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Transplante de órgãos e tecidos

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUSÍADA
Curso de Enfermagem
Saúde do Adulto III
MIRIÃ CRISTINE JESUS DOS SANTOS
Transplante de Órgãos e Tecidos
SANTOS
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………...….3
HISTÓRIA E COMO A SOCIEDADE VÊ OS TRANSPLANTES……………………...4
O SISTEMA NACIONAL DE TRANSPLANTES………………………………………...5
CRITÉRIOS PARA REALIZAR UM TRANSPLANTE…………………………………..6
MORTE ENCEFÁLICA……………………………………………………………………..9
QUESTÕES ÉTICO-LEGAIS……………………………………………………….........13
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS……...15
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………….18
INTRODUÇÃO
Transplante é definido como a transferência de células, tecidos ou órgãos de
uma pessoa, considerada o doador, para outra, o receptor, por meio de um
procedimento cirúrgico em que o órgão doente é substituído por um sadio com a
finalidade de restabelecer o equilíbrio no corpo do indivíduo ou recuperar uma
função perdida ou inadequada/ineficiente, culminando em uma expectativa de vida
melhor.
Mundialmente, o número de transplantes continua crescendo em incidência.
Por vezes, o transplante é a única maneira de tratamento para determinadas
condições que possam estar afligindo uma pessoa. Estes são feitos em qualquer
idade quando a pessoa apresenta uma doença de caráter irreversível e em estágio
final.
O primeiro transplante com sucesso registrado data de 1954 e, desde então,
transplantes de órgãos sólidos como rim, pâncreas, coração, pulmão e intestino,
vêm sofrendo grande avanço no tratamento de doenças relacionadas à eles. Já em
território brasileiro, o primeiro transplante foi em 1964, quando um rim foi
transplantado em outra pessoa.
Essa doação é um processo complicado e delicado, pois depende da
confiança da população e do comprometimento dos profissionais envolvidos em
todo o sistema. Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), o Brasil é o
segundo país que mais realiza transplantes no mundo todo e a atuação do
Ministério da Saúde, governos dos estados, entidades e profissionais de saúde é de
extrema importância para que esse processo tão importante continue a acontecer
da melhor forma possível.
Ainda assim, dados registram que, devido à pandemia pelo Sars-Cov-2,
houve um declínio na taxa de transplantes que aconteciam no país devido a
restrição que a disseminação da doença ocasionou nos programas de doações de
órgãos, chegando a cair quase pela metade (como o caso de transplantes de
córneas, que diminuiu em 44,3%). Mesmo atualmente (2021), com a vacinação
sendo feita efetivamente, a queda ainda continua devido o aumento de 44% na taxa
de contraindicação para o processo pelo risco de transmissão de covid-19 e
também devido à dificuldade em fazer um teste para detectar a infecção e ter o
resultado rapidamente. No Amazonas, os transplantes de córneas caíram de 153
em 2019 para 38 em 2020.
Assim como impactou o Brasil, outros países também vêm sofrendo com o
mesmo. O diretor-chefe do RBT Valter Duro Garcia diz que no ano de 2020, em
cada três doadores, um se tornava doador, mas que nesse ano, a cada quatro
doadores, apenas um efetiva a doação. Isso por conta dos problemas já citados que
acabam por aumentar os riscos de morte.
HISTÓRIA E COMO A SOCIEDADE VÊ OS TRANSPLANTES
Como já citado neste referido trabalho, transplantes foram regulamentados
no Brasil em 1997 com o Decreto já aqui mencionado. Entretanto a Lei nº 9.434
sofreu mudanças em 2001 pela Lei 10.211, quando foi introduzido o Registro
Nacional de Doadores e estabeleceu prioridade dos doadores na realização de
necropsia pelo Instituto Médico Legal em casos de morte violenta e cabendo à
família a decisão em doar e autorização judicial em caso de transplantes intervivos
não aparentados.
Há contrapontos em relação ao primeiro transplante realizado em território
brasileiro. Algumas fontes referem 1964, no Rio de Janeiro, e outras apontam 1985
São Paulo. Em 1924 foi sugerido transplante de partes do pâncreas para tratamento
de um indivíduo diabético, mas foi investido em imunossupressão efetiva antes de
pensar em transplantar totalmente o órgão. Em 1966, um alotransplante (transplante
entre indivíduos geneticamente diferentes) de rim e pâncreas em um paciente com
nefropatia diabética em fase terminal e desde então vários transplantes do pâncreas
total, parcial ou ilhotas foram feitos.
