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Todas as aulas de IESC Semana 2 – família O que é família? Família é um pequena comunidade humana cujos membros tem contato direto, laços emocionais e de cuidado e uma história compartilhada • Sistema aberto, dinâmico e complexo • Membros pertencem a um mesmo contexto social • Lugar de reconhecimento da diferença e do aprendizado • Sede das primeiras trocas afetivo emocionais e da construção de identidade O conhecimento de família permite o entendimento do contexto onde a pessoa está inserida Algumas questões ficam explicitas no domicílio: • Proteção, apoio e fonte de modelos • Conflitos, desagregação e disfuncionalidade Estrutura familiar: • Quantidade de pessoas que moram em um mesmo domicilio • Funções de cada morador • A partir dessas informações é possível compreender a funcionalidade familiar • Identificar pontos fortes e pontos fracos Sistema familiar: Sistema conjugal: união de duas pessoas com um conjunto de valores e expectativas, tanto explicitas quanto inconsciente Sistema parental: envolve a educação dos filhos e funções de socialização. Esse subsistema pode ser ampliado para avos ou tios, ou excluir completamente um dos pais desse sistema. Sistema fraterno: composto por similares, irmãos, amigos ou primos, e nesse sistema será desenvolvido a capacidade de negociação, de cooperação, de pertinência e de reconhecimento Dinâmica familiar: • Limites: claros e flexíveis e podem levar alguma disfuncionalidade quando são muito rígidos • Papeis: cada integrante tem seu papel, pai, mãe, empregador, etc. • Comunicação: falada e não falada • Transgeracionalidade: observar a família nuclear e as outras gerações como os avos, aqui podemos identificar a forma com que a família repete, rituais, entre outras rotinas Ciclo vital: Ciclos de vida em famílias populares: Famílias reconstruídas: • Famílias formadas por adultos que já tiveram casamento anterior com filhos • Morte ou separação conjugal • Todos sofreram em algum momento • Pode ocasionar desequilíbrio do sistema familiar • Laços parentais podem interferir na vinculação do novo casal • Filhos pertencem a duas casa e precisam manter os vínculos • Podem acumular estágios do ciclo vital, exemplo formação do novo casal e família com filho adolescentes • Importante permitir a diversidade de experiencia e não rotular o outro Famílias estendidas: • Avos e avos fazem parte • Assumem a responsabilidade do cuidado perante situação adversa • Convívio entre 3 gerações • Suporte financeiro • Colaboração em tarefas parentais Durante a consulta: • Importante conhecer a pessoa como uma pessoa e seu contexto • Identificar o ciclo de vida • Tentar compreender o contexto de funcionamento familiar • Quem é família para esse paciente • Como pode estar relacionada a situação familiar com a condição que o paciente demanda na consulta • Pode ser necessária uma entrevista familiar e o uso da família como recurso terapêutico • Tentar identificar violência Semana 3 - ferramentas de abordagem familiar Genograma: • Maneira de descrever a família • Composta por pelo menos 3 gerações • Retrata a arquitetura familiar • Casal com filho em idade escolar • Observar o ciclo de vida familiar • Compreender as tarefas e processos emocionais • Mãe largou emprego para cuidar do filho, porém passa quase todo o dia na casa de sua mãe para ajudá-la pois ela é muito doente • Filho vai para escola de manhã (horário que a mãe vai auxiliar a sua mãe com os cuidados do lar e dos irmãos com esquizofrenia e do pai com Alzheimer) • Pai é jardineiro e trabalha o dia todo em uma floricultura • Pai acredita que é bem educado por ter apanhado bastante (e repete isso com seu filho) • Avós (paternos) foram em uma consulta com o neto e informaram que: • Criança é tranquila, assiste televisão e come bolacha, “quase não se percebe a criança em casa” • O problema é que os pais não sabem educar • Questiona se a criança tem problema neurológico, em virtude do histórico da família materna • Brincadeira predileta da criança acontece no jardim (com relação a profissão do pai e avô / é onde mais recebe punição do pai) • Criança tem defeito congênito na mão (ausência de todos os dedos da mão) • Algumas situações implícitas podem ajudar a disfunção familiar (culpa pelo defeito congênito, expectativas do primeiro filho, sobrecarga de trabalho que consome o tempo e a possibilidade de dedicação núcleo familiar…) Leitura do genograma em dois eixos: • Horizontal: descreve a família, como ela se move no tempo