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ACESSIBILIDADE, METODOLOGIAS ATIVAS E ASSISTIVAS

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Prévia do material em texto

Acessibilidade, Metodologias 
Ativas e Assistivas
Professora Aline Pedro Feza
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Oliveira Vaz
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Núcleo de Educação a Distância;
FEZA, Aline Pedro.
Acessibilidade, Metodologias Ativas e Assistivas.
Aline. Pedro Feza.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 93 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTORA
Professora Aline Pedro Feza
●	 Mestranda em Ciências da Educação pela FICS (Facultad Interamericana de 
Ciencias Sociales em São Paulo).
●	 Licenciatura em Pedagogia pela UEM (Universidade Estadual de Maringá).
●	 Especialização em Educação Especial (Instituto Paranaense de Educação).
●	 Especialização	em	Psicopedagogia	(Faculdade	Eficaz).
●	 Conselheira Científica da Associação Brasileira de Psicopedagogia ABPp Nú-
cleo Paraná Norte (Triênio 2020-2023).
●	 Professora Conteudista do UniFCV.
●	 Professora Conteudista da DTCOM Consultoria.
●	 Professora	Conteudista	e	de	Pós-Graduação	da	Faculdade	Eficaz.
●	 Professora de Pós-Graduação do UniFCV.
●	 Professora Bilingue (português/libras).
Atuações nas área de Educação, Educação Especial e Psicopedagogia, com ênfase 
em Métodos e Técnicas de Ensino e Atendimentos Especializados, trabalhando principal-
mente nos seguintes temas: língua brasileira de sinais, salas de recursos multifuncional, 
aquisição da linguagem, inclusão, ensino-aprendizagem de pessoas com necessidades 
educacionais especiais, neurociência, psicopedagogia, psicomotricidade, desenvolvimento 
humano.
Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/1028803403946189
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), iniciamos hoje mais um estudo com a disciplina de acessibili-
dade,	metodologias	ativas	e	assistivas.	Esse	apresenta	extrema	importância	para	profissio-
nais da área de humanas, bem como um tema atual na sociedade, por conta do momento 
histórico	e	cultural	vigente	devido	à	inserção	da	pessoa	com	deficiência.	
A Unidade I consiste em uma abordagem sobre a acessibilidade. Discutiremos o 
conceito de acessibilidade, sobre o que ela se trata, qual é a sua base legal e quais são 
suas dimensões de atuação. Remetemos você, aluno(a), a uma contextualização histórica 
que ajudará a entender que a acessibilidade, quando criada, destinava-se ao atendimento 
de um único público, contudo sua abrangência demonstrou que todos nós precisamos de 
acessibilidade.
Na Unidade II abordaremos o tema da tecnologia assistiva e inclusão. Nesse 
momento retomaremos a contextualização sobre a inclusão, pois após esse processo de 
busca por uma sociedade para todos, que ocorreu paralelamente à globalização e avanços 
da tecnologia, associou-se um ao outro, propiciando, assim, recursos que contribuem para 
desenvolvimento	humano	da	pessoa	com	deficiência.	
Na Unidade III continuaremos a explorar sobre a tecnologia assistiva neste mo-
mento, a valorização e desenvolvimento da vida e do meio ambiente. Quais os recursos 
tecnológicos que facilitariam o desenvolvimento e a experimentação do sujeito em todos os 
espaços, são indagações que esclarecemos nessa unidade.
Por	fim,	na	Unidade	IV,	discutiremos	modelos	e	a	apresentação	da	classificação	de	
funcionalidade, incapacidade e saúde e o desempenho universal nas perspectivas médicas 
e sociais. 
Assim, encerramos o estudo dessa disciplina na expectativa de ter acrescido em 
seu conhecimento, neste tema atual, contudo, atemporal, pois sempre teremos alguém que 
necessita ser incluído na sociedade.
Nesta perspectiva, desejo um bom aprendizado!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 6
Dimensões de Acessibilidade
UNIDADE II ................................................................................................... 25
Tecnologia Assistiva e Inclusão
UNIDADE III .................................................................................................. 47
Tecnologia Assistiva Aplicada
UNIDADE IV .................................................................................................. 68
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e 
Saúde e o Desenho Universal
6
Plano de Estudo:
●	 Introdução aos conceitos;
●	 Contextualizando acessibilidade;
●	 Legislação de acessibilidade;
●	 Compreendendo as dimensões de acessibilidade.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar conceitos como acessibilidade e metodologias ativas e 
assistivas.
•	Compreender	os	tipos	de	acessibilidade	destinadas	às	pessoas	com	deficiência.
• Estabelecer a importância da conscientização social sobre a necessidade de propor 
acessibilidade em todos os âmbitos.
UNIDADE I
Dimensões de Acessibilidade
Professora Aline Pedro Feza
7UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
INTRODUÇÃO
Olá aluno(a), bem-vindo(a) à nossa primeira unidade. Aqui proponho a você um 
aprofundamento dos conhecimentos e conceitos sobre o termo acessibilidade. Essa pala-
vra certamente já foi lida e pronunciada por você, aluno(a). Corriqueiramente acessibilidade 
é confundida como facilidade e, de imediato, já é utilizada para caracterizar a pessoa com 
deficiência.
Pois bem, se você pensava assim, sinto lhe informar que é totalmente o contrário. 
O termo acessibilidade surgiu na sociedade com o advento da inclusão da pessoa com 
necessidades especiais, contudo, não se destina somente a esse público. 
A população pode usufruir da acessibilidade – pessoas com mobilidade reduzida 
temporariamente, idosos e crianças que necessitam de acessibilidade. O conceito não 
significa	somente	uma	facilitação,	mas	sim	tornar	aquele	espaço,	percurso,	evento	e	comu-
nicação acessível e destinada a todos os públicos, independentemente de estarem ou não 
usufruindo do benefício no momento. 
É importante, aluno(a), ressaltar dois pontos: a acessibilidade não é para ser propi-
ciada somente quando há uma pessoa com necessidade de tê-la, ela deve ser uma prática 
contínua	e	permanente	em	todos	os	âmbitos	sociais.	Por	fim,	é	importante	ressaltar	que	
a acessibilidade é um recurso conquistado após muitas lutas, sofrimento e segregação, 
principalmente	da	pessoa	com	deficiência.	
Agora, convido você a aprofundar seus conteúdos e conceitos sobre o assunto. 
Bons estudos.
8UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
1 INTRODUÇÃO E CONCEITOS
Ao	conceituar	acessibilidade	precisamos	pensar	na	pessoa	com	deficiência,	pois	é	
o público que comumente enfrenta limitações em sua vida diária. Essas limitações estão re-
lacionadas a problemas de falta de acessibilidade, ou seja, falta de condições que permitam 
o	exercício	da	autonomia,	atuação	e	participação	social	da	pessoa	com	deficiência.	A	falta	
de acessibilidade nos diversos âmbitos pode prejudicar e atrapalhar o desenvolvimento 
ocupacional, cognitivo e psicológico, gerando a exclusão social desse sujeito.
Foi por volta de 1940 que o termo acessibilidade surgiu no Brasil, com o intuito de 
abordar	o	acesso	da	pessoa	com	deficiência	em	todos	os	espaços.	Essa	discussão	cresceu	
paralelamente	com	o	surgimento	de	serviços	profissionais	especializadosem	reabilitar	e	
atender terapeuticamente esse público. Inicialmente a acessibilidade destinava-se somente 
às questões de “mobilidade e eliminação das barreiras arquitetônicas e urbanísticas, numa 
clara alusão às condições de acesso a edifícios e meios de transporte” (ARAÚJO, 2009, p. 
79). 
Contudo, muito além de quebrar barreiras físicas, a acessibilidade proporciona a 
capacidade	de	a	pessoa	com	deficiência	ser	cidadã	ativa	e	atuar	na	sociedade	em	geral.	
Assim, cada pessoa passa a ter equiparidade, ou seja, passa a ter as mesmas condições e 
oportunidades que todos, conforme apresenta Araújo (2009).
O direito à acessibilidade fundamenta-se nos direitos humanos e de cidadania, 
sendo regulamentado, no Brasil, pela Norma Brasileira 9.050 da Associação Brasileira de 
9UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
Normas	Técnicas	(ABNT,	2004).	A	Associação	define-se	como	um	direito	universal,	defi-
nido o modo constitucional de igualdade, representando uma concretização dos objetivos 
determinados por Constituições, Declarações e Conferências de vários estados, desde a 
Constituição de 1988. 
Conforme Canotilho (2000, p. 45), “a igualdade não deve ser compreendida em um 
sentido de igualdade formal, mas como uma isonomia de oportunidades sociais, acesso a 
trabalho, educação e lazer”. Esse conceito de igualdade veio com os avanços da política 
da	inclusão	social,	bem	como	movimentos	em	prol	da	inserção	e	aceitação	dos	deficientes.	
Pensar sobre aquele que apresenta limitações não consiste em uma prática social antiga. 
Carvalho	(2005),	destaca	que	até	a	década	de	90	as	pessoas	com	deficiência	eram	
consideradas incapazes de atuar socialmente e sofriam com a segregação. Essa mudança 
implica	 justamente	a	 inclusão	escolar,	que,	a	partir	daí,	começou	a	se	alavancar,	afinal,	
educação	 inclusiva	é	 isso,	mudanças	significativas	na	estrutura	e	no	 funcionamento	das	
escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola.
 Para alcançar esse propósito da inclusão escolar, desde a educação infantil à 
educação superior, a partir de 2003 foram implantadas estratégias para transformar “os 
sistemas educacionais em sistemas educacionais inclusivos” (CARVALHO, 2005, p. 56). 
