tamanha que ele recebe o título de órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.
2. Se você tem uma empresa com vinte funcionários e quer fazer um plano de previdência para eles, qual órgão vai estabelecer as normas com a corretora de seguros?
A)Banco Central.
B)CNPC.
C) CMN.
D) CNSP.
A alternativa "B" está correta.
O Banco Central e o CMN não regulam ou criam normas para corretora de seguros. Vimos programas que têm o mesmo objetivo: poupar para a aposentadoria. Entretanto, dado que existe uma restrição para um deles, isso faz com que a previdência complementar fechada esteja sob a alçada do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).
MÓDULO 3 - IDENTIFICAR AS INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS DO SFN
INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS NO SFN
As instituições supervisoras realizam atividades complementares às desempenhadas pelas instituições normativas, sendo responsáveis pela supervisão das instituições sob sua responsabilidade e possuem função de fiscalização.
Além disso, elas têm o objetivo de regulamentar as diretrizes definidas ou as normas elaboradas por instituições normativas. As instituições supervisoras pertencentes ao SFN são: Banco Central do Brasil (BCB ou BACEN); Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC).
Antes de começarmos a tratar de questões relativas ao Banco Central do Brasil, algumas perguntam podem surgir, como por exemplo: como e onde surgiu o primeiro banco com características de banco central? Por que ele existe? Quais são as funções clássicas de um banco central?
Com relação à primeira pergunta, o Banco da Inglaterra, fundado em 1694, foi o primeiro a adotar algumas das atuais funções de um banco central. Na época, o governo inglês concedeu a ele o monopólio de emissão de moeda na região de Londres. Além disso, a instituição atuava como o banqueiro do governo.
A segunda pergunta tem basicamente duas justificativas. Uma de ordem macroeconômica: o banco central é responsável pelas políticas monetária e cambial de um país. A outra, de ordem microeconômica: o banco central atua para promover a estabilidade do sistema financeiro.
Um banco central possui algumas funções consideradas clássicas, mas como cada país tem seu próprio BC, uma nação pode decidir que outros órgãos desempenhem essas funções. Dito isso, as funções clássicas são:
· Monopólio de emissão de moeda;
· Banqueiro do governo;
· Banco dos bancos;
· Supervisor do sistema financeiro;
· Responsável pela política monetária;
· Responsável pela política cambial;
· Depositário das reservas internacionais;
· Assessor econômico do Governo.
Na maioria dos países, a principal missão do banco central é garantir a estabilidade de preços, evitando a desvalorização da moeda. A autoridade monetária visa proteger a sociedade, impedindo a transferência de riqueza da população para o Governo por meio da inflação.
AS CARACTERÍSTICAS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
O Banco Central do Brasil foi criado em dezembro de 1964, pela Lei nº 4.595, a lei de Reforma Bancária. Antes da criação do BCB, suas atividades eram exercidas pela Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), pelo Conselho Superior da Sumoc, pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacional.
Essa mesma lei também criou o Conselho Monetário Nacional (CMN), que extinguiu o Conselho Superior da Sumoc.
Funções do Banco Central
O BACEN (outra sigla para o Banco Central) apresenta cinco funções principais no país: a primeira e, talvez, a mais conhecida é a de emissor de moeda, papel-moeda (cédulas) e moeda metálica, e executor dos serviços do meio circulante. O CMN define os limites e as diretrizes para a emissão, mas quem de fato emite é o BCB.
É comum que surja dúvida com relação ao papel da Casa da Moeda do Brasil (CMB) nessa história. Portanto, vale o registro de que o BCB emite e a CMB fabrica a moeda.
O objetivo do Banco Central é que o meio circulante (total de cédulas e moedas em circulação no país) satisfaça a demanda de dinheiro indispensável à atividade econômico-financeira da nação sem causar desequilíbrios nos preços.
