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Prévia do material em texto

Estácio de Sá 
 
Licenciatura de História 
 
 
Professor: Damião Ferreira da Silva 
 
 
História da Educação 
 
 
Revisitando a História e Projetando Perspectivas 
Futuras 
 
 
Ademir Antônio Fernandes 202001102663 
 
 
Brotas-SP, 22 de abril de 2020 
Objetivo 
 Identificar as características dos modelos educacionais no decurso da 
história, bem como suas contribuições para a formação dos sujeitos e das 
sociedades; 
 Reconhecer a importância do diálogo produtivo entre História e 
Pedagogia; 
 Enumerar as contribuições dos povos e dos fatos históricos na 
constituição dos modelos de formação do sujeito e na instituição do 
conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
O estudo da História da Educação é importante devido o seu potencial 
formativo, autor reflexivo e cognitivo. Ou seja, o estudo da história da educação tem a 
capacidade de fazer com que os alunos raciocinem de forma a compreender o porquê de 
se estudar determinada matérias e temas. 
As principais fontes de estudo da História da Educação são: documentos 
oficiais, como séries legislativas, relatórios, pareceres, projetos de Governo, discursos 
de autoridades políticas. Há ainda segundo a autora outras fontes como a fotografia, a 
iconografia, as plantas arquitetônicas, o material escolar, relatos orais, sermões, relatos 
de viajantes e correspondências, os diários íntimos e as autobiografias, e também outros 
produtos culturais como a literatura e a imprensa pedagógica. 
O pesquisador tem se interessado em compreender as ações de educação 
contidas na sociedade imperial com suas diversas formas e esferas de intervenção, 
identificando a existência de uma extensa rede de escolas públicas no século XIX, sendo 
que tais estudos têm apontado a dê importância da educação escolar para grande parte 
da população. 
Outros estudos vão de encontro com o sentido de captar as especificidades da 
formação e do desenvolvimento da instituição escolar observando como este modelo se 
articula se ao processo de constituição da esfera pública no Brasil, de se sujeitar as leis 
culturais e de progressiva profissionalização no campo pedagógico. 
As pesquisas que estudam a relação entre Estado e Movimento Educacional têm 
se voltado para a análise dos processos educativos que extrapolam a ação institucional 
das escolas, ampliando a visão acerca das relações complexas existentes em vários 
movimentos como: políticos, sociais e intelectuais sendo estes associados à educação 
em sentido “latu sensu”, ou seja, compreendida como política pública, campo de 
produção de saberes e pratica social. Atualmente alguns pesquisadores tem se 
empenhado em promover estudos comparativos entre a realidade brasileira e as 
realidades em outros países, visando compreender as maneiras pelas quais o modelo de 
escola universal se desenvolveu no mundo, com certa homogeneidade desde o século 
XIX. 
A possibilidade da realização deste tipo de estudo histórico comparado de 
realidades educacionais diferentes daquela encontrada no Brasil, mais que preservam 
pontos em comum no que diz respeito a “mundialização do modelo escolar” é fator 
constitutivo de um ponto de destaque entre nos estudos comparados entre em história da 
educação. 
O estudo da História da Educação será de suma importância para ajudar a 
compreender o modelo educacional que possuímos hoje, entender os possíveis erros que 
ocorreram de forma que possamos preveni-los e evitá-los. Para se compreender o 
presente e planejar o futuro é necessário entender o passado, que neste caso é a história 
da educação. 
O resultado do hoje é a consequência do ontem, ou a escolha de ontem reflete no 
seu dia hoje. Dentro destas frases é notório a ligação que a atualidade tem com o 
passado, e é a partir deste aspecto que o texto busca abarcar a importância do contexto 
histórico para a realidade brasileira. O conteúdo aqui redigido visa comparar a educação 
feminina oitocentista com dias atuais. 
A história da educação proporciona uma certa compreensão sobre o porquê da 
atual situação do país, que de encontro o tema Educação Feminina abordado na 
disciplina, depreende-se que na era da educação no Brasil, o ensino tinha por principal 
característica a restrição, característica esta advinda de normas implantadas pela 
sociedade. Mediante estas restrições vê se a insignificância da mulher perante o homem 
no século XIX. Segundo os padrões daquela época o papel dá mulher não passava de 
um modelo doméstico, de acesso privado ao conhecimento, onde sua função não ia além 
de cuidar da casa, e da família. Para a maioria o conhecimento intelectual e científico 
não seria útil a classe feminina. Acreditavam que a mulher era incapaz de raciocinar e 
agir como os homens, pois todos poderes econômicos, políticos e civis eram dominados 
pela classe masculina desde o princípio. Só o homem tinha o poder de decisão e a 
mulher deveria ser sempre subordinada a ele, ela só podia fazer o que o homem 
definisse ser o certo. 
O trabalho era símbolo masculino, pois estava aliado à sua prática social, diante 
disso a formação profissional não cabia a realidade feminina, pois a mulher era um 
símbolo doméstico que não tinha necessidade de estudar. O contato da mulher com o 
estudo era bem escasso, uma vez que na educação oitocentista o ensino básico bastava, 
onde só alfabetizar era o necessário. 
Toda participação dos personagens históricos nas lutas por direitos femininos, 
estão alcançando seus objetivos, porém ainda há muito o que melhorar, mesmo com 
todo o avanço existem pontos que a desigualdade permanece. No século XIX as 
professoras recebiam menos que os professores, mesmos e a atividade e a carga horária 
fossem igual e hoje em alguns casos esta situação ainda prevalece. Mesmo diante este 
fato, a mulheres tem passado por cima dos preconceitos. Caminhoneiro, Pedreiro, 
Mecânico também é profissão de mulher, para aquelas que desafiam seus limites físicos. 
Mas na grande maioria dos cargos femininos destacam-se os serviços domésticos, 
serviços coletivos, sociais e pessoais, na área da educação, saúde e serviços pessoais, e 
também em alojamento e alimentação. 
O momento presente é reflexo do passado, está aí a importância de conhecer a 
história da Educação Feminina, que dantes tinha por principal característica a restrição, 
atualmente expressa progresso. As meninas que no século XIX não podiam estudar com 
meninos agora são a maioria da sala, mulheres que antes só aprendiam atividades 
domésticas para zelar de suas casas hoje são quem projetam ou constroem a casa, elas 
que viam o mundo da janela de casa agora são aeromoças e enxergam o mundo da 
janela do avião. A visão do homem sobre a mulher se tornou completamente diferente 
da era oitocentista, devido as conquistas que as mulheres alcançaram em todo processo 
histórico. 
Os Jesuítas liderados chegaram ao Brasil por volta 1549, tendo por principal 
missão evangelizar, catequizar e “transformar em cristãos” os indígenas que aqui 
habitavam. Os Jesuítas procuraram entender e aprender as línguas faladas pelos índios, e 
a partir disso começaram a entender de forma mais fácil como esses viviam. As missões 
sempre davam origem a conflitos, estes foram conhecidos por incentivar guerras entre 
as várias etnias que atraíssem a maior quantidade de indígenas facilitando assim sua 
exploração e catequização. 
O contato inicial entre brancos e índios foi amistoso, fato este que foi narrado na 
carta de Pero Vaz de Caminha, que descreve momentos descontraídos e de bastante 
festa, esse contato amigável por aproximadamente 30 anos. Por um lado, tínhamos um 
povo vindo de uma civilização com fins pacíficos e que possuía um entendimento 
completamente diferente do que seria o mundo e por outro lado tínhamos outra 
civilização que acreditava serem os índios inocentes e que serviam apenas como 
escravos. 
A questãoda escravização dos índios levantou outro aspecto extremamente 
controvertido na relação entre o índio e o homem branco, que vinham aqui com a 
missão de cristianizá-los através dos missionários Jesuítas. Não resta nenhuma dúvida 
de que ao serem catequisados os índios, tiveram sua cultura original destroçada pelos 
Jesuítas. 
Quando da chegada de outros colonizadores os Jesuítas se revoltaram contra a 
escravização dos índios, enfrentando os colonizadores com os seus preceitos religiosos, 
sendo que estes eram os meios de que dispunham para este enfrentamento. Os Jesuítas 
conceberam a organização educacional como instrumento de domínio espiritual e de 
imposição da sua cultura. 
Chegando à colônia brasileira, no inicio do século XVI, os Jesuítas construíram 
os primeiros colégios. Sendo que para tal tinham incentivos e subsídios da coroa de 
Portugal, sendo que parte da receita era destinada a manutenção destes colégios. Os 
principais autores Jesuítas responsáveis pela produção literária da época da colonização 
indígena foram o padre Manuel da Nóbrega, o missionário Fernão Cardim e o padre 
José de Anchieta. 
A Metodologia utilizada pelos Jesuítas era a de estimular os Índios a uma serie 
de novos comportamentos, disseminando ou tentando disseminar os costumes locais, 
sendo que a oralidade era sempre utilizada como a forma de transmissão de 
conhecimento. Os Autores Jesuítas escreviam poemas de natureza espiritual, com 
poucos ou quase sem a presença de elementos da esfera racional e constituídos por uma 
linguagem simples, de fácil compreensão e simplório. 
Os Jesuítas enxergavam na América a grande chance da Igreja Católica de 
expandir o catolicismo, sendo a este continente descoberto recentemente, sendo, 
portanto, um excelente “espaço” para que esta expansão ocorresse ao mesmo tempo em 
que precisavam expandir seus domínios. A companhia de Jesus tinha objetivo de servir 
aos interesses da fé, pensando em aprontar a escola para servir exclusivamente aos 
interesses do Estado. 
