Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA EM SAÚDE CURSO DE NUTRIÇÃO MARIANA NAYAH GAMA DE SOUZA MATÉRIAS JORNALÍSTICAS RELACIONADAS À SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL VITÓRIA - ES 2022 MARIANA NAYAH GAMA DE SOUZA MATÉRIAS JORNALÍSTICAS RELACIONADAS À SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL Trabalho acadêmico apresentado ao curso de Nutrição da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial à obtenção da nota da disciplina de Segurança alimentar e Nutricional. Orientador: Prof. Dr. Alcemi Almeida de Barros. VITÓRIA - ES 2022 SUMÁRIO 1 – RESUMOS DAS MATÉRIAS JORNALÍSTICAS 4 1.1 – Primeira matéria 4 1.2 – Segunda matéria 5 2 – FATORES QUE CONTRIBUEM OU INTERFEREM NA SEGURANÇA ALIMENTAR 5 2.1 – Primeira matéria 5 2.2 – Segunda matéria 6 3 – PARTICIPAÇÃO SOCIAL E DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR 6 3.1 – Primeira matéria 6 3.2 – Segunda matéria 7 REFERÊNCIAS 8 1 – RESUMOS DAS MATÉRIAS JORNALÍSTICAS 1.1 – Primeira matéria Segundo a matéria escrita por Mariana Alvim da BBC News Brasil em São Paulo, situações em que o universitário precisa racionar comida e conciliar o trabalho e os estudos estão surgindo cada vez mais. Em uma entrevista à uma universitária de 29 anos residente em Porto Alegre feita pela autora da matéria, a entrevistada relata ter que conciliar seus estudos com bicos de entregadora desde que começou a morar sozinha. Pesquisas feitas na área da saúde sugerem que devido a piora em indicadores econômicos, cortes de orçamento das universidades e a chegada da pandemia agravou ainda mais o problema de insegurança alimentar, já que trouxe como consequência o fechamento dos restaurantes universitários (RU), mesmo não havendo dados nacionais ou de diferentes anos que possam provar o aumento desse problema alimentar destes estudantes brasileiros. Dados de um artigo científico publicado em março de 2021 mostraram que 84,5% dos 84 estudantes entrevistados que residem no Conjunto Residencial da USP tinham algum nível de insegurança alimentar. Estes universitários fazem parte da grande parcela da população brasileira que possui alguma situação de insegurança alimentar. Segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar, haviam cerca de 116,8 milhões de pessoas nessa situação em 2020 e, de acordo com a pesquisa, essa parcela da população cresceu bastante nos últimos dois anos. Franciele, a universitária entrevistada no início da matéria, contou à autora que, quando foi entrevistada, a única proteína presente em sua casa naquela semana era ovo e que mesmo assim ainda estava racionando. De acordo com a entrevistada, mesmo com a bolsa alimentação de 300 reais mensais e a de 400 reais do auxílio moradia, ambas fornecidas pela universidade, ainda não é suficiente para se manter tendo aluguel e outras despesas para pagar, isso devido sua rotina de estudos. Juliana, uma jovem universitária de 21 anos que também foi entrevistada pela BBC News Brasil, diz que, para conter a fome devido às refeições puladas, a solução que encontrou tem sido dormir, mesmo que por auxílio de remédios para isso. A jovem conta que durante sua trajetória na Universidade Federal de Juiz de Fora, não conseguiu se concentrar em suas atividades por causa de indisposição e cansaço causada pela falta de alimentos em seu organismo, ela conta também que por esse mesmo motivo tem dores de cabeça e na barriga além de desmaiar por ficar sem comer. Além disso, ela conta que, quando não há nada para comer, recorre a remédios para dormir, pois assim não sente fome. A pesquisa intitulada College and University Basic Needs Insecurity, realizada pelo Hoper Center e publicada em 2019, entrevistou 86 mil estudantes de 123 universidades diferentes. Deste total, 45% foram considerados como sofrendo da falta de segurança alimentar nos 30 dias anteriores. 