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Ácido Acético, Soda Cáustica e Titulação Ácido-Base

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1. INTRODUÇÃO 
1.1 – Ácido acético 
O vinagre é considerado um condimento, pois a sua principal finalidade 
é atribuir gosto e aroma aos alimentos, também é utilizado para 
conservar vegetais e outras substâncias, atribuindo-lhes gosto 
agradável, apresentando também utilidade como amaciante de carnes 
temperadas e legumes em conservas (BORTOLINI et al., 2001). Além 
disso o vinagre pode apresentar propriedades estimulantes e benéficas 
ao organismo como favorecer a secreção do suco gástrico, aumentando 
a ação dissolvente e a ação de regulação da glicose sanguínea 
(JOHNSTON; BULLER, 2005), controle da pressão arterial, estimulante de 
apetite e promoção da absorção de cálcio 
A acidez volátil corresponde ao teor de ácido acético. O ácido acético, 
chamado oficialmente como ácido etanoico, é um composto 
pertencente ao grupo dos ácidos carboxílicos. É o principal componente 
do vinagre, sendo inclusive muito utilizado no cotidiano. Ele provém da 
oxidação do álcool do vinho no processo de acetificação. O vinagre para 
consumo deve ter entre 4% e 6% de ácido acético. A legislação brasileira 
745, de 24 de outubro de 1977. 745, de 24 de outubro de 1977, 
estabelece em 4% o teor mínimo de ácido acético para vinagre. 
No laboratório, a análise da acidez é realizada através da titulação de 
neutralização utilizando solução NaOH 0,1mol/L padronizada e 
fenolftaleína 1% como indicador. O NaOH reage quantitativamente com 
o ácido acético presente no vinagre e após a reação total, um pequeno 
excesso de NaOH torna a solução alcalina e o indicador adquire uma 
coloração rosa. 
 
1.2 – Soda caustica 
A soda cáustica é um produto amplamente utilizado na indústria 
usada na indústria principalmente como base química, na fabricação de 
papel, tecidos e detergentes. Também apresenta uso doméstico para a 
desobstrução de encanamentos e sumidouros, pois dissolve gorduras e 
sebos. É altamente corrosivo e pode produzir queimaduras, cicatrizes e 
cegueira devido à sua elevada reatividade. 
A soda caustica é produzida a partir da reação do carbonato de 
sódio com o hidróxido de cálcio. 
Na2CO3(s) + Ca(OH)2 (aq ) → CaCO3(s) + NaOH(aq) 
Como o rendimento dessa reação não é 100%, o produto pode 
conter resíduos de carbonato de sódio, sendo possível, através de uma 
titulação ácido-base determinar o teor desse produto, bem como o teor 
de hidróxido na amostra final. 
São necessárias duas titulações para a determinação do teor 
dessas substâncias na amostra de soda caustica. Uma irá determinar a 
alcalinidade total da amostra através da reação com solução padrão de 
ácido clorídrico e a outra irá determinar o teor de íons OH- provenientes 
da dissociação do hidróxido de sódio, após precipitação do carbonato 
com cloreto de bário. Por subtração do volume de ácido clorídrico gasto 
para a determinação da alcalinidade total daquele observado na 
segunda titulação, determina-se o teor de carbonato na amostra. 
 
 
1.3 – Titulação ácido-base 
A Titulação Ácido-Base é um processo onde faz-se reagir um ácido 
com uma base para que se atinja o ponto de equivalência. À medida 
que é adicionado o titulante ao titulado, o pH da solução (titulante mais 
titulado) vai variar, sendo possível construir um gráfico desta variação, 
ao qual se dá o nome de curva de titulação. O ponto de equivalência 
pode variar dependendo da concentração inicial do titulante e do 
titulado. 
O método se baseia em soluções padrões, na qual um padão 
primário é utilizado para descobrir a concentração de outra solução, 
afim de torna-la um padrão secundário. O padrão primário se trata de 
um composto no qual a concentração calculada é exatamente igual a 
real, enquanto o padrão secundário se trata de uma solução cuja 
concentração é determinada pela titulação com padrão primário. 
As reações de neutralização são importantes no procedimento de 
titulação ácido-base, no qual a concentração molar de um ácido em uma 
solução aquosa é determinada pela adição vagarosa de uma solução 
básica de concentração conhecida na solução do ácido. Com a adição 
de um indicador ácido-base, observa-se quando a reação se completa, 
atingindo o ponto de equivalência ou ponto de viragem. É possível saber 
quando isso ocorre e parar a reação, porque a cor da solução sofre uma 
mudança brusca na presença de um indicador ácido-base, em virtude 
da variação do pH. (RUSSEL, 2006) 
Quando a quantidade de titulante adicionado é a quantidade 
exata necessária para uma reação estequiométrica com o analito, ocorre 
o ponto de equivalência, ou ponto de viragem. Ao ocorrer uma 
mudança súbita de uma propriedade física da solução, dizemos que esse 
é o ponto final da titulação, e a diferença entre o ponto de viragem e o 
ponto final é o chamado erro de titulação. Essa mudança só é percebida 
com o auxílio de um indicador, que deve ser acrescentado ao ácido. 
Quando essa mudança ocorre, a titulação se concluiu por completo. 
(HARRIS, 2005) 
 
A partir dos conceitos apresentados buscou-se realizar o preparo e 
padronização das soluções de hidróxido de sódio e ácido clorídrico, afim 
de determinar o teor de ácido acético no vinagre e o hidróxido de sódio 
e carbonato de sódio presente na soda cáustica. 
 
