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Endodontia I

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Anatomia interna
- SCR = Sistema de Canal Radicular
- PBM = Preparo Biomecânico
- Limite CDC = canal dentinocementário
- TIP = diâmetro da base da ponta da lima
- TAPPER = conicidade de cada mm da ponta da lima
- CAD = Comprimento Aparente do Dente
- CPO = Comprimento Pré Odontometria
- CRD = Comprimento Real do Dente
- CT = Comprimento de Trabalho
- IAI = Instrumento Apical Inicial
- IM= Instrumento Memória
- IAF = Instrumento Apical Foraminal
- Existem três tipos de endodontia:
1) Conservadora: Parcial - preserva-se parte da polpa (pulpotomia) Total - preservação total da polpa,
a função é restabelecida por restauração - realizado na dentística (Capeamento pulpar)
2) Radical (pulpectomia): Biopulpectomia - remoção total da polpa viva Necropulpectomia - remoção
total da polpa necrosada (neste caso, o paciente já não sente mais dor, pois o dente está ‘morto’, a
área é dominada por patógenos, que posteriormente irão para cemento, periodonto e osso…)
3) Complementar: (veremos em Endo II) Clareamento endógeno Cirurgia Parendodôntica
- Anatomia do SCR:
- um elemento dental é separado em porção radicular e porção coronária, sendo esta de forma seme-
lhante a coroa
- a raiz de um elemento é dividida em terços cervical, médio e apical (é semelhante a um cone, onde
o ápice vai se afunilando).
-temos o soalho convexo e liso
- SCR:
-próximo ao ápice dos elementos temos o limite CDC, que serve para preservar o coto periodontal.
Tem de 0,8mm a 1 mm em média, com formato de ampulheta. Não há quem garanta a localização
do limite CDC, é apenas uma suposição, sendo necessário uma radiografia e matemática (odontome-
tria). O cirurgião dentista trabalha próximo ao limite CDC.
- Quanto mais idoso um paciente, mais atrésico seu canal, isso significa um canal mais estreito, apertado,
assim como o volume da cavidade pulpar, que passa a ser menor em comparação a um paciente jovem.
- A maioria dos forames não coincidem com o ápice da raiz. 48% dos dentes apresentam saída distal e
12,6% apresentam saída apical
Acesso Coronário e Localização dos Canais Radiculares
- Três etapas básicas do tratamento endodôntico: acesso coronário, preparo biomecânico e obturação do
sistema de canais radiculares.
- Acesso coronárioAcesso coronárioAcesso coronário: preparo de uma cavidade que inclui a porção da coroa do dente removida para se ter
acesso à cavidade pulpar, representada pela câmara pulpar e canal radicular.
- A abertura coronária envolve desde o procedimento de acesso à câmara pulpar, seu preparo, até a obten-
ção da configuração final da cavidade, bem como sua limpeza, antissepsia e localização dos orifícios de en-
trada dos canais radiculares.
- Ferramentas necessárias para auxiliar o planejamento da realização do acesso: exame clínico detalhado,
tomadas radiográficas periapicais (técnica de paralelismo).
- O exame clínico e as radiografias irão fornecer informações sobre: inclinação do dente, extensão de cáries,
localização do corno pulpar, presença de calcificação, relação teto/câmara pulpar, localização de entrada
dos canais, número de canais, curvaturas, lesões perirradiculares entre outras estruturas anatômicas.
- Medidas preliminares básicas que devem ser realizadas antes do acesso: verificar inclinação do dente e
das raízes no arco, remoção de toda dentina cariada e das restaurações, alisas as superfícies pontiagudas
dos dentes que interfiram no isolamento absoluto, remover todos os planos inclinados da coroa que possam
interfetir no estabelecimento corrreto de referências externas para futura instrumentação, estabelecer área
de eleição de acordo com as características anatômicas.
Etapas Operatórias
Acesso à Câmara Pulpar
- Área de eleição:Área de eleição:Área de eleição: ponto escolhido para ser iniciado o desgaste.
Incisivos e caninos superiores: face palatina, 1 a 2mm abaixo do cíngulo.
Incisivos e caninos inferiores: face lingual, 1 a 2mm acima do cíngulo.
Pré molares e molares: face oclusal, junto à fossa central em ambos os arcos.
- Forma de contorno inicial: Forma de contorno inicial: Forma de contorno inicial: obtida a partir do ponto de eleição, normalmente utilizando brocas 1557 ou si-
milar. Motor de alta rotação, sob refrigeração adequada, velocidade lenta, dando conformação apropriada à
cavidade e procurando respeitar a anatomia interna do dente. Esta penetração inicial deve ser estendida para
o interior do dente, em direção à câmara pulpar, reduzindo a espessura da dentina, contudo, sem atingir a re-
moção do seu teto, respeitando a forma de conveniência padrão de cada grupo dental (antes de se remover
o teto da câmara pulpar, é necessário remover toda a dentina cariada, mesmo que envolva outras faces do
dente).
Após a penetração e o desenho da forma de contorno, com uma broca esférica diamantada (1011, 1012,
1013 e 1014), deve-se atingir o teto e penetrar no interior da câmara pulpar, preferencialmente em direção ao
canal mais volumoso (distal dos molares inferiores, palatino dos molares superiores).
Ao trepanar, pode-se haver a sensação de cair no vazio, ou, em casos de calcificação da câmara pulpar, esta
sensação pode diminuir.
Incisivos e caninos: broca é posicionada perpendicularmente ao longo eixo do dente, e após a pene-
tração a posição deve ser alterada para o sentido paralelo ao longo eixo do dente até atingir o interior
da câmara pulpar, realizando trepanação.
Pré molares e molares: a broca é posicionada, desde o estabelecimento do ponto de eleição, paralela-
mente ao longo eixo do dente e em direção ao canal mais volumoso, para realizar a trepanação.
*Este processo poderá sofrer modificações em função da presença de cárie, calcificações, deposição de den-
tina secundária, fraturas coronárias, entre outros. Cabe ao profissional, usar do bom senso clínico para deter-
minar a direção. É preferível que o isolamento absoluto do campo operatório seja realizado após a trepana-
ção.
Preparo da Câmara Pulpar
- Deve-se haver o isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório.
- Esta etapa consiste na remoção de todo o restante da parede do teto e no preparo das paredes laterais da
câmara pulpar.
- Brocas: esféricas e tronco cônicas diamantadas de pontas inativas (Endo Z, 3081, 3082, 3083, 4081, 4083).
- No caso de brocas esféricas, elas devem ser trabalhadas no sentido de dentro pra fora sem tocar no assoa-
lho da câmara.
- As brocas de corte ativo não devem tocar o assoalho, pois há o risco de causar alterações, obliterar as en-
tradas dos canais e dificultar a localização e pentração.
- Logo, deve-se usar, preferencialmente, brocas sem corte na ponta, pois elas permitem realizar um desgas-
te lateral da cavidade pulpar, percorrendo todos os seus ângulos e produzindo uma ligeira expulsividade nas
suas paredes.
- Deve se usar a sonda endodôntica reta, além de realizar a lavagem intemitente com o uso de solução irriga-
dora, para auxiliar a manter o campo limpo e visível.
Forma de Conveniência
- Etapa operatória realizada com intenção de dar conformidade à cavidade pulpar para facilitar os outros pro-
cedimentos operatórios.
- Brocas: diamantadas em forma de vela, tipo 1111, troncocônicas de pontas inativas (Endo Z, 3081, 3083,
4083) ou insertos ultrassônicos com ou sem diamantes, com diversos formatos.
- Esta estapa tem como objetivos facilitar o acesso dos instrumnetos endodônticos; possibilitar a visualiza-
ção e dar linhas diretas às paredes dos canais (acesso direto e reto); permitir que a cavidade adquira paredes
lisas e planas, para favorecer a visibilidade adequada dos orifícios de entrada dos canais radiculares; simplifi-
car todas as manobras operatórias de instrumentação e de obturação dos canais radiculares.
Limpeza e Antissepsia da Cavidade
- Etapa que visa tomar medidas preventivas para colocar o dente em condições adequadas para receber o
tratamento endodôntico.
- Todo tecido cariado, placa bacteriana, cálculo, gengiva hiperplásica, restaurações imperfeitas ou quaisquer
outras condições que impeçam a manutenção da cadeia asséptica devem ser rigorosamente removidos.Es-
te cuidado deve ser realizado antes mesmo de se iniciar o acesso coronário.
- Passo a passo
Após a trepanação, o dente receberá o isolamento absoluto.
Com o auxílio de uma gaze estéril, embebida em solução de hipoclorito de sódio em uma concentra-
ção entre 2,5% e 5,25%, realiza-se a descontaminação do campo operatório, incluindo o lençol de bor-
racha, grampo e dente.
Após a antissepsia do campo operatório, lavagens frequentes com solução irrigadora e observação
zelosa devem ser detidamente realizadas durante todas as etapas do acesso e localização da entra-
da dos canais radiculares.
- Essas medidas são fundamentais para garantir a limpeza e a desinfecção da cavidade pulpar, evitar altera-
ção cromática da coroa e prevenir que fragmentos de esmalte, dentina, amálgama, metais restauradores, ci-
mentos e outros materiais sejam inadvertidamente introduzidos no interior do canal.
- A perda da cadeia asséptica durante alguma fase pode comprometer os resultados, favorecendo a infec-
ção e contribuir substancialmente para o fracasso do tratamento endodôntico.
Acesso Coronário dos Grupos Dentais
Incisivos e Caninos Superiores
- Área de eleição
Área mais central da sueperfície palatina, próximo do cíngulo.
- Direção de trepanação
A penetração inicial é realizada com a broca perpendicular à linha do longo eixo do dente. Penetra-se
totalmente o esmalte, e, posteriormente, modifica-se a direção da inclinação da broca, colocando-a
paralela ao logo eixo do dente. Deve-se aprofundar ela alguns milímetros nessa direção até que seja
feita a penetração na câmara pulpar.
- Forma de contorno inicial
Triangular regular, com base voltada para incisal e o vértice voltado para o cíngulo.
A forma de contorno inicial estende-se 2 a 3mm da borda incisal e aproximadamente 2mm em dire-
ção ao cíngulo.
