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DESCRIÇÃO Os principais tipos de próteses para membros superiores e inferiores, e suas aplicações. PROPÓSITO As próteses têm papel importante na recuperação funcional de um segmento articular ou membro perdido. Para que a reabilitação de uma pessoa seja plena, faz-se necessária sua adaptação a esse equipamento artificial. E este é justamente um dos objetivos do fisioterapeuta: a prescrição da prótese ideal para que o paciente restabeleça sua independência funcional em suas atividades diárias. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o seu estudo, revisar a anatomia e a biomecânica das articulações pode ajudar a entender o funcionamento das próteses como substitutas. Além disso, uma revisão das principais patologias ortopédicas e reumatológicas que levam à artroplastia total também se mostra interessante. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer os principais tipos de próteses MÓDULO 2 Identificar as próteses para membros superiores e suas aplicações MÓDULO 3 Identificar as próteses para membros inferiores e suas aplicações MÓDULO 4 Reconhecer as próteses biônicas e suas aplicações INTRODUÇÃO No decorrer da história, as próteses vêm sendo utilizadas para promover qualidade de vida, principalmente independência funcional, seja na substituição de uma articulação desgastada, de um membro amputado por algum trauma ou por doenças metabólicas. O que pode ser notado é que, com o avançar do tempo, essas próteses vêm sendo aperfeiçoadas para substituir o segmento afetado da forma mais natural possível. Atualmente, podemos utilizar alguns recursos da robótica para produção de próteses biônicas que conseguem trazer funcionalidade, inclusive para uma das articulações mais complexas do corpo humano – as mãos –, algo que só era visto em filmes de ficção científica. Este conteúdo aborda os diferentes tipos de próteses e correlaciona sua evolução com o que há de mais moderno na atualidade. Também será parte importante deste estudo a reabilitação funcional das pessoas que fazem uso dessas próteses. Desde a preparação de um coto numa amputação até a independência funcional na realização das atividades de vida diária, o fisioterapeuta será elemento importante desse processo. TIPOS DE PRÓTESES As próteses são componentes de substituição dos membros ou de articulações do corpo e compreende qualquer material permanente ou transitório que substitua total ou parcialmente um membro ou articulação. Para reconhecer os principais tipos de próteses, é preciso saber que as ortopédicas são equipamentos artificiais que desempenham funções motoras semelhantes a uma articulação ou segmento que apresente alguma doença ou trauma ou a um segmento que tenha sido amputado. Elas podem ser: externas – para membros superiores e inferiores; internas – para articulações, seja total ou parcialmente. Os materiais mais utilizados para fabricar as próteses ortopédicas são: próteses exoesqueléticas – podem ser confeccionadas em fibra de carbono, polipropileno, resina e em PVC; próteses endoesqueléticas – podem ser feitas em liga de metal – alumínio, titânio ou fibra de carbono. MÓDULO 1 Reconhecer os principais tipos de próteses HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO DAS PRÓTESES Para falar mais sobre a importância e tipos das próteses, é fundamental conhecermos sua história. Com o desenvolvimento da tecnologia, a qualidade vem sendo melhorada significativamente, e o objetivo principal, mesmo nas primeiras próteses inventadas, é a busca por recursos que beneficiem a vida de quem nasceu com uma deficiência ou a adquiriu. PRÓTESES EXTERNAS As próteses externas são aquelas que substituem parte do membro afetado por alguma amputação. Em relação à história, há registros do uso de próteses ortopédicas num poema hindu, Rig Veda, escrito entre 3.500 e 1.800 a.C., no qual a rainha guerreira perde sua perna no campo de batalha e coloca uma prótese de ferro para voltar à guerra. SAIBA MAIS No Museu do Cairo, está exposta uma múmia do ano 600 a.C., aproximadamente, com uma prótese no hálux do pé direito – tudo indica que foi confeccionada devido a amputação (e não apenas para mumificação), pois era formada por três partes de madeira unidas por tiras de couro, que garantia mobilidade e funcionava como uma dobradiça. Na região de Cápua, Itália, também foi encontrada uma perna confeccionada em bronze e ferro do ano 300 a.C., aproximadamente. Já na Idade Média houve pouca evolução científica, e o que era feito por gregos e romanos deixou de ser utilizado. Em 1696, o cirurgião holandês Pieter Verduyn criou a primeira prótese transtibial articular sem travas. Isso só era possível pelo fato de ela ter uma espécie de espartilho de couro na altura da coxa, com duas dobradiças externas e pés em madeira com a função de sustentar o peso. Dubois D. Parmelee, em 1863, revolucionou as próteses com o uso de uma tecnologia que vem sendo desenvolvida e utilizada até os dias atuais. Ele patenteou o encaixe de suspensão transfemural para próteses. Em 1912 foi produzida a primeira prótese de alumínio, o que ajudou a reduzir o peso em um quilo e meio. Já em 1937, Otto Bayer descobre a produção de poliuretano, material muito mais leve e maleável. Uma evolução da prótese desenvolvida pelo cirurgião holandês Verduyn aconteceu apenas em 1959, com a prótese PTB (patellar tendon bearing), desenvolvida na Universidade da Califórnia: os soquetes encontram-se acima da linha articular do joelho; no entanto, a suspensão era realizada por correias, o que prejudicava a musculatura do quadríceps, causando atrofia nos usuários. Em 1971, a empresa alemã OttoBock criou próteses que tinham formato de pernas: o material consistia em estruturas tubulares adaptáveis, revestidas de espuma de plástico. Essas próteses são do tipo endoesquelética ajustáveis. A partir da década de 1980, tentando solucionar os problemas de conforto e sustentação das próteses, foi pensado o uso de liners de silicone. Isso forneceu maior segurança, rigidez, diminuiu o incômodo e aumentou a facilidade para usar as próteses. Na mesma década, exatamente em 1984, um norte-americano chamado Van Phillips criou a empresa Flex-Foot, na qual desenvolveu próteses em fibra de carbono, tornando-as mais flexíveis e leves do que as demais. Com essa nova matriz, foram desenvolvidas próteses com a finalidade também de melhorar o desempenho de atletas olímpicos – essa inovação ocorreu a partir da década de 1990, quando foi elaborada uma prótese inspirada nas patas de um guepardo, o animal mais rápido do mundo. Esse modelo, conhecido como flex-foot cheetah, é utilizado pelo velocista sul-africano Oscar Pistorius. Devido aos milhões de fios de carbono grafite que simulam ligamentos que produzem mais energia do que os de um animal, essa prótese foi considerada melhor do que os pés humanos nas olímpiadas de Pequim (2008). Mas foi no século XXI que a inovação e o desenvolvimento tecnológico chegaram com tudo. Por intermédio da robótica, foi possível criar exoesqueletos capazes de promover um auxílio da caminhada em pessoas com deficiência. Paciente com lesão caminha em uma esteira com a ajuda de um exoesqueleto robótico avançado para membros inferiores. PRÓTESES INTERNAS Trata-se de próteses ortopédicas articulares usadas em pessoas com desgastes acentuados, o que provoca dor e perda da funcionalidade. Em torno de 1891, na Alemanha, foram encontrados os primeiros registros de implantes intra- articulares. Themistocles Glück realizou a primeira artroplastia de joelho, substituindo a articulação