Em outras palavras, uma quantidade de moeda superior à necessidade da nação, geralmente, provoca inflação, e uma quantidade inferior pode provocar deflação. É importante destacar que nenhuma dessas situações — inflação excessiva ou deflação — é desejável, pois ambas geram e evidenciam situações de desequilíbrio na economia.
Para atender à demanda por moeda, também, é necessário que o BCB execute os serviços de meio circulante, isto é, que ele substitua as cédulas rasgadas com defeito e as moedas que desapareceram.
Além da emissão de moeda e da execução dos serviços de meio circulante, o Banco Central pode controlar a quantidade de moeda em circulação na economia de outras formas, executando, assim, a política monetária, a segunda função do BCB.
Basicamente, a política monetária é constituída por ações tomadas pelo banco central com o objetivo de afetar a taxa de juros (o custo do dinheiro) e a quantidade de dinheiro na economia. Para isso, o Bacen utiliza diversos instrumentos. A emissão de moeda é um meio de política monetária, mas é pouco utilizado no Brasil.
A terceira função do Bacen é controlar o crédito em circulação na economia. As regulamentações sobre o mercado de crédito são um importante instrumento para política monetária. O Bacen pode restringir ou expandir os meios de pagamento com alterações nas alíquotas dos depósitos compulsórios dos bancos, como visto no módulo 1.
Você sabia: Em março de 2020, o Banco Central do Brasil reduziu a alíquota de compulsório sobre depósitos a prazo de 25% para 17%. O BCB comunicou que medida visava aumentar a liquidez, isto é, a quantidade de moeda circulando na economia brasileira, reduzindo, dessa forma, os impactos econômicos da Covid-19.
No entanto, a autoridade monetária informou que assim que a economia se recuperasse da pandemia, a alíquota voltaria ao patamar de 25%. Em 2018, a alíquota de depósitos à vista foi reduzida para 21% e a de depósitos de poupança para 20%.
Historicamente, no Brasil, o compulsório sempre teve alíquotas elevadas, retratando uma particularidade nossa. Em outras palavras, os níveis do compulsório no País estão bem acima dos praticados internacionalmente.
Além disso, os países dão tratamentos diferentes à remuneração dos recursos depositados na conta do Banco Central.
Exemplo: Na Colômbia, não há remuneração dos recursos. No Brasil, os recursos provenientesdos depósitos à vista depositados pelos bancos no BCB não possuem rendimento; já os depósitos a prazo são remunerados à taxa Selic (a taxa básica de juros definida pelo próprio Banco Central) e os depósitos de poupança, à mesma taxa do que a caderneta de poupança.
Outro instrumento utilizado pelo Bacen para executar a política monetária é a chamada operação de mercado aberto (open market). O Governo pode financiar um déficit por meio de emissões de títulos públicos. Assim, o Governo Federal, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), vende esses papéis ao setor privado, que compra os títulos com a expectativa de obter rendimentos.
O Bacen compra os títulos que já estão no setor privado, a fim de realizar política monetária, não podendo, de acordo com a Constituição Federal, comprar os títulos diretamente do Governo Federal.
Isto é, o BCB não pode oferecer empréstimos e financiamentos diretamente ao Governo. A política monetária é dita expansionista (aumentando a quantidade de moeda na economia) quando o BCB compra títulos do mercado, pois ele eleva a quantidade de moeda na economia ao retirar títulos públicos de circulação, substituindo-os por moeda — dizemos que é uma injeção de liquidez.
Por outro lado, a política monetária é contracionista quando o BCB vende títulos ao setor privado, comprando moeda, o que reduz a quantidade de dinheiro na economia.
O Banco Central exerce a função de banco dos bancos por duas razões:
1. O BCB funciona como um banco para os bancos comerciais, que podem fazer depósitos voluntários em sua conta;
2. O Bacen realiza operações de redesconto e empréstimos às instituições financeiras bancárias.
O redesconto é concedido pelo BCB às instituições financeiras bancárias que sofrem de iliquidez no curto prazo, ou seja, que apresentam débitos maiores que créditos. Mais especificamente, o redesconto acontece quando os depósitos bancários atingirem um mínimo em relação aos depósitos à vista e em outros casos determinados por lei.
