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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 QUESTÕES AIN 05 – ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA 1. Sobres as anemias de doença crônica, marque a correta: a- É secundária a processos inflamatórios e infecciosos com alteração da formação eritrocitária, sem haver alteração do metabolismo de ferro. b- O mecanismo da anemia é multifatorial relacionada ao aumento de citocinas inflamatórias como interleucina 1 e 6, fator de necrose tumoral c- As alterações hematológicas ocorrem por um aumento da absorção intestinal do ferro e sua diminuição no sistema reticuloendotelial d- Habitualmente é uma anemia leve com macrocitose e hipocromia 2. Sobre a insuficiência renal crônica e anemias, marque a correta: a- A presença de hemorragia digestiva pelo uso de anticoagulantes durante a diálise, e própria espoliação dialitica leva a deficiência de ferro e de ácido fólico. b- O tratamento da anemia por doença crônica é somente o tratamento da doença de base c- O tratamento da anemia na insuficiência renal é feito com 100 µg/kg de eritropoietina 2x por semana via subcutânea d- O excesso de PTH aumenta a velocidade de condução no nervo motor levando a disfunções musculares 3. Julgue as afirmativas: 1- Artrite reumatoide, ICC e hepatopatia são doenças frequentemente associadas a anemia de doença crónica. 2. Um dos mecanismos importantes na patogenia da ADC é a dispersão do ferro circulante para o setor de estoque, as células do sistema do reticuloendotelial captura e retém o ferro tornando-se indisponível para as células eritropol éticas. 3- A medula óssea precisa de vários precursores para ter uma eritropoese eficaz como metais (ferro e cobalto), vitaminas (B12, B6, tiamina, riboflavina, folato, C, E) e hormônios tireoidianos e andrógenos. 4-Pacientes com IRC não apresentam disfunção plaquetária. a- Todas as afirmativas estão corretas. b- Há duas afirmativas corretas c- Há apenas uma afirmativa correta d- Há três afirmativas corretas. - 1,2 e 4. A diferenciação entre as anemias ferropriva e a anemia de doença crónica em um paciente idoso pode ser feita por qual exame? a- Ferro sérico; b- Volume corpuscular médio da hemacia; c- Ferritina; d- Indice de saturação de transferrina NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 5. Paciente 65 anos, portador de diabetes tipo 2, ICC e IRC, fazendo diálise 4 vezes por semana há 3 anos, com história de fratura óssea grave de baixo impacto no último ano. Ao exame físico apresenta se descorado 3+ /6+, taquicárdico (FC: 130 bpm), dispneico, Pa: 180x130 mmhg, reflexos tendinosos diminuidos. Exames laboratoriais: Hemoglobina: 7 g/dl, Ht: 21%, VCM: 76fL, HCM: 25 pg, glicose de jejum: 440 mg/dl, cálcio: 12mg/dL, PTH: 450 pg/mL. Qual a melhor conduta e diagnóstico plausível para esse caso? a- Indicação de internação hospitalar com inicio da reposição de ferro, pois se trata de uma anemia ferroprivea. b- Inicio apenas de eritropetina pois é uma anemia por doença renal c- Indicação de internação hospitalar para correção do quadro metabólico, início de eritropoletina, associada a ferro e correção do cálcio, pois o paciente possui uma anemia de doença crónica d- Controle da pressão arterial, pois há apenas um descontrole da ICC. 6. Paciente com insuficiência renal crônica (clearance de creatinina = 18mL/min), em tratamento conservador, tem anemia e está sendo tratado com eritropoietina. Revisando o prontuário, constata-se que, antes dessa identificação terapêutica, foram solicitados apenas hemograma e creatinina. O exame atual, feito meses depois do primeiro, constata que o nível de creatinina aumentou ligeiramente, sem melhora no nível da hemoglobina. Antes de iniciar a eritropoietina, deveria ter sido assegurada a normalidade dos estoques da medula óssea de: A) vitamina B12 B) ácido fólico C) tiamina D) ferro 7. Mulher negra de 26 anos procura atendimento com queixa de fraqueza e desânimo há algumas semanas com piora progressiva. Relata febre e emagrecimento. O exame físico mostra mucosas descoradas 2+/4+, sem outras alterações. Exames laboratoriais revelam hemoglobina = 7,8g/dL; hematócrito = 22%, VCM = 77fL, CHCM = 25pg, leucócitos = 10.500/mm³ , plaquetas = 550.000/mm³ , reticulócitos = 3,0%, ferro sérico = 30µg/dL (normal de 35 a 150µg/dL) e capacidade de ligação do ferro = 200µg/dL (normal de 220 a 420µg/dL). A classificação e a causa da anemia microcítica, respectivamente, são: A) normocrômica / anemia falciforme B) hipocrômica / anemia de doença crônica C) hipocrômica / anemia por deficiência de ferro D) normocrômica / anemia por deficiência de eritropoietina 8. Paciente de 67 anos, tabagista desde a adolescência, veio à consulta por cansaço progressivo, perda de apetite e emagrecimento. As mucosas estavam descoradas. Trouxe um hemograma mostrando anemia (hemoglobina de 9,6 g/dl) e VCM de 78 fl (valor de referência: 80-100 fl), sem elevação de reticulócitos. Os níveis de LDH e de haptoglobina estavam normais, os de ferritina elevados e os de ferro e de saturação da transferrina normais. Havia linfopenia, mas não alterações nas plaquetas. Sobre a anemia desse paciente, assinale a assertiva correta. A) O padrão sugere fortemente anemia hemolítica microangiopática. B) O padrão laboratorial sugere deficiência de vitamina B12 ou de folato com resposta medular adequada, devendo ser realizada investigação neste sentido. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 C) Os dados sugerem anemia de doença crônica, mas sangramento crônico não pode ser descartado completamente. D) Há indícios de hemorragia intensa recente associada a neoplasia de trato respiratório. E) Há alta probabilidade de anemia microcítica por talassemia menor 9. Ana Maria, 50 anos, apresenta um hemograma que mostra microcitose e hipocromia de leve a moderada com o RDW normal. Com base nestas informações podemos afirmar que este exame é compatível com: A) Anemia encontrada em estados inflamatórios e infecciosos crônicos. B) Anemia ferropriva. C) Anemia por deficiência de vitamina B12. D) Anemia por deficiência de ácido fólico. E) Nenhuma das alternativas anteriores 10. No tratamento com agentes estimulantes da eritropoiese (AEE). A) a principal causa de resistência nos pacientes em hemodiálise é a aplasia pura de hemácias. B) os estados inflamatórios crônicos podem perpetuar a anemia por aumento na produção de hepcidina. C) o uso adjuvante de andrógenos reduz a incidência de resistência. D) a resistência deve ser confirmada pela dosagem dos níveis séricos de eritropoietina. GABARITO: 1. B 2. A 3. D 4. C 5. C 6. D O passo básico dos pacientes que vão iniciar reposição de EPO devido a anemia de doença crônica por DRC é a dosagem e reposição de ferro, a fim de que não falte matéria prima para a produção das hemácias, já que pode surgir deficiência de ferro secundária ao aumento na eritropoiese. A opção D seria a resposta que obviamente nos viria primeiro à mente. Contudo, também é necessário garantir suprimentos de folato e B12 adequados, de modo, que as opções A e B também respondem a questão. Logo, sugerimos recurso, que não foi aceito pela banca. 7. B Questão de hemato típica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)... Para resolvê-la, vamos começar classificando a anemia de acordo com o CHCM: o normal vai de 32 a 35 pg, permitindo-nos afirmar que a anemia dessa mulher é hipocrômica — ficamos entre B e C. A diferenciação entre anemia ferropriva e inflamatória ficará a cargo da cinética do ferro. Nesse paciente, o nível sérico de ferro está próximo ao limite inferior e capacidade total de ligação do ferro (TIBC) baixa, achados totalmente contrários à possibilidade de ferropenia (C errada). Lembre que a TIBC reflete a transferrinacirculante, proteína de fase aguda negativa. Como assim negativa? Isso significa que, em situações de inflamação sistêmica, a transferrina sofre redução. E quanto ao ferro sérico? Na anemia inflamatória, as citocinas aprisionam o ferro em seus estoques, sobrando pouco para a circulação... Apenas para ratificar nosso diagnóstico: o paciente parece ter, de fato, alguma condição inflamatória crônica, tendo em vista a perda ponderal e a febre 8. C Pessoal, temos diante de nós um paciente com anemia microcítica e hipocrômica sem elevação de reticulócitos, logo, trata-se de anemia hipoproliferativa. Dentre das anemias hiporpoliferativas, NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 aquela que classicamente se apresenta como micro-hipo é a ferropriva, embora até 20% dos casos de anemia de doença crônica também tenham esse padrão. Contudo, a cinética de ferro desse paciente nos direciona mais para a anemia de doença crônica, uma vez que encontramos ferritina elevada. Não é possível, contudo, afastar sangramento crônico: vamos relembrar que o câncer colorretal é uma causa clássica de anemia de doença crônica associada a sangramento crônico em pacientes > 50 anos 9. A Questão sobre interpretação do hemograma. Vamos avaliar as alternativas: Letra A - Nas anemias de doença crônica, que são comuns em estado infecciosos e inflamatórios, os níveis de hemoglobina não estão tão baixos, as hemácias são normocrômicas e normocíticas ou hipocrômicas e microcítica. O RDW ou Índice de Anisocitose, que reflete a variação do tamanho das hemácias, está normal. Letra B - Na anemia ferropriva, os níveis de hemoglobina e hematócrito são variáveis conforme a deficiência de ferro. As hemácias são normocíticas e normocrômicas ou microcíticas e hipocrômicas. O RDW está elevado. Letra C e D - Nas anemias por carência de Vitamina B12 e Ácido Fólico, a defeitos na síntese de DNA, levando à divisão celular lentificada, mas com amadurecimento normal do citoplasma. Assim, as células são grandes com dissociação entre o núcleo e o citoplasma (megaloblastose) 10. B A principal causa de resistência aos agentes estimulantes da eritropoiese (AEE) é a deficiência corporal de ferro (A errada). A existência de um estado inflamatório crônico é um fator que também dificulta a resposta aos AEE, na medida em que citocinas pró- inflamatórias estimulam a secreção de hepcidina pelo fígado, um hormônio diminui tanto a absorção intestinal quanto a liberação de ferro a partir do estoques endógenos, agregando um componente de "anemia de doença crônica" ou "anemia inflamatória" ao quadro (B correta). O uso de andrógenos não mostrou aumentar a resposta aos AEE (C errada). A resistência é confirmada pela ausência de resposta dos parâmetros hematimétricos (ausência de aumento da hemoglobina em pelo menos 1 g/dl após 1 mês de uso de AEE), sendo desnecessário dosar os níveis séricos de eritropoietina (D errada)