original por uma prótese em marfim. Três semanas depois, foi feita a substituição total de um pulso. A curto prazo, os resultados obtidos foram bons; no entanto, a longo prazo registraram-se complicações devido a infeções, tornando esse tipo de prótese um fracasso. Glück desenvolveu também próteses articulares para o ombro, cotovelo, tornozelo e quadril. No ano de 1925, o cirurgião americano Marius Smith-Petersen criou a primeira prótese em vidro. Essa tentativanão foi bem-sucedida, pois a prótese fraturou; no entanto, o material era biocompatível e não provocou infecções. Após estudar diversos tipos materiais cerâmicos e polímeros primitivos como a celuloide, Marius Smith-Petersen e seus colegas focaram seus esforços na utilização de materiais metálicos. Então, no ano de 1939, foi aplicada a primeira prótese articular em vitallium, uma liga comercial à base de cobalto-cromo-molibdênio, que também era utilizada pelos dentistas. As próteses articulares com interface metal-metal foram usadas pela primeira vez na década de 1950, pelo cirurgião inglês George McKee. Ele desenvolveu próteses de quadril constituídas por componente femoral com canal longo e componente acetabular. Apesar de esse tipo de interface mostrar bons resultados, apareceram reações adversas, como dor e inflamações – esse fenômeno ficou conhecido como metalose. Por essa razão, a popularidade desse tipo de interface diminuiu. COMENTÁRIO Na verdade, o grande desenvolvimento na artroplastia total do quadril deu-se nos anos 1960, quando Sir John Charnley desenvolveu a artroplastia de baixo atrito (low friction arthroplasty). Sem dúvida, Charnley foi um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento das próteses por meio de conceitos fundamentais relacionados com a biomecânica, técnicas cirúrgicas, desenho de implantes, materiais e métodos de fixação. Muito do conhecimento de Charnley ainda é usado na atualidade. A prótese de quadril desenvolvida por ele tinha por base os seguintes princípios: Componente femoral metálico com canal femoral longo e esfera; Esfera de pequeno diâmetro em aço inoxidável; Componente acetabular em ultra-high molecular weight Polyethylene (UHMWPE), isto é, polietileno de peso molecular ultra-alto, sendo o componente polimérico também designado como linear; Fixação por cimentação com polymethyl methacrylate (PMMA), isto é, polimetacrilato de metila. O diâmetro é reduzido na esfera para diminuir o contato da superfície, diminuindo o atrito e o risco de metalose causada por atrito dos detritos metálicos das próteses anteriores. Outra importante modificação foi na fixação por cimentação: isso diminuiu a taxa de próteses que se soltavam dos ossos. Apesar de o sucesso de Charnley ter definido a artroplastia total de quadril moderna, foram alcançados outros avanços que surgem em resposta aos inconvenientes da fixação por cimentação. Isso porque, às vezes, a utilização desse material causa necrose dos tecidos circundantes e pode provocar doenças, como a osteólise. Foi então que, na década de 1970, as primeiras próteses não cimentadas surgiram – elas recorriam à fixação com ajuste por interferência e superfícies otimizadas para a fixação. Enquanto as próteses para quadril evoluíam rapidamente, foi apenas na década de 1950 que as próteses de joelho foram repensadas por Duncan Clark McKeever. Elas eram constituídas por um componente metálico aplicado na tíbia com o intuito de recriar a superfície de apoio. Entretanto, ocorreram algumas divergências sobre as próteses de joelho entre as décadas de 1950 e 1960, pois elas focavam no movimento restrito e na substituição dos côndilos. Freeman-Swanson desenvolveu a primeira prótese de substituição condilar apenas no final da década de 1960, em Londres. Essas próteses eram desenvolvidas por intermédio de um componente femoral metálico e um componente tibial em polietileno. Porém, as infecções eram frequentes devido aos excessos de componentes e a falhas mecânicas, tornando os resultados insatisfatórios. Surgiram então dois novos ramos de desenvolvimento para esse tipo de prótese: PRÓTESE ANATÔMICA DUOCONDILAR COM LIGAMENTOS CRUZADOS. A abordagem anatômica foi a primeira, pois tinha como fundamento a preservação dos ligamentos existentes na articulação do joelho. PRÓTESE FUNCIONAL DUOPATELAR SEM LIGAMENTOS CRUZADOS. Já a remoção dos ligamentos cruzados permitia resultados mais funcionais, tornando a biomecânica do joelho simplificada. Em 1970, no Japão, Yamamoto realizou a aplicação da primeira prótese por meio da abordagem anatômica. Ela era constituída por um componente femoral em liga de cobalto- cromo (CoCr) e por um componente tibial em polietileno. Este apresentava um corte central de modo a acomodar os ligamentos cruzados. Até 1980, foram surgindo novos aperfeiçoamentos apenas no plano de desenhos. Em janeiro de 1980, foi implantada a primeira prótese de joelho não cimentada, por Hungerford, no Hospital John Hopkins, Estados Unidos. A superfície que ligava ao osso era porosa, permitindo a adesão. Em 1986, surgiu a prótese de Miller-Galante, que permitia fixação com ou sem cimento. A inovação dessa prótese residia na camada superficial do compósito de fibra de titânio (titanium fiber composite), que permitia a adesão ao osso. A fixação do componente tibial dessa prótese era feita por meio de pernos e parafusos. As próteses foram surgindo de maneira a preservar a funcionalidade da articulação do joelho. Em 1990, a comunidade científica chegou a um consenso, focando apenas na melhoria do material utilizado – que é o polietileno (UHMWPE), até os dias atuais. Até então, essas próteses tinham uma taxa de sobrevivência de 94% após 15 anos. Foi assim que pensaram em aumentar a longevidade, pois esta ficava limitada pelo polietileno que se desgastava por abrasão. A partir de 1995, o processo de esterilização foi alterado, deixando-se de usar radiação gama, que prejudicava as propriedades do polietileno. O método que passou a ser utilizado foi a esterilização em atmosfera inerte por meio de plasma de gás de óxido de etileno. PRÓTESES ORTOPÉDICAS Como vimos, as próteses ortopédicas podem ser externas (substituição parcial ou total do membro) ou internas (substituição parcial ou total da articulação). Falaremos um pouco de cada tipo e detalharemos nos módulos seguintes. PRÓTESES PARA MEMBROS As próteses para membros são indicadas de acordo com o nível de amputação, assim como em função de sua causa, pois em alguns casos poderá existir a impossibilidade do uso de próteses por falta de adaptação, mas não iremos detalhar aqui esses casos. Para compreendermos melhor esses tipos de próteses, faz-se necessário saber que existem dois tipos: as próteses convencionais ou exoesqueléticas, e as modulares ou endoesqueléticas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). PRÓTESES CONVENCIONAIS OU EXOESQUELÉTICAS Apresentam estrutura externa rígida que proporciona, além da sustentação, um bom acabamento estético. Essas próteses eram confeccionadas inicialmente em madeira, mas atualmente existem técnicas que utilizam espumas rígidas extremamente leves e recobertas com resinas plásticas reforçadas com fibras de vidro e/ou carbono. Esses tipos de próteses podem ser usados para quase todos os tipos de amputações, principalmente para os membros superiores; entretanto, preconiza-se o emprego de componentes modulares para alguns níveis de amputações de membros inferiores. Podemos citar como vantagens do sistema exoesquelético a resistência, a durabilidade e a pouca manutenção das próteses; por outro lado, a estética menos agradável, as