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Doação de Órgãos e Tecidos

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Doaçã� d� Órgã� � Tecid�
● O Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes
do mundo.
● 96% dos procedimentos de todo o país são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em
números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA (só que lá
não é público).
● Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia,
acompanhamento e medicamentos pós-transplante, pela rede pública de saúde.
Morte encefálica → A morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções encefálicas (cerebrais),
definida pela cessação das funções corticais e de tronco cerebral, portanto é a morte de uma pessoa. Após a
morte encefálica, ainda existe uma circulação sistêmica à por isso a possibilidade de uma doação de outros
órgãos. Após a parada cardiorrespiratória, pode ser realizada a doação de tecidos (córnea, pele,
musculoesquelético, por exemplo). A Lei 9.434 estabelece que doação de órgãos pós-morte só pode ser feita
quando for constatada a morte encefálica. Para entrar numa rede de captação de órgãos e tecidos (órgãos
sólidos, a maioria deles), o indivíduo precisa estar com morte encefálica
Diagnóstico de Morte encefálica: A Resolução CFM nº 2.173/17 estabelece que os procedimentos para a
determinação da morte encefálica devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentem coma não
perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente.
O quadro clínico do paciente também deve apresentar todos os seguintes pré-requisitos:
- presença de lesão encefálica de causa conhecida e irreversível;
- ausência de fatores tratáveis que confundiriam o diagnóstico;
- tratamento e observação no hospital pelo período mínimo de 6 horas;
- temperatura corporal superior a 35º;
- e saturação arterial de acordo com critérios estabelecidos pela Resolução.
No caso de crianças, os parâmetros são um pouco diferentes, com um período de observação maior.
Quando houver suspeição de que um paciente entrou em morte cerebral, já preparar os documentos e
conversar com a família se há intenção em realizar a doação de órgãos à se demorar a dar esse diagnóstico,
existe um crime = ocultação de cadáver à diagnóstico deve ser o mais breve possível.
“O paciente com morte encefálica é um desafio ao corpo clínico do hospital. A equipe multidisciplinar
deve ter uma boa compreensão sobre os eventos fisiopatológicos que surgem após a lesão cerebral grave,
levando o paciente ao coma não reativo e com ausência dos reflexos do tronco cerebral. Surgem distúrbios
endócrinos, pulmonares e cardiovasculares que podem comprometer a perfusão e boa oxigenação de órgãos
como, por exemplo, intestinos, pâncreas e rins, os quais, se não forem corrigidas de imediato, comprometem
a função do órgão que eventualmente possa ser doado”, explica Hideraldo Cabeça. Pesquisa realizada com
320 pacientes com morte encefálica, mostrou que 88% tiveram parada cardíaca em até 24 horas após o
diagnóstico e 100% em até 5 dias.
Exames para diagnóstico de morte encefálica: Além do exame clínico, que deve ser realizado por 2
médicos diferentes, com um intervalo mínimo de uma hora entre o primeiro e o segundo, o paciente deve ser
submetido a um teste de apneia e a exames complementares.
- O primordial dentre os exames é o exame clínico!
- Angiografia cerebral, o eletroencefalograma, o Doppler transcraniano e a cintilografia. O laudo deve
ser assinado por profissional com comprovada experiência e capacitação para a realização desse tipo
de exame.
- O paciente também deve ser submetido a um teste de apneia, que estimula o centro respiratório de
forma máxima. É necessária a realização de um único teste.
Lei 9434 - Lei importante porque estabeleceu algumas regras da doação de órgãos e tecidos!
Art.1º - A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post mortem,
para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a que se
refere este artigo o sangue, o esperma e o óvulo.
Art. 2º - A realização de transplante ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só
poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por equipes médico-cirúrgicas de
remoção e transplante previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do Sistema Único de Saúde.
Parágrafo único. A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos e partes do corpo
humano só poderá ser autorizada após a realização, no doador, de todos os testes de triagem para
diagnóstico de infecção e infestação exigidos em normas regulamentares expedidas pelo Ministério da
Saúde.