As primeiras tentativas relacionadas à transplante de pulmão foram relatadas
em 1907, mas apenas em 1950 foi publicado um trabalho que descrevia a técnica
cirúrgica em cachorros. Os processos eram limitados por conta da imunossupressão
feita de forma inadequada, sendo o primeiro quadro clínico descrito em literatura de
1963, porém o paciente morreu dezoito dias após o procedimento. Até 1980, trinta e
oito pessoas haviam recebido o transplante e a sobrevida mais longa havia sido de
apenas dez meses. O doador adequado e a conservação do órgão eram fatores
determinantes do sucesso ou não do processo.
Em 1978, o transplante renal já tinha progredido para apresentar significativa
contribuição no tratamento de insuficiência renal. Nesse mesmo ano, uma droga
chamada Ciclosporina surgiu e se revelou um agente imunossupressor potente,
revolucionando transplantes em todo o mundo, não só aumentando o número dos
procedimentos como a sobrevida dos pacientes, encorajando a comunidade que
tinha receios acerca de outros transplantes.
Por volta da década de 80 então, novos imunossupressores surgiram como
os anticorpos monoclonais e o FK-506 e foi desenvolvida uma nova maneira de
conservação de órgãos por Belzer, um médico pesquisador, aumentando a
sobrevida de órgãos como rim, coração, pulmão e fígado em 80% em dois anos.
Assim, a retirada de múltiplos órgãos foi igualmente padronizada.
Atualmente, o transplante de órgãos é aceito e recomendado como
tratamento para diversas condições. Contudo, o processo ainda encontra
dificuldades visto que muitas pessoas não têm conhecimento da magnitude que é a
doação. Por isso ações de promoção, educação e conscientização da população é
tão importante para a evolução e constante desenvolvimento dos procedimentos,
assim como para a diminuição da lista de espera, já citada diversas vezes.
O SISTEMA NACIONAL DE TRANSPLANTES
O Decreto nº 2.268 regulamenta a Lei nº 9.434 de 4 de fevereiro de 1997 que
dispõe exatamente sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano
com finalidade de transplante e tratamentos como enxerto ou outras finalidades
terapêuticas. Ressalta que, entre os tecidos referidos no Decreto, não se encontram
sangue, esperma ou óvulo.
Neste, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) fica responsável por
desenvolver o processo de captação e distribuição dos referidos tecidos, órgãos e
partes do corpo humano para as finalidades terapêuticas, tendo como razão para
intervenção a morte encefálica verificada e diagnosticada pelo médico em qualquer
ponto do território nacional, podendo determinar o destino do tecido, órgão ou parte
do corpo humano. Se configura em uma lista única de espera que garante a
equidade no acesso ao procedimento.
Ao Ministério da Saúde cabe coordenar as atividades, expedir as normas e
regulamentos técnicos dos procedimentos, gerenciar a lista única nacional de
receptores, autorizar estabelecimentos de saúde e equipes especializadas para
promover os procedimentos, avaliar o desempenho do SNT (através de relatórios
que são feitos por órgãos estaduais e municipais que o integram), identificar falhas
no funcionamento e corrigi-las juntamente aos outros integrantes do SNT, difundir
informações, credenciar centrais de notificação (assim como de captação e
distribuição de órgãos), requisitar apoio da Força Aérea Brasileira para o transporte
dos órgãos, entre outras atribuições previstas na legislação referida.
Aos órgão estaduais e Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de
Órgãos (CNCDO), fica a responsabilidade de ser o local de vinculação e assumir os
encargos posteriores, podendo estabelecer processos que cooperem para o
desenvolvimento , além de coordenar as atividades no estadodeterminados em que
se encontra, inscrever os potenciais doadores com todas as informações para
facilitar seu encontro, comunicar o órgão central do SNT, receber as notificações de
morte encefálica ou outra que permita a retirada dos tecidos, controle e fiscalização,
aplicar e informar penalidades, acinar o Ministério Público em casos ilícitos, entre
outros.
Resumidamente e de um modo geral, para atingir os objetivos já citados, o
SNT promove ações que envolvem gestão política, logística, autorização e
renovação das equipes e hospitais determinados para o processo. Além disso, há
financiamento e elaboração de portais para regulamentá-lo, desde a captação até o
acompanhamento dos pacientes transplantados. A atuação do órgão em questão,
tem se concentrado na redução da lista de espera para receber órgãos.
Apesar de possuir o maior programa público para transplantes, como é o
caso do Brasil, possível através do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por
financiar cerca de 95% dos procedimentos, a lista ainda é demasiadamente grande.