dificuldades para realinhamentos, as poucas opções de componentes e a impossibilidade de intercâmbio rápido são tidas como desvantagens para o uso. PRÓTESES MODULARES OU ENDOESQUELÉTICAS Com uma estrutura interna de sustentação formada por componentes modulares, essas próteses têm componentes cosméticos geralmente estruturados por uma espuma modelada de forma a mimetizar um membro humano, o que proporciona um melhor acabamento. Esses componentes modulares são produzidos industrialmente e são fornecidos de maneiras diferentes, o que permite vários ajustes e reajustes quanto ao seu alinhamento. Dessa forma, existe a possibilidade de uma troca rápida desses componentes, que geralmente são disponibilizados em aço, alumínio e titânio. Os componentes em aço apresentam maior resistência, no entanto têm um peso mais elevado. Já o alumínio reduzsignificativamente esse peso, porém limita a capacidade de carga devido à menor resistência mecânica. As próteses em titânio conferem as melhores propriedades mecânicas, pois são leves e resistentes, entretanto têm um custo maior. As próteses modulares podem ser utilizadas para praticamente todos os níveis de amputação dos membros inferiores (as amputações parciais do pé e do tornozelo são consideradas as exceções). Já para os membros superiores, elas se restringem apenas às amputações transumerais. A grande variedade de componentes modulares e a constante evolução tecnológica proporcionam aos usuários soluções cada vez mais eficazes nas protetizações e isso faz aumentar a responsabilidade da equipe de reabilitação para uma correta indicação desses componentes. COMPONENTES COSMÉTICOS Componentes que não afetam a pele. PRÓTESES ARTICULARES javascript:void(0) Compreende-se por prótese articular uma articulação artificial cujo objetivo é a restituição das capacidades perdidas devido a doença ou deterioração dos componentes da articulação original de modo a minimizar ou eliminar o sofrimento do paciente. O procedimento cirúrgico para o tratamento dessas articulações degeneradas e a substituição articular é chamado de artroplastia. Atualmente, existem soluções de próteses articulares para as principais articulações do corpo humano, sendo possível melhorar a qualidade de vida do paciente de maneira significativa. As principais áreas de artroplastia são as articulações do quadril, dos joelhos, cotovelos e dos ombros, como pode ser visto a seguir. Aplicação de próteses articulares. Apesar da grande taxa de sucesso para o uso dessas próteses, infelizmente nem todos os pacientes podem realizar esse tipo de intervenção cirúrgica devido a algumas comorbidades. A principal patologia para a qual é indicado seu uso são as osteoartrites nas diversas articulações. Isso ocorre devido ao desgaste articular e é grande a incidência em pessoas com idade avançada. A dor e o desconforto levam à perda da funcionalidade articular, em decorrência dos detritos resultantes da degradação da cartilagem que ficam alojados nas superfícies da articulação, provocando pior qualidade de vida e funcionalidade. Um dos fatores limitantes para artroplastia é a longevidade das soluções atuais. Não há uma regra, mas o consenso comum é indicar a substituição articular por próteses quando não existirem mais possibilidades terapêuticas conservadoras. Isso porque o tempo médio dessas próteses vai depender de cada paciente, e o seu estilo de vida influenciará e muito nessa decisão. Portanto, é preferível utilizar essa terapêutica em pessoas com idade superior a 60 anos Os avanços da tecnologia para confecção de próteses vêm permitindo o uso na população mais jovem, e o processo de revisão tem sido aperfeiçoado de acordo com a fixação da prótese. Uma prótese cimentada promove maior desgaste ósseo, enquanto uma não cimentada permite que o osso fique mais saudável, sendo possível uma revisão menos traumática. O DESENVOLVIMENTO DAS PRÓTESES AO LONGO DA HISTÓRIA Neste vídeo, o especialista definirá o conceito de prótese e como ela evoluiu ao longo da História, até os modelos de prótese mais atuais. VEM QUE EU TE EXPLICO! Próteses internas e externas Próteses exoesqueléticas VERIFICANDO O APRENDIZADO PRÓTESES PARA MEMBROS SUPERIORES MÓDULO 2 Identificar as próteses para membros superiores e suas aplicações Essas próteses podem ter caráter estético ou funcional, dependendo dos níveis de amputação e por qual motivo isso veio a ocorrer. Alguns traumas e patologias podem levar a essa condição, como, por exemplo: acidentes de trânsito, no trabalho, ou domésticos; traumas decorrentes de causas externas por violência, por complicações de algumas doenças, por deficiência congênita de membros, por doença vascular ou tumores. A maior incidência ocorre em função de traumas envolvendo máquinas, explosivos, projéteis de arma de fogo, acidentes automobilísticos e queimaduras. Sua maior prevalência é em adultos jovens do sexo masculino, numa relação de 8:1 em comparação às mulheres. Podemos descrever os seguintes níveis de amputação para membros superiores: Desarticulação do ombro Transumeral Desarticulação do cotovelo Transradial Desarticulação do punho Transcarpiana Interfalangiana ou metacarpo-falangiana Para que o uso das próteses seja mais bem aceito, é necessário que se inicie o mais precocemente possível, mas também há relação direta com o nível em que ocorreu a amputação. Quanto mais distal ela for, maior será a possibilidade de os indivíduos fazerem uso do equipamento. A taxa de sucesso pode ser maior quando o uso da prótese está relacionado ao lado dominante. Essa aceitação é muito complexa e envolve aspectos psicológicos, físicos, técnicos e socioeconômicos. Indivíduos que utilizam suas próteses por maior período tendem a ter menor probabilidade de desenvolver depressão. Outro dado interessante é que pessoas tendem a preferir próteses mecânicas para as atividades de vida diária e ocasiões sociais. ARTROPLASTIAS DE MEMBROS SUPERIORES O procedimento de substituição articular, seja por doença degenerativa ou traumática, é chamado de artroplastia, que pode ser total ou parcial. Veja, a seguir, os tipos: ARTROPLASTIA PARCIAL javascript:void(0) Feita para substituir parcialmente a articulação (ex.: superfície do úmero). ARTROPLASTIA TOTAL ANATÔMICA Feita para substituir totalmente a articulação (ex.: articulação glenoumeral). ARTROPLASTIA TOTAL REVERSA Feita quando há também lesões dos tendões associadas a degeneração articular (ex.: lesão dos tendões do manguito e osteoartrite do ombro). Embora as próteses articulares para membros superiores sejam usadas em menor número quando comparadas com as de membros inferiores, o uso está se tornando cada vez mais recorrente, principalmente nas articulações do ombro, cotovelo e punho. Isso se deve à constante evolução das próteses para minimizar os efeitos colaterais e melhorar a dor e a funcionalidade das pessoas. Existem também próteses para mãos, porém não são tão usuais e, portanto, não vamos descrevê-las detalhadamente neste módulo. ARTROPLASTIA DE OMBRO As artroplastias de ombro vêm se tornando frequentes na prática clínica, desde o século passado, a partir da década de 1950, quando Neer fez evoluir o procedimento cirúrgico pelo entendimento biomecânico da articulação do ombro. Essa evolução permitiu melhores desenhos de próteses para minimizar as complicações clínicas. Com o envelhecimento da população mundial, o aparecimento de doenças degenerativas, como as osteoartrites, tornou- se mais frequente, provocando dor e incapacidade funcional. javascript:void(0) javascript:void(0) A artroplastia também é indicada para algumas