Essas estratégias, como, por exemplo, políticas públicas e programas, são desenvolvidas 
para atender as necessidades de aprendizagem de todas as crianças, disponibilizando 
recursos à educação, de forma que a inclusão possa, de fato, acontecer.
10UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ACESSIBILIDADE
A criança com necessidades especiais, como qualquer outra criança, tem o direito 
de cursar uma escola e ter expectativas em relação ao seu futuro. Mantoan (2003) destaca 
que, infelizmente, ainda existe um preconceito exagerado por parte da sociedade, e o mais 
grave: por parte daqueles que deveriam lutar e dar exemplos dentro de uma sociedade, 
que são os educadores. Isto ocorre em todo o segmento educacional brasileiro. Mas ainda 
existem	pessoas	e	profissionais	que	trabalham	para	minimizar	essa	vergonha	que	é	o	pre-
conceito por parte dos educadores.
Para Mantoan (2003), a inclusão faz parte de um grande movimento pela melhoria 
do ensino, e o primeiro passo para que isso, de fato, aconteça é olhando a educação com 
outros	olhos.	É	preciso	entender	que	a	inclusão	não	é	apenas	para	crianças	deficientes,	
mas para todos os excluídos ou discriminados, para as minorias.
Quando se pensa em que tipo de benefícios a inclusão pode gerar, surge sempre 
aquele	pensamento	de	que	as	pessoas	com	deficiência	têm	mais	chances	de	se	desen-
volver, mas, na verdade, todos ganham com a inclusão, pois aprendemos todos os dias a 
exercitar a tolerância e o respeito ao próximo, seja ele quem for.
Carvalho (2005) destaca que existem muitos motivos para que uma criança com 
Necessidades Especiais tenha uma oportunidade de frequentar uma escola de ensino 
regular. Além disso, a inclusão traz benefícios tanto acadêmicos quanto sociais. A inclusão 
11UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
bem-sucedida não acontece automaticamente, a atitude da escola como um todo é um fator 
significativo	nesse	processo.
Uma das maiores barreiras para inclusão ainda é o preconceito, “geralmente o 
preconceito é gerado por falta de informação, e até mesmo por insegurança por parte das 
pessoas, o ser humano tende a temer aquilo que não conhece” (MANTOAN, 2003, p. 56). 
É	por	esse	motivo	que	a	inclusão	de	crianças	com	deficiência	nas	escolas	de	ensino	regular	
é tão importante, pois essas pessoas serão introduzidas da maneira mais natural possível 
na vida das crianças tidas como “normais”, assim criará um pensamento mais consciente. 
Embora a ideia de ter uma sociedade mais consciente e com direitos iguais para 
todos pareça uma utopia, estamos caminhando devagar, mas, aos poucos, se pode ir 
alcançando os objetivos. Carvalho (2005) fala que estamos passando por um processo 
de conscientização e isso leva tempo. Mudar a ordem natural das coisas exige compro-
metimento	e	esse	comprometimento	deve	ser	de	toda	a	sociedade,	a	fim	de	que	todos	se	
beneficiem	por	igual.
Nesse sentido, ressalto que é necessário repensar o espaço escolar. É necessário 
haver conscientização de que para uma educação inclusiva não é o aluno que tenta se 
adaptar à escola, mas a escola que tem essa função de se moldar para receber e manter os 
alunos	na	escola,	atendendo	as	necessidades	de	cada	um,	quer	tenha	deficiência	ou	não.	
Quando as escolas respondem às diferenças individuais dos seus alunos, se ade-
quando	e	proporcionando	atendimento	especializado	através	de	profissionais	capacitados,	
pode-se	afirmar	que	a	 inclusão	já	está	acontecendo.	A	fim	de	compreender	melhor	esse	
conceito de acessibilidade, propomos o mapa conceitual a seguir:
12UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
Figura 1 - Mapa conceitual sobre acessibilidade
Fonte: a autora.
Conforme a Constituição Brasileira, publicada em 1988, garante-se direitos sociais 
à	educação,	moradia	e	cultura	a	todas	as	pessoas,	inclusive	àquelas	com	deficiência.	Foi	
somente em 24 de julho de 1991 que ocorreu a implantação da Lei de Cotas, que prevê co-
tas	para	pessoas	com	deficiência	no	mercado	de	trabalho.	Esta	lei	destina	que	as	empresas	
e comércios, que possuam entre 100 e 200 funcionários, reservem 2% de vagas a pessoas 
com	deficiência	física,	visual,	auditiva,	intelectual	ou	neuromotora.	
Somente em 19 de dezembro de 2000 tivemos a implantação de uma lei totalmente 
voltada à acessibilidade: a Lei 10.098, que estabelece “normas gerais e critérios básicos para 
a	promoção	das	pessoas	portadoras	de	deficiência	ou	com	mobilidade	reduzida”	(BRASIL,	
2000, s.p.). Passados quatro anos, temos um complemento que consiste no Decreto 5.296, 
que reforça o conceito de acessibilidade, dando maior legitimidade à Lei 10.098 de 2000. 
Conforme o Decreto 5.296 de 2004 reforça, a acessibilidade prevê a legislação 
brasileira como um recurso que promove condição para utilização, com segurança e auto-
nomia, de maneira total ou assistida, dos “espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, 
das	edificações,	dos	serviços	de	transporte	e	dos	dispositivos,	sistemas	e	meios	de	comu-
13UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
nicação	e	informação,	por	pessoa	com	deficiência	ou	com	mobilidade	reduzida”	(BRASIL,	
2004, s.p.).
Dessa	 forma,	 podemos	 definir	 acessibilidade	 sobre	 dez	 dimensões:	 atitudinal,	
arquitetônica, comunicacional, instrumental, metodológica, programática, instrumental, 
comunicacional, de transporte e digitais. Trataremos mais a fundo sobre essas dimensões 
no tópico quatro desta unidade.
Assim, terminamos o estudo do nosso tópico temático sobre os conceitos de aces-
sibilidade. Nosso próximo tópico destina-se a explicar e descrever os aspectos legais desse 
conceito.
14UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
3 LEGISLAÇÃO DA ACESSIBILIDADE
Conforme apontado no tópico anterior, falar sobre a acessibilidadeé historicamente 
recente e não é possível se não falarmos sobre inclusão, pois um conceito surgiu atrelado 
ao outro. A inclusão, da qual tanto falamos e de que tanto ouvimos falar, nada mais é do que 
o anseio pela democracia, que hoje não é nada inclusiva. 
O	 verdadeiro	 conceito	 de	 inclusão	 é	 dificilmente	 é	 utilizado.	 O	 que	 geralmente	
ocorre é que a maioria acredita ser um tipo de prêmio, como, por exemplo, as cotas nas 
universidades, assim, os excluídos acabam por se conformar e achar que estão incluídos.
Para Mantoan (2003), as pessoas com necessidades especiais recebem apoio as-
sistencialista de todas as formas, porém continuam na situação de excluídos na sociedade, 
sem o direito sequer de saber expressar suas próprias opiniões acerca de sua situação. 
Quando, no entanto, se fala em necessidades especiais, as referências não são apenas às 
necessidades físicas ou mentais que um indivíduo pode vir a apresentar. 
É interessante, porém, que se tenha em mente que a necessidade especial, seja 
ela por uma causa genética ou adquirida, deve ser sempre trabalhada de maneira que não 
se torne um empecilho na vida do sujeito. Esse seria, portanto, o verdadeiro objetivo do tão 
discutido conceito de “inclusão social”, descrito por Mantoan (2003). A inclusão é percebida 
como um processo de ampliação da circulação social que produz uma aproximação de 
seus diversos protagonistas, convocando-os à construção cotidiana de uma sociedade que 
15UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
ofereça oportunidade variada a todos os seus cidadãos, possibilidades criativas a todas as 
suas diferenças. 
Como	 se	 sabe,	 o	 primeiro	 dos	 filósofos	 a	 distinguir	 entre	 diferença	 e	 alteridade	
foi Aristóteles: a diferença das coisas supõe sempre uma determinação sobre aquilo em 
que	diferem.	Alteridade,	ao	contrário,	não	significa	determinação	nenhuma:	há	outro	ser	e	
não uma diferença entre dois seres (lembrando que, para Platão, a alteridade é o gênero 
supremo). 
Durante	 a	 década	 de	 80	 esses	 problemas	 dificultam	 os	 avanços	 da	 educação	
básica em muitos países menos desenvolvidos. Em outros, o crescimento econômico per-
mitiu	financiar	a	expansão	da	educação,	mas,	mesmo	assim,	milhões	de	seres	humanos	
continuavam na pobreza, privados de escolaridade ou analfabetos. E em alguns países 
industrializados cortes nos gastos públicos, ao longo dos anos 80, contribuíram para a 
deterioração da educação. Não obstante, o mundo estava às vésperas de um novo século, 
carregado de esperanças e de possibilidades. 
A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394, de 20 de 
dezembro	de	1996,	vigente,	a	Educação	Especial	 foi	definida	como	uma	modalidade	de	
educação escolar que permeia todas as etapas e níveis de ensino, permitindo desvincu-
lar “educação especial” de “escola especial”, tornando também a educação especial um 
conjunto de recursos educacionais e de estratégias de apoio que estejam à disposição de 
todos os alunos, oferecendo diferentes alternativas de atendimento.
A inclusão ganhou reforços com a Lei de Diretrizes de Bases da educação Nacional 
(LDB), de 1996, e com a Convenção da Guatemala, de 2001. Sendo assim, manter crianças 
com	algum	tipo	de	deficiência	fora	do	ensino	regular	é	considerado	exclusão	e	crime.	O	
principal motivo das crianças irem para escola é que vão encontrar um espaço democrático, 
onde poderão compartilhar o conhecimento e a experiência com o diferente.
