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FACULDADE SANTÍSSIMO SACRAMENTO Curso de Especialização em Gestão Pública e Ongs. GESTÃO DE PESSOAS Monografia Luciene de Jesus Alagoinhas 2007 ii FACULDADE SANTÍSSIMO SACRAMENTO Curso de Pós Graduação em Gestão Pública e Ongs GESTÃO DE PESSOAS Luciene de Jesus Monografia apresentada à diretoria de pós- graduação da faculdade Santíssimo Sacramento para a obtenção do título de Especialista Lato Sensu em .Gestão Pública e Ongs, sob a orientação do Prof.º Dr. º Edval Carlos Santos Filho. Alagoinhas 2007 A Deus, por nos dá vida e capacidade para alcançar nossos objetivos. 4 Agradecimentos Agradeço ao professor e orientador Edval Carlos Santos Filho, pelo apoio e encorajamento contínuos na pesquisa, aos demais Mestres da casa, pelos conhecimentos transmitidos, e à Diretoria da pós-graduação da Faculdade Santíssimos Sacramento, pelo apoio institucional e pelas facilidades oferecidas. 5 “De uma maneira geral, os brinquedos documentam como o adulto se coloca com relação ao mundo da criança”. Walter Benjamin RESUMO 6 JESUS, Luciene de. Gestão de Pessoas. 86f Monografia (gestão Pública e Ongs) Faculdade Santíssimo Sacramento, FSSS, 2007. Mediante uma sociedade, onde as organizações estão passando por grandes transformações, a questão motivar pessoas está em alta, ou seja motivar é ter motivos. Ter motivos para trabalhar, para se dedicar, para se comprometer, para quem quer vencer, para querer aprender, para se dedicar àquilo que faz, em busca de resultados. As organizações estão inseridas num ambiente caracterizado por fortes turbulências e mudanças constantes, surgindo à necessidade de se buscar soluções para aumentar sua eficácia e sobreviver no mercado cada vez mais globalizado e competitivo. Ciente deste contexto, a presente monografia, apresenta a motivação como um fator para o melhoramento do desempenho dos funcionários. Palavras chave: Motivação, Comportamento organizacional, Psicologia administrativa. ABSTRACT 7 By means of a society, where the organizations are passing for great transformations, the question of motivating persons is in a high concept, or is going to motivate has motives. To have motives for work, for be dedicated, for compromise, for who want to defeat, for who want to learn how, for be dedicated to that that does, in search of results. The organizations are inserted in an environment characterized by strong turbulences and constant changes, arising to the need of be sought solutions for increase its efficacy and survive in a more and more global and competitive market. Known of this context, this work presents the motivation as a factor for the improvement of the performance of the staffs Words-key: Motivation, Organizational behavior, Psychology of management. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 10 1. AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES ........................................................................................................................................... 12 1.1.ASPECTOS E SUPOSTOS BÁSICOS INDIVIDUAIS DAS PESSOAS ........................................................................................................................................... 13 1.1.1 Teoria De Campo. L. Lewin ........................................................................................................................................... 13 1.1.2. Teoria Da Dissonancia Cognitiva. L. Festinger ..................................................................................................................................................................... 15 2. MOTIVAÇÃO HUMANA ........................................................................................................................................... 16 2.1. CICLO DA MOTIVAÇÃO ........................................................................................................................................... 19 2.2. HIERARQUIA DAS NECESSIDADES ........................................................................................................................................... 23 3. ENFOQUE SITUACIONAL DA MOTIVAÇÃO HUMANA ........................................................................................................................................... 31 3.1. FORÇAS DA MOTIVAÇÃO PARA PRODUZIR ........................................................................................................................................... 31 3.2. VALÊNCIAS ........................................................................................................................................... 32 3.3. INSTRUMENTALIDADE ........................................................................................................................................... 33 9 3.4. TEORIA DA EXPECTATIVA ........................................................................................................................................... 34 4. MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ........................................................................................................................................... 36 5. CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL ........................................................................................................................................... 45 5.1. CULTURA ORGANIZACIONAL ........................................................................................................................................... 45 6. INCENTIVOS À MOTIVAÇÃO ........................................................................................................................................... 50 6.1. COMPLEXIDADE DA MOTIVAÇÃO ........................................................................................................................................... 50 6.2. TIPOS DE INCENTIVOS ........................................................................................................................................... 50 6.3. TIPOS DE PLANOS DE INCENTIVOS ........................................................................................................................................... 51 7. EFICÁCIA DE LIDERANÇA E LEGITIMAÇÃO ........................................................................................................................................... 53 7.1. EFICCÁCIA DO LÍDER... ........................................................................................................................................... 53 7.2. LEGITIMAÇÃO DA LIDERANÇA... ........................................................................................................................................... 55 8. A QUALIDADE... ........................................................................................................................................... 59 8.1. DEFINIÇÕES DA QUALIDADE... ........................................................................................................................................... 61 10 8.2. ENFOQUES DA QUALIDADE... ........................................................................................................................................... 638.3. POLÍTICA DA QUALIDADE... ........................................................................................................................................... 64 9. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E QUALIDADE... ........................................................................................................................................... 70 9.1. TIPOS DE COMPETÊNCIAS... ........................................................................................................................................... 73 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS... ........................................................................................................................................... 81 11. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 84 11 INTRODUÇÃO Hoje nas empresas, para introduzir maior dose de motivação, é necessário e de grande importância o investimento nos funcionários, que consiste em deliberadamente ampliar a responsabilidade, os objetivos e os desafios das tarefas do cargo. O termo motivação envolve sentimentos de realização, de crescimento e de reconhecimento profissional, manifestados por meio do exercício das tarefas e atividades que oferecem suficientes desafios e significados para os funcionários. Quando os fatores motivacionais são ótimos, elevam substancialmente a satisfação. Pessoas desmotivadas realizam suas tarefas com pensamento voltado para os problemas de suas casas, ou o que poderiam estar fazendo de melhor naquele momento. O funcionário satisfeito estará sempre motivado, aumentando sua produção e estará também, sempre interado entre as e a organização. À medida que o nosso ambiente organizacional e as demandas impostas continuarem a crescer em complexidade e desafios as organizações particularmente as voltadas para a prestação de serviços, dependerão cada vez mais de um desempenho de alta qualidade em todos os níveis hierárquicos. Sendo assim, e indispensável a fundamentação da teoria motivacional nas empresas públicas ou privadas nas diferentes necessidades humanas. O ambiente empresarial brasileiro, impulsionado pela adoção de uma abertura econômica e pelas exigências sociais, vem sofrendo aceleradas mudanças organizacionais. Em decorrência, os programas de Gestão da Qualidade e fabricação enxuta têm encontrado ampla repercussão, pois as empresas percebem que sem produtos que atendam de forma adequada os consumidores não sobreviverão. Por outro lado, nesta pesquisa bibliográfica pode-se constatar que não são poucas as empresas que descobriram o fator humano, ou seja, passaram a considerar seus recursos humanos como diferencial competitivo. O desenvolvimento de metodologias 12 que otimiza o potencial humano, tornando-o cada vez mais motivado e criativo, é básico paira a Gestão da Qualidade Total das empresas. Em empresas saudáveis e modernas, os funcionários trabalham com alegria e estão sempre de bem consigo, com a vida e com os demais. Não se pode falar em qualidade de produtos e serviços, se aqueles que vão produzi-los não têm qualidade de vida e satisfação no seu local de trabalho. Essas empresas já descobriram que o homem é o principal elemento diferenciador, e o agente responsável para o sucesso de todo e qualquer negócio. O desafio atual também é participar, compartilhar, criar e dar tempo ao processo de adesão às idéias e sentimentos que envolvem as pessoas diante de suas tarefas. Trabalhos em equipe supõem energia para aceitar e conviver com as diferenças individuais de cada componente do grupo. É necessário permitir/se ver esta questão como algo que enriquece. Não como um problema, mas urna oportunidade para o desenvolvimento. As empresas também deverão treinar e desenvolver seus funcionários, pois estarão cumprindo uma obrigação moral de contribuir para o crescimento e o bem-estar das pessoas e da sociedade na qual estão inseridas, exercendo suas atividades. A qualidade de serviços e produtos das empresas é o resultado da qualidade de vida das pessoas e, as habilidades que o mercado de trabalho atual exige vão desde liderança, criatividade, visão, resultados, atualizam à atitudes, com pessoas capazes de assumir riscos e implementar as mudanças necessários. A falta de motivação é um sério problema que causa a baixa produtividade das empresas. Qual o motivo dessa falta de motivação e como manter a motivação dos colaboradores? E até que ponto a motivação está relacionada com o desempenho dos colaboradores? 1. AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES 13 Os seres humanos formam as chamadas organizações (de toda classe); a análise do comportamento humano então viria a ser o elemento mais importante para chegar a compreender e analisar as organizações, especialmente aquelas que compõem a Administração de Pessoal, hoje, Administração de Recursos Humanos. O analista de Recursos Humanos pode recorrer a dois mecanismos: - Analisa o comportamento das pessoas como seres humanos comuns e correntes (que possuem uma personalidade diferente de outros que o tornam individual a outros semelhantes, aspirações, atitudes, valores, necessidades diferenças, objetivos traçados diferentes de outros, mas todos eles próprios do ser humano) - Como um recurso potencial que pode ser explorado para o sucesso de uma organização (habilidades, capacidades, destrezas, conhecimentos, e outras atuações que resultam sumamente interessante para o desenvolvimento dessa pessoa dentro da organização, e que prognosticarão seu sucesso no desenvolvimiento que tenha dentro da própria organização). (AQUINO, 1970) O homem como tal, sem distinção de sexo , raça, cor, etc.; é um animal social porque possui tendência à vida em sociedade e a participações multigrupais. Vive em organizações e ambientes que são cada dia mais complexos e dinâmicos. Os seres humanos estruturam um sistema total, desde o qual organizam e dirigem seus assuntos, já que no entanto a versatilidade humana é muito grande: cada pessoa é um fenômeno multidimensional, sujeito às influências de muitas variáveis. O âmbito de diferenças, quanto a aptidões, é amplo e os padrões de comportamento aprendidos são bem diversos. As organizações não dispõem de dados ou meios para compreender a complexidade de seus membros. (MINICUCCI, 1995) Se as organizações se compõem de pessoas, então se pode afirmar que o estudo das pessoas constituem o elemento básico para estudar as organizações e particularmente da Administração de Recursos Humanos. Mas se as organizações estão constituídas por pessoas e estas precisam organizar-se para conseguir seus objetivos, esta relação 14 nem sempre é fácil de ser atingida. Se as organizações são diferentes entre si, o mesmo sucede com as pessoas. As diferenças individuais fazem com que cada pessoa possua características próprias de personalidade, aspirações, valores, atitudes, motivações, aptidões, etc. Cada pessoa é um fenômeno multidimensional sujeito às influências de diversas variáveis, tanto externas como internas. Duas teorias de campo e a teoria da dissonância cognitiva, são importantes para compreender o comportamento das pessoas. (NOVAES, 1972) 1.1.ASPECTOS E SUPOSTOS BÁSICOS INDIVIDUAIS DAS PESSOAS 1.1.1 Teoria De Campo. L. Lewin Para Kurt Lewin (New York – 1935, in WALTON, 1985) o entendimento do comportamento humano depende de duas suposições básicas: 1.- O comportamento humano se deriva da totalidade dos fatos coexistentes que o rodeiam. 2.