patologias, que podem ser divididas em três grandes grupos: Doenças articulares degenerativas Traumas agudos Sequelas traumáticas As doenças articulares degenerativas são todas aquelas que vão provocar o desgaste da cartilagem, seja de maneira mecânica ou infecciosa. Exemplos dessas doenças: artrose primária, artrite reumatoide, artropatia do manguito rotador, artrose pós-capsuloplastia, espondilite anquilosante, dentre outras. Já nos traumas agudos, podemos incluir todas as fraturas complexas da extremidade proximal do úmero com evolução temporal menor que seis semanas, utilizando a classificação de Neer, que divide as fraturas com relação ao desvio das partes. Considerando a tuberosidade maior, a tuberosidade menor, a cabeça umeral e a diáfise umeral como partes, a classificação é esta: De duas partes – apresenta desvio significativo apenas entre duas partes; De três partes – apresenta desvio significativo entre três partes; De quatro partes – apresenta desvio significativo entre quatro partes. A artroplastia parcial (hemiartroplastia) é realizada quando apenas a cabeça do úmero é substituída – e não a cavidade glenoide. Esse tipo de técnica reinsere o tendãodo subescapular com o uso de fios ultrarresistentes. Já na artroplastia total anatômica, é necessária a substituição também da cavidade glenoide, e a prótese do úmero é feita de uma liga de metal. O componente glenoidal é confeccionado com uma espécie de polietileno resistente. Para fixação da prótese do úmero, o cirurgião ortopedista pode optar pela colocação sob pressão (pressfit) ou com cimento acrílico (polimetilmetacrilato), dependendo do modelo que está sendo utilizado. As próteses de úmero podem ser de haste tradicional (mais longa), haste curta e até mesmo sem haste. Nesses dois últimos casos, deve-se optar pelo uso do cimento. A qualidade óssea do paciente também influencia nessa decisão: em pessoas com mais idade, por exemplo, que podem apresentar osteoporose severa, é recomendada a fixação também por cimento acrílico. Salvo algumas exceções, as próteses que substituem a cavidade glenoide são fixadas por cimento acrílico. Existe também a artroplastia total reversa, na qual a cavidade articular passa a substituir a cabeça do úmero, e a cavidade glenoide passa a ser de forma esférica. Esse tipo de cirurgia é muito indicado para pessoas que apresentam lesão do manguito rotador – patologia com maior incidência na população acima dos 70 anos. Os músculos do manguito rotador promovem estabilidade na cabeça do úmero, impedindo que este entre em atrito com o “teto” do ombro (formado pelo acrômio). Quando ocorre ruptura desses tendões, a cabeça umeral tende a deslizar superiormente, provocando um atrito articular anormal. A indicação do uso dessa prótese se deve ao fato de não existir mais a possibilidade de reinserção dos tendões do manguito, e a escolha desse procedimento tem que ser bem definida, pois há o risco de luxação da prótese devido à instabilidade imposta pela ausência da musculatura que promove a estabilidade articular. POPULAÇÃO ACIMA DOS 70 ANOS População acima dos 70 anos: Essas pessoas geralmente apresentam lesões recorrentes nos tendões do manguito. javascript:void(0) COMENTÁRIO Após a cirurgia, geralmente o paciente permanece internado de um a dois dias e sai do hospital fazendo uso de tipoia pelo período de quatro a seis semanas. A fisioterapia pode ser iniciada já no primeiro dia, devendo incluir movimentos apenas para cotovelo, punho e mão nos 15 primeiros dias. Após duas a três semanas, inicia-se a mobilização passiva para ganho do arco de movimento do ombro e só após a retirada da tipoia poderá ser realizada ativação muscular do ombro. Existem algumas complicações causadas pela artroplastia do ombro. Como principal, podemos citar a instabilidade imposta pela prótese, pois devido à secção dos tendões do manguito e à impossibilidade de reinserção, em muitos casos essa estabilidade fica comprometida. Podem ocorrer também infecções, fraturas acromiais, fraturas periprotéticas, hematomas, fraqueza do músculo deltoide e afrouxamento do implante. ARTROPLASTIA DE COTOVELO Para falar do cotovelo, devemos lembrar que essa é uma articulação do membro superior formada por três ossos longos: o úmero, o rádio e a ulna. Existem duas formas de artroplastia dessa região: a parcial (cabeça do rádio) ou total (substituição da articulação do úmero com a ulna). Trataremos apenas da artroplastia total, a mais utilizada para essa articulação. Historicamente, as próteses para cotovelo são indicadas em especial para pessoas que desenvolveram artrite reumatoide avançada. Como os resultados clínicos têm se apresentado de maneira satisfatória, outras patologias também são elegíveis para a artroplastia total do cotovelo, tais como fraturas cominutivas do úmero ou da ulna não reparáveis, osteoartrite do cotovelo e artrites pós-traumáticas. Devido a essas patologias, o uso de prótese total do cotovelo duplicou nas últimas duas décadas, com uma incidência de um para cada 100 mil habitantes. Raramente esse tipo de prótese será utilizado na população mais jovem, devido ao grande risco de soltura; sendo assim, o público predominante para essa artroplastia é de pessoas acima dos 60 anos de idade, com algumas raras exceções para os mais jovens que apresentem artrite reumatoide avançada. IMPORTANTE É importante saber que existem dois tipos de prótese total do cotovelo: as ligadas (linked) e as não ligadas (unlinked). As ligadas – mais utilizadas – apresentam melhores resultados clínicos em comparação às não ligadas. As próteses ligadas são compostas por duas peças separadas, uma para o úmero e a outra para a ulna. Depois de colocadas, são ligadas para que fiquem bem unidas as duas partes da articulação. De maneira geral, os resultados após uma artroplastia total têm sido satisfatórios. Os resultados de uma recente revisão que acompanhou pacientes por 10 anos após a artroplastia total mostraram boa amplitude de movimento, alívio da dor e efeitos funcionais satisfatórios na grande maioria dos participantes. No entanto, modestas taxas de complicações foram relatadas, particularmente pela soltura asséptica, necessitando de revisão cirúrgica (DAVEY et al., 2021). Outras possíveis complicações após a cirurgia são: infecção da prótese, hematomas, falha da sutura de pele e rompimento do músculo tríceps, todas passíveis de reparação, porém podendo comprometer os resultados. É necessário fazer uso de uma tala gessada com o cotovelo flexionado a 90°. Após sete dias, essa tala é retirada e um imobilizador removível é colocado. Esse imobilizador deve ser retirado para o banho e para exercícios leves de rotação do antebraço. Após 14 dias, alguns exercícios para extensão e flexão do cotovelo também são realizados pelo paciente, de maneira cautelosa. Em geral, a imobilização é completamente removida somente após quatro a seis semanas pós-cirurgia, e o paciente é liberado para a fisioterapia com objetivo de recuperar a amplitude do movimento e a funcionalidade do cotovelo. ARTROPLASTIA DE PUNHO A artrite reumatoide avançada é a principal patologia que provoca dor e incapacidade do punho. Devido ao seu processo inflamatório, ela promove o desgaste da articulação radioulnar distal e radiocárpica. A substituição da articulação radioulnar muitas vezes ocorre após um trauma no punho ou quando ele foi afetado como parte do processo de artrite óssea (artrose) ou reumatoide. Existem duas maneiras de realizar a artroplastia da articulação radioulnar: substituição apenas da cabeça da ulna; substituição da articulação total. No