O Brasil fez opção pela construção de um sistema educacional inclusivo ao con-
cordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos e ao mostrar consonância com 
os postulados produzidos em Salamanca (Espanha). É preciso esclarecer que o principal 
documento sobre os princípios da Educação Inclusiva é a Declaração de Salamanca, de 
1994 – estabelece que a escola inclusiva seja aquela que contempla muitas outras neces-
sidades educacionais especiais
crianças	que	têm	dificuldades	temporárias	ou	permanentes,	que	repetem	o	
ano, sofrem exploração sexual, violação física ou emocional, são obrigadas 
a trabalhar, moram na rua ou longe da escola, vivem em extrema condição 
de	pobreza,	são	desnutridas,	vítimas	de	guerras	ou	conflitos	armados,	têm	
16UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
altas habilidades (superdotadas) e as que, por qualquer motivo, estão fora da 
escola (em atendimento hospitalar, por exemplo) (BRASIL, 1994, s.p.).
Sem esquecer-se daquelas que, mesmo na escola, são excluídas por cor, religião, 
peso, altura, aparência, modo de falar, vestir ou pensar. Tudo isso colabora para que o 
estudante tenha cerceado o direito de aprender e crescer.
	A	Declaração	de	Salamanca,	de	1994,	em	seus	pressupostos,	afirma	que
a tendência da política social durante as duas últimas décadas foi de fomen-
tar a integração e a participação e de lutar contra a exclusão. A integração 
e a participação fazem parte essencial da dignidade humana e do gozo e 
exercício dos direitos humanos (BRASIL, 1994, s.p.).
No	campo	da	educação,	essa	situação	se	reflete	no	desenvolvimento	de	estratégias	
que possibilitem uma autêntica igualdade de oportunidade. A experiência de muitos países 
demonstra que a integração de crianças e jovens com necessidades educativas especiais 
é	alcançada	de	forma	mais	eficaz	em	escolas	integradoras	para	todas	as	crianças	de	uma	
comunidade. 
É nesse ambiente que crianças com necessidades educativas especiais podem 
progredir no terreno educativo e no da integração social. As escolas integradoras constituem 
um meio favorável à construção da igualdade de oportunidade e da completa participação; 
mas, para ter êxito, requerem um esforço comum, não somente dos professores e do pes-
soal restante da escola, mas também dos colegas, pais, famílias e voluntários.
 Conforme Carvalho (2005, p. 45) “as necessidades educativas especiais incor-
poram	os	princípios	 já	 comprovados	de	uma	pedagogia	equilibrada	que	beneficia	 todas	
as crianças”. Assim, entende-se que ser diferente é normal e que, para tanto, precisamos 
“ajustar-se às necessidades de cada criança, ao invés de cada criança, se adaptar aos 
supostos princípios quanto ao ritmo e a natureza do processo educativo uma pedagogia 
centralizada na criança” (CARVALHO, 2005, p. 45).
Retomando os apontamentos do tópico anterior, temos várias leis e documentos 
internacionais	que	estabelecem	os	direitos	das	Pessoas	com	Deficiência	no	nosso	país,	a	
partir um caminho percorrido até alcançarmos tais leis destinadas diretamente à acessibili-
dade. Nesse referido percurso destacamos:
●	 1988 - CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - Prevê o pleno desenvolvimento dos 
cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação; garante o direito à escola para todos; coloca como prin-
cípio para a Educação o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa 
e da criação artística, segundo a capacidade de cada um” (BRASIL, 1988).
17UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
●	 1989	-	LEI	Nº	7.853/89	-	Define	como	crime	recusar,	suspender,	adiar,	cancelar	ou	
extinguir	a	matrícula	de	um	estudante	por	causa	de	sua	deficiência,	em	qualquer	
curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode 
variar de um a quatro anos de prisão, mais multa.
●	 1990 - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) - Garante o direito 
à igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, sendo o 
Ensino Fundamental obrigatório e gratuito (também aos que não tiveram acesso 
na idade própria); o respeito dos educadores; atendimento educacional especiali-
zado, preferencialmente na rede regular.
●	 1994 - DECLARAÇÃO DE SALAMANCA - O texto, que não tem efeito de lei, 
diz que também devem receber atendimento especializado crianças excluídas da 
escola	por	motivos	como	trabalho	infantil	e	abuso	sexual.	As	que	têm	deficiências	
graves devem ser atendidas no mesmo ambiente de ensino que todas as demais.
●1996 - LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDB) - A 
redação do parágrafo 2º do artigo 59 provocou confusão, dando a entender que, 
dependendo	da	deficiência,	a	criança	só	podia	ser	atendida	em	escola	especial.	
Na verdade, o texto diz que o atendimento especializado pode ocorrer em classes 
ou em escolas especiais quando não for possível oferecê-lo na escola comum.
●	 2000 - LEIS Nº 10.048 E Nº 10.098 - A primeira garante atendimento prioritário 
de	pessoas	com	deficiência	nos	locais	públicos.	A	segunda	estabelece	normas	
sobre	acessibilidade	física	e	define	como	barreira	obstáculos	nas	vias	e	no	interior	
dos	edifícios,	nos	meios	de	 transporte	e	 tudo	o	que	dificulte	a	expressão	ou	o	
recebimento de mensagens por intermédio dos meios de comunicação, sejam ou 
não de massa.
●	 2001	DECRETO	Nº	3.956	(CONVENÇÃO	DA	GUATEMALA)	-	Põe	fim	às	interpre-
tações confusas da LDB, deixando clara a impossibilidade de tratamento desigual 
com	base	na	deficiência.	O	acesso	ao	Ensino	Fundamental	é,	portanto,	um	direito	
humano e privar pessoas, em idade escolar, dele, mantendo-as unicamente em 
escolas ou classes especiais, fere a convenção a Constituição.
Mas somente no ano 2000 que se criou uma lei destinada diretamente para a 
acessibilidade. A Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que determina “normas gerais e 
critérios	básicos	para	a	promoção	da	acessibilidade	das	pessoas	portadoras	de	deficiência	
ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências” (BRASIL, 2000, s.p.). Essa lei é 
18UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
constituída por 27 artigos, divididos em 10 capítulos, estabelecendo critérios aos governos 
para o desenvolvimento da acessibilidade nas instâncias sociais, educacionais e políticas 
conforme o artigo primeiro 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção 
da	acessibilidade	das	pessoas	portadoras	de	deficiência	ou	com	mobilidade	
reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e 
espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios 
e nos meios de transporte e de comunicação. (BRASIL, 2000, s.p.).
A legislação visa estabelecer e proporcionar autonomia para o desenvolvimento do 
sujeito, para tanto, estabelece obrigatoriedades em diversas áreas de atuação. No artigo 
segundo a lei prevê 
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com 
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, 
edificações,	transportes,	informação	e	comunicação,	inclusive	seus	sistemas	
e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, 
de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na 
rural,	 por	 pessoa	 com	 deficiência	 ou	 com	mobilidade	 reduzida;	 (Redação 
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que 
limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição 
e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e 
de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à 
circulação	 com	 segurança,	 entre	 outros,	 classificadas	 em:	 (Redação dada 
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e 
privados abertos ao público ou de uso coletivo; (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) (Vigência)
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados; 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transpor-
tes; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, 
atitude	 ou	 comportamento	 que	 dificulte	 ou	 impossibilite	 a	 expressão	 ou	 o	
recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de 
comunicação e de tecnologia da informação (BRASIL, 2000, s.p.).
Desta forma, a Lei 10.098 apresenta novas atitudes que, combinadas com a expe-
riência acumulada de reformas, inovações, pesquisas, inclusive de leis que já antecederam, 
podem apresentar um notável progresso da promoção de acessibilidade registrado no país. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
19UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
 4 COMPREENDENDO AS DIMENSÕES DA ACESSIBILIDADE
Ao	definir	acessibilidade	foi	possível	entender	que	se	trata	de	um	amplo	conceito	
de atuação, contudo, independente do espaço que necessita de acessibilidade, todas ação 
visa propor uma autonomia e um desenvolvimento integral da pessoa. Dessa maneira, 
podemos subdividir acessibilidade em dez grupos ou categorias. 
Conforme	Sassaki	(2002),	a	acessibilidade	por	estar	classificada	em	seis	dimensões	
diferentes. A acessibilidade atitudinal destina-se às relações humanas e à toda forma de 
ver e agir com o outro sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações, ou seja, 
define-se	a	toda	e	qualquer	acessibilidade	relacionada	a	atitudes	sociais	que	impulsionam	
a remoção de barreiras. 
A acessibilidade arquitetônica é talvez a mais conhecida e pensada pela comunida-
de em geral, consiste na eliminação das barreiras ambientais físicas nos espaços públicos e 
particulares	de	locomoção	e	atuação	da	pessoa	com	deficiência	e/ou	mobilidade	reduzida.	
A acessibilidade metodológica pode ser encontrada também na literatura como 
acessibilidade	pedagógica,	define-se	pela	ausência	de	barreiras	nas	metodologias	e	práti-
cas de estudo, está diretamente ligada à prática docente em geral. Essa denominação de 
acessibilidade é responsável pelas adaptações curriculares e metodológicas em todas as 
modalidades de ensino. 
A acessibilidade programática constitui na eliminação de barreiras das políticas 
públicas, ou seja, nas alterações e reformulações das leis, decretos, portarias, normas, 
20UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
regulamentos, entre outras leis, de modo que abrangem a todos os públicos. Por sua 
vez, a acessibilidade instrumental destina-se à superação das barreiras nos instrumentos, 
utensílios e ferramentas relacionadas às práticas sociais e escolares em prol do bom rela-
cionamento e desenvolvimento do sujeito. 