e como lida com as mudanças e transições do ciclo de vida familiar • Vertical: conexões que afetem a família e indivíduo naquele momento, retratando consequências que padrão familiar de outras gerações causou. Lembrar que: Toda família pode passar por períodos de disfunção ou sobrecarga Repetição de padrões por modelos implícitos de funcionamento familiar. Ecomapa: • Complementa o genograma • Apresenta as interligações da família com a comunidade • Permitem a visualização de áreas com potencialidades a serem exploradas • Registro da rede social • Traz informações que as vezes ficam omitidas durante as avaliações A.P.G.A.R Pontuação: • 2 pontos para quase sempre • 1 ponto para as vezes • 0 pontos para raramente Resultado: • 7-10 família altamente funcional • 4-6 família moderadamente disfuncional • 0-6 família disfuncional P.R.A.C.T.I.C.E • P: problema apresentado • R: Papéis e estrutura • A: afeto • C: comunicação • T: tempo no ciclo de vida • I: doenças na família • C: resiliência ao estresse • E: ecologia Como se descobre tudo isso? Através de entrevistas F.I.R.O Aula 4 – método clinico centrado na pessoa A consulta médica: • Evento central da vida do profissional médico • Manifestação da relação clinica • Tem consequência para todos os envolvidos • Necessidade de uma resposta (o que não quer dizer que é necessário uma resposta definitiva) • Vários problemas podem ser abordados • Queixas podem ter várias características (e até mesmo podem ser inexplicáveis sob o ponto de vista da linguagem médica) A consulta na APS: • Parceria entre profissional e usuário • A afeição pode ocorrer à primeira vista ou pode demandar de uma segunda chance • Características da APS • Construção de vinculo • Construção conjunta de cuidado • Ações dentro e fora do consultório • Lembrar da importância do papel do usuário no cuidado a sua saúde • Identificar os problemas de saúde e refletir sobre suas repercussões Para o médico, o preparo começa com: • Graduação e aprendizado • Observação de modelos (identificação ou não) • Escolha da especialidade (cuidado ampliado x cuidado especifico) • O momento de vida atual • Culmina com a pré consulta, leitura do prontuário, conhecimento prévio da pessoa que vem consultar, observação da sala de espera. A consulta do ponto de vista do usuário: • Sempre tem suas ideia • Já refletiu sobre as questões • Tem uma teoria sobre o que tá acontecendo • Tem preocupações e expectativas em relação ao médico, diagnostico e atendimento. A consulta do ponto do médico: • Evento principal • Momento de entender o conteúdo e o processo • Pensar em integralidade (continuidade do cuidado e retornos previsto) • Demora extendida = Demora permitida = processamento de informação ao longo do tempo (retornos) • Diagnostico estendido = = alterado ao longo do tempo conforme incorporações de informações • Cuidado compreensivo = considera as necessidades físicas e psicológicas da pessoa, da família, do trabalho e da comunidade • Cuidado preventivo = Cada momento é uma oportunidade para promoção da saúde • Usode maneira adequada dos recursos • Acesso a outros pontos de atenção quando necessário Habilidades envolvidas na consulta da APS: • Organização da consulta • Entrevista • Coleta de história/informações • Exame adequado • Elaboração diagnóstico • Resolução de problemas • Prescrição adequada • Vínculo Lembrar: • Autonomia do usuário • Devem assumir o papel no cuidado da sua saúde (mudança de paradigma) • Colaboração mútua • Manutenção de um bom relacionamento O que é o MCCP: • Longitudinalidade do cuidado • Centrado na pessoa • Compartilhamento de responsabilidades • Dividido em algumas etapas Etapas do MCCP: 1. Explorando a saúde, a doença e a experiência da doença 2. Entendendo a pessoa como um todo (o indivíduo, a família e o contexto) 3. Elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas 4. Intensificando a relação entre a pessoa e o médico Experiencia da doença: Uma determinada doença (disease) é o que todos com essa patologia tem em comum, mas a experiência sobre a doença (illness) de cada pessoa é única. Explorando a Saúde, a Doença e a Experiência da Doença: • Momento do olhar amplo, além da doença • Entender a percepção de saúde para a pessoa • Entender a experiência da doença • Conceitos pessoais, subjetivos que envolvem sentimentos como medo, perda, solidão… Entendendo a Pessoa como um todo, o indivíduo, a família e o contexto: • Pessoa é inteira • Informações são adicionadas a cada visita • Conhecimento da família, das particularidades, das