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DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS Conceitos importantes: - Cidadania: “Reivindicada como democracia, onde a soberania pertence ao conjunto de cidadãos que são todos os membros de uma sociedade. A cidadania está associada ao reconhecimento e respeito ao direito dos outros, sejam eles civis, econômicos, sociais ou políticos” - Direito: “Tido como um poder legítimo! É aquilo que é considerado essencial para cada ser humano viver dignamente e, portanto, deve ser assegurado a todos A todo direito adquirido lhe corresponde um dever jurídico. Melhorar a qualidade de existência individual e coletiva é a conquista da democracia = estatuto de cidadão para todos, ou seja, todos os seres humanos são iguais perante a lei, independentemente de classe, cor, sexo, ou religião.” De certo modo, esses direito que nos são concedidos podem ser afetados por valores e cultura/subjetividade de cada local. - Subjetividade: “Trata-se do modo próprio e específico de estar no mundo e em relação com as demais. É afetada pelos valores e cultura. Um dos efeitos de se tornar sujeito é o de ganhar a maior capacidade de intervir na realidade, de ser protagonista de mudanças sociais, coletivas ou individuais.” - Alteridade: “É o conceito de “outro” implicando tanto na noção de democracia, quanto n noção de cidadão. O outro é um indivíduo juridicamente circunscrito, composto por um conjunto de direitos e responsabilidades defendidos por lei. Impossível pensar o sujeito sem o outro.” Se refere ao reconhecimento do outro como sujeito co-presente no mundo de relações intersubjetivas. Em suma, nosso direito não pode interferir/impedir o direito do outro, não devendo haver conflitos de maioridades de um direito sobre o outro. Aspectos legais dessas garantias: - Direitos garantidos primeiramente na Constituição da República, Art. 196 dispõe sobre o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde; - Lei orgânica da saúde: lei 8080 que dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, organização e funcionamento dos serviços; As leis orgânicas pregam basicamente que é direito do cidadão a saúde e dever do Estado. - Lei 80142 que dispõe sobre as condições de participações da comunidade na gestão do SUS e sobre aa transferência intragovernamentais de recursos financeiros; - Política Nacional de Humanizaçõ da Atenção e da Gestão do SUS: necessidade de promover mudanças nas práticas de atenção e gestão que fortaleçam o protagonismo dos sujeitos e os direitos dos cidadãos. De modo que, essa política objetiva fazer com que s pessoas tenham noção dos seus direitos e deveres. ➙O SUS (Sistema Único de Saúde) é tido como uma das maiores conquistas do povo brasileiro pelo direito a saúde sendo uma construção contínua. O 1° direito de todos que fazem parte do processo de produção de saúde: dieito de opinar, de dizer o que pensa, de saber o que se passa, de interferir no uso de verbas da saúde, de propor mudanças na atenção à saúde e nos processos de gestão. ➙A Política Nacional de Humanizaçõ da Atenção e da Gestão do SUS foi a responsável por criar a Carta dos direitos dos usuários do SUS, carta essa que evidencia a cidadania e uma dimensão indisssociável para a produção de saúde. ➙Entretanto, a efetivação dos direitos dos usuários do SUS tem um grande desafio, que é justamente fazer com que tais direitos sejam respeitados e re-inventados no dia a dia do SUS, nas batalhas da população por ver respeitadas suas formas de viver, de cuidar da saúde, de opinar e interferir nas política públicas. De modo que, esse desfio parte de um enraizamento de ideias, sendo necessário uma mudança de pensamento e ideias para reverter tal situação e mudar o pensamento dos cidadãos futuros, a fim de garantir legitimamente o respeito desses direitos futuramente. Carta dos direitos dos usuários do SUS: Princípios Estratégia em saúde pública 2 1. Acesso ordenado e organizado ao SUS; 2. Tratamento adequado e efetivo para o seu problema; ➙ Princípio 1: Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado ao SUS; - Remoção segura garantida em caso de risco de vida ou lesão grave (atendimentos médicos de urgência SAMU); - Atendimento especializado por indicação clínica, considerando critérios de vulnerabilidade clínica e social; - Caso haja limitação na capacidade circunstancial de atendimento no serviço, fica o gestor local responsável pela pronta resolução das condições de acolhimento e encaminhamento do usuário para outro serviço do SUS e a priorização do acesso será baseado em critérios de vulnerabilidade clínica e social sem discriminação ou privilégio. ➙ Princípio 2: Todo cidadão tem direito ao atendimento adequado efetivo para o seu problema - Os profissionais da saúde devem ter presteza (ser prestativo), ter acesso e capacitação a tencnologia apropriada e contar com condições de trabalho adequadas; - Informação sobre o estado de saúde e apresentação de todas as possibilidades terapêuticas ao paciente, explicando-as de maneira clara, respeitosa e compreensível, uma vez que, cabe a ele escolher a melhor opção dentre as que lhe foram apresentadas; - Registro legível, claro e detalhado no prontuário dos dados clínicos do processo de atendimento/internação e responsáveis; - Receitas e prescrições legíveis com nome dos genéricos, posologias e dosagens dos medicamentos, sem códigos nem abreviações; - Continuidade da atenção domiciliar e em centros de reablitação, serviços de maior ou menor complexidade e treinamento para auto-cuidados ou cuidados da família; - Encaminhamento para outras unidades de saúde observando: resumo da história clinica, tratamento, evolução e motivo do encaminhamento; identificação de unidade de referência e referenciada; nome do profissional e n° de registro; - Discussão de casos clínicos em equipe multidisciplinar. ➙ Princípio 3: Todo cidadão tem direito ao atendimento qualificado, acolhedor e livre de discriminação, visando à equidade de tratamento e uma relação mais pessoal e saudável. - Identificação nominal, respeitosa e sem preconceitos – devendo reconhecer e respeitar o nome de preferência do indivíduo; - Os profissionais responsabilizados pela atenção devem sempre usar crachás de identificação; - Consultas, procedimentos e internações devem sempre apresentar segurança e respeito à integridade tanto física quanto moral, à privacidade e conforto do paciente, aos seus valores éticos, culturais e religiosos, além da confidencialidade da informação pessoal; - Se criança ou adolescente, em casos de internação, essas têm o direito da continuidade das atividades escolares e de recreação com um tutor; - Em casos de internação, se tem o direito de visita de um médico de sua referência, que não pertença à unidade de internação, sendo facultado a este profissional o acesso ao prontuário; opção pelo local de morte; 3. Atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação; 4. Atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos; 5. O cidadão também tem responsabilidades para que seu atendimento aconteça de forma adequada; 6. O cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores de saúde para que os princípios anteriores sejam cumpridos. DIRETRIZES DO HUMANIZA SUS: visita aberta e direito à acompanhante, clinica ampliada (qualidade de vida e ampliar a compreensão do que seja saúde. A clinica ampliada se amplia quando inclui s dimensões social, biológica e subjetiva e quando faz compondo com diferentes saberes). - Esse conceito de clínica ampliada, de modo geral, refere-se a resolução de um problema maior na sua raiz, não apenas resolvendo as consequências advindas deste. Por exemplo, a ocorrência de algumas doenças provocadas por falta de saneamento, não basta apenas o tratamento medicamentoso daquelesacometidos, mas sim o melhoramento do saneamento básico de determinado local para diminuir a incidências dessa problemática. - Direito a acompanhante de livre escolha, independente de idade, condição física ou sexo (parturiente, criança, adolescente, pessoas com deficiências, idosos). ➙ Princípio 4: Todo cidadão tem direito ao atendimento que respeite a sua pessoa e seus valores visando preservar sua cidadania durante o tratamento. - Sigilo e a confidencialidade de todas as informações pessoais, mesmo após a morte, salvo quando houver expressa autorização do usuário ou em caso de imposição legal, como situações de risco à saúde pública; - Acesso a qualquer momento, pelo paciente ou terceiro por ele autorizado, ao seu prontuário e aos dados nele registrados, bem como ter garantido o encaminhamento de cópia a outra unidade de saúde, em caso de transferência; - Recebimento de laudo médico quando solicitar; - Consentimento ou recusa de forma livre e voluntária, depois de adequada informação, a quaisquer procedimentos diagnósticos, preventivos ou terapêuticos, salvo se isto acarretar risco à saúde pública. O consentimento ou recusa dado anteriormente poderá ser revogado a qualquer instante, por decisão livre e esclarecida, sem que lhe sejam imputadas sanções morais, administrativas ou legais; -Não ser submetido a nenhum exame sem nenhum conhecimento e consentimento em locais de trabalho (para admissão ou periódicos), nos estabelecimentos prisionais e de ensino, públicos ou privados; - A indicação de um representante legal de sua livre escolha, a quem confiará a tomada de decisões pra eventualidade de tornar-se incapaz de exercer sua autonomia; - Ser previamente informado quando o tratamento proposto for experimental ou fizer parte de pesquisa, decidindo de forma livre sobre sua participação; - Ter liberdade de procurar segunda opinião de outro profissional ou serviço sobre seu estado de saúde ou procedimentos recomendados, em qualquer fase do tratamento; - Receber ou recusar assistência religiosa, psicológica ou social. ➙ Princípio 5: Todo cidadão tem responsabilidades. - Prestar informações apropriadas e corretas nos atendimentos, consultas e internações; - Manifestar compreensão sobre as informações/orientações recebidas e caso haja alguma dúvida, deve-se solicitar esclarecimento sobre elas; - Seguir o plano de tratamento recomendado pelo profissional e equipe de saúde responsável pelo seu cuidado, se compreendido e aceito, participando ativamente do projeto terapêutico para melhorar sua saúde; - Informar o profissional e a equipe sobre qualquer mudança inesperada de sua condição de saúde; - Contribuir para o bem-estar de todos que circulam no ambiente de saúde; - Ter sempre disponíveis para apresentação seus documentos e resultados de exames que permaneçam em seu poder; - Atentar para situações da sua vida cotidiana em que sua saúde ou comunidade a que pertence esteja em risco e as possibilidades de redução da vulnerabilidade ao adoecimento; - Comunicar aos serviços de saúde e/ou vigilância sanitária irregularidades relacionadas ao uso e oferta de produtos e serviços que afetam a saúde, em ambientes públicos e privados; ou fata destes. ➙ Princípio 6: Os gestores das três esferas do governo do SUS (municipal, estadual e federal), para a observância destes princícpios, se comprometem a: - Promover o respeito e cumprimento desses direitos e deveres com a adoção das medidas necessárias para sua efetivação; - Incentivar e implementar formas de participação dos trabalhadores e usuários nos órgãos de participação social do SUS; - Promover atualizações necessárias nos regimentos/estatutos dos serviços de saúde adequando-os a esta carta; DIRETRIZES DO HUMANIZA SUS: Acolhimento. Acolher é a atitude de inclusão do outro em sua singularidade. O acolhimento como diretriz de qualquer serviço que componha a rede se define por um contrato ético: respeito às necessidades e demandas dos usuários, resolutividade e compromisso. - Incentivar a criação de espaços coletivos para o compartilhamento de processos de planejamento, execução e avaliação da gestão e do cuidado; Diretrizes da política nacional de humanização (PNH) que norteiam a discussão dos direitos dos usuários do SUS: - Defesa dos direitos dos usuários do SUS; - Clínica ampliada; - Co-gestão e acolhimento.
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