1.2 – Segunda matéria Um estudo realizado pela nutricionista Vanessa Montera mostrou que de quatro em cada cinco dos quase 9,9 mil alimentos analisados tinham pelo menos um aditivo entre os ingredientes. O uso intensivo dos aditivos cosméticos, como são chamados por uma parte dos profissionais da área aqueles aditivos que mudam o sabor, o aroma e a forma dos alimentos, também foi um fator que chamou a atenção da nutricionista. A presença de aditivos em alimentos, principalmente quando são muito frequentes, funcionam como um indicativo de que aquele alimento é um ultraprocessado. O vinagre das conservas, o açúcar dos alimentos cristalizados e a fumaça da defumação são outros exemplos de aditivos bastante comuns. Dos quase 10 mil alimentos fotografados para a pesquisa da nutricionista, ao menos 79,4% tinham pelo menos um aditivo alimentar e 24,8% tinham seis ou mais em sua composição.Segundo a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, as substâncias são analisadas separadamente e o fabricante precisa comprovar que seu consumo é seguro e necessário, além de ter que seguir as regras e recomendações da OMS e da Organização para Alimentos e Agricultura. Vanessa Montera aponta que ter mais aditivos é sinal de pior qualidade porque essas substâncias são usadas muitas vezes para substituir ingredientes naturais.Em tese, por exemplo, uma empresa poderia usar morangos de verdade para deixar o iogurte rosa, mas morangos são mais caros do que um corante. Desse modo, a pesquisadora cobra regras e padrões de qualidade e melhorias das fabricantes de alimentos, além da mudança dos rótulos a fim de que houvesse mais informações sobre os ingredientes, indicando a qualidade, por exemplo. 2 – FATORES QUE CONTRIBUEM OU INTERFEREM NA SEGURANÇA ALIMENTAR 2.1 – Primeira matéria A pesquisadora Tânia Aparecida diz que para garantir a segurança alimentar e nutricional dos estudantes e entre outras coisas, é necessária mais atenção às políticas públicas. Dos alunos considerados em insegurança alimentar que vivem no Conjunto Residencial da USP, 92,6% tinham renda considerada insuficiente. Segundo ela, além da origem socioeconômica, os universitários ficam mais vulneráveis à insegurança alimentar à medida que deixam de ter apoio da família em alimentação e moradia. Além disso, um estudo feito nos Estados Unidos sobre a insegurança alimentar mostrou que estudantes universitários cujos pais não possuem o ensino superior e aqueles que possuem níveis socioeconômicos mais baixos eram os mais vulneráveis ao problema. 2.2 – Segunda matéria De acordo com a pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo, Daniela Canella, quase não há pesquisas feitas sobre como os aditivos são usados e controlados e as pesquisas feitas pela própria indústria analisam apenas se o aditivo é tóxico ou se causam mutações nas células e não investigam os prejuízos que podem causar ao metabolismo do corpo humano. Segundo Daniela Canella, não é difícil alguém consumir mais de um alimento que contém o mesmo aditivo e ir além do limite considerado seguro. Além de não ser levado em consideração nas regras atuais que esses aditivos são consumidos muitas vezes de forma combinada já que é comum que alimentos tenham vários aditivos. Por fim, a lei brasileira não exige que o rótulo informe a quantidade de aditivos usada em cada produto, explica a pesquisadora. Há estudos que apontam indícios de que seu consumo pode estar ligado a distúrbios de comportamento, transtornos mentais, alergias, alterações no metabolismo do corpo, obesidade e câncer. Existe ainda a preocupação com o fato de os ultraprocessados acostumarem nosso paladar a um excesso de certos ingredientes, como sódio e açúcar, tornando mais difícil adquirir o gosto pelos alimentos in natura, que são fontes de nutrientes. A indústria de alimentos diz que os aditivos são importantes para garantir a segurança e o valor nutricional dos alimentos e que não há por que se preocupar. