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- 1 - Revista Multidisciplinar Pey Këyo 
 
CUIDADOS DA ENFERMAGEM A GESTANTES PORTADORAS DE 
HIPERTENSÃO: REVISÃO DE LITERATURA 
 
Francisca Moza Cruz de Araújo Cardos
1
 
Karla Mylena da Silva Pantoja 
2
 
Daniela Sousa Trindade
3
 
 
Resumo: A hipertensão arterial é uma doença crônico-degenerativa que apresenta grande incidência 
na população mundial. Atualmente é vista como uma das maiores causas de morbidade e mortalidade 
materna e infantil. Assim, é fundamental o papel da enfermagem nos cuidados as gestantes portadoras 
de hipertensão, uma vez que estas se tornam extremante vulneráveis e necessitam de maior atenção 
por estarem bem mais suscetíveis a desenvolver complicações que podem trazer danos irreparáveis 
tanto para a mãe como para o bebê. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo descrever 
sobre os cuidados da enfermagem a gestantes portadoras de hipertensão arterial. Trata-se uma pesquisa 
do tipo descritiva com abordagem qualitativa, onde a coleta de dados será através de revisão 
sistemática de literatura. Foram analisadas as inferências norteadoras com base no estudo 
bibliográfico, registrando as informações e avaliando o conhecimento do profissional enfermeiro nessa 
área de atuação. O resultado esperado confirma que os cuidados da enfermagem feitos de maneira 
precoce as gestantes pode ser uma forma eficaz de prevenção e controle da pressão arterial. 
 Palavras chave: Hipertensão, Gestantes, Enfermagem. 
 
Abstract: Arterial hypertension is a chronic degenerative disease that has a high incidence in the 
world population. Today it is seen as one of the major causes of maternal and infant morbidity and 
mortality. Thus, the role of nursing in the care of pregnant women with hypertension is crucial, as they 
become extremely vulnerable and need more attention because they are much more likely to develop 
complications that can bring irreparable harm to both mother and baby. In this context, the present 
study aims to describe nursing care for pregnant women with hypertension. This is a descriptive 
research with qualitative approach, where data collection will be through systematic literature review. 
The guiding inferences were analyzed based on the bibliographic study, recording the information and 
evaluating the knowledge of the nurse professional in this area of activity. The expected result 
confirms that early nursing care for pregnant women can be an effective way to prevent and control 
blood pressure. 
Keywords: Hypertension, Pregnant women, Nursing. 
 
 
1
Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio da Amazônia, 
mozafrancisca@gmail.com. 
2
 Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio da Amazônia, 
karlamylena11@hotmail.com. 
3
 Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio da Amazônia, daniela.sousa@estacio.br. 
 
 
- 2 - 
 
1 INTRODUÇÃO 
A gestação é um fenômeno natural e fisiológico da vida feminina, evoluindo na 
maioria das vezes de forma tranquila e sem intercorrências. No entanto, uma pequena parcela 
de grávidas tende a apresentar problemas desfavoráveis que podem ser danosos tanto para a 
mãe como para o feto (SILVA, et al., 2013). 
Isso possivelmente esteja relacionado às intensas transformações fisiológicas que 
ocorrem em seu corpo desde a primeira semana de gestação e seguindo até o final da gravidez 
(BRAZ, 2018). Porém em grande parte das mulheres esses problemas não são considerados 
relevantes, nesse caso a gestação ocorre em seu sentido natural com baixo risco ou nenhum. 
No entanto um grupo de gestantes, por apresentarem características específicas, ou terem 
algum agravante, são mais susceptíveis a apresentarem agravos desfavoráveis em sua 
gravidez, o que pode trazer sequelas não só para a mãe mais também para o feto, essa seria a 
gestações de alto risco, exigindo o máximo de atenção e acompanhamento por parte da 
enfermagem (CASSIO, 2017). 
No Brasil cerca de 10% a 20% dos casos de mulheres grávidas que apresentam 
alto risco está associado à ocorrência de alguns males, como as síndromes hipertensivas da 
gravidez e o diabetes mellitus gestacional, sendo que em torno de 3/4 das mortes maternas 
que ocorrem no mundo são em decorrências de causas obstétricas diretas, dentre estas 14% 
estão relacionadas à hipertensão (SALGE, et al., 2017). 
Para FERREIRA, et al., (2016), a hipertensão gestacional está hoje entre a 
segunda maior causa de morte em gestantes no mundo, perdendo apenas para as hemorragias. 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o termo “hipertensão na gravidez” 
recebe a denominação geral de doença hipertensiva específica da gestação (DHEG), e se 
caracteriza por níveis pressóricos acima ou iguais a 140 mmHg para a pressão sistólica e 90 
mmHg para pressão diastólica (SBC, 2007). 
É vista hoje como um problema de saúde pública por possuir elevado custo 
médico-social e altas taxas de mortalidade materna no Brasil e no mundo. Mesmo tendo 
importância expressiva para a saúde pública, a etiologia da hipertensão ainda é uma incógnita. 
Para alguns, existe uma associação entre alguns fatores genéticos, imunológicos e ambientais 
que se tornam determinantes para o surgimento da doença (FARIA, 2013). 
 