A acessibilidade de transportes destina-se a eliminar barreiras em qualquer meio 
de transporte particular ou públicos, isso obriga montadoras automobilísticas a pensar em 
modelos	adaptáveis	e	acessíveis	a	pessoas	com	deficiência,	bem	como	a	criação	de	meios	
de transportes públicos para esse mesmo público. 
A acessibilidade de comunicação ou acessibilidade comunicativa destina-se, em 
suma, a atender duas categorias de pessoas: os surdos e os cegos. Ela destina-se à elimi-
nação de barreiras comunicativas verbais ou de escrita, por meio dessa acessibilidade pro-
move-se a tradução de língua de sinais de maneira simultânea ou gravada para programas 
televisivos ou de palco (como teatros, musicais, entre outros) e a tradução para o sistema 
braillede revistas, jornais, literaturas e materiais impressos em geral, bem como a tradução 
de	placas	de	identificação	pública	e	a	audiodescrição	em	programas	televisivos	e	de	palcos	
(como teatros, musicais, entre outros)
É a acessibilidade que elimina barreiras na comunicação interpessoal (face a face, 
língua de sinais), escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila etc., incluindo textos em braille, 
uso do computador portátil) e virtual (acessibilidade digital), segundo Sassaki (2002).
	Por	fim,	temos	a	acessibilidade	digital,	que	disponibiliza	acesso	físico,	de	equipa-
mentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos 
alternativos. A inclusão será, por sua própria característica, uma tarefa complexa, mas não 
ameaçadora a essa clientela, podendo usufruir do direito de integração no sistema regular 
de ensino.
Mantoan (2003) diz que a educação especial faz parte de “um todo” que é a edu-
cação, e ter o seu valor reconhecido é de fundamental importância para que os indivíduos 
tenham seu crescimento e desempenho educacional satisfatório. Dessa forma, a acessi-
bilidade proporciona para que as pessoas se desenvolvam de maneira integral nas suas 
habilidades	e	suas	dificuldades.	Como	afirma	Sassaki	(2002),	é	muito	importante	que	se	
disponham de tudo o que for necessário para o desenvolvimento cognitivo, social e psico-
lógico	de	cada	pessoa	com	deficiência.
21UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
SAIBA MAIS
Muita tecnologia, pouca infraestrutura! Sobre o transporte público, a lei de inclusão é 
clara	em	seu	artigo	46,	capítulo	X,	que	define	que	é	direito	da	pessoa	com	deficiência	a	
mobilidade em transportes públicos de forma igualitária. Em busca da efetivação desta 
lei, as empresas de transportes, da grande maioria das capitais e grandes metrópoles, 
incluíram em sua frota ônibus com plataforma para cadeirantes, assentos prioritários, 
guias, intérpretes, portões diferenciados, rampas de acesso nas estações de metrô e 
trens. 
Muito bem, mas isso se faz necessário para promover acessibilidade na mobilidade? 
Eu já lhe adianto que não. Atualmente a acessibilidade no transporte público esbarra na 
falta de infraestrutura nas cidades, boas calçadas, sinalização adequada nas ruas, entre 
outros fatores. Desta maneira, ter tecnologia acessibilizando o transporte não se torna 
suficiente	se	não	temos	acessibilidade	nas	ruas,	calçadas.	Ter	mobilidade	no	transporte,	
mas não ter mobilidade na estrutura da cidade, não é acessibilidade. 
Fonte: a autora.
REFLITA 
“Somos diferentes, mas não queremos ser transformados em desiguais. As nossas vi-
das só precisam ser acrescidas de recursos especiais.”
Fonte: Peça de teatro: Vozes da Consciência, BH.
O fato de uma pessoa não enquadrar-se no padrão de normalidade apresentado 
pela	sociedade	significa	que	ela	não	tem	habilidades?
22UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim	findamos	nossos	estudos	sobre	o	tema	da	acessibilidade,	com	o	intuito	de	
ter	levado	você,	aluno(a),	a	refletir	e	a	entender	melhor	o	conceito	apresentado.	Buscamos	
proporcionar o entendimento de que a acessibilidade não é um mero conceito de facilitador 
de espaços, mas sim uma forma de equiparar as possibilidades a todos. Conforme Man-
toan (2013, p. 7) a “inclusão é sair das escolas dos diferentes e promover a escola das 
diferenças”. Nessa perspectiva que os estudos sobre a acessibilidade e iniciativas legais e 
privadas vêm avançando. 
A	ligação	do	conceito	de	acessibilidade	às	condições	das	pessoas	com	deficiência	
ou com mobilidade reduzida, propondo com segurança e autonomia, total ou assistida, o 
direito	ao	acesso	dos	espaços	públicos	ou	coletivos.	Contudo,	faz-se	necessário	refletirmos	
que	a	acessibilidade	surge	por	meio	da	preocupação	da	inclusão	de	pessoas	com	deficiên-
cia,	entretanto,	trata-se	de	uma	medida	que	beneficia	a	qualquer	pessoa;	somos	sujeitos	a	
apresentar necessidade temporárias ou permanentes.
Assim, concluímos que acessibilidade é a qualidade do que é acessível, atingível e 
de acesso a todos. Esse fato torna-se uma preocupação, que deve ser constante nas áreas 
de arquitetura e urbanismo. O direito à acessibilidade promove, por meio de órgãos públi-
cos ou privados, diversas mudanças nas condições de acesso aos espaços sociais. Mas 
as construções de rampas, a adaptação dos equipamentos, do mobiliário, do transporte 
coletivo e dos sistemas e meios de comunicação e informação não surtem resultados se a 
infraestrutura das cidades e a aceitação e respeito da população forem também debatidos, 
para	que	não	só	as	pessoas	com	deficiência,	mas	todos	com	dificuldades	temporárias	ou	
permanentes possam acessar serviços prestados à coletividade por espaços públicos e 
privados.
23UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
LEITURA COMPLEMENTAR
VLIBRAS NA TELINHA
As emissoras de TV têm prazo até 2020 para adotarem, na totalidade, os recursos 
de acessibilidade; cinemas e casas de espetáculo aumentam programação com tradução 
em língua de sinais, audiodescrição e presença de guias intérpretes.
Por enquanto, ainda é raro assistir a um programa de TV com aquela “janelinha” 
que	mostra	a	figura	simpática	do	intérprete	de	Libras.	Hoje,	nos	canais	abertos,	o	recurso	
só é obrigatório no horário político e em campanhas institucionais do governo e de utilidade 
pública. Nas emissoras com sinal digital, é exigida a exibição de - parcas - duas horas por 
semana com recurso de audiodescrição na programação.
Um	quadro	mais	inclusivo	deve	ser	vislumbrado	a	partir	de	2020,	quando,	finalmen-
te, as emissoras de TV serão obrigadas a adotar os recursos de acessibilidade total, ou 
seja: janela com intérprete de Libras, dublagem, audiodescrição e closed caption (sistema 
de	transmissão	de	legendas	via	sinal	de	televisão	que	permite	às	pessoas	com	deficiência	
auditiva e surdos acompanhar os programas transmitidos).
O programa VLibras será referência para a transmissão de informações pela Lín-
gua Brasileira de Sinais nos programas veiculados pelas emissoras de televisão no País. O 
dicionário VLibras foi desenvolvido em parceria do Ministério do Planejamento, Orçamento 
e Gestão com a Universidade Federal da Paraíba e está disponível no Portal do Software 
Público Brasileiro.
Quando o assunto é inclusão, as casas de espetáculos e salas de cinema brasileiras 
parecem	estar	“correndo	mais	rápido”.	De	olho	nos	financiamentos	públicos	para	projetos	
arquitetônicos e de comunicação de acordo com o previsto no Decreto 5.296, os teatros 
e casas de shows estão investindo em sistemas de sonorização assistida para pessoas 
com	deficiência	auditiva,	meios	eletrônicos	que	permitam	o	acompanhamento	por	meio	de	
legendas em tempo real e locais próprios para a presença física de intérprete de Libras e de 
guias-intérpretes, com a projeção em tela da imagem do intérprete de Libras sempre que a 
distância não permitir sua visualização direta.
Desde 2014, uma norma da Ancine determina que todos os projetos de produção 
audiovisual	financiados	com	recursos	públicos	federais	geridos	pela	agência	deverão	con-
templar nos seus orçamentos serviços de legendagem descritiva, audiodescrição e Libras. 
O objetivo é estimular a universalização do acesso às obras audiovisuais, em especial as 
nacionais.
Serviço: Conheça mais do projeto no www.vlibras.gov.br
Fonte: AME. Amigos dos Metroviários dos Excepcionais. Vlibras na telinha. Disponível em: http://www.ame-
-sp.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=623:vlibras-na-telinha&catid=5:acessibilida-
de Acesso 9 de Julho de 2020.
http://www.vlibras.gov.br
http://www.ame-sp.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=623:vlibras-na-telinha&catid=5:acessibilidade
http://www.ame-sp.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=623:vlibras-na-telinha&catid=5:acessibilidade
http://www.ame-sp.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=623:vlibras-na-telinha&catid=5:acessibilidade24UNIDADE I Dimensões de Acessibilidade
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
• Título: O Município e a Acessibilidade urbana
• Autora: Janaína de Oliveira
• Editora: Lumen Juris
• Sinopse: O livro realizou uma análise sistematizada abre a atua-
ção da municipalidade para efetivação da acessibilidade no meio 
urbano. Conforme a autora, ofertar cidades acessíveis a todos é 
um dever dos municípios, pois a falta de acessibilidade afeta dire-
tamente a dignidade das pessoas, também representa um claro 
desrespeito aos preceitos constitucionais de igualdade e liberdade 
de locomoção. Concede pessoas com direito à acessibilidade às 
gestantes,	 idosos,	 pessoas	 com	deficiência	e	demais	 indivíduos	
com mobilidade reduzida, pessoas que enfrentam diariamente 
com obstáculos arquitetônicos e urbanísticos. Importante ressaltar 
que é direito de todos de ir e vir sem obstáculos, a autonomia na 
locomoção proporciona autonomia na vida.
