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w = M M w w = P P w s M = massa de águaw M = massa de sólidoss Determinação do teor de umidade (w): Método da estufa, Speedy e Método do Fogareiro RESUMO | MECÂNICA DOS SOLOS I ENSAIOS: ÍNDICES FÍSICOS DETERMINAÇÃO DOS ÍNDICES FÍSICOS De todos os índices físicos aprendidos [e que são muitos!], apenas três são determinados de forma direta, ou seja, são medidos e calculados sem depender de outra relação, são eles: o teor de umidade (w), a massa específica aparente natural (ρ) e a massa específica dos sólidos (ρs). Os demais são obtidos por meio de correlações com esses três. Relembrando... ENCONTRANDO O TEOR DE UMIDADE (w) Método da estufa (mais preciso); Emprego do aparelho “Speedy” (em campo); Método do fogareiro (em campo); Vamos entender como cada um deles é feito segundo as normas. s P = . g = peso de águaw P = . g = peso de sólidoss M s M w onde g = aceleração da gravidade = 9,81 m/s² MÉTODO DA ESTUFA Alguns métodos são utilizados para o cálculo do teor de umidade (w), os principais são: O Método da Estufa segue a NBR 6457:2016 Amostras de solo – Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. A metodologia, ou seja, os passos para a execução do ensaio está apresentada com detalhes abaixo. PASSO 1 Tomar uma quantidade de material de acordo com a tabela a seguir: PENSE: Porque tem as indicações da quantidade de material que deve ser tomada na realização do ensaio e a precisão da balança? Porque quanto maior os grãos, mais material você precisa pegar para realizar o ensaio? É importante entendermos isso pois, para uma amostra que contem grãos pequenos, pouca quantidade de material é suficiente para representar aquela amostra. Do contrário, se você pega pouca quantidade de uma amostra que tem grãos muito grandes, essa quantidade pode não representá-la bem. Imagine 2 copinhos de xarope: se você colocar uma amostra de solo com partículas bem fininas em um copinho, e outra amostra de solo com grãos grandes em outro. Nesse último pode acontecer, por exemplo, de irem apenas 3 grãos grandes para o copinho de xarope, enquanto que no primeiro vão centenas de grãos pequenos... PASSO 2 Destorroar a quantidade de material separada para o ensaio, colocá-lo no estado fofo (sem pressionar ou comprimir) em cápsulas metálicas adequadas e fechar a tampa. O destorroamento tem como finalidade desagregar as partículas menores das partículas maiores do solo! Além disso, deve ser feito de modo que não reduza o tamanho natural das partículas. PASSO 3 Pesar o conjunto cápsula metálica com tampa + material separado e anotar como M1 *Lembre de também pesar a cápsula com tampa sozinhas, sem solo, e anotar = Mc w = M M w CÁLCULO DO TEOR DE UMIDADE: A partir dos dados de massas obtidas antes após a secagem, é possível calcular o teor de umidade da amostra. PASSO 4 Destampar a cápsula, colocando a tampa em baixo dela, e colocar a cápsula em estufa à temperatura de 105°C a 110°C, onde deve permanecer até que a massa pare de variar (normalmente de 16 a 24 horas, podendo ser necessário intervalos maiores em alguns casos). PENSE: Porque a massa o tempo que a amostra fica na estufa é até a massa parar de variar, ou seja ficar constante? Porque se a massa não diminui mais quer dizer que parou de perder água, ou seja, toda a água do material já evaporou, sobrou apenas a massa seca! Observação importante: Os solos orgânicos, turfosos (vem da decomposição de vegetais) ou contendo gipsita (muito usado na agricultura) devem ser secados em estufa à temperatura de 60°C a 65°C e com intervalos maiores de secagem. Isso acontece porque, se a secagem for feita a mais de 100°C, a matéria orgânica queima, ou seja, você perde massa que não é de água, mas sim dos próprios componentes do solo e isso induz ao erro! PASSO 6 Recolocar a tampa, pesar o conjunto e anotar como M2. PASSO 5 Transferir a cápsula da estufa para o dessecador (lugar tampado, para que a amostra não retenha água do ar novamente), onde deve permanecer até atingir a temperatura ambiente. *Esses passos deverão ser feitos, no mínimo, 3 vezes com outras partes da mesma amostra de solo para determinar o teor de umidade. s M = massa de água = ( M - M )w M = massa de sólidos = ( M - M )s cápsula+solo úmido cápsula+solo seco cápsula+solo seco cápsula M1 M2 M2 Mc ( M - M ) ( M - M ) cápsula+solo úmido cápsula+solo seco cápsula+solo seco cápsula w = = ( M1 - M2 ) . 