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Geovana Sanches, TXXIV INFECÇÕES HOSPITALARES Infecção hospitalar é toda infecção adquirida dentro do ambiente hospitalar (após 48 horas da internação), desde que o paciente seja submetido a procedimentos médicos invasivos, (SVD, cateteres vasculares, tubo endotraqueal, procedimentos cirúrgicos), os quais são portas de entrada para as bactérias hospitalares. Podem ser ocasionadas por diversos vírus, bactérias e fungos (não entram infecções parasitárias). Infecções diagnosticadas até 48h de internação não são consideradas hospitalares e sim da comunidade, mesmo que o diagnóstico tenha ocorrido no hospital. Todas as infecções no recém-nascido, desde que o parto tenha sido hospitalar, são consideradas hospitalares, exceto aquelas transmitidas via transplacentária (toxoplasmose, rubéola, HIV, hepatite B/C, etc). Caso o bebê tenha nascido fora do hospital, a infecção pode ser da comunidade. HISTÓRICO • 1840= Semmelweis: médico; foi o primeiro a perceber que as pessoas podiam adquirir infecções no ambiente hospitalar. o Nesse período, médicos passavam mais tempo no necrotério para investigar as causas de morte, do que no hospital em si cuidando dos pacientes. A cada chamada, O médico saia do necrotério e ia ao hospital atender o paciente, sem troca de roupa ou processo de higienização. o Esse médico verificou que as infecções puerperais ocorriam mais em partos hospitalares do que os em casa. Concomitantemente, observou a não troca de roupa, uso de luvas ou higienização das mãos antes do parto. Assim, associou a transmissão das bactérias entre o necrotério e o ambiente hospitalar. o A partir dessa constatação, foram instituídas roupas adequadas para cada tipo de atendimento médico, além da higienização das mãos. • 1854= Florence Nightingale: a partir dos conhecimentos divulgados de Semmelweis, a enfermeira propôs por escrito normas para evitar as infecções. • Brasil o 1970= primeiras CCIHs (comissões de controle de infecção hospitalar) o 1980= grupo multidisciplinar o 1983= Ministério da Saúde § Portaria obrigatória CCIH o 1985= morte de Tancredo Neves § Suspeita de infecção hospitalar o 1987= APECIH (15 de maio) § Associação paulista de estudos de controle de infecção hospitalar o 1992= Ministério da Saúde § Nova portaria (CCIH e SCIH) § Obrigatoriedade que os hospitais contenham um núcleo de controle de infecção hospitalar. o 15 de maio= Dia nacional de controle de infecção hospitalar A CCIH, comissão de controle de infecção hospitalar é composta por equipe multidisciplinar (clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, laboratório, serviço de limpeza, nutrição, etc). Ela se reúne 1 vez por mês ou a cada 2 meses para propor soluções às infecções hospitalares que vem ocorrendo em cada setor. O SCIH, serviço de controle de infecção hospitalar é composto por médicos e enfermeiros que executam as ações de controle. É um núcleo permanente, que trabalha em todo o período comercial. O ideal é que tenha 1 médico para cada 500 leitos e 1 enfermeiro para cada 200 leitos. A função desse serviço é fazer busca ativa pelas infecções, através de visitar diárias as diferentes áreas do hospital, verificando a ocorrência de infecções e, em caso positivo, qual o sítio acometido. Com isso, temos que o SCIH é responsável por fazer o levantamento das infecções hospitalares para que o CCIH possa se reunir e propor soluções aos acontecimentos daquele período. PROBLEMAS DECORRENTES DAS IH • Aumento do risco de morte o Bactérias mais resistentes, pois são sempre expostas à antibióticos. o Risco de sepse Geovana Sanches, TXXIV • Sequelas • Aumento de custos o Diárias extras o Exames diagnósticos o Intervenções cirúrgicas o Medicamentos § Antibióticos de maior espectro à drogas de custo elevado. • Marketing negativo OBJETIVOS DO CONTROLE DAS IH • Manter as taxas de IH em níveis recomendados para a complexidade do hospital. o Em torno de 3-4%; quanto maior a complexidade de hospital, mais IH podem ocorrer o Hospitais clínicos não devem ter infecções hospitalares • Educar os funcionários quanto às medidas de controle de infecção hospitalar, por meio de aulas ou cursos • Incentivar à execução das medidas de controle de infecção na prática diária: lavagem de mãos, uso de equipamentos padrão para a realização de procedimentos de risco, etc. o É essencial a colaboração de todos! FATORES PREDISPONENTES À IH • Idade o Extremos de idade sempre tem maiores chances de desenvolver infecção § Idosos com mais de 60 anos § Crianças abaixo de 2 anos • Doenças de base o HAS, DM, DPOC, etc. o Caso esteja descompensada, há maiores consequências durante a infecção. • Imunodepressão • Procedimentos invasivos o Cateteres venosos o Sondagem vesical o Tubo traqueal o Cirurgias FERRAMENTAS PARA O CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR • Os indicadores de IH são um ponto de partida para identificação e resolução de problemas. Exemplos o Taxa de infecção hospitalar o Taxa de mortalidade o Taxa de morbidade • Medidas de controle à toda informação deve levar à ação • Interação com todos os setores do hospital à toda decisão sobre medidas de controle deve envolver as equipes • Educação continuada em infecção hospitalar FONTES DE INFECÇÃO HOSPITALAR Animadas (ou vivas) • Paciente à paciente • Funcionários à paciente Inaminadas • Ar o Meio de transmissão de diversas doenças, podendo percorrer até 200m. o Internação de Tuberculose pulmonar ou laríngea à isolamento dentro do quarto, de porta fechada, a fim de evitar a disseminação dos aerossóis. o Ar-condicionado de centro cirúrgico tem que ser limpo a cada 30 dias pelo menos, para evitar contaminações • Superfícies o Bancadas, telefone, celular à necessário realizar desinfecção rigorosamente. • Materiais e equipamentos o Esfigmomanômetro, estetoscópio o Cuidado especial com material perfuro-cortante TOPOGRAFIAS Topografias se referem aos locais do organismo em que ocorrem as infecções hospitalares. São elas: • Trato urinário • Trato respiratório • Sítio cirúrgico ou ferida operatória Geovana Sanches, TXXIV • Relacionada a cateter vascular • Escaras (úlceras de pressão) o Áreas em que, devido ao apoio, acabam ulcerando. § Crescimento extenso de microrganismos, em geral selecionados devido ao ambiente hospitalar. § Ainda não há protocolo para trabalho sobre essas infecções. INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO A sondagem vesical é a principal via de infecção hospitalar do trato urinário, responsável por 90 a 95% dos casos. Sendo assim, é de extrema importância que haja indicação precisa e remoção precoce para as sondas. Aproximadamente 1/3 de todas as sondas vesicais instaladas não tem indicação para tal, algumas vezes sendo solicitadas indevidamente pela equipe da enfermagem e acatada pelo médico sem correta análise. Portanto, é essencial uma indicação precisa, como nos casos de retenção urinária prolongada, por exemplo. Quanto a porcentagem que há indicação correta para