- Esses fatos coexistentes têm o caráter de um campo dinâmico, chamado campo psicológico, em que cada parte depende de uma interação dinâmica com os demais. Esse campo psicológico é o ambiente vital que compreende a pessoa e seu ambientepsicológico. O ambiente psicológico ou de comportamento é o que a pessoa percebe e interpreta do ambiente externo, mas, mais do que isso, é o que a pessoa percebe e interpreta do ambiente externo, mas, mais do que isso, é o ambiente relacionado com suas necessidades atuais. Os objetivos, as pessoas ou as situações podem adquirir valências no ambiente psicológico e determinar um campo dinâmico de forças psicológicas. A valência é positiva quando pode ou pretende satisfazer as necessidades do indivíduo e é negativa quando pode ou pretende causar algum dano ou prejuízo. Os objetivos, as pessoas ou as situações carregadas de valência positiva 15 tendem a atrair o indivíduo, enquanto os de valência negativa tendem a causar-lhe repulsão e afastamento. (NOVAES, 1972) A atração é uma força ou vetor que se dirige para o objetivo, para a pessoa ou para a situação, enquanto a repulsões uma força ou vetor que impulsiona a afastar-se, tentando escapar o objetivo, da pessoa ou da situação. Um vetor tende sempre a produzir um "movimento" em qualquer direção. Quando dois ou mais vetores atuam ao mesmo tempo sobre uma pessoa, o movimento é uma resultante de forças, esquematicamente mediante a equação: C = f (P, M) Onde o comportamento (C) é resultado ou função (f) entre a interação da pessoa (P) e seu ambiente (M). A pessoa (P) nesta equação, está determinada pelas características genéticas e pelas características adquiridas mediante a aprendizagem realizada através do contato com o ambiente. (NOVAES, 1972) 16 1.1.2. Teoria Da Dissonancia Cognitiva. L. Festinger A teoria da dissonãncia cognitiva, de León Festinger (Stanford – 1957), sustenta-se na premissa de que o indivíduo se esforça para estabelecer um estado de consonância ou coerência com o mesmo. Se uma pessoa tem conhecimentos de se mesmos e de seu ambiente que não são coerentes entre se (um conhecimento é o contrário do outro), resulta um estado de dissonância cognitiva que é uma das principais causas de incoerência no comportamento. As pessoas não toleram a incoerência e quando ela ocorre o indivíduo se acha motivado para reduzir o conflito, o qual se denomina dissonância. O elemento cognitivo é uma crença, conhecimento ou opinião que o indivíduo tem de si mesmo ou do meio externo. Esses elementos cognitivos podem relacionar-se de três maneiras: dissonante, consoante e irrelevante. 1.- Relação Dissonante: O indivíduo sabe que fumar é nocivo, mas continua fumando (dois conhecimentos em relação dissonante) 2.- Relação Consoante: O indivíduo sabe que fumar é nocivo v e deixa de fumar (dois conhecimentos em relação consoante) 3.- Relação Irrelevante: o indivíduo sabe que a fumaça é nociva e lhe agrada passear (elementos em relação irrelevante). A dissonância cognitiva ocorre geralmente em situações que implica um processo de decisão numa pessoa. Na realidade, a vida de cada pessoa é uma busca interessante de redução de dissonância. Dentro deste âmbito, ambas as teorias exprimem que o ambiente ou o comportamento geram forças sobre o indivíduo que se não o controlam, o influenciam fortemente. Encontra-se aí a força primária da motivação. (AGUIAR, 1981) 2. MOTIVAÇÃO HUMANA 17 A integração e a produtividade são desafios difíceis e até impossíveis de serem obtidos na conjuntura atual, em que o conflito entre o capital e o trabalho aumentou de maneira assustadora em todas as partes do mundo. O ponto de partida para estudarmos a integração e a produtividade da força de trabalho é a motivação do trabalhador analisada no contexto global e não como simples manifestação da personalidade. (FANGE, 1972) A motivação no trabalho tem raízes no indivíduo, no ambiente externo e na própria situação do país e do mundo. A motivação é um estado de espírito positivo que permite ao indivíduo a realização de tarefas, do cargo e ao seu pleno potencial. Segundo Aquino, é a gasolina interior para enfrentarmos os desafios da função e da organização. "É a paixão com que o indivíduo exerce uma missão, alcançando satisfação quando os objetivos são alcançados". (AQUINO, 1970, p. 239) A preocupação com a motivação funcional é antiga. Começou a partir dos estudos de Elton Mayo. Eles atestam o desejo da convivência por parte dos operários de participara de grupos informais, agradável e propícios à resolução de seus problemas. Segundo MAXIMIANO (1995, p. 318): A motivação para o trabalho é uma expressão que indica um estado psicológico de disposição ou vontade de perseguir uma meta ou realizar uma tarefa. Uma pessoa motivada para o trabalho é uma pessoa em disposição favorável para perseguir a meta ou realizar a tarefa. Estudar a motivação para o trabalho é procurar entender quais são as razões ou motivos que influenciam 18 o desempenho das pessoas, que é a mola propulsora da produção de bens e da prestação de serviços. As conclusões de Mayo retratam bem o trabalhador brasileiro, pois estes são sensíveis e emotivos, já que valorizam a convivência entre os colegas. De suas experiências, chegou-se a uma conclusão: os operários tendem a reunir-se em grupos informais como fuga dos efeitos da estrutura formal. (Aquino, 1970, p. 239) A partir de Mayo, outras pesquisas foram realizadas com o objetivo de analisar os efeitos de supervisão na conduta dos colaboradores, pois a maneira e o estilo de um líder conduzir sua equipe tem enorme influência no desempenho dos colaboradores e na busca de resultados. Os colaboradores brasileiros carecem de participação, por razoes psicológicas e históricas, pois há muito tempo vêm se submetendo a um regime autocrático e centralizador de trabalho. Atualmente, apesar de estar ainda caminhando para valorizar o ser humano, verificamos a preocupação de algumas empresas com o relacionamento entre o operário e o supervisor. Um dos estilos de maior efeito na motivação e na produtividade no trabalho é o participativo, isto é, possibilidade do empregado de colaborar, de participar, de se sentir alguém dentro da engrenagem organizacional e não uma simples peça do sistema. A motivação no trabalho não implica apenas a influência do ambiente organizacional, o ambiente externo. Os fatores individuais e de personalidade também são importantes. 19 É fundamental também o conhecimento do perfil do trabalhador e das situações concretas de vida, sob as quais vive. Por isto é necessário a realização de uma pesquisa motivacional, para que os estímulos não sejam concedidos a partir de pressupostos tradicionais. (CHIAVENATO, 1998) Para compreender o comportamento humano é fundamental conhecer a motivação humana. O conceito de motivação se utilizou com diferentes sentidos. Em geral, motivo é o impulso que leva à pessoa a atuar de determinada maneira, isto é que dá origem a um comportamento especifico. Este impulso à ação pode ser provocado por um estímulo externo, que provenha do ambiente, ou gerado internamente por processos mentais do indivíduo. Neste aspecto a motivação se relaciona com o sistema de cognição do indivíduo. Cognição ou conhecimento representa o que as pessoas sabem a respeito de si mesmas e do ambiente que as rodeia. O sistema cognitivo de cada pessoa inclui seus valores pessoais e esta profundamente influído por seu ambiente físico e social, sua estrutura fisiológica, os processos fisiológicos, e suas necessidades e experiências anteriores. Em conseqüência, todos os atos do indivíduo estão guiados por sua cognição pelo que sente, pensa e crê. Apesar de todas estas grandes diferenças, o processo que dinamiza o comportamento humano, é mais ou menos semelhante em todas as pessoas. Existem três premissas relacionadas entre se, para explicar o comportamento humano: • O comportamento humano tem causas. Existe uma causalidadeno comportamento. Tanto a herança como o meio influem decisivamente no comportamento das pessoas. O comportamento é causado por estímulos internos ou externos. • O comportamento humano é motivado. Existe uma finalidade em todo comportamento humano. O comportamento não é causal nem aleatório, senão orientado ou dirigido para algum objetivo. 20 • O comportamento humano está orientado para objetivos pessoais. Depois de todo comportamento sempre existe um impulso, desejo, necessidade, tendência, expressões que servem para designar os motivos do comportamento. (NOVAES, 1972) Se estas três premissas fossem corretas, o comportamento humano não seria espontâneo nem estaria isento de finalidade: Sempre teria algum objetivo implícito ou explícito que oriente o comportamento das pessoas . 2.1. CICLO DA MOTIVAÇÃO O comportamento humano pode explicar-se mediante o ciclo da motivação, isto é, o processo mediante o qual as necessidades condicionam o comportamento humano, levando-o a algum estado de resolução. As necessidades ou motivações não são estáticas; pelo contrário, são forças dinâmicas e persistentes que provocam determinado comportamento. Quando surge, a necessidade rompe o equilíbrio do organismo e causa um estado de tensão, insatisfação, incomodidade e desequilíbrio que leva ao indivíduo a desenvolver um comportamento ou ação capaz de descarregar a tensão ou livrá-lo da incomodidade ou desequilíbrio. Se o comportamento é eficaz, o indivíduo encontrará a satisfação da necessidade e, em conseqüência, a descarga da tensão provocada por ela. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado de equilíbrio anterior e a sua forma natural de adaptação ao ambiente. O ciclo da motivação pode resumir-se da seguinte maneira. Com a repetição do ciclo da motivação (reforço) e a aprendizagem que de ali se deriva, os comportamento ou ações se tornam gradualmente mas eficazes na satisfação de certas necessidades. Uma necessidade satisfeita não é motivadora de comportamento, já que não causa tensão, incomodidade nem desequilíbrio. Em conseqüência, uma pessoa que não tem fome não esta motivada a procurar alimento para comer. (DAVIS, 1992) 21 A necessidade pode ser satisfeita, frustrada ou compensada (transferida a outro objeto). No ciclo da motivação representada na figura anterior, existe um estado de equilíbrio interno (da pessoa) alterado por um estímulo (interno) ou incentivo (externo), que produz uma necessidade. A necessidade provoca um estado de tensão que leva a um comportamento ou ação que conduz à satisfação daquela necessidade. Satisfeita esta, o organismo humano retorna ao equilíbrio interno anterior. No entanto, nem sempre se satisfaz a necessidade. Muitas vezes, a tensão provocada pelo surgimento da necessidade encontra uma barreira ou um obstáculo para sua libertação. Ao não encontrar saída normal, a tensão represada no organismo, procura um mecanismo indireto de saída, seja através do social (agressividade, descontentamento, tensão emocional, apatia, indiferença, etc). Seja através da fisiologia (tensão nervosa, insônia, repercussões cardíacas ou digestivas etc) isto se denomina frustração, já que a tensão não se descarrega e permanece no organismo provocando certos sintomas psicológicos, fisiológicos ou sociais. Em outras ocasiões, a necessidade não é satisfeita nem frustrada, senão que se transfere ou compensa. A transferência ou compensação se apresenta quando a satisfações de uma necessidade, serve para reduzir ou aplacar a intensidade de outra necessidade que não pode ser satisfeita. É o que sucede quando a promoção a um cargo esta rodeada de um bom aumento de salário ou de um novo escritório de trabalho. (CHIAVENATO, 2000) O indivíduo tende a desenvolver suas forças motivacionais como produto do ambiente cultural no qual vive, de maneira pela qual as pessoas percebem seu trabalho e encaram suas vidas. 22 Há forças motivacionais dominantes no indivíduo e que demonstram a importância da motivação. - Motivação para a Realização É um impulso para vencer desafios, avançar e crescer na busca de seus objetivos. A realização é importante em si mesma, independente que possam acompanha-las. Rod Auerbach, treinador, gerente-geral e presidente do time de basquete muitas vezes campeão mundial "Boston" tinha uma única resposta simples quando lhe pergutavam como motivava seus jogadores. Recorria ao orgulho pela excelência, ao orgulho de fazer parte do maior time do mundo, era desafio de procurar e a alegria de usar o anel de campeão como símbolo da realização coletiva do grupo. (Davis e Nenstron, 1992, p. 48) - Motivação por Afiliação É um impulso para relacionar-se eficazmente com as pessoas. As pessoas motivadas pela afiliação trabalham melhor quando são elogiadas por atitudes favoráveis e cooperação. Elas tendem a escolher amigos para estarem a sua volta. Experimentam satisfação interior quando estão com amigos e desejam liberdade no trabalho para desenvolverem estes sentimentos. - Motivação para a Competência É o impulso para realizarem o trabalho de alta qualidade. Os colaboradores motivados pela competência do domínio do trabalho, o desenvolvimento das atividades de resolução de problema e esforça-se em ser inovadores. O mais importante é tirar proveito das próprias experiências. Por exemplo, uma estilista que se sente bem consigo mesma quando recebe o reconhecimento dos outros ao criar um excelente desenho. Entretanto, deixa seu 23 supervisor furioso quando não atende seus prazos e antagoniza-se com seus colegas de trabalho, uma vez que não consegue interagir com eles. De modo bastante claro, sua orientação para a competência é mais forte do que sua necessidade de afiliação. (BERGAMINI, 1997) - Motivação para o Poder É o impulso para influenciar pessoa e situações. Por sua vez, querem criar um impacto em suas organizações e assumem riscos ao fazê-lo. As pessoas se tornam excelentes administradores caso suas necessidades sejam de poder institucional em lugar de poder pessoal. O conhecimento das forças motivacionais ajuda os administradores a compreenderem as atitudes de seus colaboradores no trabalho. Podendo lidar com cada colaborador de maneira particular, levando em consideração o impulso motivacional mais forte em cada caso. 24 2.2. HIERARQUIA DAS NECESSIDADES A teoria da motivação desenvolvida por Maslow afirma que as necessidades humanas, organizam-se numa hierarquia de necessidades que formam uma espécie de pirâmide As necessidades humanas são: • Necessidades fisiológicas: Necessidades vegetativas relacionadas com fome, cansaço, sono, desejo sexual, etc. Estas necessidades têm a ver com a sobrevivência do indivíduo e da espécie e constituem pressões fisiológicas que levam ao indivíduo a procurar ciclicamente a satisfação delas. • Necessidades de segurança : Levam ao indivíduo a proteger-se de todo perigo real ou imaginário, físico ou abstrato. A busca de segurança, o desejo de estabilidade, a fuga do perigo, a busca de um mundo ordenado e previsível são manifestações típicas destas necessidades de segurança. Ao igual que as necessidades fisiológicas, as de segurança se relacionam com a sobrevivência do indivíduo. • Necessidades sociais: Relacionadas com a vida social do indivíduo com outras pessoas: amor, afeto e participação conduzem ao indivíduo à adaptação ou não ao social. As relações de amizade , a necessidade de dar e receber afeto, a busca de amigos e a participação em grupo estão relacionadas com este tipo de necessidades. • Necessidades de estima: relacionada com a auto-avaliação e a auto-estima dos indivíduos. A satisfação das necessidades de estima conduz a sentimentos de confiança em se mesmo, auto-satisfação,reputação, reconhecimento, amor próprio, prestígio, status, valor, força, poder, capacidade e utilidade. Sua frustração pode gerar sentimento de inferioridade, debilidade e desamparo. 