100% ( M2 - Mc ) Teor de umidade é expresso em porcentagem! *Após repetir o ensaio, no mínimo, 3 vezes, basta calcular a média das determinações efetuadas e apresentar o resultado com aproximação de 0,1%! MÉTODO COM O APARELHO SPEEDY O aparelho Speedy é um recipiente hermeticamente fechado com um manômetro (medidor de pressão) na tampa. Nesse ensaio uma quantidade de solo úmido entra em contato com carbureto de cálcio. O Método Speedy segue a metodologia do DNER-ME 52-64 conforme os passos abaixo: PASSO 1 Tomar uma quantidade de material de acordo com o recomendado pelo fabricante do aparelho. PENSE: Novamente, as indicações da quantidade de material são importantes pois para que o ensaio ocorra de maneira correta, a quantidade de solo que é colocada precisa reagir inteiramente com o carbureto de cálcio. Se colocamos uma quantidade exagerada de solo, todo carbureto vai regir e ainda terá umidade no solo que não foi contabilizada. Por outro lado, se colocamos muito pouco da amostra, sobrará carbureto de cálcio sem reagir, a massa final da amostra será maior que a inicial - estranho, não? - e também induzirá ao erro! PASSO 2 Pesar a amostra e colocá-la na câmara do aparelho “Speedy” O contato entre os dois faz formar gás acetileno e esse gás formado gera uma pressão interna. A partir dessa pressão, que é registrada no manômetro, e por uma tabela de aferição que converte a pressão em teor de umidade do solo, chegamos na variável desejável. Este método é utilizado em campo exatamente pela possibilidade de transporte do aparelho e pela rapidez a obtenção do índice de umidade. PASSO 4 Fechar o aparelho e agitar repetidas vezes para quebrar a ampola. Isso é percebido quando o ponteiro do manômetro se mexe, indicando aumento da pressão interna na câmara. PASSO 5 Fazer movimentos rotativos com o aparelho para facilitar a mistura carbureto- amostra até que a pressão no manômetro fique constante Observação: Se a pressão indicada estiver fora do intervalo de trabalho do aparelho, repetir o ensaio com uma quantidade de solo maior ou menor, conforme o caso PASSO 6 Anotar a pressão manométrica registrada e entrar na curva de calibração do aparelho para obter o valor do teor de umidade do solo Observações: O método do “Speedy” conduz a melhores resultados em materiais mais granulares (mais facilidade de reação do carbureto de cálcio com a água do solo). Além disso, melhores resultados podem ser obtidos se inicialmente for feita uma calibração do aparelho com o tipo de solo a ser usado na obra. PASSO 3 Introduzir na câmara a ampola de carbureto de cálcio as 2 esperas de aço - servem para quebrar a ampola quando agitar o frasco fechado! MÉTODO DO FOGAREIRO Esse método também é utilizado para obter o teor de umidade em campo. O cálculo feito é semelhante ao método da estufa, porém a amostra de solo é seca numa cápsula ou frigideira levada ao fogo. PASSO 1 Pesar o recipiente com a amostra úmida PASSO 2 Levar à fonte de calor, mexendo bem o solo até a sua secagem completa. Importante ter o cuidado para não queimar as partículas, pois pode resultar no aumento de massa pela combustão, induzindo ao erro! PASSO 3 Pesar o recipiente com a amostra e seca PASSO 4 Realizar o cálculo do teor de umidade da mesma maneira feita no método da estufa ( M- M ) ( M - M ) recipiente+solo úmido recipiente+solo seco recipiente+solo seco recipiente w = = ( M1 - M2 ) . 100% ( M2 - Mr ) Teor de umidade é expresso em porcentagem! Anotações das aula do professor Bruno do Departamento de Engenharia Civil - UFV
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