FILME/VÍDEO 
• Título: Meu nome é Daniel
• Ano: 2019
• Sinopse: Daniel Gonçalves é cineasta, tem 35 anos, lançou nos 
cinemas brasileiros seu primeiro longa-metragem, o documentário 
Meu Nome é Daniel.	O	filme	é	uma	autobiografia	que	 revela	as	
dificuldades	enfrentadas	pelo	ator	e	produtor.	Produtor	formado,	o	
personagem	do	filme	vai	em	busca	de	emprego	e,	para	além	das	
dificuldades	de	locomoção,	Daniel	depara-se	com	os	preconceitos	
das pessoas sobre suas habilidades e conhecimentos na sua 
profissão.	Além	 de	 abordar	 a	 falta	 de	 acessibilidade	 como	 uma	
das	dificuldades,	o	filme	faz	uma	crítica	à	postura	de	muitas	pes-
soas	que	enxergam	o	deficiente	como	uma	vítima	e	um	coitado.	O	
filme	é	um	longa-metragem	de	83	minutos	e	está	disponível	nas	
plataformas digitais com comunicação acessível, com legendas 
descritivas e janela em libras.
• Link do vídeo: https://youtu.be/ejfKiX0H9Zc 
WEB 
• Sites dos ministérios públicos em geral apresentam legislações 
e artigos sobre acessibilidade. Esses sites proporcionam acesso 
a informações legais e sociais sobre o direito à acessibilidade no 
contexto público e privado.
• Link do site: https://www.saude.gov.br/acessibilidade 
25
Plano de Estudo:
●	 Diagnóstico da inclusão;
●	 Impactos	causados	pela	deficiência	no	ser	humano;
●	 Tecnologias assistivas e metodologias ativas.
Objetivos de Aprendizagem:
• Contextualizar o processo histórico da inclusão.
•	Compreender	as	etapas	de	aceitação	vividas	pela	pessoa	com	deficiência.
• Apresentar a importância das metodologias ativas e tecnologias assistivas para desen-
volvimento	da	pessoa	com	deficiência.
UNIDADE II
Tecnologia Assistiva e Inclusão
Professora Aline Pedro Feza
26UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
INTRODUÇÃO
Olá aluno(a), bem-vindo(a) à nossa segunda unidade. Neste estudo convido você 
a conhecer um pouco mais sobre três conceitos: inclusão, tecnologias assistivas e metodo-
logias	ativas.	Atualmente	encontramos	com	facilidade	a	pessoa	com	deficiência	inserida	no	
mercado de trabalho ou desfrutando do convívio social em geral, mas será que sempre foi 
assim? Já lhe adianto que não. 
A	pessoa	 com	deficiência	passa	a	 ser	 vista	e	 inserida	na	 sociedade	a	partir	 da	
década	de	90,	após	décadas	de	exclusão	e	segregação	social.	Os	deficientes,	antes	mor-
tos e denominados aberrações da natureza, vêm recentemente alcançando espaço como 
cidadãos, com direitos e deveres a serem cumpridos. 
Para Mantoan (2013), a inclusão é uma área de conhecimento que visa promover 
o	desenvolvimento	das	potencialidades	das	pessoas	com	deficiências,	da	educação	infantil	
até	a	educação	superior.	Essa	definição	está	relacionada	a	um	movimento	mundial	baseado	
nos princípios dos direitos humanos e da cidadania, em que o objetivo principal é eliminar a 
discriminação e a exclusão, garantindo o direito à igualdade de oportunidades e a diferença, 
modificando	os	sistemas	educacionais,	de	maneira	a	propiciar	a	participação	de	todos	os	
alunos, especialmente aqueles que são vulneráveis à marginalização e à exclusão. 
Pensar na inclusão foi pensar em maneiras de oportunizar igualdade de acesso e 
de direto a todas as pessoas, independentemente de suas limitações. Agora convido a você 
aprofundar seus conteúdos e conceitos sobre o assunto. 
Bons estudos.
27UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
1 DIAGNÓSTICO NA INCLUSÃO
A inclusão veio para romper o paradigma existente e para romper com a estrutura 
fechada, bem como a homogeneidade na sociedade. Depois de tantos anos de isolamento 
e segregação, as pessoas com necessidades especiais estão sendo reconhecidas como 
cidadãos	e	aceitas	na	escola	comum.	No	sentido	em	questão,	tomemos	por	definição	Po-
líticas Públicas como um conjunto de ações do governo destinadas a atender determinada 
demanda ou problemática. Em destaque, as políticas públicas, cujas medidas do Estado 
garante	recursos	que	contribuem	para	o	desenvolvimento	do	deficiente.	
Assim, ressaltamos alguns dos principais documentos e legislações que embasam 
a Política Inclusiva. Até o século XIX, as necessidades especiais estavam associadas à 
incapacidade e não havia nenhuma tendência em mudar esse quadro. Dessa forma, o 
abandono e a eliminação dessas pessoas eram atitudes normais nessa época. 
A ideia de inclusão surgiu a partir do século XX, quando três grandes fatores contri-
buíram para que se tornasse uma realidade. O primeiro fator foi o término das duas grandes 
guerras	mundiais,	evento	que	elevou	o	número	de	indivíduos	debilitados	e	com	deficiên-
cias. O segundo fator foi o fortalecimento do movimento dos direitos humanos, a criação 
dos programas sociais, tais como a Organização das Nações Unidas (ONU); Organização 
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), ambas criadas em 
1945.	O	terceiro	e	último	fator	foi	o	avanço	científico	(carros,	escola,	computadores,	aumen-
28UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
to do consumo de produtos industrializados, cinemas, supermercados), que se tornou mais 
acessível à população, dando-lhes maior autonomia. 
Em	1948	criou-se	a	Declaração	Universal	dos	Direitos	Humanos,	que	afirma	que	
os alunos têm direitos iguais, independente das características, interesses e necessidades 
individuais, que são diferentes. No Brasil, somente a partir de 1988 as políticas públicas 
foram implantadas por meio da Constituição da República Federativa do Brasil, que esta-
belece 
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem , raça, sexo, cor, 
idade,	e	quaisquer	outras	formas	de	discriminação”	(art.	3°,	inciso	IV).	Define	
ainda, no artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o 
pleno	desenvolvimento	da	pessoa,	o	exercício	da	cidadania	e	a	qualificação	
para o trabalho. No artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições 
de acesso e permanência na escola como um dos princípios para o ensino 
e garante, como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional es-
pecializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208) (BRASIL, 
1988, s.p.).
Em 1990 foi realizada a Conferência Mundial sobre a Educação para Todos, em 
Jomtien, na Tailândia, onde se reuniram cerca de 1500 participantes, entre eles os dele-
gados de 150 países, incluindo especialistas em educação e autoridades nacionais que, 
juntamente com representantes intergovernamentais e não-governamentais, analisaram, 
em uma sessão plenária, aspectos sobre a educação. Ao término dessa conferência foram 
criados dez artigos que se tornaram um marco para o movimento pela Educação Inclusiva, 
tendo como base o art. 3°, inciso V, que diz:
As	necessidades	básicas	de	aprendizagem	das	pessoas	portadoras	de	defi-
ciências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam 
a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de 
deficiência,	como	parte	integrante	do	sistema	educativo	(UNESCO,	1990,	p.	4).
Tais mudanças na educação foram de grande valia para a inclusão social das pes-
soas	com	necessidades	especiais,	no	entanto,	nãofoi	suficiente	para	que	houvesse	uma	
real e total inclusão, ou seja, ainda faltavam políticas práticas, necessitava de uma maior 
participação	e	responsabilidade	do	poder	público	para	direcionar	esse	trabalho,	a	fim	de	
proporcionar um atendimento especializado e direcionado para cada tipo de necessidade 
apresentada. 
No intuito de amenizar tais problemas foi realizado pela UNESCO, em junho de 
1994, em Salamanca, na Espanha, a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas 
Especiais: acesso e qualidade, que aprovou a Declaração de Salamanca. Essa declaração 
traz as estratégias nacionais, regionais e internacionais para a educação inclusiva, com 
uma nova maneira de pensar a respeito das necessidades especiais, escolas, capacita-
29UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
ção	 de	 profissionais	 da	 educação	 e	 de	 outros	 aspectos	 educacionais,	 tornando,	 assim,	
um referencial para a Educação Inclusiva, um marco na organização política dos países 
envolvidos, inclusive no Brasil. Segundo a Declaração de Salamanca, 
• Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportu-
nidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem. 
• Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades 
de aprendizagem que são únicas. 
• Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais 
deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversi-
dade de tais características e necessidades. 
• Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à 
escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada 
na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades. 
• Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios 
mais	eficazes	de	combater	atitudes	discriminatórias	criando-se	comunidades	
acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação 
para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria 
das	 crianças	 e	 aprimoram	 a	 eficiência	 e,	 em	 última	 instância,	 o	 custo	 da	
eficácia	de	todo	o	sistema	educacional	(UNESCO,	1994,	p.	1).