Legal seria, se todos fossem vistos da mesma forma, como cidadãos 
participantes de uma sociedade igualitária, mas infelizmente não é o que presenciamos. 
A desigualdade social é extensa por todo o mundo, devido a vários fatores e um deles é 
o processo histórico. A história permite interpretar a razão de a atualidade ser como é. 
De acordo com o contexto abordado, aliado ao fórum avaliativo e estudos sobre a 
História da Educação da População Negra pode-se observar que existem várias 
concepções quanto a implantação da política de cotas para negros no Brasil. 
A implantação desta política gera polêmica, pois como apresentado no fórum as 
concepções dos integrantes da sociedade são bem diferenciadas. Dentre as ideias 
apresentadas no fórum, vale considerar que para muitos esta política traz um ar de 
equidade para a sociedade, para outros a igualdade é o último objetivo deste sistema de 
cotas, há quem afirme que o governo beneficia ou privilegia a raça negra, como forma 
de se desculpar pelo passado histórico, alguns afirmam que este sistema seria 
desnecessário se a Educação Básica priorizasse o sentido de igualdade, existem posições 
que vão contra este sistema por acreditar que todos têm a capacidade de ingressar em 
um curso superior da mesma forma. 
É notório que uma discussão a este respeito é extensa pois todos pensam de 
maneira particular e isto é um direito do cidadão (a liberdade de expressão). Mas antes 
de se posicionar a respeito é necessário compreender a razão pela qual o governo vê a 
necessidade deste sistema ser implantado. É de extrema importância considerar todo o 
contexto histórico envolvido no processo de educação da população negra. Uma vez que 
mediante aos estudos, nota-se que após a abolição dos escravos o governo, fechou os 
olhos para não dar suporte a educação dos negros libertos. 
As ações do governo foram incompletas, onde se deve destacar que as 
exigências escolares também não contribuíam para a integração do negro no espaço 
escolar e que até o mínimo de educação que lhes era proporcionado os levavam a 
acreditar que eles, mesmo estudando não seriam iguais aos brancos. O que fomenta o 
descaso da antiga sociedade para com os negros é o fato deles não serem considerados 
como componentes da cidadania e trazer um certo custo para seus senhores como no 
período da implantação da Lei do Ventre Livre, em que as crianças nasciam libertas, 
porém, os registros destas crianças eram responsabilidade dos senhores de seus pais. 
 A evolução quanto à presença do negro no espaço acadêmico começa a 
acontecer a partir do momento que o negro se torna sujeito da sua própria história 
educacional. Mesmo diante a todas as conquistas e o reconhecimento do negro como 
cidadão brasileiro foi se desenvolvendo de forma paulatina. O Governo atual vê a 
necessidade de implantar esta política de cotas a fim de ampliar o acesso dos negros e 
das classes inferiores ao ensino superior considerando a história da educação do país. 
No ano de 2012, foi sancionada a Lei de Cotas Sociais, a qual determina que até 
agosto de 2016 todas as instituições de ensino federais deverão reservar 50% das vagas 
para estudantes de escolas públicas, pobres, negros, pardos ou índios e 50% para ampla 
concorrência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Procedimentos Metodológicos 
Com o livro em mãos, comece a observar os seguintes pontos: 
1. Características que evidenciam o modelo de formação dos sujeitos e 
das sociedades; 
O surgimento da Escrita: Na sociedade suméria, a escrita começou a surgir 
durante o quarto milênio a.C. Nessa época, os templos e palácios era o centro da vida. 
Era ali que se armazenava a produção agrícola e se pagavam os tributos. Tudo isso 
exigia registros, inventários e controles contábeis. Inicialmente, estes era feito em placas 
de argila úmida, nas quais um funcionário, utilizando uma haste de bamboo, imprimia 
desenhos representando aquilo que precisava ser registrado: a cabeça de um boi, porco, 
jumentos, etc. Cozidos no sol, as placas de barro endureciam e podiam ser guardadas. 
Cerca de 500 anos depois esse Sistema de notação foi substituído por marcas em forma 
de cunha – daí a expressão “escrita cuneiforme” – feitas com estilete na argila úmida. 
Ao mesmo tempo, os desenhos – logo –gramas, termo que significa sinais 
representativos de palavras – tornaram-se cada vez mais abstratos, passando a 
representar sílabas. Na Mesopotâmia, a escrita nasceu como resultado da necessidade de 
organização das cidades. E hoje, qual a função da escrita em nossa sociedade? 
2. Exemplos de fatos e situações que se destacam da história da 
educação no Brasil e no mundo. 
História da Educação no Brasil 
Os primeiros jesuítas chegaram à colônia portuguesa em 1549. Professavam o 
voto de pobreza e procuravam converter o maior número de nativos à fé crista. Para 
pregar o evangelho aos índios, os jesuítas procuravam aprender o tupi-guarani. Como o 
idioma não era uniforme, eles o padronizaram, eliminando dialetos. Essa versão do tupi 
recebeu o nome de Nheengatu (língua boa, ou língua geral). Em 1555, o padre José de 
Anchieta chegou a escrever uma gramática tupi. A língua geral predominou até o século 
XVIII no sul do Brasil, onde o português é pouco falado. 
O trabalho de conversão dos nativos era complexo. Os mais velhos se recusavam 
a aceitar a fé crista; os jesuítas concentraram seus esforços na catequização das crianças, 
vistas como um “papel em branco” no qual poderia ser impressa a palavra divina. Como 
as crianças gostavam de música, os missionários utilizavam canções religiosas para 
transmitir a doutrina crista. Assim, entravam nas aldeias cantando e tocando 
instrumentos portugueses. A expectativa dos jesuítas era que, uma vez catequizadas, as 
crianças ajudariam na conversão do pais. Converter os índios ao cristianismo não era a 
única preocupação dos jesuítas.Eles também queriam educar os filhos dos colonos, 
visando principalmente formar novos missionários. Para isso, ergueram escolas e 
colégios. Em meados do século XVIII, havia na colônia 19 colégios jesuítas. Alguns 
dos mais importantes estavam em Salvador, São Vicente, Olinda, Santos e Rio de 
Janeiro. 
A história da educação no Brasil começou em 1549 com a chegada dos 
primeiros padres jesuítas, inaugurando uma fase que haveria de deixar marcas profundas 
na cultura e civilização do país. Movidos por intenso sentimento religioso de 
propagação da fé cristã, durante mais de 200 anos, os jesuítas foram praticamente os 
únicos educadores do Brasil. 
Embora tivessem fundado inúmeras escolas de ler, contar e escrever, a 
prioridade dos jesuítas foi sempre a escola secundária, grau do ensino onde eles 
organizaram uma rede de colégios reconhecida por sua qualidade, alguns dos quais 
chegaram mesmo a oferecer modalidades de estudos equivalentes ao nível superior. 
Em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal e de suas colônias, abrindo um 
enorme vazio que não foi preenchido nas décadas seguintes. As medidas tomadas pelo 
ministro D. José I, o Marquês de Pombal, sobretudo a instituição do Subsídio Literário, 
imposto criado para financiar o ensino primário, não surtiu nenhum efeito. 
Só no começo do século seguinte, em 1808, com a mudança da sede do Reino de 
Portugal e a vinda da família Real para o Brasil-Colônia, a educação e a cultura 
tomaram um novo impulso, com o surgimento de instituições culturais e científicas, de 
ensino técnico e dos primeiros cursos superiores, como os de medicina nos estados do 
Rio de Janeiro e da Bahia. 
Todavia, a obra educacional de D. João VI, importante em muitos aspectos, 
voltou-se para as necessidades imediatas da corte portuguesa no Brasil. As aulas e 
cursos criados, em diversos setores, tiveram o objetivo de preencher demandas de 
formação profissional. Esta característica haveria de ter uma enorme influência na 
evolução da educação superior brasileira. Acrescenta-se, ainda, que a política 
educacional de D. João VI, na medida em que procurou, de modo geral, concentrar-se 
nas demandas da corte, deu continuidade à marginalização do ensino primário. 
Com a independência do país, conquistada em 1822, algumas mudanças no 
panorama sócio-político e econômico pareciam esboçar-se, inclusive em termos de 
política educacional. De fato, na Constituinte de 1823, pela primeira vez se associou 
apoio universal e educação popular – uma como base do outro. 
Também foi debatida a criação de universidades no Brasil, com várias propostas 
apresentadas. Como resultado desse movimento de idéias, surgiu o compromisso do 
Império, na Constituição de 1824, em assegurar “instrução primária e gratuita a todos os 
cidadãos”, confirmado logo depois pela lei de 15 de outubro de 1827, que determinou a 
criação de escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e vilarejos, envolvendo 
as três instâncias do Poder Público. Teria sido a “Lei Áurea” da educação básica, caso 
tivesse sido implementada. 
Da mesma forma, a idéia de fundação de universidades não prosperou, surgindo 
em seu lugar os cursos jurídicos em São Paulo e Olinda, em 1827, fortalecendo o 
sentido profissional e utilitário da política iniciada por D. João VI. Além disso, alguns 
anos depois da promulgação do Ato Adicional de 1834, delegando às províncias a 
prerrogativa de legislar sobre a educação primária, comprometeu em definitivo o futuro 
da educação básica, pois possibilitou que o governo central se afastasse da 
responsabilidade de assegurar educação elementar para todos. Assim, a ausência de um 
centro de unidade e ação, indispensável, diante das características de formação cultural 
e política do país, acabaria por comprometer a política imperial de educação. 