- 3 - 
 
O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas dividiu os estados 
hipertensivos em três categorias principais: hipertensão induzida pela gravidez (eclâmpsia e 
pré-eclâmpsia); hipertensão crônica antecedendo a gestação; e hipertensão crônica com 
toxemia superposta (KELLY, et al., 2015). No entanto, diferenciar essas situações tem sido 
um desafio para o profissional. Na maioria das vezes é possível apenas o diagnóstico 
retrospectivo que ainda assim pode ser algo eventual, uma vez que não se tem critérios 
precisos nem reciprocamente exclusivos (REISIM, 2016). 
Para Faria (2013), o parto ainda seria a única cura conhecida para esse transtorno 
que acomete as gestantes, no entanto, suas complicações podem ser precocemente prevenidas 
e diagnosticadas. É válido ressaltar a importância do monitoramento, rastreamento e 
acompanhamento pelo profissional de saúde a essas gestantes, durante, após e se possível até 
mesmo antes da gestação, para que assim, possa ter um prognóstico materno e perinatal mais 
eficaz (COELHO, 2014). 
É de suma importância realçar a necessidade de se manter um sistema de 
vigilância continua visando ter um controle mais eficaz da doença é preciso ainda que os 
profissionais de saúde estejam atentos aos sintomas apresentados pela mulher grávida durante 
a fase de sua gestação, uma vez que esta ainda é a melhor forma de ser diagnosticada e tratada 
antes de vir a desenvolver graves complicações. Assim, torna-se essencial destacar as ações 
da enfermagem durante a consulta de pré-natal visando à prevenção e/ou controle dessa 
doença de maneira efetiva (GUIDÃO, et al., 2018). 
Diante do exposto, pretende-se fazer uma análise de registros científicos que 
enfatizem os cuidados da enfermagem a gestantes portadoras de hipertensão, com intuito de 
demonstrar os impactos positivos que esse atendimento possa vir a ter para a paciente 
comprovando assim a relevância acadêmica e social deste estudo, considerando-se ainda sua 
possível colaboração no auxílio de novas pesquisas sobre esse conteúdo. 
 
2 PERCURSO METODOLÓGICO 
2.1 Tipo de estudo 
Trata-se de uma revisão de literatura elaborada a partir de material já publicado. Sendo 
que o material coletado passou por uma triagem acompanhada de anotações às quais foram 
utilizadas para descrever o presente estudo (GIL, 2010). 
 
- 4 - 
 
Para Medeiros (2004), a pesquisa bibliográfica baseia-se em fonte secundária que 
almeja alcançar na literatura científica subsídios de interesse, possuindo como objetivo a 
tentativa de oferecer aos autores informações relevantes
sobre a temática escolhida. Estas 
pesquisas têm o aperfeiçoamento de ideias (GIL, 2010). 
 
2.2 Construção e processamento das informações 
O estudo foi construído através de documentação indireta: revisão de literatura e 
pesquisas documentais. O processamento se deu pela organização de um acervo de material 
temático nos quais foram analisados documentos, bem como se utilizou de informações 
disponibilizadas por meio de busca de artigos científicos nas bases de dados LILACS 
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO (Scientific 
Eletronic Library Online) e BIREME (Biblioteca Virtual em Saúde), Google acadêmico. 
 
2.3 Da análise e critérios de inclusão e exclusão 
Foram analisadas as inferências norteadoras com base no estudo bibliográfico, 
comparando as informações e avaliando a maneira pelas quais os achados serviram para a 
análise da temática. As informações serão disponibilizadas e organizadas com base na 
literatura pertinente com foco na realidade atual. 
Os critérios de inclusão foram artigos na íntegra, pesquisa realizada no idioma 
português e inglês publicado entre 2010 a 2022 e que correspondesse aos objetivos do estudo. 
Já os critérios de exclusão dos artigos foram os textos disponibilizados parcialmente e artigos 
que não tenham relevância para o tema abordado. 
Realizou-se um levantamento da literatura, leitura prévia e fichamento de 59 
(cinquenta e nove) artigos; após uma segunda análise e aperfeiçoamento do conteúdo, 
selecionou-se 46 (quarenta e seis) artigos para construção das informações pertinentes, destes, 
utilizou-se 10 (dez) artigos de relevância para análise dos resultados e discussão. Vejamos na 
figura 1. 
 
