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Conforme conceito analítico, crime é um fato típico, ilícito e culpável. O fato típico pressupõe a análise de um tipo objetivo e de um tipo subjetivo. Veri�cada em um caso concreto a presença de ação, resultado, nexo causal e tipicidade, bem como constatada a autoria ou a participação. O dolo é a vontade consciente de realizar os elementos objetivos do tipo penal. Pode-se dizer que o dolo é a regra no ordenamento jurídico, de modo que a modalidade culposa deve vir expressa no tipo penal. Serão analisadas a seguir as teorias, os elementos e as espécies de dolo. Teoriasdo dolo Ao longo do tempo, diversas teorias tentaram explicitar a de�nição de dolo, como as teorias da vontade, da representação ou do consentimento. São elas: Teoria da vontade Dolo é a vontade de praticar uma ação para causar determinado resultado. Dessa forma, não basta ter o resultado como provável ou possível, é necessário que ele tenha sido desejado pelo agente. Teoria da representação Para a con�guração do dolo, basta a previsão de um resultado como certo ou provável de ocorrer, isto é, representa a simples probabilidade de ofensa a um bem jurídico penalmente protegido. Trata-se, na verdade, de simples antecipação mental do resultado. Teoria do consentimento Con�gura-se o dolo quando há consentimento na ocorrência do delito ou, ainda, assunção do risco de produzir determinado resultado. Elementos do dolo O dolo é a consciência e a vontade de realizar a infração penal, ou seja, compõe-se de um elemento cognitivo, que é a consciência, e de um elemento volitivo, caracterizado pelo desejo em cometer o delito. Vamos analisar cada um deles a seguir: Elemento cognitivo ou intelectual – consciência Bitencourt (2020) a�rma que, para a con�guração do dolo, exige-se previsão ou representação daquilo que se pretende praticar. Tal previsão/representação signi�ca o conhecimento, pelo autor do delito, de todos os elementos que integram o tipo penal, bem como a consciência em realizá-los. É imprescindível que essa consciência seja atual, isto é, deve existir no momento da prática criminosa. Elemento volitivo – vontade A con�guração do dolo exige a vontade (o querer) de realizar a ação/omissão para atingir determinado resultado Bitencourt (2020) a�rma que essa vontade pressupõe a possibilidade de in�uir no curso causal Teoria Jurídica do Direito Penal Fato típico: crime doloso Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! resultado. Bitencourt (2020) a�rma que essa vontade pressupõe a possibilidade de in�uir no curso causal, uma vez que tudo o que estiver fora do âmbito de atuação concreta do agente pode ser desejado ou esperado, mas não signi�ca querer realizá-lo. Cumpre mencionar que ambos os elementos são cumulativos, sendo imprescindíveis para a con�guração do dolo. Assim, de nada adianta a presença da vontade sem a consciência da ação, ou a presença desta sem aquela. Espécies de dolo Bitencourt (2020) a�rma que a necessidade de diversas espécies de dolo decorre da necessidade de a vontade consciente abranger o objetivo do agente, o meio utilizado, o nexo de causalidade e o resultado. Assim, o dolo pode ser direto de 1º e 2º graus ou indireto (também chamado de dolo eventual). Atualmente, discute-se com grande veemência a generalização do dolo eventual em detrimento da culpa consciente, principalmente nos casos que envolvem crimes cometidos no trânsito. Destaca-se que a classi�cação do crime em dolo eventual ou culpa consciente traz sérias consequências para o réu. Isso porque, ao compreender a conduta como dolo eventual, o agente será submetido a julgamento perante o Tribunal do Júri, podendo ser aplicada a pena de 6 a 20 anos (art. 121 do CP), caso o homicídio seja simples. Fonte: Shutterstock. É importante destacar, como já a�rmado, que é necessária a análise do caso concreto para determinar a responsabilização a título de dolo eventual ou a culpa consciente, pois não é possível a existência de decisões preestabelecidas que desprezem as peculiaridades de cada caso. Nesta webaula você aprendeu as principais características do crime doloso.
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