A descentralização da educação básica, instituída em 1834, foi mantida pela 
República, impedindo o governo central de assumir posição estratégica de formulação e 
coordenação da política de universalização do ensino fundamental, a exemplo do que 
então se passava nas nações europeias, nos Estados Unidos e no Japão. Em decorrência, 
se ampliaria ainda mais a distância entre as elites do País e as camadas sociais 
populares. Na década de 1920, devido mesmo ao panorama econômico-cultural e 
político que se delineou após a Primeira Grande Guerra, o Brasil começou a se repensar. 
Em diversos setores sociais, as mudanças foram debatidas e anunciadas. O setor 
educacional participou do movimento de renovação. Inúmeras reformas do ensino 
primário foram feitas em âmbito estadual. Surgiu a primeira grande geração de 
educadores, Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Almeida Júnior, 
entre outros, que lideraram o movimento, tentaram implantar no Brasil os ideais da 
Escola Nova e divulgaram o Manifesto dos Pioneiros em 1932, documento histórico que 
sintetizou os pontos centrais desse movimento de idéias, redefinindo o papel do Estado 
em matéria educacional. 
Surgiram nesse período as primeiras universidades brasileiras, do Rio de Janeiro 
em 1920, Minas Gerais em 1927, Porto Alegre em 1934 e Universidade de São Paulo 
em 1934. Esta última constituiu o primeiro projeto consistente de universidade no Brasil 
e deu início a uma trajetória cultural e científica sem precedentes. A Constituição 
promulgada após a Revolução de 1930, em 1934, consignou avanços significativos na 
área educacional, incorporando muito do que havia sido debatido em anos anteriores. 
No entanto, em 1937, instaurou-se o Estado Novo concedendo ao país uma Constituição 
autoritária, registrando-se em decorrência um grande retrocesso. Após a queda do 
Estado Novo, em 1945, muitos dos ideais foram retomados e consubstanciados no 
Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, enviados ao Congresso 
Nacional em 1948 que, após difícil trajetória, foi finalmente aprovado em 1961, Lei nº 
4.024. 
No período que vai da queda do Estado Novo, em 1945, até a Revolução de 
1964, quando se inaugurou um novo período autoritário, o sistema educacional 
brasileiro passou por mudanças significativas, destacando-se entre elas o surgimento, 
em 1951, da atual Fundação CAPES, que é a Coordenação do Aperfeiçoamento do 
Pessoal do Ensino Superior, a instalação do Conselho Federal de Educação, em 1961, 
campanhas e movimentos de alfabetização de adultos, além da expansão do ensino 
primário e superior. Na fase que precedeu a aprovação da LDB/61, ocorreu um 
admirável movimento em defesa da escola pública, universal e gratuita. O movimento 
de 1964 interrompeu essa tendência. Em 1969 e 1971, foram aprovadas respectivamente 
a Lei 5.540/68 e 5.692/71, introduzindo mudanças significativas na estrutura do ensino 
superior e do ensino de 1º e 2º graus, cujos diplomas vieram basicamente em ardor até 
os dias atuais. A Constituição de 1988, promulgado após amplo movimento pela 
redemocratização do País, procurou introduzir inovações e compromissos, com 
destaque para a universalização do ensino fundamental e erradicação do analfabetismo. 
Período Primitivo 
A evolução do hominídeo para o homem apresenta as seguintes fases: 
 Australopithecus (de 5 milhões a 1 milhão de anos atrás), caçador, que lasca a 
pedra, constrói abrigos; 
 Pitecanthropus (de 2 milhões a 200 mil anos atrás), com um cérebro pouco 
desenvolvido, que vive da colheita e da caça, se alimenta de modo misto, pule a 
pedra nas duas faces, é um pronto-artesão e conhece o fogo, mas vive imerso 
numa condição de fragilidade e de medo; 
 Homem de Neanderthal (de 200 mil a 40 mil anos atrás), que aperfeiçoa as 
armas e desenvolve um culto dos mortos, criando até um gosto estético (visível 
nas pinturas), que deve transmitir o seu ainda simples saber técnico; 
 Homo sapiens, que já tem características atuais: possui a linguagem, elabora 
múltiplas técnicas, educa os seus “filhotes”, vive da caça, é nômade, é “artista”(arte naturalista e animalista), está impregnado de cultura mágica, dotado de 
cultos e crenças, e vive dentro da “mentalidade primitiva” marcada pela 
participação mística dos seres e pelo raciocínio concreto, ligado a conceitos-
imagens e pré-lógico, intuitivo e não-argumentativo. 
A educação dos jovens, nesta fase, torna-se o instrumento central para a 
sobrevivência do grupo e a atividade fundamental para realizar a transmissão e o 
desenvolvimento da cultura. No filhote dos animais superiores já existe uma disposição 
para acolher esta transmissão, fixada biologicamente e marcada pelo jogo-imitação. 
Todos os filhotes brincam com os adultos e nessa relação se realiza um 
adestramento, se aprendem técnicas de defesa e de ataque, de controle do território, de 
ritualização dos instintos. Isso ocorre e num nível enormemente mais complexo também 
com o homem primitivo, que através da imitação, ensina ou aprende o uso das armas, a 
caça e a colheita, o uso da linguagem, o culto dos mortos, as técnicas de transformação 
e domínio do meio ambiente. 
Depois desta fase, entra-se (cerca de 8 ou 10 mil anos atrás) na época do 
Neolítico, na qual se assiste a uma verdadeira e própria revolução cultural. Nascem as 
primeiras civilizações agrícolas: os grupos humanos se tornam sedentários, cultivam os 
campos e criam animais, aperfeiçoam e enriquecem as técnicas (para fabricar vasos, 
para tecer, para arar), cria-se uma divisão do trabalho cada vez mais nítida entre homem 
e mulher e um domínio sobre a mulher por parte do homem, depois de uma fase que 
exalta a feminilidade no culto da Grande Mãe (findo com o advento do treinamento, 
visto como “conquista masculina”). 
A revolução neolítica é também uma revolução educativa: fixa uma divisão 
educativa paralela à divisão do trabalho (entre homem e mulher, entre especialistas do 
sagrado e da defesa e grupos de produtores); fixa o papel - chave da família na 
reprodução das infraestruturas culturais: papel sexual, papéis sociais, competências 
elementares, introjeção da autoridade; produz o incremento dos locais de aprendizagem 
e de adestramento específicos (nas diversas oficinas artesanais ou algo semelhante; nos 
campos; no adestramento; nos rituais; na arte) que, embora ocorram sempre por 
imitação e segundo processos de participação ativa no exercício de uma atividade, 
tendem depois a especializar-se, dando vida a momentos ou locais cada vez mais 
específicos para a aprendizagem. Depois, são a linguagem e as técnicas (linguagem 
mágica e técnicas pragmáticas) que regulam – de maneira cada vez mais separada – os 
modelos de educação. 
Período Oriental 
China 
Nas civilizações orientais, a educação era tradicional: dividida em classes, 
opondo cultura e trabalho, organizada em escolas fechadas e separadas para a classe 
dirigente. O conhecimento da escrita era restrito, devido ao seu caráter esotérico. As 
preocupações com educação apareceram nos livros sagrados, que ofereceram regras 
ideais de conduta e enquadramento das pessoas nos rígidos sistemas religiosos. Nesse 
período surgiu o dualismo escolar, que destina um tipo de ensino para o povo e outro 
para os filhos dos funcionários, ou seja, grande parte da comunidade foi excluída da 
escola e restringida à educação familiar informal. 
Egito 
As escolas funcionavam como templos e em algumas casas foram frequentadas 
por pouco mais de vinte alunos. A aprendizagem se fazia por transcrições de hinos, 
livros sagrados, acompanhada de exortações morais e de coerções físicas. Ao lado da 
escrita, ensinava-se também aritmética, com sistemas de cálculo, complicados 
problemas de geometria associados à agrimensura, conhecimentos de botânica, 
zoologia, mineralogia e geografia. 
O primeiro instrumento do sacerdote-intelectual é a escrita, que no Egito era 
hieroglífica (relacionada com o caráter pictográfico das origens e depois estilizada em 
ideogramas ligados por homofonia e por polifonia, em seguida por contrações e 
junções, até atingir um cursivo chamado hierático e de uso cotidiano, mais simples, e 
finalmente o demótico, que era uma forma ainda mais abreviada e se escrevia sobre 
folha de papiro com um cálamo embebido em carbono). 
Ao lado da educação escolar, havia a familiar (atribuída primeira à mãe, depois 
ao pai) e a “dos ofícios”, que se fazia nas oficinas artesanais e que atingia a maior parte 
da população. Este aprendizado não tinha nenhuma necessidade de “processo 
institucionalizado de instrução” e “são os pais ou os parentes artesãos que ensinavam a 
arte aos filhos”, através do observar para depois reproduzir o processo observado. Os 
populares eram também excluídos da ginástica e da música, reservadas apenas a casta 
guerreira e colocadas como adestramento para guerra. 