A instituição financeira oferece à autoridade monetária um ativo em garantia e o BCB paga um valor inferior ao do ativo dado em garantia. No momento em que o banco salda o empréstimo, ele compra o ativo pelo seu valor pleno. A diferença entre os dois valores representa a taxa de redesconto, um importante instrumento de política monetária.
A figura 1 mostra todos os instrumentos apresentados neste módulo. O BCB atua como emprestador de última instância tanto nas operações de redesconto como nos empréstimos que ele oferece a instituições financeiras que não conseguem tomar no mercado interbancário.
 
A quarta principal função do Banco Central é a de formulação, execução e acompanhamento da política cambial e relações financeiras com o exterior. As transações que o Brasil efetua com outros países pode apresentar saldos positivos ou negativos.
Isto é, o país pode acumular reservas internacionais ou gastá-las. Elas são compostas por: reservas de ouro, reservas de moeda estrangeira e direitos especiais de saque (DES). Este último é uma moeda criada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI): ela é utilizada como moeda de troca entre os bancos centrais.
A manutenção de reservas estrangeiras pelo BCB permite sua atuação no mercado de câmbio de modo a evitar a excessiva volatilidade da moeda e garantir seu funcionamento regular.
Para esse fim, o BCB pode: comprar e vender moeda estrangeira e ouro; promover, como agente do Governo Federal, a contratação de empréstimos; acompanhar e controlar os movimentos de capitais; e negociar com as instituições financeiras e com os organismos financeiros internacionais.
Adicionalmente, o BCB é chamado de banco do governo, pois detém a chamada conta única do Tesouro Nacional, na qual são averiguadas as disponibilidades de caixa da União.
Por fim, a quinta função do Banco Central do Brasil (BCB) é a supervisão e ordenamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB).
O BCB atua de forma a zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras. Assim, ele é responsável por:
· Desenhar as normas aplicáveis ao SFN;
· Autorizar o funcionamento das instituições financeiras e de outras entidades;
· Fiscalizar e regular as atividades das instituições financeiras e demais entidades.
Com relação ao sistema de pagamentos, o BCB é responsável por promover sua solidez e o seu normal funcionamento. A figura a seguir mostra as cinco principais funções do Banco Central do Brasil.
O COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA E A TAXA DE JUROS
AS COMPETÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS DA CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi instituída em 1976, pela Lei no 6.385, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
O que está incluído no mercado de valores mobiliários são títulos e contratos de investimento coletivo, ofertados de maneira pública, que geram direito de participação, de parceria e de remuneração.
A CVM é uma autarquia especial (possui mais autonomia do que uma autarquia comum) vinculada ao ministério da Economia, dotada de personalidade jurídica (CNPJ próprio), patrimônio próprio, e autoridade administrativa independente. Além disso, ela não possui subordinação hierárquica e tem autonomia financeira e orçamentária.
O mandato legal da Comissão de Valores Imobiliários
DESENVOLVIMENTO DO MERCADO: Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações; e incentivar as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob o controle de capitais privados nacionais (Lei no 6.385/76, art. 4º, incisos I e II).
EFICIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DO MERCADO: Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão, em que são feitas as operações realizadas fora da bolsa de valores; assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; e assegurar a presença, no mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo CMN (Lei no 6.385/76, art. 4º, incisos III, VII e VIII).
PROTEÇÃO DOS INVESTIDORES: Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de administradores e acionistas controladores das empresas abertas, ou de administradores de valores mobiliários; uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários.
Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado (Lei no 6.385/76, art. 4º, incisos IV e V).
ACESSO À INFORMAÇÃO ADEQUADA: Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido, regulamentando a lei e administrando o sistema de registro de emissores, de distribuição e de agentes regulados (Lei no 6.385/76, art. 4º, inciso VI, e art. 8º, incisos I e II).
