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21- S11P1P2- pré natal, alterações fisiológicas; metodos contraceptivos; gravidez na adolescencia, diagnostico da gravidez

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1 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
Sistemas orgânicos integrados 
OBJETIVOS: 
1. Entender as alterações fisiológicas da gestação 
2. Discutir sobre o pré-natal 
3. Compreender os principais métodos contraceptivos 
4. Aspectos de diagnóstico da gravidez 
5. Impacto da gravidez na adolescência 
Alterações fisiológicas da 
gestação 
De forma geral, todas as adaptações visam promover 
condições para um desenvolvimento fetal adequado e 
em completo equilíbrio com o organismo materno. No 
entanto, algumas modificações podem agravar 
entidades mórbidas preexistentes ou produzir sintomas 
que, mesmo fisiológicos, são incômodos. 
Modificações cutâneas 
 
Estrias gravídicas ou víbices 
São alterações atróficas que traduzem o estiramento das 
fibras colágenas. Em outras palavras, seu aparecimento 
está condicionado à diminuição da hidratação e ao 
estiramento da pele. Incidem mais frequentemente em 
áreas predispostas a estes fatores, como o abdome, as 
mamas, as nádegas e as coxas. 
 
Quando ocorrem na gestação, costumam ser 
avermelhadas. Após o parto, são geralmente 
brancacentas. 
Em multíparas, além das estrias de uma gravidez atual, 
podem ser encontradas linhas de tonalidade prata, 
brilhantes, que representam cicatrizes de estrias de 
gestações anteriores. 
Alterações vasculares cutâneas 
Resultam de uma vasodilatação imposta pelo padrão 
hormonal da gestação, sobretudo pelo aumento do 
estrogênio. 
Eritema palmar 
Surge em toda a superfície palmar. 
Se apresenta com vermelhidão difusa, que é mais 
pronunciada sobre as eminências tênares e hipotênares, 
que pioram com a evolução da gravidez. É encontrado 
em até 70% das mulheres, independentemente da raça. 
Na maioria dos casos, desaparece após a gravidez. 
Telangiectasias ou angiomas ou aranhas vasculares 
São diminutos vasos que se ramificam de um corpo 
central. 
Aparecem como pequenas elevações vermelhas na pele, 
principalmente na face, pescoço, parte superior do tórax 
e nos braços. Surgem em 60% das mulheres brancas e 
em 10% das afro-americanas durante a gestação. De 
forma análoga ao eritema palmar, na maioria dos casos 
desaparece após a gravidez. 
Alterações pigmentares 
O perfil hormonal da gestação desencadeia um aumento 
na produção de estrogênio e progesterona. 
Este aumento acarreta uma hipertrofia do lobo 
intermediário da hipófise, que é responsável pelo 
metabolismo da pró-opiomelanocorticotrofina em 
betaendorfina e alfamelanotropina. 
A hipertrofia deste local resulta na liberação da 
alfamelanotropina, que exerce uma ação estimulante 
sobre os melanócitos. É importante destacar que as 
alterações pigmentares aumentam de acordo com a 
exposição solar. 
Problema S11P1 + P2 
 
 
2 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
Linha nigrans 
Corresponde à pigmentação de cor preto-acastanhada 
na linha média do abdome resultante da ação 
estimulante sobre os melanócitos. 
Cloasma ou Melasma gravídico 
Define as manchas acastanhadas da face consequentes 
do estímulo dos melanócitos. Embora esta alteração seja 
típica da gestação, ela não é exclusiva dela. 
Hipersecreção das glândulas sebáceas 
O aumento da secreção das glândulas sebáceas resulta 
de um incremento da ação progestagênica. A pele da 
grávida torna-se, então, mais oleosa, o que predispõe à 
queda capilar e ao aparecimento de acne. 
 
Postura e marcha 
O peso adicional da gravidez (útero, feto e anexos) 
desestabiliza o equilíbrio materno ao colocar seu centro 
de gravidade para frente. Para corrigir o seu eixo 
corporal, a gestante assume atitude involuntária de 
lordose lombar posiciona seu tórax para trás e volta a 
coincidir seu centro de gravidade com o eixo de seu 
corpo. 
A grávida amplia a sua base de sustentação também de 
forma compensatória, afastando discretamente um pé 
do outro. Esta postura modifica a sua marcha. O andar 
oscilante, com passos curtos e lentos, base de 
sustentação alargada e um maior ângulo dos pés com a 
linha média descreve a marcha típica da gestante 
denominada anserina. 
 