Babilônia 
A cultura da poderosa classe sacerdotal destaca-se, bem como a extrema 
dificuldade que a escrita cuneiforme oferece aos escribas, incumbidos de ler e copiar 
textos religiosos. Na civilização babilônica, tiveram um papel essencial o templo e as 
técnicas. O templo era o verdadeiro centro social dessa civilização, o lugar onde se 
condensa a tradição e onde organizam as competências técnicas, sobretudo as mais altas 
e complexas, como escrever, contar, medir, que dão vida à literatura, à matemática, à 
geometria, às quais se acrescenta a astronomia que estuda o céu para fins, sobretudo 
práticos (elaborar um calendário). 
Os sacerdotes (verdadeira casta de poder, que levava uma vida separada e se 
dedicava a atividades diferentes dos outros homens, ligadas aos rituais e à cultura), eram 
os depositários da palavra, os conhecedores da técnica da leitura e da escrita. A 
experiência escolar formava o escriba e ocorria em ambientes aparelhados para escrever 
sobre tabuletas de argila, sob o controle de um mestre (dubsar), pelo uso de silabários e 
segundo uma rígida disciplina. 
Fenícios 
Os fenícios eram povos de origem semita. Por volta de 3000 a.C., 
estabeleceram-se numa estreita faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada 
entre as montanhas do Líbano e o mar Mediterrâneo. Com 200 km de extensão, 
corresponde à maior parte do litoral do atual Líbano e uma pequena parte da Síria. 
Quanto à cultura, fundamental foi o desenvolvimento dos conhecimentos técnicos (de 
cálculo, de escrita, mas também ligados aos problemas da navegação). A descoberta 
mais significativa desse povo foi a do alfabeto, com 22 consoantes (sem as vogais), do 
qual derivam o alfabeto grego e depois os europeus, e que aconteceu pela necessidade 
de simplificar e acelerar a comunicação. A primeira produção do alfabeto ocorreu em 
Biblos (um dos centros da Fenícia), que deu, aliás, nome ao livro (biblos em grego), 
pelas indústrias de papiro que ali se encontravam. Quanto aos processos educativos, são 
aqueles típicos das sociedades pré-gregas, influenciados pelos modelos dos grandes 
impérios e pelas sociedades sem escrita em que predomina a sacralização dos saberes e 
a organização pragmática das técnicas, e tais processos se desenvolvem, sobretudo na 
família, no santuário ou nas oficinas artesanais. Os processos de formação coletiva são 
confiados ao “bardo”, ao “profeta”, ao “sábio”, três figuras-guias das comunidades pré-
literárias e que desenvolvem uma ação de transmissão de saberes, de memória histórica 
e de “educadores de massa”. 
Hebreus 
O principal legado que os hebreus deixaram foi no âmbito religioso. Eles foram 
os primeiros povos a adotar o monoteísmo, ou seja, a crença em um único Deus. 
Também de destacam na literatura, destacando o Antigo Testamento, que é a primeira 
parte da Bíblia. Quanto aos profetas, eles eram os educadores de Israel, inspirados por 
Deus e continuadores do espírito de sua mensagem ao “povo eleito”: devem educar com 
dureza, castigar e repreender também com violência, já que sua denúncia é em razão de 
um retorno ao papel atribuído por Deus a Israel. A escola em Israel organizava-seem 
torno da interpretação da Lei dentro da sinagoga; à qual “era anexa uma escola exegese” 
que, no período helenístico, se envolveu em sérios contrastes em torno, justamente, da 
helenização da cultura hebraica. Aos saduceus (helenizantes) opuseram-se os fariseus 
(antigregos) que remetiam à letra das Escrituras e à tradição interpretativa, 
salvaguardada de modo formalista. Assim, além de centro de oração e de vida religiosa 
e civil, a sinagoga se torna também lugar de instrução. A instrução que se professava era 
religiosa, voltada tanto para a “palavra” quanto para os “costumes”. Os conteúdos da 
instrução eram “trechos escolhidos da Torá”, a partir daqueles usados nos ofícios 
religiosos cotidianos. Só mais tarde (no século I d.C.) foi acrescentado o estudo da 
escrita e da aritmética. Nos séculos sucessivos, os hebreus da diáspora fixaram-se, em 
geral, sobre este modelo de formação (instrução religiosa), atribuindo também a esta o 
papel de salvar sua identidade cultural e sua tradição histórica. 
 
Período Grego 
Neste período, as crianças viviam a primeira infância em família, assistidas pelas 
mulheres e submetidas à autoridade do pai, que poderia reconhecê-las ou abandoná-las, 
que escolhia seu papel social e era seu tutor legal. A infância não era valorizada em toda 
a cultura antiga: era uma idade de passagem, ameaçada por doenças, incerta nos seus 
sucessos; sobre ela, portanto, se fazia um mínimo investimento afetivo. A criança 
crescia em casa, controlada pelo “medo do pai”, atemorizada por figuras míticas 
semelhantes às bruxas, gratificada com brinquedos (bonecas) e entretida com jogos 
(bolas, aros, armas rudimentares), mas sempre era colocada à margem da vida social. 
Ou então, era submetida à violência, a estupro, a trabalho, até a sacrifícios 
rituais. O menino – em toda a Antiguidade e na Grécia também – era um “marginal” e 
como tal era violentado e explorado sob vários aspectos, mesmo se gradualmente – a 
partir dos sete anos, em geral – era inserido em instituições públicas e sociais que lhe 
concediam uma identidade e lhe indicavam uma função. A menina não recebia qualquer 
educação formal, mas aprendia os ofícios domésticos e os trabalhos manuais com a 
mãe. 
A educação grega era centrada na formação integral do indivíduo. Quando não 
existia a escrita, a educação era ministrada pela própria família, conforme a tradição 
religiosa. A transmissão da cultura grega se dava também, através das inúmeras 
atividades coletivas (festivais, banquetes, reuniões). A escola ainda permanecia 
elitizada, atendendo aos jovens de famílias tradicionais da antiga nobreza ou dos 
comerciantes enriquecidos. O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco mais 
para se difundir, já que nas escolas a formação era mais esportiva que intelectual. 
Esparta e Atenas: dois modelos educativos 
Esparta e Atenas deram vida a dois ideais de educação: um baseado no 
conformismo e no estatismo, outro na concepção, outro na concepção de Paideia, de 
formação humana livre e nutrida de experiências diversas, sociais, alimentaram durante 
séculos o debate pedagógico, sublinhando a riqueza e fecundidade ora de um, ora de 
outro modelo. 
Foi o mítico Licurgo quem ditou as regras políticas de Esparta e delineou seu 
sistema educativo, conforme o testemunho de Plutarco. As crianças do sexo masculino, 
a partir dos sete anos, eram retiradas da família e inseridas em escolas-ginásios onde 
recebiam, até os 16 anos, uma formação de tipo militar, que devia favorecer a aquisição 
da força e da coragem. O cidadão-guerreiro é formado pelo adestramento no uso das 
armas, reunido em equipes sob o controle de jovens guerreiros e, depois, de um 
superintendente geral (pai do nomos). Levava-se uma vida comum, favoreciam-se os 
vínculos de amizade, valorizava-se em particular a obediência. Quanto à cultura – ler, 
escrever -, pouco espaço era dado a ela na formação do espartano – "o estritamente 
necessário", diz Plutarco -, embora fizessem aprender de memória Homero e Hesíodo 
ou o poeta Tirteo. 
Já em Atenas, após a adoção do alfabeto iônico, totalmente fonético, que se 
tornou comum a toda Grécia, teve um esplêndido florescimento em todos os campos: da 
poesia ao teatro, da história à filosofia. No século V, Atenas exercia um influxo sobre 
toda a Grécia: tinha necessidade de uma burocracia culta, que conhecesse a escrita. Esta 
se difundiu a todo o povo e os cidadãos livres adquiriram o hábito de dedicar-se à 
oratória, à filosofia, à literatura, desprezando o trabalho manual e comercial. Todo o 
povo escrevia como atesta a prática do ostracismo. Afirmou-se um ideal de formação 
mais culto e civil, ligado à eloquência e à beleza, desinteressado e universal, capaz de 
atingir os aspectos mais próprios e profundos da humanidade de cada indivíduo e 
destinado a educar justamente este aspecto de humanidade, que em particular a filosofia 
e as letras conseguem nele fazer emergir e amadurecer. Assim, a educação assumia em 
Atenas um papel-chave e complexo, tornava-se matéria de debate, tendia a 
universalizar-se, superando os limites da polis. 
Numa primeira etapa, a educação era dada aos rapazes que frequentavam a 
escola e a palestra, onde eram instruídos através da leitura, da escrita, da música e da 
educação física, sob a direção de três instrutores: o grammatistes (mestre), o kitharistes 
(professor de música), o pai do tribes (professor de gramática). O rapaz era depois 
acompanhado por um escravo que o controlava e guiava: o pai da gogos. Depois de 
aprender o alfabeto e a escrita, usando tabuinhas de madeira cobertas de cera, liam-se 
versos ricos de ensinamentos, narrativas, discursos, elogios de homens famosos, depois 
os poetas líricos que eram cantados. O cuidado com o corpo era muito valorizado, para 
torná-lo sadio, forte e belo, realizado no gymnasia. Aos 18 anos, o jovem era “efebo” 
(no auge da adolescência), inscrevia-se no próprio demo (ou circunscrição), com uma 
cerimônia entrava na vida de cidadão e depois prestava serviço militar por dois anos. A 
particularidade da educação ateniense é indicada pela ideia harmônica de formação que 
inspira ao processo educativo e o lugar que nela ocupa a cultura literária e musical, 
desprovida de valor prático, mas de grande importância espiritual, ligada ao crescimento 
da personalidade e humanidade do jovem. 