O que foi intensificado com a pandemia vivenciada pelo mundo com o Covid-19.
A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), é uma sociedade
médica que foi criada em 1986 objetivando principalmente o desenvolvimento das
atividades relacionadas ao transplante de órgãos no Brasil, contribuir para
estabelecer normas e criar e aperfeiçoar legislações. Começou a apresentar
resultados em 1995, quando passou a estimular pesquisas a nível nacional, difundir
conhecimento, criar centros de doação, bancos de órgãos e serviços de
identificação de receptores, entre outras contribuições para propagar a importância
do transplante de órgãos no Brasil.
Já o RBT, é responsável por registrar o número de transplantes realizados no
território Brasileiro anualmente, estado por estado, pontuando as taxas de aumento
e diminuição.
A falta de notificação de morte encefálica e outras que dão vazão ao
transplante, além das falhas na manutenção de órgãos para a captação são os
fatores a que mais se atribui o impedimento de efetivação de transplantes. Por isso
é tão necessário e são tão importantes os profissionais capacitados para o
processo. Assim como ações que diminuam a perda de potenciais doadores e,
consequentemente, diminuam também a lista de espera de pessoas que sofrem
com condições que requerem doações como única forma de tratamento.
CRITÉRIOS PARA REALIZAR UM TRANSPLANTE
De um só doador, é possível obter vários órgãos e tecidos. O transplante tem
início com a identificação e passa por avaliação, manutenção, diagnóstico de morte
encefálica, logística do processo, remoção dos órgãos e tecidos, distribuição e
então o transplante propriamente dito.
Este transplante pode ser simples quando constitui o transplante de apenas
um órgão, como o coração ou o rim, pode ser duplo quando dois órgãos são
transplantados em conjunto, como o rim e pâncreas ou o coração e o pulmão, ou
ainda pode ser multivisceral (muitos órgãos de uma só vez). O primeiro transplante
multivisceral realizado no Brasil foi em 2012 no hospital Albert Einstein. O Hospital
das Clínicas da USP realizou em 2014 a primeira operação do tipo pelo SUS e a
segunda do país, onde cinco órgãos foram transplantados em um paciente fazendo
esta cirurgia parte de um protocolo experimental autorizado pelo Ministério da
Saúde.
O citado paciente chamado José Cícero Lira da Silva de 33 anos tinha um
tumor grave no pâncreas e então foram transplantados também o fígado, os
intestinos delgado e grosso e o estômago, além do pâncreas. Isso se deu porque,
segundo o médico, o tumor já havia comprometido os outros órgãos. O
procedimento durou 12 horas e envolveu 23 profissionais, sendo necessário 35
bolsas de sangue para controlar a hemorragia, porém a cirurgia foi um sucesso e o
paciente foi transferido para a unidade de terapia intensiva logo após. Pacientes
submetidos a esse tipo de cirurgia podem sofrer rejeição dos órgãos até oito meses
depois do procedimento, por isso precisam de acompanhamento específico.
Cada órgão tem um tempo máximo para sua retirada e também para
preservação fora do corpo humano (isquemia) como mostra a tabela a seguir:
Fonte: JORGE, M. A., 2020.
Os transplantes ainda podem ser definidos de acordo com a localização do
novo órgão, podendo assim ser ortotópico, quando no mesmo local do antigo órgão
e heterotópico quando em uma localização anatômica diferente do antigo órgão.
Também podem ser definidos de acordo com o doador, podendo ser:
● Autólogo - tecido enxertado do próprio paciente;
● Isólogo ou singênico - quando entre gêmeos idênticos;
● Alogênicos ou homólogos - quando transplante entre indivíduos da
mesma espécie porém com cargas genéticas diferentes;
● Xenogênicos - doador e receptor de espécies diferentes.
Os alogênicos podem ser feitos com o doador falecido ou doador vivo entre
indivíduos que são parentes ou não, porém nesses casos, segundo a Lei 10.2111 de
23 de março de 2001, no artigo 9º é expresso que entre doadores vivos e receptor é
permitido até o quarto grau de consanguinidade e cônjuges. Exceções apenas com
autorização judicial para maiores de idade que possam fazer o consentimento
informado, além de que precisarão da aprovação da comissão de ética do hospital e
da central de transplantes do estado.