Ao final do período gestacional, o desconforto postural 
se acentua. Pode surgir dor na região cervical, causada 
pela flexão mantida do pescoço. Eventualmente, os 
nervos ulnar e mediano podem sofrer pequenas trações 
ocasionadas por um deslocamento posterior da cintura 
escapular, que produz desconforto e dormência nos 
membros superiores. 
Sistema articular 
A embebição gravídica promove relaxamento dos 
ligamentos do sistema articular. Esta frouxidão acomete 
todas as articulações do organismo materno. No 
entanto, nota-se maior mobilidade das articulações 
sacroilíacas, sacrococcígeas e do pube. A frouxidão da 
articulação da sínfise púbica favorece a sua abertura em 
até 12 mm. Esta disjunção fisiológica da sínfise retorna 
ao normal após três a cinco meses de pós-parto. 
O estrogênio aumenta a vascularização e a hidratação do 
tecido conectivo dos ligamentos articulares. Por outro 
lado, a progesterona e a relaxina diminuem o tônus da 
musculatura responsável pela estabilização dessas 
articulações. 
Modificações nas mamas e no 
aparelho genital 
 
Mastalgia 
A mastalgia é um dos primeiros sinais clínicos de 
gestação. Em torno da 5ª semana de gestação, tem início 
um processo de congestão das mamas que as torna 
doloridas, túrgidas e com aumento de volume. 
Este aumento decorre da hiperplasia de elementos 
glandulares com proliferação dos canais galactóforos e 
ramificação dos ductos mamários. 
Tubérculos de montgomery 
No 2° trimestre da gestação, a progesterona, os 
estrogênios e a prolactina acarretam a expansão dos 
alvéolos, a partir da árvore ductal. Na 8ª semana de 
gestação, as aréolas primárias tornam-se mais 
pigmentadas e, nelas, surgem projeções secundárias 
 
3 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
representadas por glândulas mamárias acessórias e 
glândulas sebáceas hipertrofiadas denominadas de 
tubérculos de Montgomery. 
 
Rede de haller 
Com 16 semanas é possível a extração de colostro e se 
verifica um aumento da vascularização venosa designada 
de rede de Haller. 
Sinal de hunter 
Na 20ª semana de gestação, há um aumento da 
pigmentação dos mamilos, que torna seus limites 
imprecisos e forma a aréola secundária. Este achado 
define o sinal de Hunter. (caçador) 
Estrias gravídicas 
O crescimento exagerado das mamas promove o 
aparecimento de estrias que resultam, provavelmente, 
da hiperdistensão da pele e do estiramento das fibras de 
colágeno. 
Preparo da mama para lactação 
Na gestação, há um aumento no número de ductos 
intralobulares, lóbulos e alvéolos, sob efeito do 
estrogênio, progesterona, hormônios placentários, 
hormônio lactogênio placentário (hPL), prolactina, 
gonadotrofina coriônica, cortisol e insulina. A ação 
destes hormônios também contribui para a conversão 
das células alveolares terminais inativas em secretoras 
de leite. 
Durante a evolução da gestação, há um aumento 
progressivo da secreção de prolactina. O estrogênio e a 
progesterona promovem um aumento dos receptores da 
prolactina, mas a progesterona diminui a ligação dela 
com o seu receptor. Por esse motivo, não ocorre 
produção láctea antes do término da gestação. 
Com o final da gestação, cessa o estímulo hormonal 
placentário e ocorre um predomínio dos efeitos da 
prolactina. Esta induz a diferenciação das células pré-
secretórias em secretórias. Com essa ação, é estimulada 
a produção das proteínas lácteas. Os efeitos da 
prolactina são dependentes da presença de cortisol, GH, 
insulina e tiroxina. 
Aproximadamente três dias após o parto, ocorre a 
depuração do estrogênio e da progesterona, que 
possibilita a secreção láctea (apojadura). Durante a 
sucção do mamilo, ocorre um incremento agudo da 
prolactina. O esvaziamento dos ductos acarreta uma 
percepção da diminuição da pressão local, que culmina 
com um aumento maior dos níveis de prolactina. 
A sucção do complexo areolopapilar pelorecém-nascido 
é complementada por uma ejeção ativa. O estímulo tátil 
ativa os nervos sensoriais locais e é conduzido pelas 
raízes dorsais da medula espinhal, pelos tratos 
espinotalâmicos, para o mesencéfalo e, finalmente, para 
o hipotálamo. O estímulo do núcleo paraventricular no 
hipotálamo conduz à liberação de ocitocina. 
A ocitocina atua nas células mioepiteliais que se 
contraem e ejetam o leite dos alvéolos. 
Útero 
 