inserção, também há problemas, pois a remoção da sonda deve ser o mais rápido possível. Em muitos casos, a sonda fica por mais tempo que o necessário e, quanto maior o tempo de instalação, maior o risco de infecção. Portanto, também é essencial remoção precoce. Passagem da SVD A passagem da sonda vesical é função da enfermagem. Antes do início e após o procedimento, é essencial que seja feita a lavagem das mãos com técnica adequada, em tempos, com água e sabão. Após a higienização das mãos, verifica-se o kit de passagem da sonda, o qual deve incluir todos os utensílios necessários: avental descartável, máscara, luvas estéreis, cuba, avental estéril, equipo coletor, sonda e cabo fenestrado. Faz-se então a higienização íntima do paciente com antisséptico não alcoólico de uso tópico, a partir de pinçaadequada, sem utilizar as mãos. A partir disso, identifica-se a uretra e aplica- se anestésico em gel (de uso único) na região. Segue-se com a introdução do cateter com técnica asséptica. É importante utilizar sistema de drenagem fechado e estéril. Além disso, não é adequado desconectar o sistema, ou seja, não desconectar o saco coletor da sonda vesical, pois isso aumenta o risco de infecções Mesmo seguindo todos os passos necessários para evitar ou diminuir a chance de infecções urinárias, a taxa das mesmas não será zerada. Todavia, elas serão baixas. Identificação da infecção Os primeiros a suspeitarem de uma infecção são os colaboradores, como a equipe de enfermagem. A febre pode ser o primeiro sinal, podendo estar acompanhada de calafrios. Eventualmente, o paciente pode cursar com hipotermia (temperaturas < 35,7º). A partir da identificação de algum desses sinais, o médico deverá fazer uma visita ao paciente para tentar verificar qual o sítio da infecção. É importante lembrar que o mesmo paciente pode ter passado por vários procedimentos invasivos e isso deve ser levado em consideração. Ao pensarmos em infecção do trato urinário, a investigação deve ser feita em todo o trajeto da sonda até o saco coletor, observando-se as características da urina. Não é adequado verificar apenas o saco coletor, tendo em vista que a urina fica lá armazenada, podendo ter suas características alteradas. O normal é que a urina seja amarela clara, com aspecto límpido. Na vigência de infecção, ela pode se tornar turva, com coloração amarelada mais intensa e apresentar ou não grupos (acúmulo de células de defesa). Além disso, pode ser verificada piúria franca (eliminação de pus junto à urina). Todas as características observadas devem ser incluídas no prontuário do paciente. Caso sejam identificadas essas características de infecção, o próximo passo é tentar confirmar a infecção e detectar qual o agente causador. Para tal, solicitamos exame de urina I e urocultura com antibiograma. A coleta da urina para o exame não deve ser realizada através do saco coletor, mas sim da parte proximal da sonda. São necessários 20ml para adultos, igualmente divididos em 2 frascos. Para crianças, entre 8 e 10ml são suficientes. Tendo em vista que não devemos coletar urina do saco coletor (há válvula de retirada para esvaziamento do saco) e também não devemos desconectar o sistema para coleta, há outro local especialmente para isso. Entre o sistema coletor e a sonda vesical há um ponto específico em que a enfermagem deve Geovana Sanches, TXXIV fazer a punção, aspirando a urina. Isso impede que haja contaminação da urina durante a coleta. Após a coleta, os tubos são enviados aos laboratórios para realização dos exames. O resultado da urina I sai entre 12 e 24h, mas o da cultura demora de 3 a 5 dias. Assim, não é adequado esperar para o início do tratamento. Faz-se tratamento empírico, com base na epidemiologia. Antibioticoterapia empírica Aproximadamente 95% das infecções urinárias hospitalares são causadas por bactérias Gram negativas, sendo as principais: E. coli; P. aeruginosa; K. pneumoniae e Acynetobacter. Os 5% restantes são causados por bactérias Gram positivas e leveduras (candida sp, outros) . Assim, a antibioticoterapia empírica deve cobrir principalmente bactérias gram negativas: • Penicilinas: funcionam apenas para G+, tirando exceções. • Cefalosporinas o 1ª geração: atua apenas sobre G+ o 2ª geração: atua sobre G+ e G- o 3ª geração: atua bem sobre G- § 2ª e 3ª geração não tem ação sobre bactérias hospitalares, apenas da comunidade. o 4ª geração: atua sobre G- § Tem ação sobre bactéria hospitalar, podendo ser utilizada. § Cefepima, 2g a cada 12h, EV • Carbapenêmicos: ação sobre G- e anaeróbios. o Atua sobre bactéria G- hospitalar § Meropenem § Imipenem • Quinolonas o 1ª geração: atua sobre G- o 2ª geração: espectro duplo § Ciprofloxacina o 3ª geração: atua sobre G+, G- e bactérias atípicas. § Todas as gerações possuem ação apenas sobre bactérias da comunidade. Conclusão: para a antibioticoterapia empírica de infecções hospitalares do trato urinário, considerando a epidemiologia, podemos utilizar cefalosporinas de 4ª geração ou carbapenêmicos. Caso haja piora no quadro do paciente após o início do uso da mediação, podemos ampliar o espectro do tratamento para bactérias gram-positivas e para fungos. O tratamento para ITU hospitalar, com ou sem comorbidades, dura em torno de 14 dias, sendo essencial a retirada do fator causador da infecção, como a SVD. Caso clínico Paciente de 35 anos, vítima de acidente de trânsito, com uma contusão cerebral, internando na emergência para espera de vaga na UTI. Chegou em MEG, com fratura no fêmur, mas sem necessidade de cirurgia (185cm, 90kg). Edema cerebral. Ficou sete dias na emergência (com SVG e entubado) até que foi transferido para a UTI. Prescrição 1. Alimentação: dieta por sonda nasoenteral (SNE), com N calorias. Ministrar 200ml de água filtrada/destilada nos intervalos da alimentação. • Para paciente entubado e sedado, há menor risco de broncoaspiração. Pode-se fazer alimentação via sonda nasogástrica ou sonda nasoenteral, a depender do tempo que será necessária: o Menos que 7 dias: sonda nasogástrica § É mais grossa e mais curta, chegando ao estômago o Mais que 7 dias: sonda nasoenteral § É mais fina e mais comprida, chegando ao duodeno. • Tipo de alimentação: na sonda nasogástrica pode-se administrar alimento normal associado a um líquido, formando pasta (mais grossa), enquanto na nasoenteral é necessária alimentação mais líquida. • Nos primeiros dias do quadro desse paciente, ainda com edema cerebral, ele permaneceu em jejum devido ao risco de um estímulo ao reflexo do vômito, com broncoaspiração. Após sedação, esse risco é muito diminuído. 