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peça 4-pratica constitucional

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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG n° (numero) e do CPF n° 
(numero), residente e domiciliado na ..., por seu advogado infra-assinado, 
conforme procuração anexa, com escritório no endereço ..., endereço que 
indica para receber as intimações processuais, com fundamento no art. 5o, 
LXXII, “a”, da Constituição Federal e Lei no 9.507/97, impetrar: 
 
HABEAS DATA 
 
contra ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, com sede funcional na 
..., pelos fatos e fundamentos de direito que se seguem. 
 
 
DOS FATOS 
 
 
Na década de setenta, o impetrante participou de movimentos políticos que 
faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi 
vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para 
averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de 
inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por 
agentes federais. Em 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações 
pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias 
administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da 
Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do 
sigilo das atividades do Estado, ato este que claramente viola a intimidade e 
vida privada do impetrante e fundamenta a propositura do presente Habeas 
Data. 
 
DO DIREITO: 
 
DO CABIMENTO E DA COMPETÊNCIA 
 
Como se sabe, cabe o remédio constitucional Habeas Data quando houver 
 recusa de informação da pessoa do impetrante constante em banco de dados 
de caráter público ou de entidade governamental (art. 5o LXXII da CF). Já a 
competência é definida pela hierarquia funcional (art. 5o, LXXII da Constituição 
Federal, c/c art. 20 da Lei n. 9.507/97). No presente caso, a autoridade coatora 
foi o Ministro de Estado, o que justifica a impetração do presente remédio 
perante esse Superior Tribunal de Justiça - STJ, nos termos do artigo 105, I, b 
da CF. 
 
DA LEGITIMIDADE: 
 
A legitimidade ativa do presente remédio constitucional se encontra no art. 5o, 
LXXII, a, da Constituição Federal e da Lei n.9.507/97. Assim, qualquer pessoa 
física ou jurídica, pode ser titular do direito à informação pessoal. No presente 
caso, a legitimidade é de Tício que teve negado o acesso a informação de 
caráter pessoal, ferindo as normas constitucionais e legais. A legitimidade 
passiva, conforme art.2o da Lei n. 9.507/97, é do Ministro do Estado já que é o 
responsável em conceder as informações pessoais requeridas pelo impetrante. 
 
DO MÉRITO: 
Trata-se de ato pratica por Ministro de Estado que negou acesso a informação 
do impetrante, de forma abusiva e inconstitucional. 
O art. 5o, XXXII, a, da CF/88 assegura a todos o direito à informação, sendo, 
 inclusive, a atividade pública pautada no princípio da publicidade conforme art. 
37, caput da CF/88. Portanto, a alegação de que as informações são sigilosas 
em virtude do interesse público é configura abuso do poder e esbarra nos 
comandos constitucionais e fundamentais da Carta Maior. Saliente-se que o 
direito à informação é tipificado como direito fundamental no art. 5o, XXXIII da 
CF, protegido por cláusula pétrea (art. 60, § 4o, IV da CF). Registre-se que a 
negativa do direito à informação pessoal, também fere a vida intima (art. 5o, X 
da CF) e a própria personalidade do impetrante, que se ver privado da 
informação vivenciada no passado. 
Por fim, nos termos do art.7o, I da Lei n. 9.507/97 fica preenchida a condição 
do interesse de agir, visto que o impetrante procurou administrativamente 
autoridade competente para obtenção de informações pessoais que lhe foram 
negadas como se prova com o documento em anexo. 
 
 
DOS PEDIDOS: 
 
 
Diante de todo exposto, o Impetrante requer: 
 
a) julgamento do presente habeas data TOTALMENTE PROCEDENTE para 
que seja assegurado ao impetrante o acesso às informações pessoais 
constantes 
nos bancos de dados do governo federal, marcando data e hora para que 
sejam entregues as informações requeridas pela mesma nos termos do art. 5o, 
LXXII da Constituição Federal, c/c art. 13 da Lei n. 9.507/97. 
 
b) que seja notificada a autoridade coatora dos termos da presente ação para 
que sejam prestadas as informações, no prazo de dez dias, nos termos do art. 
9o da Lei n. 9.507/97. 
 
c) intimação do Ministério Público para ser ouvido no prazo de cinco dias, nos 
termos do art. 12 da Lei n. 9.507/97. 
 
d) condenação dos impetrados ao pagamento de honorários advocatícios, 
custas e despesas processuais. 
 
e) O impetrante pretende provar o alegado por todos os meios de prova em 
direito admitidos, requerendo, desde já, juntada de documentos essenciais 
conforme art. 8o, § único da Lei n. 9.507/97. 
 
Dar-se à causa o valor de 1.000,00 (um mil reais) para efeitos procedimentais. 
Termos que pede e espera deferimento. 
 
 
Local ..., data... 
Advogado..., 
OAB no...

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