Ao término da gravidez, a capacidade volumétrica 
uterina pode estar aumentada em cerca de 500 a 1.000 
vezes. Cabe aqui destacar que, nos primeiros meses de 
gestação, a parede uterina torna-se mais espessa. No 
entanto, com a evolução da gravidez, a parede uterina 
sofre um afinamento progressivo. Na gestação a termo, 
a espessura pode chegar a 1,5 cm. 
O estímulo para o crescimento uterino fundamenta-se 
principalmente na ação do estrogênio, com uma 
participação menor da progesterona. O crescimento 
uterino, que não é simétrico, é mais percebido na região 
fúndica do órgão e nas imediações do sítio placentário. 
Vale lembrar que o aumento uterino promove uma 
discreta rotação de seu eixo para a direita. 
Na ausência de gestação, o útero é um órgão pélvico. O 
aumento no diâmetro anteroposterior do útero começa 
nas primeiras semanas da gravidez e confere 
inicialmente um formato piriforme. Pouco tempo depois, 
o corpo uterino assume uma forma globosa. Na 12a 
semana de gestação, o útero gravídico é palpável logo 
 
4 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
acima da sínfise púbica no abdome materno. Na 16a 
semana, ele se encontra no meio do caminho entre a 
sínfise púbica e a cicatriz umbilical. Na 20ª semana, o 
útero atinge a cicatriz umbilical e, em torno da 40ª 
semana, tangencia o apêndice xifoide. 
Pré-natal 
A assistência pré-natal consiste no conjunto de medidas 
e protocolos de conduta que tem por objetivo assegurar, 
no fim da gestação, o nascimento de uma criança 
saudável e a garantia do bem-estar materno e neonatal. 
Por se tratar de evento fisiológico, cerca de 90% das 
gestações evoluem sem maiores complicações, sendo 
consideradas de baixo risco. 
Podem-se resumir os objetivos do pré-natal nas 
seguintes ações: 
• Diagnosticar ou confirmar a gravidez, quando 
ainda existem dúvidas; 
• Diagnosticar doenças maternas preexistentes, 
tratando-as de forma a reduzir seu impacto nos 
resultados obstétricos; 
• Aconselhar, educar e apoiar a gestante e seus 
familiares, quanto aos eventos relacionados à 
gravidez e à importância do acompanhamento 
pré-natal; 
• Identificar e minimizar os pequenos distúrbios 
da gravidez; 
• Identificar e tratar precocemente 
intercorrências gestacionais, encaminhando os 
casos considerados de alto risco para centros 
especializados. 
O início do pré-natal deve ser o mais precoce possível, 
preferencialmente nos primeiros 120 dias de gestação, 
de forma a permitir a identificação e tratamento de 
intercorrências prévias à gestação e detectar a 
necessidade de acompanhamento especializado. 
Idealmente, a realização de consulta pré-concepcional 
poderia fornecer informações a respeito de doenças 
prévias passíveis de tratamento, minimizando os riscos 
gestacionais. 
Quantas consultas no mínimo devem ser 
realizadas? 
Recomenda-se que sejam realizadas pelo menos seis 
consultas de pré-natal ao longo da gestação, distribuídas 
da seguinte forma: 
• Uma consulta no 1º trimestre; 
• Duas consultas no 2º trimestre; 
• 3 consultas no 3º trimestre da gestação. 
O último Manual de Pré-Natal do Ministério da Saúde 
(2012) recomenda que, sempre que possível, as 
consultas sejam realizadas conforme o seguinte 
cronograma: 
• Até 28ª semana – mensalmente; 
• Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; 
• Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente. 
Pré natal de baixo risco; pode haver mudanças 
Exames 
• Hemograma (1ª consulta, 3º trimestre) 
• Tipagem sanguínea e fator RH 
• Coombs indireto (28, 32,36 e 40 semanas) para 
pacientes Rh negativo 
• Glicemia de jejum (1ª consulta, 3º trimestre) 
• TOTG 75 g (24 e 28 semanas) 
• Urocultura e EAS (1ª consulta, 3º trimestre) 
• Teste rápido sífilis e/ou VDRL/RPP (1ª consulta), 
VDRL no 3º trimestre 
• Anti- HIV (1ª consulta, 3º trimestre) 
• Sorologia para toxoplasmose IgM e IgG (a cada 
2-3 meses em pacientes suscetíveis) 
• HbsAg (1ª consulta, 3º trimestre) 
O que não pedir? 
Sorologia para rubéola, citomegalovírus. 
Exame físico: 
• Manobras de Leopold; 
• Medida do fundo uterino 
Nutrição: 
Ferro: 
Hemoglobina > 11 g/dl 
• 200mg de sulfato ferroso/dia a partir da 20ª sem 
(40mg Fe elementar) 
 