Com a opção de realmente ser um país que tem um sistema educacional inclusivo, 
o	Brasil	passa	a	criar	leis	específicas	que	garantem	o	acesso	direto	e	de	qualidade	ao	ensi-
no. Instituída em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - 9394/96) 
estabelece no art. 4°, inciso III, como dever do estado garantir atendimento educacional 
especializado gratuito aos indivíduos com necessidades especiais, preferencialmente na 
rede regular de ensino e, ainda, dedica o capítulo V, que compreende os artigos 58, 59 e 
60, para estabelecer como deve ser a educação especial:
Art. 58 . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a moda-
lidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de 
ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. §1º Haverá, 
quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para 
atender as peculiaridades da clientela de educação especial. §2º O atendi-
mento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, 
sempre	que,	em	função	das	condições	específicas	dos	alunos,	não	for	pos-
sível a sua integração nas classes comuns do ensino regular. §3º A oferta da 
educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária 
de zero a seis anos, durante a educação infantil. Art. 59 . Os sistemas de 
ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currícu-
los,	métodos,	técnicas,	recursos	educativos	e	organização	específicos,	para	
atender	às	suas	necessidades;	II	–	terminalidade	específica	para	aqueles	que	
não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, 
em	virtude	de	suas	deficiências,	e	aceleração	para	concluir	em	menor	tempo	o	
programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização 
adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem 
como professores do ensino regular capacitados para a integração desses 
educandos nas classes comuns; IV – educação especial para o trabalho, 
visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições 
adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho 
competitivo,	mediante	 articulação	 com	os	 órgãos	 oficiais	 afins,	 bem	 como	
para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, 
intelectual ou psicomotora; V – acesso igualitário aos benefícios dos pro-
gramas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino 
regular. Art. 60 . Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão 
30UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
critérios	 de	 caracterização	 das	 instituições	 privadas	 sem	 fins	 lucrativos,	
especializadas	 e	 com	 atuação	 exclusiva	 em	 educação	 especial,	 para	 fins	
de	apoio	técnico	e	financeiro	pelo	Poder	público.	Parágrafo	único.	O	poder	
Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento 
aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular 
de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo 
(BRASIL, 1996, s.p.).
A política nacional da educação especial, na perspectiva da educação inclusiva, re-
força os documentos nacionais e internacionais e direciona a educação para que a inclusão 
escolar realmente se concretize, desde a educação infantil até o ensino superior. Nesse 
sentido, as diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica (BRASIL, 
2001b) asseguram que o atendimento aos alunos com necessidades especiais deve ser 
realizado em classes comuns de ensino regular, em qualquer etapa ou modalidade da 
educação básica e que as escolas podem criar extraordinariamente “classes especiais”, 
com organização fundamentada nas diretrizes curriculares para a educação básica. 
Conforme Mantoan (2013), a educação inclusiva implica na implementação de polí-
ticas públicas, na compreensão da inclusão como processo que não se restringe à relação 
professor-aluno, mas que seja concebido como um princípio de educação para todos e 
valorização das diferenças, que envolve toda a comunidade escolar.
Assim destacamos que a inclusão social iniciou com políticas públicas voltadas 
para o contexto educacional, eliminando as classes especiais e posteriormente as escolas 
especiais que foram criadas com um caráter assistencialistas. Contudo, Mantoan (2013) 
destaca	que	esses	movimentos	não	foram	o	suficiente	para	inserir	o	deficiente	na	socieda-
de.	Precisamos,	até	hoje,	lutar	para	quebrar	um	paradigma	de	que	o	sujeito	com	deficiência	
não é capaz de compor a sociedade em sua totalidade.
31UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
2 IMPACTOS CAUSADOS PELA DEFICIÊNCIA NO SER HUMANO
Ao longo dos tempos as pessoas com necessidades especiais eram percebidas de 
diversos modos pela sociedade, esses modos tinham ligação direta com as concepções de 
homem e de sociedade de cada época e estavam intrinsecamente ligados a valores éticos, 
religiosos, morais e sociais de cada período.
No Antigo Egito ressaltaram a necessidade de se respeitar as pessoas com nanis-
mo	e	com	outras	deficiências.	O	Egito	também	ficou	conhecido	como	a	terra	dos	cegos,	as	
infecções nos olhos eram constantes e levava o povo à cegueira.
[…] a nossa história assinala políticas extremas de exclusão em relação à 
pessoa	com	deficiência	na	sociedade.	Exemplo	disto	ocorreu	em	Esparta,	na	
antiga Grécia, onde a beleza física e o culto ao corpo eram as condições para 
a	participação	social.	As	crianças	com	deficiência	física	eram	colocadas	nas	
montanhas e, em Roma, atiradas ao Rio Tibre. Estes casos eram vistos como 
perigo para a continuidade da espécie (SASSAKI, 1997, p. 6).
No início do século XIX a igreja discursava sobre a existência do bem, do mal 
e do pecado, com isso realizava práticas estranhas de exorcismo, tentando alcançar a 
“cura”.	No	mesmoperíodo	a	medicina	também	passou	a	estudar	as	deficiências,	porém,	
a mais exitosa conquista foi a descoberta das patologias, a partir de então o sujeito com 
necessidades especiais passaram a frequentar os hospitais com o propósito de tratamento. 
Esse era o cenário até o início do século XIX, em que ter uma necessidade especial era 
sinônimo de incapacidade.
32UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
A sociedade, em todas as culturas, atravessou diversas fases no que se refere 
às práticas sociais. Ela começou praticando a exclusão social de pessoas que, por causa 
das condições atípicas, não lhe parecia pertencer à maioria da população. Em seguida 
desenvolveu o atendimento segregado dentro de instituições, passou para a prática da 
integração	social	e	 recentemente	adotou	a	filosofia	da	 inclusão	social	para	modificar	os	
sistemas sociais gerais (SASSAKI, 1997, p. 16).
Na década de 60, o Brasil assistiu a uma explosão no número de instituições se-
gregativas especializadas. Os atendimentos estavam alinhavados ao tratamento clínico às 
pessoas	com	necessidades	especiais,	e	as	atividades	eram	de	caráter	filantrópico,	somente	
no	final	dessa	década	aconteceu	um	movimento	para	a	 integração	social	 que	 tinha	por	
intento	“inserir	as	pessoas	com	deficiência	nos	sistemas	sociais	gerais	como	a	educação,	o	
trabalho, a família e o lazer” (SASSAKI, 1999, p. 31), no entanto, foi na década de 80 que 
esse processo foi melhor vivenciado.
Assim, a integração social nasce de uma necessidade: a de inserir o sujeito com 
necessidades especiais, sem cobrar da sociedade uma mudança, todo o processo de 
integração escolar foi de grande valia para as conquistas da educação inclusiva, mas não 
atendia integralmente os direitos das pessoas com necessidades especiais.
Sabe-se	que	a	história	segregativa	no	mundo	e	no	Brasil	age	como	influenciadora	
das práticas sociais vigentes da atualidade. “A ideia de que poderiam ser ajudadas em 
ambientes segregados, alijadas do resto da sociedade, fortaleceu os estigmas sociais e 
a rejeição” (STAINBACK; STAINBACK, 1999, p. 43). As práticas excludentes e precon-
ceituosas	da	atualidade	 são	 reflexos	dessa	história	 de	aflição	 imposta	 às	 pessoas	 com	
necessidades especiais.
Em	pleno	 o	 século	 XXI,	 são	muitos	 os	 desafios	 de	 uma	 sociedade	 para	 todos,	
conforme é previsto na lei. A inclusão pressupõe o conhecimento de cada pessoa, respeita 
as diferenças, assim como os limites individuais e promova intervenção para que se tenha 
assim qualidade de vida. 
Para que, de fato, uma sociedade se torne inclusiva, é necessário conhecer todos 
os fatores que possam afetar o cenário, tanto no que se refere à atuação das pessoas em 
geral	quanto	a	atuação	do	deficiente.	Só	assim	será	possível	uma	intervenção	que	atenda	
a diversidade, como é apresentada em documentos, por exemplo, na Declaração Universal 
dos	Direitos	Humanos	das	pessoas	com	Deficiências,	de	1948,	e	Declaração	Universal	dos	
Direitos Humanos, de 1999.
33UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
Verificamos	que,	para	se	chegar	às	atuais	constatações	a	 respeito	das	pessoas	
com necessidades especiais, foi preciso passar por períodos históricos diferentes, os quais 
possuíam	diversos	olhares	sociais	em	relação	ao	deficiente.	Por	muito	tempo	o	deficiente	
foi abandonado e rotulado, foi segregado e excluído da sociedade. 
Atualmente ele é reconhecido como um ser humano que necessita de cuidados e 
que, apesar das suas limitações, possui inúmeras potencialidades que precisam apenas de 
estímulos para que se desenvolvam. Ao passo que essas potencialidades são reconheci-
das, percebemos o quão importante é o papel da sociedade, quantos benefícios ela pode 
trazer	a	essas	pessoas,	e	só	é	preciso	conhecer	um	pouco	mais	a	respeito	das	deficiências	
e saber a forma adequada de se trabalhar.
34UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
3 TECNOLOGIA ASSISTIVAS E METODOLOGIA ATIVAS
Falar sobre a tecnologia consiste em imergir em um amplo tema de discussão, con-
tudo dividiremos essa etapa do nosso estudo em duas partes, primeiramente realizaremos 
uma abordagem sobre a tecnologia no contexto educacional, espaço no qual inicialmente 
implantou-se a inclusão e, em um segundo momento, abordaremos sobre o conceito de 
tecnologia assistivas e metodologias ativas, como ambas podem ajudar no desenvolvimen-
to no processo de ensino e aprendizagem de cada educando.
A implantação das tecnologias no ambiente escolar ocorre com os avanços da 
globalização no mundo atual. A implantação da comunicação em rede e a velocidade da 
circulação das informações foram fatores que caracterizaram a implantação das tecno-
logias. Com a inserção dos Parâmetros Curriculares Nacionais, em 1998, a tecnologia é 
associada à educação como um recurso educacional, a partir deste documento se inicia 
uma discussão acerca da preparação do professor para trabalhar com esse recurso.