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria e Comércio de Ingredientes e Aditivos para Alimentos, o número de aditivos na composição de um produto "nãotem nenhuma relação" com o alimento ser saudável ou não. 3 – PARTICIPAÇÃO SOCIAL E DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR 3.1 – Primeira matéria O Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) foi criado em 2010 e repassa verbas a instituições federais de ensino superior para que estas forneçam, conforme suas políticas internas, assistência aos universitários na moradia, alimentação, transporte, inclusão digital, entre outros. Entretanto, estas ações estão prejudicadas devido ao corte de mais de 1 bilhão de reais no orçamento das universidades federais. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) aponta que os recursos para o PNAES já têm sido insuficientes nos últimos anos, e que idealmente deveriam chegar a 1,5 bilhão de reais. Porém, segundo levantamento da entidade, em 2021 houve a maior redução no orçamento para o programa nos últimos cinco anos: o valor executado diminuiu 15,78%, caindo de 1 bilhão de reais em 2020 para 874 milhões de reais em 2021. Sendo nominais esses valores citados, ou seja, desconsiderando a variação da inflação a diminuição do orçamento é na realidade maior do que 15,78%. Portanto, é preciso leis e decretos tanto federais e para redes estaduais para que possa ser garantida a manutenção desses direitos, além da regulamentação e constante fiscalização para as devidas condições de disponibilização desses recursos, quanto para redes particulares que têm como realidade a falta de regulamentação, que dessa forma, não garante refeições com preço acessível, por exemplo, pois, se alguma universidade privada institui esses restaurantes para estudantes ou vale alimentação é por iniciativa própria, mas sem haver uma regulamentação ou levantamento oficial. 3.2 – Segunda matéria Tendo em vista todo o conteúdo da matéria escolhida, a Anvisa, que deveria ser uma agência fortemente preocupada com as condições de saúde, sendo elas alimentícias ou não, não está tomando medidas e atribuindo regras eficazes para que a população brasileira tenha realmente uma segurança alimentar boa no quesito de consumo de alimentos livres de aditivos e até mesmo agrotóxicos. Por isso, levando em conta a condição financeira dos mais de 214,2 milhões de habitantes no País 3 , dos quais 27 milhões vivem abaixo da linha da pobreza 4 , não há muito o que se possa fazer além de cobrar dos Ministérios da agricultura e da saúde para que melhorem as condições em que são fabricados e distribuídos os alimentos, além de tornar pública a quantidade real de aditivos para que a população saiba e tenha a liberdade escolher o que comer, e agrotóxicos utilizados desde a plantação até a venda de alimentos, assim, promovendo também a escolha pessoal do que comprar e onde comprar. Dessa forma, com a ausência de produtos que são adicionados sem necessidade, diminuiria os riscos da população de contrair doenças crônicas não transmissíveis, por exemplo. REFERÊNCIAS 1. ‘Ou ia ou comia’: como a insegurança alimentar está prejudicando universitários brasileiros. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59256787> Acessado em: 20 jan. 2022 2. Os aditivos químicos presentes em 4 de cada 5 alimentos vendidos nos mercados do Brasil. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-59082513> Acessado em: 20 jan. 2022 3. IBGE | Projeção da população. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/box_popclock.php>. Acessado em: 20 jan. 2022 4. População abaixo da linha da pobreza triplica e atinge 27 milhões de brasileiros. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/populacao-abaixo-da-linha-da-pobreza-triplica-e-ating e-27-milhoes-de-brasileiros/>. Acessado em: 20 jan. 2022 https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59256787 https://www.bbc.com/portuguese/geral-59082513 https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/box_popclock.php https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/populacao-abaixo-da-linha-da-pobreza-triplica-e-atinge-27-milhoes-de-brasileiros/ https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/populacao-abaixo-da-linha-da-pobreza-triplica-e-atinge-27-milhoes-de-brasileiros/
Compartilhar