25 • Necessidades de auto-realização: relacionadas com o desejo de cumprir a tendência de cada indivíduo a utilizar todo seu potencial, isto é, conseguir sua realização. Esta tendência se expressa no desejo de progredir cada dia mais e desenvolver todo seu potencial e talento. (ALENCAR, 1996) As necessidades assumem formas que variam de uma pessoa a outra. A teoria da motivação de Maslow se baseia nas seguintes premissas: • O comportamento humano pode ter mas de uma motivação. O comportamento motivado é uma espécie de canal que pode ajudar a satisfazer muitas necessidades isoladas simultaneamente. • Nenhum comportamento é casual, senão motivado; isto é, está orientado para objetivos. • As necessidades humanas estão dispostas numa hierarquia de importância: uma necessidade superior só se manifesta quando a necessidade inferior (mais angustiante) está satisfeita. Toda necessidade se relaciona com o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades. Uma vez satisfeitas as necessidades básicas de alimentação, vestimenta e temperatura, o homem deseja amigos, e se torna social e grupal. Uma vez satisfeitas estas necessidades aquisitivas, deseja reconhecimento e respeito de seus amigos, e realizar sua independência e competência. Satisfeitas estas necessidades de status e auto-estima, passa a procurar a realização de si mesmo, a liberdade e modos cada vez mais elevados de ajuste e adaptação. • A necessidade inferior (mais angustiante) monopoliza o comportamento do indivíduo e tende a organizar automaticamente as diversas faculdades do organismo. Em conseqüência, as necessidades mais elevadas (menos 26 angustiantes) tendem a ficar relegadas num plano secundário. Só quando se satisfazem as necessidades inferiores surgem gradualmente as necessidades mais elevadas. Devido a esta preeminência, não todos os indivíduos conseguem chegar aos níveis mais elevados das necessidades, porque devem satisfazer primeiro as necessidades inferiores. (ALDERFER, 1984) Existem várias formas de classificar as necessidade humanas: Necessidade básica ou primária - incluem alimento, água, sexo, repouso, ar, e uma temperatura agradável. Nascem dos requisitos da vida e são importante para a sobrevivência da espécie humana. Variam de intensidade de pessoa para pessoa. Necessidades sociais/psicológicas ou secundárias -representam a necessidade da mente e do espírito em lugar das necessidade físicas orgânicas. Desenvolvem-se na medida em que as pessoas amadurecem. Por exemplo: rivalidade, auto-estima, sendo de dever, auto-confiança, dar, fazer parte do grupo e aquelas que complicam os esforços da administração em favor da motivação. Segundo Maslow, as necessidades humanas se dividem em cinco níveis. São elas: físicas, de segurança (chamadas de ordem baixa), sociais, estima e auto realização (chamadas de ordem mais alta). Necessidades de ordem mais baixa: envolvem a sobrevivência básica. As pessoas precisam trabalhar para satisfazer suas necessidades fisiológicas, mas tão logo estas são satisfeitas, irão querer satisfazer outras necessidades. Um dos empregados tentava obter segurança usando suas horas extras para escrever longos relatórios sobre controles de linhas analógicas com objetivos de garantir que fosse considerado especialista tão importante nesse campo, que a companhia não pudesse viver sem ele. O outro reagiu diferentemente, freqüentando uma escola noturna para aprender sobre a teoria da digitação e suas aplicações, o que era tido como uma nova área de produto para companhia. Sentiu que poderia estar mais seguro tornando-se um grande conhecedor do novo equipamento de controle. 27 Assim pode ser observado como duas pessoas diferentes reagem também diferentemente sob as mesmas circunstâncias com relação às mesmas necessidades. (Davis, 1992, p. 52). Necessidades de nível mais alto - há três níveis de necessidades de alto nível. O terceiro nível diz respeito ao amor, à participação e ao envolvimento social. O quarto nível incluí aquelas necessidades que abrangem a auto-estima e o reconhecimento do valor pessoal. O quinto nível, é constituído pela auto-realização, o que significa vir a ser tudo aquilo de que a pessoa é capaz, servindo-se das próprias habilidades com plenitude e ampliando talentos ao máximo possível. Will Steger, um rude amante da natureza liderou um grupo de aventureiros em trenós puxados por cães até o pólo norte sem reabastecimento durante uma viagem de cerca de mil milhas. Era perigoso devido aos cursos de água que deveriam ser atravessados; era também fisicamente exaustivo um pacote de suprimentos pesava 650 quilos cada um e deveria ser descarregado e carregado várias vezes, à medida em que o grupo encontrava dificuldades com o terreno. A viagem ernocionalmente desgastante (devido ao medo de acidentes, à escassez do alimento, à carência de sono e ao frio intenso). Quando os seis membros do grupo chegaram ao seu objetivo, eles estavam exultantes, pois sabiam que haviam usado seus recursos tanto pessoais quanto grupais até seu limite máximo.» (Davis, 1992, p. 52). As necessidades de nível mais alto, em particular, nunca estarão completamente satisfeitas, porque as pessoas estão querendo sempre mais. Os atletas mais bem pagos procuram negociar contratos buscando mais dinheiro; os executivos procuram novo símbolos de status e os exploradores buscam novas e mais exigentes aventuras a serem perseguidas. As implicações disso no campo da administração são as seguintes: a necessidade de satisfação é um problema bem contínuo para as organizações. O fato de se atender uma necessidade particular hoje, 28 não implica que tal necessidade esteja permanentemente resolvida. (Davis, 1992, p. 53). De acordo com Herzberg, há dois fatores diferentes que influenciam a motivação. O modelo de Herzberg, se divide em dois fatores: de manutenção e o motivacional. Os fatores de manutenção estão relacionados ao contexto do trabalho, porque estão mais ligados com o ambiente que envolve o funcionário. Ele mostra que os empregados estão primária e fortemente motivados por aquilo que fazem para si mesmo. Esses fatores poderosos em criar insatisfação são também chamados de fatores higiênicos, porque são necessários para manter um razoável nível de motivação entre os empregados. Os fatores motivacionais, de satisfação, estão relacionados ao trabalho em si, realização, responsabilidade, crescimento, reconhecimento. Este modelo reduz, de forma aguda o impacto motivacional aparente do salário, status e relacionamento com as pessoas, uma vez que esses sejam identificados como fatores de manutenção. O modelo favorece uma distinção entre os fatores de manutenção que são necessários mas não suficientes e os fatores de manutenção que têm o potencial de aumentar o esforço do empregado. Ele desfez a visão tradicional, afirmando que certos fatores de trabalho tem o poder principal de insatisfazer os empregados somente um sentimento neutro. Estes fatores não podem ser considerados como fortemente motivadores. Para Herzberg, políticas de benefícios e de pessoal são fatores de manutenção. 29 Os fatores motivacíonais tais como, a realização e a responsabilidade estão diretamente relacionados com o trabalho em si, enquanto que o desempenho do trabalhador, o seu reconhecimento e o crescimento estão por ele assegurado. Os fatores motivacionais estão centrados em sua maior parte no trabalho; eles estão ligados com o conteúdo do trabalho. Os fatores de manutenção estão principalmente relacionados ao contexto do trabalho,porque estão ligados com ambiente que envolve o trabalho. Os administradores deveriam reconhecer que o modelo evidencia apenas uma tendência geral, uma vez que, nenhum fator é totalmente unidimensional em sua influência para um grupo específico de empregador. Conseqüentemente um gerente deve ainda avaliar particularmente cada resposta do empregado aos diferentes fatores envolvidos. A diferença entre o conteúdo do trabalho e o contexto do trabalho é bastante significativa. Ela mostra que os empregados estão primária e fortemente motivados por aquilo que eles fazem para si mesmos. Quando assumem a responsabilidade ou ganham reconhecimento por meio do seu próprio comportamento, eles se acham fortemente motivados. (Davis, 1992, p. 54). Fatores Intrínsecos são as recompensas internas que sente a pessoa quando ela desenvolve um trabalho. Assim existe uma ligação entre o trabalho e as recompensas. Fatores Extrínsecos são recompensas externas que ocorrem fora do trabalho, oferecendo satisfação indireta no momento em que o trabalho está sendo feito. Exemplo: planos de aposentadoria, assistência médica, férias. Apesar das criticas, o modelo fornece uma distinção entre os fatores de manutenção que são necessários, mas não suficientes e os fatores de motivação que tem potencial de aumentar o esforço do empregado. 30 O modelo ERC de Aldefer é baseado em modelos anteriores de necessidades, (principalmente de Maslow) e procurando superar as falhas destes modelos, Clayton Aldefer, propós uma hierarquia modificada de necessidades que apresenta três níveis: existência, fisiológicos e de segurança. Finalmente, uma vez que os dois primeiros níveis são um tanto limitados em suas demandas por satisfação, as necessidades de crescimento são, não somente ilimitadas, mas também, na realidade, despertadas um pouco mais cada vez que algum grau de satisfação for atingido. Necessidades de existência: fatores fisiológicos e de segurança, salário, condições físicas do ambiente de trabalho, segurança no cargo, planos de benefícios relacionam- se com esta categoria de necessidade. Necessidade de relacionamento — Envolvem ser compreendido e aceito por pessoas acima, abaixo e colaterais do empregado no trabalho. Necessidades de crescimento — Envolvem tanto o desejo de auto-estima, como de auto-realização. O diálogo entre o presidente e a assistente administrativa descrito no início, pode ser estruturado segundo o modelo ERC de Alderfer. O presidente pode primeiro querer identificar qual o nível que parece dominar os pensamentos da assistente naquele momento e qual o nível ou níveis que parecem estar satisfeitos. Por exemplo, uma grande disparidade entre seus salários poderia levá-la a frustra-se com relação às necessidades de existência, apesar de um plano objetivo e significativo de salário. Ou a não imersão dela em seu trabalho durante longas horas e o problema das constantes viagens poderiam ter comprometido suas necessidades de relacionamento. Finalmente, presumindo que a assistente tivesse dominado todas as atuais atribuições de seu cargo, poderia estar então experimentando a necessidade de desenvolver suas capacidades e crescimento em outras áreas. (Davis, 1992, p. 56). 31 O modelo de ERC não assume com rigor uma progressão de nível para nível. Pelo contrário, aceita a possibilidade de que os três níveis estejam ativos a qualquer momento. Sugere também que uma pessoa insatisfeita em qualquer nível um dos dois níveis mais altos pode retornar a concentrar-se no nível mais baixo. Enquanto Maslow e Aldefer centram-se nas necessidades internas do empregado, Herzberg diferencia as condições do cargo que podem ser promovidas para que a satisfação de necessidades aconteça. Maslow e Herzbeg, sugerem que nas sociedades modernas a maioria dos trabalhadores já satisfaz suas necessidades de ordem mais baixa, estando então motivados, principalmente por necessidades mais altas ou reais fatores de motivação. Aldefer sugere que o fracasso na satisfação de necessidades do relacionamento ou de crescimento irá causar interesse renovado pelas necessidades de existência. Enfim, os três modelos indicam que antes de um administrador tentar aplicar uma recompensa, será necessário descobrir qual a verdadeira necessidade particular de cada empregado naquele momento. 32 3. ENFOQUE SITUACIONAL DA MOTIVAÇÃO HUMANA Os dois modelos da motivação humana o de Maslow, baseado na estrutura hierárquica e uniforme das necessidades humanas, o de Herzberg, fundamentado em duas classes de fatores estáveis e permanentes, pressupõe implicitamente que existem sempre "uma melhor" forma de motivar, aplicável a todas as pessoas e em todas as situações. Não obstante, a evidência demonstra que diversas pessoas reagem de maneira diferente, de acordo com a situação em que se acham. Para que seja válida, uma teoria da motivação deve ter em conta estas situações. (BERGAMINI, 1996) Dentro desta concepção Vroom desenvolveu uma teoria da motivação que recusa noções preconcebidas e reconhece tanto as diferenças individuais das pessoas como as diferentes situações em que podem encontrar-se. 3.1. FORÇAS DA MOTIVAÇÃO PARA PRODUZIR Vroom se preocupa pela motivação para produzir, aspecto em que se aproxima um pouco a Herzberg. Segundo ele, a motivação para produzir determina o nível de produtividade individual, e depende de três forças básicas que atuam dentro de cada pessoa: • Expectativas: objetivos individuais e a força tais objetivos. Os objetivos individuais são variados e podem incluir dinheiro, segurança no cargo, aceitação social, reconhecimento, etc., ou uma infinidade de combinações de objetivos que cada pessoa tenta satisfazer simultaneamente. • Recompensas: relação percebida entre a produtividade e a consecução dos objetivos empresariais. Se uma pessoa tem por objetivo pessoal conseguir um salário melhor, e se trabalha sobre as bases de remuneração por produção , 33 poderá ter uma melhor motivação para produção para produzir mais. No entanto, se sua necessidade de aceitação social pelos outros colegas do grupo é mais importante, poderá produzir por baixo do nível que o grupo consagrou como padrão informal de produção, pois produzir mais, neste caso, poderia significar a rejeição do grupo. • Relações entre expectativas e recompensas: capacidade percebida de influir na produtividade para satisfazer expectativas frente às recompensas. Se uma pessoa crê que um grande esforço tem pouco efeito sobre o resultado, tenderá a esforçar-se pouco, pois não vê relação entre o nível de produtividade e recompensa. Estes três fatores determinam a motivação do indivíduo para produzir em qualquer circunstância. O modelo de motivação de Vroom se apóia no chamado modelo de expectativas de motivação baseado em objetivo graduais (path goal). Este modelo parte da hipótese de que a motivação é um processo que orienta opções de comportamentos diferentes. A pessoa percebe as conseqüências de cada opção ou alternativa de comportamento como um conjunto de possíveis resultados derivados de seu comportamentos. Estes resultados conformam uma corrente de relações entre meios e fins. Quando a pessoa procura um resultado intermédio (produtividade elevada, por exemplo), está procurando meio para atingir resultado finais (dinheiro, benefícios sociais, apoio do chefe, promoção ou aceitação do grupo). (BERGAMINI, 1996) 3.2. VALÊNCIAS Cada pessoa tem preferências quanto aos resultados finais que pretende atingir ou evitar. Estes resultados adquirem valências, segundo o conceito de Lewin. Uma valência positiva indica o desejo de atingir determinado resultado final, enquanto uma valência negativa implica o desejo de evitar determinando resultado final. A valência dosresultados intermédios está dada em função da relação percebida com os resultados finais desejados. No tópico anterior, a produtividade elevada (resultado 34 intermédio) não tem valência em si mesma mas adquire valência quando se relaciona com o desejo de atingir determinados resultados finais (como dinheiro, benefícios sociais, apoio do supervisor, promoção, etc.) Esta relação casual entre resultado intermédio e resultado final se denomina instrumentalidade. A instrumentalidade apresenta valores que vão de +1,0 a –1,0 de valência (como os coeficientes de correlação entre duas variáveis), dependendo de se está diretamente relacionados ou não com o lucro dos resultados entre os resultados finais (dinheiro, apoio do supervisor, promoção, etc.), a instrumentalidade será igual a 0, isto é, inexistente. Em outras palavras, de nada servirá a produção elevada para atingir objetivos como dinheiro, apoio do supervisor ou promoção. (CHIAVENATO, 