Nos caninos superiores, pode ser necessária uma maior extensão no sentido cervicoincisal, por cau-
sa da presença do divertículo central, o qual é voltado em direção à cúspide perfurante. Esta caracte-
rística anatômica pode conferir aos caninos superiores uma forma lanceolada ou de chama de vela.
Em seguida, com a broca posicionada e mantida paralela ao longo eixo do dente, realiza-se a trepana-
ção.
- Preparo da câmara pulpar
Remoção completa do teto e preparo das paredes vestibular e palatina da câmara pulpar, trabalhan-
do com a broca de dentro para fora. Remoção dos divertículos pulpares e complementa-se, tanto
quanto possível, a forma do contorno inicial.
- Configuração final da câmara pulpar (forma de conveniência)
Remoção das anfractuosidades, regularização e alisamento dos ângulos mesial e distal do vértice da
câmara pulpar, remoção da projeção dentinária na região do cíngulo, proporcionando, ao final do pre-
paro, um acesso direto e amplo ao canal.
- Limpeza e antissepsia da cavidade
Seguir de acordo com as normas gerais descritas.
Pré-molares Superiores
- Área de eleição
Área central da superfície oclusal, junto à fossa central.
- Área de trepanação
Vertical, paralela ao longo eixo do dente.
- Forma do contorno inicial
Forma cônico-ovoide, achatada no sentido mesiodistal, com extensões maiores de preparo no senti-
do vestibulo-palatino. Remove-se toda a dentina cariada restante, se ainda existente, de acordo com
as normais gerais. Logo a seguir, com a broca operando paralelamente ao longo eixo do dente, reali-
za-se a trepanação do teto da câmara pulpar, no sentido do canal palatino. No caso da presença de
um único canal, o local será central, ligeiramente inclinado em direção ao corno pulpar palatino.
- Preparo da câmara pulpar
Realiza-se a remoção completa do teto e o preparo das paredes laterais da câmara pulpar. Comple-
menta-se tanto quanto possível, a forma cônica elíptica achatada no sentido mesiodistal da cavidade
pulpar.
- Forma de conveniência
Com o auxílio de uma sonda endodôntica tipo Rhein, observa-se a direção e a inclinação com a sua
exploração inicial. A seguir, verifica-se a necessidade de realização de desgastes compensatórios, a
fim de permitir um acesso reto e direto ao canal ou canais radiculares.
- Limpeza e antissepsia da cavidade
De acordo com as normas gerais.
Molares Superiores
- Área de eleição
Na superfície oclusal, no centro da fossa mesial.
- Direção de trepanação
Vertical, paralela ao longo eixo do dente.
- Forma de contorno inicial
Triangular, com base voltada para a vertibular e o vértice voltado para a palatina. A forma de contorno
inicia-se no centro da fossa mesial, próximo à cúspide mesiovestibular. Deste ponto, segue em dire-
ção distal, até ultrapassar o sulco oclusovestibular. Posteriormente, continua em direção palatina,
atravesa a fossa central, para se unir novamente ao ponto inicial junto à cúspide mesiovestibular. As-
sim, obtém-se uma forma triangular irregular ampla. A seguir, aprofunda-se a penetração da broca,
operada paralelamente ao longo eixo do dente. No momento da trepanação, a broca deverá mudar
um pouco sua posição e ser colocada com ligeira inclinação na direção do canal palatino.
- Preparo da câmara pulpar
Remoção completa do teto e preparo das paredes laterais da câmara pulpar.
- Forma de conveniência
Deve-se reproduzir a anatomia da câmara pulpar e o número de canais dos molares superiores. O pri-
meiro molar é o mais volumoso e possui, quase sempre, quatro canais, sendo dois localizados na raiz
mesiovestibular. O canal localizado mais próximo da cúspide mesiovestibular recebe o mesmo nome
da cúspide e também é chamado MV1. O canal situado mais para a palatina é denominado mesiopa-
latino ou MV2. As raízes distovestibular e palatina apresentam normalmente, cada uma, um único ca-
nal: o distovestibular e o palatino, respectivamente. Em função das variações anatômicas, o primeiro
molar superior poderá apresentar, com menor frequência, três ou, muito raramente, até cinco canais.
Estudos recentes com tomografia computadorizada têm revelado uma grande variação no número
de canais dos molares superiores.
- Limpeza e antissepsia da cavidade
De acordo com as normas gerais.
Incisivos e Caninos Inferiores
- Área de eleição
Área mais central da superfície lingual, próximo do cíngulo.
- Direção de trepanação
É realizada em duas manobras: primeiramente a penetração inicial é operada com a broca em forma
perpendicular ao longo eixo do dente. Penetra-se em profundidade em toda a espesura do esmalte e,
logo, em seguida, modifica-se a direção da broca para paralela ao longo eixo do dente, aprofundando
alguns milímetros em direção à câmara pulpar, sem nela penetrar.
- Forma de contorno inicial
Triangular, com base voltada para incisal e o vértice voltado para o cíngulo. Estende-se até aproxima-
damente 2mm da borda incisal e 1 a 2mm acima do cíngulo. Como podemos observar, a forma de
abertura é muito semelhante à dos incisivos e caninos superiores, mas, comparativamente, mais es-
tendida no sentido incisal e lingual. Este fato deve-se à característica anatômica destes dentes, que
têm uma forma achatada no sentido mesiodistal e, algumas vezes, apresentam bifurcação em fun-
ção da presença de dois canais. Nos canais inferiores, particularmente, pode ser necessária uma mai-
or extensão no sentido cervicoincisal, por causa da presença do divertículo incisal mediano. Assim, o
canino poderá apresentar uma conformação mais ovalada em relação aos incisivos inferiores.
- Preparo da câmara pulpar
Remoção completa do teto e preparo das paredes laterais da câmara pulpar, sobretudo das paredes
vestibular e lingual.
- Forma de conveniência
Remoção das anfractuosidades, regularização e alisamento dos ângulos mesial e distal do vértice da
câmara pulpar, remoção da projeção dentinária, na região do cíngulo, para remoção do ombro lingual,
proporcionando ao final do preparo um acesso direto e amplo ao canal.
- Limpa e antissepsia da cavidade
De acordo com as normas gerais.
Pré-molares inferiores
- Área de eleição
Superfície oclusal junto à fossa central, com discreta tendência para a mesial do dente.
- Direção de trepanação
Direção vertical, paralelaao longo eixo do dente. A penetração inicial se faz com a broca dirigida para-
lelamente À linha do longo eixo do dente, aprofundando-se alguns milimetros em direção à câmara
pulpar, sem nela penetrar. Observar, durante a trepanação, que a coroa destes dentes quase sempre
apresenta uma inclinação lingual bem acentuada em relação à linha do longo eixo da raiz. Erros, nes-
te momento, podem provocar acidentes (degrau, desvios e perfurações).
- Forma de contorno inicial
Forma cônico-ovóide, que deve ser iniciada pelo alargamento da área do ponto de eleição, aprofunda-
mento da broca em direção à câmara pulpar, com maior dimensão no sentido vestibulolingual, para
favorecer a eliminação das angulações do teto. Remove-se toda a dentina cariada restante, se ainda
existente, de acordo com as normas gerais. Logo a seguir, com a broca operando paralelamente ao
longo eixo do dente, realiza-se a trepanação do teto da câmara pulpar. No caso da presença de um
único canal, a forma de contorno poderá assumir um aspecto mais circular. No entanto, diante das
possíveis variações anatômicas, podem existir dois ou três canais. Nestes casos, a forma de contor-
no poderá se apresentar ligeiramente achatada no sentido mesiodistal ou mesmo no sentido vestibu-
lolingual, com um aspecto mais elíptico. Entretanto, esas mudanças estarão diretamente relaciona-
das à anatomia interna dos canais, à localização e ao número de raízes.
- Preparo da câmara pulpar
 Realiza-se a remoção completa do teto e o preparo das paredes laterais da câmara pulpar.
- Forma de conveniência
Complementa-se, tanto quanto possível, a forma cônica, elíptica e achatada no sentido mesiodistal
da cavidade pulpar. A presença de dois ou três canais radiculares poderá exigir maior abertura da ca-
vidade para facilitar as manobras operatórias sobre eles.
- Limpeza e antissepsia da cavidade
De acordo com as normas gerais.
Molares inferiores
- Área de eleição
Área central da superfície oclusal junto à fossa central.
- Direção de trepanação
Vertical, paralela à linha do longo eixo do dente.
- Forma de cotrono inicial
Triangular, irregular ou trapezoidal, por causa da presença de dois canais na raiz distal. Utiliza-se a
broca operando paralelamente ao longo eixo do dente, para penetrar na câmara pulpar. Remove-se
toda a dentina cariada restante, se ainda existente. Em seguida, aprofunda-se a broca, sempre parale-
la ao longo eixo do dente, e caminha-se em direção ao teto, para facilitar o seu rompimento. A pene-
tração inicial deve ser dirigida preferencialmente para o orifício de entrada do canal ou canais distais.
- Preparo da câmara pulpar
Realiza-se a remoção completa do teto e o preparo das paredes laterais da câmara pulpar.
- Forma de conveniência
Tenta-se explorar a entrada dos canais radiculares e realiza-se desgaste compensatório, principal-
mente na parede mesial da câmara pulpar, para facilitar a penetração nos orifícios de entrada dos ca-
nais radiculares. Esta manobra visa proporcionar acesso direto e reto aos canais radiculares.
- Limpeza e antissepsia da cavidade
De acordo com as normas gerais.
Localização da Entrada dos Canais Radiculares
- O orifício de entrada dos canais deve ser localizado antes de se executar qualquer intervenção no seu interi-
or.
- Radiografia de boa qualidade.
- Esta manobra é executada por meio de inspeção e da exploração por sondagem.
Para esse fim, um explorador fino, resistente, rígido, pontiagudo e com as partes ativas retas, como a
sonda endodôntica tipo Rhein ou similar, pode ser empregado. Este instrumental constitui uma ferra-
menta de grande importância na prática endodôntica.