2. Soro: pela necessidade do metabolismo basal diário, o paciente precisaria de 30ml/kg/dia. Todavia, em quadro de infecção e trama, essa necessidade aumenta para cerca de 100ml/kg/dia. • Soro fisiológico 0,9%: 500mL a cada 8 horas 3. Medicações: • Cefepima 2g EV 12/12h o Já se apresenta diluído Geovana Sanches, TXXIV o Ao prescrever um antibiótico, é necessário escrever em conjunto a carte de antimicrobiano com dados do paciente, qual a droga prescrita, motivo da prescrição, entre outros. Essa carta é enviada ao serviço de controle de infecção hospitalar, sendo um dos seus objetivos verificar se os antibióticos estão sendo corretamente prescritos. o Caso o SCIH não concorde com a prescrição, isso será informado ao médico. Todavia, o médico responsável não é obrigado a acatar a sugestão de mudança. • Dipirona 1 ampola + água destilada 10ml EV, caso temperatura > 37,8º 4. Outras medidas: • Alterar angulação da cabeceira da cama • Periocidade da aferição de sinais vitais Um fator importante é que a coleta da urina seja realizada antes da administração do antibiótico empírico, para que não haja alteração na urocultura. Urina I normal • Aspecto, cor, odor, densidade da urina: deve ter aspecto límpido, cor amarelo claro, densidade entre 1010 e 1030 osmol/l e odor característico. o Infecção: coloração amarela intensa, alaranjado ou amarronzado, turva, com ou sem grupos e/ou com piúria franca, odor pode estar fétido. A densidade não costuma ser alterada. • Bioquímica: ausência de proteínas, glicose, corpos cetônicos e urobilinogênio. Nitrito (metabólito de ureia produzido por bactéria) normalmente está ausente. o Infecção: proteína, glicose, corpos cetônicos e urobilinogênio também devem estar ausentes. Todavia, o nitrito esta positivo em 90% dos casos. • Sedimento urinário: 1.000 – 10.000 leucócitos / até 10.000 hemácias / células epiteliais podem ou não estar presentes, é relativo – na presença de leucorreia pode haver uma quantidade maior // cristaisestão presentes em pessoas com tendência a desenvolver cálculos urinários // bactérias não devem estar presentes. o Infecção: leucocitose. § Caso infecção pura, não é esperado aumento de hemácias. Urocultura Resultado: P. aeruginosis (cepa produtora de beta-lactamase de espectro estendido). Antibiograma: Sensível Resistente Inipenem Meropenem Ertapenem Cefepima Ceftriaxona Ceftaxidina Ciprofloxacina Levofloxacina Amicacina Gentamicina Por ser produtora de beta-lactamase de espectro estendido (BLEE+), mesmo que não tenha sido apresentada resistência ao cefepima (cefalosporina de 4ª geração) no antibiograma, o medicamento deve ser trocado. A melhor opção é administrar um carbapenêmico, tendo em vista que a bactéria não produz carbapenemase. Todavia, há o risco de prescrever a medicação e a bactéria desenvolver resistência. Para minimizar os riscos, algumas ações devem ser realizadas, como: • Uso somente baseado na cultura: só prescrever caso a cultura indique BLEE+ • Utilizar dose correta, nunca insuficiente • Uso por tempo adequado e limitado Quanto aos carbapenêmicos, teríamos as seguintes opções: • Imipenem 500mg EV 6/6h o O Imipenem foi o primeiro medicamento dessa classe a ser lançado. É uma molécula complexa, associada a cilastatina à não deve ser utilizada em RN devido ao alto risco de convulsão. • Meropenem 1g EV 8/8h o O Meropenem pode ser diluído em outras substâncias e não contém cilastatina, de forma que pode ser utilizado em pacientes pediátricos. o Para pacientes com epilepsia também deve dar preferência ao meropenem. § Meropenem não tem a silastatina-> mt mais usado na área pediátrica Geovana Sanches, TXXIV § Paciente c/ epilepsia -> evitar inipenem Conduta Suspender o cefepima e introduzir imipenem 500mg EV 6/6h. INFECÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO O principal fator de risco para infecção hospitalar do trato respiratório é a intubação orotraqueal, com passagem da cânula e ligação de ventilação mecânica. Esse procedimento nunca será estéril, tendo em vista a passagem obrigatória da cânula pela boca e pela faringe. Além disso, muitas vezes a intubação ocorre em contextos emergenciais, como em uma parada cardiorrespiratória, não havendo tempo para esterilização caso essa fosse possível. Assim como a SVD, é essencial uma indicação precisa e remoção precoce. Em cerca de 99,9% das vezes, a indicação para intubação é correta e realizada em situações de urgência, o que diminui o risco desnecessário de infecção. Quanto ao tempo de utilização, é muito variável de acordo com o quadro do paciente. Todavia, ele está com cuidados em Unidade de Terapia Intensiva e os profissionais devem realizar desmame do respirador para estimular a respiração endógena do paciente e diminuir o tempo de UTI. Esse desmame ocorre normalmente a partir do 2º dia de uso e, em casos de internação mais longa, a cada 3 dias. É importante lembrar que os pacientes intubados necessitam de sedação para permanecer nessa condição. Para o desmame respiratório, a dose do sedativo é reduzida gradativamente, estimulando que o paciente acorde. Associadamente, a fisioterapeuta analisa a respiração e a possibilidade de retirada da ventilação mecânica. Quando possível, é então realizada a extubação. Durante esse processo, é essencial que haja esterilização prévia dos circuitos, umidificadores, nebulizadores e inaladores. A escassez desse tipo de equipe faz com que o tempo de intubação seja prolongado, propiciando maior chance do desenvolvimento de infecções do trato respiratório. Outro fator que aumenta o tempo de intubação e esse risco são as doenças pulmonares prévias, como DPOC e fibrose pulmonar, nas quais o paciente demanda um tempo maior de cuidados, com prolongamento para retirada do ventilador. Por isso, tenta-se evitar a intubação desses pacientes. Além desses fatores, é necessária a aspiração das vias aéreas do paciente, mas esta deve ser realizada no menor número de vezes possível, tendo em vista que permite comunicação entre o ambiente e o trato brônquico do paciente, aumentando o risco de infecção. A aspiração é necessária pois há produção de secreção mucoide induzida pela presença da cânula (estímulo inflamatório), a qual é um meio de cultura propicio para a multiplicação bacteriana. Apesar de todos os cuidados tomados, a infecção ainda pode ocorrer. A partir disso, cabe aos profissionais a identificação da infecção. Sinais de infecção pulmonar Febre (em vários picos), calafrios e hipotermia são os primeiros sinais de que há alteração no paciente. Paralelamente, há aumento da quantidade de secreção brônquica, além da mudança de coloração (clara à amarelada) e cheiro, o que é visto durante a aspiração das vias aéreas. Ao exame físico, paciente passa a apresentar estetor creptante em bases uni ou bilateralmente, podendo apresentar aumento do FTV e broncofonia. A partir dessas informações, o médico deve ir ao leito do paciente e verificar todas essas alterações anteriormente mencionadas. É importante olhar o frasco de aspiração (é trocado a cada 6h), analisando a cor e odor do catarro. Para confirmar o quadro, solicita-se raio-X de tórax, no qual será possível verificar área de condensação uni ou bilateralmente. A partir disso, segue-se para o diagnóstico etiológico. A identificação pode ser por broncoscopia com lavado broncoalveolar (soro fisiológico estéril), a partir da aspiração do líquido e secreção pulmonar que são