1999) 3.3. INSTRUMENTALIDADE O desejo (valência) de conseguir uma produtividade elevada (resultado intermédio) está determinado pela soma das instrumentalidades e valências de todos os resultados finais. A motivação e o esforço motivado para satisfazê-la conduzem à pessoa a perceber que suas ações poderão modificar seu nível de desempenho para conseguir seus objetivos finais. Esta percepção subjetiva de ação – resultado se denomina expectativa. Os valores de expectativa podem variar de 0 a +1,0 (como os valores de produtividade), dependendo do grau de certeza percebida de que as atividades da pessoa poderão influir em seu nível de desempenho. Uma pessoa só se dedicará a resultados intermédios quando percebe que estes poderão conduzi-la a resultados finais que deseja atingir. Daí os objetivos graduais. Quanto maior seja a expectativa, mais se dedicará a pessoa a conseguir resultados intermédios. Se a expectativa fosse igual a 0, a pessoa simplesmente se desinteressaria pelos resultados intermédios. Esta teoria se denomina modelo situacional de motivação, pois tem em conta as diferenças individuais das pessoas e das situações em que elas poderão encontrar- se. 35 A motivação de uma pessoa é contingente e varia conforme as diferenças individuais e as diferentes maneiras de manejá-las. Em conseqüência, o desempenho de uma pessoa numa atividade qualquer é contingente e depende de três fatores fundamentais: as expectativas, recompensa-las e as relações entre ambas (aquilo que a pessoa entende que deve fazer, isto é, suas percepções do papel que deve desempenhar.) Obviamente, a teoria de Vroom se refere à motivação e não ao comportamento. (CHIAVENATO, 1999) 3.4. TEORIA DA EXPECTATIVA Ao desenvolver sua teoria da experiência, Lawler III considera que o dinheiro é um resultado intermédio que possui elevada instrumentalidade para conseguir inumeráveis resultados finais, devido às seguintes razões: • As pessoas desejam dinheiro porque este não só lhes permite satisfazer as necessidades fisiológicas (comida, vestido, comodidade, padrão de vida, etc.) e as necessidades de segurança (estabilidade e segurança financeira, ausência de problemas financeiros), senão que também lhes oferece plenas condições para satisfazer as necessidades sociais ( relações, amizades, participação em grupos sociais), de estima (status, prestígio) e de auto-realização (condições de realização do potencial e do talento pessoal). • Se a pessoa crê que seu desempenho é, ao mesmo tempo, possível e necessário para ter dinheiro, se dedicará a manter este desempenho. O desempenho se converte num resultado intermédio para obter dinheiro, outro resultado intermédio na seqüência para atingir resultados finais variados. O dinheiro apresenta elevado de expectativa quanto ao alcance de resultados finais. O dinheiro permite comprar muitas coisas. Quando a pessoa crê que o melhoramento do desempenho conduz a um melhoramento da remuneração, o salário (dinheiro) poderá ser um excelente motivador do desempenho. 36 37 4. MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Segundo BERGAMINI (1997, p. 19): Antes da Revolução Industrial, a principal maneira de motivar consistia no uso de punições, criando, dessa forma, um ambiente generalizado de medo. Tais punições não eram unicamente de natureza psicológica, podendo aparecer sob forma de restrições financeiras, chegando até a se tornar reais sob a forma de prejuízos de ordem física. Levando em conta que as organizações passaram a existir muito tempo antes da Revolução Industrial, é possível concluir que a preocupação com o aspecto motivacional do comportamento humano no trabalho represente um fato bastante recente. Transformar a força de trabalho passou a ser o maior desafio estratégico enfrentado pelas organizações que esperam ter sucesso no próximo século. E, como a transformação das pessoas dá-se através da educação, o desafio é principalmente de educação e reeducação de todos os níveis e grupos dentro das empresas. Os processos modernos alavancam fortemente as competências individuais das pessoas que os executam. Durante muito tempo, as empresas não se preocuparam com a capacitação de pessoal, depois passaram a valorizar o treinamento do pessoal operacional, inclusive como recurso para a redução de erros e de custos de produção e, mais recentemente, têm passado a se preocupar com a capacitação do pessoal que gerencia os seus recursos e produz através desses mesmos recursos. Por outro lado, a capacitação do pessoal geralmente se deu de maneira pontual, freqüentemente fora do ambiente de trabalho e com pequena abrangência. O que se exige hoje é a capacitação pelo aprendizado continuo, incorporando a experiência e os novos conceitos às pessoas e ao "Know-how" da empresa de maneira permanente. Praticamente todos nós formos aos poucos aprendendo e incorporando princípios e conhecimentos que não funcionam mais. Há trinta ou quarenta anos atrás, as pessoas 38 passariam a sua vida profissional aprendendo e utilizando um único conjunto de conhecimentos e técnicas e as novas técnicas seriam ensinadas para a geração seguinte. Atualmente o conjunto de técnicas e conceitos muda várias vezes de maneira completa ao longo de uma vida profissional. Muitas empresas têm obtido resultados notáveis organizando-se em função de processos e projetos, agrupando seu pessoal em times e dando a eles autonomia sem precedentes. No entanto, trabalhar eficazmente em grupos não é intuitivo. Para terem sucesso em suas novas atividades, empregamos e dotamos as pessoas de novos conhecimentos e habilidades, novos comportamentos, desde a compreensão de processos inteiros até a solução de problemas e a demonstração de iniciativa. Precisarão, também, aprender a trabalhar em grupos de maneira mais eficaz possível. Por outro lado, os novos empregados não aceitam nem precisam das formas tradicionais de supervisão e gerência. Em vez disto, eles precisam de técnicos e orientação, que, infelizmente, a maioria dos gerentes tradicionais não está preparada para prover. Assim, além de novos trabalhadores, deveremos preparar novos gerentes e administradores para desafios que eles ainda estão começando a enfrentar. A transformação dos empregados não será automática, rápida, e nem mesmo fácil. Ela desafia um século de tradições e requer que a organização vá contra a corrente da nossa cultura contemporânea. Em princípio, a agenda de transformação das pessoas que tripularão as empresas do futuro inclui: • como desenvolver e gerenciar o pessoal para os novos papéis que deverão assumir; • como utilizar novos modelos de avaliação de desempenho, remuneração e educação de pessoas; • como criar uma organização em que cada pessoa esteja voltada à criação de valor para os clientes; 39 • como saber empregar técnicas parareformular a cultura, adequando-a ao novo mundo dos negócios. Estamos assistindo a uma montagem de uma democracia de mérito, observando as empresas que baseiam seu sucesso na atração, seleção e manutenção de quadros compostos quase que exclusivamente por pessoas brilhantes. No decorrer da existência humana, a visão de trabalho foi se alterando, delineando o perfil desejado para atender a sociedade. É preciso entender a visão histórica do que é trabalho, para quê se trabalha e por que se trabalha afim de fazer uma análise do Comportamento Humano nas Organizações. É preciso ter uma visão macro, para se evitar algum viés que venha a distorcer esta análise. Portanto entender o Comportamento Humano nas Organizações parte do entendimento do que é o trabalho. Conclui-se, através da visão de teóricos que trabalho é uma ação humanizada exercida num contexto social, que sofre influência oriundas de distintas fontes, o que resulta numa ação recíproca entre o trabalhador e os meios de produção, portanto os conhecimentos oriundos da Sociologia são fundamentais para explicar esses grupamentos que se constituem em microssociedades, onde se desenvolvem comportamentos peculiares que fazem surgir novas crenças e valores, implicando em mudanças significativas nas condutas e reações dos grupos e dos indivíduos que os compõem. O trabalho além do aspecto individual de auto-realização, é também fundamental para que se efetive os processos de estratificação e mobilidade social. Portanto vê-lo somente no aspecto trabalhador / trabalho é enveredar-se em uma visão simplista e ingênua. Assim como vê-lo somente do lado Psicológico também o é. Ver este aspecto é saber que o trabalho pode provocar diferentes graus de motivação no homem, desde ótimo a péssimo. Estar satisfeito não é sinônimo de estar motivado. A relação do homem com o trabalho pode ser de coação (manipulação) ou de comprometimento dependendo de como se trabalha suas necessidades básicas. 40 Portanto a relação do homem com o trabalho é permeada por fatores intrínsecos e extrínsecos ao trabalhador. Esta relação caracteriza e dinamiza o trabalho humano. Segundo BERGAMINI (1997, p. 23): Se, no início deste século, o desafio era descobrir aquilo que se deveria fazer para motivar as pessoas, mais recentemente tal preocupação muda de sentido. Passa-se a perceber que cada um já trás, de alguma forma, dentro de si, suas próprias motivações. Aquilo que mais interessa, então, é encontrar e adotar recursos organizacionais capazes de não sufocar as forças motivacionais inerentes às próprias pessoas. O importante, então, é agir de tal forma que as pessoas não percam a sua sinergia motivacional. Tendo em vista que é nas organizações que as pessoas passam maior parte de seu tempo, é óbvio concluir que trabalhar não pode ser um ato mecânico. Quem perde com isso? A organização, enquanto empregados, porque deixa de ter uma produtividade maior e o empregado porque fica "doente" por ter sua auto- realização desrespeitada e mutilada. Portanto o ambiente organizacional afeta a personalidade dos indivíduos. É preciso que este seja sadio. Para tal faz-se necessário, administração centrada no indivíduo. O que não é tão fácil de ser vivenciado, pois interfere na relação de dominador e dominado tão comodamente assumida por nós. Tornar o indivíduo "maduro" requer quebrar paradigmas internos e externos. O Comportamento Humano nas empresas é mais saudável quando há consonância dos objetivos, metas e finalidade organizacional com os valores e normas grupais. O equilíbrio organizacional depende do equilíbrio dos indivíduos e das relações estabelecidas entre estes e as organizações. É preciso repensar o paradigma de causa e efeito (cartesiano) que valoriza partes em detrimento do todo. É preciso aprender a visão sistêmica. 41 O indivíduo entra na empresa e através das "trocas" sociais vai incorporando valores do grupo e das organizações. As relações estabelecidas no ambiente de trabalho nos leva a crer que a conduta é caracterizada por um conjunto de condicionamento e aprendizados que afetam sistematicamente as interações sociais e profissionais, mantidas no ambiente de trabalho. As experiências fora da empresa, a classe social e a categoria profissional a que pertence, fornecem dados comportamentais para a ação do indivíduo. Portanto a ação do homem é o resultado de suas vivências sociais, desde o nascimento que irão interferir na formação de seu caráter, bem como de sua personalidade. As pessoas são fundamentalmente diferentes. Uma proposta empresarial que se situa na visão do homem, tem notória probabilidade de eliminar conflitos/competição. Tendo em vista que irá criar valores como cooperação, comprometimento, alavancagem. Para isto, é preciso que se atente para o resultado do trabalho na vida do indivíduo. Se este gerar insatisfação, surgem os conflitos. A conseqüência disto é o stress individual e organizacional. Esta insatisfação é reduzida a índices baixos, quando o enfoque organizacional é para o indivíduo. A qualidade de vida passa a ser uma das principais metas para que se atinja a missão da empresa. É preciso rever a relação de poder/autoridade. Por quê? Porque o poder mal utilizado leva a falta de participação quanto a tomada de decisão inerente ao processo de trabalho. O homem age como máquina, sem criatividade. A forma de expressão do poder não é o único vilão, que gera insatisfação, é preciso rever a satisfação do cargo, e a valorização do trabalho. 42 Para que o Homem possa participar com seu trabalho no desenvolvimento organizacional, é preciso que acreditemos que o homem não é a soma do que ele tem, mas a totalidade do que ainda não tem do que poderia ter. Portanto o trabalho deve proporcionar o desenvolvimento abrangente do ser humano, além do aspecto profissional deve vê-lo numa perspectiva integrada, se assim ocorrer o clima organizacional será sadio, porque os envolvidos são sadios, isto é, a motivação, os padrões de comunicação, os estilos de liderança, os padrões de desempenho estão a serviço da qualidade de vida. Esta visão só será completa, se além do social, considerarmos o homem como ser político. No convívio social o homem traz sua individualidade, suas experiências pessoais. É o fator político que irá mobilizar o individual para o grupal, oportunizando o exercício da cidadania, onde os trabalhadores exerçam seus direitos e responsabilizam-se por seus deveres e atos. Ao se pensar em uma organização sadia, com colaboradores motivados, idealizamos aquela onde cada empregado trabalha feliz porque não há excesso de burocracia, há total valorização do ser humano, pois ele é consultado nas decisões, tem autonomia e a gestão é participativa. Nesta organização, a missão organizacional é clara e do conhecimento de todos, portanto ao surgirem problemas as causas são logo reconhecidas e atacadas. Podemos dizer que nesta organização com este tipo de cultura, o clima que surge desta sinergia de pessoas felizes torna esta organização diferente das demais. Concluindo as relações sociais e administrativas que ocorrem nas organizações e a forma como estas relações ocorrem determina a cultura e o clima da organização nos permitindo fazer um diagnóstico de como os indivíduos, os grupos e as organizações se situam. É fundamental estarmos atentos na forma como o empregado se sente no ambiente do trabalho. Suas atitudes e como conseqüência a forma de agir serão fruto de sua motivação, de seu interesse. Portanto é preciso investir no desenvolvimento dos recursos humanos. 43 Pelo fator do homem ser um Ser Social, suas atitudes são fruto de suas relações psicossociais. Ao interagir vai construindo valores, crenças, sentimentos, pensamentos cognições e tendências a reação. Ao receberestímulos do meio, sua resposta terá como carga estas vivências. Toda ação humana provém de sua atitude diante do fato em questão. A atitude influencia na resposta, bem como na seleção (motivação) de fatos que merecem consideração para que se tenha consistência interna, isto é, ser coerente com a grade de valores, crenças. Segundo BERGAMINI (1997, p. 23): As organizações empresariais são forçadas a não aceitar mais a suposição de que o trabalho seja por natureza desagradável. Pelo contrário, ele realmente tem sentido para as pessoas à medida que se reconheçam naturalmente envolvidas por ele. A motivação para um trabalho depende do significado que cada qual atribui a essa atividade. (...) A motivação é considerada agora como um aspecto intrínseco às pessoas; ninguém pode, por isso mesmo, motivar ninguém, sendo que a motivação específica para o trabalho depende do sentido que se dá a ele. O homem como ser social, ser de relações sociais, está em permanente movimento. Está sempre se transformando apesar de aparentemente se manter igual. O mundo interno se alimenta de conteúdos do mundo externo como as relações com ele. Para entendermos esse homem, não podemos nos limitar a falar de papéis sociais, atitudes, percepção. É preciso considerar novos conceitos como: atividade (forma de apropriação do mundo), consciência (forma como se relaciona com o mundo objetivo) e identidade. A condição estática dos conceitos pode atrapalhar a clareza da visão do que é o comportamento humano. O comportamento não é sinônimo de atitude esta é a tendência a reação. 