Paideia: o seu nascimento 
A partir do século V a. C., exige-se algo mais da educação. Para além de formar 
o homem, a educação deve ainda formar o cidadão. A antiga educação, baseada na 
ginástica, na música e na gramática deixa de ser suficiente. Surge então o modelo ideal 
de educação grega, que aparece como Paideia, que tem como objetivo geral construir o 
homem como homem e cidadão. Platão define Paideia da seguinte maneira “a essência 
de toda a verdadeira educação ou Paideia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se 
tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como 
fundamento”. A noção de Paideia se afirma de modo orgânico e independente na época 
dos sofistas e de Sócrates e assinala a passagem explícita – da educação para a 
Pedagogia, de uma dimensão teórica, que se delineia segundo as características 
universais e necessárias da filosofia. Nasce a Pedagogia como saber autônomo, 
sistemático, rigoroso; nasce o pensamento da educação como episteme, e não mais 
como éthos e como práxis apenas. 
 Paideia: nas suas origens e na sua acepção comum, indica o tipo de formação da 
criança (pais), mais idôneo a fazê-lo crescer e tornar-se homem, assume pouco a 
pouco nos filósofos o significado de formação, de perfeição espiritual, ou seja, 
de formação do homem no seu mais alto valor. Portanto, podemos dizer que a 
Paideia, entendida ao modo grego, é a formação da perfeição humana; 
 Episteme: conhecimento verdadeiro, de natureza científica, em oposição à 
opinião infundada ou irrefletida; 
 Éthos: conjuntodos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do 
comportamento e da cultura, característicos de uma determinada época ou 
região; 
 Práxis: prática. 
Helenismo e a Educação 
Trata-se de uma época que se delineia uma cultura cada vez mais científica, mais 
especializada, mais articulada em formas diferenciadas entre si tanto pelos objetos 
quanto pelos métodos: é a época em que se desenvolve a ciência física em formas quase 
experimentais, em que apresentam a filosofia e a historiografia em formas 
amadurecidas, em que cresce a astronomia tanto quanto a geometria e a matemática, 
como também a botânica, a zoologia, a gramática, dando vida a uma enciclopédia 
bastante complexa do saber. Nesta época desenvolvem-se alguns centros de cultura: 
Rodes, Pérgamo, Alexandria; Alexandria em particular – fundada por Alexandre Magno 
em 932 a. C. no Egito, com a biblioteca e o museu, afirma-se como o centro de toda 
cultura helenística, literária, filosófica e científica. 
A Paideia no período helenístico pode ser compreendida como uma orientação 
de vida, ou seja, apresentava-se como um conjunto de orientações seguras, que 
indicavam o caminho da felicidade. Os “novos” educadores, além de ensinar o homem a 
especular em torna da verdade, buscavam enfatizar que era preciso aprender a viver de 
forma virtuosa. A vivência das virtudes era a garantia de uma vida feliz, por isso, a 
transmissão e a prática dos valores tornou-se o conteúdo primordial das escolas nesse 
período. 
Período Romano 
O texto-base da educação romana, como atesta Cícero, foi por muito tempo o 
das Doze tábuas, fixado em 451 a.C., no bronze e exposto publicamente no fórum, para 
que todos pudessem vê-lo. Nelas, sublinhava-se o valor da tradição (o espírito, os 
costumes, a disciplina dos pais) e delineava-se um código civil, baseado na pátria 
potestas e caracterizado por formas de relação social típicas de uma sociedade agrícola 
atrasada. Como modelo educativo, as tábuas fixavam à dignidade, a coragem, a firmeza 
como valores máximos, ao lado, porém, da pietas e da parcimônia. 
A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar e civil, 
destinada a formar em particular os civis romanus, superior aos outros povos pela 
consciência do direito como fundamento da própria “romanidade”. Os civis romanus 
era, porém, formado antes de tudo em família pelo papel central do pai, mas também da 
mãe, por sua vez menos submissa e menos marginal na vida da família em comparação 
com a Grécia. 
A mulher em Roma era valorizada como mater famílias, portanto reconhecida 
como sujeito educativo, que controlava a educação dos filhos, confiando-os a 
pedagogos e mestres. Diferente, entretanto, é o papel do pai, cuja auctoritas, destinada a 
formar o futuro cidadão, é colocada no centro da vida familiar e por ele exercida com 
dureza, abarcando cada aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, 
a vida social). 
Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar seu papel de esposas 
e mães, mesmo se depois, gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia 
na sociedade romana. O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um 
papel familiar e educativo. 
Escola romana 
Foi a partir do século II a. C. que, em Roma, também se foram organizando 
escolas segundo o modelo grego, destinadas a dar uma formação gramatical e retórica, 
ligada à língua grega. Só no século I a. C. é que foi fundada uma escola de retórica 
latina, que reconhecia total dignidade à literatura e à língua dos romanos. Pouco tempo 
depois, o espírito prático, próprio da cultura romana, levou a uma sistemática 
organização das escolas, divididas por graus e providas de instrumentos didáticos 
específicos (manuais). Quanto aos graus, as escolas eram divididas em: 
1. Elementares (ou do litterator ou ludus, dirigidas pelo ludi magister e 
destinadas a dar a alfabetização primária: ler, escrever e, frequentemente, também 
calcular. Tal escola funcionava em locais alugados ou na casa dos ricos; as crianças 
dirigiam-se para lá acompanhadas do paedagogus, escreviam com o estilete sobre 
tabuletas de cera, aprendiam as letras do alfabeto e sua combinação, calculavam usando 
os dedos ou pedrinhas – calculi, passavam boa parte do dia na escola e eram submetidas 
à rígida disciplina do magister, que não excluía as punições físicas); 
2. Secundárias ou de gramática (nas quais se aprendia a cultura nas suas diversas 
formas: desde a música até a geometria, a astronomia, a literatura e a oratória; embora 
predominasse depois o ensino literário na sua forma gramatical e filosófica, exercido 
sobre textos gregos e latinos, através da lectio, da enarratio, da emendatio e do 
judicium); 
3. Escolas de retórica - política, forense, filosófica etc. E elaboravam-se as 
suasoriae ou discursos sobre exemplos morais e as controversiae ou debates sobre 
problemas reais ou fictícios). Embora mais limitada em comparação à educação grega 
(eram escassas a gramática, a música, e também a ciência e a filosofia), mais utilitária, a 
formação escolar romana mantém bem no centro este princípio retórico e a tradição das 
artes liberais, resumidas no valor atribuído à palavra. 
Existiam também escolas para os grupos inferiores e subalternos, embora menos 
organizadas e institucionalizadas. Eram escolas técnicas e profissionalizantes, ligadas à 
os ofícios e às práticas de aprendizado das diversas artes. As técnicas eram ligadas num 
primeiro momento, ao exército e à agricultura, depois ao artesanato, e pôr fim ao 
artesanato de luxo. 
Período Medival 
No período medieval a educação era desenvolvida em estreita simbiose com a 
Igreja, com a fé cristã e com as instituições eclesiásticas que – enquanto acolhiam os 
oratores (os especialistas da palavra, os sapientes, os cultos, distintos dos bellatores e 
dos laboratores) – eram as únicas delegadas (com as corporações no plano profissional) 
a educar, a formar, a conformar. 
Da Igreja partiram os modelos educativos e as práticas de formação, 
organizavam-se as instituições ad hoc e programavam-se as intervenções, como também 
nela se discutiam tanto as práticas como os modelos. Práticas e modelos para o povo, 
práticas e modelos para as classes altas, uma vez que era típico também da Idade Média 
o dualismo social das teorias e das práxis educativas, como tinha sido no mundo antigo. 
Também a escola, como nós conhecemos, é um produto da Idade Média. A sua estrutura 
ligada à presença de um professor que ensina a muitos alunos de diversas procedências 
e que deve responder pela sua atividade à Igreja ou a outro poder (seja ele local ou não); 
as suas práticas ligadas à lectio e aos autores, a discussão, ao exercício, ao comentário, à 
arguição etc.; as suas práxis disciplinares (prêmios e castigos) e avaliativas vêm daquela 
época e da organização dos estudos nas escolas monásticas e nas catedrais e, sobretudo 
nas universidades. 
Vêm de lá também alguns conteúdos culturais da escola moderna e até mesmo 
da contemporânea: o papel do latim; o ensino gramatical e retórico da língua; a imagem 
da filosofia, como lógica e metafísica. 
Escolas paroquiais 
As primeiras remontam ao século II. Limitavam-se à formação de eclesiásticos, 
sendo o ensino ministrado por qualquer sacerdote encarregado de uma paróquia, que 
recebia em sua própria casa os jovens rapazes. À medida que a nova religião se 
desenvolvia, passava-se das casas privadas às primeiras igrejas nas quais o altar 
substitui a tribuna. O ensino era reduzido aos salmos, às lições das Escrituras, seguindo 
uma educação estritamente cristã. 
Escolas monásticas 
Visavam inicialmente, apenas à formação de futuros monges. Funcionando de 
início apenas em regime de internato, estas escolas abriram mais tarde escolas externas 
com o propósito da formação de leigos cultos (filhos dos Reis e os servidores também). 