levados para a cultura; hemocultura, tendo em vista que 50% das pneumonias hospitalares evoluem com bacteremia; ou por secreção traqueal coletada durante a aspiração das vias aéreas. Terapia empírica As infecções hospitalares do trato respiratório costumam ser polimicrobianas, com acometimento de bactérias gram positivas (S. aureus e S. epidermidis) e gram negativas (E. coli, P. aeruginosa, K. pneumoniae, Acynobacter...). Sendo assim, é necessário que a terapia empírica cubra ambas as classes de bactérias. Geovana Sanches, TXXIV Escolha do antibiótico à Gram-positiva • Beta-lactâmicos o Penicilina: Ampicilina, oxacilina, § Não atuam sobre IH o 1ª e 2ª cefalosporina § Não atuam sobre IH • Quinolonas: Não atuam sobre IH • Glicopeptídeos o Vancomicina o Teicoplanina (maior custo) Escolha: vancomicina, a qual ação sobre G+ hospitalar. Para pacientes com função renal adequada, indica-se 1g a cada 12h, diluída em soro fisiológico e passada em 60 minutos (não pode ter passagem rápida devido ao risco de Síndrome do Pescoço vermelho). Para crianças, indica-se 40 mg/kg/dia. à Gram-negativa • Cefalosporinas de 2ª, 3ª e 4ª geração • Carbapenêmicos o Imipenem o Meropenem • Quinolonas Escolha: somente cefalosporinas de 4ª geração (Cefepime) ou carbapenêmicos tem ação são G- hospitalar. Administramos as duas drogas de escolha ao mesmo tempo para seguir orientação epidemiológica até que chegue a cultura para adequar o tratamento. Caso clínico Homem, 67 anos, internado por dor pré-cordial associada a hipotensão. Chegou ao PS em parada cardiorrespiratória e ECG com supra de ST; foi reanimado e entubado. Estava em UTI. Após 5 dias de internação, paciente inicia quadro de febre precedida de calafrios, com aumento da secreção brônquica e mudança de cor + ausculta de estertores creptantes na base direita. Fez-se coleta da secreção traqueal mediante via aérea. Estamos aguardando resultado. Prescrição 1. Dieta: • Sonda nasogástrica ou sonda nasoenteral o Escolha depende do tempo de intubação o Para esse paciente, sonda nasoenteral pois é provável que ele fique mais de 7 dias entubado. 2. Administração de líquidos via EV • 78kg, sendo necessário pelo menos 30ml/kg/dia = 2340ml em 24h • Faz-se tanto EV (1000 mL), quanto pela sonda nasoenteral (200 mL a cada 4 horas) o Soro fisiológico 500mL a cada 12h 3. Medicações • Vancomicinao 1g 12/12h EV diluído em 250ml de soro o Administrar em 60 minutos • Cefepime o 2g a 12/12h § Não precisa diluir • Se febre: o Paracetamol gotas: 40 gotas por sonda nasoenteral, se temperatura > 37,8º • Se comorbidades, prescrever os medicamentos de uso contínuo • Para o IAM são indicadas várias drogas o Vasodilatadores coronarianos para melhor irrigação miocárdica: vasodinitrato de isossorbida, mononitrato de isossorbida o Beta-bloqueadores: propranolol o Fibrinólise: clopidrogel para evitar formação de novos trombos. 4. Cuidados especiais • Cabeceira a 30º para evitar que secreções desçam para o pulmão • Aferição dos sinais vitais • Aspiração das vias aéreas o Ao passar dos dias, tende-se a diminuir o número de aspirações para diminuir risco de infecção. É importante que entreguemos a enfermagem inicialmente os pedidos de exame e, após a coleta, a prescrição do paciente e a carta de antibiótico. Isso pois, não é adequado colher o material após o início do antibiótico, tendo em vista que isso pode alterar o quadro do paciente. Quando há piora no quadro do paciente (hipotensão, diminuição do volume urinário, hipoxemia), não é necessário esperar o resultado da cultura, podendo-se alterar a medicação. Todavia, essa mudança não deve ser imediata, devendo-se esperar o tempo de resposta: • Para G-, se tratamento adequado, normalmente o paciente começa a melhorar com 72h. Todavia, nas primeiras Geovana Sanches, TXXIV 24h há uma piora inicial devido a liberação de grande quantidade de LPS, o qual promove liberação de citocinas e depressão medular. • Para G+, não há LPS e piora inicial, mas alguns deles são capsulados, fazendo com que a ação do antibiótico demore para acontecer. Assim, são necessários de 10 a 12 dias para estabilizar e parar de fazer febre à são mais difíceis de controlar. • Quando há as duas bactérias, fazemos metas de melhora. Exemplo: deve ter uma melhora parcial nas primeiras 72h; caso não melhorar nada é porque a cobertura para G- não está adequada. O tratamento para G+ ainda não será mudado, pois ainda não se esperava melhora. Cultura (secreção traqueal e hemocultura) • Aspirado traqueal: o Crescimento de S. epidermidis (G+) § Sensível • Vancomicina • Teicoplanina • Gentamicina • Amicacina • Linezolida § Resistência • Penicilina • Clindamicina • Ciprofloxacina • Levofloxacina • Cefalosporinas (todas as gerações) o K. pneumoniae (G-) § Sensível • Imipenem • Meropenem • Gentamicina • Amicacina • Polimixina B § Resistente • Cefepime • Ciprofloxacina • Levofloxacina • Ceftriaxona • Nitrofurantonil Conduta • Manter a vancomicina • Suspende cefepime e troca por carbapenêmico o Não fazemos monoterapia com gentamicina ou amicacina. o Polimixina é a última ferramenta, caso o carbapanêmico não funcione. o Prescrição de Imipenem § 500mg EV 6/6h • Demais elementos mantidos Tempo de tratamento O tratamento de pneumonia hospitalar se dá por 14 dias, seja o indivíduo com ou sem comorbidades. Associadamente, é necessário retirar a porta de entrada da infecção, ou seja, o ventilador mecânico e tubo orotraqueal. Caso a retirada não seja possível, suspende-se a antibioticoterapia no tempo adequado e continua a tomar medidas de proteção, como menor número de aspirações e desinfecção do circuito. Todavia, nesses casos, é possível que entre 1 a 7 dias após a suspensão do antibiótico, haja uma nova infecção. É importante lembrar que toda vez que o tratamento é trocado, os dias começam a ser contados novamente. Por exemplo: no caso clínico, a vancomicina foi mantida e o cefepime substituído; assim, a terapia com vancomicina acabará antes da terapia com o novo carbapenêmico inserido. INFECÇÕES RELACIONADAS A CATETERES VASCULARES Os cateteres vasculares (ou acesso venoso) tem como objetivo obter um acesso a veia do paciente. Ele pode ser periférico (superficial, passado pela enfermagem) ou central (mais profundo, sendo necessário a passagem por um médico). Os cateteres centrais podem ser de curta permanência (14 a 21 dias) ou de longa permanência (6 meses a 2 anos). Os cateteres centrais de curta permanência, como o intracath, podem ser inseridos à beira leito, não sendo necessário levar o paciente ao centro cirúrgico. Os dois locais mais comuns para sua inserção são as veias jugular, subclávia ou femoral. Já os cateteres centrais de longa permanência são inseridos por cirurgiões vasculares, em uma cirurgia eletiva. Há aqueles que são totalmente implantados (ficam debaixo da pele, não apresentando porção exteriorizada), como o permicath e os semi-implantáveis (o extremo do cateter fica no meio externo). Ambos têm como complicação importante a infecção. Geovana Sanches, TXXIV