44 Na relação de trabalho, é preciso proximidade das chefias com os funcionários, pois só observar a execução da tarefa, não garante conhecermos a satisfação ou não do funcionário frente ao trabalho executado. O homem pode executar um trabalho bem, motivado pela necessidade de segurança, isto não pode nos levar a concluir que ele tenha um significado positivo do trabalho. A observação de comportamento é factível de falhas graves. E preciso conhecer as atitudes frente ao trabalho para que se possa agir acertadamente. O homem no trabalho está exposto a várias situações que podem gerar dissonância cognitiva e que por não se resolverem retardam o Desenvolvimento Organizacional uma vez quer os conflitos subjacentes interferem na qualidade de vida dos trabalhadores. A falta desta clareza nos leva a lembrar que os indivíduos no trabalho podem cumprir papéis profissionais totalmente desvinculados de suas atitudes. Para se aumentar a produtividade é preciso rever esta questão. Como o empregado percebe o seu trabalho? É compatível com a visão do seu grupo de trabalho? Qual o seu papel profissional? Que característica deve ter para ocupar o cargo? Se estas informações e outras não estiverem claras o empregado terá uma atitude apática em relação ao trabalho. Ao proceder corretamente os "chefes" reconhecem a diversidade humana, mas padronizam os papéis. Os fatores sociais, bem como os psicológicos podem dificultar o trabalho. Mas, o homem aos poucos vai se adaptando ou desadaptando graças nos "feedbacks" sobre seu comportamento. Portanto a forma como os executivos encaram os seres humanos é fundamentalmente para a qualidade e a produtividade. A motivação está diretamente relacionada com o desempenho dos colaboradores. Ou seja, quanto mais motivado estiver o colaborador, melhor será o seu desempenho. As pessoas motivadas são importantes para as organizações, pois são responsáveis pela produtividade. 45 Quanto mais o colaborador se sente motivado maior é a produtividade. E quanto maior é a complexidade da atividade realizada mais cresce a diferença. 46 5. CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL 5.1. CULTURA ORGANIZACIONAL A cultura é o conjunto de entendimentos importantes que os membros de uma comunidade têm em comum. A cultura organizacional é um sistema de valores e crenças compartilhados; as pessoas, a estrutura organizacional, os processos de tomada de decisões e os sistemas de controle interagem para produzir normas de comportamento. Uma forte cultura pode contribuir substancialmente ao sucesso a longo prazo das organizações ao guiar o comportamento e dar significado às atividades. As culturas fortes atraem, recompensam e mantêm a afeição das pessoas que desempenham papéis essenciais e cumpre com metas relevantes. Uma das responsabilidades mais importantes da administração é dar forma aos valores e normas culturais. A cultura pode ser um bem ou uma obrigação. Pode ser uma vantagem devido a que as crenças compartilhadas facilitam e poupam as comunicações, e facilitam a tomada de decisões. Os valores compartilhados facilitam também a motivação, a cooperação e o compromisso. Isto conduz à eficiência da organização. No entanto, uma cultura forte que não é apropriada para um meio organizacional e uma estratégia básica pode ser ineficiente. É importante ter congruência entre a cultura, a estratégia e o estilo administrativo. A cultura e a personalidade afetam o estilo e a filosofia administrativa (CORRADO, 1994). A filosofia administrativa de uma pessoa é um sistema de valores, crenças e atitudes que guiam seu comportamento. O estilo se refere à forma em que se faz algo; é uma maneira de pensar e atuar. O estilo administrativo é uma maneira particular em que um administrador se comporta, com as limitações que lhe impõe a cultura organizacional e guiado por sua filosofia pessoal. As crenças básicas sobre as pessoas afetam nosso enfoque para desenhar as organizações e administrá-las. As suposições sobre as pessoas tendem a converter-se em profecias que se cumprem. As organizações que são administradas de forma positiva tendem a ser mais 47 satisfatórias para os participantes e também podem ser mais efetivas e eficientes. A tendência atual é o afastamento das organizações estáveis-mecanicistas para dar lugar às organizações flexíveis. A cultura através do tempo foi uma mistura de traços e distintivos espirituais e afetivos, que caracterizam uma sociedade ou grupo social num período determinado. Engloba ademais, modos de vida, cerimônias, arte, invenções, tecnologia, sistemas de valores, direitos fundamentais do ser humano, tradições e crenças. Este conceito se referiu por muito tempo a uma atividade produto da interação da sociedade, mas a partir dos anos oitenta, Tom Peters e Robert Waterman adaptaram este conceito antropológico e psicossocial às organizações (BUENO, 1995). FARHAT (1992) define o termo como "... aquilo que compartilham todos ou quase todos os integrantes de um grupo social..." essa interação complexa dos grupos sociais de uma empresa está determinado pelos "... valores, crença, atitudes e condutas." (p.200). BLAND (1992) apresenta a cultura organizacional como "...um modo de vida, um sistema de crenças e valores, uma forma aceitada de interação e relações típicas de determinada organização."(p. 464) MORGAN (1996) define a cultura como "... a forma característica de pensar e fazer as coisas... numa empresa... por analogia é equivalente ao conceito de personalidade a escala individual..." (p.33). Da comparação e análise das definições apresentadas pelos diversos autores, infere- se que todos concebem a cultura como tudo aquilo que identifica a uma organização e a diferençia de outra fazendo com que seus membros se sintam parte dela já que professam os mesmos valores, crenças, regras, procedimentos, normas, linguagem, ritual e cerimônias. A cultura organizacional é o conjunto de valores, crenças, entendimentos importantes, que os integrantes de uma organização têm em comum. A cultura oferece formas 48 definidas de pensamento, sentimento e reação que guiam a tomada de decisões e outras atividades dos participantes na organização.As organizações de sucesso ao que parece têm fortes culturas que atraem, retêm e recompensam seus participantes por desempenhar papéis e cumprir metas. Um dos papéis mais importantes da alta direção é dar forma à cultura que, com personalidade, terá um efeito importante na filosofia e o estilo administrativo. A filosofia de uma pessoa oferece lineamentos para a conduta. O estilo se refere à forma em que se faz algo. O estilo administrativo é a maneira diferente na qual se comporta um administrador. As definições de Cultura Organizacional compartilham conceitos comuns. Sublinham a importância dos valores e crenças compartilhados e seu efeito sobre o comportamento. A cultura é a cola social ou normativa que mantém unida a uma organização. Expressa os valores ou ideais sociais e crenças que os membros da organização chegam a compartilhar, manifestados em elementos simbólicos, como mitos, rituais, histórias, lendas e uma linguagem especializada. A cultura organizacional inclui lineamentos perduráveis que dão forma ao comportamento. Cumpre com várias funções importantes ao: - Transmitir um sentimento de identidade aos membros da organização - Facilitar o compromisso com algo maior do que o eu mesmo - Reforçar a estabilidade do sistema social - Oferecer premissas reconhecidas e aceitas para a tomada de decisões (HARVARD, 1999) Esta definição sugere que a cultura cumpre com funções importantes na organização. Os artefatos culturais, incluindo o desenho e o estilo de administração, transmitem valores e filosofias, socializando aos membros, motivam ao pessoal e facilitam a coesão do grupo e o compromisso com metas relevantes. 49 Outra perspectiva destaca como a cultura afeta ao comportamento. “A cultura organizacional é um sistema de valores compartilhados (o que é importante) e crenças (como funcionam as coisas) que interatuam com as pessoas, as estruturas de organização e os sistemas de controle de uma companhia para produzir normas de comportamento (como se fazem as coisas aqui) ". As definições sugerem o que todos sabemos por nossas experiências pessoais; as organizações têm culturas diferentes - objetivos e valores, estilos de administração e normas - para realizar suas atividades. Uma Cultura Organizacional de Sucesso. Cada um dos mecanismos que a seguir se enumeram, são comumente utilizados por destacados fundadores e líderes para criar ou manter a cultura organizacional numa empresa: - Declarações formais da filosofia organizacional, organogramas, credos, missão, materiais usados no recrutamento e a seleção, e socialização. - Desenho de espaços físicos, fachadas, instalações, edifícios. - Manejo deliberado de papéis, capacitação e assessoria por parte dos líderes. - Sistema explícito de prêmios e reconhecimento, critérios de promoção. - Histórias lendas, mitos e episódios sobre as pessoas e acontecimentos mais importantes. - Aquilo ao qual os líderes prestam atenção, o que medem e controlam. - Reações do líder ante incidentes e crises muito importantes da organização (épocas em que a sobrevivência da empresa está em perigo, as normas são pouco claras ou se põem em tela de juízo, ocorrem episódios de insubordinação, sobrevém feitos sem sentido ou ameaçadores, etc.) (LESLY, 1995) - Como está desenhada e estruturada a organização. O desenho do trabalho, os níveis hierárquicos, o grau de descentralização, os critérios funcionais ou de outro tipo para a diferenciação e os mecanismos com que se consegue a integração transmitem mensagens implícitas sobre o que os líderes supõem e apreciam. 50 - Sistemas e procedimentos organizacionais. (Os tipos de informação, controle e os sistemas de apoio às decisões em termos de categorias de informação, ciclos de tempo, a pessoa a quem se destina a informação, o momento e a maneira de efetuar a avaliação do desempenho e outros processos valorativos transmitem mensagens implícitas do que os líderes supõem e apreciam.) Critérios aplicados no recrutamento, seleção, promoção, nivelação, aposentadoria e "excomunhão" do pessoal. (Os critérios implícitos e, possivelmente inconscientes que os líderes usam para determinar quem "encaixa" e quem "não encaixa" nos papéis dos membros e nos postos chaves da organização.) 51 6. INCENTIVOS À MOTIVAÇÃO O papel que desempenha a motivação é muito importante na aprendizagem, sem este elemento, se conseguiria muito pouco progresso. A motivação efetiva é a essência da aprendizagem. A não ser que a pessoa se esforce em assegurar a motivação correta não obterá progresso na aprendizagem. 6.1. COMPLEXIDADE DA MOTIVAÇÃO Um dos principais erros da indústria foi a simplificação excessiva do conceito de motivação. O homem tem muitos motivos e a não ser que reconheçamos a parte que desempenha cada um deles, não poderemos começar a entender sua conduta. Quando se fala sobre a motivação se preocupa por estudar ao indivíduo com respeito à condição psicológica mutante e uma multidão de experiência prévias. Devido a estes fatores (as mudanças psicológicas e a experiências anteriores) deve-se reconhecer que a motivação pode originar-se desde o interior de um indivíduo ou por fatores que atuam sobre ele desde o exterior. (CHIAVENATO, 2000) Os impulsos ou motivos variam em intensidade não só de um indivíduo a outro, senão também dentro do mesmo indivíduo em diferentes ocasiões. 6.2. TIPOS DE INCENTIVOS Os incentivos podem ser classificados como: "financeiros" e "não financeiros" não obstante séria mas conveniente classificá-los como "competitivos" e "cooperativos". Organizar pessoas em grupos significativos e fazer com que trabalhem unidos para um fim comum, origina uma maior aprendizagem no nível educativo e uma maior 52 produção no nível industrial. O termo incentivo se utiliza como força propulsora que se utiliza como um meio para atingir um fim. Um incentivo aumenta a atividade na direção de tal fim. Na indústria costuma-se empregar o incentivo como meio para alentar ao empregado a atingir a meta de outra pessoa, é possível que não se senta interessada em reduzir os custos ou no aumento da produção; mas se lhe pode persuadir de atingir essa meta por meio de um incentivo. A concorrência e a cooperações pode ser consideradas como incentivos. A concorrência requer que cada indivíduo realize um melhor trabalho do que o do indivíduo ao lado. A cooperação requer que as pessoas contribuam com esforços iguais e máximos para a obtenção de uma meta comum. A concorrência e a cooperação não são mutuamente exclusivas, sobretudo quando os indivíduos cooperam em grupos para competir com outros grupos. (KRAUZS, 1991) 6.3. TIPOS DE PLANOS DE INCENTIVOS Os três tipos principais de programas motivacionais são: - Programas de pagamentos de incentivos - Enriquecimento do posto - Administração de objetivos Os tipos de planos de incentivos usados mas comuns na organização incluem: aumento de salários por méritos, gratificação por atuação individual, tarifa por peça ou operação e comissão, incentivos pela atuação do grupo e participação de utilidades. Um aumento de salários por méritos é um aumento na tarifa horária ou no salário de um empregado como prêmio por uma atuação superior. Uma gratificação por atuação é um pagamento no efetivo por uma atuação superior durante um período especificado. (PONTES, 1996) 53 A tarifa por peça esta baseada na produção de um empregado. O empregado recebe uma certa quantidade de dinheiro estabelecida para cada unidade de produção acima de certo padrão ou quota. Uma comissão é similar ao pagamento por peça, mas se utiliza para o pessoal de vendas mas que para os de produção. Os empregados percebem uma percentagem do volume de vendas de êxito.Um incentivo pela atuação de grupo, o prêmio está baseado numa medição da execução por parte do grupo mas que sobre a atuação de cada membro do mesmo. Os membros do grupo participam do prêmio em forma igual ou em proporção a suas tarifas de pagamento por hora. 54 7. EFICÁCIA DE LIDERANÇA E LEGITIMAÇÃO 7.1. EFICÁCIA DO LÍDER A Teoria dos traços é a que menos nos fala da eficácia da liderança, já que parte do princípio que ser líder é o resultado de características pessoais. Este conceito conduz, naturalmente, à aceitação quase automática da excelência dos líderes e da sua eficácia intragrupo. Qualquer fracasso que surja tende a ser interpretado não como sintomas de ineficiência do líder, senão como obstáculos insuperáveis (conceitualmente diferentes ao fenômeno da liderança) ou como falhas do grupo dirigido ( de correção ou punição). Como a liderança é por definição, uma variável independente, os sucessos e fracassos são vistos como problemas circunstanciais, pontuais, que afetam o bem-estar e o futuro da equipe, mas não afetam diretamente a liderança. Há uma dicotomia nítida entre o que é liderança em si mesmo e os comportamentos históricos em que se manifesta. A liderança eficaz está sempre