 
 
 
 
 
- 5 - 
 
Figura 1 – Fluxograma do processo de seleção dos arquivos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Própria dos autores, 2022. 
3 RESULTADOS 
Em análise aos artigos, foi observado que a maioria dos problemas relativos à saúde da 
mulher geralmente surgem durante o período reprodutivo, mas especificamente durante a 
gravidez e o parto, possivelmente pelas intensas alterações que ocorrem em seu corpo durante 
essa fase (BRUCE, 2019; BRAZ, 2018; CASSIO, 2017; BENTES, 2016). 
Alguns autores afirmam que as Síndromes hipertensivas são as complicações que 
ocorrem com maior frequência e estão entre as primeiras causas de mortalidade materna no 
Brasil e do crescente índice de neonatos sequelados. Esse tipo de problema durante a fase 
materna tem sido visto como um indicador de saúde e econômico trazendo grande impacto 
financeiro (JACOBA, et al., 2020; GALDINO, et al., 2019; REISIM, 2016). 
Afeta de 10% a 22% das gestantes, sendo considerada a complicação clínica mais 
comum nas grávidas (SBC, 2016; EDGARD, 2013). 
De acordo com dados do Ministério da Saúde a hipertensão durante a gestação é 
apontada como a maior causa de morte materna no País, com um índice de aproximadamente 
35% dos óbitos com uma taxa de 140 a 160 mortes maternas/100.000 nascidos vivos. 
(OLEGARIO, 2019; JOIN, 2018; SBC, 2016; MORISON, 2015; BRASIL, 2012). 
Observa-se na literatura que dentre as ações para prevenção e manejo da hipertensão 
no período gravídico, tem-se como uma das principais recomendações, os cuidados com a 
alimentação e o incentivo à adoção de hábitos alimentares saudáveis (JACOB, 2020). 
Pesquisa nas bases de dados: LILACS, 
SciELO, BIREME, Google acadêmico 
para seleção dos artigos - 59 artigos 
iniciais. 
 
Leitura aprofundada com seleção de: 46 
artigos para compor o trabalho. 
Exclusão de 13 artigos que 
apresentou pouca ou nenhuma 
relevância. 
Seleção de 07 artigos para compor os 
resultados. 
 
- 6 - 
 
Para Sousa (2021), é importante que as gestantes sejam estimuladas e orientadas em 
relação ao controle da ingestão de sódio na alimentação, e a inclusão de alimentos ricos em 
potássio nas refeições diárias e fracionar as refeições durante o dia de forma quantitativa para 
uma dieta equilibrada. 
Outras condutas, observadas com a leitura dos artigos, seria a pratica de atividade 
física como estratégia para a prevenção da hipertensão gestacional. Alguns autores citam essa 
como uma ação adotada durante o período gestacional que tem apresentado como benefícios 
para a gestante a diminuição de sintomas gravídicos, o melhor controle ponderal, manutenção 
da aptidão física e da saúde, auxílio no retorno venoso e melhora nas condições de irrigação 
da placenta (GUIDÃO, et al., 2020; GALDINO, et al., 2019; BRUCE, 2019, VERA, 2017). 
 
 
Quadro 1: Registro dos artigos selecionados 
 
Autor /Ano Título Resultados Conclusões 
SOUSA, et 
al., 2021 
Cuidados de 
enfermagem para 
prevenção e manejo 
da Hipertensão 
Arterial em gestantes 
na Atenção Primária 
Foi constatada a importância da 
assistência de enfermagem no pré-
natal, bem como da qualificação dos 
profissionais no manejo adequado das 
gestantes hipertensas e, portanto, na 
prevenção das possíveis complicações, 
que deve repercutir de maneira 
positiva na redução das taxas de 
mortalidade materno- infantil 
Evidenciou-se no estudo o 
significativo percentual de 
mulheres jovens com 
hipertensão durante a 
gestação assim como a 
existência de fatores de 
risco entre estas mulheres. 
SOUSA, et 
al., 2020 
Epidemiologia da 
hipertensão arterial 
em gestantes 
O estudo foi realizado com 114 
mulheres com idades d 10 a 45 anos, 
das quais 43% tinham hipertensão 
crônica, 33,3% se apresentaram com 
até 20 semanas de gestação, 23,7% se 
apresentaram após a 20ª semana da 
gestação, 62,3% tinham idade entre 18 
e 35 anos, 78,1% tinham antecedente 
familiar com hipertensão arterial, 
11,4% com idade entre 36 a 45 anos 
estavam na primeira gestação, e 26,3% 
com a mesma idade estavam a partir da 
segunda gestação. 
Após análise 
epidemiológica no 
resultado da prevalência 
da hipertensão arterial, 
foram encontradas 
gestantes com hipertensão 
arterial crônica, 
hipertensão arterial 
preexistente descoberta 
durante a gestação e 
doença hipertensiva 
específica da gestação. Em 
relação aos possíveis 
fatores associados à 
hipertensão arterial, foram 
encontrados: idade mais 
elevada, antecedentes 
 