Antes da passagem do cateter é essencial verificar se não há uma infecção local prévia, tendo em vista que isso pode causar uma infecção durante a passagem. Após o procedimento, pode ser realizado curativo fechado (coberto por gaze e esparadrapo) ou transparente, sendo que o último tem a finalidade de permitir a visualização do ponto de inserção do cateter. Tanto os cateteres centrais como os periféricos têm uma chance de infecção muito importante, sendo que 90% dos casos ocorrem durante a instalação. Sendo assim, é essencial respeitar todas as normas existentes para realizar o procedimento, tais como a paramentação (avental cirúrgico, touca, óculos de proteção, máscara cirúrgica), lavagem das mãos e uso de luvas estéreis, solicitação do kit de passagem do cateter com todos os materiais esterilizados. Os 10% restantes das infecções por má-manipulação de outro profissional ou do próprio paciente. Sendo assim, a passagem do cateter deve ocorrer por indicação precisa e com remoção precoce. Muitas vezes há dificuldade pelos profissionais da enfermagem em conseguirem um acesso periférico, e eles acabam solicitando ao médico a realização de um acesso central. Todavia, isso não é motivo suficiente para realizar o procedimento. Dentre as indicações corretas, estão: • Impossibilidade de realizar acesso venoso periférico; • Medida das pressões intracavitárias • Nutrição parenteral Assim que for possível, após o cumprimento do objetivo, o cateter deve ser retirado, ou seja, o tempo de permanência deve ser mínimo, tendo em vista que quanto mais ele permanecer no paciente, maiores são as chances de infecção (o cateter funciona como uma ponte entre o ambiente hospitalar e o átrio direito do paciente). Suspeita de infecção no cateter A suspeita de infecção no catete se dá quando há febre relatada pelo paciente ou aferida pela equipe da enfermagem, a qual pode ser ou não precedida de calafrios. Em algumas situações, o paciente pode cursar com hipotermia. Após esse alerta, deve-se procurar o sítio de infecção, sempre lembrando que provavelmente o paciente não terá apenas um cateter instalado, podendo estar, por exemplo, com sonda ou entubado. Quando a suspeita gira em torno de infecção no cateter, o ponto de referência para análise é o ponto de inserção do cateter, ou seja, onde ele penetra, dando acesso a cavidade atrial do paciente. Deve-se observar se há hiperemia nesse ponto ou secreção purulenta. O pus pode estar presente espontaneamente ou sair quando o médio espreme o local. Caso seja identificado qualquer um desses sinais em associação à febre, confirma-se a infecção do cateter central. Após essa confirmação, é necessário protocolar o processo de diagnóstico para identificação do agente infeccioso. Para tal, faz-se um par de hemocultura e análise do cateter. A hemocultura consiste na coleta de sangue para análise do agente. É fundamental que, para a realização do exame, o material seja colhido em sangue periférico e não do próprio cateter, tendo em vista que no cateter podem ter bactérias colonizadoras que não necessariamente estão causando ainfecção encontrada. Além disso, deve ser feita a coleta em pares, ou seja, são realizadas duas punções periféricas em locais diferentes, colhendo um frasco em uma delas e após cerca de 1h, outro, no local ainda não utilizado. Para adultos, são necessários de 8 a 10mL de sangue em cada tubo, enquanto para crianças, de 2 a 5 mL em cada são suficientes. Esse sangue é coletado em frasco próprio para hemocultura, o qual já apresenta os nutrientes e temperatura necessários para o crescimento da bactéria. Para a cultura do próprio cateter, deve-se utilizar o extremo distal do mesmo (5 cm da ponta que está em contato com o átrio direito do paciente). Além disso, é muito importante que a retirada do cateter seja muito cautelosa, tendo em vista que este não pode ser contaminado (erro na análise da identificação do agente etiológico); por isso, devem ser utilizados materiais estéreis para remoção mais precisa. Diante a suspeita de infecção e retirada do cateter para análise, o ideal é que o paciente permaneça sem o cateter vascular por ao menos 24h, solicitando um acesso periférico para enfermagem. Após esse período e o início da antibioticoterapia empírica, outro cateter pode ser inserido. A passagem de novo cateter antes disso não é adequada devido a provável bacteremia, o que ocasionará a colonização do novo cateter por essa bactéria, podendo desencadear nova infecção. Geovana Sanches, TXXIV Uma vez realizado as coletas para o exame, é necessário tomar a conduta terapêutica. Inicia- se, portanto, o tratamento empírico baseado na epidemiologia. Conduta terapêutica Cerca de 95% dos casos de infecção de cateter venoso são ocasionadas por bactérias gram-positivas, especialmente S. aureus ou S. epidermidis. Os demais 5% podem ser ocasionados por fungos e outras bactérias, mas inicialmente não é necessário se preocupar com isso. Para pacientes com função renal normal, é utilizado, portanto, Vancomicina 1g EV 12/12h, diluído em ao menos 250mL de soro e administrado em pelo menos 60 minutos, tendo em vista o risco de síndrome do pescoço vermelho. Após início do tratamento, é esperado que a temperatura do paciente se estabilize, com menos picos de febre e calafrios ou melhora da hipotermia. Exemplo Após 3 dias do início da vancomicina, chegam os resultados da cultura: • Hemocultura: crescimento de S. aureus o Sensível § Vancomicina § Teicoplanina § Gentamicina § Nimesulida o Resistente § Oxacilina § Clindamicina § Bactrim § Ciprofloxacina § Levofloxacina • Cultura em ponta de cateter: crescimento de Acynectobacter baumanni o Sensível § Iminepem § Meropenem § Ertapenem § Polimixina § Amicacina o Resistente § Cefepime § Ciprofloxacina § Ceftriaxona § Cefoperazona § Ceftazidima As bactérias que crescem na ponta do cateter normalmente estão apenas colonizando-o, não causando infecção. Há relação direta apenas quando o mesmo agente etiológico cresce no cateter e na hemocultura ao mesmo tempo. Sendo assim, há dúvidas se o Acynetobacter está causando a infecção ou apenas colonizando o local. Caso o paciente já esteja estável após o resultado da cultura (72horas), isso significa que a vancomicina está funcionando e não é necessário realizar tratamento para o Acynotobacter (provável só colonização). Caso a evolução do paciente não tenha sido boa, ou seja, ele mantenha a febre, é preciso também tratar esse gram-negativo, pois ele pode estar causando infecção. Com isso, vemos que a escolha por tratar ou não a bactéria do cateter dependerá da análise clínica, caso esta não seja identificada conjuntamente na hemocultura. Nesse exemplo, consideraremos que o paciente estava com evolução irregular, sendo necessário realizar também o tratamento para o Acynetobacter. • Nova conduta o S. aureus: manter a vancomicina o Acynetobacter baumanni (gram- negativo) § Imipenem 500mg 6/6h (bag pronto para uso, não precisa fazer diluição) Tempo de tratamento O tempo