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Lara de Aquino Santos Bases de Prova e Planos de Orientação A base de prova e os planos de cera irão simular as características biotipológicas e a relação maxilomandibular. BASE DE PROVA (base de registro ou placas articulares): → É considerada o ‘‘protótipo’’ da prótese; → São confeccionadas sobre o modelo de trabalho; → Permite a realização de todas as orientações prévias para a confecção da prótese total; → A sua confecção é semelhante à da moldeira individual, porém, apresenta 3 diferenças: Não possui cabo, não apresenta alívios e a sua extensão é semelhante a área chapeável. Características: → Apresentar certa retenção, suporte e estabilidade; → Perfeita adaptação em toda a zona de suporte; → Extensão adequada na área de suporte da prótese; → Espessura adequada e uniforme; → Área de assentamento basal (base) de 1 a 2 mm; → Área das bordas de 3 a 4 mm; → Resistência a rigidez adequada; → Ficar ajustada frente a possíveis deslocamentos e a qualquer outra alteração tecidual; → Deve guardar relação com as atividades funcionais das estruturas orais (retenção); → Deve ser confeccionada em material resistente, dimensionalmente estável, econômico e de fácil manuseio; Confecção: → Realizar os alívios apenas em áreas retentivas, para possibilitar a remoção do material (maxila: flanco labial e região de tuberosidade – mandíbula: vestibular/região anterior, região posterior do flanco lingual e flanco sublingual); → Isolar o modelo de gesso com vaselina ou isolante próprio; → Realizar duas dobras na cera n°7 e posicionar nas extremidades da placa de vidro, para servir de base para a prensagem do lençol de resina acrílica; → Dosar o polímero e o monômero com dosadores apropriados (3:1). Aglutinar a resina acrílica com espátula 36 e aguardar a fase plástica; R Ó T E E S P T O T A L Lara de Aquino Santos → Fazer uma “bola” com a resina e colocá-la sobre a placa de vibro base e com a outra placa de vidro, prensar a resina acrílica com pressão uniforme e constante, até a placa de vidro tocar a tira de cera, obtendo um lençol de resina com espessura de aproximadamente 1 a 2mm; → Adaptar o lençol de resina acrílica sob o modelo de trabalho; → Recortar os excessos com a lecron embebida de monômero, na região da área chapeável (fundo de sulco); → Reembasar a borda, para que fique com 3 a 4 mm; → Realizar os alívios do freios labiais e das inserções musculares em forma de “V”, por meio dos discos de carborundum. Para região inferior realizasse uma ferradura com a resina acrílica; Uma base bem ajustada deve preencher por completo o sulco da borda representado no modelo. PLANOS DE ORIENTAÇÃO (planos de cera): → São confeccionados em cima da base de prova; → Auxiliam nos registros das relações intermaxilares e na montagem dos modelos finais em articulares; → Facilitam a montagem dos dentes; → Auxilia na prova estética e funcional da PT. Confecção dos Rodetes de Cera (Técnica da Lâmina de Cera Dobrada): Recomenda-se a confecção dos rodetes com cera de durezas diferentes, pois durante os procedimentos clínicos de registro das relações intermaxilares, um rodete será desgastado às custas do outro. Utiliza-se então cera 9 para o rolete superior e cera 7 para inferior. → Plastificar uma lâmina de cera sobre a chama da lamparina, até que comece a se curvar; → Confeccionar as dobras até que permaneçam com 1 cm de largura no sentido longitudinal da cera e pressionar até que as camadas de cera estejam bem aderidas entre si, eliminando o ar entre elas; → Após dobrar a cera no sentido longitudinal, unir as pontas, dobrando-a ao meio. Unir as dobras com espátula n° 7 aquecida; → Aquecer novamente a camada de cera e dar o formato de ferradura (forma do arco). A superfície da cera deve estar lisa e uniforme; → O acabamento do plano de cera será realizado com a espátula 36 bem aquecida, para promover alisamento na superfície vestibular e lingual. → Colar em cima da base de prova. Lara de Aquino Santos Posicionamento dos Rodetes de Cera no Arco Superior: → Posicionar à frente da papila incisiva; → O centro do rodete deve