lá, inclusive quando as circunstâncias não permitem que se traduzam em atos eficazes. Ao contrário da Teoria dos traços, as teorias do comportamento interacional em grupo introduzem de maneira explícita a questão da eficácia. Efetivamente, ao descobrir duas categorias de comportamentos no processo de liderança: a iniciação à estrutura (ou orientação de tarefas), ou a consideração (ou orientação de relações interpessoais ), conceberão naturalmente a idéia da combinação mais eficaz das duas. Assim, as diversas combinações destas variáveis constituirão diversos estilos de liderança: desses estilos, um seria o eficaz pela conjugação dos comportamentos relacionais e de tarefa. Se um líder conseguisse conjugar em seu comportamento grupal a resposta aos desafios da tarefa e a necessária atenção aos sentimentos das pessoas, sua liderança seria eficaz (PERKINS, 2002). A principal crítica a esta concepção de eficácia se fez pelos autores que se integram nas concepções situacionais ou contigentes da liderança: a eficácia é definida em 55 relação ao interior do grupo, como se todas as situações fossem abstratas, como se todos os grupos fossem unidades uniformes, sem a enorme variedade de pessoas que na realidade os constituem (quem pode assegurar que a liderança seja eficaz para umas pessoas ou para outras? ) Para os autores situacionais e contextualistas, a eficácia de um líder é uma conjugação de fatores pessoais, grupais e situacionais, não podendo ser tratada de forma linear. Para poder considerar eficaz um estilo de liderança, interessa caracterizar a situação na qual o líder opera. A caracterização desta situação é feita pela eleição de uma variável estratégica em relação à qual o modo ou estilo de liderança vai ser definido. Liderança eficaz, aplicada a uma atividade no seio de uma grande empresa, consiste segundo J.Kotter (1992), em atingir uma visão que tenha em conta os interesses a longo prazo implicados nessa atividade; em elaborar uma estratégia racional que permita chegar muito cerca dessa visão; obter o apoio dos centros de poder em termos de cooperação, benevolência e o espírito de equipe; e motivar continuamente as pessoas que são parte determinante na aplicação de tal estratégia. Neste sentido, a liderança não se compreende geralmente com “management”, ainda que os dois são certamente incompatíveis (realmente os dois são independentes nas funções de direção). O “management” consiste essencialmente em um processo de planejamento da organização e de controle de certas atividades nas quais se utiliza técnicas científicas de autoridade formal. A liderança eficaz nas empresas, é hoje em dia uma necessidade muito importante e requerida nas grandes organizações devido a sua complexidade. Chama-se habitualmente o “espírito da empresa”. Um líder eficaz elabora uma visão e uma estratégia tendo em conta os interesses legítimos de outros indivíduos e também de outros grupos no seio da organização. 7.2. LEGITIMIZAÇÃO DA LIDERANÇA 56 A palavra Liderança vem sempre associada à palavra Eficácia, pois aquela é uma necessidade no funcionamento eficaz dás organizações. Pode ter normas, regras, níveis hierárquicos explícitos, elos de comunicação rígidos numa empresa e as coisas não saírem conforme o planejado. Em um mundo em constante mutação, uma organização deve ter um papel dinâmico interno, que é assumido e personificado pelo líder. À medida que as organizações crescem e sentem a necessidade de mudar sua estrutura atual para uma estrutura que se revele mas adequada às suas exigências, é necessária a existência de uma mão (visível), de um apoio que ajude tanto à implementação de novas regras e relações, como a sua posterior coordenação . Também sabemos que em uma organização a componente humana é primordial, sendo cada vez mas considerada uma vantagem competitiva (muitos já a consideram um "ativo intangível"), não em tanto este recurso não é um recurso estável, tem emoções e é fundamental saber trabalhar com essas emoções da melhor maneira (MAXIMIANO, 2000). Assim, tal como anteriormente tratado, podemos dizer que há quatro envolvimentos importantes na definição de Liderança, que são: - Liderança envolve outras pessoas - empregados e seguidores - sem pessoas com quem trabalhar, as qualidades da liderança de um gestor se tornariam irrelevantes e não necessárias. - Liderança abarca uma distribuição desigual de poder (diferencial de poder), cujas fontes podem ser: poder coercivo, poder legítimo, poder baseado nas remunerações, poder baseado no carisma e poder de perito. - Liderança inclui a habilidade de usar as diferentes formas de poder para influenciar seus seguidores. 57 - Liderança abarca valores, pois assim os seguidores poderiam tomar decisões inteligentes e sensatas quando chegasse o momento em que o líder delegue neles. Em 1970, Beal enumerou oito capacidades importantes da liderança: - CAPACIDADE DOS PARES - capacidade de estabelecer e manter uma rede de contatos com os iguais, e de estabelecer ligações no seio do grupo. - CAPACIDADE DE LIDERANÇA - capacidade de ser sociável com os subordinados e com as complicações próprias do poder, da autoridade e da dependência. - CAPACIDADE DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS - capacidade de mediar no conflito, de trabalhar com perturbações de tensão psicológica, de ser aceito e de controlar pressões internas e externas ao grupo. - CAPACIDADE DE PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÃO - capacidade de construir redes, de extrapolar informação estratégica e validar informação, de disseminar eficazmente a informação. - CAPACIDADE DE TOMADA DE DECISÃO NÃO ESTRUTURADA - capacidade de descobrir problemas e soluções quando as alternativas, a informação e os objetivos são ambíguos. - CAPACIDADE DE ATRIBUIÇÃO DE RECURSOS - capacidade de decidir entre usos alternativos do tempo e de outros recursos organizativos escassos. - CAPACIDADE EMPREENDEDORA - capacidade de assumir riscos sensatos, aplicar inovações e a vontade de ter sucesso/protagonismo. - CAPACIDADE DE INTROSPECÇÃO - capacidade de compreender a posição de um líder e seu impacto na organização. Ante uma legitimização da liderança, um líder deve ganhar autoridade e obediência. O deve estar interessado em fazer valer a influência e o poder para dirigir e esperar uma resposta. Para exercitar a autoridade, os administradores líderes devem saber: - como animar a seus seguidores para que aceitem seus ordenes e suas iniciativas 58 - como obter credibilidade como uma fonte legitima de autoridade paraas iniciativas - como sair adiante das confrontações nas quais se ignora ou discutem as ordenes - exemplaridade do diretor Assim, podemos apontar as seguintes características dos administradores: Capacidade: Os líderes devem mostrar uma capacidade superior (uma habilidade teórica) organizativa. Devem credenciar suas habilidades e conhecimentos para obter sua posição. Credibilidade: Espera-se que os chefes saibam as “regras do jogo”, as normas, expectativas e valores do grupo para que o supervisionem. Saber as normas significa ter a faculdade para comunicar. Representação e defesa: Nada legitima e justifica mas a posição dos líderes que sua destreza para manejar as relações externas. Desde o ponto de vista dos líderes, pelo comum, são o laço de união com o mundo exterior. Distância social: Os novos líderes devem saber “usar” com sucesso a distância, a brecha que os separa de seus seguidores . Espera-se que os administradores diminuem esse distanciamento que os separa de seus subordinados. Isolamento de outras iniciativas competitivas: A posição ideal dos líderes é aquela em que os subordinados não têm iniciativas competitivas. Isto, seguramente, é a teoria das muito mencionadas instituições fechadas (igreja, mosteiro, o exército, prisão) em que existe o isolamento total de todo mundo, menos as ordens e instituições da hierarquia assinalada. Perseverança: 59 A perseverança significa que as ordens e as direções devem dar-se confiança em se mesmo. Por perseverança queremos significar uma simples repetição, uma clareza de direção: ter a faculdade de continuar perguntando, falando e explicando. Prática: Os líderes ganham seu status e prestígio ao fazer com que seus subordinados se acostumem a seguir suas instruções. Sem dúvida, as instruções excessivas são destruidoras. Fazer o oposto também não é aconselhável. Em realidade o papel do líder se consolida mediante a emissão de ordens. Impulso: Sem dúvida alguma, os subordinados não querem receber ordens sem necessidade ou carentes de sentido por parte dos administradores que deleitam demonstrando sua autoridade mediante a imposição da deferência. Os subordinados reconhecem que suas organizações requerem uma liderança ativa e que são importantes sem um líder, ainda que talvez seja difícil para admiti-lo (ANSOF, 1996). 60 8. A QUALIDADE Do latim qualitas, qualitatis - o que caracteriza alguma coisa; o que faz com que uma coisa seja tal como se a considera; caráter, índole; o que constitui o modo de ser das coisas; essência, natureza; prosperidade, excelência, virtude; talento; disposição moral ou intelectual; caracteres valorizadores ou depreciadores Qualidade é, fundamentalmente, a adequação ao uso; ou ainda, a totalidade das características de um produto ou serviço que se relacionam com sua capacidade de atender às necessidades do Consumidor. Qualidade é o atributo que faz as coisas ou pessoas distinguíveis entre si. Pode-se dizer que qualidade é o que determina a natureza das coisas. Ela permite a avaliação, a aprovação, a aceitação ou a recusa de um bem ou serviço. Entretanto, qualidade é um conceito abstrato, que varia de acordo com o tempo, os costumes, a tecnologia e a cultura. A simplicidade deste conceito esconde uma revolução: o deslocamento do ponto focal das atenções, do chão da fábrica para o consumidor. No período anterior a primeira guerra, funcionalmente, não existia o controle da qualidade e tampouco a distinção entre produção e a responsabilidade de assegurar a qualidade do produto e somente, na década de 40, com a segunda guerra, devido as pressões causadas pela grande mobilização de mão-de-obra nas sociedades industriais, é que a distinção entre o controle de qualidade e a produção se consolidou. A década de 50, por sua vez, foi marcada pelo surgimento das funções de engenharia da qualidade. As crescentes demandas por produtos criaram tensões que acabaram por elevar os níveis de confiabilidade e consequentemente de qualidade dos produtos. A tendência de integrar o controle de qualidade à produção, privilegiando a prevenção, em detrimento à correção, como método mais eficaz e de menor custo surgiu somente 61 nos anos 80. Este período presenciou o crescimento dos departamentos de controle da qualidade que tinham como função apoiar e monitorar o processo produtivo. Atualmente, existe a crença empresarial de que a qualidade é obtida através de um controle integrado de diversos fatores. Mais do que um processo, hoje, ela é vista como um modelo de gestão organizacional que começa com os fornecedores e termina no cliente. A qualidade, passou ser vista como uma entidade que permeia toda a organização e que tende a consolidar a reputação da empresa junto aos seus clientes e a melhorar o seu volume de vendas. Apesar de a implementação da qualidade dever levar em consideração aspectos sociais e culturais, os seus princípios são os mesmos no mundo inteiro. Por exemplo, nos países ocidentais, influenciados pelo cristianismo, segue-se a ética de que a natureza humana é intrinsecamente má, e; portanto, as empresas dos setores primário e secundário da economia privilegiam a independência dos departamentos de controle da qualidade. Por outro lado, nos países do oriente, privilegia-se o autocontrole ou autogestão da qualidade, isto porque nas doutrinas orientais impera a crença de que a natureza humana é boa em sua essência. Nos anos noventa, devido aos avanços tecnológicos e a globalização da economia, que levou a criação de mercados transnacionais globalizados e impôs uma nova forma de organização do trabalho, o papel da qualidade tem se expressado através da adaptabilidade das novas estruturas organizacionais descentralizadas e focadas no cliente. O conceito de qualidade, portanto, nesse contexto, passa a englobar a organização como um todo, conduzindo os trabalhadores a adotarem uma nova postura em relação ao emprego e à produção. Esta nova postura, por sua vez, levou a uma nova correlação de forças dentro das organizações, agora atuando de forma descentralizada e favorecendo o empowerment dos funcionários e promovendo uma maior motivação para o trabalho. 62 Por fim, ao favorecer o empowerment, as políticas de controle da qualidade, acabaram-se convertendo em uma mentalidade organizacional que se confunde com o próprio modelo de gestão da organização. Esta nova mentalidade pode ser comprovada se observarmos algumas das máximas empresariais acerca do gerenciamento pela qualidade total - Total Quality Management: • qualidade total é entender as necessidades dos seus clientes, satisfazê-los e mantê-los sempre satisfeitos; • qualidade total é fidelizar seus clientes; • qualidade total é um processo educacional.; • qualidade total é a única saída para as empresas que querem sobreviver; • qualidade total é uma revolução na forma de pensar e agir perante os clientes; • qualidade total é mais fácil do que se pensa; • é imperativo fazer qualidade. 8.1. DEFINIÇÕES DA QUALIDADE Juran Qualidade é adequação ao uso. Feigenbaum Qualidade é uma maneira de se gerenciar os negócios da empresa. Aprimoramento da qualidade só pode ser alcançado em uma empresa com a participação de todos. Crosby Qualidade é uma conformidade com especificações, e não elegância. Deming Qualidade é sentir orgulho pelo trabalho bem-feito. Aprimoramento da qualidade eleva a produtividade. 63 Ishikawa Rápida percepção e satisfação das necessidades do mercado, adequação ao uso dos produtos e homogeneidade dos resultados do processo (baixa variabilidade) As diversas "qualidades" • Qualidade de vida • Qualidade de vida no trabalho • Qualidade individual • Qualidade da organização • Qualidade de lote• Qualidade de processo • Qualidade de projeto • Qualidade em serviços • Qualidade limite • Qualidade na entrega • Qualidade "negativa" • Qualidade no trabalho diário • Qualidade orientada ao cliente • Qualidade percebida • Qualidade "positiva" • Qualidade seis-sigma • Qualidade intrínseca • Qualidade média 64 8.2. ENFOQUES DA QUALIDADE Transcendental: Qualidade é sinônimo de "excelência nata". Ela é absoluta e universalmente reconhecida. Enfoque ligado às artes de maneira geral. Baseado no produto: Qualidade é definida como uma variável precisa e mensurável, e as diferenças na qualidade refletem-se nas características de um produto. Baseado no usuário: Qualidade está nos olhos de quem observa, ou seja, o cliente. Ela está associada a uma visão subjetiva baseada nas preferências pessoais. Supõe- se que os produtos e serviços que mais e melhor preencham as expectativas e as necessidades do consumidor são aqueles de alta qualidade. Baseado na produção: Qualidade é conformidade com especificações. Uma vez que as especificações tenham sido estabelecidas, qualquer desvio significa perda de qualidade. Baseado no valor agregado: Um produto ou serviço de qualidade é aquele que apresenta desempenho esperado a um preço aceitável (para o cliente) e conformidade às especificações a um custo aceitável (para o fornecedor). Q = M + C Do ponto de vista individual, pessoal, podemos dizer que Qualidade é igual à motivação somada ao conhecimento, onde: M = Motivação => Querer fazer C = Conhecimento => Saber fazer 65 8.3. POLÍTICA DA QUALIDADE Conjuntos das intenções, diretrizes e objetivos de uma organização relativos à qualidade, formalmente expressos pela alta administração. É um guia de ação gerencial. Deve ser coerente com as demais políticas da empresa e ser compreendida, implementada e mantida por todos os níveis da organização. Exemplos de política da qualidade 1) "É de responsabilidade de todos os funcionários satisfazer todas as expectativas dos clientes. Adicionalmente, devemos nos esforçar para eliminar todos os tipos de desperdício de modo a aumentar a produtividade." 