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Aula 04 - Habeas Data

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Prática Simulada Constitucional
Prof. Me. Ricardo thomaz santos
E-mail: ricardosantos.adv@gmail.com
Habeas Data
TEMA
Habeas Data
OBJETIVOS
O aluno deverá ser capaz de:
- Identificar a competência para julgamento do remédio constitucional; identificar a autoridade coatora e o órgão de vinculação; requerer a procedência do pedido para invalidar o ato ilegal/abusivo, observada a necessidade da concessão da medida liminar pertinente ao Habeas Data.
Habeas Data
 Conceito
“[...] pode-se definir o habeas data como o direito que assiste a todas as pessoas de solicitar judicialmente a exibição dos registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos seus dados pessoais, para que deles se tome conhecimento e, se necessário for, sejam retificados os dados inexatos ou obsoletos ou que impliquem discriminação. (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 148). 
Fundamento: CF/88, art. 5º, LXXII; Direito à informação - art. 5º, XXXIII; Direito à intimidade/vida privada - art. 5º, X da CRFB/88; art. 8º, I, da Lei 9507/97.
Cabimento: o habeas data (HD) protege a esfera íntima da pessoa, não só em relação aos bancos de dados das entidades governamentais, mas também em relação aos bancos de dados de caráter público que são geridos por pessoas privadas (art. 1º, da Lei 9507/97). Tal compreensão abrange, por exemplo, os serviços de proteção ao crédito (SPC) ou de listagem da mala direta.
Vale destacar que o HD não é admissível se não houver recusa das informações por parte da autoridade administrativa ou omissão em ofertar uma resposta. É necessário, pois, que o legitimado ativo demonstre seu interesse de agir, que surge com a negativa, pela autoridade competente, de prestação de informações pleiteadas pelo impetrante, bem como pela falta de resposta no prazo legalmente estabelecido.
Competência e legitimados
A competência par impetração do Habeas Data deve ser fixada de acordo com a autoridade coatora, com previsão nos artigos 102, I, d; 105, I, b; 108, I, c; 109, VIII, da CRFB/88 e artigo 20 da Lei 9.507/97. 
O habeas data pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, desde que se enquadrem nas hipóteses dos artigos 5º, LXII, da CRFB/88 e artigo 7º da Lei 9.507/97; já o legitimado passivo é qualquer entidade governamental, pessoa jurídica de direito público ou privado, prestadores de serviços de caráter público que detenham dados referentes às pessoas físicas ou jurídicas (exemplo: SPC, SERASA). 
Obrigatoriedade de oitiva do Ministério Público, aplicação do artigo 12, da Lei nº 9.507/97.
Procedimento
Fase administrativa (pré-judicial)
 Nesta fase, o interessado deve solicitar administrativamente a informação, a retificação, a anotação ou explicação sobre um dado exato constante do banco de dados;
 O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositária do registro ou banco de dados e será deferido ou indeferido no prazo de 48 horas;
Havendo a recusa da instituição ou o decurso de prazo de mais de 10 dias (no caso da solicitação do conhecimento das informações), ou de mais de 15 dias (no caso da retificação ou anotação) sem qualquer resposta, será viável a impetração do habeas data, pois evidenciado o interesse de agir.
Fase judicial
Inicia-se com o legitimado ativo impetrando o habeas data ao órgão judiciário competente;
A petição inicial deve preencher os requisitos do art. 319 do CPC e será apresentada em duas vias (os documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos em cópia na segunda), nos termos do art. 8º da Lei 9507/97;
 A petição inicial será instruída com prova da recusa ao acesso/retificação/anotação de informações ou decurso dos prazos acima mencionados;
Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique o legitimado, sendo-lhe concedido o prazo de dez dias para prestar informações (art. 9º da Lei 9507/97);
Na sequência, o processo é encaminhado ao MP que irá atuar como fiscal da lei, para emitir parecer no prazo de cinco dias (art. 12 da Lei 9507/97);
Depois o processo será concluso para julgamento, que deverá ocorrer no prazo (impróprio) de cinco dias (art. 12 da Lei 9507/97).
Caso concreto
CASO CONCRETO: OAB 2010.3 - PROVA PRÁTICO - PROFISSIONAL - ÁREA: DIREITO CONSITUTCIONAL. 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos. Tício, inconformado, procura aconselhamentos com seu sobrinho Caio, advogado, que propõe apresentar ação judicial para acessar os dados do seu tio. 
Na qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, observando: 
competência do Juízo; 
legitimidade ativa e passiva;
fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; 
os requisitos formais da peça inaugural.