Art. 3º - A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes de corpo humano destinados a
transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada
por 2 médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios
clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
Parágrafo 1º - Os prontuários médicos, contendo os resultados ou os laudos dos exames
referentes aos diagnósticos de morte encefálica e cópias dos documentos de que tratam os artigos 2º,
parágrafo único; 4º e seus parágrafos; 5º; 7º; 9º, parágrafos 2º, 4º, 6º e 8º, e 10º, quando couber, e
detalhando os atos cirúrgicos relativos aos transplantes e enxertos, serão mantidos nos arquivos das
instituições referidas no artigo 2º por um período mínimo de 5 anos.
Parágrafo 2º - Às instituições referidas no artigo 2º enviarão um relatório contendo os nomes
dos pacientes receptores ao órgão gestor estadual do Sistema Único de Saúde.
Parágrafo 3º - Será admitida a presença de médico de confiança da família do falecido no ato
da comprovação e atestação da morte encefálica.
Art. 4º - A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou
outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a
linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas
testemunhas presentes à verificação da morte.
Art. 6º - É vedado a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas não
identificadas.
- Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos,
tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem
risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde
mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e corresponda a uma necessidade
terapêutica comprovadamente indispensável à pessoa receptora.
Parágrafo 4º - O doador deverá autorizar, preferencialmente por escrito e diante de
testemunhas, especificamente o tecido, órgão ou parte do corpo objeto da retirada.
Parágrafo 5º - A doação poderá ser revogada pelo doador ou pelos responsáveis legais a
qualquer momento antes de sua concretização.
Parágrafo 6º - O indivíduo juridicamente incapaz, com compatibilidade imunológica
comprovada, poderá fazer doação nos casos de transplante de medula óssea, desde que haja
consentimento de ambos os pais ou seus responsáveis legais e autorização judicial e o ato não
oferecer risco para a sua saúde.
Parágrafo 7º - É vedado à gestante dispor de tecidos, órgão ou partes de seu corpo vivo,
exceto quando se tratar de doação de tecido para ser utilizado em transplante de medula óssea e o
ato não oferecer risco à sua saúde ou ao feto.
Parágrafo 8º - O auto transplante depende apenas do consentimento do próprio indivíduo,
registrado em seu prontuário médico ou, se ele for juridicamente incapaz, de um de seus pais ou
responsáveis legais.
Art. 9º - É garantido a toda mulher o acesso a informações sobre as possibilidades e os benefícios da
doação voluntária de sangue do cordão umbilical e placentário duranteo período de consultas pré-natais e no
momento da realização do parto.
Art. 10º - O transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do receptor, assim
inscrito em lista única de espera, após aconselhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do
procedimento.
Parágrafo 1º - Nos casos em que o receptor seja juridicamente incapaz ou cujas condições de
saúde impeçam ou comprometam a manifestação válida da sua vontade, o consentimento de que trata
este artigo será dado por um de seus pais ou responsáveis legais.
Parágrafo 2º - A inscrição em lista única de espera não confere ao pretenso receptor ou à sua
família direito subjetivo a indenização, se o transplante não se realizar em decorrência de alteração do
estado de órgãos, tecidos e partes, que lhe seriam destinados, provocado por acidente ou incidente
em seu transporte.
Art. 11º - É proibida a veiculação, através de qualquer meio de comunicação social de anúncio que
configure:
A) publicidade de estabelecimentos autorizados a realizar transplantes e enxertos, relativa a estas
atividades;
B) apelo público no sentido de doação de tecido, órgão ou parte do corpo humano para pessoa
determinada identificada ou não, ressalvado o disposto no parágrafo único;
C) apelo público para a arrecadação de fundos para o financiamento de transplante ou enxerto em
benefício de particulares.
Parágrafo único. Os órgãos de gestão nacional, regional e local do Sistema Único de Saúde
realizarão periodicamente, através dos meios adequados de comunicação social, campanhas de
esclarecimento público dos benefícios esperados a partir da vigência desta Lei e de estímulo à doação
de órgãos.
Art. 13º - É obrigatório, para todos os estabelecimentos de saúde notificar, às centrais de notificação,
captação e distribuição de órgãos da unidade federada onde ocorrer, o diagnóstico de morte encefálica feito
em pacientes por eles atendidos.
Parágrafo único. Após a notificação prevista no caput deste artigo, os estabelecimentos de
saúde não autorizados a retirar tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante
ou tratamento deverão permitir a imediata remoção do paciente ou franquear suas instalações e
fornecer o apoio operacional necessário às equipes médico-cirúrgicas de remoção e transplante,
hipótese em que serão ressarcidos na forma da lei.

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