O programa de ensino erade início, muito elementar - aprender a ler escrever, conhecer 
a bíblia (se possível de cor), canto e um pouco de aritmética – foi-se enriquecendo de 
forma a incluir o ensino do latim, gramática, retórica e dialética. 
Escolas palatinas 
Carlos Magno fundou ainda, junto da sua corte e no seu próprio palácio, a 
chamada Escola Palatin. Para apoio do seu plano de desenvolvimento escolar, Carlos 
Magno chamou o monge inglês Alcuíno. É sob a sua inspiração que, a partir do ano 787, 
foram emanados o decreto capitular para a organização das escolas. Estes incluíam as 
sete artes liberais, repartidas no trivium e no quadrivium. O trivium abraçava as 
disciplinas formais: gramática, retórica, dialéctica, esta última desenvolvendo-se, mais 
tarde, na filosofia; o quadrivium abraçava as disciplinas reais: aritmética, geometria, 
astronomia, música, e, mais tarde, a medicina. 
Escolas catedrais 
As escolas catedrais (escolas urbanas), saídas das antigas escolas monásticas 
(que alargaram o âmbito dos seus estudos), tomaram a dianteira em relação às escolas 
dos mosteiros. Instituídas no século XI por determinação do Concilio de Roma (1079), 
passam, a partir do século XII (Concilio de Latrão, 1179), a ser mantidas através da 
criação de benefícios para a remuneração dos mestres, prosperando nesse mesmo 
século. A atividade intelectual abre-se ao exterior, ainda que de forma lenta, absorvendo 
elementos das culturas judaica, árabe e persa, redescobrindo os autores clássicos, como 
Aristóteles e, em menor escala, Platão. 
 
 
Universidades 
Supõe-se que a primeira universidade europeia tenha sido na cidade italiana de 
Salerno, cujo centro de estudos remonta ao século XI. Além desta, antes de 1250, 
formaram-se no Ocidente a primeira geração de universidades medievais. São 
designadas de espontâneas porque nascem do desenvolvimento de escolas preexistentes. 
As universidades de Bolonha e de Paris estão entre as mais antigas. Outros exemplos 
são a Universidade de Oxford e a de Montpellier. Mais tarde, é a vez da constituição de 
universidades por iniciativa papal ou real. Exemplo desta última é a Universidade de 
Coimbra, fundada em 1290. Originalmente, estas instituições eram chamadas 
de studium generale, agregando mestres e discípulos dedicados ao ensino superior de 
algum ramo do saber (medicina, direito, teologia). Porém, com a efervescência cultural 
e urbana da Baixa Idade Média, logo se passou a fazer referência ao estudo universal do 
saber, ao conjunto das ciências, sendo o nome studium generale substituído 
por universitas. 
Período do Renascimento 
O Renascimento começou na Itália, no século XIV, e difundiu-se por toda a 
Europa, durante os séculos XV e XVI. Foi um período da história europeia marcado por 
um renovado interesse pelo passado greco-romano clássico, especialmente pela sua arte. 
Para se lançar ao conhecimento do mundo e às coisas do homem, o movimento 
renascentista elegia a razão como a principal forma pela qual o conhecimento seria 
alcançado. O renascimento deu grande privilégio à matemática e às ciências da 
natureza. A exatidão do cálculo chegou até mesmo a influenciar o projeto estético dos 
artistas desse período. Desenvolvendo novas técnicas de proporção e perspectiva, a 
pintura e a escultura renascentista pretendiam se aproximar ao máximo da realidade. Em 
consequência disso, a riqueza de detalhes e a reprodução fiel do corpo humano 
formavam alguns dos elementos correntes nas obras do Renascimento. 
O Humanismo representou tendência semelhante no campo da ciência. O 
renascimento confrontou importantes conceitos elaborados pelo pensamento medieval. 
No campo da astronomia, a teoria heliocêntrica, onde o Sol ocupa o centro do Universo, 
se contrapunha à antiga ideia cristã que defendia que a Terra se encontrava no centro do 
cosmos. Novos estudos de anatomia também ampliaram as noções do saber médico 
dessa época. 
Os humanistas eram homens letrados profissionais, normalmente provenientes 
da burguesia ou do clero que, por meio de suas obras, exerceram grande influência 
sobre toda a sociedade; rejeitavam os valores e a maneira de ser da Idade Média e foram 
responsáveis por conduzir modificações nos métodos de ensino, desenvolvendo a 
análise e a crítica na investigação científica. 
Humanismo: O Humanismo é um movimento filosófico surgido no século XV 
dentro das transformações culturais, sociais, políticas, religiosas e econômicas 
desencadeadas pelo Renascimento. 
Período Moderno 
Duas instituições educativas, em particular, sofreram uma profunda redefinição 
e reorganização na Modernidade: a família e a escola, que se tornaram cada vez mais 
centrais na experiência formativa dos indivíduos e na própria reprodução (cultural, 
ideológica e profissional) da sociedade. As duas instituições chegaram a cobrir todo o 
arco da infância – adolescência, como “locais” destinados à formação das jovens 
gerações, segundo um modelo socialmente aprovado e definido. 
A família, objeto de uma retomada como núcleo de afetos e animada pelo 
“sentimento da infância”, que fazia cada vez mais da criança o centro-motor da vida 
familiar, elaborava um sistema de cuidados e de controles da mesma criança, que 
tendiam a conformá-la a um ideal, mas também a valorizá-la como mito, um mito de 
espontaneidade e de inocência, embora às vezes obscurecido por crueldade, 
agressividade etc. 
Os pais não se contentavam mais em apenas pôr filhos no mundo. A moral da 
época impõe que se dê a todos os filhos, não só ao primogênito, e no fim dos anos 
seiscentos também as filhas, uma preparação para a vida. A tarefa de assegurar tal 
afirmação é atribuída à escola. 
Ao lado da família, a escola: uma escola que instruía, formava e ensinava não 
apenas conhecimentos, mas também comportamentos, que se articulava em torno da 
didática, da racionalização da aprendizagem dos diversos saberes, e em torno da 
disciplina, da conformação programada e das práticas repressivas (constritivas, mas por 
isso produtoras de novos comportamentos). Mas, sobretudo, uma escola que 
reorganizava suas próprias finalidades e seus meios específicos. 
Período Moderno 
Uma escola não mais sem graduação na qual se ensinavam as mesmas coisas a 
todos e segundo processos de tipo adulto, não mais caracterizada pela “promiscuidade 
das diversas idades” e, portanto, por uma forte incapacidade educativa, por uma rebeldia 
endêmica por causa da ação dos maiores sobre os menores e, ainda, marcadas pela 
“liberdade dos estudantes”, sem disciplina interna e externa. 
Com a instituição do colégio (no século XVI), porém, teve início um processo 
de reorganização disciplinar da escola e de racionalização e controle de ensino, através 
da elaboração de métodos de ensino/educação – o mais célebre foi a Ratio 
studiorum dos jesuítas que fixavam um programa minucioso de estudo e de 
comportamento, o qual tinha ao centro a disciplina, o internato e as “classes de idade”, 
além da graduação do ensino/aprendizagem. 
Também é dessa época a descoberta da disciplina: uma disciplina constante e 
orgânica, muito diferente da violência e autoridade não respeitada. A disciplina escolar 
teve raízes na disciplina religiosa; era menos instrumento de exercício que de 
aperfeiçoamento moral e espiritual, era buscada pela sua eficácia, como condição 
necessária do trabalho em comum, mas também por seu valor próprio de edificação. 
Enfim, a escola ritualizava o momento do exame atribuindo-lhe o papel crucial 
no trabalho escolar. O exame era o momento em que o sujeito era submetido ao controle 
máximo, mas de modo impessoal: mediante o controle do seu saber. Na realidade, o 
exame agia, sobretudo como instrumento disciplinar, de controle do sujeito, como 
instrumento de conformação. 
3. A existência de um diálogo interétnico exposto implícita ou 
explicitamente nos textos do livro observado. O diálogo interétnico 
diz respeito às relações e trocasentre os vários povos e etnias 
diferentes. 
De maneira geral, podemos ver que o contato entre povos, entre etnias diferentes 
é marcado pelo estranhamento e pelo conflito e, não raro, pelo conflito violento. O 
contato interétnico entre, por exemplo, os portugueses e os nativos do “novo mundo” 
provocou a desagregação social e cultural de boa parte da população indígena, sem 
contar a eliminação física feita pelos colonizadores, seja pelas armas de fogo, seja pelas 
doenças por eles disseminadas. Não bastasse a espoliação que sofreu no passado, a 
situação do índio, no Brasil, atualmente, é bastante precária. O indígena tem sido alijado 
da condição de cidadania básica, de acesso a formas fundamentais de sobrevivência 
(terra e seus recursos naturais, saúde básica, entre outros aspectos). Apesar do encontro 
intercultural entre colonizadores e povos indígenas ter marcado um tempo de 
dominação daquele sobre este, houve, sem dúvida, uma relação de troca de elementos 
culturais e de mudança, em que as etnias em contato assimilaram determinados valores 
e costumes umas das outras, num processo intenso de dinâmica cultural. Diante disso, o 
que queremos demonstrar é que os povos indígenas, mesmo em uma situação de 
sujeição, não só receberam influência do “mundo dos brancos”, mas o influenciaram 
também no que tange aos modos de vida e à visão-de-mundo. Muitos padrões culturais, 
de um e de outro, foram mudados. 