crenças, das vivências e da etapa do ciclo vital é necessário • Estar doente é só mais uma dimensão em tudo isso que a pessoa é e está inserida • Momento de não ver o acompanhante como um dificultador, mas sim, alguém que vai auxiliar no entendimento do contexto • Oportunidade de conseguir apoiadores para auxilio no tratamento Elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas • Definição do problema a ser manejado • Médico e pessoa podem ter opiniões divergentes • Momento de conciliação • Estabelecimento de metas e prioridades no tratamento • Buscar o momento adequado • Encorajar a participação (para melhorar a adesão) • Identificação dos papéis a serem assumidos (médico/pessoa) • Médico deve ser flexível, aberto, oportunizando perguntas Intensificando a relação entre a pessoa e o médico • Cada visita é um momento de construção • Trabalho conjunto • Escuta ativa • Respeitando as diferenças MCCP e Equipe Multiprofissional: • APS é complexa para trabalhar sozinha • Vários profissionais podem enriquecer o acompanhamento • Visualização de outras faces por outros profissionais com experiências e vivências distintas • Identificar as potencialidades para trabalhar em conjunto AULA 5 - Plano terapêutico singular Para quem é o PTS? Casos mais complexos que a equipe não conseguem resolver sozinha Papel da equipe • Elo fundamental • Traz informações sobre sujeitos e situações de vida • ACS são nossos olhos dentro da casa das pessoas • Experiencia dos membros da equipe deve sempre ser valorizada • Uma equipe com relacionamento bom tende a ter melhores resultados • Diálogo entre pessoas, serviços, rede Lembrar que: • As pessoas não são apenas a doença • A doença não é o foco central • Não devemos limitar a pessoa a um diagnostico • E necessária a personalização do suporte ao usuário • Mais cuidado individual e menos rótulos: poli queixoso, atestadite Cuidado individual • Diagnosticar • Tratar • Pensar além do técnico: contexto social, singularidade • Ter visão ampliada • Possibilidades de intervenção variadas • Transformação da vida pessoal • Levar em consideração a autonomia do indivíduo sobre a própria saúde • Conhecimento do profissional e da equipe Abordando a situação: • Visita domiciliar pós alta e de acompanhamento • Avaliação das condições familiares e socioeconômicos • Questionar o usuário sobre o entendimento da sua doença e tratamento • Entender o contexto de vida Projeto terapêutico singular: Vários atores: equipe, usuários, família e outros pontos da rede. 4 momentos: 1) Diagnostico 2) Definição de metas 3) Divisão de responsabilidades 4) Reavaliação Diagnostico: • Avaliação orgânica, psicológica, social • Identificar as vulnerabilidades • Compreender o sujeito e sua doença • Quais possibilidades de melhoria • Quais as potencialidades • Existe uma rede de apoio familiar ou um apoio da comunidade Definição de metas: • Após o diagnostico a equipe discute o que foi levantado e estrutura as propostas a curto, médio e longo prazo • Profissional com maior vinculo para negociação • Metas realistas Divisão de responsabilidades: • Com metas definidas, dividir as tarefas • Delimitar o que cada um e responsável • Cada um tem um dever e deve ter clareza de suas atribuições • Usuário também é responsável e deve saber qual a sua parte nesse acordo • Chamar familiares, amigos, comunidade que possam participar nesse momento • Definir profissional de referência Reavaliação: • Após a intervenção • Observar resultados • Observar estratégias • Observar mudanças • Se insucesso deve se corrigir os rumos • Definir novos objetivos • Persistir Sugestão de organização inicial • Identificação • Localização territorial • Elementos do território que são relevantes • Arranjo familiar Utilizar genograma e ecomapa • Queixa, situação, demanda com histórico relevante resumido • Listar as potencialidades e vulnerabilidades • Lembrar dos objetivos e metas • Definição do profissional de referência do caso • Definir a periodicidade para reavaliação A ideia é Provocar mudanças na postura profissional, na percepção do usuário e nos processos de trabalho Aula 6 – educação continuada e permanente em saúde SUS • Responsável pela formação de profissionais da área da saúde • Mudanças no processo de educação dos profissionais de saúde • Abordagem integral do processo saúde doença, valorização da APS, integração com as IES com objetivo de fortalecer o sistema • Ainda existem muitos desafios relacionados a implantação da política como financeiros, sensibilização dos