A implantação das diversas mídias educacionais, das chamadas tecnologias de 
comunicação e informação, as TICS, passou a ser discutida pelo Ministério da Educa-
ção e Cultura (BRASIL, 1996) com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 
9.394/96.	A	necessidade	desse	debate	nasceu	dos	desafios	enfrentados	pelos	docentes	
em saber utilizá-las, de modo a aperfeiçoarem suas práticas pedagógicas. O objetivo é 
somar conceitos, além dos que eram apresentados pelos livros didáticos, do quadro, giz 
e do material didático para o processo do aprendizado. As transformações ocorridas na 
35UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
sociedade representam a necessidade de mudança, quando o professor tem conhecimento 
sobre	os	potencias	educacionais	do	computador	e	é	capaz	de	modificar	as	atividades	de	
ensino-aprendizagem, assim como aquelas em que usa o computador apenas como meio 
de transmitir a informação. Caso contrário, os educadores inibem-se quanto ao uso e aca-
bam por não inserir em suas aulas esta ferramenta.
Na educação especial, recursos tecnológicos como computadores e tablets – para 
realizar	escrita	dos	conteúdos	–	são	utilizados	no	atendimento	de	pessoas	com	deficiên-
cias. Dentro da modalidade de educação especial, muitas vezes o docente se depara com 
alunos com limitações reduzidas, para estes o ato de registrar o conteúdo por meio da 
escrita é muito complexo; ponteiras para boca ou para cabeça são, muitas vezes, utilizadas 
para substituir as mãos na digitação. 
Para Amaral (2016), há recursos mais avançados e mais acessíveis a serem utili-
zados, como:
-	Recursos	mais	avançados,	como	sistemas	de	identificação	ocular,	que	realizam	
a seleção das letras por meio dos movimentos direcionados aos olhos, são utilizados para 
pessoas com mobilidade global comprometida. 
- Recursos tecnológicos mais acessíveis são os mais comuns a serem encontrados 
nas escolas, como os teclados ou telas ampliadas ou os aplicativos de leitor e tradução. 
Os aplicativos de leitor são utilizados por alunos com visão reduzida ou cegueira total, 
podendo ser adaptados em outros casos, pois esses aplicativos realizam a leitura de textos 
e atividades. 
Existem vários sistemas e aplicativos de leitor, mas o mais conhecido é o Dosvox. 
Desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, o sistema realiza leitura de 
textos, estando disponível na versão de app para celulares. Ainda, há os aplicativos de 
tradução do português escrito para a língua de sinais. O mais acessível é o HandTalk, por 
meio do personagem Hugo é sinalizado o que está escrito em português para a língua de 
sinais brasileira (Libras). Esse app é muito utilizado nos ambientes como secretarias das 
escolar ou por membros das equipes pedagógicas nos atendimentos de pais ou alunos 
surdos, tendo em vista que, no interior da sala de aula, o aluno surdo tem o direito, previsto 
por lei, de um tradutor intérprete de língua de sinais (Tils).
Para Amaral (2016), a escola é um espaço de formação de conceito e deconstrução 
do sujeito como agente ativo no contexto social. Por ser diretamente ligada à sociedade, 
é importante acompanhar os avanços desta instituição, o que faz com que as práticas 
pedagógicas se associem a novas atividades constantemente. 
36UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
Segundo Moran (2007), é necessário que o professor perceba que o quadro negro 
não é sua única opção de recurso. Não que tal recurso não deva mais ser utilizado, mas 
incorporar outros recursos, como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), por 
exemplo, à sua aula faz com que seus objetivos, por meio deles, sejam de colaborar com 
o ensino-aprendizagem dos alunos e, por consequência, colaborar nos resultados de sua 
prática pedagógica.
Assim,	a	educação	em	todos	os	níveis	sofre	modificações	e	altera-se	juntamente	
com o meio no qual está inserida. A Lei de Diretrizes e Bases n. 9.394, em vigor desde 1996, 
estabelece que a tecnologia como recurso deve ser associada a todas as etapas de ensino 
(infantil,	fundamental,	médio	e	superior)	e,	além	disso,	define	a	modalidade	educacional	a	
distância, inserindo a tecnologia no processo, pois as aulas conseguem abranger um maior 
número de alunos devido a estar interligada em rede. 
Para corresponder a esse novo contexto, com a implementação desse cenário, a 
escola torna-se mais acessível tanto ao seu público quanto às suas práticas, descaracte-
rizando esquemas tradicionais e possibilitando ações e técnicas que permitam aulas mais 
dinâmicas, alterando o conceito de práticas pedagógicas e espaço escolar, ao torná-los 
mais	flexíveis.
Para	uma	aprendizagem	significativa	o	professor	deve	ter	em	mente	que	exerce	
o papel fundamental no que se refere ao planejamento e desenvolvimento das situações 
didáticas que visem a apropriação do saber escolar pelo aluno. Em seguida, deve planejar 
também o uso dos recursos didáticos adequados à construção de saberes determinados 
pelo aluno, haja vista que não é o manuseio do material que garante aprendizagem, mas a 
reflexão	do	aluno,	orientado	pelo	professor.
Nesse contexto, destaca-se mais um aspecto importante sobre as tecnologias da 
informação: a importância de romper com preconceitos e construir novas possibilidades 
destinados a educadores e educandos para abrilhantar o processo de ensino aprendizagem. 
Assim como a tecnologia avança diariamente, acredita-se que a formação do educador 
deve ser contínua. E, para isso, é necessário 
Possibilitar um espaço em que não aprenda apenas a lidar com as tecnologias, 
mas	que	possa	refletir	e	ao	mesmo	tempo	aprender	a	transpor	esta	aprendi-
zagem em uma linguagem que possa estar conectada às novas facetas do 
modo de aprender dos educandos nesta era das conexões (GUERREIRO; 
BATTINI, 2014, p. 68).
A inclusão veio destinar um acesso à educação a todas as pessoas. As limitações 
comunicativas e de mobilidade não são mais barreiras para que as práticas pedagógicas, 
37UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
incorporadas a tecnologias, cheguem ao público ao qual se destina. A tecnologia é uma 
prática que a cada ano torna-se disponível a todos, entretanto, trabalhar com a tecnologia 
ainda é uma barreira, que no caso dos professores pode tornar-se um empecilho de apro-
priação de conhecimento.
No âmbito desta discussão surgem duas novas terminologias que estão atreladas 
ao contexto da tecnologia, que sãos as tecnologias assistivas e as metodologias ativas. 
Mas sobre o que se trata essa terminologia e quais suas importâncias no contexto da 
inclusão é o que discutiremos agora.
Segundo Amaral (2016), as tecnologias assistivas surgem primeiramente nos Esta-
dos Unidos, em 1988, e chegam ao Brasil em 1998 com o desenvolvimento da globalização. 
Estas	tecnologias	aplicam-se	para	definir	todo	recurso	e	serviço	que	contribui	para	propor-
cionar	ou	ampliar	habilidades	funcionais	de	pessoas	com	deficiência	e,	consequentemente,	
propiciar uma autonomia de vida e de aprendizagem, independente de políticas e ações 
inclusivas. 
A	tecnologia	assistiva	visa	valorizar	as	habilidades	da	pessoa	com	deficiência	e	tor-
nar	a	dificuldade	imperceptível	aos	olhos	da	sociedade	em	geral.	Não	há	modelos	de	tecno-
logias ou padrões, elas são desenvolvidas quase que de maneira individual para equiparar 
cada	necessidade	apresentada	pelo	deficiente.	Diferente	da	acessibilidade,	destinada	ao	
meio, a tecnologia assistiva destina-se a cada indivíduo e ao seu desenvolvimento pessoal.
No Brasil, o Comitê de Ajudas Técnicas - CAT, instituído pela Portaria nº 
142 de 16 de novembro de 2006, que propõe o seguinte conceito para a 
tecnologia assistiva: “Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de 
característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, 
estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, 
relacionada	à	atividade	e	participação	de	pessoas	com	deficiência,	 incapa-
cidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, 
qualidade de vida e inclusão social” (ATA VII - Comitê de Ajudas Técnicas 
(CAT) - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de De-
ficiência	(CORDE)	-	Secretaria	Especial	dos	Direitos	Humanos	-	Presidência	
da República, p. 1).
Assim, essas tecnologias visam atuar em dois aspectos nos serviços e nos re-
cursos. No	 âmbito	 de	 serviços	 destina-se	 aos	 profissionais	 que	 auxiliam	 diretamente	 a	
promover	melhorias	no	dia	a	dia	da	pessoa	com	deficiência,	corresponde	a	profissionais	
como	 fisioterapeutas,	 terapeutas	 ocupacionais,	 fonoaudiólogos,	 psicopedagogos,	 psicó-
logos,	arquitetos	engenheiros,	assistentes	sociais,	educadores,	entre	outros	profissionais	
que atuam utilizando um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo podemos citar 
avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos. 
http://portal.mj.gov.br/corde/
http://portal.mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata_VII_Reuni%C3%A3o_do_Comite_de_Ajudas_T%C3%A9cnicas.doc
http://portal.mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata_VII_Reuni%C3%A3o_do_Comite_de_Ajudas_T%C3%A9cnicas.doc
http://portal.mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata_VII_Reuni%C3%A3o_do_Comite_de_Ajudas_T%C3%A9cnicas.doc
http://portal.mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata_VII_Reuni%C3%A3o_do_Comite_de_Ajudas_T%C3%A9cnicas.doc
38UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
Por sua vez, as tecnologias assistivas podem estar relacionadas a recursos tec-
nológicos	 destinados	 à	 pessoa	 com	 deficiência.	 Consiste	 em	 equipamentos	 realizados	
sob	medida	para	a	dificuldade	específica	daquele	deficiente.	Esses	 recursos	podem	ser	
ponteiras, próteses mecânicas, aplicativos de comunicação, comunicação ocular, roupas 
adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais que contemplam questões de 
acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, recursos para mobilidade 
manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores es-
peciais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de 
outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente (AMARAL, 2016).
