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Doação de órgãos → A concessão de partes do corpo para fins terapêuticos. → Processo denominado TRANSPLANTE. O transplante é um procedimento cirúrgico em que um órgão ou tecido presente na pessoa doente (receptor), é substituído por um órgão ou tecido sadio proveniente de um doador. → De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante. Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões. Qualquer pessoa pode doar órgãos, desde que concorde com a doação e que não prejudique a sua saúde. → O DOADOR VIVO pode doar um dos rins, parte do fígado, e da medula óssea ou parte do pulmão. De acordo com a legislação, parentes até o quarto grau podem ser doadores. Não parentes, somente com autorização judicial. DOADORES FALECIDOS, é preciso a constatação de MORTE ENCEFÁLICA, geralmente vítimas de dano cerebral irreversível, como traumatismo craniano ou acidente vascular cerebral (AVC), e é necessário o consentimento da família. O que é morte encefálica? Perda completa e irreversível das funções encefálicas cerebrais, definida pela cessação das funções corticais e do tronco encefálico ou tronco cerebral. A parada cardíaca será inevitável e, embora ainda haja batimentos cardíacos, a respiração não acontecerá sem ajuda de aparelhos e o coração não baterá por mais de algumas poucas horas. Por isso, a MORTE ENCEFÁLICA CARACTERIZA A MORTE DE UM INDIVÍDUO. → Quando constatada a morte encefálica, que é irreversível, o óbito da pessoa é declarado. Nesta situação, os órgãos e tecidos podem ser doados para transplante, mas apenas após o consentimento familiar. Diagnóstico da morte encefálica Deve ser feita por médicos com capacitação específica, observando o protocolo estabelecido que define critérios precisos, padronizados e passíveis de serem realizados em todo o território nacional. → Os critérios para identificar a morte cerebral ou encefálica são rígidos, sendo necessários dois exames clínicos com intervalo mínimo de uma hora, realizados por médicos diferentes. Lei dos Transplantes A Lei nº 9.434/2017 → estabelece que a doação de órgãos após a morte só pode ser realizada quando for constatada a morte encefálica. Quando o óbito ocorreu por parada cardiorrespiratória (coração parado), pode ser realizada apenas a doação de tecidos (córnea, pele e ossos, por exemplo). ATENÇÃO No Brasil, o Decreto 9.175/2017 2 instituiu que os órgãos podem ser doados ainda em vida ou após diagnóstico de morte encefálica, que, conforme a Resolução 2.173/2017 do Conselho Federal de Medicina, é determinada pelo fim das funções encefálicas, definida pela cessação das atividades corticais e de tronco encefálico. Legislação atual Segundo a Lei de Transplantes, para se proceder à doação de órgãos, o diagnóstico da morte cerebral deve ser constatado e registrado por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante. A lei permite a presença de médico de confiança da família do falecido no ato da comprovação da morte cerebral. Embora qualquer pessoa possa deixar por escrito que quer doar órgãos após a morte, a LEI BRASILEIRA EXIGE AUTORIZAÇÃO DE CÔNJUGE OU PARENTE MAIOR DE IDADE, ATÉ O SEGUNDO GRAU, para retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outras finalidades terapêuticas. Sistema Nacional de Transplantes (SNT) O Brasil possui o MAIOR PROGRAMA PÚBLICO de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 95% dos transplantes no país → É o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA QUAIS OS PROBLEMAS? Longas filas prioritárias de espera e uma certa “marginalização” de tais necessitados, inclusive por seus familiares. PORQUE ???? 1. Falta de esclarecimentos conceituais sobre a morte encefálica. 2. Questões religiosas , crenças e valores preexistentes e ao momento difícil enfrentado pelos familiares 3. Questões familiares, Acolhimento 4. A disponibilidade do entrevistador e a busca compartilhada pela melhor alternativa para a situação; 5. Subnotificação dos diagnósticos de morte encefálica confirmados para as centrais de notificação; 6. Captação e distribuição de órgãos, devido aos possíveis problemas logísticos; Desafios Propostas visam, sobretudo, determinar que a vontade do doador prevaleça sobre a vontade da família. CUIDADO ENFERMAGEM ENFERMAGEM tem papel fundamental na assistência ao potencial doador. → O CUIDADO não é só ao paciente, estendendo-se à sua família, que necessita ser amparada . → O profissional Enfermeiro é parte integrante de todas as etapas do processo de captação e doação de órgãos e seu papel primordial na condução de familiares, pacientes e equipe A Resolução 292/2004 do Conselho Federal de Enfermagem é a base legal para esse cuidado, determinando a responsabilidade do Enfermeiro em planejar, executar, coordenar, supervisionar e avaliar os procedimentos de enfermagem prestados aos pacientes com morte encefálica, potenciais doadores de órgãos e tecidos. É aconselhável permitir que os familiares fiquem o maior tempo possível ao lado do paciente, inclusive durante o processo de diagnóstico de morte encefálica, realizado pela equipe médica. Essa diretriz é fundamental, pois a decisão pela doação de órgãos depende desse transcurso, sendo essencial que a família compreenda o conceito de finitude e morte . A comunicação competente exerce papel fundamental na doação de órgãos, visto que proporciona aos familiares os esclarecimentos necessários para se posicionarem sobre essa possibilidade. A objetividade, clareza e simplicidade da transmissão da informação irão auxiliar na decisão. Alguns profissionais têm dificuldades em enfrentar a situação de dor e perda dos familiares. É preciso implantar programas de treinamento para todos os profissionais de saúde que atuam nessa atividade, para construir, ampliar e aperfeiçoar suas competências e habilidades na comunicação de más notícias. A relação de confiança entre equipe de enfermagem e familiares é essencial. Esse vínculo promove conforto e apoio emocional, além de atuar como canal de comunicação primordial Os estudos selecionados nesta revisão mostram que os familiares reconhecem na enfermagem esse suporte e o consideram substancial para a abordagem humanizada → A humanização da assistência na doação de órgãos → A escuta terapêutica e ampliada é essencial para o processo, e conduz a atitudes empáticas de cuidado. Humanizar essas atividades significa ofertar o cuidado aos familiares no momento do óbito, trazendo compreensão genuína à experiência. Para isso é necessário desenvolver a relação terapêutica e estimular o preparo dos profissionais, para que possam lidar com os sentimentos, as reações e o sofrimento intrínsecos a essa situação
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