Quando é um doador vivo, há certas limitações além da autorização judicial
se não há parentesco, pois a remoção de órgãos ou partes deles trazem riscos ao
doador. Podem ser doados entre vivos os rim, parte do fígado e, muito raramente,
partes do pulmão de dois doadores diferentes para apenas um receptor,
normalmente pediátrico. As células hematopoéticas para transplante de medula
óssea também são obtidas através exclusivamente de doadores vivos e necessitam
de grande semelhança entre receptor e doador, devido a isso os principais doadores
são irmãos de sangue.
O doador falecido é qualquer pessoa com diagnóstico de morte encefálica ou
parada cardiorrespiratória e é um processo com menores limitações. Este pode doar
rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino, além de tecidos como córneas,
válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, sangue do cordão umbilical,
veias e artérias.
Todo processo até a realização do transplante é realizado de acordo com o já
citado SNT. As legislações atuais incluem a Portaria MS nº 2.600 de 21 de outubro
de 2009 que aprova o regulamento técnico de SNT, estabelecendo normas
específicas para autorização de funcionamento dos órgãos gestores, dos
estabelecimentos de saúde e das equipes especializadas; aprimorar o
funcionamento e o gerenciamento do SNT, das Centrais de Transplantes e dos
demais integrantes do sistema, estabelecendo mecanismos que permitem uma
melhor articulação entre as instâncias; aperfeiçoar as normas e o processo de
supervisão, gerenciamento e o controle das listas de potenciais receptores e assim
garantir a equidade e a transparência na distribuição de órgãos e tecidos. E a
Resolução SS nº 114 de 29 de setembro de 2014 que dispõe sobre a estrutura
organizacional e operacional do Sistema Estadual de Transplantes de São Paulo,
regulação específica de transplantes de cada órgão e avalia as prioridades em
relação à necessidade de cada paciente a ser transplantado.
O processo começa com a detecção do possível doador através da busca
ativa pelas Centrais de Transplante e Organizações de Procura de Órgãos (OPO). O
diagnóstico de Morte Encefálica (ME) é feito e a abertura do protocolo também.
Depois é avaliado e feita a manutenção ao validar o potencial doador para evitar
pobre funcionamento ou falência dos órgãos por meio de perfusão e oxigenação
enquanto aguarda o consentimento da família. A família passa por uma entrevista
para entender sobre o diagnóstico de ME, é referido a possibilidade da doação e é
feita a assinatura do termo de consentimento quando aceito. É comunicado à
Central e à OPO quando ainda não foi feito. Então o laboratório de imunogenética
vai determinar por testes de compatibilidade e a seleção dosreceptores e oferta dos
órgãos às equipes de transplantes poderá ser feita a partir disso. Assim o órgão,
tecido ou partes do corpo pode chegar até o receptor após a cirurgia de extração do
doador e o transplante no receptor. Após todo esse processo, o corpo é entregue à
família do doador.
O sucesso de um transplante depende de vários fatores, como o órgão que
está sendo transplantado, a doença que acometeu o órgão que será substituído, as
condições em que o paciente se encontra, a adesão aos medicamentos
imunossupressores. Lembrando que o transplante de um órgão não é exatamente
sinônimo de cura e sim a perspectiva de uma vida com melhor qualidade e mais
longa para o indivíduo em questão. Os riscos causados pelo procedimento também
dependem de vários fatores. além dos inerentes à cirurgia, estão infecções pelo uso
dos imunossupressores, rejeição do órgão que foi transplantado (hiperaguda, que é
muito grave e pode requerer um novo transplante, ou tardia que pode ser tratada
com uso de medicamentos), efeitos colaterais dos medicamentos em uso (como
hipertensão arterial, tumores de pele, toxicidade do sistema nervoso, linfomas e
outras condições).
MORTE ENCEFÁLICA
A Morte Encefálica é definida como a perda completa e irreversível das
funções encefálicas, cessação das atividades corticais e de tronco encefálico. É um
diagnóstico obrigatório assim como a notificação compulsória para a Central de
Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) independente da
possibilidade ou não de doar órgãos ou tecidos.
É um diagnóstico obrigatório a fim de conhecer a real situação do paciente,
evitar terapia inútil, passar informações seguras à família do indivíduo e
oferecer-lhes a opção de doação de órgãos.
Pacientes em UTI em ventilação mecânica e com diagnóstico de AVC
hemorrágico ou isquêmico, TCE ou outras situações que possam determinar ME
(infecções ou tumores do SNC) devem ser monitorados em relação a possível
evolução para ME, devendo estar a pelo menos seis horas em observação
hospitalar, exceto em casos de diagnóstico de ME por encefalopatia
hipóxico-anóxica pós parada cardiorrespiratória. Nesses casos em específico, deve
estar em observação a pelo menos vinte e quatro horas no hospital.