de tratamento para bacteremia dependerá do diagnóstico clínico da infecção da corrente sanguínea. • Bacteremia: presença de bactéria circulando na corrente sanguínea, sem repercussão em outros órgãos. Há apenas febre e calafrios, ou hipotermia. o Tratamento por 10 dias • Sepse: hemocultura positiva associada a alteração ou instabilidade hemodinâmica, ou seja, além de febre e calafrios, o paciente apresenta hipotensão, hipoperfusão periférica e diminuição da taxa de filtração glomerular. o Tratamento por 21 dias • Endocardite infecciosa: resulta de bacteremia que dá lugar a formação de vegetação em alguma das valvas cardíacas, com alteração de sua função. Resulta em infecção sistêmica, com quadro de febre prolongada, sopro cardíaco e aumento do baço, fígado ou ambos. o Tratamento por 4 a 6 semanas se causado por bactéria; Geovana Sanches, TXXIV o 8 a 10 semanas se ocasionado por fungo INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO (OU FERIDA OPERATÓRIA) Conceitos em cirurgia Todo procedimento cirúrgico é capaz de desencadear infecção pós-operatória no paciente. Cirurgias em que não há colocação de prótese (mama, peniana, válvula, quadril, joelho, entre outras) podem ser responsáveis por infecções que surgem até 30 dias de pós-operatório. Por outro lado, aquelas em que há inserção de prótese podem ser responsáveis por infecção pós- operatória em até 1 ano após a cirurgia. Determinadas cirurgias apresentam maior ou menor potencial de contaminação (risco de infecção), de acordo com o número de camadas atravessadas durante o procedimento. • Cirurgias limpas: são aquelas em que as únicas camadas atravessadas durante o procedimento cirúrgico são a pele e o tecido celular subcutâneo. o Caso haja infecção, esta em geral se dá por bactérias Gram positivas que colonizam a pele, tais quais Streptococcus e Staphylococcus. o São passíveis de prevenção, utilizando antibiótico com espectro para bactérias G+. o Exemplos: § Prótese mamária § Herniorrafia • Cirurgias potencialmente contaminadas: são aqueles em que durante o procedimento há corte da pele, tecido celular subcutâneo, além do contato com mucosas. o Caso haja infecção, estas podem ser ocasionadas por bactérias G+ (colonizadoras da pele e tecido celular subcutâneo), G- e anaeróbios (colonizadoras das mucosas). o A profilaxia medicamentosa anterior à cirurgia deve apresentar espectro contra bactérias gram positivas e anaeróbias § Clindamicina § Cefalosporina 2ª geração + metronidazol o Exemplos: § Procedimentos da otorrino, como reconstrução de septo § Cabeça e pescoço que inclua mucosa oral • Cirurgias contaminadas: inclui todas as cirurgias em que há risco de perfuração de víscera oca. o As bactérias envolvidas dependem do tipo de órgão perfurado, além dos gram positivos da pele e tecido celular subcutâneo. Todavia, normalmente estão envolvidas bactérias G+, G- e anaeróbias, sendo necessário utilizar antibiótico que cubra as três. o No caso dessas cirurgias, não é realizado mais a prevenção e sim o tratamento da possível infecção. o Exemplo: § Histerectomia, caso haja falha durante a cirurgia, o que é algo frequente. Faz-se necessário descolar o útero do reto e da bexiga e, eventualmente, é feito um corte acidental em algum dos dois locais, com contato direto entre o conteúdo desses órgãos e o peritônio. • Bexiga: Gram- • Reto: Gram- e anaeróbios § Colectomia § Apendicectomia § Esofagectomia • Cirurgias infectadas: consistem principalmente nos pós-operatórios que mesmo com procedimentos corretos, há infecção. o Há participação de bactérias G+, G- e anaeróbias conjuntamente, sendo necessário antibiótico que cubra os três tipos. o Faz-se o tratamento e não prevenção, tendo em vista que o sítio já está contaminado. o Exemplos: § Peritonite por perfuração de víscera oca Geovana Sanches, TXXIV § Acidente automobilístico com demorano resgate (> 6 horas) A fim de evitar a infecção do sítio cirúrgico, podemos interver em três momentos: pré- operatório, intra-operatório e pós-operatório. Pré-operatório O tempo de internação deve ser minimizado ao máximo, sendo comum que para cirurgias eletivas, a internação se faça no mesmo dia do procedimento ou no máximo no dia anterior. Isso pois, quanto menor o tempo que o paciente fica exposto aos microrganismos do hospital, menor será a chance de ocorrer infecção da ferida cirúrgica posteriormente. Isso é importante porque a microbiota dos seres humanos pode ser trocada num prazo de cerca de 6 dias em geral e em cerca de 14 dias para o trato gastrointestinal. Normalmente essa troca se faz pelo mesmo microrganismo, porém resistente a várias drogas (diferentemente das fisiológicas). Além disso, para a realização da cirurgia, o paciente deve estar com suas doenças de base compensadas, tais como HAS, DM e DPOC. É importante que as medicações para o controle delas sejam mantidos. Outros fatores importantes são o banho e a tricotomia. Antigamente, havia a orientação para que o paciente tomasse banho com degermante e clorexidine. Todavia, observou-se que isso não era eficaz, de forma que a recomendação atual é que ele tome banho com sabonete comum ou sabão de coco, no mesmo dia da cirurgia, cerca de 1h antes do procedimento. Isso reduz a quantidade de bactérias em seu corpo, mas não há como esterilizar a pele do paciente. Quanto a tricotomia, antigamente havia a recomendação de depilar todo o corpo um dia antes da cirurgia. Hoje em dia, faz-se limitada a área cirúrgica, cerca de 30 minutos antes da abertura da parede. Não são utilizadas lâminas comuns e sim um tricotomizador ou barbeador cirúrgico, evitando assim lesões na pele. Intra-operatório No intra-operatório, é importante que o ambiente seja adequado. As dimensões da sala cirúrgica têm como padrão 12m2 de área útil - no entanto, no Brasil elas costumam ser menores, tendo no máximo 8m2. Além disso, para a sala padrão devem estar presentes no máximo 5 pessoas, incluindo o cirurgião, anestesista, circulante, instrumentador e o paciente, mas isso também não é uma realidade. Outro ponto é a limpeza do local e o ar-condicionado da sala, o qual não pode ser de rede – deve ser próprio para a cada sala cirúrgica e o filtro trocado / desinfectado no mínimo uma vez por mês. Quanto aos profissionais que participarão da cirurgia, é essencial a correta lavagem de mãos e a paramentação. Faz-se a lavagem com auxílio de uma escovinha, a qual retira possíveis detritos. O procedimento dura em torno de 10 minutos e, caso necessário realizar outra operação na sequência, no mesmo ambiente, a escovação seguinte dura cerca de 3 minutos. Caso haja troca do ambiente, todo o procedimento deve ser realizado novamente, com todo o tempo de duração. Em seguida a lavagem de mãos, o profissional fará a paramentação com material esterilizado nas alto-claves do hospital. Para verificar se o procedimento de esterilização ocorreu de forma adequada, um dos fatores é verificar se o avental está completamente seco, o que indica que ele passou pelo ciclo