5 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
Hemoglobina entre 8 e 11 g/dl 
• 120 a 240 mg de Fe elementar/dia 
• Nova dosagem de Hb em 30-60 dias 
Hemoglobina <8mg 
• Encaminhamento para o pré-natal de alto risco 
Ácido fólico 
3 meses antes de engravidar 
Deficiência associada a defeitos de fechamento do tubo 
neural 
• Espinha bífida 
• Anencefalia 
• Ancefalocele 
População de baixo risco 
0,4mg/dia três meses antes da concepção 
População de alto risco 
4mg/dia três meses antes da concepção 
Vacinação 
Recomendadas pelo MS 
Tétano (dT) 
• Completar o esquema 
• Reforço quando >5 anos 
Influenza/ H1N1 
• Sazonal. 
• Em qualquer trimestre 
Hepatite B 
Prevenção da transmissão vertical. Após 19 trimestre 
Coqueluche (dtpa) 
Reduzir a doença nos recém-nascidos 
Recomendada a partir da 20ª semana e no puerpério 
caso não tenha sido vacinada. 
Administrar a cada gestação 
• Dt completo, duas doses ou reforço: Uma dose 
de dTpa 
• Uma dose de dT: uma dose de dT, uma dose de 
dTpa 
• Gestantes não vacinadas para dT: duas doses de 
dt, uma dose de dTpa 
Vacinas permitidas: raiva, meningite, hepatite A 
Sinais de alarme na gestante que devemos se atentar: 
• PA >140 – 90 
• Fortes dores de cabeça, visão embaralhada ou 
enxergando estrelinhas 
• ITU em gestantes deve tratar em qualquer situação; 
• Corrimento vaginal escuro 
• Inchaço nos pés, pernas e no rosto, principalmente 
ao acordar; 
Métodos contraceptivos 
Método definitivo: 
Feminino: 
Ligadura: Nessa cirurgia, as duas trompas podem ser 
cortadas e amarradas, cauterizadas, ou fechadas com 
grampos ou anéis. A ligadura de trompas age impedindo 
que os espermatozóides se encontrem com o óvulo. 
Pode ser realizada por diferentes técnicas cirúrgicas. É 
necessário usar anestesia, que pode ser geral ou local, e 
a mulher pode ficar internada, de algumas horas até um 
ou dois dias. 
A ligadura de trompas, mesmo sendo uma operação 
simples, tem riscos e pode apresentar problemas como 
qualquer outra cirurgia. 
A Lei do Planejamento Familiar só permite realizar a 
ligadura de trompas e a vasectomia voluntárias nas 
seguintes condições: 
1. Em homens e mulheres com capacidade civil plena e 
maiores de 21 anos de idade, ou pelo menos com dois 
filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 
dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico. 
2. Nos casos em que há risco de vida para mulher ou 
riscos para a saúde da mulher ou do futuro bebê. 
A Lei proíbe a realização da ligadura de trompas durante 
o período de parto ou aborto, exceto nos casos de 
comprovada necessidade. Esses momentos não são os 
mais adequados para a realização dessa cirurgia. 
A ligadura de trompas não diminui o prazer sexual da 
mulher 
 