O protocolo de ME envolve sete tópicos para o diagnóstico e notificação:
1. Causa de ME conhecida;
2. Afastar fatores que possam confundir o diagnóstico, como
a. distúrbios metabólicos (glicemia, equilíbrio ácido básico, insuficiência
renal e hepática, assim como outros eletrólitos),
→ Se houver causa documentada para a ME, o protocolo de abertura
da mesma não é abolido mesmo que os níveis metabólicos estejam
descompensados.
b. a temperatura corporal é de extrema importância, pois entre 28 e 32ºC
o reflexo fotomotor é perdido e abaixo de 28ºC, outros reflexos do
tronco encefálico também são perdidos. Assim é necessário que a
temperatura seja corrigida para temperaturas iguais ou maiores de
35ºC,
c. drogas sedativas, hipnóticas, analgésicas e bloqueadores musculares,
que podem impedir os reflexos do tronco encefálico sendo
depressores do sistema nervosos central
→ midazolam, tionembutal, halotano, cetamina, propofol, entre outros.
3. Realização de dois testes clínicos em diferentes períodos de tempo
(separados por um intervalo);
a. Escala de coma de Glasgow = 3 - deve ser definido com a ausência de
resposta motora supraespinhal a estímulos dolorosos
b. Reflexos do tronco encefálico - após constatar o coma, os reflexos que
dependem dos pares de nervos cranianos devem ser testados (em
caso de impossibilidade por trauma de uma globo ocular ou conduto
auditivo, será considerado testes feitos unilateralmente), sendo eles
reflexo pupilar (sem resposta À luz, pupilas fixas ou dilatadas),
córneo-palpebral (ausência do fechamento palpebral ao toque das
córneas com dispositivo não traumático, como um algodão ou uma
gota de solução salina a 0,9%), óculo-cefálico (tendo a integridade da
coluna cervical, manter os olhos do paciente aberto e girar a posição
de sua cabeça para ambos os lados, estando o reflexo ausente
quando os olhos não se movimentam dentro da órbita como olhos
pintados de boneca), resposta vestíbulo-ocular (estando o conduto
auditivo íntegro, irrigar cada um com a cabeça a 30º com 50 ml de
líquido gelado — volumes menores para crianças menores de 2 anos
— e observar a ausência do movimento dos olhos tendo um intervalo
de 5 minutos entre um conduto e outro) e reflexo de tosse (introduzir
uma cânula de aspiração pelo tubo orotraqueal e estimular
delicadamente a carina traqueal)
4. Teste de apnéia para verificação da ausência de movimentos respiratórios
(será considerado compatível com ME se não houver movimento respiratório
mesmo em vigência de PaCO2 superior a 55 mmHg na gasometria pós
teste);
Fonte: CARUSO, R.; FRANKE, C.; RULING, R. K., 2017.
5. Acionamento da Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos
para Transplante (CIHDOTT) e OPO da jurisdição da determinada instituição
assim que os primeiros testes forem concluídos;
6. Notificar a Central Estadual de Transplante e seguir suas instruções;
7. Fazer um exame complementar para a confirmação do diagnóstico.
No Brasil, é exigido exames gráficos que provem a ausência de atividade
elétrica ou metabólica encefálica ou ainda a ausência de fluxo sanguíneo
intracraniano. Por isso podem ser feitos os exames complementares arteriografia
(ausência do fluxo de sangue na entrada do cérebro dos quatro vasos, parada
circulatória no Polígono de Willis, enchimento lento do seio longitudinal superior),
doppler transcraniano (demonstra ausência de insonação dos vasos cerebrais,
assim como ausência de fluxo diastólico ou reverberante ou pequenos picos
sistólicos isolados), cintilografia cerebral (ausência de perfusão cerebral pelo
radioisótopo, que confirma o diagnóstico de ME), eletroencefalografia,
angiotomografia cerebral.
Um destaque especial para o exame complementar eletroencefalografia
(EEG), pois é o único que pode ser realizado em crianças abaixo de um ano de
idade. Deve demonstrar a ausência da atividade bioelétrica no cérebro, um silêncio
elétrico com ausência maior que 2 microV por, no mínimo, 30 minutos.
