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MADEIRA – Características físicas, produtos comerciais - História - Preconceitos - Características físicas -Produtos comerciais Materiais e Técnicas de Construção II Prof. Dr. Edgar Vladimiro Mantilla Carrasco História 9.000 AC Século XI Século XIX Século XXI História Industrialização 1940s Konrad Wachsmann e Walter Gropius 7 PRECONCEITOS Prof. Edgar V. Mantilla Carrasco 1. A madeira não tem resistência mecânica 2. A madeira não tem durabilidade. 3. Todas as madeiras queimam rapidamente. 4. A madeira vai acabar 8 1- A madeira não tem resistência mecânica Supondo que a área, onde é aplicada a força, tanto do concreto como da madeira seja de 1cm2 As resistências e a força de ruptura são: Concreto 15 MPa F= 150/1 =150 Kg Mad.. pinus 40 MPa F= 400/1 =400 Kg A madeira Pinus resiste mais do que o concreto FF A flecha é f=F.L3/(48.E.I). O colapso poderá ser por: Excesso de deformação Ruptura por tensão de tração ou compressão 9 RESISTÊNCIA MECÂNICA Concreto Aço ASTM A36 Pinus elliotti Parajú Compressão 15 500 40,4 82,9 Tração 1,5 66,0 138,5 MOE 21000 210000 11889 22733 10 DURABILIDADE SISTEMA CONSTRUTIVO TRATAMENTO PRESERVATIVO 2 - A madeira não tem durabilidade 11 Tratamento preservativo Pincelamento (2 à 5 anos proteção) filtro solares ação fungicida hidrorrepelente (retarda entrada de água na madeira e controla a saída) Imersão (5 à 10 anos proteção) Autoclave (20 anos proteção) 12 Sistema construtivo Importado do Sistema construtivo com tijolos cerâmicos 13 Exemplo - Sistema construtivo em madeira 14 3- Todas as madeiras queimam rapidamente 15 5 minutos => 800oC 15 minutos => 1200oC 16 MADEIRA NATIVA REFLORESTAMENTO 4. A madeira vai acabar 17 Florestas plantadas x florestas nativas ÁREA DE ÁRVORES PLANTADAS (milhões de há) 19 Madeira de reflorestamento (Eucalipto e Pinus) Eucalipto Pinus 20 Serrada Painéis compensados 21 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ESTRUTURAS DE MADEIRA Desde os primeiros tempos, o homem vem utilizando a madeira obtendo bons resultados. Inicialmente nas coberturas das primárias moradias, nos pilares, nas fundações, na roda, nos primeiros veículos, etc. Atualmente, a madeira é largamente usada, nos mais variados tipos de estruturas e acabamentos na construção civil, como por exemplo: 22 Vihantasalmi - Finlândia- Ponte híbrida (Vão total de 182 m) Longarinas de MLC (21 m - 42 m - 42 m - 42 m - 21 m) ; laje concreto armado (11 m + 3 m) 23 Combinando Aço / Madeira 24 Biblioteca em São Paulo 25 Vila Taguaí – SP Casa em Itú – SP 26 Construções em Belo horizonte 27 VALOR ESTRUTURAL DA MADEIRA Valor estrutural = Tabela 1.2 - Índices comparativos para avaliação do valor estrutural da madeira em relação ao aço e ao concreto (custo em 19/02/2014) Especificações Aço A-36 Concreto Armado Maçaranduba (Paraju) Tensão de referência c (MPa) 253 15 82,9 Coeficiente de segurança médio 1,67 1,61 5 Tensão admissível adm (MPa) 150 9,3 16,6 Peso específico (g/cm3) 7,80 2,50 1,14 Custo (U$/kg) 1,48 0,15 0,651 Valor estrutural 16,72 24,8 22,40 1 Neste valor já está incluído o custo de tratamento preservativo contra fungos e microorganismos (20% do valor total) 28 EXEMPLO Para comparação do custo do concreto, do aço e da madeira, será adotada uma coluna de 500 cm de comprimento solicitada por uma carga de 351 kN a) Para o aço uma seção vazada de 20 cm de diâmetro interno e 21 cm de diâmetro externo b) Para o concreto