profissionais e estimulo ao uso de tecnologias Positiva nacional de educação permanente em saúde • Instituída em 2004 • Marco para a formação e trabalho em saúde no país • Resultado de esforços para fortalecimento de educação dos profissionais de saúde e transformação das práticas do trabalho em saúde • SGTES -secretaria de gestão do trabalho e educação na saúde criado em 2003, local de formalização de PNEPS • Instituída pela portaria número 198/2004 • Pacto pela saúde, momento em que a SGTES, em parceira com o conselho nacional de secretários de saúde e com o conselho nacional de secretarias municipais de saúde promoveu uma ampla discussão para reformulações do SUS, incluindo aspectos relacionados ao financiamento das ações de educação Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: • Instituída por meio da Portaria número 198/2004 • Diretrizes de implementação publicadas na Portaria número 1.996/2007 • Pacto pela Saúde, momento em que a SGTES, em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), promoveu uma ampla discussão para reformulações do SUS, incluindo aspectos relacionados ao financiamento das ações de educação. Educação permanente x educação continuada: Educação continuada: • Atividade que tem um início e um fim, um período definido • Pode utilizar metodologias de ensino mais tradicionais • Visa comprometer aquisição sequencial e acumulativa de informações técnico cientificas • Caráter mais formal • Exemplo é a as capacitações de ACS Educação permanente: • Aprendizagem no trabalho• Aprender e aprender e também ensinar incorporando no nosso cotidiano • Aprendizagem significativa • Possibilidade de transformar as práticas profissionais • Gera reflexão sobre o processo de trabalho • Analise crítica sobre a nossa realidade local • Objetos de aprendizado surgem das necessidades da equipe • Busca qualificações e aperfeiçoamento do processo de trabalho em vários níveis do sistema • Melhoria do acesso, qualidade e humanização na prestação dos serviços Telessaúde • Uso das tecnologias de informação e comunicação para apoiar as ações em saúde • Período entre 1970-1995 e contemporâneo em 2010 • Aumento das publicações sobre • Aumento de incentivo financeiro • Popularização da internet e de dispositivos moveis • Iniciou com a radiologia, seguiu para a dermatologia e patologia • Avanço tecnológico proporcionou tudo isso • Redução de custos • Popularização do acesso as tecnologias • Inovação disruptiva que redefine padrões • Reformar, transformar e organizar o setor de saúde, com redução de custos e ganhos de qualidade no acesso • Iniciou com radiologia, seguiu com dermatologia e patologia - para diagnóstico • Evoluiu com aumento da interação a distância • Consultorias profissionais • Atendimentos clínicos • Cirúrgicos • Avanço tecnológico • Redução de custos • Popularização do acesso as tecnologias • Inovação disruptiva (que redefine padrões) • Reformar, transformar e organizar o setor saúde, com redução de custos e ganhos na qualidade e no acesso Telediagnóstico • Para o MS, telediagnóstico é todo: “[...] serviço autônomo que utiliza as tecnologias da informação e comunicação para realizar serviços de apoio ao diagnóstico à distância […]” • Alternativa custo-efetiva para atender a demanda reprimida por serviços de apoio diagnóstico à APS no SUS em comparação aos serviços convencionais e presenciais. • Quebra barreiras geográficas de grandes centros urbanos Teleconsultoria A Portaria no 2.546/2011 define teleconsultoria como: consulta registrada e realizada entre trabalhadores, profissionais e gestores da área de saúde, por meio de instrumentos de telecomunicação bidirecional, com o fim de esclarecer dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e questões relativas ao processo de trabalho, podendo ser de dois tipos: a) síncrona – teleconsultoria realizada em tempo real, geralmente por chat, web ou videoconferência; ou b) assíncrona – teleconsultoria realizada por meio de mensagens off-line. Teleducação • EAD • Otimização de tempo • Dificuldades a serem superada Aula 7 – atenção domiciliar Definição segundo a OMS: Provisão de serviços de saúde por prestadores formais e informais com o objetivo de promover, restaurar, manter o conforto, a função e a saúde das pessoas, incluindo cuidados para uma morte digna. Os serviços podem ser preventivos, terapêuticos, reabilitadores, de acompanhamento (cuidado continuado) e de cuidados paliativos. ESF e PACS: • 1990 – PACS • 1994 – ESF • Revolucionou SUS • Competências, habilidades, mudanças