Em busca de equiparar as diferenças e aplicar esses recursos tecnológicos no 
processo de aprendizagem, torna-se necessário preocupar-se também com as práticas 
docentes nesse processo. Nessa busca de propiciar maior interesse e participação dos 
alunos, iniciam-se discussões acerca das metodologias ativas, que consistem em fazer 
com que o aluno esteja diretamente envolvido em seu processo de aprendizagem. 
Essa metodologia permite que o aluno trabalhe com tecnologias, com redes inter-
ligadas ou com grupos de colegas, entre outros recursos que promovam maior integração 
do aluno. Na metodologia ativa o professor toma o papel de facilitador e o aluno passa 
a ser quem conduzirá as práticas no processo de aprendizagem, conforme apresentam 
Disel, Baldez e Martins (2017). O professor deixa de ser visto como o detentor de todo o 
conhecimento e o único responsávelpelo processo de ensino e aprendizagem e, assim, o 
aluno torna-se um agente ativo também desse processo. 
As metodologias ativas visam levar o aluno a desenvolver todos os pilares da 
educação da UNESCO, elaborados pelo educador francês Jacques Delors, em 1999, e pu-
blicado em um relatório denominado Educação: um tesouro a descobrir, também conhecido 
como relatório Delors. 
Conforme Delors (1999), a educação está pautada em quatro pilares ligados ao 
processo do aprender, que são: o aprender a conhecer, o aprender a conviver, o aprender 
a fazer e o aprender a ser. Faz-se essa relação com as metodologias ativas pois buscam 
que o educando aprenda a ser e a fazer, que esse aluno passe a ser mais do que um mero 
agente captador de informações, mas sim seja atuante e questionador dessas informações 
e conhecimento. A prática de aprendizagem ativa visa levar o aluno a debater e a ser crítico 
na sociedade que vive.
Pensar em uma educação igualitária, consiste em uma educação de qualidade, 
independente da condição física e intelectual do aluno. Em busca de defender este objetivo 
39UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
as tecnologias assistivas visam desenvolver recursos que assistem os alunos com mais 
limitações, equiparando-os no processo do aprender. Por sua vez, as metodologias ativas 
visam estabelecer autonomia aos alunos nas práticas educativas.
Assim encerramos nossos estudos, na expectativa de instigar você, aluno(a), a ser 
ativo(a) nessa sociedade que busca a inclusão e que está permeada de tecnologias que 
precisam ser destinadas a diminuir as diferenças entre as pessoas.
SAIBA MAIS
As tecnologias permitem vários ambientes de aprendizagem para a procura de ativida-
des e aprimoramento de conteúdo a serem realizados pelo professor, como, por exem-
plo, o Banco Internacional de Recursos Educacionais, criado em 2010 pelo Instituto Na-
cional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC); Scielo Books; 
FGV on-line; e-Aulas USP; Domínio Público. Consistem em recursos como sites de 
complemento de conteúdo educacional nas diversas disciplinas do currículo, como fer-
ramentas de apoio pedagógico para professores com vídeos e links de curiosidades e 
complementos curriculares e serviços (abas) de reforços de conteúdo, como a escola 
Britânica (https://escola.britannica.com.br/) consiste em uma enciclopédia escolar gra-
tuita com os conteúdos separados por disciplinas. 
Seguindo essa mesma ideia de recursos educacionais tecnológicos, temos Google 
for Educaion (https://edu.google.com/intl/pt-BR/?modal_active=modal-video-c80cZMz-
0SOw), também de acesso gratuito. Consiste em um site com ferramentas de pesquisa 
e interação promovendo recursos para professores e alunos no processo de aprendiza-
gem na educação básica e ensino superior. O mesmo site promove ferramentas como 
G-Suite for Education, um conjunto de ferramentas desenvolvido para que professores 
e alunos aprendam e inovem juntos, apresenta ainda possibilidades como: Google sala 
de aula - possibilita organizar tarefas, Course kit - permite a criar coletar e avaliar as 
atividades do curso, Chromebooks - uma ferramenta de compartilhamento de material, 
Google Cloud - tecnologia de pesquisa avançada na nuvem do Google, Realidade vir-
tual e realidade aumentada - para todas escolas vivenciarem o conteúdo.
Citamos aqui dois exemplos de sites como recursos tecnológicos, entre tantos outros 
que existem. Pesquise sobre eles e aprofunde seus conhecimentos!
Fonte: a autora.
https://escola.britannica.com.br/
https://edu.google.com/intl/pt-BR/?modal_active=modal-video-c80cZMz0SOw
https://edu.google.com/intl/pt-BR/?modal_active=modal-video-c80cZMz0SOw
40UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
REFLITA
As	tecnologias	assistivas	tornam-se	a	voz	de	deficientes	auditivos!	As	mídias	e	tecnolo-
gias vieram para romper barreiras e quebrar preconceitos. Com os avanços tecnológi-
cos, pessoas com necessidades especiais ganham a possibilidade de recursos comuni-
cativos	mais	eficazes.	Um	exemplo	acontece	com	os	surdos	e	os	deficientes	auditivos.	A	
simples tecnologia do telefone não se destinava a essas pessoas, pois com a ausência 
do canal auditivo, o uso do telefone tornava-se inútil. Com os avanços, esse aparelho, 
além de alcançar esse público, também se tornou importante para o processo de co-
municação deles, por meio de mensagem de SMS ou chamadas por vídeo, os surdos 
somaram	um	recurso	à	eficácia	da	sua	comunicação.
Você,	enquanto	ouvinte,	já	refletiu	sobre	a	dificuldade	da	comunidade	surda	em	comuni-
car-se?	Como	um	surdo	pode	saber	que	seu	filho	se	machucou	na	escola,	por	exemplo,	
quando muitas vezes esses avisos são realizados por ligações telefônicas? Como o 
surdo pode contactar um serviço de atendimento ao cliente (SAC) de uma loja ou banco, 
quando são na grande maioria realizados via chamada telefônica?
Essas entre outras são questões, muitas vezes impensadas pelos ouvintes, são barrei-
ras que vêm sendo reduzidas com o acesso às tecnologias.
Fonte: a autora.
41UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se que o direito do aluno com necessidades educacionais especiais com 
relação a políticas públicas tem caminhado rumo à educação de qualidade, no entanto, sa-
bemos	da	dificuldade	que	existe	em	operar	essas	leis	no	contexto	escolar,	devido	a	tantas	
especificidades.	A	inclusão	educacional	exige	que	expliquemos	dificuldades	escolares,	não	
só tendo os alunos como foco, mas considerando-se as limitações existentes em nossos 
sistemas	de	ensino	e	em	nossas	escolas.	O	desafio	implica	numa	nova	visão	de	necessida-
des educacionais especiais que, além das dos alunos, traduzem-se por necessidades das 
escolas, dos professores e de todos os recursos humanos que nelas trabalham.
A educação inclusiva deve oportunizar um sistema educacional que respeite, va-
lorize e possibilite o acesso e a permanência de todas as pessoas, garantindo-lhes uma 
escolarização com competência e qualidade e um aproveitamento do processo ensino-
-aprendizagem no seu rendimento escolar, demonstrando que a diversidade é inerente 
à construção de toda e qualquer sociedade. Cabe ao professor constante atualização de 
conhecimentos e competências na busca individual de novas ações necessárias para sua 
formação	tanto	profissional	como	pessoal.	
É imprescindível que o professor busque novas alternativas, como as tecnologias 
assistivas e metodologias ativas apresentadas nesta unidade, que visam fortalecer dentro 
desse novo quadro, devendo estar preparado para enfrentar as diversas situações que irão 
surgir durante o processo educacional. Para tanto, o professor deve constituir e interpretar 
sua prática pensando e analisando suas crenças, valores e teorias a respeito do processo 
ensino-aprendizagem, principalmente junto às crianças com necessidades especiais, o que 
lhe possibilitará reestruturar seu pensamento alicerçado numa base sólida de conhecimentos.
42UNIDADE II Tecnologia Assistiva e Inclusão
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
Neste artigo é tratado o emprego das tecnologias assistivas nas metodologias ativas. 
As	metodologias	ativas	têm	como	objetivo	promover	no	aluno	uma	concepção	mais	reflexiva	
e crítica em que as suas habilidades e competências estarão sendo desenvolvidas para que 
este encontre soluções adequadas para os problemas vivenciados na sua formação. Mas 
também	propor	ao	professor	uma	reflexão	sobre	a	sua	prática	em	sala	de	aula	e	uma	refor-
mulação	dos	métodos	utilizados	para	atender	as	especificidades	dos	alunos	acompanhando	
as	mudanças	sócio-políticas,	financeiras	e	tecnológicas	na	sociedade	moderna.
A	Lei	13.146/16	–	Lei	Brasileira	de	Inclusão	da	Pessoa	com	Deficiência	(Estatuto	da	
Pessoa	com	Deficiência),	é	destinada	a	assegurar	e	a	promover,	em	condições	de	igualdade,	
o	exercício	dos	direitos	e	das	liberdades	fundamentais	por	pessoa	com	deficiência.	tecnologia	
Assistiva é um novo conceito que contribui

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