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Centro Universitário Estácio de Sá do Ceará Centro de Ciências Jurídicas Prática Simulada de Recursos Professor: Marcel Moraes Mota Equipe: Helder Francisco da Silva - 201703286944 Ianara Barroso Rocha - 201808388623 Maria Suellen Sales Pires - 201901163741 Samuel Ciríaco Silva - 201607213397 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIRETO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CIDADE ________ DO ESTADO _______. Processo nº X MARIA, devidamente qualificada nos autos supracitado, que lhe move o Condomínio X, neste ato representada por seu advogado legalmente constituído, inconformada com a sentença proferida, vem, perante Vossa Excelência, interpor dentro do prazo legal RECURSO DE APELAÇÃO o que faz tempestivamente, com fulcro no artigo 1.010, inciso I, do Código Processual Civil. Requer assim, que após recebidas as razões anexas, ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado X, devendo ser processado o presente recurso e, por fim, provido. Nesses termos, Pede e Espera Deferimento. Estado, Cidade, 08 de setembro de 2021. Advogado (nome completo do advogado e sua assinatura) OAB/UF nº... (sigla do Estado da Federação e número da OAB do advogado) RAZÕES DE APELAÇÃO Apelante: MARIA Apelado: CONDOMÍNIO “X” Processo nº X Egrégio Tribunal de Justiça do Estado X. Colenda Câmara, Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. Juiz “a quo”, impõe-se a reforma de respeitável sentença que condenou o Apelante, pelas seguintes razões de fato e fundamentos a seguir: I – DOS FATOS Maria, que reside no Condomínio X, cria seu cachorro de porte pequeno e ainda por cima é um animal inofensivo, bem cuidado e silencioso. Mas, contraria a proibição expressa da convenção do condomínio, mesmo a apelante não tendo quaisquer problemas com a vizinhança. Situação em que não há fundamentos para que haja proibição da vivência do animal junto a sua tutora, em que o sossego e a boa ordem prevalecem em seu apartamento. É, pois, entendimento assentado em bases jurídicas afinadas com o princípio da razoabilidade e proporcionalidade que somente incômodo a presença de animais em condomínios. Se no caso o cão, por exemplo, late quando seu dono chega em casa, fazendo-lhe festa por sua chegada, esse comportamento não pode ser considerado um incômodo à vizinhança. Se, da mesma forma, alguém bate à porta do apartamento e o animal late, isso não pode ser considerado incômodo extraordinário. II – DO MÉRITO: Tendo em vista o que fora abordado, podemos então ter como embasamento também que já em algumas outras sentenças similares as partes autoras tiveram êxito em seus pedidos a justiça, tendo como base algumas jurisprudências que já abordam tal tema, já que atualmente o animal para o direito civil vem deixando de ser um objeto jurídico de bem, para um ser vivo de valores sentimentais para os seus donos. E, portanto, deve-se verificar que a sentença seja revertida, tendo em vista, que um animal inofensivo como do caso, não pode ser proibido de residir com seu dono, pois muitos deles, e no caso da apelante, é como um membro da família. Conforme o caso supracitado, o provimento favorável a cláusula proibitiva em relação ao apelado está em desconformidade com os entendimentos jurisprudenciais e as leis que regem a estrutura do condomínio, conforme expresso no artigo 1.335, inciso I do Código Civil, em que o condômino pode usar, fruir e livremente dispor das suas unidades. Tendo a sentença proferida pelo juiz “a quo”, caberá reforma da decisão judicial, conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal Justiça abaixo: Para Terceira Turma, convenção de condomínio não pode proibir genericamente a presença de animais. “A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a convenção de condomínio residencial não pode proibir de forma genérica a criação e a guarda de animais de qualquer espécie nas unidades autônomas quando o animal não apresentar risco à segurança, à higiene, à saúde e ao sossego dos demais moradores e dos frequentadores ocasionais do local. A decisão reformou acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e (TJDF) que havia entendido que as normas previstas na convenção e no regimento interno do condomínio incidem sobre todos os moradores, sendo que a proibição expressa da permanência de animais nas unidades autônomas se sobrepõe à vontade individual de cada condômino.” A convenção condominial extrapolou os limites previstos em lei da propriedade privada, uma vez que o condômino pode criar animais em sua unidade autônoma, desde que não viole os deveres previstos no artigo 1336, IV, do Código Civil, em que dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. Fato em que o cachorro da apelante nunca foi reclamado por perturbação de sossego e de má convivência com a vizinha, situação em que o condomínio apenas se opõe pelo simples fato de sua presença dentro da unidade. Com fulcro também no artigo 19, da lei nº4.591/64 em que cada condômino tem o direito de usar e fruir, com exclusividade, de sua unidade autônoma, segundo suas conveniências e interesses, condicionados, umas e outros às normas de boa vizinhança, e poderá usar as partes e coisas comuns de maneira a não causar dano ou incômodo aos demais condôminos ou moradores, nem obstáculo ou embaraço ao bom uso das mesmas partes por todos. Estando ciente, o magistrado, de que o animal não induz quaisquer malefícios para a boa convivência dos condôminos, requer assim a REFORMA DA DECISÃO JUDICIAL. IV – DOS PEDIDOS: a) Da NULIDADE processual em observância que o condomínio não poder proibir que o condômino de possui animais em sua unidade sem que ele venha a interferir no sossego dos vizinhos após o horário determinado. Querendo assim a nulidade com base nos artigos 278 e 280 do nosso Código Processual Civil. b) Do pagamento dos ônus sucumbenciais, conforme artigo 85, § 1º, do Código Processual Civil. Nesses termos, Pede e Espera Deferimento. Estado, Cidade, 08 de setembro de 2021. Advogado (nome completo do advogado e sua assinatura) OAB/UF nº... (sigla do Estado da Federação e número da OAB do advogado)
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