2) "Buscar continuamente, com competência e comprometimento, a excelência nos produtos e nos serviços oferecidos aos nossos clientes e parceiros, atendendo às suas necessidades, excedendo suas expectativas e assegurando sua fidelização e o bom desempenho da empresa." Diretriz Amplo guia de conduta gerencial, incluindo as prioridades e as normas de caráter geral, que orienta a tomada de decisão nos diversos escalões de uma organização e permite a concentração de esforços e dá consistência e previsibilidade à maneira de atuação da organização. Consiste de uma meta e das medidas prioritárias e suficientes para se atingir esta meta Diretriz = Meta + Medidas Medidas são meios ou métodos específicos para se atingir a meta A meta é estabelecida sobre os fins e as medidas são estabelecidas sobre os meios. Exemplo de uma Diretriz : 66 Meta: " Aumentar a produtividade da empresa em 12% até o final deste ano". Medidas 1. Reduzir o custo fixo 2. Reduzir o custo variável 3. Reduzir as reclamações de clientes 4. Aumentar a disponibilidade dos equipamentos 5. Desenvolver novos produtos 6. Aumentar as vendas Política : São orientações para medidas futuras baseadas em experiências passadas ou em crenças e valores; Conjunto de objetivos que informam determinado programa de ação (governamental) e condicionam a sua execução. O termo política, assim como diretriz, se refere a um conjunto de meios(procedimentos), mas estabelecidos como um produto de crenças, de valores ou de experiência(que estão no passado); já diretriz se refere a um conjunto de meios para se atingir uma meta, que está no futuro. Atualmente a qualidade tem evoluído mais para o campo humano. As empresas começam a entender que não é somente com o controle estatístico da qualidade que atinge-se a excelência. A estatística é importantíssima, mas o capital humano é mais fundamental ainda. Neste ponto, grande parte dos livros concordam, mas não citam em como implementá-la. No decorrer da história percebe-se que a concepção sobre o que é quali-dade vêm se modificando. Ela varia de acordo com as necessidades dos consumidores, o excesso de oferta de produtos (ou a sua falta), o desenvolvimento tecnológico e intelectual da humanidade. 67 Dentro do atual estágio de desenvolvimento da humanidade, onde a escassez de produtos praticamente não existe e o homem, como ser pensante, é cada vez mais valorizado, a qualidade é: Utilizar a inteligência abstrata e emocional adquirida e acumulada pelo ser humano ao longo de sua história, a fim de satisfazer e surpreender cada vez mais os clientes. O capítulo anterior foi concluído com uma definição de Qualidade Total centrada nas atitudes do ser humano perante as organizações que conduzem. Este novo conceito reflete a necessidade de se valorizar o capital humano para que, efetivamente, possa ocorrer a implementação e manutenção da gestão de Qualidade Total dentro de uma empresa. Parte-se do princípio que o ser humano é centro das ações empresariais. Só o homem é capaz de tomar decisões estratégicas. Neste ponto não há, ainda, nenhuma máquina capaz de substituir o capital humano nas tomadas de decisões. Se o homem é o centro das atitudes empresariais e a base para a realização de uma gestão de qualidade total vitoriosa, torna-se então necessária a formulação de uma política para o capital humano das organizações, de forma a superar as dificuldades encontradas por empregados e empregadores no ambiente organizacional. A partir deste momento este trabalho estará com todo o seu foco voltado para o mais importante capital das organizações, que é o ser humano. Política é a habilidade que se tem para agir . Dentro do ambiente organiza-cional isso significa a "suavização dos momentos de conflito (...) via a prática do binômio código de ética/programa de incentivos" . Já Chiavenato acrescenta que a política de recursos humanos são "guias para ação" e situam o código de valores éticos da organização. O ponto inicial para a formulação de uma política de recursos humanos é determinar o modo que a organização vê os seus empregados. Dentro deste contexto existem diversas teorias que determinam as ações organizacionais, dentre elas temos a Teoria "X" , Teoria "Y" e aquelas que realizam um estudo sobre as necessidades do ser 68 humano, com a de Maslow, e as motivacionais, como a teoria dos dois fatores de Herzberg. Atualmente é de fundamental importância que a organização observe seus empregados sob a ótica da colaboração. Hoje em dia o termo empregado ou funcionário tende a desaparecer para o surgimento de um novo conceito, o de colaborador. Tal fato demonstra uma nova visão. O ser humano começa a ser observado sob a ótica de que não está trabalhando apenas pelo seu salário. O colaborador é uma pessoa que está inserida em um processo permanente de diálogo com a organização. Ele, ou ela, procura a responsabilidade e sente prazer em colaborar. O mais importante é que a empresa não só aceita como incentiva estas atitudes. Este é processo inicial de desenvolvimento de uma política de recursos humanos eficaz, quando se deseja implementar uma gestão de qualidade total : empresa e empregados adotam uma atitude de par-ceria, colaboração e confiança mútua, em detrimento do antigo modelo fordista, representado pela Teoria "X". Definida esta primeira etapa, parte a empresa para uma ação conjunta em todos os seus subsistemas de recursos humanos. Nesta fase é necessário formular, ou reformular, as ações da área de recursos humanos em todos os seus subsistemas. As atividades de recrutamento, seleção, benefícios,cargos e salários, higiene e segurança, relações sindicais, treinamento e desenvolvimento devem estar sob constante feedback. Ora, se a empresa adota uma política de salários abaixo do mercado é impossível realizar um processo de recrutamento e seleção eficaz. Logo, a qualidade dos recursos humanos na empresa não começa pelo recrutamento e seleção. Ela se inicia pela implementação de uma política capaz de criar uma ambiente com constante feedback e sinergia. A política de treinamento e desenvolvimento terão maior sucesso, a partir do momento em que a organização aceitar e incentivar o empregado a dar suas opiniões positivas e negativas em relação às suas atividades e ao ambiente que convive. Somente assim poderá a empresa descobrir suas dificuldades e criar uma ação de curto, médio e logo prazos de forma a aperfeiçoar a gestão pela qualidade total. 69 A ética nas organizações entra a partir do momento em que a empresa define ações transparentes em todas as suas atividades, evitando criar e transparecer atitudes que mais parecem se adequar com o clientelismo, e as cumpre. A abordagem ética adotada pela organização deve refletir o conjunto de normas e ações atualmente existentes, de modo a refletir os valores morais atualmente adotados pela sociedade. Aristóteles, em seu tratado Ética de Nicômaco, diz que a ética é "fundada na idéia de que o comportamento humano é regulado por valores, elaborados pela razão, com vistas a atender ao bem da coletividade e, portanto, do indivíduo, considerado um animal essencialmente político" . E é isso que a empresa deve refletir em todas as suas atitudes, de modo a deixar transparecer um ambiente em que todos se respeitam mutua-mente. Logo, a política de Recursos Humanos é trabalhada por meio de 3 pontos fundamentais, que devem sempre estar em feedback e sinergia. São eles: - A visão que a organização tem sobre o ser humano. - A ação conjunta entre os subsistemas de Recursos Humanos e, - A ética organizacional. É somente por meio da interação contínua destes pontos considerados fundamentais, que a organização alcançará uma política capaz de dar sustentação à gestão da qualidade total. É difícil implementar uma gestão da qualidade total mas, o mais difícil ainda, é fazer com que dê certo e, se for bem feita, sustentá-la. Muitas das melhores empresas vêm tentando há anos implementar a qualidade e muitas das vezes sem muito sucesso. Algumas boas empresas ainda não encontraram o caminho do sucesso, o caminho certo. Seguem a seguir alguns dos fracassos das melhores empresas existentes no mercado: 70 71 9. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E QUALIDADE No desenvolvimento deste capitulo se descreverão os seguintes aspectos: os antecedentes do modelo de competências, definição, tipos e procedimento para elaborar um modelo de competências. Assim mesmo a elaboração do perfil de concorrência, componentes do modelo de competências e por ultimo se analisarão as aplicações do modelo de competências na gestão de recursos humanos. Contar com as pessoas que possuam as características adequadas se converteu na diretriz da gestão de recursos humanos. Este enfoque deixa de perceber os cargos como unidades fixas, destinadas a cumprir com as responsabilidades funcionais independentemente das pessoas que os ocupam e tenta transformá-las em unidades dinâmicas que fazem parte dos processos importantes dirigidos a satisfazer expectativas e necessidades tanto de clientes internos como de clientes externos, onde a maior ênfase se faz nas características da pessoa que ocupa o cargo. Uma das melhores formas de averiguar que se precisa para conseguir um desempenho vitorioso em um posto de trabalho determinado, é estudando aos indivíduos que tenham um desempenho elevado no mesmo e analisar que fazem para conseguí-lo. Isto quer dizer, realizar uma avaliação não do posto de trabalho, senão da pessoa que realiza o trabalho. Os resultados deste processo proporcionam informação que pode ser utilizado como insumo nas diferentes áreas de recursos humanos, já que criam um ponto comum de referência. (DRUCKER, 1994) O modelo de competência adota este enfoque. Este é um modelo que procura precisamente identificar essas características que permitem às pessoas desempenhar-se com sucesso, o que se denominou competências. Os movimentos alocados ao estudo das competências se iniciaram no final da década de 1960 e princípios de 1970 , produto de um conjunto de investigações realizadas nas áreas de Psicologia Industrial e Organizacional entre os quais se encontram Ghiselli (1966), Mischel (1968), entre outros. 72 Para esse momento os trabalhos sobre personalidade e desempenho eram pouco desenvolvidos, já que não se haviam comprovado pelos métodos tradicionais, teste de aptidão e conteúdo de conhecimento ou títulos e méritos acadêmicos que existisse uma relação direta entre um e outro elemento. Este tipo de problema foi o ponto de partida para procurar outros métodos através dos quais se estabelecesse uma relação causal entre personalidade e desempenho. Um dos primeiros pesquisadores que procurou respostas sobre este tema foi David McClelland (1973), que formulou um conjunto de variáveis através das quais se pudesse predizer a atuação do indivíduo no trabalho e que não estivessem limitados por fatores de raça, sexo ou socioeconômicos, com estas variáveis identificou os princípios nos quais se baseou sua investigação e foram os seguintes: • Utilização de amostras representativas: comparar a pessoas que triunfaram claramente em seu trabalho ou em aspectos interessantes da vida com outras pessoas que não tiveram sucesso, a fim de identificar aquelas características pessoais associadas com o sucesso. • Identificar as idéias e condutas operativas causalmente relacionadas com estes resultados favoráveis. Isto é, a medição das " competências " deve entranhar situações " abertas ", nas quais o indivíduo deve gerar uma conduta; a diferença das medidas de tipo " respostas ", tais como o auto-informe ou o teste de opções múltiplas, no qual se deve eleger dentre várias respostas alternativas para uma situação detalhadamente estruturada. Na vida real e no trabalho, raras vezes se apresentam essas condições de teste. Normalmente, o melhor médio de predição do que uma pessoa pode e quer fazer será o que essa pessoa pense e faça espontaneamente numa situação não estruturada, ou o que tenha feito em situações similares do passado. 73 Estes estudos se centravam nas qualidades dos indivíduos, seu enfoque estava focalizado para a avaliação das competências, procurando identificar nas pessoas condutas e características que lhe permitam manter um desempenho padrão no trabalho, em contraposição ao enfoque tradicional que se centrava nos elementos do trabalho, por exemplo medir o tempo que utilizava um empregado ao executar uma tarefa. (LINKERT, 1979) Posteriormente se realizaram investigações sobre o método de avaliação de competências, que levaram a definir o termo. Para tratar de competência é necessário tratar de aprendizagem. Aprender implica adquirir novos conhecimentos e isto conduz a que haja uma mudança de conduta. Poder-se-ia dizer que o objetivo dessa mudança é atingir novas condutas que se orientem ao lucro de metas que se propõe uma pessoa. Levando isto ao plano organizacional, a pessoa poderia contribuir ao sucesso desta, desde que esses lucros pessoais estejam efetivamente acoplados com as organizações. A mudança para uma conduta mais efetiva é em realidade uma competência. Kepner (1965) define as competências " como o conjunto de conhecimentos, habilidades, destrezas e atitudes cuja aplicação no trabalho se traduz num desempenho superior, que contribui ao lucro dosobjetivos chaves do negócio " (pág. 22). Segundo Boyatzis, (citado por Dalziel, M.A., Cubeiro, J.C. e Fernández, G., 1996, pág. 28) "a competência se define como uma característica subjacente numa pessoa, que está causalmente relacionada com uma atuação de êxito num posto de trabalho". As competências podem consistir em motivos, traços de caráter, conceitos de um mesmo, atitudes ou valores, conteúdo de conhecimentos, ou capacidades cognoscitivas ou de conduta. Pode-se assumir que se está em presença de uma competência quando existam características individuais que se possam medir de um modo fiável e cuja presença se possa demonstrar de uma maneira significativa entre um grupo de trabalhadores. 