- O explorador é levado, deixando-o correr gentilmente no assoalho da câmara, até onde se espera que este-
ja o orifício (ou orifícios) de entrada dos canais radiculares. No caso de dentes multiradiculares, a própria for-
ma convexa e a presença de linhas mais escuras no assoalho, que unem os canais entre si, podem servir co-
mo guia de orientação na localização do orifício de entrada do canal. Além disso, esta exploração auxilia,
substancialmente, a verificação da direção e da inclinação dos canais, permitindo que sejam feitos refina-
mentos na forma de conveniência do acesso.
- Qualquer tipo de interferência, como a presença de calcificações ou irregularidades nas paredes, deve ser
removido se prejudica a qualidade do acesso coronário.
- Existem alguns avanços tecnológicos que facilitam a terapia dos canais radiculares, como: microscópio
operatório (pode ser associado ao ultrassom), tomografia computadorizada.
Acidentes e Complicações em Endodontia
- Podem ocorrer em virtude da complexidade anatômica dos dentes, falta de conhecimento das proprieda-
des mecânicas dos instrumentos endodônticos, desconhecimento de procedimentos técnicos adequados e
da pouca habilidade do profissional.
- São considerados acidentes acontecimentos imprevistos, casuais e dos quais resulta dano que dificulta ou
mesmo impede o tratamento endodôntico.
- Complicação é o ato ou efeito de dificultar a resolução de um tratamento endodôntico, pode advir dos aci-
dentes ou ser inerentes aos dentes. As complicações inerentes aos dentes podem induzir acidentes.
Acidentes e Complicações na Instrumentação
- Durante a instrumentação de um canal radicular curvo, podem ser detectadas três áreas onde há maior
desgaste das paredes dentinárias, o que pode provocar acidentes ou complicações. 1º área: segmento api-
cal, onde a extremidade do instrumento é pressionada contra a parede externa do canal (convexa da raiz); 2ª
área: se localiza nas proximidades do segmento médio do canal, onde o instrumento tende a desgastar a pa-
rede interna do canal (côncava da raiz); a 3ª se localiza na embocadura do canal voltada para a parede exter-
na do canal radicular (convexa da raiz).
Acidentes: Degraus, perfurações e transportes apicais internos ou extremos.
Como minimizar: modificações na sequência de instrumentação e na geometria dos intrumentos en-
dodônticos. Na pré-instrumentação, ao criar o leito do canal radicular, e a instrumentação, no sentido
coroa-ápice, facilitam a instrumentação do segmento do canal, reduzindo a possibilidade de aciden-
tes.
Instrumentos endodônticos com ligas de níquel-titânio Fase-R ou M-Wire: apresentam maior flexibili-
dade e resistência à fratura comparadas às ligas de Ni-Ti convencionais.
Degrau
- Irregularidade criada na parede de um canal radicular, aquém do CT e sem comunicação com o ligamento
periodontal.
- Ocorre principalmente no início do arco de canais radiculares curvos.
- A parede externa do canal é desgastada, o que resulta na formação de um plano horizontal denominado de-
grau.
- Geralmente ocorre durante a etapa de exploração de um canal radicular atrésico e curvo.
- Dificulta ou impede o avanço do instrumento em sentido apical do canal radicular.
- Causas: desconhecimento da anatomia dentária e do sentido da curvatura radicular; erro no acesso à cavi-
dade pulpar; uso de insturmentos endodônticos com diâmetros não compatíveis com o diâmetro e a anato-
mia do canal; ângulo de rotação excessivo aplicado ao instrumento durante o seu avanço em sentido apical
do canal; uso de instrumentos rígidos em segmentos curvos de canais radiculares; obstrução do canal por
raspas de dentina ou outros resíduos durante a instrumentação.
- Prevenção: inicia-se na abertura coronária. Um acesso adequado, removendo interferências anatômicas
dentináris na embocadura do canal (desgaste compensatório), facilita as fases subsequentes da instrumen-
tação do canal radicular.
Transporte Apical
- Mudança do trajeto de um canal radicular curvo em seu segmento apical.
- Ocorre por causa de um desgaste progressivo da parede externa de um canal radicular curvo na região api-
cal.
- A forma do preparo, na região apical, adquire o aspecto de ampulheta, também é chamada de “pata de ele-
fante”. A seção reta transversal obtida nesta região mostra a forma de uma gota.
- Causas: emprego do movimento de limagem e de instrumentos endodônticos rígidos e instrumentaçãoina-
dequada.
- Prevenção: uso de instrumentos de maior elasticidade (flexibilidade) e emprego do movimento de alarga-
mento.
- O movimento de limagem não deve ser empregado na instrumentação apical de um canal radicular.
Sobreinstrumentação
- Também denominada arrombamento do forame apical, é a instrumentação do canal até ou além da abertu-
ra foraminal.
- Ocorre em canais retilíneos.
- Causas: descuidos na determinação e manutenção do comprimento de trabalho, radiografia de má qualida-
de, determinação incorreta do comprimento de patência e de trabalho, ponto de referência coronário defici-
ente, cursor mal posicionado e falta de atenção no controle da medida obtida do comprimento de trabalho.
- Muitas complicações podem advir desse acidente, como a perda da constrição apical que irá criar um ápi-
ce aberto, aumentando a possibilidade de sobreobturação, dificultando o selamento apical e favorecendo a
infiltração de líquidos advindos dos tecidos perirradiculares.
- É identificada pela hemorragia persistente na região apical do canal radicular e pela dificuldade em travar
cone de guta-percha no momento de sua seleção.
- Em caso de sobreinstrumentação, um novo batente apical deve ser estabelecido dentro dos limites do ca-
nal radicular, situado aproximadamente 2 a 3mm a partir do ápice radiográfico.
Subinstrumentação
- Preparo do canal radicular aquém do limite apical de instrumentação estimado.
- Quando o instrumento endodôntico não atua em toda a extensão do comprimento de trabalho do canal ra-
dicular.
- Causas: erros na determinação do comprimento de patência e de trabalho; movimento de limagem aquém
do CT; obstrução do segmento apical do canal radicular por detritos oriundos da instrumentação por lima-
gem; deficiente volume de solução química auxiliar presente no interior do canal durante a instrumentação;
deficiência quanto à frequência da irrigação-aspiração; não manutenção da patência do canal cementário
durante a instrumentação do canal radicular; uso prolongado de instrumentos endodônticos com canal heli-
coidal de pequena profundidade.
Falso Canal
- Formação de um canal dentinário sem comunicação com o ligamento periodontal em virtude de um erro
de instrumentação.
- Causas: pode ser criado a partir de um degrau, pode resultar também da dificuldade de remoção do materi-
al obturador de canais atresiados, de canais curvos com pequenos raios de curvaturas e de segmentos api-
cais de canais obstruídos (raspas de dentina, fragmentos metálicos).
- Os fatores que favorecem a sua formação e prevenção são os mesmos abordados no degrau.
- O falso canal torna-se difícil de ser retomado da trajetória do canal original quando está localizado no seg-
mento apical de canais curvos. Além disso, nas situações em que o trajeto original do canal for localizado,
ele deve ser instrumentado e a obturação geralmente preencherá o canal original, assim como o falso. Se o
falso canal não foi vencido, instrumenta-se até ele.
Fraturas de Instrumentos
- Falha prematura do instrumento endodôntico principalmente nos intrumentos de diâmetros menores.
- Causas: torção (uma das extremidades imobilizada, e a outra submetida a uma força de rotação); dobra-
mento alternado; flexão rotativa ou combinações.
- Como prevenir
Para instrumentos acionador a motor, reduzindo-se o carregamento e o avanço do instrumento em
sentido apical.
Para instrumentos manuais, o controle do avanço está relacionado ao Ângulo de rotação aplicado no
cabo da ferramenta.
Para instrumentos delgados, o ângulo de rotação não deve ser superior a 90 graus.
Quanto menos o avanço, menos a resistência de corte e a força de atrito da dentina, o que reduz a
possibilidade de imobilização da ponta do instrumento no interior do canal.
Outra forma de prevenção é pela dilatação prévia do segmento cervical do canal radicular. Isto permi-
te que o instrumento de menor diâmetro empregado na instrumentação apical do canal fique subme-
tido a um carregamento menor, o que diminui o esforço de corte e a possibilidade de sua imobiliza-
ção.
- Caso haja imbobilização de um instrumento no interior do canal radicular, o profissional deve retrocedê-lo
por tração até obter um ligeiro afrouxamento.
- Recomendações clínicas que podem reduzir a incidência de fratura por flexão rotativa de instrumentos en-
dodônticos:
Permanecer o menor tempo possível com o instrumento girando no interior de um canal curvo.
Manter o instrumento no interior de um canal curvo em constante avanço e retrocesso em sentido
apical.
Não flambar o instrumento no interior de um canal radicular.
Quanto menor o raio de curvatura do canal, quanto maior o comprimento do arco e quanto mais para
cervical estiver posicionado o arco, menor deverá ser a conicidade e o diâmetro do instrumento em-
pregado.
Durante movimento de retrocesso, não se deve pressionar lateralmente (pincelamento) o instrumen-
to contra as paredes dos canais radiculares.
Descartar previamente o instrumento antes de ele alcançar o limite de vida em fadiga.
- Resolução clínica de um instrumento fraturado:
Ultrapassagem e remoção do fragmento via coronária.
Ultrapassagem e não remoção do fragmento.
Não ultrassagem do fragmento.
Remoção cirúrgica do fragmento.
Fraturas de Alargadores Gates-Glidden e Largo
- Estes instrumentos geralmente fraturam junto ao raio de concordância, próximo a haster de fixação e acio-
namento, independemente do diâmetro do alargador, assim como da natureza do carregamento.
- Geralmente, a extremidade do segmento fraturado está aquém da embocadura do canal radicular, o que
permite a fácil remoção através de sua apreensão por meio de uma pinça clínica ou porta-agulhas.
Perfurações Endodônticas
- Comunicações acidentais da cavidade pulpar de um dente com o meio bucal e/ou com os tecidos perirradi-
culares.
- Esta comunicação pode ocorrer durante a abertura coronária e/ou durante a instrumentação dos canais ra-
diculares, complicando a resolução de um tratamento endodôntico.
- São classificadas em coronárias e radiculares.
