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EMBRIOLOGIA – INTESTINO ANTERIOR II Com o dobramento cefálico o mesoderma cardiogênico e o septo transverso passam a se localizar na cavidade torácica. Relações do septo transverso e mesoderma cardiogênico com o endoderma geram sinais para diferenciação de estruturas (incluindo fígado e pâncreas). O endoderma é multipotente, ou seja, pode se desenvolver tanto em fígado tanto em pâncreas, o que vai definir a estrutura que será originada serão os sinais do mesoderma cardiogênico e do septo transverso. I. FÍGADO Por volta do 22° dia, um pequeno espessamento endodérmico, a placa hepática, se forma na face ventral do duodeno. Ao longo dos próximos dias, as células nesta placa proliferam e formam o divertículo hepático. O que ocorre é uma sinergia de BMP (secretado pelo septo transverso) e FGF (secretado pelo mesoderma cardiogênico), que irá tornar as células do endoderma competentes para gerar o divertículo hepático: · Primeiro, o BMP secretado leva a expressão de fatores transcricionais que ativam a competência dessas células endodérmicas para dar origem ao divertículo hepático (o BMP especifica o endoderma para que ele só passa dar origem ao divertículo hepático). · Depois, o FGF que promove a expressão de genes que sinalizam a diferenciação em divertículo hepático e inibe a diferenciação do pâncreas. O FGF faz a diferenciação final de hepatoblasto em hepatócito, uma vez que o endoderma já foi sinalizado com BMP. · Em síntese, o BMP contribui para a padronização do endoderma mediada por FGF promovendo o fenótipo hepático e reprimindo o fenótipo pancreático. Portanto, caso haja problemas no fechamento céfalo-caudal de modo que não haja interação do endoderma com o mesoderma cardiogênico o fígado não será formado. Quando o BMP age sobre os progenitores (células do endoderma), eles respondes expressando Gata4/6. Então as células que expressam Gata4/6 são Gata4/6 positivas (células do divertículo). Essas células mudam de forma de epitélio cuboide para epitélio pseudoestratificado (o que causa um espessamento nesse epitélio) – é essa mudança que caracteriza morfologicamente a formação do divertículo hepático. Obs: células do divertículo são hepatoblastos, que com a maturação se tornarão hepatócitos, canalículos biliares do fígado ou ductos hepáticos. O BMP aparece na competência e no período da morfogênese (promovendo a transição epitélio-mesênquima). A transição epitélio-mesênquima permite que a células invadam o septo transverso formando os sinusóides. II. PÂNCREAS O pâncreas surge inicialmente como 2 brotamentos, um que começa a crescer em direção ao mesentério dorsal (brotamento pancreático dorsal) e um que se projeta para dentro do mesentério ventral (brotamento pancreático ventral). Por volta do início da 6° semana, o brotamento ventral sofre um giro ascendente para colocar em posição adjacente ao brotamento dorsal. Ao final da 6° semana, os dois brotamentos pancreáticos se fundem para formar o pâncreas definitivo. Ocasionalmente, o pâncreas forma um anel completo circundando o duodeno, uma condição conhecida como pâncreas anular. Esta anormalidade provavelmente surge quando os dois lobos de um brotamento pancreático ventral bilobado (variação normal) migram em direções opostas em torno do duodeno e pode causar uma obstrução gastrointestinal (estenose duodenal). Na região dorsal temos a notocorda, que se apoia sobre o epitélio, e atua na diferenciação do divertículo dorsal. Para que as células endodérmicas dorsais se diferenciem em pâncreas, é necessário a exclusão de Shh (secretado pelo endoderma). E quem regula essa exclusão é a notocorda. Para a diferenciação do pâncreas ventral precisa ocorrer a exclusão de FGF e BMP secretado pelo septo transverso e mesoderma cardiogênico, então o pâncreas ventral se diferencia na região em que não há expressão desses morfógenos. A resposta a exclusão desses morfógenos é expressão de Pdx1, que definem o destino de divertículo pancreático nessas células. O Pdx1 é o marcador de destino pancreático, mas não define quem é endócrino ou exócrino, isso quem define são os níveis de Ngn3. Células Ngn3 positivas se diferenciam em células endócrinas. O Ngn3 para de ser expresso depois da diferenciação. Células que expressam Ptf6 se diferenciam em células exócrinas. · Células que expressam Ngn3 delaminam da região da parede do ducto e formam Ilhotas de Longerhans. Ngn3 low se tornam Ngn3 high e delaminam.
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