A mudança cultural é algo que faz parte da própria constituição essencial da 
cultura. A mudança pode ocorrer por reações e reajustes endógenos e por motivações 
exógenas, advindas do contato intercultural, marcadas ou não por pressões e imposições 
externas. As trocas culturais entre sociedades diferentes é algo bastante comum e 
importante, pois possibilita que os membros de uma sociedade pensem sobre como 
organizam sua vida social, sobre seus tabus, interditos e pré-conceitos e revejam 
seu modus vivendi . A dinâmica cultural significa um dado fundamental para toda e 
qualquer sociedade e é um sinal de que a cultura está viva, em plena saúde. 
Ao se falar em relação interétnica, há uma questão que se relaciona diretamente 
com ela que é a do relativismo cultural. 
O relativismo cultural é uma teoria que implica a idéia de que é preciso 
compreender a diversidade cultural e respeitá-la, reconhecendo que todo sistema 
cultural tem uma coerência interna própria. Originalmente, a concepção de relativismo 
cultural tinha seu uso relacionado a um princípio operacional, metodológico. Assim 
pensado, o relativismo cultural é um instrumento metodológico fundamental para que o 
pesquisador realize, em culturas diferentes da sua, um trabalho antropológico sério, 
compreendendo que os traços culturais têm um significado e compõem o sistema 
cultural daquela sociedade ou grupo social. 
Os problemas começam quando o relativismo cultural é radicalizado, 
absolutizado, e seu significado é deslocado desse princípio metodológico. Sua 
radicalização prevê, na maioria das vezes, o não contato entre povos diferentes e a idéia 
de que se ele ocorrer será, inexoravelmente, ruim, uma imposição cultural de um grupo 
sobre o outro. Assim, não é raro vermos posições extremadas quanto às possíveis 
relações entre etnias indígenas, por exemplo, e grupos outros da sociedade envolvente. 
Elas são vistas como um tipo de intervenção que é necessariamente destrutiva e 
perigosa desses grupos em relação às etnias indígenas. Desse modo, uma possível 
relação dialógica entre etnias é obstruída com base na preservação fantasiosa de uma 
pretensa pureza cultural. 
4. O livro expõe contribuições dos povos e dos fatos históricos na 
constituição dos modelos de formação do sujeito e na instituição do 
conhecimento? 
O processo de educação do homem foi fundamental para o desenvolvimento dos 
grupos sociais e de suas respectivas sociedades, razão pela qual o conhecimento de sua 
história e experiências passadas é essencial para a compreensão dos rumos tomados pela 
educação no presente. 
Educação na antiguidade 
Tomando a herança cultural deixada pela antiguidade como a fonte principal 
sobre a qual a civilização ocidental se ergueu, o legado deixado pelas principais cidades 
estados da Grécia Antiga – Esparta e Atenas – constitui-se como princípio de 
organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades no 
decorrer dos séculos. Reconhecida por seu poder militar e caráter guerreiro, o modelo 
de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de 
artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e 
nas exigências extremas de desempenho. Por outro lado, Atenas tinha nos logos 
(conhecimento) seu ideal educativo mais importante. O exercício da palavra, assim 
como a retórica e a polêmica, era valorizado em função da prática da democracia entre 
iguais. Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas, considerados mestres 
da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem 
capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma matriz 
intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha 
ensinar a pensar – mais do que ensinar a falar - através de perguntas cujas respostas 
dependiam de uma análise lógica e não simplesmente da mera retórica. Apesar de 
concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o pensamento socrático 
contribuíram para a educação contemporânea através da valorização da experiência e do 
conhecimento prévio do aluno enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes 
para o sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade. 
Educação na Idade Média 
Podemos reconhecer traços da tradição espartana na educação medieval. Os 
estudantes eram formados de acordo com o pensamento conservador da época e a 
educação desenvolvida em consonância com os rígidos dogmas da Igreja Católica. Cabe 
ressaltar que até o século XVII os valores morais e até mesmo os ofícios responsáveis 
pela garantia da subsistência eram transmitidos em grande parte dentro dos próprios 
círculos familiares, sendo que esses valores e códigos de conduta eram profundamente 
influenciados pelo pensamento religioso. Em contrapartida, com as Reformas Religiosas 
e o Renascimento inicia-se uma nova era para o Ocidente e é marcada pelo 
ressurgimento dos ideais atenienses nos discursos sobre os objetivos da Educação. O 
conhecimento era tipo como um corpo sagrado, essa matriz de pensamento permaneceu 
dominante e foi grande responsável pela concepção do papel da educação desde o 
desaparecimento do Antigo Regime até a constituição dos Estados Nacionais: o 
conhecimento passa a ser organizado para ser transmitido pela escola, através da 
autoridade do professor enquanto sujeito detentor do saber e mantenedor da ordem e da 
disciplina. 
Educação moderna 
Foi esse modelo de educação escolar centrado na figura do professor como 
transmissor do conhecimento que se expandiu ao longo dos séculos XVIII e XIX, 
impulsionado pela Revolução Industrial e a consequente urbanização e aumento 
demográfico. Além disso, o fortalecimento e expansão de regimes democráticos 
influenciou a reivindicação pelo acesso a escola enquanto direito do cidadão e à 
educação passa a ser atribuída a tarefa de formar cidadãos, cientes de direitos e deveres 
e capazes de exercê-los perante a sociedade. 
A partir de meados do século XIX, portanto, o modelo hierarquizado e 
autoritário de educação que caracterizou as instituições escolares até então passou a ser 
questionado por educadores como Maria Montessori, na Europa, e John Dewey, nos 
Estados Unidos. Impulsionados pelo desenvolvimento dos estudos de psicologia sobre 
aprendizagem e desenvolvimento humano, e com críticas a pedagogia tradicional e a 
forma como os conteúdos curriculares eram impostos aos alunos, esses e outroseducadores passaram a reivindicar a participação ativa dos alunos no processo de 
aprendizagem. Desta forma e como mencionado anteriormente, essas propostas 
resgataram princípios atenienses de educação ao valorizar a experiência anterior do 
aluno e seus conhecimentos prévios à aprendizagem escolar. 
Em função dessa trajetória histórica, cabe salientar que a Educação não atendeu 
sempre aos mesmos tipos de objetivos e toda a sua análise requer, antes de tudo, um 
intenso esforço de reflexão e contextualização. Através deste caminho pode-se melhor 
compreender métodos e teorias educacionais, pois observamos traços presentes nas 
práticas educativas atuais que remetem a herança deixada pelos modelos educativos 
analisados até aqui. Se, de um lado, está o valor da disciplina e do conhecimento a ser 
transmitido pela escola; e, de outro lado, a ideia de que o conhecimento é construído e 
consequentemente ninguém ensina nada a ninguém de forma definitiva; é importante a 
constatação de que essas correntes de pensamento não se excluem, uma vez que nos 
dias atuais é necessário conciliar o valor do conhecimento ao valor do engajamento dos 
alunos como estratégia para sanar as exigências de um mundo em contínuo 
desenvolvimento e marcado pelo fluxo constante de informação disponível a uma ampla 
gama de pessoas situadas em diferentes regiões do mundo. 
Como salienta Moacir Gadotti, o conhecimento tem presença garantida em 
qualquer projeção que se faça sobre o futuro; contudo, os sistemas educacionais ainda 
não conseguiram avaliar de maneira satisfatória o impacto das tecnologias da 
informação sobre a Educação. Logo, será preciso trabalhar em dois tempos: o tempo do 
passado e o tempo do futuro. Fazendo de tudo para superar as condições de atraso e, ao 
mesmo tempo, criando condições para aproveitar as novas possibilidades que surgem 
através desses novos espaços de conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
Resultados 
Período Colonial 
Os padres jesuítas chegaram ao Brasil com a missão dada pelos colonizadores 
portugueses de domesticar a população indígena. Os “soldados” de Cristo faziam parte 
de uma ordem religiosa denominada de Companhia de Jesus, sua formação ocorre no 
século XVI após a Reforma Protestante, movimento religioso liderado por Martinho 
Lutero que se iniciou a partir da elaboração de um documento contendo 95 teses que 
denunciam os abusos cometidos pela Igreja Católica. Além de “domesticar” os 
indígenas facilitando o domínio do colonizador, os jesuítas também foram os 
responsáveis por implantar a primeira escola no Brasil, fundamentada basicamente em 
princípios religiosos. 
Da ordem dos agostinianos, Lutero denunciou através desse documento, os 
abusos praticados pela Igreja Católica, inclusive a prática da venda de indulgências, que 
consistia na venda do perdão. Juntamente com a publicação das teses, Lutero foi 
responsável pela tradução da Bíblia para o idioma alemão, até então as sagradas 
escrituras eram escritas em latim, o que restringia a leitura de um número maior de 
pessoas. A atitude de Martinho Lutero gerou uma crise dentro da poderosa Igreja 
Católica, a princípio sua intenção não era provocar uma divisão dos cristãos, mas sim 
orientá-los segundo o verdadeiro cristianismo. As teses de Lutero deram origem às 
primeiras igrejas protestantes na Europa. 
A denúncia dos crimes praticados pelo Papa, institucionalizadas pela Igreja 
levou muitos fiéis a abandonarem o catolicismo e seguirem os princípios orientados por 
Lutero. Essa queda no número de católicos motivou uma ação da igreja conhecida como 
Contrarreforma. A medida tinha como objetivo reconquistar os fiéis e conquistar novos 
adeptos nas terras recém-colonizadas pelos europeus. 