geral, ambos os implantes têm uma longevidade aceitável e apresentam resultados consideráveis para dor e incapacidade; no entanto, é importante ter cautela para uso de próteses, visto que pode haver complicações, como é comum nas artroplastias (MOULTON; GIDDINS, 2017). Muitos casos de carpite reumatoide avançada são tratados por meio de artrodeses; no entanto, apesar de eficaz no alívio da dor, melhora da deformidade e instabilidade, esse procedimento provoca limitação do movimento devido à fusão do punho, dificultando as tarefas da vida diária. Foi por isso que, ao longo dos anos, o desenvolvimento da prótese ocorreu de maneira a preservar a mobilidade articular e melhorar a dor. No final dos anos 1990, a prótese conhecida como Universal II (Kinetikos Medical Incorporated, San Diego, CA) foi desenhada por Brian Adams, apresentando uma inclinação radial menor (15°), com um componente carpiano composto por dois parafusos e um pino central, diferentemente da antecessora, que tinha três parafusos. Desde então, as próteses vêm evoluindo de maneira a permitir maior longevidade protética, pelo uso da liga de titânio nos pratos e parafusos, dispensando o cimento cirúrgico (acrílico), e assim promovendo uma integração óssea secundária. Recentemente, A. Gupta e a Clínica Mayo desenvolveram a prótese ReMotion (Small Bone Innovations, Morrisville, PA), que permite a preservação da cabeça da ulna em função de suas dimensões serem menores. Com isso, uma menor ressecção óssea da parte radial foi necessária. Com apenasa retirada da cartilagem e do osso subcondral, permitiu-se que os resultados sejam mais confiáveis e duradouros (FISCHER et al., 2020). Após o procedimento cirúrgico, o punho é imobilizado com gesso por 14 dias. Depois da retirada da imobilização, inicia-se a fisioterapia com o objetivo de ganho do arco de movimento por meio da mobilização passiva, de maneira leve e gradual. Só após seis semanas é permitida a ativação muscular pela realização de exercícios terapêuticos com implementação de carga máxima de 10kg. A ARTROPLASTIA EM MEMBROS SUPERIORES Neste vídeo, o especialista apresentará as características principais das técnicas de artroplastia de membros superiores, principalmente ombro e cotovelo. VEM QUE EU TE EXPLICO! Tipos de artroplastia Doenças que podem levar a artroplastia VERIFICANDO O APRENDIZADO PRÓTESES PARA MEMBROS INFERIORES Assim como as próteses de membros superiores, traumas e patologias podem levar a essa condição, como: acidentes domésticos, de trabalho e de trânsito; traumas relacionados a causas externas por violência; complicações de algumas doenças como diabetes; deficiência congênita de membros; doenças vasculares ou tumores. MÓDULO 3 Identificar as próteses para membros inferiores e suas aplicações COMENTÁRIO A maior incidência ocorre em função de traumas envolvendo máquinas, explosivos, projéteis de arma de fogo, acidentes automobilísticos e queimaduras graves. Para que o uso das próteses inferiores seja mais bem aceito, é necessário que se inicie o mais precocemente possível. Dependendo do nível de amputação, o amputado terá mais ou menos dificuldade para realizar a marcha. A taxa de sucesso pode ser maior quando o uso da prótese está relacionado ao lado dominante. NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO A amputação causa diminuição no comprimento do membro, piora da mobilidade articular, do controle muscular e na propriocepção local, principalmente quando afeta o membro inferior, o que reduz a percepção para a colocação precisa do pé no solo. Quando necessário realizar uma amputação, é importante escolher criteriosamente o nível em que ela ocorrerá: quanto mais se preservar o comprimento do membro, menor será o dano causado no paciente. É importante considerar que o nível da amputação terá uma boa cicatrização, com um bom fechamento do coto pela pele e a sensibilidade preservada. O sucesso da prótese, cujo objetivo é permitir melhor qualidade de vida, dependerá da adaptação do paciente a ela. São estes os principais níveis de amputação: hemipelvectomia; desarticulação do quadril; transfemural; desarticulação do joelho; transtibial; desarticulação do tornozelo; syme; parcial do pé. É importante saber que as amputações parciais do pé são divididas em três níveis: 1. transmetatarseana ou desarticulação dos dedos; 2. lisfranc – entre os ossos cuneiforme e cuboide na sua porção distal, e os metatarsos na sua porção proximal; 3. chopart – entre os ossos do tálus e o calcâneo na sua porção distal, e entre o navicular e o cuboide na sua porção proximal. No geral, as próteses para membro inferior apresentam grande aceitação e adaptabilidade, pois permitem a preservação da funcionalidade da marcha e melhoram a autoestima, devido à complementação do membro. Sendo assim, é de fundamental importância o fisioterapeuta orientar o paciente para essa nova condição, incluindo o preparo do coto, informações sobre a colocação e a retirada da prótese, instruções sobre o tempo de uso inicial (cerca de 15 a 20 minutos) até que a pele se acostume. Também é preciso treinar o paciente para que ele se sinta seguro ao caminhar, mesmo que seja com algum meio auxiliar, de modo a preservar sua independência. Importante lembrar: sempre que a prótese for usada, mesmo na ausência de dor ou escoriações, o período de adaptação se faz necessário para a preservação da funcionalidade, sem causar maiores danos. As próteses articulares permitem que as pessoas tenham melhor qualidade de vida; elas promovem, na grande maioria das vezes, o alívio da dor e a melhora da incapacidade funcional. O uso das próteses para os membros inferiores favorece a condição de deambulação, tornando as pessoas ainda mais independentes. Existem próteses para diversas articulações dos membros inferiores. Dentre elas estão as de quadril e joelho (mais frequentes), as quais abordaremos um pouco mais detalhadamente. Porém, é importante também sabermos que existem próteses para as articulações do tornozelo e do pé; por exemplo, a artroplastia total da articulação tíbio-talar, que substitui as artrodeses limitantes dos movimentos dos pés. ARTROPLASTIAS DE MEMBROS INFERIORES Como você viu, a artroplastia é a substituição da articulação acometida por alguma patologia que promove desgaste. A articulação pode ser substituída de maneira parcial ou total. ARTROPLASTIA DE QUADRIL A patologia que mais afeta o quadril é a osteoartrite (artrose); ela provoca dor, limitação e instabilidade. Essa é uma condição que afeta pessoas ao redor do mundo de maneira bem contundente: a população europeia e descendentes de europeus apresentam índices maiores do que os americanos, sendo estimado que 3% a 6% dos adultos europeus irão desenvolver essa condição. SAIBA MAIS Existem outras patologias que podem levar ao desgaste articular. Dentre elas estão as fraturas do fêmur, osteonecrose da cabeça femoral, artrite reumatoide avançada, impacto femoracetabular, dentre outras. Algumas limitações decorrentes dessas patologias podem ocorrer, como dificuldades para subir e descer escadas, vestir-se, agachar, levantar e sentar em assentos mais baixos, cruzar as pernas, caminhar – o que acaba levando a pessoa a depender de terceiros para realização das atividades de vida diária. Em casos assim, indica-se a artroplastia de quadril. A prótese pode ser implantada de maneira não cimentada ou cimentada. A primeira tem basicamente quatro componentes: dois metálicos – que são fixados nos ossos do fêmur e no acetábulo – e dois articulares. Na prótese de quadril cimentada, existem apenas três componentes – não há