FISCALIZAÇÃO E PUNIÇÃO: Fiscalizar, permanentemente, as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participam e aos valores nele negociados, e impor penalidades aos infratores das Leis no 6.404/76 e no 6.385/76, das normas da própria CVM ou de leis especiais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei no 6.385/76, art. 8º, incisos III e V, e art. 11).
A CVM é administrada por um presidente e quatro diretores, formando, assim, a diretoria colegiada. O colegiado tem um mandato de cinco anos e é proibida a permanência no cargo por mais tempo. Há uma espécie de rodízio — a cada ano, é encerrado o mandato de um diretor.
A autonomia operacional da CVM também é uma característica relevante, visto que os diretores só perderão o mandato no caso de renúncia, condenação judicial ou de processo administrativo disciplinar, inobservância dos deveres ou observâncias de proibições do cargo. Ou seja, não é possível,simplesmente, demitir um diretor da CVM.
Saiba mais
As competências da CVM
São gerais e não discricionárias:
• Regulamentar, a partir da política definida pelo CMN, as matérias previstas na Lei no 6.385/76 (que disciplina o mercado de capitais e cria a CVM) e na Lei no 6.404/76 (a Lei das Sociedades Anônimas);
• Fiscalizar as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, assim como a circulação de informações relativas ao mercado, participantes e valores negociados. Basicamente, esta é a função fiscalizatória da CVM;
• Administrar os registros estabelecidos na Lei no 6.404/76. A CVM tem três tipos de registro: (i) dos emissores, como as companhias abertas e os fundos de investimento; (ii) da emissão dos valores mobiliários, quando distribuídos publicamente; e (iii) de pessoas e instituições para operarem no mercado de valores mobiliários;
• Propor ao CMN uma fixação de limites máximos nas vantagens cobradas pelos intermediários financeiros (por exemplo: um limite nos preços ou nas comissões);
• Fiscalizar e inspecionar as empresas abertas, isto é, aquelas que detêm ações na bolsa, dando prioridade às que não apresentem lucro em balanço ou deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório.
O fato de existirem competências gerais e discricionárias da CVM não significa que ela pode deixar de agir, mas que atua apenas em determinadas situações. Sendo assim, são elas:
· Publicar projeto de ato normativo para receber sugestões;
· Convocar, a seu juízo, qualquer indivíduo capaz de contribuir com informações ou opiniões para o aperfeiçoamento das normas;
· Examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros, documentos, tal como documentos de auditores independentes, que devem ser mantidos pela CVM por, no mínimo, cinco anos;
· Intimar pessoas físicas e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários (fundos e sociedades de investimentos, auditores independentes, consultores de valores mobiliários, entre outros) a prestar informações;
· Requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública;
· Exigir que empresas abertas republiquem, com correções, informações divulgadas;
· Apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não equitativas de participantes do mercado;
· Aplicar aos participantes do mercado penalidades administrativas, bem como civis ou penais;
· Realizar convênios com comissões de valores mobiliários de outros países, ou com entidades internacionais, para assistência e cooperação no comando de investigações;
· Oficializar convênios com instituições que tenham por finalidade o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria.
O sistema de distribuição de valores mobiliários é responsável por colocá-los no mercado e, efetivamente, negociá-los (pense em uma revendedora de automóveis — é semelhante!). É formado pelas instituições auxiliares do mercado de capitais.
São algumas delas: instituições financeiras e demais sociedades que distribuem valores mobiliários emitidos; bolsas de valores; sociedades que revendem valores mobiliários; entidades de balcão organizado, isto é, aquelas em que suas operações são realizadas diretamente entre as partes.
Assim, a CVM é responsável por definir quais instituições financeiras podem realizar as atividades e serviços no mercado de valores mobiliários, bem como autorizá-las a empreender suas atividades.