- Perfurações coronárias:
Câmara pulpar atresiada, canais atresiados, desconsideração da inclinação do dente na arcada den-
tária, desconhecimento da anatomia externa e interna da câmara pulpar, presença de coroas protéti-
cas, uso de brocas e instrumentos endodônticos inadequados podem induzir as perfurações durante
a abertura coronária e a localização de canais atresiados.
Nos casos em que há dificuldade na localização dos canais radiculares, um aumento no tamanho da
abertura coronária nos dentes anteriores e maior divergência da parede mesial, nos posteriores, me-
lhoram a visualização da câmara pulpar, reduzindo a possibilidade de perfuração com a utilização de
instrumentos cortantes na busca desses canais.
- Perfuração radicular:
Comunicação acidental de um canal radicular com o tecido ósseo.
Principal manifestação: hemorragia intensa.
O diagnostico pode ser confirmado por radiografia.
É de grande valia para a localização da perfuração o preenchimento total do canal radicular com pas-
ta de hidróxido de calcio contendo contrataste com veículo viscoso,
O tratamento endodôntico de um dente acometido por uma perfuração radicular deve ser realizado o
mais rápido possível com o objetivo de evitar a contaminação da área radicular perfurado.
Instrumentos Endodônticos de Ação Mecânica
- São ferramentas metálicas empregadas como agentes mecânicos no preparo biomecânico (PBM) do siste-
ma de canais radiculares (SCR).
Aço inoxidável: + rígidos; + resistentes.
Liga Níquel-Titânio (Ni-Ti): + elásticos; - desvios.
- As limas endodônticas manuais são divididas pelas seguintes estruturas:
Cabo
Corpo
Intermédiário
Parte de trabalho
Ponta
Base da ponta
- O cabo é a parte do instrumento em que o profissional irá segurar para realizar os movimentos necessários
de instrumentação, este, por sua vez, possui cor de acordo com numeração padronizada. É dividido em séri-
es, como pré-série, 1ª série, 2ª série..
- O corpo metálico da lima pode medir 21, 25 ou 31mm, sendo a parte ativa de 16mm.
-O taper de uma lima é o quociente entre a "variação do diâmetro do instrumento" e o "comprimento da pon-
ta ativa ou haste helicoidal" de um instrumento. Conicidade da lima.
- O tip é o diâmetro da ponta da lima (D0).
Exemplo: uma lima de 20.06, o “20” é o número do TIP, ou seja, o diâmetro da ponta da lima. Significa
que a ponta da lima tem 0,20mm de diâmetro. Uma lima 20.06 tem o mesmo tip de uma lima 20.03, o
mesmo tip da lima 20 tipo K manual amarela (20.02). Ou seja, todas elas têm o mesmo diâmetro na
ponta do instrumento. Portanto, TIP é o diâmetro correspondente à ponta do instrumento.
O TAPER, que é a conicidade, seria o número ”.06”, que significa que a cada milímetro no sentido pon-
ta-cabo, sua conicidade aumentará em 0.06mm.
Por exemplo, em D0, o diâmetro será 0,20mm, em D1 0,26mm, em D2 0,32mm e assim por diante.
Portanto, um taper 08 significa maior conicidade que um taper 06, que por sua vez terá maior conici-
dade que uma lima K manual, que tem taper 02.
Limas tipo Kerr (K)
- Esses instrumentos que se originaram de hastes de secção quadrangular que, quando retorcidas, apresen-
tam espirais de passo curto, formando um ângulo entre as lâminas e o longo eixo do instrumento de 45
graus.
- Quando comparadas aos alargadores, possuem maior número de espiras por unidade de comprimento.
- Suas extremidades são determinadas pelo prolongamento destas espirais, terminando em ponta aguda,
formando o guia de penetração, que possui a forma de uma pirâmide de base quadrangular. Os sulcos inte-
respirais ou zonas de escape são menos profundos.
- Apresentam poder de corte menor do que as Limas Flexo-File, uma vez que possuem ângulo de corte das
espiras mais abertos. Convém ressaltar, que o ângulo de corte da espira é o ângulo do vértice da secção
transversal da haste.
- A Lima Tipo K, tendo seção transversal da haste quadrangular, possui ângulo do vértice do quadrado e, por-
tanto, da borda cortante da espira de 90 graus.
- Quando a Lima Tipo K é utilizada com cinemática de rotação, o diâmetro de corte é equivalente ao maior ei-
xo da secção da haste do instrumento (diagonal do quadrado), ou seja, o seu diâmetro estático é igual ao di-
nâmico.
Quando se exerce uma cinemática de rotação com a Lima Tipo K, a quantidade de dentina cortada é
pequena, exigindo assim pouco esforço (estresse) torcional. Sua penetração é pequena a cada volta
no sentido horário, ao contrário do alargador, que penetra bem mais. Ela desgasta dentina quando
aplicada com movimentos contínuos e uniformes de penetração e retirada no interior do canal radicu-
lar (vai e vem), fazendo-se pressão contra as suas paredes e não excedendo a amplitude máxima de
2 milímetros (cinemática de limagem). E essa dupla ação de alargamento (ampliação uniforme e cir-
cular por cinemática de rotação) e de desgaste (ampliação não uniforme por cinemática de limagem)
que a torna tão versátil a ponto de executarmos qualquer função específica de outros instrumentos,
se bem que com menor propriedade ou rendimento. Encontram-se disponíveis na numeração de #6
a #140. Nos sus cabos, bem como nas suas caixas, encontram-se estampadas, na maioria das ve-
zes, figuras geométricas quadrangulares, lembrando tratar-se de instrumento cujas pontas ativas ori-
ginam-se de hastes que possuíam a referida secção transversal.
Limas FlexoFile
- São produzidos a partir de haste de secção transversal triangular
- Apresentam poder de corte maior do que as Limas Tipo K, uma vez que possuem ângulo de corte das espi-
ras mais agudos.
- A Lima Flexo-File tendo seção transversal da haste triangular possui ângulo do vértice do triângulo e, por-
tanto, da borda cortante da espira de 60 graus.
- A Limas Flexo-File encontram-se disponíveis no mercado na numeração de #15 a #40. Tanto no cabo
quanto em suas caixas, encontra-se estampado a figura de um quadrado. Uma especulação para explicar o
fato do símbolo (quadrado) não bater com a secção triangular da haste seria a da ênfase à cinemática de li-
magem a qual é a mais apropriada para esse instrumento.
- A flexibilidade torna esse instrumento o mais indicado para a instrumentação de canais curvos, facilitando
a terapêutica e diminuindo os riscos operacionais.
- As diferenças mais marcantes entre as Limas Flexo-File e os Alargadores são: 1 - as Limas Flexo-File so-
frem um número maior de torções nas suas hastes durante a sua fabricação gerando maior número de espi-
ras; 2 - o aço dessas limas proporciona maior flexibilidade e a sua composição constitui segrede industrial; e
3 - essas limas, apesar de possuírem a mesma secção transversal dos alargadores, só podem ser utilizadas
em movimentos de limagem, como já foi salientado anteriormente.
Limas K-Flex
- A Lima K-Flex é fabricada a partir de haste de secção transversal losangular que, quando retorcida, forma
uma espiral.
- Os losangos apresentam dois ângulos maiores que 60 graus e outros dois, menores que 60 graus.
Esses dois ângulos menores que 60 graus provêem uma capacidade de corte ainda maior que as Li-
mas Flexo-File. A secção transversal losangular provê uma flexibilidade maior que a limas convencio-
nais de mesmo calibre particularmente em relação aos tamanhos #30 e menores.
- Além da grande capacidade de corte, possuem, ainda, zonas de escape maiores quando comparada à Lima
Tipo K. Portanto, sua capacidade de remover detritos é muito maior.
- O diâmetro de corte desse tipo de instrumento, quando do seu movimento de rotação no sentido horário é
equivalente ao maior eixo da secção transversal da haste do instrumento. Porém, o corte e a flexibilidade do
instrumento são diretamente relacionados com a área da secção de corte, isto é, quanto maior a área da
secção de corte, menor flexibilidade terá o instrumento, por ser mais calibroso.
- Quanto mais agudo é o ângulo de corte, melhor será a sua capacidade de corte. Conclui-se que esse instru-
mento é mais flexível e promove mais desgaste da dentina quando comparado à lima Tipo K (por possuir
áreas de secção de corte menor e ângulos de corte mais agudos).
Limas Hedstrom
- São instrumentos constituídos de haste de secção transversal circular torneadas em forma de vírgula, dan-
do características espiral à parte ativa, sob forma de pequenos cones superpostos e ligeiramente inclinados,
de maneira que as partes cortantes destes tipos de lima fiquem nas bases dos cones.
Essas bases são voltadas para o cabo e formam um ângulo de 60 graus com o longo eixo do instru-
mento.
- As Limas Hedströen possuem uma excelente capacidade de corte quando são aplicadas com cinemática
de limagem.
- Sua capacidade perfurante é nula, devido ao seu guia de penetração ser de forma cônica. Assim, elas são
essencialmente raspadoras.
- Se, durante sua utilização, aplicássemos cinemática de rotação horária, o diâmetro de corte seria bem mai-
or que o maior eixo da secção transversal. O seu diâmetro dinâmico é bem maior que o estático.
Porém, nessa cinemática, o instrumento fatalmente fraturar-se-á, pois a quantidade de dentina exci-
sada será muito grande, necessitando de um esforço tal que supera a capacidade de resistência do
instrumento. Logo, a ação de alargamento ou ampliação (cinemática giratória) deve ser abolida, evi-
tando acidentes quando do seu uso. Mesmo sendo utilizadas com movimentos de limagem, essas li-
mas devem ser usadas nos canais radiculares após a abertura de espaço por outro instrumento (Li-
ma Tipo K). Com isso, evita-se o seu travamento no interior do canal radicular, uma vez que nem
sempre é possível destravá-la e removê-la sem riscos de fraturas. Ou seja, a Lima Hedströen é um
instrumento que deve atuar livremente no canal radicular de forma que o diâmetro do instrumento se-
ja menor que o diâmetro do canal radicular (diâmetro anatômico).
- A Limas Hedströen encontram-se disponíveis no mercado na numeração de #10 a #140. A semelhança
dos demais instrumentos, as suas caixas e os seus cabos podem trazer a figura de uma circunferência, lem-
brando-se tratar de um instrumento originário de haste circular.