coincidir com o centro do rebordo residual; → 1 cm do sulco hamular. Posicionamento dos Rodetes de Cera no Arco Superior: → Posicionar no centro do rebordo residual; → Bisel para adaptação no ramo ascendente (região de papila piriforme) terminando em zero. Importante: → As medidas de desgaste das superfícies oclusais dos rodetes de cera, bem como sua individualização serão realizadas na boca do paciente. INDIVIDUALIZAÇÃO DAS BASES DE PROVA E PLANOS DE CERA: Etapa clínica. O Que Fazer: → Realizar uma desinfecção com clorexidina antes de provar em boca; → Verificar a base de prova (parte acrílica), se a mesma está estável, se possui alguma rebarba, se os alívios para os freios e as inserções musculares estão adequados; → Verificar se estão adaptadas; → Verificar se estão estáveis, retentivas e confortáveis; → Verificar a extensão posterior; → Verificar os lábios; → Ajustar os flancos labiais na região do freio. Embora ela não esteja tão retentiva quanto a definitiva, ela deve apresentar uma certa retenção para provar a cera, porém, se não estiver podemos lançar mão dos adesivos fixador de prótese total (coregas). INDIVIDUALIZAÇÃO DO PLANO DE ORIENTAÇÃO SUPERIOR: Em todas as etapas de individualização deve-se iniciar sempre pelo modelo superior. Só parte para o inferior quando o superior estiver devidamente concluído. 1. Suporte Labial: → Procura-se obter um ângulo de aproximadamente 90° entre a superfície do lábio superior e a base do nariz (ângulo nasolabial); → O rolete de cera deve ser ajustado por meio de acréscimos ou desgastes da cera, mantendo um contorno adequado; → O suporte do lábio adequado depende da posição e inclinação do lábio sobre o plano de orientação; → O reposicionamento correto dos músculos orbiculares é essencial para a recuperação estética; → Lembrar que os dentes devem ser montados a frente do rebordo. Fatores a Serem Analisados: → Excesso na base remove-se com a maxicut; Lara de Aquino Santos → Excesso de cera remove-se com a lecron ou espátula 36 aquecida; → Para acrescentar cera faz o filete e aquece ela; → Excessos grosseiros na base de prova dão impressão que o paciente está com rolinho de algodão na região vestibular. 2. Altura Incisal: → Determinação da porção visível dos dentes com o lábio em repouso; → Corresponde ao quanto de cera fica visível quando o lábio do paciente fica em repouso; → A quantidade de exposição é variável e depende do gênero e idade (as mulheres podem expor mais, 3 a 4). Como Analisar: → Paciente devidamente sentado e reto, pedir para ele desencostar o lábio e analisar o quanto de cera está exposta; → Realizar a marcação da altura desejada na cera e remover os excessos por meio da régua de Fox aquecida; → Idosos acima de 60 anos expõem 2 mm acima do tubérculo labial; → Meia idade (40-60 aos) expõem ao nível do lábio; → Até 40 anos expõem 2 mm além. Esses valores podem variar de acordo com as caraterísticas de cada paciente e o critério clínico do profissional. 3. Linha do Sorriso (correção do plano oclusal): → Os dentes naturais formam uma curva suavemente ascendente que acompanha a borda superior do lábio inferior; → A posição dos dentes anteriores e posteriores no plano oclusal é importante para um aspecto harmônico; → O plano oclusal paralelo ao plano de Camper e a linha bipupilar, produz automaticamente uma linha do sorriso em harmonia com o lábio inferior. Fatores aSerem Analisados: → Para a análise do paralelismo do plano de orientação anterior e a linha bipupilar utiliza-se a régua de Fox, que é um instrumento dividido em duas partes. Uma parte será apoiada sobre a superfície oclusal do rolete de cera e a outra, posicionada externamente à face do paciente.; → O plano de orientação posterior, representado pela superfície oclusal do plano de cera, deve ser paralelo a uma linha imaginária do ponto mais baixo da Lara de Aquino Santos asa do nariz até a porção média do meato acústico externo/tragus (plano de Camper); → Caso não exista paralelismo, deve-se acrescentar ou remover cera a fim de obter o necessário paralelismo; → Falta de paralelismo nos planos de orientação gera uma curva descendente, proporcionando um sorriso invertido. Importante lembrar que a altura incisal previamente estabelecida deverá ser mantida. 