Com o protocolo feito e a conclusão positiva da ME, o óbito é oficialmente
declarado pelo médico responsável, seu substituto ou o médico que tenha finalizado
o diagnóstico, visto que o protocolo de ME é realizado por médicos diferentes em
diferentes pontos. A família deve ser comunicada e pode ser abordada a
possibilidade de doação de órgãos pela equipe de CIHDOTT e da OPO. Havendo a
autorização, mantém-se o suporte e são feitos os exames para a validação do
potencial doador. Em casos de contraindicação médica ou recusa da família, o
suporte é suspenso seguindo o Decreto nº 9.175 de 18 de outubro de 2017.
De acordo com a Lei 9.434 de 1997, em caso de morte violenta o óbito deve
ser feito pelo médico perito do IML e a hora é definida pelo horário que o último
exame do protocolo foi concluído.
Os exames para a validação incluem história clínica detalhada, avaliação de
antecedentes mórbidos e revisão de prontuário, exame físico minucioso, inventário
cirúrgico durante a remoção dos órgãos e exames complementares. Este último
citado são sorologias que devem ser atuais, não podendo ser inferiores a 24 horas
antes da doação avaliando a hemodiluição.
→ Tipagem ABO; anti-HIV, HTLV I e II, HBsAg, anti-HBs, anti-HBc, anti-HCV,
CMV, doença de chagas, toxoplasmose e VDRL; hemograma e plaquetas; sódio,
potássio, magnésio e fósforo; gasometria arterial e raio-x de tórax; ECG, troponina e
CK-MB, ecocardiograma e eventualmente cateterismo cardíaco; creatinina, uréia e
urinálise; TGO, TGP, gama-GT e bilirrubinas; amilase e glicemia; duas hemoculturas
e culturas de topografias suspeitas para verificar presença de infecções; beta-HCG
em doadoras do sexo feminno em idade fértil.
É contraindicado a doação de órgãos pelo médico em casos de doenças
infecciosas, como o HIV, HTLV, hepatite aguda, tuberculose em atividade, malária,
infecçõesvirais agudas graves e sepse não controlada. Salvo quando há
estabilidade hemodinâmica e/ou redução progressiva de vasopressores. Neoplasias
também contraindicam a doação quando malignas, sendo exceções os carcinomas
in situ de pele, de colo uterino e alguns tumores primários do sistema nervoso
central, como o adenoma de hipófise ou o meningioma benigno.
Para a manutenção do potencial doador e a função orgânica otimizada:
QUESTÕES ÉTICO-LEGAIS
O consentimento da família nos potenciais doadores é atualmente a maior
limitação no processo. O transplante representa, muitas vezes, a única esperança
de vida para alguém e a população precisa se conscientizar da importância desse
ato, assim como claro sua vontade de ser doador. Devido a isso, há até mesmo o
Dia Nacional do Incentivo à Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro
com a finalidade de tornar a doação de órgãos senso comum na comunidade.
Nesse período no Amazonas foram realizadas atividades objetivando a
sensibilização das pessoas, pois, de acordo com a Central de Transplantes, 69%
das famílias se negam a doar os órgãos do parente potencial doador alegando não
conhecer a vontade do mesmo em relação a isso. Em média, 30% das famílias não
autorizam doação de córneas. Isso confirma que há um déficit importante no
conhecimento das pessoas a respeito da doação de órgãos e que muitas vidas
podem deixar de ser salvas devido essas desinformação.
Para a autorização da doação de órgãos, no caso do potencial doador maior
de idade, segundo a Lei 10.211 de 2001, o cônjuge ou parente maior de idade pode
fazê-lo. Anexar a cópia do documento de identidade do doador, do responsável e
das testemunhas. No caso de doador menor de idade, segundo a mesma Lei, a
autorização deve ser realizada por ambos os pais ou responsáveis legais, anexando
a cópia do documento do doador, responsáveis e testemunhas.
Um potencial doador que não tenha consigo um documento de identificação, deve
ser acionado o Instituto de Identificação do Instituto Médico Legal para procurar a
existência de um registro, pois a ausência de identificação inviabiliza a doação. CPF
não é aceito como identificação. Na inexistência de um cônjuge ou um parente de 1º
ou 2º grau, a autorização só pode ser feita a nível judicial.
A autorização pode ser feita pelo parceiro mediante a comprovação de união
estável.
Todos os processos de transplante envolvem equidade, justiça, beneficência
e utilidade. Respectivamente, esses termos se referem a imparcialidade na seleção
do receptor, a retribuir ao indivíduo os seus direitos e garanti-los, deve representar
um benefício ao paciente e deve ser feito o melhor uso de um recurso escasso (o
órgão ou tecido).