armado uma seção quadrada c) Para a madeira um pilar de uma seção transversal quadrada de 20 cm. P 50 0 cm 25 cm 25 c m 20 cm 20 c m20 cm 0,5 cm 4 Ø 1/2' Aço Concreto armado Madeira (Maçaranduba) 29 Tabela 1.3 - Comparação do custo do aço, do concreto e da madeira Material Carga Admissível (kN) Peso (kg) Custo (U$ / kg) Custo Total da Peça (U$) Aço 351,17 125,59 1,48 185,87 Concreto 351,17 781,25 0,15 117,19 Madeira 351,17 248,29 0,65 161,34 É uma simples amostra de cálculo, mas os resultados são amplamente significativos. Para a mesma capacidade de carga a coluna de maçaranduba tem pouco menos que o dobro do peso da coluna de aço e um terço do peso da coluna de concreto armado. Entretanto, o preço do aço será 58% mais elevado e o do concreto armado 27% menor do que o preço da madeira, destacando-se que no preço da madeira encontra-se incluído o custo de tratamento contra fungos, insetos e microorganismos, e no preço do concreto não está incluído o custo das formas. 3 - ESTRUTURA MACROSCÓPICA MEDULA Primeira fase de crescimento (madeira fraca) CERNE Camadas mais antigas mais resistêntes Armazena resinas, gomas, óleos ALBURNO Camadas mais novas menos resistênte Mais claras, menos densas CASCA Tecido que recobre o lenho CAMBIO Membrana entre a casca e o alburno Parte viva da madeira 4 - ESTRUTURA MICROSCÓPICA TRAQUEIDES Responsáveis pela resistência mecânica 3 a 5 mm de comprimento Diâmetro de 40 a 60 Cerne depósito de seiva elaborada Alburno conduzem a seiva bruta VASOS MEDULARES Conduzem a seiva elaborada da casca até o cerne Constituim 10 % da madeira LIGNINA “cimenta” os elementos anatômicos CONÍFERAS Água livre 4 - ESTRUTURA MICROSCÓPICA DICOTILEDONEAS VASOS São chamados de poros 0,2 a 1 mm de comprimento 20 a 300 de diâmetro Conductor da seiva 20 a 50 % da madeira FIBRAS 0,7 a 1,4 mm de comprimento Diâmtro <<< vasos função de resistir os esforços mecânicos Transporta a seiva RAIOS MEDULARES = CONÍFERAS 5 - CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA 5 - CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA 5 - CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA Água química Corte da arvore PS (33%)UE (15%) Agua livre Função da UR do ar e temperatura Agua química Determinação através de aparelhos elétricos PARÂMETROS DE PROJETO Classes de umidade Umidade relativa ao ambiente (Uamb) Umidade de equilíbrio (Ueq) 1 65% 12% 2 65%<Uamb75% 15% 3 75%<Uamb85% 18% 4 Uamb>85%(longos períodos) 25% Exemplo – assentamento de tábua corrida de 20 cm de largura (madeira eucalipto citriodora Supondo Ui=30% Após 12 meses Uf= 15% A variação de umidade é DU= 15% A retração tangencial total (de 33% até 0%) é 10%. Assim: 33% ------10% 15% ------- R%, R%= 10.15/33 = 4,55% Então: a retração de uma tábua será: R=200x0,0455 = 9,1 mm; Exemplo – Casa de madeira, parede com tabuas de madeira encaixadas. Altura da parede 280 cm. (madeira eucalipto citriodora) Normalmente estas construções são feitas Com a madeira verde Supondo Ui= 50% Após 24 meses Uf= 15% A umidade do PS é 33%, assim de 50% até 33% Não ocorrerá nenhuma retração. A variação de umidade é 33% a 15% DU= 18% A retração tangencial total (de 33% até 0%) é 10%. Assim: 33% ------10% 18% ------- R%, R%= 10.18/33 = 5,45% Então: a retração da parede será: R=280x0,0545 = 15,26 cm; Secagem da Madeira: Estufas de secagem Fonte de calor Dispositivo de umidificação Dispositivo de circulação de ar Esquema de funcionamento Determina se o