completo. Se a roupa cirúrgica estiver úmida, ela não está adequadamente limpa, sendo necessário realizar a troca. Ainda quanto a esterilização, é ideal que o médico esteja presente na sala quando ocorre a abertura da caixa com o instrumental cirúrgico, pois devemos verificar se, ao abrir a tampa, não há gotículas de vapor em seu interior. Se isso ocorrer, a caixa não foi devidamente esterilizada e também deve ser trocada. Por último, é essencial realizar a antissepsia da pele com antissépticos adequados e prezar por uma técnica cirúrgica apurada, diminuindo ao máximo a chance de infecções durante o momento da cirurgia. Pós-operatório Durante o pós-operatório, deve-se atentar para os curativos, sendo que a primeira troca deve ser realizada pelo mesmo cirurgião que fechou a parede, 24h após a cirurgia. Isso pois ele lembrará de como a ferida cirúrgica estava no momento pós-cirurgia, sendo mais apto há julgar se ela está alterada ou não. Os demais curativos podem ser realizados pela equipe da enfermagem. Os drenos podem ser laminares ou tubulares, sendo que a escolha por um deles dependerá do tempo de permanência necessário. Geovana Sanches, TXXIV Os drenos laminares podem permanecer no indivíduo por até 24 horas, enquanto os tubulares têm durabilidade de 5 dias. Não é adequado que eles permaneçam por um tempo mais longo do que este, pois as bactérias do ambiente hospitalar podem adentrar no local que está sendo drenado. Suspeita de infecção Do ponto de vista clínico, a infecção pode ser local, ao nível da cicatriz, ou sistêmica. Caso a infecção seja local, normalmente há hiperemia da ferida operatória, deiscência da sutura (abertura espontânea) e saída de secreção purulenta (espontânea ou à expressão); apenas uma dessas características é suficiente para caracterizar a infecção. Em caso de infecção sistêmica, o paciente pode apresentar febre, acompanhada ou não de calafrios e, menos frequentemente, hipotermia. O paciente pode, ainda, relatar dor abaixo da ferida operatória. Em caso de suspeita, é necessário identificar o foco da infecção e, caso o paciente tenha sido submetido a cirurgia, devemos verificar as características da ferida cirúrgica, a qual pode estar com curativo aberto ou fechado. Para a identificação do agente etiológico causador da infecção, pode ser feita a cultura da secreção purulenta da ferida operatória, utilizando coloração de Gram. Essa é a melhor forma para o diagnóstico, tendo em vista que em caso de infecção superficial, raramente haverá bacteremia associada. Todavia, caso isso ocorra, poderá ser realizada uma hemocultura. Em caso de infecção profunda, como por exemplo a evolução para um abcesso de cavidade (coleção residual), há entre 40 e 50% de probabilidade de bacteremia, de forma que, nesses casos, a hemocultura é relevante. É importante que antes da coleta da secreção purulenta para análise, seja realizada a limpeza do local com soro fisiológico e retirada do excesso de pus, fazendo a coleta com o swab em um plano mais profundo da ferida. Isso pois, se não o fizer, bactérias não causadoras da infecção podem contaminar a amostra, levando a uma conduta errônea. Caso a ferida esteja íntegra e o paciente apresente sinais de infecção, devem ser realizados exames de imagem (USG ou TC) para identificar um possível abcesso. Caso este seja identificado, veremos se uma punção é suficiente ou se será necessária nova cirurgia. Após a drenagem, devemos enviar o material para cultura. Tratamento empírico Após a coleta do material para cultura, inicia-se o tratamento empírico, o qual dependerá do tipo de cirurgia. Para as cirurgias limpas, realiza-se tratamento com espectro para G+ hospitalares, como a vancomicina. Para as potencialmente contaminadas, devemos cobrir G+ e anaeróbios, o que pode ser feito com cefepime, imipenem ou meropenem. Já para as cirurgias infectadas ou contaminadas, utiliza-se: • Vancomicina (G+) • Metronidazol (anaeróbios) • Cefepime OU • Vancomicina • Meropenem (G- e anaeróbios) Caso clínico e prescrição Paciente de 25 anos, internado para apendicectomia, o qual foi realizado há 3 dias atrás com retirada do apêndice. Hoje, febre, calafrios, dor abdominal em hipocôndrio direito e hipogástrio. O médico verificou que a ferida está purulenta, com hiperemia e 2 pontos abriram espontaneamente. Foi colhido material para análise microbiológica. 1. Prescrição da dieta • Jejum até segunda ordem o Paciente normalmente só começa a se alimentar após retorno do peristaltismo intestinal, o que se dá após o 3º ou 4º dia de cirurgia. • Soro glicosado a 10%, com adição de glicose a 50%; administrar calculando no mínimo 30 mL/peso/dia. o Reposição de líquido 30a 45 mL/peso/dia de soro dividido ao longo do dia. § Podemos administrar apenas o soro glicosado, fazendo reposição de eletrólitos separadamente se necessário. 2. Antibioticoterapia • Potencialmente contaminada – bactérias do intestino: o Enterococo (Gram+) § Vancomicina 1g 12/12h § Administrar em 60 minutos o Gram - § Cefepime 2g EV 12/12h o Anaeróbios Geovana Sanches, TXXIV § Metronidazol 500 mg EV 8/8h o Pode substituis as duas últimas por imipenem ou meropenem (cobertura de G- e anaeróbios) § Imipenem 500mg 6/6 § Meropenem 1g 8/8h 4. Antitérmico, analgésico • Dipirona: 1 ampola + 8/10mL se dor ou temperatura maior que 37,8º. 5. Cuidados gerais, curativos, aferição dos sinais vitais... Após 3 dias da terapia empírica, chega o resultado da cultura da ferida operatória: • Crescimento de E. coli produtora de beta- lactamases de espectro estendido (IESBL) o Sensível § Cefepime § Meropenem § Imipenem § Gentamicina § Amicacina § Polixima § Ceftriaxona o Resistente § Ampicilina § Cefuroxima § Ceftazidina § Ciprofloxacina • Não houve crescimento de nenhum outro microrganismo. • Conduta: o Retirar vancomicina e metronidazol o Tem beta-lactamase de ação estendida à inibe a ação do cefepime (cefalosporinas de 4ª geração). o Troca do cefepime por carbapenemico § Não adianta usar inibidor de beta-lactamase para a de espectro estendido. Tempo de tratamento Caso a infecção seja superficial, o tratamento pode ocorrer por até 7 dias, sendo que após esse período o curativo deve manter a ferida fechada; ela pode demorar de 3 a 8 semanas para fechar completamente, sendo essencial que durante e após a antibioticoterapia, sejam tomados todos os cuidados com o curativo. Nos casos em que há coleção de pus, caso ela seja drenada (via dreno ou nova cirurgia), são necessários até 10 dias de antibioticoterapia. Nesse caso, é realizado USG a cada semana para ver se a coleção foi resolvida. Já para as coleções que por algum motivo não foram drenadas, não há limite no tempo de tratamento, sendo realizado acompanhamento por exame de imagem semanalmente; quando não for mais identificada a coleção, pode-se retirar o antibiótico, sendo que o tempo para tal é extremamente variável. RECOMENDAÇÕES PARA ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES Em janeiro de 1996, o CDC (centro de controle de doenças) publicou