Cinemática daInstrumentação
- Durante a instrumentação de um canal radicular temos como objetivo a sua ampliação (aumento de volu-
me), o qual pode ser alcançado por meio do movimento de alargamento ou limagem.
Movimento de Remoção
- Composto de três manobras:
Avanço do instrumento endodôntico no canal radicular
Rotação de uma a duas voltas à direita sobre o seu eixo
Tração em sentido à coroa dentária
- O movimento de remoção não promove a ampliação e a modelagem do canal radicular.
- É usado na remoção da polpa dentária (deve-se alcançar o segmento apical do canal radicular).
- Também é indicado na remoção de detritos livres no interior do canal, bolinhas de algodão e cones de pa-
pel utilizados com o medicamento intracanal.
- Instrumentos indicados: extirpas-polpas e as limas Hedstroen.
- Este movimento é muito utilizado nos retratamentos endodônticos, na remoção inicial do material obtura-
dor do interior do canal radicular.
Os instrumentos possíveis de serem utilizados são os tipo K e as limas Hedstrom de aço inoxidável.
Movimento de exploração ou cateterismo
- É realizado imprimindo-se ao instrumento pequenos avanços em sentido apical, conjuntamente com dis-
cretos movimentos de rotação à direita e à esquerda, com pequenos retrocessos.
- Movimento de pincelamento.
- É utilizado no cateterismo de canais radiculares amplos.
- Tem como objetivo o conhecimento da anatomia interna, o esvaziamento inicial do canal radicular e a de-
terminação da odontometria.
- Instrumento indicado: tipo K de aço inoxidável.
- Para realização do movimento de cateterismo, os instrumentos endodônticos devem possuir diâmetros
menores do que os dos canais radiculares e não necessitam ser pré-curvados (dobrados).
- Para canais radiculares atresiados, o cateterismo ou exploração é realizado por meio do movimento de
alargamento parcial à direita.
- Esvaziamento inicial.
- Utilizado para conhecimento da anatomia do SCR.
- Pré-curvar.
- Odontometria.
Movimento de alargamento
- Processo mecânico de usinagem destinado a ampliar, por meio do corte de um material, o diâmetro de um
furo cônico ou cilíndrio preexistente.
- É realizado por instrumentos denominados alargadores.
- Consiste no giro (movimento de rotação) e no deslocamento compressivo (movimento de avanço) simultâ-
neos de um alargador no interior de um furo.
- Para que ocorra o alargamento, é necessário que o instrumento trabalho justo no interior de um furo, ou se-
ja, o diâmetro do instrumento deve ser maior que o do furo e o círculo de corte complete todo o contorno do
furo.
Movimento de limagem
- Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de quaisquer superfícies pela raspagem.
- Raspagem representa o ato de raspar com um instrumento adequado parte da superfície de um material.
- O movimento é longitudinal alternativo, caracterizado pelo avanço do instrumento no interior do canal radi-
cular e de tração (retrocesso) linear curto com a aplicação de uma força lateral contra as paredes dentiná-
rias.
- Na limagem das paredes dentinárias de canais radiculares, o diâmetro do instrumento empregado deve ser
o maior possível em relação ao diâmetro do canal.
- O instrumento deve estar com liberdade durante o avanço no interior do canal radicular, sendo que a lima-
gem ocorre durante o retrocesso (tração) do instrumento endodôntico.
- O instrumento deve raspar a parede dentinária induzindo a formação de aparas dentinárias ao sair do canal
e quando não penetra.
- A cada tração, a lima não deve ser removida do canal. Isto se faz apenas quando ela estiver com grande li-
berdade no interior do canal, sendo substituída por outra de diâmetro imediatamente superior.
- A limagem é o principal movimento efetivo de corte de um instrumento na instrumentação de segmentos
achatados de canais radiculares.
- É muito empregado nos desgastes anticurvatura.
- Não deve ser empregado no preparo apical de um canal radicular.
- Instrumentos indicados: limas tipo K ou Hedstrom.
Classificação dos canais radiculares
- É feita com base em sua anatomia, diâmetro e direção, a saber:
Quando à anatomia, os canais radiculares podem variar em número, tamanho, forma e apresentar di-
ferentes divisões, fusões e estágios de desenvolvimento. A cavidade pulpar não é apenas o canal
principal, e sim de um complexo sistema que apesenta canais acessórios, secundários, laterais e co-
municações por meio do delta apical.
O perfil de um canal radicular é cônico e a forma da seção reta transversal pode variar ao longo do
comprimento do canal radicular. No segmento cervical, pode ser circular ou achatado (para ser acha-
tado o diâmetro vestibulo lingual deve ser no mín. 2x maior que o do mesiodistal). No segmento api-
cal, a forma de seção reta transversal do canal radicular tende a ser circular ou ligeiramente achata-
da.
Quando ao diâmetro, o canal radicular pode ser amplo, mediano e atresiado ou constrito. O canal é
considerado amplo quando o diâmetro anatômico é igual ou superior ao de um instrumento tipo K
número 34; mediano, quando o diâmetro anatômico situa-se entre os instrumentos de número 20 e
30; e atresiado, quando o diâmetro é igual ou menor do que o de um instrumento de número 15.
Quando à direção, pode ser retilíneo e curvilíneo. O canal é considerado retilíneo quando tem a forma
de linha reta. É considerado curvilíneo quando no comprimento total ou parcial tem a forma de linha
curva (arco). Além disso, as curvaturas no sentido mesiodistal frequentemente são mais acentuadas
do que aquelas no sentido vestibulolingual, as quais apresentam mais fácil acesso.
Odontometria
Técnica de Ingle
- 1ª radiografia:
CAD (comprimento aparente do dente): por ex. 22mm
CPO (comprimento pré odontometrico): CAD - 2mm
CPO= 20mm
- 2ª radiografia:
Comprimento real do dente é definido pela distância entre a ponta da lima e o ápice radiográfico.
CRD = CPO (quando a distância é 0)
CRD = CPO + distância aquém
CRD = CPO - distância além
- 3ª radiografia:
Confirmação do CT
CT = CRD - 1mm
Limite apical de instrumentação
- Ápice radicular não corresponde à saída foraminal.
- O ponto mais apical que os intrumentos devem atingir durante a instrumentação e o material obturador ser
aplicado durante a obturação.
- Bio: limite cdc
- Necro: instrumentação até o limite CDC, mas deve-se ir com a lima até o ápice para causar a desorganiza-
ção das bactérias.
Terminologia
- Diâmetro anatômicoDiâmetro anatômicoDiâmetro anatômico: equivale ao diâmetro do canal radicular anteriormente aos procedimentos de instru-
mentação. Corresponde ao diâmetro do primeiro instrumento endodôntico que se ajusta no interior de todo
o canal radicular.
- Diâmetro cirúrgicoDiâmetro cirúrgicoDiâmetro cirúrgico: equivale ao diâmetro obtido após a instrumentação do canal radicular. Corresponde ao
diâmetro do último instrumento endodôntico que foi empregado no segmento apical do canal radicular.
- Preparo biomecânicoPreparo biomecânicoPreparo biomecânico: é um procedimento dinâmico que tem por objetivo promover a limpeza, a ampliação
e a modelagem de um canal radicular por meio de três eventos distintios: instrumentação, emprego de subs-
tâncias químicas auxiliares e irrigação-aspiração.
- InstrumentaçãoInstrumentaçãoInstrumentação: é o principal evento do preparo químico-mecânico do canal radicular. É realizado por meio
de ferramentas denominadas instrumentos endodônticos.
- Irrigação-aspiraçãoIrrigação-aspiraçãoIrrigação-aspiração: representa uma corrente líquida no interior da cavidade pulpar.
- Comprimento de trabalho (CT)Comprimento de trabalho (CT)Comprimento de trabalho (CT): como o forame apical se encontra, em média, deslocado 0,5mm aquém do
ápice radicular e o limite CDC (constrição apical) está localizado entre 0,5 e 0,7mm do forame, o comprimen-
to de trabalho pode ser obtido deduzindo-se 1 a 2mm aquém do ápide radiográfico do dente.
- Comprimento Patente do Canal ( CPC) ou Comprimento de Patência (CP)Comprimento Patente do Canal ( CPC) ou Comprimento de Patência (CP)Comprimento Patente do Canal ( CPC) ou Comprimento de Patência (CP): é a medidaobtida de um pon-
to de referência coronário até a abertura do forame apical na superfície externa radicular. Tem como objetivo
manter o canal cementário desobstruído.
- Instrumento de PatênciaInstrumento de PatênciaInstrumento de Patência: equivale ao ultimo instrumento utilizado em todo o comprimento do canal radi-
cular (comprimento de patência).
- Patência do Forame Apical ou Patência do Canal CementárioPatência do Forame Apical ou Patência do Canal CementárioPatência do Forame Apical ou Patência do Canal Cementário: é a manutenção do canal cementário prin-
cipal patente (aberto, desobstruído) durante o preparo de um canal radicular.
- Ampliação da Constrição ApicalAmpliação da Constrição ApicalAmpliação da Constrição Apical: é a ampliação e a regularização da forma da constrição apical do canal
radicular. Tem como objetivo a criação do batente apical.
- Substância Química-AuxiliarSubstância Química-AuxiliarSubstância Química-Auxiliar: trata-se de uma substância química empregada no inteiror do canal radicu-
lar com a finalidade de promover a dissolução de tecidos orgânicos vivos ou necrosados, a eliminação, ou
máxima redução possível, de microrganismos, a lubrificação, a quelação de íons cálcio e a suspensão de de-
tritos oriundos da instrumentação. São empregadas simultaneamente à instrumentação dos canais radicula-
res ou após esta. Geralmente, são utilizadas em forma de soluções líquidas.
- Soluções irrigantesSoluções irrigantesSoluções irrigantes: são soluções químicas usadas na irrigação-aspiração dos canais radiculares.
- Instrumentação Convencional ou não SegmentadaInstrumentação Convencional ou não SegmentadaInstrumentação Convencional ou não Segmentada: os instrumentos endodônticos são utilizados durante
o preparo químico-mecânico de um canal radicular em ordem crescente de diâmetro nominal (D0) em toda a
extensão do comprimento de trabalho.