Dando ênfase especial para a equidade, se refere ao fato de algumas
condições permitirem um acesso mais rápido ao transplante, situações de extrema
gravidade e que precisem ser tratadas com urgência. Por exemplo, casos de
insuficiência hepática aguda grave para hepatopatas e rejeições recentes de
pacientes que foram transplantados (hiperaguda, que configura um quadro muito
grave).
Após a criação do SNT, o processo de doação tornou-se muito mais seguro
com a fila de espera sendo única e assim facilitando o controle e evitando que
pessoas com maior poder aquisitivo possam se beneficiar de suas condições para
passar na frente de outros. Ainda assim, dados de 2015 demonstraram que o tráfico
de órgãos estava entre os dez crimes mais cometidos no mundo inteiro. No Brasil,
as Leis 9.434 de 1997 e a 10.211 de 2001 e o Decreto nº 2.268 também de 1997, já
aqui citados, buscam identificar e punir qualquer tentativa de comércio de órgãos.
Segundo a Declaração de Istambul de 2008, o tráfico de órgãos e Turismo de
Transplante violam os princípios éticos que envolvem o processo do transplante,
além de ferir a dignidade humana ao ter como alvos doadores vulneráveis e
empobrecidos.
Importante salientar que, desde 2004, o Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN), criou normas para a atuação do enfermeiro na captação e transplante de
órgãos, tecidos e partes do corpo humano. A exigência é a sistematização da
assistência de enfermagem aplicada a todos os processos visando padronizar o
tratamento e proporcionar melhor qualidade, além do seguimento das exigências
preconizadas pelo SNT. Assim, a atuação da enfermagem deve preservar a
autonomia, dignidade e os direitos de todos que estão envolvidos no processo.
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Quando pensamos na responsabilidade do enfermeiro no processo de
transplante de órgãos, está diretamente ligada à proteção, promoção e recuperação
da saúde, não só do paciente transplantado, mas também de seus familiares e, no
caso de doadores vivos, também destes e seus familiares. Para tanto, o profissional
precisa ter conhecimento imunológico e farmacológico para que entenda desde
doenças infecciosas até consequências psicológicas que um transplante ocasiona
no indivíduo.
O COFEN aponta na Resolução 292 de 2004 que o profissional enfermeiro
neste âmbito tem o dever do planejamento, execução, coordenação, supervisão e
avaliação dos procedimentos da enfermagem que são assistidos ao doador.
Também é de cunho do enfermeiro planejamento e implementação de ações que
que tenham o objetivo de otimizar a doação e a captação de órgãos e tecidos. A
sistematização da assistência deve estar presente em todas as etapas do processo,
incluindo o ambulatorial pré-transplante, o transplante em si, intra-hospitalar, e
pós-transplante que, por conta da instabilidade hemodinâmica, se torna um período
de cuidados que requerem alta complexidade.
Também há a Resolução Cofen de 15 de fevereiro de 2012 que considera
alguns artigos e resoluções referentes ao transplante de órgãos, sistematização da
enfermagem, ética profissional, entre outras questões e teve a normatização
atualizada referente à atuação do profissional enfermeiro nesse processo
(Resolução COFEN Nº 611/2019). Tem o objetivo de estabelecer as normas para
conferir segurança ao paciente desde a captação, tendo equipe especializada e
treinada, ambiente tranquilo para realização da entrevista com a família, garantir o
direito, esclarecimento de dúvidas, manutenção do corpo; com o receptor, mantendo
os cuidados específicos, encaminhar para imunização profilática de acordo com o
protocolo e o tipo de transplante, integrar a família, prescrever as intervenções,
elaborar o plano de alta e acompanhar após isso; em relação à equipe, notificar
centrais, participar de todo o processo de acordo com sua competência, documentar
assim como registrar e arquivar todo o processo no prontuário do doador e receptor;
entre outras atribuições dispostas no site oficial do Conselho.
A enfermagem tem a responsabilidade de contatar o indivíduo que receberá o
transplante, providenciar os exames que este precisará fazer e os documentos
necessários para abrir o protocolo corretamente, possa internar e dar
prosseguimento sem nenhum problema ao longo do processo.
O enfermeiro ainda tem um papel importante de educador na sociedade e
não só se tratando da questão aqui tratada, que são os transplantes de órgãos. Não
só visando melhorar a qualidade de vida do paciente e fazê-lo compreender todo o
processo ao qual foi ou será submetido, mas também aplicando todo seu
conhecimento baseado em evidências científicas a fim de conectar a teoria e a
prática e trazer aprimoramento das técnicas para a profissão. Realização de
pesquisas frente à problemas vividos, por exemplo.