A CVM aplica normas relevantes às empresas de capital aberto que operam no mercado de valores mobiliários. Por exemplo, ela determina as informações que as empresas devem divulgar, padrões contábeis, divulgação de deliberações dos órgãos administrativos etc.
Também é sua responsabilidade o estabelecimento de condições para o registro e o procedimento dos auditores independentes. Esses agentes são de extrema importância no mercado de valores mobiliários, pois auditam as demonstrações financeiras de empresas abertas e das instituições, sociedades ou empresas que compõem o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários.
Outra atividade importante da Comissão aplica penalidades aos participantes que infringiam as normas do mercado de valores mobiliário. Estas são aplicadas administrativamente pela CVM, não podendo ser cíveis ou penais.
Isso significa que a CVM não pode aplicar pena de reparação por danos morais ou materiais (esfera cível) e nem solicitar a prisão do infrator (esfera penal). Estas penas devem ser aplicadas pelo poder judiciário. No âmbito da Comissão, estão: advertência, multa e inabilitação de exercer determinados cargos (a penalidade é temporária, podendo durar, no máximo, 20 anos).
Além disso, a CVM pode suspender o registro ou a autorização de entidades ou pessoas que realizavam operações no mercado de valores mobiliários.
A pena de proibição é temporária e aplicada em três casos:
É proibido, por, no máximo, 20 anos, a realização de determinadas atividades ou operações, para os integrantes do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou registro na CVM;
Torna-se impossível, por, no máximo, dez anos, atuar, direta ou indiretamente, em uma ou mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários;
A CVM pode proibir o agente penalizado de, por, no máximo, cinco anos, contratar instituições financeiras oficiais (BNDES, BB, Caixa Econômica etc.).
Sobre as multas, os valores são variáveis, mas no caso de não ser possível verificar os valores da operação ou da vantagem obtida, o limite da multa é de R$50 milhões.
Outro instrumento utilizado pela CVM é o termo de compromisso. Ele é utilizado para cessar processos administrativos, desde que o investigado ou acusado se comprometa a não mais praticar atividades ou atos considerados ilícitos pela CVM e resolver as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos.
Partindo da ideia de não punir, o cumprimento dessas exigências é obrigatório na aceitação do termo de compromisso. Se a CVM verificar o descumprimento das exigências, ela dará continuidade ao procedimento administrativo anteriormente suspenso. A vantagem desse instrumento é que o investigado/acusado não precisa se reconhecer como culpado do ato praticado.
A CVM pode realizar um acordo de leniência com agentes que confessarem uma infração. Ao confessar, o agente pode reduzir de um a dois terços a penalidade, mediante a colaboração para apuração dos fatos, ou até extinguir sua ação punitiva.
Para o acordo ser feito, os seguintes requisitos devem estar presentes:
A instituição deve ser a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob investigação;
O BCB não dispor de provas suficientes para assegurar a condenação;
A confissão de sua participação no ilícito;
A cooperação com as investigações e com o processo administrativo, além do comparecimento, sempre que solicitado, a todos os atos processuais, até o seu encerramento.
Por fim, a CVM exerce a função de amicus curiae (amigo da corte). Ela possui a prerrogativa (mas não a obrigação) de oferecer parecer ou prestar esclarecimentos nos processos judiciários que abordem temas do mercado de capitais.
A autarquia especial torna acessível ao conhecimento do juiz aquele tema que, normalmente, não é de seu conhecimento e que ele só conseguiria entender após um estudo considerável
CARACTERÍSTICAS DA SUSEP
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) foi instituída em 1966. A autarquia vinculada ao ministério da Economia é responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada, capitalização (o título de capitalização é um produto em que uma parcela dos pagamentos realizados é utilizada para formar um capital) e resseguro (seguro realizado por uma seguradora).
A SUSEP, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP, fiscaliza a constituição, organização, funcionamento e operações das sociedades seguradoras.
Além disso, a autarquia zela pelos interesses dos consumidores do mercado supervisionado, pelo aperfeiçoamento das instituições e dos

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