- Instrumentação SegmentadaInstrumentação SegmentadaInstrumentação Segmentada: na instrumentação segmentada, os instrumentos endodônticos são utiliza-
dos em segmentos ao longo dos canais radiculares. A instrumentação segmentada pode ser realizada no
sentido ápice-coroa (step-back) ou coroa-ápice (Crown-down) do canal radicular.
- Segmentada Ápice-CoroaSegmentada Ápice-CoroaSegmentada Ápice-Coroa: os instrumentos endodônticos em ordem crescente de diâmetro são emprega-
dos a distâncias menores que o comprimento de trabalho do canal radicular. A instrumentação apical ante-
cede a instrumentação segmentada.
- Segmentada Coroa-ÁpiceSegmentada Coroa-ÁpiceSegmentada Coroa-Ápice: os instrumentos endodônticos, em ordem decrescente de diâmetro, são empre-
gados a distâncias maiores para o interior do canal radicular. A instrumentação segmentada coroa-ápice an-
tecede a instrumentação apical.
- Segmento Apical do CanalSegmento Apical do CanalSegmento Apical do Canal: corresponde a um terço do comprimento de trabalho.
- Segmento Cervical ou CoronárioSegmento Cervical ou CoronárioSegmento Cervical ou Coronário: corresponde a dois terços do comprimento de trabalho.
- Desgaste anticurvaturaDesgaste anticurvaturaDesgaste anticurvatura: manobra realizada no segmento cervical de um canal radicular, consiste no des-
gaste direcionado às zonas volumosas da raiz, ou zona de segurança, evitando-se as zonas delgadas, ou zo-
nas de risco, onde pde ocorrer adelgaçamento na parede dentinária ou perfurações radiculares laterais (ras-
go). Para os segmentos cervicais curvos, tem como objetivo favorecer o acesso ao segmento apical curvo.
- Instrumentação apical Instrumentação apical Instrumentação apical: é o alargamento (ampliação) do segmento apical e de um canal radicular.
- Batente apicalBatente apicalBatente apical: conhecido também como ombro apical, parada apical de instrumentação ou degrau apical,
é o rebaixo onde o cone principal de obturação se encaixa. É o ponto de parada da instrumentação, equiva-
lente ao comprimento de trabalho determinado na odontometria.
- Instrumentação cervical Instrumentação cervical Instrumentação cervical: consiste na instrumentação do segmento cervical de um canal radicular.
- Leito do canalLeito do canalLeito do canal: é a regularização inicial da superfície das paredes dentinárias de um canal radicular até o
CDC. Antecede a modelagem do canal independemente da técnica de instrumentação empregada.
Instrumentação de Canais Radiculares
Primeira etapa - Pré-instrumentação
- A pré-instrumentação é a etapa inicial da instrumentação. Para canais radiculares amplos, após o catete-
rismo e a determinação do comprimento de trabalho e de patência, a pré-instrumentação e a instrumenta-
ção se sobrepõem, sendo, muitas vezes, executadas em uma mesma etapa. Ao contrário, para canais atresi-
ados a pré-instrumentação é uma etapa distinta que antecede a instrumentação.
- A dificuldade ou a facilidade da posterior instrumentação de um canal radicular atresiado, na maioria das
vezes, repousa apenas na pré-instrumentação.
- Tem como objetivo a eliminação ou regularização das interferências anatômicas, buscando a determina-
ção do comprimento de trabalho (CT), do comprimento de patência (CPC) e a criação do leito do canal radi-
cular (glide path). Não busca a limpeza, a ampliação e a modelagem de um canal radicular.
- É iniciada após a radiografia, anestesia (se necessário), acesso coronário e isolamento absoluto do dente a
ser submetido ao tratamento endodôntico.
- O conhecimento da morfologia dentária e o exame minucioso de duas ou mais radiografias periapicais, ob-
tidas com diferentes angulações do cone do aparelho de raios-X, são obrigatórios.
- O exame radiográfico propicia informações importantes sobre a anatomia da cavidade pulpar.
- Nos casos de dentes cariados ou restaurados, para evitar acidentes (perfurações), é fundamental realizar o
acesso coronário e a localização de canais radiculares antes da instalação do isolamento absoluto.
- A pré-instrumentação é constituída: da localização do canal ou canais radiculares; do cateterismo ou explo-
ração inicial do canal radicular; da complementação do cateterismo; da determinação do comprimento de
trabalho e de patência do canal radicular e da instrumentação inicial ou leito do canal radicular.
- Localização do canal radicular Localização do canal radicular Localização do canal radicular
- Após a remoção de todo o teto cavitário, os orifícios dos canais radiculares devem ser localizados
por meio de sondas clínicas de pontas retas e afiladas. Para isso, a ampliação e iluminação da cavi-
dade pulpar são recursos indispensáveis.
Para dentes unirradiculares a localização do canal radicular é um procedimento mais simples do que
em dentes multiradiculares.
A anatomia natural dita a localização usual da entrada dos canais radiculares; entretanto, restaura-
ções coronárias, deposições dentinárias e calcificações distróficas podem alterá-la.
Enquanto explora o assoalho da câmara pulpar, a sonda muitas vezes penetra ou desloca depósitos
calcificados que bloqueiam a embocadura dos canais radiculares.
O uso de aparelhos ultrassônicos com pontas especiais é muito útil, eficiente e seguro na varredura
do assoalho da câmara pulpar para remoção de depósitos calcificados que ocultam e impedem o
acesso ao orifício de entrada de canais radiculares atresiados. (É preferível sua utilização à de brocas
comuns ou especiais; como exemplo e indicação, temos a ponta esférica diamantada com interme-
diário esbelto E3D, ponta cônica não diamantada E2 ou pontas diamantadas CAVI 1-BD, CAVI 2-D e
CAVI 3D.
O uso de corantes (azul de metileno ou tintura de iôdo) que preenchem a câmara pulpar e são removi-
dos por lavagem após alguns minutos pode promover mudanças de cor da dentina, evidenciando a
provável localização da embocadura do canal radicular.
O emprego do microscópio óptico ou de outros recursos de magnificação permite uma perfeita visua-
lização do assoalho da câmara pulpar, facilitando a localização mais segura da entrada de canais ra-
diculares atresiados.
- Exploração inicial do canal radicularExploração inicialdo canal radicularExploração inicial do canal radicular
A exploração (ou cateterismo) engloba a fase inicial de esvaziamento, assim como o conhecimento
da anatomia interna do canal radicular por meio da sensibilidade tátil, quando do avanço de um ins-
trumento.
Permite verificar o número, a direção e o diâmetro dos canais, assim como a possibilidade de acesso
à região apical.
Essas informações, associadas às obtidas pela radiografia e pelos conhecimentos anatômicos, per-
mitirão imaginar com alguma precisão a forma do canal radicular.
Quanto mais próxima da verdadeira anatomia do canal radicular estiver a imagem criada pelo profis-
sional, melhor será a condução do tratamento endodôntico.
De posse de uma radiografia de boa qualidade, toma-se o comprimento do dente, traçando inicial-
mente uma reta paralela ao eixo do dente em toda sua extensão.
A seguir, nesta reta, projetamos duas linhas perpendiculares, uma passando pelo ponto de referência
oclusal/incisal e a outra passando pelo vértice do ápice radicular. A distância entre as duas linhas
perpendiculares à reta é conhecida como comprimento do dente na radiografia (CDR).
Para canais radiculares retos ou com curvaturas suaves, uma medida correspondente a dois milíme-
tros menor que o CDR, é transferida para um instrumento tipo K de aço inoxidável como medida de
segurança (comprimento de exploração inicial-CEI).
Para canais com curvaturas moderadas e acentuadas a medida correspondente ao CDR, ou até mes-
mo acrescidas de 1 a 2mm, é transferida para o instrumento endodôntico. Isto se justifica porque o
comprimento do segmento de um arco é maior do que o segmento de uma linha reta.
A seleção do primeiro instrumento é feita de acordo com o presumível diâmetro do canal e com o
comprimento do dente.
Para o cateterismo de canais radiculares amplos, os instrumentos endodônticos de aço inoxidável ti-
po K são os indicados e devem possuir diâmetros menores do que os dos canais radiculares e não
necessitam ser pré-curvados (dobrados).
Os instrumentos devem ser acionados manualmente por meio do movimento de cateterismo ou ex-
ploração.
A câmara pulpar deve ser preenchida com solução de hipoclorito de sódio.
Nas biopulpectomias o cateterismo antecede a pulpectomia. Nestes casos após o instrumento de ca-
teterismo atingir o comprimento previamente determinado, o tecido pulpar é excizado e removido por
meio d euma lima Hedstrom de diâmetro compatível ao do canal radicular.
Nas necropulpectomias o cateterismo e esvaziamento inicial do canal se desenvolvem simultanea-
mente. Esta manobra é realizada por segmentos (compartimentos) do canal radicular, imprimindo-se
ao instrumento pequenos avanços e retrocessos em sentido apical, conjuntamente, com discretos
movimentos de rotação à direita e à esquerda. Este procedimento permite a penetração da solução
química auxiliar em sentido apical do canal radicular favorecendo sua atividade solvente e antimicro-
biana. Assim, o instrumento é conduzido até atingir o comprimento previamente determinado, promo-
vendo a neutralização e o esvaziamento inciial do conteúdo séptico do canal radicular.
Para cateterismo de canais atresiados retilíneos ou curvilíneos, os instrumentos de aço inoxidável in-
dicados são os tipo K ou os instrumentos especiais. O diâmetro dos instrumentos empregados geral-
mente é maior do que os dos canais radiculares atresiados e não atingem a distância do cateterismo
predeterminado. Os instrumentos devem ser acionados manualmente por meio do movimento de
alargamento pacial à direita e jamais dobrados (pré-curvados).
No cateterismo de canais atresiados, deve-se usar de início um instrumento tipo K ou especiais de
número 08, 10, 18 ou 21 mm de comprimento, novo, que será o responsável pela exploração do canal
por meio do movimento de alargamento parcial à direita. Dependendo do comprimento do dente,
após o uso do instrumento de menor comprimento, empregamos instrumnetos maiores. O instru-
mento de menor comprimento deve iniciar o procedimento porque favorece a penetração e o avanço
do instrumento em sentido axial durante o uso clínico. A câmara deve ser preenchida com solução
química de hipoclorito de sódio.