recomendações e normas para prevenir a transmissão das infecções intra-hospitalares, dividindo-as em 2 grupos: precauções padrão e precauções baseadas no modo de transmissão. Precauções padrão As precauções padrão são indicadas para todos os pacientes, se contato antecipado com sangue e todos os líquidos, secreções corporais, pele não íntegra ou membranas mucosas. Incluem: • Lavagem das mãos antes e após contato com o paciente; • Aventais e luvas ao contato com sangue e secreções; • Óculos de proteção e máscara caso haja risco de respingos; • Descarte adequado dos materiais utilizados (caixinha amarela), evitando acidentes com perfuro-cortantes ou outros elementos infectantes. Precauções baseadas na transmissão As precauções baseadas na transmissão são divididas em três categorias: • Contato • Respiratórias o Gotículas o Aerossóis Precuações de contato As precauções de contato são indicadas para pacientes com infecção ou colonização por Geovana Sanches, TXXIV microrganismos epidemiologicamente importantes que são transmitidos por contato direto (pele a pele) ou indireto (contato com superfícies ambientais ou itens de uso do paciente). Essas precauções não se aplicam para pacientes domiciliares, apenas para àqueles internados no hospital. Incluem: • Quarto privativo, no qual pode fazer coorte de paciente (ou seja, caso haja pacientes com o mesmo microrganismo, eles podem ficar juntos) • Uso de avental e luva de procedimento ao entrar em contato com o paciente • Uso individual de estetoscópio, esfigmomanômetro e termômetro, os quais devem permanecer dentro do quarto do paciente. Após a alta, são submetidos a procedimento de desinfecção antes de serem utilizados novamente • Transporte (cadeira de rodas), se necessário, deve ocorrer com o paciente adequadamente coberto o Quando esses pacientes têm algum procedimento para realizar, normalmente este é realizado ao final do expediente, pois após o uso é necessário desinfecção total do ambiente e dos aparelhos antes do uso por outro paciente. à Exemplos: • Colonização e/ou infecção bactérias multirresistentes o Por exemplo, KPC • Infecções entéricas o Clostridium difficile, E. coli, enterohemorrágica, Shiguella, hepatite A e rotavírus • Infecções respiratórias o Vírus sincicial respiratório, entero- vírus, parainfluenza • Infecções cutâneas o Difteria cutânea, herpes simples, impetigo, escabiose, herpes zoster localizado, conjuntivite, pediculose Precauções para gotículas Indicadas para pacientes portadores de microrganismos transmitidos por gotículas de tamanho superior a 5 micras, que podem ser geradas durante tosse, espirro, conversação, etc. Incluem: • Quarto privativo o Porta aberta ou fechada • Máscara cirúrgica comum (uso pelo profissional) • Não é necessário avental extra, luvas e óculos • Transporte do paciente: uso de máscara cirúrgica pelo paciente. à Exemplos: • Infecções por H. influenza o Meningite, pneumonia, epiglotite e sepse • Infecções por Neisseria meningitidis o Meningite, pneumonia, sepse • Infecções respiratórias bacterianas o Difteria faríngea, pneumonia por Microplasma sp. e coqueluche (Pertussis) • Infecções virais o Vírus influenza, caxumba, rubéola, parvovirose e Corona-vírus Precauções para aerrosóis São indicadas para pacientes com infecção suspeita ou comprovada por microrganismos transmitidos por aerossóis, que consistem em partículas de tamanho igual ou inferior a 5 micras, as quais permanecem suspensas no ar e podem ser dispersas a longas distâncias. Incluem: • Quarto privativo com porta obrigatoriamente fechada o Corrente de ar pode fazer com que o microrganismo seja transmitido • Uso de máscara N-95 pelo profissional da saúde (filtra ate 95% das partículas do ar) • Caso necessário transporte, uso de máscara cirúrgica comum pelo paciente à Exemplos: • Sarampo • Varicela (Herpes Zoster disseminado) • Tuberculose pulmonar e/ou laríngea Prevenção de contato e para gotículas Indicado, por exemplo, para infecções por adenovírus em crianças e adolescentes. Prevenção de contato e para aerossóis Indicado, por exemplo, para pacientes portadores de varicela ou herpes zoster disseminado. Geovana Sanches, TXXIV Prevenção de acidentes com material biológico Material biológico é todo material orgânico proveniente do ser humano (paciente) que contenha células (leucócitos, hemácias, plaquetas, etc). Exemplos: sangue, líquor, urina, líquido pleural e peritoneal, secreção traqueal, vômito, entre outros. Os acidentes com material biológico podem ser divididos entre: • Acidente perfuro-cortante: envolve trauma o Agulha o Bisturi o Outros • Acidente em mucosas: secreções que adentram às mucosas o Conjuntiva ocular o Boca Doenças de transmissão através de material biológico e suas respectivas medidas de prevenção à Vírus da imunodeficiência humana (HIV) O risco de transmissão é de 0,33%, o qual teoricamente é extinto caso haja notificação precoce e início do tratamento de prevenção: • Iniciar esquema antirretroviral baseado em: o AZT 600 mg/dia VO o 3 TC 300 mg/dia VO o Tenofovir 300 mg/dia • Alternativa: o AZT 600 mg/dia VO o 3 TC 300 mg/dia VO o Kaletra (Lopinavir + Rinonavir) 2 cp VO 12/12h OU o 3 TC 300 mg/dia VO o Tenofovir 300 mg/dia + Kaletra (Lopinavir + RItonavir) O esquema de tratamento deve ser realizado por 28 dias (4 semanas), sendo que caso o esquema principal não esteja disponível, pode-se utilizar os alternativos. É essencial que no caso de uma possível infecção, o profissional mantenha a calma e reporte o acidente para o núcleo de controle de infecções, o qual solicitará os exames para verificar se o paciente em questão é portador de HIV, HBV ou HCV. à Vírus da hepatite B (HBV) O risco de infecção é de 10 – 30%, porém a doença pode ser prevenida pela vacinação em 3 doses. Pode ser utilizada, ainda, imunoglobulina específica para a hepatite B. • 1ª dose • 2ª dose (30 dias após a primeira) • 3ª dose (180 dias após a primeira) à Vírus da hepatite C (HCV) O risco de infecção é de 1 – 7,5% e não existe tratamento de prevenção. Sendo assim, faz- se seguimento sorológico trimestral durante 1 ano em caso de acidente. Fluxo para atendimento de acidentes perfuro- cortantes O funcionário acidentado deve comunicar a supervisão da enfermagem, a qual em dias úteis encaminha o paciente para SCIH para orientação de profilaxia e preenchimento de ficha de notificação. Em feriados, final de semana e durante plantão noturno, inicia-se profilaxia para infecção pelo HIV com kit próprio que fica na farmácia do hospital e solicita que o funcionário se apresente ao SCIH no primeiro dia útil da semana. Há encaminhamento para o serviço de medicina do trabalho. à SCHI • Serviço de controle de infecção hospitalar • Realiza a orientação da profilaxia para infecção pelo HIV, HBV e HCV • Prescrição de antirretrovirais, indicação de imunoglobulina para HBV e vacina específica para HBV • Solicitação de sorologias do paciente fonte, quando internado no hospital.
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