Resolução
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Tício, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG n° (numero) e do CPF n° (numero), residente e domiciliado na ..., por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório no endereço ..., endereço que indica para receber as intimações processuais, com fundamento no art. 5º, LXXII, “a”, da Constituição Federal e Lei nº 9.507/97, impetrar HABEAS DATA contra ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, com sede funcional na ..., pelos fatos e fundamentos de direito que se seguem.
Resolução
DOS FATOS
Na década de setenta, o impetrante participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. Em 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, ato este que claramente viola a intimidade e vida privada do impetrante e fundamenta a propositura do presente Habeas Data.
Resolução
DO DIREITO: DO CABIMENTO E DA COMPETÊNCIA 
Como se sabe, cabe o remédio constitucional Habeas Data quando houver recusa de informação da pessoa do impetrante constante em banco de dados de caráter público ou de entidade governamental (art. 5º LXXII da CF). Já a competência é definida pela hierarquia funcional (art. 5º, LXXII da Constituição Federal, c/c art. 20 da Lei n. 9.507/97). No presente caso, a autoridade coatora foi o Ministro de Estado, o que justifica a impetração do presente remédio perante esse Superior Tribunal de Justiça - STJ, nos termos do artigo 105, I, b da CF.
Resolução
DA LEGITIMIDADE: 
A legitimidade ativa do presente remédio constitucional se encontra no art. 5º, LXXII, a, da Constituição Federal e da Lei n.9.507/97. Assim, qualquer pessoa física ou jurídica, pode ser titular do direito à informação pessoal. No presente caso, a legitimidade é de Tício que teve negado o acesso a informação de caráter pessoal, ferindo as normas constitucionais e legais. A legitimidade passiva, conforme art.2ºda Lei n. 9.507/97, é do Ministro do Estado já que é o responsável em conceder as informações pessoais requeridas pelo impetrante.
Resolução
DO MÉRITO: 
Trata-se de ato pratica por Ministro de Estado que negou acesso a informação do impetrante, de forma abusiva e inconstitucional. O art. 5º, XXXII, a, da CF/88 assegura a todos o direito à informação, sendo, inclusive, a atividade pública pautada no princípio da publicidade conforme art. 37, caput da CF/88. Portanto, a alegação de que as informações são sigilosas em virtude do interesse público é configura abuso do poder e esbarra nos comandos constitucionais e fundamentais da Carta Maior. Saliente-se que o direito à informação é tipificado como direito fundamental no art. 5º, XXXIII da CF, protegido por cláusula pétrea (art. 60, § 4º, IV da CF). Registre-se que a negativa do direito à informação pessoal, também fere a vida intima (art. 5º, X da CF) e a própria personalidade do impetrante, que se ver privado da informação vivenciada no passado. Por fim, nos termos do art.7º, I da Lei n. 9.507/97 fica preenchida a condição do interesse de agir, visto que o impetrante procurou administrativamente autoridade competente para obtenção de informações pessoais que lhe foram negadas como se prova com o documento em anexo.
Resolução
DOS PEDIDOS: 
Diante de todo exposto, o Impetrante requer: a) julgamento do presente habeas data TOTALMENTE PROCEDENTE para que seja assegurado ao impetrante o acesso às informações pessoais constantes nos bancos de dados do governo federal, marcando data e hora para que sejam entregues as informações requeridas pela mesma nos termos do art. 5º, LXXII da Constituição Federal, c/c art. 13 da Lei n. 9.507/97. b) que seja notificada a autoridade coatora dos termos da presente ação para que sejam prestadas as informações, no prazo de dez dias, nos termos do art. 9º da Lei n. 9.507/97. c) intimação do Ministério Público para ser ouvido no prazo de cinco dias, nos termos do art. 12 da Lei n. 9.507/97. d) condenação dos impetrados ao pagamento de honorários advocatícios, custas e despesas processuais. e) O impetrante pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, requerendo, desde já, juntada de documentos essenciais conforme art. 8º, § único da Lei n. 9.507/97..
Resolução
Dar-se à causa o valor de 1.000,00 (um mil reais) para efeitos procedimentais. Termos que pede e espera deferimento. 
Local ..., data... 
Advogado..., 
OAB nº...
Referências
MASSON, Nathalia; FREITAS JR., Antonio Carlos; BERTRAMELLO, Rafael. Direito constitucional: prática para aprovação na 2ª fase da OAB. 8. ed. Salvador: JusPodivm, 2019.
NOVELINO, Marcelo. Curso de direito constitucional. 14. ed. Salvador: JusPodivm, 2019.
PADILHA, Rodrigo. Manual de prática constitucional. 6. ed. São Paulo: Método, 2016.

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