- 7 - 
 
familiares de hipertensão, 
preexistência de 
hipertensão, gestações 
tardias, diabetes, 
obesidade e frequente 
consumo de alimentos 
processados. 
JACOB, et 
al., 2020 
Perfil 
socioeconômico, 
demográfico e 
obstétrico de 
gestantes com 
Síndrome 
Hipertensiva de uma 
maternidade pública. 
Prevaleceram gestantes com 
hipertensão crônica (60,83%). Quanto 
ao perfil socioeconômico e 
demográfico, prevaleceram gestantes 
com idade média de 30,9 ± 6,9 anos. 
Quanto ao perfil obstétrico, eram 
gestantes com Índice de Massa 
Corporal até 66, pressão arterial 
levemente elevada, média de cinco 
consultas pré-natais, duas gestações, 
um parto e nenhum aborto. As 
mulheres com hipertensão crônica 
eram mais velhas (p=0,0024), tinham 
menor idade gestacional (p=0,0219) e 
maior número de abortos (p=0,0140) 
As gestantes apresentam 
sobrepeso/obesidade, 
idade média de 30,9 anos 
e vulnerabilidade social. 
As gestantes com 
hipertensão arterial 
crônica são mais velhas e 
com maior número de 
abortos. 
GUIDÃO, 
et al., 2020 
Assistência de 
enfermagem no 
cuidado às gestantes 
com complicações da 
síndrome 
hipertensiva 
gestacional: uma 
revisão integrativa. 
Constatou-se que a atuação do 
enfermeiro na assistência a mulheres 
com hipertensão gestacional e pré-
eclâmpsia contribui para a redução das 
taxas de mortalidade materno-infantil. 
Por fim foi percebido que 
a equipe de enfermagem 
precisa de estudos 
constantes sobre a 
Síndrome Hipertensiva 
Gestacional, para que 
possa prestar um 
atendimento de qualidade 
e eficaz, conseguindo 
identificar precocemente e 
intervir com estratégias 
que possibilite a 
minimização de 
intercorrências 
indesejáveis
no futuro. 
GALDINO, 
et al., 2019 
O conhecimento das 
gestantes sobre 
síndrome 
hipertensiva 
específica da 
gravidez 
A análise permitiu fazer a 
caracterização das pacientes mediante 
o perfil de identificação desta gestante; 
os fatores de risco biológico; e 
acompanhamento e monitoramento 
gestacional. Em relação as categorias 
Conclui-se com as falas 
apresentadas que há 
deficiências no 
conhecimento da gestante 
sobre a SHEG, cabendo ao 
enfermeiro um 
 
- 8 - 
 
de análise do estudo foram 
identificadas três no desenvolvimento 
do trabalho: “A percepção da 
Síndrome Hipertensiva Especifica da 
Gravidez (SHEG) pela Gestante; 
“Quando a Gestação mascara sinais e 
sintomas da SHEG” e “O 
conhecimento insuficiente da gestante 
sobre a relação a Pré-eclampsia e 
eclampsia. 
planejamento satisfatório 
no cuidado junto a uma 
equipe inter e 
multidisciplinar. 
GIANNE, 
2019 
Planejamento sobre 
cuidados a saúde da 
gestante 
Nota-se que com planejamento e uma 
equipe altamente qualificada os 
cuidados a saúde da mulher tornam-se 
eficazes. 
O enfermeiro é 
responsável pelo 
planejamento e 
capacitação da equipe, 
visando ações favoráveis a 
saúde da gestante. 
MEDEIRO
S, et al., 
2019 
Acompanhamento 
pré-natal da gestação 
de alto risco no 
serviço público 
A adequação do pré-natal foi alta 
(74%); 22,6% intermediária; 3,4% 
ineficiente.O pré-natal teve alta 
cobertura (100%), início precoce 
(81,5%) e realização de seis ou mais 
consultas (92,4%), porém (77,4%) não 
receberam informação sobre doença 
gestacional e resultados de exames 
(69,3%). Houve significância 
estatística entre a qualidade do pré-
natal e o local da realização do pré-
natal (p=0,005). 
Evidenciou-se a 
necessidade de 
implementação de 
protocolo específico à 
gestação de alto risco e 
educação continuada às 
equipes. 
REIS, 2019 
Cuidados da 
enfermagem a 
gestantes de alto 
risco e confiabilidade 
do paciente a equipe 
de saúde 
Foi observado que para se ter 
sucesso no que se cuida, é preciso 
esforço e dedicação, além de uma 
vasta área de conhecimentos 
especializados, o enfermeiro obstetra 
não só tem a responsabilidade sobre os 
cuidados da mãe como também da 
nova vida que se forma dentro dela e 
para obter êxito nesses cuidados ele 
precisa está alerta a cada passo de 
alerta. Uma gravidez de alto risco 
nunca é silenciosa, mas precisa sempre 
de um olhar clinico e cuidados 
especiais. 
Quando o 
enfermeiro percebe que 
possui importante papel na 
vida das gestantes de alto 
risco e passa a ter vínculos 
mais efetivos nos cuidados 
doados e ganha a 
confiança da paciente, o 
sucesso da assistência é 
garantido, mesmo que o 
caminho até o nascimento 
seja cheio de obstáculos. 
CASSIO, Assistência da O acompanhamento da enfermagem O controle da doença 
 