6 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
 
Masculino: 
Vasectomia: É uma cirurgia simples, segura e rápida, que 
se faz em homens que não desejam mais ter filhos. É um 
método anticoncepcional considerado permanente ou 
irreversível, porque, depois de feita a cirurgia, é muito 
difícil recuperar a capacidade de ter filhos. 
Nessa cirurgia, os canais deferentes são cortados e 
amarrados, cauterizados, ou fechados com grampos. É 
uma cirurgia simples, que pode ser feita em 
ambulatório, com anestesia local e o homem não precisa 
ficar internado. A vasectomiaage impedindo que os 
espermatozoides se encontrem com o óvulo. 
 
 
 
Diagnóstico da gravidez 
Para fins didáticos o diagnóstico da gestação será 
dividido em: 
• Diagnóstico laboratorial (hormonal) 
• Diagnóstico clínico 
• Diagnóstico ultrassonográfico 
Diagnóstico laboratorial: 
Cerca de uma semana após a fertilização, o trofoblasto, 
implantado no endométrio, começa a produzir hCG em 
quantidades crescentes que podem ser encontradas no 
plasma ou na urina materna. 
O hormônio chama hCG. 
Coleta de sangue; 
O hCG começa a ser produzido de 6 a 8 dias após a 
fecundação; 
Conforme o embrião e a placenta vão se desenvolvendo, 
o nível de hCG, vai aumentando. 
Nas primeiras semanas de gestação, os níveis de hCG 
dobram a cada 2 ou 3 dias, podendo chegar até mais de 
250.000 mIU/ml por volta da décima semana, momento 
em que os níveis atingem o seu valor máximo. 
O beta-hCG pode ser detectado no sangue periférico da 
mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção e os 
níveis plasmáticos aumentam rapidamente, até atingir 
um pico entre 60 e 90 dias de gravidez. A maioria dos 
testes tem sensibilidade para detecção de gravidez entre 
25 a 30 mUI/ml, enquanto resultados falso-positivos 
ocorrem na faixa entre 2 a 25 mUI/ml. Do ponto de vista 
prático, níveis menores que 5 mUI/ml são considerados 
negativos, ou seja, descarta a gravidez e acima de 25 
mUI/ml são considerados positivos, gravidez em curso. 
Valores entre 5 e 25 mIU/ml são indefinidos e podem 
significar gravidez muito recente, quando ainda não 
houve tempo do hormônio ser suficientemente 
produzido para ser detectado no sangue. Nestes casos, 
deve-se repetir o teste após três a cinco dias. 
Níveis de beta-hCG acima de 1.000 mUI/ml asseguram a 
presença de gestação em 95% dos casos, enquanto 
elevações acentuadas podem estar relacionadas à 
 