no fazer e pensar a APS • Ampliação do que era atendido no domicílio • 2006 – Regulamentação dos serviços (portaria ministerial) • 2011 – AD1= atribuição da APS • Hoje: APS é o maior serviço de atenção domiciliar O Domicílio: • Espaço mais pessoal que existe • Local onde é possível integralidade do cuidado • Casa = local físico • Lar = onde tem afeto, onde sofrem mudanças com ciclos de vida • Interferências na saúde em virtude desta configuração • “O conjunto das mais poderosas forças” que influenciam a promoção, proteção e a recuperação • Oportuniza descobertas • Outras abordagens de problemas • Diagnósticos • Busca ativa Atenção Domiciliar: 3 modalidades de cuidado com níveis diferentes de densidade tecnológica: AD2 e AD3: • Rede de atenção à saúde complementar • Afecções agudas ou crônicas agudizadas com necessidade de cuidados intensificados e sequenciais (tratamentos parenterais, reabilitação) • Afecções crônico degenerativas que demande atendimento, no mínimo, semanal • Necessidade de cuidados paliativos, no mínimo semanal • Prematuridade e baixo ganho de peso • Desospitalização AD1 – APS • Situações crônicas compensadas • Agudizações passiveis de cuidado contínuo de menor intensidade Definição mais ampla: • Atendimento ou cuidado domiciliar • Interação entre profissional, pessoa, família e cuidador • Atividades realizadas em domicílio de forma programada • Caráter ambulatorial Assistência Domiciliar • Qualquer atendimento a domicílio • Realizada por profissionais que integram equipe de saúde • Não considera a complexidade (orientação, reanimação...) • Cuidados multiprofissionais • Atenção mais pontual (situações agudas) Visita: → Diagnóstico da realidade → Ações educativas → Internamento domiciliar → Uso de aparato tecnológico → Não substitui a internação hospitalar mas pode ser uma continuidade → Educação, prevenção, recuperação e manutenção da saúde Acompanhamento Domiciliar • Pessoas que necessitam de contato frequente e programável coma equipe • Doenças crônicas com dependência física • Doentes terminais • Idosos com dificuldade de locomoção • Idosos que moram sozinhos • Pós alta hospitalar Visita Domiciliar • Membro da equipe vai ao domicílio • Promoção, prevenção, educação e busca ativa Exemplos: → Visita puérpera e recém nascido → Busca ativa de programas prioritários → Abordagem familiar para diagnóstico e tratamento O Cuidador: Quem promove o cuidado seja temporário ou permanente → Formal, contratado e remunerado → Informal, baseado nas relações interpessoais, eleito pela família, que pode ou não ter alguma experiência Pode ser motivo de intrigas familiares (quando não há consenso de quem será o cuidador) Mulher geralmente é a detentora dos cuidados (por vontade própria ou não) Saúde do cuidador: • Tempo prolongado de doença • Grau de dependência • Distanciamento da vida social • Perda da função pessoal • Relação interfamiliar (conflitos) • Sofrimento exacerbado pelas sensações conscientes vivenciadas A Família e a Rede: • Atenção domiciliar: é um processo complexo não limitado a uma idade ou patologia • Equipe deve avaliar o local, a forma do cuidado • Deve apoiar na definição de tarefas, respeitando limitações • Ofertar apoio da equipe multiprofissional e de outros setores (serviço social por exemplo) • Primeiro movimento – união (movimento centrípeto ao redor do enfermo, início dos cuidados) • Segundo movimento – designação de um cuidador (movimento centrífugo) • Ponto relevante: qual a relação da pessoa doente com a sua família nos anos antes da doença? • Lembrar que outros instrumentos sociais também podem auxiliar (igrejas, clubes, associação de moradores, ONGs) A Pessoa: • Foco da atenção • Recebedora do cuidado • Garantir uma abordagem adequada • Manter mesmos aspectos éticos • Avaliar as condições de comunicação: • Se comunicação for adequada, destinar um tempo para uma conversa com mais privacidade • Evitar aglomerações Atenção Domiciliar na APS: • Demanda uma reorganização do processo de trabalho • Articulação com outros níveis de atenção • Integrar cuidados • Melhorar qualidade de vida • Equipe deve entender o propósito da atenção domiciliar Organização da Visita: • Qual o objetivo (assistencial, educativo, avaliação, busca ativa, vigilância...) • Revisar o prontuário • Associar com as informações fornecidas na solicitação da visita • Identificar necessidade de outros atores e recursos (medicações, formulários...) • Registro da visita (claro e abrangente) • Planejamento de novas visitas Quem é Quando Visitar: • Pessoas restritas ao domicilio (temporariamente ou permanente) • Criação de vínculos • Nãoé uma ação exclusiva da APS • Crianças em risco, famílias com múltiplos problemas, casos de violência • Definir membros das equipes que vão participar do cuidado • Abordagem sistêmica e ecológica • Identificação de potencialidades • Periodicidade • Capacidade de adaptação frente a eventos adversos: Dificuldades • Demanda na UBS • Organização da equipe • Longas distâncias • Horário de funcionamento da UBS e horário de trabalho da população • Territórios violentos Aula 8 – humaniza SUS Qual a justificativa para a criação dessa política? A política nacional de humanização foi criada em 2003 com o objetivo de deflagrar movimento ético, político institucional e social para alterar os modos de gestão e os modos de cuidado em saúde Como transformar as práticas que desenvolvemos? • Como diminuir a fragmentação e lidar com as pessoas em sofrimento ou portadores de necessidades em vez de só tratar da doença. • Como diminuir a assimetria de poderes/saberes entre profissionais e trabalhar em equipe? • Como incluir os usuários como sujeitos de suas próprias vidas, portadores de saberes, de possibilidades? • Como trabalhar na atenção básica para atender as demandas e necessidades da comunidade levando em conta também os interesses dos trabalhadores da saúde e dos gestores. Humaniza SUS na atenção básica A saúde, compreendida como direito universal, indica que cada pessoa tem direito de acesso a uma equipe de atenção básica que lhe cuide, com capacidade de se corresponsabilizar pelos problemas individuais e coletivos de saúde e de intervir sobre os mecanismos de produção de doenças. A Política Nacional de Humanização (PNH) foi criada em 2003 com o objetivo de deflagrar movimento ético, político-institucional e social para alterar os modos de gestão e os modos de cuidado em saúde Por humanização compreendemos a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde Os valores que norteiam essa política são a autonomia e o protagonismo do sujeito, a corresponsabilidade entre eles, os vínculos solidários e a participação coletivas nas práticas de saúde. Para a construção de uma nova forma de cuidado com os usuários dos serviços de saúde pautados na humanização, leva-se em consideração que o usuário deva ter uma abordagem integral e humana. Portanto, devem ser respeitados os seus saberes que são ligados à sua cultura e que dão sustentação a sua forma de perceber seu processo de adoecimento. Objetivos da PNH: • Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores; TRIADE! • Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos e dos coletivos; • Aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de sujeitos; • Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão; • Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo brasileiro e a todos oferecendo a mesma atenção à saúde, sem distinção de idade, raça/cor, origem, gênero e orientação sexual; • Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua indissociabilidade, tendo como foco as necessidades dos cidadãos, a produção de saúde e o próprio processo de trabalho em saúde, valorizando os trabalhadores e as relações sociais no trabalho; • Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, mais ágil, e mais resolutivo; • Compromisso com a qualificação da ambiência, melhorando as condições de trabalho e de atendimento; • Compromisso com a articulação dos processos de formação com os serviços e práticas de saúde; • Luta por um SUS mais humano, porque construído com a participação de todos e comprometido com a qualidade dos seus serviços e com a saúde integral para todos e qualquer um. Cabe aos profissionais romper com a lógica presente na assistência, marcada pela prática de atender apenas a queixas, passando a traçar possibilidades de efetivo encontro entre trabalhador-usuário e trabalhador-trabalhador, em que as pessoas não sejam vistas como um diagnóstico de doença. Princípios da PNH 1- Transversalidade: Transformação dos modos de relação e de comunicação entre os sujeitos implicados nos processos de produção de saúde, produzindo como efeito a desestabilização das fronteiras dos saberes, dos territórios de poder e dos modos instituídos na constituição das relações de trabalho. Aumento do grau de comunicação intra e intergrupos. Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido. 2- Indissociabilidade entre atenção e gestão: Alteração dos modos de cuidar inseparável da alteração dos modos de gerir e se apropriar do trabalho. Inseparabilidade entre clínica e política, entre produção de saúde e produção de sujeitos. Integralidade do cuidado e integração dos processos de trabalho. 3- Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos: trabalhar implica na produção de si e na produção do mundo, das diferentes realidades sociais, ou seja, econômicas, políticas, institucionais e culturais; as mudanças na gestão e na atenção ganham maior efetividade quando produzidas pela afirmação da autonomia dos sujeitos envolvidos, que contratam entre si responsabilidades compartilhadas nos processos de gerir e de cuidar. DIRETRIZES DA PNH: Por diretrizes entende-se as orientações gerais de determinada política. No caso da PNH, suas diretrizes expressam o método da inclusão no sentido da: 1-Clínica Ampliada: diretriz para que trabalhadores, gestores da saúde e usuários possam produzir cuidado de forma a ajudar as pessoas, não só a combaterem as doenças, mas a transformarem-se, de forma que a doença, mesmo sendo um limite, não as impeçam de viverem outras coisas na vida. Para que se realize uma Clínica Ampliada, adequada à vivência de cada indivíduo diante de um agravo à saúde, é preciso identificar, além do que o sujeito apresenta de igual, o que ele apresenta de diferente, de singular. 2-Cogestão ou Gestão Compartilhada: inclui o pensar e o fazer coletivo, centrado no trabalho em equipe, na construção coletiva e em espaços coletivos que garantem que o poder seja de fato compartilhado, por meio de análises, decisões e avaliações construídas coletivamente. 3-Acolhimento: postura ética que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes. Acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos que procuram os serviços de saúde. Com uma escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores às necessidades do usuário, é possível garantir o acesso oportuno desses usuários a tecnologias adequadas às suas necessidades, ampliando a efetividade das práticas de saúde. 4-Valorização do trabalho e do trabalhador: favorecer a visibilidade e dizibilidade das experiências dos trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho. Assim como na Educação Permanente em Saúde, reconhecer que no mundo do trabalho há encontros e trocas que podem possibilitar a produção de novos sentidos no fazer saúde e novas experiências de invenção de vidas. 5-Defesa dos Direitos dos Usuários: os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de saúde devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta. 6-Fomento das grupalidades, coletivos e redes: coletivos em agenciamento e transformação, compondo uma rede de conexão no desafio de produção de cuidado ampliado. 7-Construção da memória do SUS que dá certo: registro em arquivo e divulgação de práticasque tenham como proposta produzir novas formas de fazer saúde comprometidas com a defesa da vida e ampliação da autonomia dos sujeitos com a intenção de valorizar o sistema de saúde junto à sociedade. 8-Ambiência - organização de espaços saudáveis e acolhedores de trabalho. Espaços de encontros entre sujeitos como um dispositivo que potencializa e facilita a interação, capacidade de ação e reflexão das pessoas envolvidas nos processos de trabalho. Aula 9 - Para onde vamos seguir… Intervenções sobre a população: • Suporte e apoio • MHV • A partir da estratificação de risco • Demandas para a rede conforme necessidade • Custo efetivas e de qualidade • Enfrentamento da tripla carga de doenças • Presença das doenc ̧as infecciosas e parasitárias: dengue, H1N1, malária, hanseníase, tuberculose, COVID; • Aumento das doenc ̧as crônicas pelo envelhecimento e pelo aumento dos fatores de risco (fumo, sedentarismo, inatividade física, sobrepeso e má alimentac ̧ão); • Aumento da violência e morbimortalidade por causas externas. IMPORTANTE: Os quatro grupos de doenças crônicas de maior impacto mundial: doenc ̧as do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doenc ̧as respiratórias cro ̂nicas Têm quatro fatores de risco em comum: tabagismo, inatividade física, alimentac ̧ão não saudável e álcool Princípios que orientam a reorganização dos processos de trabalho Ampliação de acesso da população aos recursos e serviços da UBS 1. Acesso as consultas 2. Ampliação de horário 3. Cartazes informativos Busca de mais qualidade na atenção→Atendimento efetivo Integralidade da atenção • Acolhimento • Uso de diretrizes clinicas baseadas em evidencia • Estratificação de risco
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