- 9 - 
 
2017 enfermagem na 
síndrome 
hipertensiva 
gestacional em 
obstetrícia 
traz lucidez a paciente, uma vez que 
esse profissional está em maior contato 
com ela informando, aconselhando, 
orientando. O enfermeiro obstetra tem 
papel fundamentação no parto seguro. 
hipertensiva depende da 
gravidade dos sintomas, 
da conduta do médico, da 
compreensão e 
comprometimento da 
mulher. É muito 
importante para a gestante, 
para o filho e para a 
família o ensinamento e a 
orientação cuidadosa em 
relação ao problema. 
VERAS, 
2017 
Perfil da gestante 
com síndrome 
hipertensiva na 
gestação na atenção 
primária a saúde. 
Os resultados mostram o perfil das 
gestantes sendo 76% das entrevistadas 
com idade entre 18 e 35 anos, 52% são 
casadas, 44% é dona de casa, 64% é de 
raça parda, 64% concluiu o ensino 
médio, 74% tem renda total da casa 
entre 1 e 3 salários mínimos, 12% é 
fumante e 4% é alcoolista, 68% nunca 
abortaram, 74% já tem filho, 37% fez 
cesáreas antecedentes, 82% nunca 
tiveram parto vaginal, 76% não é 
portadora de Diabetes Mellitus, 60% 
tem HAS Crônica, 52% nunca tiveram 
infecção urinária, 82% não tiveram 
dificuldade nenhuma para engravidar, 
94% não é portador de nenhuma 
cardiopatia, 92% das entrevistadas a 
gestação é única, 48% está com 
sobrepeso e 66% não tiveram gestação 
planejada 
O perfil das gestantes 
acometidas pelas 
síndromes hipertensivas 
da gestação são mulheres 
que já tem Hipertensão 
crônica, que são 
multíparas, de cor parda, 
casadas, com sobrepeso, 
com ensino médio 
completo, trabalham 
apenas em casa, possuem 
idade entre 18 a 34 anos e 
tem renda média 
 
Fonte: própria da pesquisa, 2021 
 
De acordo com as análises dos artigos existentes na literatura atual, verificou-se que a 
atenção e o acompanhamento destinado a gestante nas consultas de pré-natal prestada de 
maneira humanizada e qualificada tem contribuído com a promoção de saúde e prevenção de 
complicações. O profissional deve ser extremamente habilitado para o acompanhamento da 
gestante nas consultas de pré-natal para fazer a classificação de risco da gestante e identificar 
situações de risco e, portanto, prevenir as complicações relacionadas a hipertensão arterial 
durante a gestação. 
 
- 10 - 
 
Os profissionais responsáveis pelos cuidados obstetras possuem um ponto de vista de 
integralidade do cuidar, proporcionando um conforto a paciente em todo o seu pré-natal, além 
de criar um relacionamento adequado com os familiares participantes. Nota-se que o simples 
fato de ouvir as pacientes faz despertar nelas sentimentos de autoestima possibilitando 
melhora na qualidade do tratamento. 
Na maioria dos trabalhos observa-se que os autores falam que uma equipe bem 
capacitada é a chave para um tratamento eficaz (MEDEITOS, et al., 2019; REIS, 2019; 
CASSIO, 2018). Sem dúvida a capacitação profissional e conhecimento ampliado traz 
segurança na atuação do enfermeiro, ele se torna capaz de perceber possíveis complicações, 
além de ter ideias para solucionar todo e qualquer problema. 
O cuidado da enfermagem a gestantes portadoras de hipertensão tem sido visto por 
muitos autores, como algo essencial que precisa não só de estudo aprofundado para se ter 
qualidade, mas também ser capaz de expressar e perceber sentimentos é preciso de 
humanização (GUIDÃO, et al., 2020; GALDINO, et al., 2019; BRUCE, 2019). 
Assim, pode ser evidenciado que conhecimento e cuidado humanizado são um 
diferencial para a sua atuação do enfermeiro frente ao paciente que necessita de cuidados tão 
específicos. Ressalta-se que o interesse em se qualificar de forma constante precisa prevalecer 
sobre qualquer outro. O saber cuidar e a forma de cuidar é essencial para se ter sucesso 
profissional quando falamos em saúde e segurança do paciente. 
 
4 DISCUSSÃO 
Os picos elevados de pressão se tornam preocupantes quando começam a ocorrer de 
forma frequentes e constantes na vida de uma pessoa, possivelmente relacionados, ao longo 
de uma vida, a fatores hereditários, sedentarismo e hábitos alimentares não saudáveis 
(TORRES, 2020). 
A hipertensão arterial é uma doença crônica e sua principal característica são esses 
picos elevados de pressão sanguínea exercida nos vasos. É geralmente diagnosticada quando 
os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg 
(SBC, 2007; NASCIMENTO et al., 2017). 
 
