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Princípios do Direito Penal

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Princípi� d� Direit� Pena�
Reserva legal ou legalidade
➔ Não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem cominação
legal; previsto no art. 1º do CP.
Princípio da anterioridade
O cidadão não pode ser punido por uma lei vigente após a data do crime. Se não há
lei, não há crime.
➔ tempus regit actum: na lei o princípio da reserva legal determina que é
necessário que a lei esteja vigente na data do crime para haver aplicação da
sanção.
➔ ex nunc: tem efeitos retroativos. quando uma decisão judicial tem efeito ex
nunc significa que a lei retroagiu beneficiando o réu;
➔ ex tunc: não retroage. a lei só vale/valeu para atos a partir da data que
vigora.
Princípio da irretroatividade da lei mais severa
A lei posterior que de qualquer modo vier a prejudicar o agente não terá aplicação
retroativa, ou seja, não poderá alcançar fatos ocorridos anteriormente à sua entrada
em vigor.
➔ art. 5º, XL, CF: “a lei penal não retroagirá, salvo em benefício do réu”
Intranscendência da pena
➔ art. 5º, XLV da CF/88: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.”
Princípio da individualização da pena
as penas devem ser sempre individualizadas considerando as características da
infração penal e do agente que praticou;
➔ fases: 1º cominação da pena, 2º aplicação da pena e 3º execução da pena:
◆ cominação da pena: o legislador deverá respeitar a proporcionalidade
entre a pena e a gravidade da infração;
◆ aplicação da pena: o juiz deve calcular a pena de acordo com as
circunstâncias do caso, respeitando os limites impostos pelo
legislador;
◆ execução da pena: os condenados serão classificados segundo seus
antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da
execução penal.
Princípio da presunção de inocência / não culpabilidade
➔ art.5º, LVII: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória”.
Princípios da dignidade da pessoa humana
➔ a partir do cristianismo que se tem a ideia de que a pessoa é alguém dotado
de valores e direitos;
➔ o aristocrata italiano, Cesare Beccaria explica “não existe liberdade onde as
leis permitem que, em determinadas circunstâncias, o homem deixe de ser
pessoa e vire coisa”;
➔ o art. 1 da Constituição Federal garante a dignidade da pessoa humana
(direitos fundamentais);
➔ a dignidade da pessoa humana embasa todo ordenamento jurídico brasileiro.
É um princípio de justiça substancial, de validade a priori1, positivado
jurídico-constitucionalmente.
Princípio da intervenção mínima
O Direito Penal só deve preocupar-se com os bens mais importantes e necessários
à vida em sociedade. Ex: não pode punir o adultério.
Princípio da proporcionalidade
1 A priori é uma locução latina que significa “à primeira vista” (de acordo com o que é anterior). É
usado para realizar uma demonstração que descende da causa ao efeito, da essência de algo às
suas propriedades. Também se refere àquilo que se realiza antes de examinar o assunto de que se
trata.
Exige que se faça um juízo de ponderação sobre a relação existente entre o bem
que é lesionado ou posto em perigo (gravidade do fato) e o bem de que pode
alguém ser privado (gravidade da pena).
➔ Equilíbrio entre pena e reprovabilidade da conduta.
Princípio da insignificância
Claus Roxin determina: devem ser tidas como atípicas as ações ou omissões que
afetem minimamente um bem jurídico-penal2.
➔ princípios para sua admissibilidade: macete = MARI
◆ Mínima ofensividade da conduta do agente;
◆ Ausência de periculosidade social;
◆ Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
◆ Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
➔ exemplos: crimes ambientais, contra administração pública, etc.
➔ para um ato ser considerado crime é necessário ter fato típico, ilicitude e
culpabilidade. Todos os três substratos são vitais. Caso um seja afastado,
não haverá mais crime.
Princípio da adequação social
Apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal, não será considerada típica
se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a
ordem social da vida historicamente condicionada.” (Hans Welzen).
➔ O comportamento humano, embora tipificado em lei, não afronta o
sentimento social de justiça;
➔ Questão dos trotes moderados nas universidades;
➔ Questão dos camelôs (descaminho) e do jogo do bicho.
Princípio do ne bis in idem
Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. O princípio possui duplo
significado:
1. pena material: ninguém pode sofrer duas penas em face do mesmo o crime;
2 bem jurídico-penal: vida, honra, patrimônio, etc.
2. processual: ninguém pode ser processado e julgado duas vezes pelo mesmo
fato.
➔ súmula 241 do STJ: a reincidência penal não pode ser considerada como
circunstância agravante e simultaneamente, como circunstância judicial.

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