Segundo Mendes et al (2012), existem elementos chave na atuação do
enfermeiro envolvido na transplante de órgãos e estes são a educação de
pacientes; implementação de intervenções que melhorem a saúde fisiológica do
paciente, assim como a social e a psicológica; intervenções que promovam a
mudança de comportamento e que favoreçam a adesão a tratamentos longos e
mais complicados, principalmente; dar suporte ao paciente e familiares no
planejamento, implementação e avaliação; e promover sistemas de apoio com a
finalidade de melhorarcada vez mais os resultados dos transplantes de órgãos.
O controle de qualidade é de extrema importância quando se pensa em redes
de apoio que melhorem os processos diretamente relacionados aos cuidados
prestados, a segurança e a eficácia dos cuidados devem ser prioridade no
processo. A colaboração entre os profissionais multidisciplinares é igualmente
necessária para o cuidado humanizado e integral destes pacientes. Além da
organização dos registros dos cuidados ofertados.
Nesse cenário, podemos citar dois papeis que se destacam e, apesar de não
ter necessariamente essa definição, o estudo ao qual as aborda refere a experiência
prática dos profissionais.
O enfermeiro clínico, responsável por promover os cuidados aos potenciais
doadores, aos receptores e seus familiares ou cuidadores. Este profissional precisa
de habilidades e conhecimentos específicos e pertinentes à sua área de atuação,
assim como estar em constante processo educacional a fim de, a partir de suas
vivências, possa desenvolver habilidade e senso crítico para tomar decisões e
resolver problemas. Ele faz avaliação do quadro do paciente, planeja e implementa
o cuidado, assim como diagnósticos de enfermagem e identifica os resultados das
intervenções da enfermagem. Nesse papel, necessita primordialmente dos
conhecimentos do processo saúde-doença, patologia, fisiologia, psicopatologia,
epidemiologia, manifestações clínicas de doenças agudas e crônicas graves,
emergências e eventos normais.
Sendo necessário formação específica, há o enfermeiro coordenador de
transplante, que gerencia o programa de transplante, coordena as etapas de todo o
processo de transplante no que diz respeito à cirurgia propriamente dita desde o
pré-operatório até à recuperação a longo prazo. Ele é como o elo entre os diversos
profissionais que englobam o processo, pois atua entre o paciente e a equipe e
quem garante tratamento de qualidade a este paciente. As habilidades que este
profissional deve dominar incluem a capacidade de identificar sinais e sintomas de
infecção, rejeição, complicações relacionadas ao transplante e interações
farmacológicas; comunicação, pois precisa interagir não só com o paciente, mas
também com seus familiares, provedores de outros setores do hospital; ensino e
aprendizagem; organizacionais; triagem; administrativas; resolução de problemas.
Logo, é necessário que este profissional tenha um período para ganhar experiência
e alguém que atue como um tutor em sua equipe para que o mesmo possa
conhecer todos os processos que envolvem o programa na instituição específica em
que se encontra.
Internacionalmente, os enfermeiros coordenadores de transplantes ainda
podem ter atribuições como a procura de órgãos (doadores vivos ou falecidos) e
administração de todos os processos relacionados ao procedimento. Assim, há
diferenças na formação do enfermeiro no exterior e a formação do enfermeiro no
Brasil, como, por exemplo, a autonomia do enfermeiro em poder mudar a dosagem
de medicamentos imunossupressores de acordo com as respostas do paciente sem
precisar da autorização médica prévia. Diferente do Brasil, normalmente nos outros
países necessitam mais de um profissional para coordenar a nível do enfermeiro
coordenador de transplante, enquanto que aqui no país normalmente isso é trabalho
de apenas um profissional de fato.
Além de toda a questão orgânica, o profissional enfermeiro também possui
extrema relevância pois o ser humano não é um ser unidimensional. Ética, cultura,
religião e outras questões acabam sendo envoltas no processo e as atitudes do
enfermeiro podem refletir de maneira significativa. A sensibilidade e humanidade
que a enfermagem carrega, deve apresentar a empatia necessária para lidar com
conflitos, sofrimentos, angústia pela perda, medo do desconhecido, ou
complicações depois de um processo que, em teoria, era a esperança dos
indivíduos. O enfermeiro deve agir com ética e dentro das normas estabelecidas,
dando apoio à família e fazendo o possível para gerar uma atmosfera positiva em
relação à doação de órgãos.
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