o componente metálico acetabular. Eles são chamados de haste femoral, geralmente feitos de uma liga de titânio, fixados por dentro do canal medular do fêmur, e servem de sustentação para a nova cabeça femoral. O componente acetabular também é feito geralmente de liga de titânio, e a cabeça femoral é feita de metal ou superfícies de baixo desgaste, como cerâmica, para permitir o movimento e diminuir o desgaste. A artroplastia de quadril pode ser parcial ou total. A escolha vai depender do motivo que provocou a necessidade do procedimento. Artroplastia parcial de quadril As fraturas de quadril são comuns e representam um enorme fardo econômico para o sistema de saúde ao redor do mundo. Estima-se que o número de fraturas de quadril em todo o mundo pode chegar a 4,5 milhões em 2050 (VERONESE; MAGGI, 2018). Elas ocorrem nas regiões intertrocantéricas e suas principais causas são o envelhecimento e a osteoporose. Como a osteoporose afeta a densidade óssea, as trabéculas tornam-se mais finas e esparsas, deixando córtex ósseo mais fino, assim diminuindo a resistência óssea. Alguns traumas leves podem resultar em uma fratura intertrocantérica femoral. Nesse caso, uma fratura cominutiva – composta por múltiplos fragmentos (mais de dois) – pode ocorrer facilmente. O tratamento para esse problema pode se dar pelo uso de artrodeses com uma fixação interna, ou pela artroplastia parcial, também conhecida como hemiartroplastia. Os primeiros desenhos de hemiartroplastia unipolar mais conhecidos são: As próteses de Moore, de 1952; A prótese de quadril de Thompson, de 1954. COMENTÁRIO Ambos são implantes inteiros de metal e, mesmo após 40 anos de sua introdução, permanecem sendo duas das próteses de hemiartroplastia mais utilizadas até os dias atuais. Ambas foram projetadas antes do desenvolvimento do cimento ósseo de polimetilmetacrilato, portanto, originalmente inseridascomo um “encaixe por pressão” (pressfit). PRÓTESES DE MOORE As próteses de Moore possuem haste femoral fenestrada e haste quadrada para permitir a estabilização dentro do fêmur, resistindo à rotação dentro do canal medular femoral. Geralmente são usadas sem a necessidade do cimento ósseo, o que promove, a longo prazo e com frequência, o crescimento ósseo nas fenestrações. PRÓTESES DE THOMPSON As próteses de Thompson possuem haste menor, sem fenestrações, e atualmente são muito utilizadas em conjunto com o cimento. Existem vários outros designs de hemiartroplastias unipolares com base em hastes que têm sido usadas para substituições totais do quadril. Dependendo do desenho da haste, elas podem ser usadas com ou sem cimento. As próteses bipolares são projetadas para permitir que o movimento ocorra não apenas entre o acetábulo e a prótese, mas também em uma articulação dentro da própria prótese. O objetivo da segunda articulação é reduzir o desgaste acetabular. Esse tipo de prótese possui uma cabeça interna esférica de metal com um diâmetro de 22 a 36 milímetros, o qual se encaixa em uma concha de polietileno, que, por sua vez, é envolvida por uma tampa de metal. Existem vários tipos diferentes de próteses com diferentes designs de haste. O conceito bipolar foi desenvolvido pela incorporação de uma articulação modular em algumas das próteses. Trata-se de uma articulação cônica em que a cabeça da prótese se encaixa em uma projeção cônica da haste. A junta modular permite que uma variedade de hastes diferentes seja usada com ou sem fixação de cimento cirúrgico. Uma gama de cabeças diferentes está disponível, e as opções incluem uma cabeça articulada bipolar, uma cabeça de cerâmica ou uma cabeça unipolar simples. A artroplastia parcial sem dúvida apresenta vantagens em relação ao uso de artrodeses: permite ao paciente realizar, precocemente, o treinamento com levantamento de peso e favorece a redução das complicações relacionadas ao implante; no entanto, o tempo de cirurgia é mais longo e a perda sanguínea geralmente é maior. Não há diferença na taxa de mortalidade, trombose venosa profunda, reoperação, tempo de internação e infecção. A artroplastia parcial pode ser a melhor escolha para fraturas intertrocantéricas instáveis em idosos. Artroplastia total de quadril Esse é o procedimento cirúrgico mais indicado para pessoas que sofrem com dor e incapacidade funcional dessa articulação, principalmente quando não há mais possibilidade terapêutica. A substituição total da articulação tem a finalidade de devolver a qualidade de vida às pessoas, com a melhora da dor e da funcionalidade. Acreditava-se que as próteses de quadril só eram indicadas para as pessoas com idade superior a 60 anos. Devido à evolução das próteses, atualmente sua vida útil fica em torno de 15 anos, sendo que a taxa de durabilidade de 10 anos atinge mais de 94% dos casos e, em 85% dos casos, as próteses estão fixas em até 20 anos. Isso permite que pessoas mais jovens tenham acesso a esse procedimento em casos de desgaste precoce ou fraturas. Para maior duração, é importante que as pessoas mantenham a força da musculatura que envolve a articulação coxofemoral, evitem quedas e esportes de impacto. Atualmente, as superfícies articulares das próteses são de baixo desgaste (cerâmicas e polietileno de alto peso molecular). A engenharia de fixação da prótese no osso também evoluiu muito (titânio e com revestimento de hidroxiapatita). IMPORTANTE Algumas recomendações são importantes para evitar determinadas complicações. Na artroplastia total, os ligamentos são seccionados, a articulação fica mais “instável” e, portanto, devemos pedir aos pacientes para evitar cruzar as pernas, sentar em locais muito baixos, se agachar com flexão superior a 90°, fazer movimentos rotacionais (girar em uma perna) e ficar em apoio unipodal no lado afetado. Orientações devem ser lembradas a todo momento; por exemplo, a realização de fisioterapia, que vai trazer maior longevidade da prótese e melhor qualidade de vida. A fisioterapia deve ser iniciada o mais precocemente possível, desde o primeiro dia de cirurgia. Essa é a recomendação para qualquer tipo de artroplastia do quadril. O tratamento tem um bom prognóstico e costuma durar de três a seis meses, com o objetivo de melhorar a flexibilidade muscular, a força, a estabilidade, treinar a marcha em superfície plana, em rampas e escadas. 1 Entre o primeiro e segundo dias, deve-se incentivar a marcha com auxílio do andador. Entre o terceiro dia e a terceira semana, para ganhar arco de movimento, é preciso iniciar exercícios terapêuticos com intensidade leve a moderada, e realizar a transição da marcha com auxílio de uma bengala. 2 3 Após a sexta semana, iniciar o treino da marcha sem auxílio, e intensificar o condicionamento muscular. De três a seis meses, o condicionamento muscular provavelmente terá chegado ao fim, e o fisioterapeuta dará alta, orientando seu paciente sobre qual a prática esportiva mais adequada para a manutenção. O acompanhamento semestral é recomendado. 