- 11 - 
 
De acordo com Henrique, et al. (2012), a pressão arterial é a força do sangue contra as 
paredes das aterias quando o coração o bombeia. Caso ocorra uma elevação da pressão e 
assim permaneça alta ao longo do tempo, inúmeros danos ao organismo são gerados. 
Essa elevação na pressão do sangue faz com que o coração precise exercer esforços 
maiores do que o normal para que o sangue seja distribuído corretamente pelo corpo, fato 
que pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma arterial e 
insuficiência renal e cardíaca (CASSIO, 2017). 
O cérebro é o órgão mais afetado por picos elevados de
pressão arterial. Nesse caso, os 
vasos mais estreitos ficam obstruídos o que pode provocar hemorragias de pequena extensão, 
eventos que na maioria das vezes são imperceptíveis, mas que destroem os neurônios, quadro 
conhecido como demência vascular que leva à perda de memória e outros prejuízos cognitivos 
(VERA & LIMA, 2019). 
Essa doença é considerada a maior responsável pela incidência de mortalidades 
cardiovasculares, como o temido acidente vascular cerebral, tanto hemorrágico que ocorre em 
razão do rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro, como o isquêmico e é ocasionado 
pelo entupimento de um vaso que leva sangue ao órgão. Mesmo em casos não fatais, o 
acidente vascular cerebral pode levar a paralisia e dificuldades relacionadas à fala e à 
memória (SOUSA, et al., 2020). 
Cerca de 80% da ocorrência de acidente vascular cerebral, relaciona-se com a pressão 
arterial alta. Portanto, sua detecção e controle são vistos como um ponto chave e essencial 
para qualquer programa de prevenção de acidente vascular cerebral, devendo ser esse o maior 
foco (FARIA, 2013). 
 
4.1 Classificação das síndromes hipertensivas 
Para Moura, et al., 2011, as síndromes hipertensivas podem ser classificadas de acordo 
com à prevalência, gravidade e efeitos sobre o bebê indo da hipertensão crônica, pré-
eclâmpsia até a forma mais grave, eclâmpsia, podendo evoluir para a síndrome de HELLP 
trazendo consequências ainda maiores para a mãe e o feto. Cerca de 4% a 12% das gestantes 
hipertensas são afetadas pelas HELLP (BRASIL, 2012). 
4.1.1 Hipertensão Crônica 
Tem-se a hipertensão crônica quando a pressão arterial encontra-se elevada antes da 
gestação, ou antes, de 20 semanas de gestação, é um mal que pode causar complicações em 
 
- 12 - 
 
aproximadamente 1 a 5% de todas as gestações. Nesse caso os valores da pressão sistólica 
apresenta-se igual ou maior a 140 mm Hg e/ou da diastólica igual ou maior a 90 mmHg. É 
vista na literatura que está relacionada a um aumento significativo de morbimortalidade 
materno e infantil (BRASIL, 2012; RODRIGUES, 2016). 
4.1.2 Hipertensão pré-eclâmpsia 
Na pré-eclâmpsia/eclampsia, observa-se a elevação da pressão arterial após a vigésima 
semanas de gestação (em casos de doença trofoblástica gestacional ou hidrópsia fetal, pode 
ser observado antes), nesse caso o exame clínico pode detectar proteinúria, e na ausência 
desta pode ser confirmado pela presença de cefaleia, distúrbios visuais, dor abdominal, 
plaquetopenia e aumento de enzimas hepáticas (BRAWN, et al., 2018). 
Acredita-se que esta é uma complicação grave da gravidez que se desenvolve a partir 
de problemas decorrentes do desenvolvimento dos vasos da placenta, que levam a espasmos 
nos vasos sanguíneos, capacidade de coagulação sanguínea alterada e diminuição da 
circulação do sangue (SANTOS, et al., 2019). 
A pré-eclâmpsia parece está relacionada à primeira gravidez, caso a mulher tenha mais 
que 35 anos ou menos que 17 anos, é portadora de diabetes, obesa, está grávida de gêmeos ou 
tem histórico de doença renal, e hipertensão (FEBRASGO, 2017). 
É recomendado que a gestante faça atividade física durante a gestação mesmo na 
ausência de qualquer anormalidade, mediante avaliação médica especializada e prescrição 
realizada por um profissional de educação física. No período de gestação normal, mulheres 
praticantes de exercícios podem continuar se exercitando com prescrição adequada para cada 
período gestacional. Além disso, essas grávidas precisam seguir uma dieta controlada, 
diminuir o sal na comida, consumir pouco açúcar, diminuir a ingestão de gordura, fazer 
controle do peso, evitando assim uma gravidez com riscos (BRUCE, 2019). 
Em relação ao tratamento da pressão alta durante a gravidez, em estados leves, o foco 
deve ser as medidas não farmacológicas. Porém as formas moderada e grave deve-se optar 
pelo tratamento usual recomendado para cada condição clínica específica (BRASIL, 2013). 
4.1.3 Hipertensão eclâmpsia 
No caso da eclâmpsia propriamente dita, o feto passa a liberar proteínas diretamente 
na circulação sanguínea da mãe e estas por sua vez desencadeiam uma resposta imunológica 
da gestante, que agridem as paredes dos vasos sanguíneos e causam vasoconstrição com 
consequente aumento da pressão arterial (MASNEI, 2014). 
 