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
2.1 – Preparo de NaOH 0,1 mol L-¹ 
Materiais: 
• Balança semi-analítica 
• Espátula 
• Béquer 
• Pisseta com água destilada 
• Bastão de vidro 
• Balão volumétrico de 250mL 
• Frasco de polietileno 
Procedimento: 
Calculou-se a massa de NaOH necessária para preparar 250mL de uma 
solução de concentração 0,1 mol L-¹ (Ver calculo 1). 
M= m(g) ∕ MM.V 
0,1 = m(g) ∕ 40g . 0,25mL 
M= 1g (deve-se pesar 1g de NaOH para preparar 250mL de uma solução de 
concentração 0,1 mol L-¹) 
Com o auxílio de um béquer de 100mL e uma espátula, pesou-se numa balança 
semi-analítica a quantidade de hidróxido calculada. A massa ideal seria (1,0g) 
porém, a massa real pesada foi 1,0295g. 
Em seguida, dissolveu-se o hidróxido pesado com 50mL de água destilada e 
com o auxilio de um bastão de vidro transferiu-se quantitativamente para um 
balão volumétrico de 250mL. Lavou-se o béquer com pequenos volumes de 
água destilada, transferiu-se para o balão e finalmente completou-se o volume 
com água destilada até a marca de aferição, homogeneizando toda a solução. 
Guardou-se a solução em um frasco de polietileno devidamente 
identificado para posterior padronização. 
 
2.2 – Preparo da solução de HCl 0,1 mol L-¹ 
Materiais: 
• Pipeta graduada de 10mL 
• Pêra ou pipetador 
• Béquer 
• Pisseta com água destilada 
• Bastão de vidro 
• Balão volumétrico de 250mL 
• Frasco de vidro 
Procedimento: 
Utilizando os dados do rótulo (36,5-38% HCl, M.M. 36,46, e densidade 1,181g 
g/mL), calculou-se o volume do ácido concentrado necessário para preparar 
250mL de solução 0,1 mol/L. (Ver cálculo 2) 
Na capela com o exaustor ligado, mediu-se com uma pipeta graduada 2,08mL 
do ácido concentrado. 
Em seguida, transferiu-se os 2,08mL para um béquer já contendo cerca de 
100mL de água. Após isso, transferiu-se a solução para um balão volumétrico 
de 250mL e completou-se o volume com água destilada até a marca de 
aferição, homogeneizando toda a solução. 
Por fim, guardou-se a solução em um vidro devidamente identificado para 
posterior padronização. 
Dados do HCl para cálculo do volume: 
Ensaio: 37% 
Densidade: 1,181g 
P.M: 36,46g 
V: 1L 
M: ? 
 
Diluição: 
M1V1 = M2V2 
12-V1 = 0,1 . 250Ml 
V1 = 25∕12 = 2,08mL de HCl 
 
2.3 – Preparo de uma solução de Biftalato de potássio 0,1 mol L-¹ 
Materiais: 
• Balança semi-analítica 
• Espátula 
• Béquer de 50mL 
• Pisseta com água destilada 
• Bastão de vidro 
• Balão volumétrico de 50Ml 
Procedimento: 
Visualizou-se no frasco que contem o biftalato de potássio a massa molar 
do mesmo e calculou-se a partir desta, a massa necessária parar preparar 
50mL de uma solução 0,1 mol L-¹ (Ver cálculo 3)M= m(g) ∕ MM.V 
0,1 = m(g) ∕ 204g . 0,05mL 
M= 1,02g de Biftalato devem ser pesadas. 
Com o auxílio de um béquer de 50mL e uma espátula, pesou-se numa balança 
semi-analítica a quantidade de biftalato calculada. A massa ideal seria 
(1,020g) porém, a massa real pesada foi 1,0204g. 
Transferiu-se quantitativamente para um balão volumétrico de 50mL, 
lavando-se as paredes do béquer com água destilada para que não seja 
perdida massa do biftalato, em seguida, transferindo-se as águas de 
lavagens para o balão volumétrico. 
Completou-se o balão volumétrico com água destilada até a marca de 
aferição, homogeneizando toda a solução. 
Por fim, guardou-se a solução em um frasco de polietileno devidamente 
identificado. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
ALVES, R. D. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE ÁCIDO ACÉTICO 
EM VINAGRE COMERCIAL POR VOLUMETRIA ÁCIDO-BASE. Revista 
Educação, Meio Ambiente e Saúde. V. 6, n.4. 2016. 
 
RUSSEL, J.B. Química Geral. 2 ed. v1. São Paulo: Makron Books, 2006. 
 
HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.

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