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FOLHA Docente: Graciele Lurdes Silveira Setembro/2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS ZOOTECNIA Folha • As plantas podem apresentar folhas completas (com suas três partes básicas — bainha, pecíolo e limbo), folhas incompletas (com pecíolo e/ou bainha ausentes) ou folhas sésseis (somente com limbo). • A bainha é uma estrutura encontrada na parte terminal do pecíolo, envolta no caule, e tem como função proteger o meristema axilar. Presente na maioria das monocotiledôneas. • As estípulas são estruturas laminares e membranosas. Tem como função: proteção de folhas jovens e síntese do hormônio auxina no período de desenvolvimento da folha. • O limbo, ou lâmina, corresponde à superfície da folha. • O pecíolo corresponde à parte mais próxima ao caule, servindo para a sustentação da folha. 1. uninérveas — apresentam uma nervura principal; 2. peninérveas — semelhantes a uma pena, com uma nervura central e nervuras secundárias dispostas de forma regular e espaçada; 3. trinérveas — ocorrência de três nervuras principais a partir do limbo; 4. curvinérveas — nervuras que acompanham a nervura principal desde o limbo, mas com curvatura seguindo dessa forma até o mesmo ponto no ápice da folha; 5. palminérveas — nervuras se originam do mesmo ponto da lâmina foliar; 6. paralelinérveas — duas ou mais nervuras seguem de forma paralela ao longo do limbo até o ápice; 7. peniparalelinérveas — variação entre peninérvea e paralelinérvea; 8. peltinérveas — quando o pecíolo se conecta no meio do limbo, e a partir daí surgem as nervuras; 9. enervadas ou enérveas — quando as nervuras não são visíveis. Nervuras Uninérvea: Drimys angustifólia, casca- d’anta Peninérvea: Mussaenda erythrophylla, mussaenda Trinérveas: Ziziphus joazeiro, joazeiro Curvinérvea: Tibouchina granulosa, quaresmeira Palminérvea: Ricinus communis, mamona Paralelinérvea: Saccharum officinarum, cana-de-açúcar Peniparalelinérvea: Musa X paradisíaca, bananeira Enervada ou enérvea: Aloe vera, babosa As folhas ainda podem ser classificadas quanto a outros aspectos, como mostrado na imagem ao lado. Três sistemas de tecidos: • Sistema dérmico: epiderme que reveste toda a superfície foliar; • Sistema fundamental: mesofilo da lâmina foliar e córtex da nervura mediana e do pecíolo; • Sistema vascular: tecidos vasculares das nervuras. Anatomia da folha • Parte que mais se aproxima do caule, em estrutura: epiderme, córtex, endoderme (camada mais interna do córtex, envolvendo o sistema vascular) e sistema vascular. • A endoderme pode ter estrias de Caspary, estrias e amido, somente amido ou ser apenas constituída de células parenquimáticas com ou sem substâncias fenólicas. Pecíolo Com relação à disposição do sistema vascular, com floema sempre ocupando a região abaxial: 1. Cilindro contínuo (15); 2. Ferradura (16); 3. Meia-lua (17); 4. Fragmentado (20). Pecíolo • Face adaxial ou ventral (superior); • Face abaxial ou dorsal (inferior); • Epiderme contínua e única em toda a extensão da folha: variando no número de camadas, forma das células, estrutura, arranjo dos estômatos, arranjo de tricomas, etc.; • Sob a epiderme pode ocorrer a hipoderme aquífera (Hi) ou formada por células modificas; • Mesofilo: todos os tecidos situados entre a epiderme e o sistema vascular; • Parênquima clorofiliano: paliçádico e esponjoso; • Posição do xilema e do paliçádico indicam a superfície adaxial; • Xerófitas: paliçádico nas duas superfícies; Lâmina foliar • Paliçádico de um lado e esponjoso de outro: folha dorsiventral ou bifacial; • Paliçádico nas duas superfícies: folha isobilateral ou isolateral; • Não se distinguem dois tipos de parênquima: folha com mesofilo uniforme ou homogêneo. Lâmina foliar • Folha dorsiventral: devido a forma e arranjo das células paliçádicas, os cloroplastos podem se dispor paralelamente às paredes celulares, utilizando o máximo de luz. A ampliação dos espaços intercelulares também colaboram com as trocas gasosas e a fotossíntese, pois grandes superfícies das células ficam expostas e entram em contato com o ar. • As células do parênquima esponjoso variam muito na forma: isodiamétricas ou alongadas em direção paralela à superfície da folha e muitas vezes pode apresentar projeções braciformes. • Anatomia Kranz (38 e 39): células do mesofilo se dispõem de maneira radiada em torno da endoderme. • Para identificar a endoderme com maior facilidade é sempre importante analisar o pecíolo. Lâmina foliar Nervura mediana • Em eudicotiledôneas, principalmente, apresenta uma estrutura anatômica semelhante a do pecíolo – epiderme, córtex apenas parenquimático ou contendo colênquima e esclerênquima, endoderme envolvendo o sistema vascular e sistema vascular. • O sistema vascular nas monocotiledôneas, eudicotiledôneas e gimnospermas é formado, exclusivamente, de xilema e floema primários e periciclo (em geral, se apresentando com fibras). • No pecíolo e nas nervuras medianas de eudicotiledôneas e gimnospermas, o câmbio pode instalar- se e formar tecido secundário. • As terminações de nervura têm dupla função: transportar água e solutos dissolvidos na corrente transpiratória e absorver e translocar os produtos da fotossíntese para outras partes da planta. • Nessas terminações, as células companheiras apresentam um protoplasto denso e numerosos plasmodesmos em conexão com os elementos crivados. Nervuras Ontogênese Em primórdios foliares de angiospermas, alguns meristemas funcionam simultânea ou sequencialmente: • Meristema apical: as divisões deste meristema é que vão originar o crescimento ascendente do primórdio; • Meristema marginal: iniciais marginais dividem-se anticlinalmente, produzindo a protoderme; iniciais submarginais dividem-se alternadamente em dois planos: anticlinais que originam face abaxial e adaxial do mesofilo, e periclinais que originam a camada mediana; e derivadas; • Meristema laminar: divide-se anticlinalmente. Na região dos sistema vascular, divide-se anticlinal e periclinalmente, originando o procâmbio. Adaptações • Caracteres mesofíticos (plantas mesófitas que requerem grande quantidade de umidade no solo e atmosfera relativamente úmida): folha dorsiventral. Em geral, apresentam estômatos apenas na face abaxial; • Caracteres hidrofíticos (plantas hidrófitas que dependem de abundante quantidade de água e crescem completamente, ou parcialmente, na água): redução dos tecidos de sustentação e vasculares, principalmente xilema, além da presença de grandes espaços intercelulares. Nas folhas flutuantes, a lâmina foliar é, no geral, inteira e mais espessa, com estômatos restritos à superfície adaxial; • Caracteres xerofíticos (plantas xerófitas, adaptadas a ambientes com carência de água por longos períodos): folhas pequenas e compactadas – redução no tamanho das células; aumento no espessamento das paredes celulares; maior densidade do sistema vascular e dos estômatos, muitas vezes em sulcos; parênquima paliçádico em quantidade maior que o esponjoso, ou presença apenas do paliçádico. Folhas frequentemente espessas e coriáceas, com cutícula bem desenvolvida e grande quantidade de tricomas. Algumas xerófitas são suculentas, com abundante reserva de água.
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