4 Radiografia mostrando paciente com artroplastia bilateral de quadril. ARTROPLASTIA DE JOELHO Procedimento realizado em pessoas que sofrem com dor na articulação patelofemoral, podendo ser por desgaste articular causado por osteoartrite (gonartrose), artrite reumatoide avançada ou artrose pós-traumática. A substituição da articulação do joelho acontece mais superficialmente, porque apenas as superfícies dos ossos são efetivamente trocadas. A dor e a incapacidade do joelho são motivos que levam a essa condição. Há ainda as deformidades ósseas, que podem tornar pior a mobilidade, como nos casos dos joelhos varo ou valgo. Não existe idade apropriada para a realização da artroplastia total do joelho. Desde pessoas jovens que apresentam a artrite juvenil até idosos, esse procedimento será indicado de acordo com a sintomatologia. No geral, a média de idade da população que passa por essa cirurgia está entre os 50 e 80 anos. Na artroplastia total de joelho, o cirurgião pode optar pela substituição do platô tibial, côndilos femorais e cartilagem osteocondral da patela. Embora chamadas de próteses totais, em algumas situações não é necessária a substituição da patela, sendo apenas efetuada uma limpeza dos osteófitos marginais. No entanto, para que isso seja feito, é necessário que a cartilagem articular esteja relativamente preservada. Para fixação das próteses de joelho, é utilizado o cimento ósseo. A taxa de sucesso dessa intervenção é muito elevada (mais de 90% dos doentes preservam a sua prótese por até 20 anos). Porém, toda prótese apresenta desgastes, e as de joelhos não são diferentes; portanto, é recomendado que o paciente não ganhe muito peso e evite atividades de impacto, como corridas, trotes, saltos, dentre outras. Importante ressaltar que isso não é impeditivo para o paciente realizar atividade física: ele pode praticar atividades aquáticas, como natação e hidroginástica, caminhadas, ciclismo, musculação, dentre outras de baixo impacto. Dentre as principais complicações, cuja taxa é baixa – em torno de 2% –, estão o risco de infecção, trombose venosa profunda, dor persistente mesmo após a substituição articular e lesão neurovascular (iartrogenia). A fisioterapia deve ser iniciada o mais precocemente possível, com os objetivos principais de ganhar arco de movimento, treinar marcha, melhorar a flexibilidade, desenvolver força muscular e estabilidade. A ARTROPLASTIA EM MEMBROS INFERIORES Neste vídeo, o especialista abordará as características principais das técnicas de artroplastia de membros inferiores, principalmente quadril e joelho. VEM QUE EU TE EXPLICO! Níveis de amputação do membro inferior Artroplastia total de joelho VERIFICANDO O APRENDIZADO PRÓTESES BIÔNICAS As próteses biônicas são dispositivos de última geração que, por meio da robótica e da automação, permitiram que sensores fossem conectados superficialmenteaos músculos do paciente, captando assim os pulsos elétricos. O objetivo é possibilitar maior mobilidade e autonomia a pessoas amputadas, tanto no membro superior como no inferior. E qual a principal diferença entre as próteses biônicas e as mecânicas? RESPOSTA As primeiras permitem uma infinidade de movimentos naturais, com uma motricidade fina que torna a pessoa capaz de pintar um quadro, por exemplo; já as próteses mecânicas oferecem movimentos restritos, como o de uma pinça ou o ato abrir e fechar a mão. Existe também uma grande diferença no encaixe das próteses: MÓDULO 4 Reconhecer as próteses biônicas e suas aplicações As próteses mecânicas são feitas em gesso, por meio de moldes no coto da amputação, para depois serem substituídas por um liner de silicone; As próteses biônicas são fixadas a partir de um procedimento cirúrgico definitivo, que permite a ligação de nervos a sensores da prótese, deixando os movimentos ainda mais naturais, pois eles só ocorrem de acordo com o desejo do usuário. Uma prótese biônica só pode ser retirada por meio cirúrgico. Uma desvantagem é o seu alto custo. Uma mão biônica, por exemplo, pode custar em torno de R$320 mil, sem contar a mão de obra do cirurgião, que gira em torno de R$80 mil. Também não é possível ainda recuperar o sentido do tato, apesar de haver pesquisas promissoras nessa área. Há pessoas que podem apresentar rejeição ao implante; se isso acontecer, é preciso fazer uso de medicamentos. Pode ocorrer também uma rejeição emocional. Quando as próteses são usadas em crianças ou adolescentes, ainda em crescimento, torna-se necessário realizar novas cirurgias para troca das próteses. As doenças metabólicas, como a diabetes, são uma das principais causas que levam à amputação dos membros, mas há ainda a possibilidade de traumas, como acidentes automobilísticos, acidentes com máquinas e ferramentas de trabalho, além dos confrontos armados que acontecem nas guerras. Estima-se que até 2050 o número de pessoas amputadas nos Estados Unidos chegue a 3,6 milhões. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 2 milhões de pessoas têm membros amputados, situação decorrente de guerras e conflitos armados. No Brasil, 70% das amputações decorrem de doenças vasculares ou metabólicas como a diabetes. PRÓTESES BIÔNICAS PARA MEMBROS SUPERIORES Para compreendermos como as próteses biônicas foram desenvolvidas, precisamos entender um pouco da fisiologia da contração muscular. A contração muscular é comandada pelos nervos constituídos por axônios de neurônios, cuja função é controlar um grupo de fibras musculares. O axônio é um prolongamento da célula nervosa na qual transmite-se o influxo nervoso. Denomina-se unidade motora o axônio do motoneurônio e as fibras musculares que ele controla. O sinal mioelétrico acontece quando um potencial de ação chega ao terminal do axônio do neurônio motor e, a partir daí, há liberação de acetilcolina, fazendo com que a membrana muscular se torne mais permeável a íons de sódio (Na+). O aumento repentino da quantidade desses íons no músculo gera um potencial de ação que se propaga na membrana da fibra muscular nas duas direções do músculo, despolariza essa membrana e penetra profundamente no seu interior. Os eletrodos são os responsáveis por captar esses sinais, podendo ser colocados de maneira superficial (não invasiva) ou profunda (invasiva). Os eletrodos invasivos apresentam uma taxa de captação de sinais de 10kHz. Por estarem conectados internamente, são capazes de pegar o sinal de uma única unidade motora. No entanto, podem apresentar alguns inconvenientes, como a necessidade de uma excelente esterilização, o perigo de quebra dentro da musculatura do paciente, ou algum desconforto. Já os eletrodos superficiais, além de não apresentarem os inconvenientes dos eletrodos invasivos, têm o sinal captado na frequência de até 500Hz e amplitude entre 50µV e 5mV, dependendo do músculo analisado e da configuração do eletrodo utilizado. As próteses com tecnologia mioelétrica são as mais modernas encontradas atualmente no mercado. A alimentação desses dispositivos é realizada por uma fonte de energia externa ao corpo e a contração dos músculos é capaz de gerar pulsos elétricos que são usados como sistema de controle. Basicamente, a prótese mioelétrica funciona a partir de impulsos elétricos gerados pelo cérebro e recebidos pelo músculo. O sinal mioelétrico é captado na região muscular e tratado de forma a adequá-lo para o acionamento do mecanismo de movimentação da prótese, como mostra a imagem a seguir. SINAL MIOELÉTRICO O termo mioelétrico é composto por “mio” (do grego mys, que se refere a músculo) e “elétrico”, referente à eletricidade. Portanto, sinal mioelétrico é a atividade elétrica produzida pela contração muscular, podendo ser utilizado em diversos sistemas de reabilitação como sinal de controle, tal como em uma prótese para membro superior. javascript:void(0) Esquema de funcionamento de uma prótese mioelétrica. A evolução das próteses biônicas usando os sistemas mioelétricos vem acontecendo de maneira assustadora. Já existem protótipos de próteses que são capazes de sentir mudanças de temperatura, pressão. Atualmente, no Brasil, duas empresas europeias estão autorizadas a desenvolver e fabricar suas próteses: a alemã Ottobock e a islandesa Ossur. SAIBA MAIS A Ottobock Brasil disponibiliza a mão