Para canais atresiados, o cateterismo e o esvaziamento do canal radicular se desenvolvem simulta-
neamente. Este procedimento é realizado por segmentos do canal radicular imprimindo-se ao ins-
trumneto o movimento de alargamento parcial à direita.
Quando retirado do canal o instrumneto é limpo por meio de um pedaço de gaze seguro pelos dedos
indicador e polegar. O instrumneto é posicionado na gaze a partir do intermediário e a seguir girado à
esquerda.
Após a limpeza o instrumento é examinado. Caso tenha ocorrido deformação plástica em sua haste
de corte helicoidal cônica, o instrumento deve ser descartado.
Para canais atresiados, o instrumento empregado no cateterismo geralmente tem dificuldade de al-
cançar o comprimento previamente determinado. Nesses casos, devemos realizar a ampliação cervi-
cal para eliminar interferênciar anatômicas que dificultam o avanço do instrumento de cateterismo.
- Ampliação CervicalAmpliação CervicalAmpliação Cervical
Executada durante a pré-instrumentação.
Tem como objetivo eliminar interferências anatômicas de um canal radicular atresiado para facilitar a
exploração ou cateterismo em toda a distância previamente determinada.
Promove a eliminação de parte do conteúdo do canal, tanto para dentes com polpa vital como para
os com polpa necrosada, reduzindo o risco de sua compactação para o segmento apical ou mesmo
de extrusão para a região perirradicular.
A maior constrição do canal está no segmento cervical próximo ao orifício de entrada do canal radi-
cular, nesses casos, a ampliação cervical favorece o avanço em sentido apical do instrumento empre-
gado no cateterismo de um canal radicular atresiado.
A ampliação cervical deve ser realizada inicialmente com instrumento tipo K de aço inoxidável de se-
ção reta transversal quadrangular de 21mm de comprimento e de números 25 e 30, acionados manu-
almente pelo movimento de alargamento parcial à direita.
O avanço do instrumento em sentido apical deve ficar aquém do limite de penetração do instrumento
empregado no cateterismo inicial.
A não observação desse procedimento pode acarretar a perda da trajetória original do canal. Geral-
mente, durante a ampliação cervical, o avanço do instruento endodôntico em sentido apical não deve
ultrapassar 3 a 5mm em relação à embocadura do canal. A seguir, podemos empregar os alargado-
res Gates-Glidden número 2. Os alargadores devem ser empregados nos segmentos retos de canais
radiculares e não devem ultrapassar metade do comprimento do dente na radiografia.
- Complementação da ExploraçãoComplementação da ExploraçãoComplementação da Exploração
Após a ampliação cervical, o instrumento empregado na exploração (Tipo K ou esoecuaus) atinge
com facilidade o comprimento previamente estabelecido.
A seguir, por meio da odontometria ajusta-se o comprimento de trabalho (CT) e o comprimento pa-
tente (CPC).
Para o CT, o vértice da ponta do instrumento deve ficar de 1 a 2mm do vértice radiográfico do dente.
Quanto ao CPC, a extremidade do instrumento deve ficar na abertura do forame do canal radicular.
O CT pode ser determinado por meio de radiografias ou método eletrônico. O método eletrônico, em-
bora eficiente, não permite a visualização da trajetória do instrumento no interior do canal radicular.
O profissional não deve ficar privado de uma imagem radiográfia que revele a trajetória de um instru-
mento endodôntico em toda a extensão do canal radicular. É por meio desta imagem, mesmo que im-
precisa na maioria das vezes, que se planeja a instrumentação de um canal radicular. O método ele-
trônico naõ deve ser usado isoladamente, mas sim combinado ao radiográfico.
- Instrumentação Inicial ou Leito do CanalInstrumentação Inicial ou Leito do CanalInstrumentação Inicial ou Leito do Canal
Com base no CPC, instrumenta-se o canal radicular em toda sua extensão com o instrumento explo-
rador selecionado(tipo K ou especial) acionado manualmente, mediante o movimento de alargamen-
to pacial à direita ou parcial alternado.
Esta instrumentação até o CPC tem como objetivo a criação do leito de um canal radicular (glide pa-
th) por meio da eliminação ou regularização de insterferências anatômicas.
Com a criação do leito, os intrumentos empregados na etapa de instrumentação não encontrarão di-
ficuldades em alcançar o CT estabelecido.
A cada etapa da pré-instrumentação do canal radicular, realizamos irrigação aspiração seguida de
inundação da cavidade pulpar com solução química auxiliar. Este procedimento tem como objetivo
remover os detritos mantidos em suspensão no interior do canal radicular e permitir sua renovação
da substância química auxiliar.
A pré-instrumentação de um canal atresiado antecede as técnicas de instrumentação não segmenta-
da ou segmentada executadas com instrumentos endodônticos acionados manualmente ou por dis-
positivos mecânicos.
Segunda etapa - Instrumentação
- Deve ser inicada após a criação do leito de um canal.
- Deve ser projetada quanto ao diâmetro do instrumento e quanto ao movimento aplicado ao instrumento
em função da anatomia radicular.
- Pode ser executada com instrumentos trabalhando em segmentos ou em todo o comprimento de trabalho
de um canal radicular.
- Instrumentação segmentadaInstrumentação segmentadaInstrumentação segmentada
O canal deve ser segmentado em duas partes.
Segmento cervical: dois terços e o segmento apical por um terço do CT do canal radicular
Nesta instrumentação, os intrumentos endodônticos serão empregados incialmente no segmento
cervical e a seguir no segmento apical de um canal radicular.
- Instrumentação do Segmento CervicalInstrumentação do Segmento CervicalInstrumentação do Segmento Cervical
O diâmetro e o movimento do instrumento empregado na instrumentação do segmento cervical de
um canal dependem da relação diâmetro da raiz/diâmetro do canal.
Promove a eliminação de parte do conteúdo do canal, minimizando o risco de sua compactação para
o segmento apical ou mesmo de extrusão para a região perirradicular.
Maior remoção do tecido dentário, junto ao segmento cervical do canal radicular, favorece o avanço,
no sentido coroa-ápice, dos instrumentos de menor diâmetro, quando empregados na sequÊncia da
instrumentação.
Ampliação prévia do segmento cervical do canal.
Facilita a instrumentação do segmento apical, reduzindo a possibilidade de defeitos, como desloca-
mento apical, interno ou externo.
Permite um volume maior de solução química auxiliar dentro do canal durante a instrumentação.
Promove pela sua maior conicidade, uma zona de escape acentuada, em nível cervical durante a ins-
trumentação dos segmentos médio e apical. Menor incidência de dor pós-operatória.
Permite maior penetração de agulha irrigadora em sentido apical.
Facilita a compactação do material obturados do canal radicular.
Desgaste exagerado do segmento cervical.
Aumenta risco de perfurações radiculares e de fraturas verticais durante as manobras de obturação,
ou mesmo quando os dentes estiverem em função.
- Instrumentação do Segmento ApicalInstrumentação do Segmento ApicalInstrumentação do Segmento Apical
Deve ser realizada por meio do movimento de alargamento alternado ou contínuo.
Tem como objetivo a regularização da forma da constrição apical pela ampliação do diâmetro do ca-
nal principal até o CT.
Os instrumentos utilizados são em ordem crescente de diâmetro e devem ser ativados mediante o
movimento de alargamento.
A forma final deve ser cônica e a seção reta transversal, circular, tendo como objetio a confecção do
batente apical.
A cada etapa da instrumentação, deve ser realizada a irrigação-aspiração.
A patência do canal cementário deve ser mantida em todas as etapas da instrumentação do segmen-
to apical do canal radicular.
- Instrumentação não SegmentadaInstrumentação não SegmentadaInstrumentação não Segmentada
A instrumentação em toda extensão (até o CT) de um canal radicular é inciada após a criação do leito
do canal.
É indicada para canais em que, após a instrumentação a seção reta transversal em todos os níveis
apresentar forma circular.
Os instrumentos endodônticos devem ser acionados por meio do moivmento de alargamento alter-
nado ou contínuo.
Todos os instrumentos empregados devem ser em ordem crescente de diâmetro até o CT.
As variações das conicidades dos intrumentos endodônticos, ao longo da haste helicoidal cônica,
promovem automaticamente um escalonamento durante a instrumentação.
Ampliação do Diâmetro Apical de Canais Radiculares
- O diâmetro da ampliação apical corresponde ao diâmetro em D0 do último instrumento usado no CT.
- A forma final da seção reta transversal do segmento apical do canal radicular, após isntrumentação do CT,
deve ser circular.
- A determinação da ampliação do diâmetro do segmento apical no CT é tão importante quanto a determina-
ção do comprimento de trabalho.
- A ampliação maior de um canal resulta em uma limpeza e modelagem melhor do que uma ampliação me-
nor.
- Quanto maior o diâmetro do preparo apical, maior é a redução do número de bactérias do sistema de um
canal radicular.
- Quanto ao emprego de diâmetros maiores de instrumentos endodônticos, para a instrumentação de canais
raiduclares com segmentos apicais retos ou curvos, eles:
Permitem um volume maior de solução química auxiliar dentro do canal durante o preparo químico
mecânico. Para soluções químicas de uma mesma concentração, quanto maior o volume, maior será
sua atividade solvente de tecido e antimicrobiana.
Favorecem o mecanismo de irrigação-aspiração. O maior diâmetro da instrumentação apical permite
um maior avanço da agulha irrigadora em sentido apical.
Permitem o uso de um maior volume de medicação intracanal. Quanto maior o volume, maior será o
tempo de atividade antimicrobiana do medicamento no interior de um canal radicular.
Favorecem a limpeza e a modelagem de um canal radicular. Quanto maior o diâmetro da instrumen-
tação apical, maior a redução de tecidos e de microrganismos do interior de um canal radicular.
Facilitam a seleção do cone de guta-percha principal e a obturação de um canal radicular. Como, na
maioria das vezes, a seção reta transversal da instrumentação apical é circular, ela favorece a sele-
ção do cone principal de guta-percha e consequentemente permite um selamento da cavidade endo-
dôntica satisfatória em virtude da compactação maior do material obturador no interior da cavidade
pulpar, independemente da técnica de obturação empregada.