7 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
gestação múltipla ou à neoplasia trofoblástica 
gestacional. 
Por outro lado, a elevação inferior ao esperado ou a 
diminuição dos valores quantitativos de beta-hCG no 
início da gestação levantam a suspeita de gravidez 
anormal, como, por exemplo, gestação ectópica ou 
abortamento. 
Alguns fatores podem alterar os testes imunológicos de 
gravidez. Resultados falso-positivos podem ser 
consequência do uso de psicotrópicos (fenotiazidas, 
antidepressivos, anticonvulsivantes e hipnóticos), 
anticoncepcionais orais (mediante surtos de escape de 
LH), hipotireoidismo (pois a subunidade alfa do TSH é 
homóloga à subunidade alfa do hCG), reações cruzadas 
com anticorpos (principalmente anti-imunoglobulina 
animal), fator reumatoide, anticorpos heterófilos, 
proteínas ligantes e aumento do LH hipofisário (reação 
cruzada com o LH em concentração bem mais elevada 
no climatério, castração) e neoplasias produtoras de 
hCG. 
Diagnóstico clínico da gestação: 
Se o atraso menstrual for superior a 12 semanas, o 
diagnóstico de gravidez poderá ser realizado pelo exame 
clínico e torna-se desnecessária a solicitação de exame 
laboratorial. O diagnóstico da gravidez, portanto, pode 
ser efetuado em 90% das pacientes por intermédio dos 
sinais clínicos, dos sintomas e do exame físico em 
gestações mais avançadas. 
Assim, o diagnóstico clínico se baseia na observação de 
sinais e sintomas identificados na anamnese, na 
inspeção, na palpação, no toque vaginal e na ausculta. 
Sintomas iniciais: 
• Náuseas: aparece entre a 6ª e a 14ª semana de 
gestação; período pela manhã; 
• Vômitos; 
• Sialorreia; 
• Aumento da sensibilidade álgica mamária; 
• Polaciúria; 
• Nictúria; 
• Distensão abdominal e constipação intestinal: 
Resultam de um aumento da progesterona, que 
reduz a motilidade intestinal. A constipação 
pode ser agravada pelo uso de vitaminas e/ou 
complementos que contêm ferro. 
• Tonteiras; 
• Sonolência; 
• Fadiga; 
• Desejos alimentares; 
• Perversão do apetite (PICA); 
• Labilidade emocional; 
• Dor hipogástrica do tipo cólicas; 
• Aversão a odores; 
• Pirose; 
• Alterações das acuidades auditiva e visual. 
Alguns desses sintomas são atribuídos às alterações 
hormonais da gravidez. 
Sinais: 
Atraso menstrual: difícil de avaliação 
Alterações cutâneas: estrias, cloasma gravídico (manchas 
na pele), linha nigra e o sinal de Halban 
Alterações mamárias: Em torno da quinta semana de 
gestação, tem início um processo de congestão das 
mamas que as torna doloridas. Na oitava semana, as 
aréolas primárias tornam-se mais pigmentadas e nelas 
surgem projeções secundárias, em número de 12 a 15, 
representadas por glândulas mamárias acessórias e 
glândulas sebáceas hipertrofiadas denominadas de 
tubérculos de Montgomery. Com 16 semanas, é possível 
a extração de colostro e se verifica um aumento da 
vascularização venosa designada de rede de Haller. Por 
fim, na 20a semana de gestação, há um aumento da 
pigmentação dos mamilos, que torna seus limites 
imprecisos. Este achado define o sinal de Hunter. 
Sinal de osiander: Consiste na percepção do pulso da 
artéria vaginal ao toque vaginal. É um achado típico do 
útero que se encontra em crescimento rápido. 
Sinal de hozapfel: Devido à congestão, o peritônio torna-
se rugoso, facilitando a preensão uterina. 
Ausculta dos batimentos cardiofetais: podem ser 
identificados pelo estetoscópio de Pinard em grávidas 
não obesas em torno de 18 a 20 semanas de gestação. 
Outra técnica disponível para a ausculta consiste no 
emprego do sonar Doppler, que detecta batimentos 
cardíacos fetais a partir de dez a 12 semanas de 
gestação. 
 
8 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
 
Ausculta dos Batimentos Cardiofetais 
• PINARD → 20 semanas 
• SONAR → 10 semanas 
 