- 13 - 
 
Na hipertensão gestacional a pressão arterial apresenta-se alta de forma persistente (em 
três ou mais aferições realizadas em dias alternados) após 20 semanas de idade gestacional, 
podendo retornar aos limites normais transcorridas 12 semanas após o parto, é uma situação 
preocupante que deve ser acompanhada e considerada de alto risco (BRASIL, 2016). 
Um estudo realizado na região sul do Brasil, revela que as gestantes com síndromes 
hipertensivas apresentam uma prevalência de 11,1%, sendo a hipertensão gestacional, 
responsável por um total de 39,2% dos casos (KERBER, et al., 2017). 
Assim, ressalta-se a importância da equipe estar capacitada para conhecer os primeiros 
sinais relacionados às síndromes hipertensivas para que se possam estabelecer estratégias para 
a prevenção e início imediato do tratamento, evitando o surgimento de complicações graves 
(GUIDÃO, et al., 2018). Fato que será conseguido com adesão dessas gestantes ao pré-natal. 
 
4.1.4 Hipertensão Gestacional 
A gravidez é o momento mais perfeito na vida de uma mulher resultante da 
fecundação de um óvulo pelo espermatozoide, que se aloja na parede do útero e termina no 
momento de nascimento (BRASIL, 2010). Suas etapas geralmente ocorrem sem 
intercorrências, no entanto em alguns as complicações são inevitáveis e colocam em risco 
tanto a vida do bebê quando da mãe, como no caso da hipertensão gestacional (REIS, 2019). 
É relevante ressaltar que estudos apontam que gestantes que apresentam hipertensão 
arterial durante a gravidez e seis semanas após o parto, apresentam maior probabilidade de 
desenvolver hipertensão arterial crônica (SOUSA, et al., 202). 
No entanto, essas complicações hipertensivas ocorridas durante o período gestacional 
têm se mostrado associadas a complicações graves fetais e maternas com um risco maior de 
mortalidade materna e perinatal. Em países em desenvolvimento, esse problema, é 
considerado uma das principais causas de mortalidade maternas e o responsável por um 
grande número de internações em centros de tratamento intensivo (SALGE, et al., 2017). 
É uma doença relacionada a fatores ambientais e genéticos, dentre estes a nutrição 
humana. Além de que, estudos comprovam cientificamente que a hipertensão esteja 
diretamente relacionada a dietas ricas em sódio com baixo consumo de potássio 
(FERNANDES, et al., 2019). 
Para Pascoal (2019), o primeiro trimestre de gravidez é geralmente marcado pelas 
modificações mais importantes, pois é nesse período que se forma o corpo do embrião e 
 
- 14 - 
 
membranas que são indispensáveis no desenvolvimento do feto. No entanto essas mudanças 
fisiológicas podem ocasionar doenças preexistentes, nesse caso, a hipertensão arterial, uma 
vez que, todo o organismo da mulher é alterado. Portanto um acompanhamento pré-natal 
durante toda a gravidez seria essencial para realizar medidas para minimizar estes os riscos 
(BRUCE, 2019). 
Uma vez que esse distúrbio hipertensivo durante a gestação tem sido visto como a 
primeira causa direta de mortalidade materna no Brasil e a segunda causa nos Estados Unidos 
estando relacionadas a aproximadamente 15% dos óbitos. É uma doença que atinge 
geralmente cerca de 6 a 8% das gestações, contribuindo para o aumento da ocorrência de 
partos pré-termo, de fetos natimortos, de mortalidade e morbidade neonatal (SOUZA, 2017). 
Para Olegário (2019) mulheres acometidas por hipertensão arterial têm 98% mais 
predisposição a desenvolver complicações graves, tais como: descolamento prematuro da 
placenta, coagulação intravascular disseminada, hemorragia cerebral, insuficiência hepática e 
insuficiência
renal aguda. 
Outro fato relevante é a prematuridade decorrente da hipertensão gestacional. Um 
estudo realizado pelo Hospital da Mulher da Unicamp em Campinas (São Paulo), onde foram 
envolvidos 19 hospitais de referência no país, constatou que a hipertensão gestacional é a 
responsável por mais de 90% dos partos prematuros não espontâneos no Brasil (TEIXEIRA. 
2016). 
 
4.2 Ações da enfermagem inseridas nas equipes de Saúde da Família para gestantes com 
hipertensão 
Para Masnei (2014), existem algumas estratégias de intervenções que devem ser 
adotadas pela equipe de saúde, inclusive pelo enfermeiro. Primeiramente é importante que 
haja um vínculo de confiança entre a equipe e a gestante. Através de um atendimento de 
qualidade, com recursos inovadores que satisfaça as expectativas da mesma. Facilitar acesso 
aos exames laboratoriais, dando prioridade a essa futura mãe. É de responsabilidade da equipe 
de saúde orientar as gestantes e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da 
amamentação, vacinação (contra tétano e hepatite B), preparo para o parto e puerpério. É 
interessante a realização semanal ou quinzenalmente de atividades em grupos de gestantes, 
estimulando-as a participarem dos mesmos, destacando a importância de suas participações. 
Nestes encontros devem-se abordar temas de interesse das mesmas, como aleitamento 
 