biônica em duas versões: a Michelangelo, cujo formato é bem próximo ao fisiológico de uma mão humana, com motores independentes para a abertura e fechamento da mão; e a BeBionic, cuja forma se assemelha muito à mão humana, podendo ser escolhida em diversos tamanhos – o que diferencia mão de homens, mulheres e crianças. O BeBionic é um sistema mais atualizado, com componentes eletrônicos e funcionais mais modernos; ele conta com 12 tipos de pinças programáveis, que ajudam o usuário de forma segura e eficaz nas mais variadas tarefas do dia a dia, como pegar uma caneta ou objeto pequeno, e até mesmo a executar tarefas com ferramentas (furadeiras, por exemplo). Para cada uma dessas atividades há uma pinça (função) específica para a superfície dos objetos, e a prótese conta com um punho que pode realizar uma rotação passiva de até 360° para otimizar todas as funções existentes. Pode-se utilizar, para fins estéticos, luvas cosméticas em silicone no tom da pele, ou outra que o paciente prefira. A islandesa Ossur apresenta três modelos de mãos biônicas, com o nome I-Limb e suas respectivas subdivisões. Todas as próteses oferecem diversas características de programação e personalização de funções pelo software Biosim e my I-Limb. Com ele, é possível ajustar a velocidade funcional da mão em até 30% e a rotação manual do polegar; escolher entre os tipos diferentes de garra – o dedo indicador tem função em touchscreen. Existem quatro versões de tamanhos e há possibilidade de usar coberturas estéticas próximas ao tom de pele do paciente. Todas essas características da mão biônica estão presentes no modelo I-Limb Access, e o modelo conta também com 12 possíveis tipos de pinças, sendo que a rotação do polegar ocorre de forma passiva e manual. Como um modelo intermediário, a prótese I-Limb Ultra traz alguns opcionais, que são otimizados para realizar de forma mais correta algumas atividades; esse modelo possui um total de 18 combinações de pinça. A função auto-grasp permite que a mão entre em ação e aumente a pressão da garra quando o usuário estiver segurando objetos que possam escorregar. Tem também opcional de dedos em titânio, para aumentar em até 50% a capacidade de carga da prótese biônica. No mais, o modelo mais moderno da linha é o I-Limb Quantum, que conta com todos esses opcionais da versão ultra e com 36 tipos diferentes de pinça, o que oferece ao usuário mais opções de atividades específicas para programar. Esse dispositivo interage também com os smartwatch da marca Apple, para ajustes e feedback da mão. PRÓTESES BIÔNICASPARA MEMBROS INFERIORES As próteses biônicas para membros inferiores promovem uma infinidade de possibilidades funcionais, desde o ato de caminhar mais próximo do natural, até práticas de esportes radicais, como trilhas ecológicas e escaladas. Isso se deve ao desenvolvimento de sistemas mioelétricos parecidos com o que é utilizado para desenvolvimento da mão. As próteses para membro inferior podem ser utilizadas nestes níveis: Os dispositivos são desenvolvidos com tecnologias capazes de reconhecer o que o paciente está fazendo, desde um simples descanso numa poltrona até um salto entre obstáculos. Isso se deve aos eletrodos que funcionam como uma espécie de sensores, tornando a prótese capaz de interceptar uma atividade específica e se ajustar. O objetivo é facilitar o usuário no dia a dia, além de promover mais segurança. Existem casos em que as próteses são à prova d’água, permitindo que o usuário se locomova com água em nível acima da cintura. O dispositivo é capaz de interpretar essa condição e se ajusta para alterar sua resistência e realizar um movimento mais próximo do natural. O papel do fisioterapeuta é fundamental para que a utilização das próteses biônicas tenha resultados satisfatórios; é sua função ajudar o paciente a restabelecer sua funcionalidade, mediante treinamentos específicos para cada tarefa – como subir e descer uma escada, ou pegar objetos –, além de estimulá-lo a recuperar a confiança em si mesmo. PRÓTESES BIÔNICAS NA AMPUTAÇÃO Neste vídeo, o especialista apresentará aspectos importantes das próteses biônicas e seus objetivos em indivíduos amputados. VEM QUE EU TE EXPLICO! O sinal mioelétrico Próteses biônicas para a mão VERIFICANDO O APRENDIZADO CONSIDERAÇÕES FINAIS As próteses, utilizadas desde o Egito antigo, têm como característica comum propiciar a funcionalidade de segmento do corpo acometido por doença, trauma ou amputação. A maior longevidade da população mundial faz com que algumas patologias, como as osteoartrites, acometam cada vez mais pessoas. Permitir que aliviem a dor e suas incapacidades é o papel desempenhado pelas próteses articulares, contribuindo para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar de quem delas faz uso. E o fisioterapeuta? Ele desempenha uma importante função, tanto no preparo para a cirurgia como no pós-operatório, sendo sua atuação fundamental para a melhor recuperação do paciente. Neste estudo, você viu que a evolução protética avança a passos largos. Com mãos biônicas, hoje é possível realizar movimentos complexos, os quais nenhum outro animal é capaz de realizar, como o movimento de oponência tenar (pinça). Existem também protótipos capazes de sentir alterações de temperatura e pressão; eles se adaptam a tais condições para fornecer ao usuário maior liberdade e segurança. Os fisioterapeutas precisam acompanhar essa evolução CONCLUSÃO tecnológica e lançar mão de técnicas próprias à preparação do coto dos pacientes, reeducando-os para uso desses novos dispositivos. PODCAST Neste podcast, o especialista apresentará o que é uma prótese, e como elas se desenvolveram, desde os primeiros indícios no Egito Antigo até os dias atuais, com as próteses biônicas. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS AMENDOLA, L. et al. History of condylar total knee arthroplasty. In: Recent Advances in Hip and Knee Arthroplasty. [s.l.] Inglaterra: InTech, 2012. DAVEY, M.S. et al. Long-term outcomes of total elbow arthroplasty: a systematic review of studies at 10-year follow-up. In: Journal of Shoulder and Elbow Surgery, v. 30, n. 6, p. 1423– 1430, 2021. FISCHER, P. et al. Total wrist arthroplasty: a 10-year follow-up. In: Journal of Hand Surgery, v. 45, n. 8, p. 780, 2020. JUNIOR, E.A. et al. Prótese mioelétrica para membro superior. Monografia de conclusão de curso de Engenharia Mecânica. USF. Campinas, 2016. Consultado na internet em: 23 nov. 2021. LEITE, J. M. C. Desenvolvimento da metodologia de projeto e fabrico de próteses articulares. Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica. U.PORTO/FEUP, 2014. Consultado na internet em: 23 nov. 2021. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Confecção e manutenção de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção. [s.l: s.n.], 2013 MOULTON, L. S.; GIDDINS, G. E. B. Distal radio-ulnar implant arthroplasty: a systematic review. In: Journal of Hand Surgery: European Volume, v. 42, n. 8, p. 827–838, 2017. VERONESE, N.; MAGGI, S. Epidemiology and social costs of hip fracture. In: Injury, v. 49, n. 8, p. 1458–1460, ago. 2018. EXPLORE+ O artigo Perfil dos pacientes submetidos à artroplastia do quadril em hospital de ensino, de Vania Regina Goveia e colaboradores, publicado em 2015 na Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, objetiva caracterizar o perfil epidemiológico de pacientes submetidos à artroplastia do quadril, primária ou de revisão. Acesse a revista na internet e leia o artigo na íntegra. Vale a pena! CONTEUDISTA Pedro Pena
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