Uma das estratégias adotas pela contrarreforma foi à criação da Companhia de 
Jesus em 1534, os padres que formavam essa ordem tinham a missão de auxiliar os 
colonizadores na tarefa de “civilizar” os povos nativos e doutriná-los de acordo com os 
dogmas da religião católica. Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 juntamente com o 
padre Manoel da Nóbrega e o governador geral Tomé de Souza, os religiosos tiveram 
grande importância no intermédio das relações entre os colonizadores e os indígenas. 
A ação dos “soldados” de Cristo de certa forma contribuiu para o aculturamento 
dos nativos, pois, para catequizá-los os padres tiveram que primeiro ensinar o 
português, no decorrer do processo de doutrinação as práticas religiosas sofreram forte 
influência dos rituais católicos. A educação ministrada pelos jesuítas era basicamente 
religiosa e estruturada nos moldes do ensino europeu. Além dos indígenas, os homens 
brancos e cristãos também estudavam nos colégios fundada pelos religiosos, os negros 
escravizados estavam excluídos do sistema de ensino. 
Primeira Instituição 
A primeira instituição de ensino criada no país foi o Colégio de Salvador da 
Bahia, fundado pelo padre Manoel da Nóbrega, em 1549 a segunda surgiu no ano 
seguinte fundada pelo jesuíta Leonardo Nunes em São Vicente, litoral de São Paulo. 
Basicamente a educação consistia em ensinar a ler, contar e a respeitar os princípios 
católicos. Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal no século XVIII, o 
ensino passa a ser laico desvinculado da religião, no entanto a forte influência religiosa 
predominante na colônia dificultou essa separação. O ensino laico ganharia força no 
sistema educacional brasileiro apenas no final do século XIX. 
Família Real 
A transferência da família real portuguesa para o Brasil em 1808 deu um novo 
impulso para a educação. João VI promoveu uma série de mudanças na tentativa de 
tornar o ambiente cultural da sociedade colonial o mais próximo possível da metrópole, 
a criação das primeiras faculdades de medicina na Bahia e no Rio de Janeiro em 1808 e 
da Escola de Belas Artes em 1816, impulsionou o desenvolvimento científico no Brasil. 
Apesar desses avanços, as primeiras universidades brasileiras só foram criadas no início 
do século XX. 
Durante o Primeiro Reinado foram criadas as primeiras escolas primárias, a lei 
sobre o Ensino Elementar foi aprovada em 1827 e determinava a implantação dessas 
instituições de ensino em todas as províncias e vilas do império. O fracasso da lei pode 
ser percebido em números, apenas 10% da população em idade escolar estava 
matriculada nas escolas. Em 1834 a criação de um ato adicional destinava as províncias 
a organização do ensino primário e ao governo federal o ensino superior. Nesse período 
surgiram os primeiros liceus e no âmbito das escolas privadas houve um grande 
crescimento de instituições escolares fundamentadas em princípios religiosos. 
Período Republicado 
No início do período republicano, a educação sofreria forte influência da “Escola 
Nova”, movimento surgido na Europa e que depositava na educação o caminho para a 
resolução dos problemas sociais. O crescimento urbano e industrial nas primeiras 
décadas do século XX interferiu na criação de um modelo educacional que atendesse as 
necessidades do mercado socioeconômico. Para os adeptos da Escola Nova, as reformas 
educacionais deveriam ser orientadas com base em uma educação capaz de formar 
profissionais habilitados a trabalhar nos diversos setores da sociedade. Outra inovação 
nesse período foi à criação de um sistema de ensino seriado, agora os alunos seriam 
agrupados em turmas de acordo com a idade. No governo de Getúlio Vargas a educação 
ganha maior destaque, a escola deve ser utilizada como mediadora dos conflitos sociais 
contribuindo para a criação de novos saberes que sejam capazes de desenvolver o 
homem com um ser crítico e pensante. Em 1930, foi criado o Ministério dos Negócios 
da Educação e Saúde Pública. 
Período do Regime Militar 
Durante o governo militar (1964-1985) a educação ganhou um destaque 
especial, a formação de agremiações estudantis que contestavam os métodos utilizados 
pelo regime dos militares motivouo aumento do autoritarismo e da repressão em torno 
dos educadores e dos estudantes, a dissolução da União Nacional dos Estudantes em 
1967 ilustra muito bem esse temor do governo em relação às instituições de ensino. A 
inserção de disciplinas como Organização Social e Política Brasileira (OSPB) e 
Educação Moral e Cívica comprova que o governo utilizava o sistema educacional 
como instrumento para alcançar os seus objetivos. Com o fim do regime militar e a 
abertura democrática, a Constituição de 1988 demonstrou a preocupação do governo 
com os rumos da educação, quando delimita um prazo de dez anos para a 
universalização do ensino e erradicação do analfabetismo. 
Em 1996 foi promulgada a nova LDB – Lei das Diretrizes Básicas, a lei 9394/96 
dita às orientações necessárias para a organização do sistema educacional. A primeira 
LDB foi criada em 1961, a segunda em 1971 e a terceira de 1996 vigora até os dias de 
hoje. Um dos grandes avanços é a obrigatoriedade do governo em garantir o 
atendimento de crianças entre zero e seis anos, a educação infantil passa a ser a primeira 
etapa da educação básica, seguida pelo ensino fundamental e ensino médio. Apesar de a 
LDB ditar as normas da educação em todo o território nacional, ela concede ampla 
liberdade para a organização educacional nos municípios. Um dos desafios da Lei de 
Diretrizes e Bases está em garantir uma educação de qualidade capaz de contribuir para 
o desenvolvimento por completo do cidadão e amenizar as desigualdades geradas por 
questões socioeconômicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusão 
Ao propor uma reflexão sobre a educação brasileira, vale lembrar que só em 
meados do século XX o processo de expansão da escolarização básica no país começou, 
e que o seu crescimento, em termos de rede pública de ensino, se deu no fim dos anos 
1970 e início dos anos 1980. 
Com isso posto, podemos nos voltar aos dados nacionais: 
O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados (PISA). 
Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 
12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola (IBGE). O analfabetismo funcional 
de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos 
alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler (Todos pela 
Educação); 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas 
grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita (Todos pela Educação). 
Frente aos dados, muitos podem se tornar críticos e até se indagar com questões 
a respeito dos avanços, concluindo que “se a sociedade muda, a escola só poderia 
evoluir com ela”. Talvez o bom senso sugerisse pensarmos dessa forma. Entretanto, 
podemos notar que a evolução da sociedade, de certo modo, faz com que a escola se 
adapte para uma vida moderna, mas de maneira defensiva, tardia, sem garantir a 
elevação do nível da educação. 
Logo, agora não mais pelo bom senso e sim pelo costume, a “culpa” tenderia a 
cair sobre o profissional docente. Dessa forma, os professores se tornam alvos ou ficam 
no fogo cruzado de muitas esperanças sociais e políticas em crise nos dias atuais. As 
críticas externas ao sistema educacional cobram dos professores cada vez mais trabalho, 
como se a educação, sozinha, tivesse que resolver todos os problemas sociais. 
Já sabemos que não basta, como se pensou nos anos 1950 e 1960, dotar 
professores de livros e novos materiais pedagógicos. O fato é que a qualidade da 
educação está fortemente aliada à qualidade da formação dos professores. Outro fato é 
que o que o professor pensa sobre o ensino determina o que o professor faz quando 
ensina. O desenvolvimento dos professores é uma precondição para o desenvolvimento 
da escola e, em geral, a experiência demonstra que os docentes são maus executores das 
ideias dos outros. Nenhuma reforma, inovação ou transformação – como queira chamar 
perdura sem o docente. 
É preciso abandonar a crença de que as atitudes dos professores só se modificam 
na medida em que os docentes percebem resultados positivos na aprendizagem dos 
alunos. Para uma mudança efetiva de crença e de atitude, caberia considerar os 
professores como sujeitos. Sujeitos que, em atividade profissional, são levados a se 
envolver em situações formais de aprendizagem. 
Mudanças profundas só acontecerão quando a formação dos professores deixar 
de ser um processo de atualização, feita de cima para baixo, e se converter em um 
verdadeiro processo de aprendizagem, como um ganho individual e coletivo, e não 
como uma agressão. 
Certamente, os professores não podem ser tomados como atores únicos nesse 
cenário. Podemos concordar que tal situação também é resultado de pouco engajamento 
e pressão por parte da população como um todo, que contribui à lentidão. Ainda sem 
citar o corporativismo das instâncias responsáveis pela gestão – não só do sistema de 
ensino, mas também das unidades escolares – e também os muitos de nossos 
contemporâneos que pensam, sem ousar dizer em voz alta, “que se todos fossem 
instruídos, quem varreria as ruas”; ou que não veem problema “em dispensar a todos 
das formações de alto nível, quando os empregos disponíveis não as exigem”. 
Enquanto isso, nós continuamos longe de atingir a meta de alfabetizar todas as 
crianças até os 8 anos de idade e carregando o fardo de um baixo desempenho no IDEB. 
Com o índice de aprovação na média de 0 a 10, os estudantes brasileiros tiveram a 
pontuação de 4,6 em 2009. A meta do país é de chegar a 6 em 2022. 
 
 
 
 
 
 
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no Brasil resolva, sozinha, os problemas sociais do país. No entanto, é preciso primeiro 
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SÓ PEDAGOGIA. História da Educação. Disponível em: 
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