Manobras
Patência do Canal Cementário
- Objetivo de manutenção do canal cementário desobstruído durante a instrumentação do canal radicular.
- É obtida com instrumento de pequeno diâmetro durante toda a pré-instrumentação e mantida ao longo de
toda a instrumentação do canal radicular.
- Mantém patente o canal e favorece a remoção de detritos pelo canal helicoidal do instrumento.
- Nos dentes despolpados, microrganismos e tecido pulpar presentes na porção mais apical do canal radicu-
lar devem ser reduzidos por meio da ação dos instrumentos endodônticos, da ação química da solução quí-
mica auxiliar e pela ação da irrigação/aspiração.
- Nos dentes vitais, apesar de os microrganismos não assumirem papel de destaque como nos dentes ne-
crosados, a manutenção do coto pulpar, durante o tratamento endodôntico, constitui tarefa inexequível me-
canicamente. Com a realização da patência do canal cementário, além de evitar a compactação de raspas
de dentina na porção apical do canal, irá favorecer a reparação tecidual pós-tratamento por meio do tecido
do ligamento periodontal, que tem melhor estrutura histológica para este fim.
Desgaste Anticurvatura
- É realizada no segmento cervical de um canal radicular e consiste no preparo direcionado às zonas volu-
mosas da raiz, ou zonas de segurança, e distante das delgadas, ou zonas de risco, onde pode correr adelga-
çamento da parede dentinária, ou perfurações radiculares laterais (rasgos).
- Recomendado para o preparo de canais curvos e atresiados.
- Atuaem sentido oposto às áreas mais finas, tendendo a transportar o canal para as áreas mais volumo-
sas.
Irrigação-aspiração
- A limpeza dos canais é realizada de forma mecânica (instrumentos), física (irrigação e aspiração), e quími-
ca (substâncias químicas), de nada adianta a instrumentação sem a irrigação.
- A complexidade do SCR dificulta a limpeza mecânica pelos instrumentos endodônticos, sendo então es-
sencial o uso de substância química auxiliar para limpar e desinfetar áreas distantes do canal principal. Tam-
bém são usadas após a instrumentação para otimizar a desinfecção ou remover, das paredes do canal radi-
cular, a smear layer. Podem ser empregadas em forma de solução líquida, de creme ou de gel. Geralmente,
são utilizadas em forma de soluções líquidas.
Substâncias químicas:Substâncias químicas:Substâncias químicas:
- Compostos halogenados (Cloro, hipoclorito..)
- Quelantes (Edta) - Hemostáticos (controle de hemorragia - hidróxido de cálcio PA)
- Detergentes sintéticos (tergipol) - Peróxidos (clareamento endógeno - água oxigenada)
- Associações
- Propriedades e requisitos:- Propriedades e requisitos:- Propriedades e requisitos:
- Biocompatibilidade:- Biocompatibilidade:- Biocompatibilidade: A irrigação não pode ultrapassar o limite CD, quanto maior o poder bactericida,
maior a destruição Hipoclorito: não é biocompatível por não fazer seletividade de células, mata o que
encosta Clorexidina: é biocompatível, opção mais segura por ser seletiva
- Lubrificação: - Lubrificação: - Lubrificação: Reduz o atrito diminuindo o desgaste e preservando o corte do instrumento
- Suspensão de detritos: Evita acúmulos no coto pulpar - ‘entupimento’ Mantém a cavidade preenchi-
da com a solução Evita extrusão
- Atividade antimicrobiana: - Atividade antimicrobiana: - Atividade antimicrobiana: O hipoclorito a 5,25% apresenta maior atividade microbiana em relação a
clorexidina a 2% Em endo, a eliminação das bactérias Gram + é muito fácil, porém há as Gram -, que
são mais agressivas, virulentas e que desenvolvem lesões como abcessos, doença periodontal, reab-
sorção ossea… necessitando de um forte agente antimicrobiano. Essas Gram - possuem em seu re-
dor uma parede de proteção - LPS -, que liberam toxinas no local e formam essas lesões. O hipoclori-
to encosta nessa bactéria e a destrói, enquanto a clorexidina reconhece essa LPS, devido a sua capa-
cidade de ser seletiva, se ligando diretamente nas Gram-
- Dissolução tecidual: - Dissolução tecidual: - Dissolução tecidual: É a maior vantagem do hipoclorito Hipoclorito: excelente solvente = maior con-
centração = maior dissolução Clorexidina: não tem ação de dissolução
- Remoção de smear layer: - Remoção de smear layer: - Remoção de smear layer: A clorexidina e o hipoclorito não removem os smear layer, o que é neces-
sário, por isso necessitamos de uma atividade quelante - EDTA
Capacidade quelante: remoção de íons cálcio livres
EDTA: em canais atrésicos ou calcificados apresenta efeito descalcificador - alargamento do canal
- Baixa tensão superficial: - Baixa tensão superficial: - Baixa tensão superficial: Substância com baixa tensão superficial = alta capacidade de penetração
e molhamento
Diz respeito a capacidade de penetração e distribuição do líquido no SCR Clorexidina em gel: alta ten-
são superficial - usaremos clorexidina no lugar de hipoclorito só em caso de relato de hipersensibili-
dade vindo do paciente
- Substâncias químicas:- Substâncias químicas:- Substâncias químicas:
- Água de Cal: Uso em situações hemorrágicas - somente em caso de paciente sensível a hipoclorito,
visto que a clorexidina não controla sangramento Somente em biopulpectomias Hidróxido de Cálcio
PA + Soro = cauterização por contato
- Hipoclorito de sódio: Concentrações
0,5% = líquido de Dakin
1,0% = Solução de Milton
2,5% = Licor de Labarraque
acima de 4% = soda clorada
Quanto maior a concentração, maior a toxicidade, instabilidade e dissolução
Em biopulpectomias usaremos 0,5% a 1%, necessitando de uma concentração maior apenas na câmara pa-
ra dissolução da polpa, assim não haverá coagulação do sangue, evitando escurecimento do dente, o terço
médio e o terço apical necessitam das menores concentrações possíveis, por não possuir atividade bacteria-
na, sendo preciso apenas a dissolução tecidual. Enquanto em necro usaremos o hipoclorito 2,5%, devido a
grande presença de bactérias e necessidade de dissolução.
- Principais propriedades: - Principais propriedades: - Principais propriedades: ação antimicrobiana e dissolução tecidual - ao entrar em contato com a água
presente em nosso corpo, há formação de 2 substâncias presentes no hipoclorito, são elas que garantem es-
sas propriedades - as demais: atividade antimicrobiana, solvente de matéria orgânica, desodorizante, clarea-
dora, lubrificante, baixa tensão superficial e detergente (por promover a saponificação de lipídios).
- Atividade antimicrobiana: - Atividade antimicrobiana: - Atividade antimicrobiana: Em endo, a eliminação das bactérias Gram+ é muito fácil, porém há as Gram-,
que são mais agressivas, virulentas e que desenvolvem lesões como abcessos, doença periodontal, reabsor-
ção ossea… necessitando de um forte agente antimicrobiano. Essas Gram?possuem em seu redor uma pare-
de de proteção - LPS -, que liberam toxinas no local e formam essas lesões. O hipoclorito encosta nessa
bactéria e a destrói, enquanto a clorexidina reconhece essa LPS, devido a sua capacidade de ser seletiva, se
ligando diretamente nas Gram-.
Novas Limas M - Easy
Preparo cônico continuo da câmara pulpar até o forame apical
O canal durante a sua preparação deve ser mantido
na sua forma e posição original.
O forame apical deve permanecer em sua posição original e mantendo o menor diâmetro possível sem
comprometer a sua limpeza
Definição
As Limas M foram desenvolvidas para atender clínicos gerais e estudantes de odontologia que não possuem
motores rotatórios.
Fabricadas com liga de NiTi, de alto padrão de usinagem, possuem Tratamento Térmico CM (Controlled
Memory)
que possibilita preparos radiculares extremamente centrados, evitando desgastes desnecessários e
indesejáveis de dentina. 
Características Gerais
- Lima manual em NiTi;
- Secção transversal hélices quádruplas;
- Comprimento: 21 e 25mm;
- Tratamento térmico CM (Controle Memory)
- Permite ser rotacionada;
- Cabo anatômico;
- Ponta inativa.
- Sem ângulo de transição.
- Alta resistência à torção.
Conhecendo o instrumento
Cinemática
- Cateterismo
- Remoção (avanço e recuo)
- Limagem (limpeza das paredes)
* 360º a direita, pode ser realizado movimento rotatório
Sistema M
Protocolo clínico
Cirurgia de acesso e pre-alargamento
Abertura suficiente para visualização das entradas dos canais
Remoção de projeções dentinárias que podem interferir no acesso do instrumento ao interior do canal
Irrigação
Devemos trabalhar sempre com a câmara pulpar e os canais radiculares completamente inundados com
solução irrigadora
Copiosa irrigação entre cada troca de instrumento (volume de irrigação)
Patência apical
Essa manobra consiste em se passar com um instrumento o forame apical mantendo o desobstruído
durante a instrumentação do canal radicular. (ex: K 0.8; K 0.10)
Princípios biológico e mecânicos ( ação mecânica dos instrumentos, ação química da substãnica química
auxiliar e pala ação física da irrigação e aspiração)
Glidepath
É a criação de um caminho contínuo desde a EMBOCADURA ou ENTRADA do canal do canal ate o forame
apical. ( limas 06,08 e 0,10)
Pode ser realizado manual ou mecanicamente (economia de tempo)
Preparo do SCR
Técnica coroa-ápice
-Ponta do instrumento deve trabalhar livre durante toda a modelagem.
Preparo do terço cervical
Eliminar projeções de dentinárias nas entradas dos canais
Orifice shapper
Movimento de “penetração” com leve pincelamento
Preparo do terço médio
Eliminar ou diminuir o grau de primeira curva – permite uma linha direta com os nossos instrumentos-
diminuindo o risco de fratura por fadiga cíclica( tensão e compressão)
Preparo do terço apical

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