4. Corredor Bucal: → Espaço existente entre a superfície vestibular dos dentes posteriores e a mucosa interna da bochecha; → O plano de orientação deve ser ajustado contornando o perímetro externo da base de prova. 5. Linha Média e Linha dos Caninos: → Para estabelecer a linha mediana é importante não se basear pelo nariz; → Regiões que podemos nos basear: Centro da glabela, filtro do lábio e freio labial; → Posiciona-se o fio dental no centro da glabela e traça uma linha até a mesial dos incisivos centrais, e com isso demarcar com a lecron; → Referências para traçar a linha dos caninos: Comissura labial, asa do nariz e linha imaginaria vertical (centro da pupila); → Importante levar em consideração a harmonia dessas estruturas (principalmente da asa do nariz). 6. Linhas de Referência: → Quais são: Linha média, linha dos caninos e linha alta do sorriso; → Linha alta do sorriso: É a quantidade de exposição dos dentes anteriores durante o sorriso; → Pedir para o paciente sorrir o máximo que conseguir, logo iremos realizar uma marcação com a lecron, para determinar a posição do incisivo central (entre a linha alta do sorriso e a base). AJUSTES DO PLANO DE ORIENTAÇÃO INFERIOR: → Acompanha o ajuste do plano superior; → Ajusta-se a dimensão vertical de oclusão; → Registra a relação intermaxilar. Lara de Aquino Santos Os ajustes no plano de orientação inferior estão essencialmente relacionados ao restabelecimento da posição mandíbula em relação à maxila nos planos horizontal e vertical. Vertical: Dimensão vertical; Horizontal: Relação cêntrica. Conceitos: Dimensão vertical (DM): → Altura do terço inferior da face ou relação espacial da mandíbula em relação à maxila no plano vertical. Dimensão vertical de repouso (DVR): → É a mediada segundo um eixo vertical existente, quando a mandíbula estiver em posição postural ou de repouso; → Músculos elevadores e abaixadores em equilíbrio; → Independe da presença de dentes (posição postural). Dimensão vertical de oclusão (DVO): → É a medida, segundo um eixo vertical existente, quando as superfícies oclusais estiverem em MIH; → Depende da presença de dentes em oclusão. Espaço funcional livre (EFL): → Espaço existente entre os dentes quando a mandíbula se encontra em posição de repouso (DVR); → Varia em média de 3 a 4 mm. METÓDOS DE DETERMINAÇÃO DA DIMENSÃO VERTICAL DE OCLUSÃO: É importante ressaltar que, por se tratar de uma conduta subjetiva, e muitas vezes interpretativa, o profissional deve dominar mais de um método para a obtenção da DVO e, sempre que julgar necessário, aplica- los no mesmo paciente para que o resultado obtido com um método seja confirmado por outros. DVO = DVR – EF. DVR = DV0 + EFL. Lara de Aquino Santos 1. Método Métrico (de Wiillis): → Willis propôs que para uma estética ideal a distância entre o canto do olho e a comissura labial deve ser igual à distância entre a base do nariz e o mento, no paciente em repouso postural. Dimensão Vertical de Repouso: → A distância do canto externo do olho à comissura labial é igual à distância do subnasal ao gnátio. Dimensão Vertical de Oclusão: → Distância do canto externo do olho à comissura labial – EFL (3 a 4 mm). 2. Fisiológico: → É o registro da altura do terço inferior da face com a mandíbula em repouso – EPF (3 a 4 mm). → Se baseia pela posição fisiológica de repouso, com isso o paciente deve estar relaxado e desencostado da cadeira (posição postural); → Pedir para o paciente realizar movimentos de deglutição da saliva. Quando ele voltar para a posição normal realizamos a medição. 3. Estético: → Obtenção da harmonia do terço inferior da face com as demais partes do rosto; → Depende muito da experiência e sensibilidade do profissional; → É um método que tem como vantagens a participação do paciente, a rapidez e a simplicidade, porém utiliza um critério subjetivo; → Referência importante: Como os lábios se tocam (tem esforço?). 