Sintomas de presunção 
Sinais pela mãe/ alterações da mama/ alterações 
sistêmicas 
• Náuseas e vômitos (no primeiro trimestre e 
tipicamente durante a manhã com alívio ao 
longo do dia). 
• Alterações mamárias (aumento do volume e 
aumento da sensibilidade nas mamas). 
• Alterações urinárias; 
• Percepção de movimentos fetais pela paciente. 
• Mudanças no apetite (desejos alimentares) 
• Fadiga, tontura, sialorreia, distensão abdominal 
e constipação, dispneia, congestão nasal, 
cãibras, lombalgia. 
• Amenorreia (atraso menstrual de 10-14 dias). 
• Alterações mamárias (congestão e mastalgia, 
pigmentação das aréolas e surgimento dos 
tubérculos de Montgomery, aparecimento de 
colostro, rede venosa visível). 
• Alterações na vulva e na vagina (sinal de 
Chadwick – coloração violácea vaginal, cervical e 
vulvar). 
• Alterações no muco cervical (maior quantidade 
de muco e ausência de cristalização com padrão 
arboriforme). 
• Alterações cutâneas (estrias, hiperpigmentação 
da face – cloasma e linha nigra). 
Sinais de probabilidade 
Útero, vagina e vulva 
• Alterações em forma e consistência do útero – 
sinal de Hegar (flexão do corpo sobre o colo 
uterino no toque bimanual) e sinal de Nobile-
Budin (preenchimento do fundo de saco vaginal 
pelo útero percebido ao toque vaginal). Sinal de 
Piskacek (“útero de lado”, assimétrico) 
• Consistência cervical amolecida. 
• Aumento do volume abdominal. 
Sinais de certeza 
Ouvir ou sentir gestação 
• Ausculta de BCF (pela US transvaginal a partir da 
6ª/7ª semana; pelo sonar Doppler a partir da 
10ª semana de gestação; e pelo estetoscópio de 
Pinard a partir da 18ª/20ª semana). 
• Sinal de Puzos (rechaço fetal intrauterino). Após 
14ª semana 
• Percepção de movimentos e partes fetais pelo 
examinador (a partir de 18/20 semanas). 
 
9 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
Teste de farmácia 
Esses testes consistem em uma fita reativa que detecta a 
presença do BhCG na urina. Basta a mulher urinar em 
uma das fitas e esperar para ver se há reação ou não. 
Como as concentrações de beta hCG na urina são 
menores que no sangue, os testes de gravidez de 
farmácia demoram um pouco mais para ficarem 
positivos. Enquanto o beta hCG sanguíneo pode estar 
positivo antes mesmodo primeiro dia de atraso 
menstrual, os testes com beta hCG urinário são 
melhores quando feitos após a menstruação já ter 
atrasado pelo menos 1 dia. 
Ultrassonografia 
Em gestações que já tenham algumas semanas, o 
diagnóstico pode ser feito através da ultrassonografia. 
Conseguimos identificar o saco gestacional (estrutura 
que abriga o embrião), que é o primeiro sinal de gravidez 
detectável ao ultrassom, a partir da 5ª semana de 
gravidez através da ultrassonografia transvaginal ou a 
partir da 7ª semana através da ultrassonografia 
abdominal. 
Exame físico 
Com doze semanas o útero começa a ficar palpável e 
após 20 semanas já podemos identificar os batimentos 
cardíacos do feto com o estetoscópio, assim como 
perceber seus movimentos através da palpação 
abdominal. 
De qualquer forma, mesmo que a gravidez seja evidente 
durante o exame físico, o diagnóstico definitivo deve ser 
feito com ultrassonografia ou através do BhCG 
sanguíneo. 
Sinais físicos: 
Atraso menstrual; 
Náuseas e vômitos; 
Sensibilidade e aumento das mamas; 
Aumento da frequência urinária. 
Impactos da gravidez na 
adolescência 
A gravidez é um acontecimento marcante na vida das 
famílias e, em particular, da mulher. Quando ela ocorre 
ainda na adolescência, pode resultar em maior nível de 
vulnerabilidade ou riscos sociais para as mães e também 
para os filhos, particularmente, os recém-nascidos, pois, 
nesta etapa, a criança é particularmente vulnerável e 
dependente de cuidados dos adultos. 
A adolescência, por si só, constitui fase de 
autoafirmação, de transformações físicas, psicológicas e 
sociais. Nesse tocante, uma gravidez acarreta, para a 
adolescente e futura mãe, além das transformações 
físicas e emocionais inerentes à gravidez, a 
responsabilidade por outra vida, o que requer 
maturidade biológica, psicológica e socioeconômica para 
prover suas próprias necessidades e as do filho/a. 
Em muitos casos, o pai também é um adolescente. Disso 
decorre a dependência de ambos da família e a ausência 
de preparo, afetiva e economicamente, para a 
maternagem e paternagem. Nesses casos, tanto a 
maternidade quanto a paternidade podem ter 
consequências desafiadoras para os adolescentes e para 
a criança que vai nascer. Torna-se, portanto, 
indispensável abrir um espaço preventivo e de cuidado 
para todos os envolvidos. 
Aumenta o número de adolescentes fora da escola, 
morando sozinhos, problemas sociais, psicológicos e 
vários outros.

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