teor de umidade da madeira Regulam-se a temperatura e a umidade da estufa para uma umidade de equilíbrio higroscópio imediatamente inferior Repetem-se as operações sucessivamente Estufas de secagem Estufas de secagem Classificação das madeiras em função da secagem Tipo de secagem Madeira Fácil secagem Cedro, guarapuruvú, caixeta e tamboril Média secagem Pinho do Paraná, peroba rosa, cabriúva, ipê, pau marfim, feijó, açoita cavalos, jequitibá Difícil secagem Imbuia, canela, amendoeira, caviúna, aroeira, jatobá, faveiro PRODUTOS COMERCIAIS As peças lineares de madeira podem ser classificadassegundo as dimensões das peças de madeira utilizadas na sua fabricação: Madeira roliça Madeira falquejada Madeira serrada MLC (Madeira Laminada Colada) CLT (Cross Laminated Timber) LVL (LaminatedVeneer Lumber) LSL (Laminated Strand Lumber) PSL (Paralel Strand Lumber) Vigas pré-moldas de madeira Os painéis de madeira também podem ser classificadas segundo as dimensões das peças de madeira utilizadas na sua fabricação: Madeira compensada Madeira aglomerada Painéis de fibra de madeira: Painéis de isolamento - MDF (Médium Density Fiberboard) - MDP (medium density particle board) OSB (Oriented Strand Board) Os produtos industrializados derivados da madeira passam por um processo de fabricação segundo a sua utilização final. O processo de fabrição pode ser dividido em 3 etapas que são comuns a todos os produtos industrializados de madeira. 1ª Etapa: Corte da árvore e transporte das toras 2ª Etapa: Processamento e tratamento da madeira 3ª Etapa: Verificação da qualidade e distribuição do produto 1ª Etapa: Corte da árvore e transporte das toras 2ª Etapa: Processamento e tratamento da madeira 3ª Etapa: Verificação da qualidade e distribuição do produto A segunda etapa varia de acordo com o produto final, que deve sempre buscar uma utilização mais racional da madeira. MADEIRA ROLIÇA É utilizada com maior frequência como elemento estrutural sujeito apenas à esforços axiais (pilares, postes e estacas) ou em estruturas provisórias (escoramentos). Também pode estar solicitada à esforços de flexão. As madeiras roliças mais usadas no Brasil são o Pinho do Paraná e o Eucalipto. O que fazer quando a madeira ão apresenta durabilidade natural satisfatória? ela pode ser tratada com produtos químicos, para maior durabilidade das peças. Em auto clave usa-se os produto CCB e CCA CCA – é um tratamento muito agresivo (Arsenito de Cobre Cromatado), é o produto químico mais usado no mundo para tratar madeira. O cromo funciona como fixador, o arsênio como agente inseticida e o cobre como fungicida. CCB – é um tratamento menos agressivo ao meio ambiente. O arsênico é sunstituido pelo ácido bórico. TRATAMENTO 1. Operação de vácuo inicial, é retirado o ar das células da madeira 2. Bomba de vácuo ligada, temperatura ambiente, a solução preservativa é transferida para a autoclave. 3. Com a utilização da bomba, é aplicada uma pressão no interior da autoclave. 4. A bomba é desligada para aliviar a pressão, uma válvula é aberta para permitir a saída da solução preservativa que não penetrou na madeira. Pode ser aplicado o vácuo novamente, para facilitar a retirada da solução preservativa. 