4. Fonético: → Tem como objetivo aferir a funcionalidade da DVO previamente estabelecida, por meio da pronuncia de palavras com sons sibilantes (Mississipi e sessenta e seis); Fatores a Serem Analisados: → Se as bases de prova se batem durante a pronuncia dos sons; → Se há presença do espaço funcional de pronuncia. Lara de Aquino Santos RESULTADO SATISFATÓRIO FINAL: → Contato uniforme entre os rodetes superior e inferior; → Conforto ao fechar a boca e ao falar; → Checar o EFL por meio da pronuncia de ‘’S’’ e ‘’SS’‘ (paciente deve informar se está tendo contato) e por meio da pronuncia de ‘’M’’ (toque labial) e separação entre os rodetes de 2 a 3 mm; → Realizar a remoção ou acréscimo sempre no rodete inferior, até que fique de 1 a 2 mm abaixo da borda do lábio. ERROS NO REGISTRO DA DIMENSÃO VERTICAL: Aumentada: → Face alongada; → Comprometimento estético; → Fadiga muscular; → Desconforto e dor; → Alteração da fonética; → Desgaste precoce dos dentes; → Reabsorção óssea acelerada; → Dificuldade de selamento dos lábios. Diminuída: → Projeção do mento; → Intrusão dos lábios; → Sulcos nasogenianos aprofundados; → Retenção de saliva na comissura labial (gera queilite angular); → Dificuldade fonética; → Hipotonicidade muscular; → Comprometimento estético. REGISTRO DA RELAÇÃO MAXILOMANDIBULAR: Relações Maxilomandibulares (RMM): → São todas as posições que a mandíbula assume em relação a maxila. Relação Cêntrica (RC): → É uma relação exclusivamente articular, que independe dos contatos dentais; → É a posição mais posterior da mandíbula em relação à maxila no plano horizontal; → É uma posição fisiológica, reproduzível e praticamente imutável. Máxima Intercuspidação Habitual (MIH): → É aquela onde ocorre o maior número de contatos entre os dentes superiores e inferiores, independente da sua posição condilar; → Um pequeno deslizamento a partir da RC, comum a maioria das pessoas, leva ao deslocamento mandibular, buscando uma posição de maior número de contatos; → É passível de mudanças ao longo da vida; → Não é a posição de referência para reabilitações extensas e complexas. Relação de Oclusão Cêntrica (ROC): → Quando a MIH ocorre em RC, havendo coincidência nos determinantes dentários e anatômicos do posicionamento mandibular; → É a posição ideal e não há deslizamento ou prematuridade; → Melhora o direcionamento das cargas oclusais, isto é, como será transferido para a musculatura e dentes; → É a posição de eleição para reabilitações protéticas extensas (PPR que há perda de vários dentes e PT). Lara de Aquino Santos Métodos de Obtenção: Método de Manipulação: → Também chamado de método guiado não forçado; → Consiste em conduzir a mandíbula para a posição maisretruída, com o auxílio de uma ou duas mãos do operador: → A manipulação da mandíbula não de ser forçada. O operador deve guia-la para RC e não tentar induzi-la a ir para essa posição. Então estabiliza-se a base de prova com uma das mãos e manipula a mandíbula com a outra; Método Fisiológico: → Utilizar em associação com o método de manipulação; → Pedir para o paciente relaxar a musculatura, colocar a ponta da língua no palato (direciona o fechamento da mandíbula) e deglutir a saliva (mantem a posição do registro). Registro: → É a interposição de material de registro com a mandíbula em relação cêntrica; → Mantem a dimensão vertical de oclusão. Materiais Utilizados: → Elastômeros leves; → Poliéter; → Pasta zinco enólica (cuidados com rebordos muito retentivos ou flácidos) → Clipe. Como Obter o Registro em PT: → Realiza-se uma canaleta em forma de V na região posterior da base de prova superior, por meio da lecron; → Vaselina-se somente a base de prova superior; → Manipulação do material de moldagem e inserção na base de prova inferior; → Leva-se o conjunto para boca do paciente. Importante que a superior seja posicionada primeiramente e posteriormente a inferior; → Guia-se a mandíbula para RC e aguardar o tempo de presa do material; → Remover o conjunto completo. Ao utilizar a pasta zinco enólica é importante vaselinar toda a região que o material entrará em contato, principalmente em pacientes que possuem barba.
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