- 15 - 
 
materno, medicações, vacinação, orientações sobre a alimentação e a sua importância para a 
gestante e para o desenvolvimento fetal. 
Em relação à alimentação, a gestante deve evitar gordura e frituras, restringir uso de 
sal, seguindo uma dieta balanceada com todos os nutrientes, vitaminas e sais minerais. Dar 
ênfase também à importância do auto cuidado, como o fazer repouso com as pernas elevadas, 
uso de sapatos de saltos baixos e confortáveis, roupas leves e folgadas, calcinhas de algodão 
com sustentação para evitar outras complicações; uso de meias elásticas indicadas para 
gestante. 
O enfermeiro precisa orientar a gestante quanto aos cuidados com os seios, não 
passando cremes na aréola, ao uso do banho de sol nessa região e ao tomar banho passar uma 
bucha nos mamilos para fortalecê-los (SILVA, 2015; BRASIL, 2013). 
Ressalta-se a importância do cadastramento da gestante no Sistema de 
Acompanhamento do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento 
(SISPRENATAL) e o fornecimento do Cartão da Gestante devidamente atualizado a cada 
consulta (SOUSA, et al., 2021). 
A gestante deve ser orientada em relação aos sinais e sintomas que possam surgir 
durante a gravidez, e quais providências poderia tomar; fazer acompanhamento e controle dos 
sinais vitais, priorizando a aferição da pressão arterial, diariamente, na Unidade Básica de 
Saúde. As visitas domiciliares devem ser constantes durante o período gestacional e 
puerperal, reforçando o vínculo estabelecido entre as grávidas e a Unidade Básica de Saúde, 
sendo de caráter integral e abrangente sobre a gestante, família e o contexto social (TOMAZ, 
2019; MASNEI, 2014; BRASIL, 2013). 
O enfermeiro de atuar investigando os casos predisponentes para a hipertensão 
gestacional em nível de consulta pré-natal. Para que por meio dos resultados obtidos, possam 
ser elaborados planos assistenciais que permitam a redução das manifestações clínicas, 
visando a promoção da saúde, diagnóstico precoce e tratamento específico (SILVA, 2017). 
De acordo Sousa (TOMAZ, 2019), a prevenção da doença gestacional ocorre quando a 
gestante assume a responsabilidade de atentar para sua saúde, que faz o pré-natal e sabe 
reconhecer as alterações que necessitam de avaliação, e isso permitirá o diagnóstico e o 
tratamento antes que as formas clínicas se instalem e as complicações ocorram. Porém, isso só 
será possível quando o enfermeiro passar a atuar com mais intensidade no pré-natal, no 
 
- 16 - 
 
planejamento familiar, nos grupos com pessoas portadoras de hipertensão, de diabetes e em 
outras ações educativas. 
 
5 CONSIDERAÇÕES 
De acordo com o estudo sobre o enfermeiro nos cuidados às gestantes portadoras de 
hipertensão, destaca-se notoriamente a importância do profissional de enfermagem, de modo 
que o enfermeiro esteja sempre em constante atualização profissional pautada em temas atuais 
para que possa atender suas pacientes hipertensas com garantia e qualidade em seus 
procedimentos. 
Notou-se que os autores amplamente discutem na literatura que a síndrome 
hipertensiva é na atualidade uma das maiores causas de complicações no parto e óbito 
materno-infantil, fato de grande preocupação entre as políticas públicas. Assim o enfermeiro 
inserido na atenção básica tem importante papel no atendimento dessas pacientes e 
encaminhamento aos especialistas, evitando agravos que podem levar a complicações 
maiores. 
Outro fato importante em relação ao cuidado dispensado pelo enfermeiro ao paciente 
seria o atendimento humanizado oferecido por ele durante o pré-natal levando mais segurança 
a essas pacientes para que prossigam nas consultas durante toda a gestação. 
Nota-se que o enfermeiro nesse no processo de cuidar é peça primordial, o primeiro 
profissional a entrar e último a sair. É o profissional que permanece por mais tempo e mais 
próximo do paciente oferecendo a ele recursos e táticas que permita passar por esse 
procedimento de forma mais branda. Mas, para isso antes é importante estabelecer uma 
relação de confiança, entre o paciente e seu cuidador. 
Constatou-se ao final desta pesquisa que a literatura legitima tem o profissional de 
enfermagem como fundamental ao tratamento e acompanhamento, uma vez que ele, ao se 
tornar responsável pelo paciente, passa a oferecer uma assistência digna e integral em todo o 
período de realização do mesmo. 
Assim, é possível perceber que o enfermeiro estando bem preparado e qualificado, 
conseguirá ter sucesso na prevenção de agravos, proporcionando uma intervenção mais rápida 
e eficaz por meio de um diagnóstico precoce em casos de complicações, evitando uma 
evolução para casos mais graves ou até mesmo óbito. 
 
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