74 As competências podem relacionar-se com o desempenho de uma pessoa num cargo, e se pode representar num modelo de fluxo causal que assinala que os motivos, os traços de caráter, o conceito de um mesmo e os conhecimentos suscitados por uma situação, servem para predizer uma conduta e um resultado final. Os modelos causais oferecem aos diretores de empresas uma forma fácil de avaliar os riscos na escolha dos candidatos para um cargo. • Motivações - Habilidades • Traços de caráter • Conceito de um mesmo • Conhecimentos " FAZÊR MELHOR" (Qualidade, produtividade • Competências com as vidas, vendas, benefícios) • Lucros originais • Produtos, serviços e novos procedimentos 9.1. TIPOS DE COMPETÊNCIAS As competências são características que dependendo de certas situações podem fazer-se evidentes no indivíduo como representação de conhecimentos, traços de caráter ou atitudes. É por esta razão que cada vez que se manifesta uma conduta positiva especifica no indivíduo no desempenho de seu cargo, também estará presente uma competência que responde tanto a exigências do cargo como a um ambiente organizacional especifico. (LINKERT, 1979) Os elementos anteriormente assinalados permitem diferenças entre os dois grupos que se tomam para categorizar as competências, estas são: o Competências Umbrais ou Essenciais. Este tipo de competência se refere aos conhecimentos, destrezas e habilidades que precisa uma pessoa para conseguir um desempenho médio ou minimamente adequado. (DRUCKER, 2001) 75 o Competências Diferenciadoras. Através destas competências se obtém fatores que distinguem a um trabalhador com desempenho de êxito de outro com desempenho médio. (DRUCKER, 2001) A união das competências anteriormente descritas permitem criar um padrão e estabelecer normas para levar a cabo os processos de seleção de pessoal, avaliação de desempenho, planejamento de carreiras entre outras áreas que conformam a unidade de recursos humanos. As competências se correspondem com as habilidades que um indivíduo é capaz de desenvolver é um determinado trabalho. Pode-se assumir que se esta em presença de uma competência, quando existem características individuais que se possam medir de um modo fiável e cuja presença se possa demonstrar de uma maneira significativa entre um grupo de trabalhadores. Como atividade prévia à elaboração do modelo ou perfil de competências, deve-se realizar a análise do contexto estratégico o qual compreende os seguintes elementos: visão estratégica e propósito, processos / fluxos de trabalho, sistemas / estruturas de suporte, competências individuais e grupais, a aprendizagem e o contexto cultural da organização. Considerar estes seis elementos significa adotar o modelo de competências à organização e dotá-lo das ferramentas necessárias para que este se converta em aprendizagem coletiva e em mudanças organizacionais, isto é, uma nova forma de falar de rendimento, satisfação e eficiência na organização. Cada um destes elementos serão explicados a seguir: • Visão estratégica e propósito: deve existir relação direta entre o modelo ou perfil de competências e a visão, objetivos e metas da organização. Isto senta as bases do modelo e assegura o desenvolvimento das atividades que este implica. 76 • Processos / fluxos de trabalho: é a descrição detalhada dos processos, atividades, funções e tarefas das pessoas que se desempenham exitosamente em seu posto de trabalho. O conhecimento das atividades realizadas no lugar de trabalho permite detectar as aplicações que possa ter o modelo de competências nos subsistemas de recursos humanos. • Sistemas / estruturas de suporte: refere-se aos recursos humanos, financeiros, tecnológicos, materiais e gerenciais com os que conta os trabalhadores para desempenhar-se exitosamente em seu posto de trabalho. Neste aspecto também inclui aqueles sistemas ou suportes que o empregado considera que deveria de existir para manter os altos padrões de eficiência no trabalho. (DRUCKER, 2001) • Competências individuais e grupais: é o ponto principal para conectar todo o processo teórico – técnico que se levou a cabo até agora com a realidade da empresa, e os conhecimentos, habilidades, destrezas, comportamentos, atitude e condutas que o indivíduo possui e aplica para conseguir um desempenho exitoso em seu trabalho. • Aprendizagem: é a parte de um processo cíclico, onde os empregados aprendem e a organização se beneficia de tal aprendizagem. • Contexto cultural: é o fator que determina o ambiente da organização gerando as condições sócio-culturais que permitam elaborar e aplicar o modelo ou perfil de competências. (FLEURY, 2001) Considerar estes seis elementos permite entender em que organização estamos, as vantagens que esta possui, os recursos com os que conta e os problemas aos que se enfrenta, mas ademais esta informação se converte no insumo para definir o método a utilizar para desenhar um modelo ou perfil de competências. 77 Com as competências os indivíduos devem refletir as condutas que se requer para o sucesso futuro da organização. A seguir se fará uma breve explicação do processo de elaboração do perfil de competências: • Painel de especialistas No painel de especialistas se realiza uma análise atual dos desafios que enfrenta a organização representados nas condutas requeridas. Neste painel participam um grupo de diretores especialistas em recursos humanos que tenham conhecimentos suficientes sobre este tema e vários empregados de alta e média gerência, especialistas nas diversas áreas da organização e com uma visão clara do futuro. Para obter esta análise se realiza o seguinte processo: • Procurar os pontos fortes, débeis, oportunidades, ameaças e fatores principais para o desenvolvimento e sucesso da organização. Neste passo se fixam as metas e caminhos estratégicos da organização para o futuro imediato. • Obtidas as metas e caminhos estratégicos se procede a criar a missão que têm que cumprir cada posto de trabalho da organização, estudado pelo painel de especialistas. • Identificação das competências e condutas requeridas pelas pessoas, baseando-se nos resultados do passo anterior. Para identificar as competências se pode utilizar várias técnicas entre as quais se têm: inventário de competências ou um sistema de especialidades, entre outros. • Identificação dos empregados da organização que apresentam já as competências e condutas requeridas que se obtiveram pelo painel de especialistas. (WAGNER, 2002) 78 • Entrevista de Incidentes Críticos (BEI) A utilização dos perfis de competências tem como finalidade dar a conhecer as condutas que requer uma pessoa para ter sucesso em seu desenvolvimento no cargo. Para definir as competências é necessário tomar exemplos de conduta da vida real. Isto se leva a cabo mediante uma série de entrevistas de incidentes com certo número de pessoas, que posteriormente se converterão numa mostra representativa, e que demonstrem o tipo de atuação que o painel de especialistas identificou comoimportantes para o futuro sucesso da organização. As entrevistas de incidentes críticos proporcionam dados suficientes e informação para a identificação das competências, e descrições precisas das condutas criticas de trabalho em situações especificas. (WAGNER, 2002) Entre as vantagens que oferecem as entrevistas de incidentes críticos (BEI) são as seguintes: • Identificação empírica de competências superiores ou diferentes das geradas pelos painéis de especialistas. • Precisão a respeito do que são as competências superiores e da forma em que estão expressadas em postos de trabalho e organizações concretas (por exemplo, não só a utilização da influência, senão também exemplos sobre como se utiliza a influência numa situação especifica no ambiente político de uma organização especifica). • Inexistência de traços raciais, de sexo , ou culturais: de fato, o enfoque de avaliação das BEI foi adotado por muitas empresas e organizações, devido a que é provavelmente válido sem apresentar nenhum envieso contra candidatos pertencentes a minorias. • Análise de Dados 79 Todos os dados obtidos das entrevistas se analisam com o fim de obter um claro e preciso entendimento e descrição das competências que serão utilizadas como base para as aplicações de recursos humanos. (DRUCKER, 1994) • Validação O modelo de competência pode ser válida através de uma segunda série de entrevistas de incidentes críticos, aplicado a um novo grupo de pessoas e comprovar se as competências identificadas se relacionam com a atuação dos trabalhadores como foi identificada pelo painel de especialistas • Planejamento das Aplicações Com os resultados obtidos das entrevistas de incidentes críticos, a análise das mesmas e identificadas as competências, procede-se a criar uma série de políticas e técnicas de recursos humanos para levar a cabo as competências identificadas e poder assim cumprir com os objetivos e metas estratégicas propostas pela organização. • Informe Final Como seu nome indica, consiste em realizar o relatório final do perfil de concorrências dos cargos analisados, com todas as especificações. (LINKLERT, 1979) O modelo de competências consta de cinco componentes, que seriam os seguintes: • Representação gráfica: nesta se refletem de maneira gráfica e esquemática as relações do modelo, os cluters ou grupos de competências e os nomes das competências. • Cluters ou grupos de competências: é uma representação sistematicamente ordenada do modelo de competências. Nos cluters se agrupam as 80 competências de acordo com critérios estabelecidos no desenvolvimento do modelo; cada competência é agrupada com outras segundo sua natureza. • Nome e definição das competências: para conseguir o efetivo entendimento das competências é importante que tanto o nome como a definição da competência se realizem de maneira clara e precisa, de modo que possa ser compreensível para todo aquele que a leia. • Indicadores comportamentais: os indicadores comportamentais ou níveis de complexidade tornam as competências observáveis ou mensuráveis; estes ajudam a medir algumas das formas em que as competências podem ser demonstradas. Em certos modelos de competências, os indicadores comportamentais são genéricos, o qual permite sua aplicabilidade a diferentes funções dentro de uma família de cargos em particular. Também podem identificar-se indicadores comportamentais para postos específicos de trabalho. Este tipo de indicadores comportamentais permite desenvolver grupos de trabalho, já que são fáceis de transformar em instrumentos de avaliação, pelo que se pode obter informação sobre as necessidades de treinamento. • Exemplo de comportamento: ainda quando os indicadores comportamentais são um elemento dimensionador da competência, em muitos casos não são suficientes para explicar a mesma e consegue que esta seja singelamente compreensível. Quando isto sucede, isto é, quando um indicador comportamental não é suscetível de ser compreendido é necessário apelar à utilização de exemplos, traduzidos no possíveis condutas associadas a esse indicador comportamental. (WAGNER, 2002) Para uma maior explicação dos componentes de um modelo de competências a seguir se procede a dar um exemplo do mesmo na tabela abaixo. Cluters 81 Grupo de Competências: Lucro e Ação Competências Indicadores Comportamentais Iniciativa. Implica o fomento da criatividade, a capacidade para fazer propostas e criar as condições adequadas para que as mesmas possam levar-se a cabo. • Capacidade de atuar de forma antecipada aos demais, em fazer, dizer ou propor algo • Impulso para a inovação • Predisposição para empreender ações, melhorar os resultados ou criar oportunidades. Flexibilidade. Facilidade para adaptar-se às mudanças que sejam necessárias dentro da dinâmica organizacional • Capacidade de adotar processos de direção que induzam a mudanças, quando sejam necessários para pôr em prática a estratégia de mudanças da organização • Habilidade pata entender e ajustar-se às necessidades de mudança requeridas pela organização, pelo posto de trabalho e por uma mesmo Tabela - Componentes de um modelo de concorrências. Fonte: Elaboração própria 82 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS Uma verdadeira revolução se processa no interior das organizações que estão se modernizando, com a criação e a experimentação de novos modelos de gestão empresarial. A revisão critica do modelo taylorista, que vem imperando há duzentos anos, está na ordem do dia. Dogmas considerados inabaláveis, tais como hierarquia rígida, comando centralizado, distribuição controlada do poder e da autoridade, divisão do trabalho por especialização, individualismo e competitividade interna, estão fragilizados e incapazes de responder às necessidades de integração, de visão correta dos processos de trabalho, de relações internas mais abertas, de veiculação de informações em todos os níveis e direções. A evidência dessa dinâmica organizacional é tão forte que as empresas que ainda resistem com estruturas arcaicas são obrigadas a criar mecanismos que se sobrepõem a tais estruturas, com a criação de grupos de trabalho, comitês permanentes ou eventuais, excesso de reuniões, encontros formais de gerentes, numa demonstração clara de que as questões e soluções empresariais saem do domínio particular do dono da empresa, ou do especialista, ou de uma unidade da organização, para ser compartilhadas pelo grupo multifuncional e interdependente, permeando, portanto, toda a organização. Atualmente as empresas necessitam cada vez mais implantar o sistema de motivação, pois estão exigindo que seus colaboradores sejam capazes de executarem várias tarefas, isto é, que sejam polivalentes para que se alcance um objetivo comum. A globalização e o conseqüente aumento da concorrência de empresa com empresa, país com país, a privatização, a terceirização, a busca pela qualidade e a informatização são os "ventos" deste furacão que está mudando irreversivelmente a maneira de trabalho e de vida. Na base de todas as crises está a crise de valores humanos. Aquelas que estão firmes são jogados para fora do sistema e os que sobrevivem aos ventos são lançados uns contra os outros, em bolos de interação como 83 obrigação de estabelecer novas regras de jogos e novas formas de relacionar-se com outros e com a natureza. Aqueles que se preparam conscientemente para um futuro melhor só tem a ganhar. Se o futuro for melhor, eles estarão realmente preparados. Se for pior, estarão em melhores condições que aqueles que não se preparam. Então, como vamos fortalecer as organizações e os indivíduos? É necessário trabalhar de maneira mais profunda os alicerces da nossa visão de mundo. Não é possível teruma organização excelente, dinâmica, que busca resultados positivos se o comportamento se encontra perdido. Os melhores planos ficam no arquivo se não envolventes e inspiram cooperação do componente humano. A soma das mentes de todos é justamente o que produz o ambiente de trabalho, que pode ser produtivo ou não. E não é suficiente possuir apenas habilidade técnica e organizacionais. Habilidades em lidar e motivar os seres humanos com respeito, e administrar a vida interna é o novo desafio. Enfim, sensatez, visão, sensibilidade, cooperação, efetividade, respeito e auto- administração são os valores que tem de ser trabalhados dentro do indivíduo para que as empresas possam ser competitivas diante do atual cenário mundial. E é a competência humana o fator estratégico emergente para fazer funcionar com sucesso o empreendimento empresarial, à qual se submete e se subordina, inclusive, a tecnologia mais avançada, e por isso, cabe à empresa acompanhar o desenvolvimento de seus funcionários. A maneira bastante eficaz de operacionalizar este acompanhamento é fazendo uso do processo de Avaliação de Desempenho que, observados e obedecidos os detalhes já abordados anteriormente neste trabalho, terá resultado coerente as expectativas da empresa. 84 Bem implantado e com um bom acompanhamento, o processo de Avaliação de Desempenho oferece subsídios que, após analisados, servem de base à tomada de decisões que levam ao aprimoramento do desempenho dos funcionários, e isso é de suma importância para a sobrevivência da empresa. Concluímos que a motivação está diretamente relacionada com o desempenho dos colaboradores: quanto mais motivados melhor é o desempenho. 85 11. REFERÊNCIAS AGUIAR, Maria Aparecida Ferreira de. 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