5. Aplicação de pressão final. Preservação das madeiras Obras com madeira roliça - Galpões Preservação das madeiras Obras com madeira roliça – Meio fio Obras com madeira roliça – Brinquedos crianças Obras com madeira roliça – Brinquedos parques Obras com madeira roliça - Brinquedos crianças Obras com madeira roliça – Postes de iluminação Obras com madeira roliça - Cercas Obras com madeira roliça - Pontes MADEIRA FALQUEJADA É obtida de troncos por cortes de machado com seções transversais quadradas ou retangulares. Dependendo do diâmetro dos troncos, podem ser obtidas seções maciças falquejadas de grandes dimensões, como por exemplo (30 x 30) ou (60 x 60) cm. A seção que produz menos perda é a quadrada. A seção que dá maior momento de inércia é um retângulo b h d 2 d b dh 2 3 MADEIRA SERRADA A madeira serrada é obtida pelo processo de desdobramento das toras de madeira em lâminas com dimensões variadas. O desdobramento do tronco em lâminas de madeira deve ser feito o mais cedo possível, após o corte da árvore, a fim de evitar defeitos decorrentes da secagem da madeira. Os troncos são cortados em serras especiais, na espessura desejada. Outro processo de desdobramento é o processo no qual o tronco é dividido inicialmente em 4 partes. Estas partes podem ser desdobradas segundo a necessidade. Quando se faz o desdobro na direção radial, as lâminas são mais homogêneas, porém mais onerosas. O comprimento da tora é limitado por problemas de transporte e manejo, fixando em geral na faixa de 4 a 6 metros. A madeira serrada antes de ser utilizada nas construções deve passar por um período de secagem. Essa secagem pode ser feita naturalmente empilhando a madeira, deixando um espaço entre elas para a circulação do ar, e deve estar abrigada contra a chuva. O tempo de secagem demora em torno de 1 a 3 anos, dependendo da espécie, da espessura e da densidade da madeira. Para acelerar essa secagem foram desenvolvidos métodos artificiais que consistem basicamente na circulação de ar quente com baixa umidade. O tempo de demora é geralmente de 5 a 10 dias para cada 5 cm de espessura. As madeiras serradas são vendidas com seções padronizadas Tabela 4.1 - Bitolas comerciais em Minas Gerais NBR Tipo Ipê Madeira de Lei* Caibro 7,5 x 4 7,5 x 4 Ripa 1,5 X 4 1,5 X 4 Tábua 30 x 4 30 x 4 Tábua 30 x 5 30 x 5 Tábua 30 x 7,5 30 x 7,5 Vigas 7,5 x12 7,5 x12 Vigas 7,5 x 15 7,5 x 15 Vigas 7,5 x18 7,5 x18 Vigas 7,5 x 20 7,5 x 20 Vigas 7,5 x 23 7,5 x 23 Vigas 7,5 x 30 7,5 x 30 Vigas 8 x 15 8 x 15 Vigas 8 x 12 8 x 12 Vigas 20 x 20 20 x 20 Vigas 15 x 15 15 x 15 *paraju, jatobá, angico vermelho, angelim pedra, rochinho, garapa amarelo. PROCESSAMENTO DA MADEIRA MACIÇA SERRADA Extração cuidadosa (época da seca), corte (bitolas comerciais), secagem (redução de umidade) e tratamento. Aparelhamento ou bitolagem Nomenclatura de peças de madeira serradas COMERCIAL Nome Espessura (cm) Largura (cm) Pranchão > 7,0 > 20,0 Prancha 4,0 - 7,0 > 20,0 Viga >4,0 11,0 - 20,0 Vigota 4,0 - 8,0 8,0 - 11,0 Caibro 4,0 - 8,0 5,0 - 8,0 Tábua 1,0 - 4,0 > 10,0 Sarrafo 2,0 - 4,0 2,0 - 10,0 Ripa < 2,0 < 10,0 Dimensões da madeira serrada (cm) • Pranchões – 15,0 x 23,0 – 10,0 x 20,0 – 7,5 x 23,0 • Vigas – 15,0 x 15,0 – 7,5 x 15,0 – 7,5 x 11,5 – 5,0 x 20,0 – 5,0 x 15,0 • Caibros – 7,5 x 7,5 – 7,5 x 5,0 – 5,0 x 7,0 – 5,0 x 6,0 • Sarrafos – 3,8 x 7,5 – 2,2 x 7,5 • Tábuas – 2,5 x 23,0 – 2,5 x 15,0 – 2,5 x 11,5 • Ripas – 1,2 x 5,0 Dimensões da madeira beneficiada (cm) Soalho Seção de 2,0 x 10,0 Forro Seção de 1,0 x 10,0 Batente Seção de 4,5 x 14,5 Rodapé Seção de 1,5 x 15,0 Seção de 1,5 x 10,0 Taco Seção de 2,0 x 7,5 PranchãoCaibro Caibro Tábua Tábua
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