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Indaial – 2020 Educação E Novas TEcNologias aplicadas ao ENsiNo Na ÁrEa dE líNgua EspaNhola Prof.ª Gabriela Marçal Nunes Prof.ª Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo Prof.ª Mariane Eggert de Figueiredo 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Profª. Gabriela Marçal Nunes Profª. Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo Profª. Mariane Eggert de Figueiredo Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: N972e Nunes, Gabriela Marçal Educação e novas tecnologias aplicadas ao ensino na área de língua espanhola. / Gabriela Marçal Nunes; Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo; Mariane Eggert de Figueiredo. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 227 p.; il. ISBN 978-65-5663-100-4 1. Língua espanhola - Estudo e ensino. - Brasil. 2. Tecnologias digitais de informação. – Brasil. I. Nunes, Gabriela Marçal. II. Policarpo, Kadhiny Mendonça de Souza. III. Figueiredo, Mariane Eggert de. IV. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 370 III aprEsENTação Acadêmico, na Unidade 1 veremos que a sociedade atual conhece um novo modelo de funcionamento e estágio evolutivo: a era virtual, em que as tecnologias digitais de informação e comunicação predominam e alteram padrões, muitos estabelecidos há séculos. Vimos o contexto de aparição das tecnologias e sua evolução, bem como as implicações nos processos de ensino e aprendizagem, mudanças de comportamentos, perfis e escopo das alterações. As abordagens, nesta unidade, concentraram-se no plano diacrônico, tendo em vista que imperava introduzir o fenômeno e situá-lo, antes de, verdadeiramente, abordá-lo de forma analítica. Na Unidade 2, em contrapartida, as TDIC serão abordadas no plano sincrônico, através do estudo das teorias do ensino e aprendizagem mediados pelas tecnologias e suas implicações no processo. Serão abordadas as linguagens do contexto digital, a distinção entre os processos de alfabetização e letramento e o letramento digital. Apoiados na multiplicidade de gêneros e semioses, terminaremos com a discussão dos “multiletramentos” que as novas perspectivas implicam. Depois, o estudo se concentra nos sujeitos e contextos, os novos fazeres do ensino e aprendizagem mediados pelas TDIC. Buscaremos respostas para interrogações sobre os desafios da educação neste novo paradigma educacional – e social – do século XXI. Em seguida, abordaremos a Educação no cruzamento com a Comunicação, por meio do conceito de “educomunicação” e suas implicações, interrogando-nos sobre as necessidades de uma educação voltada para as mídias. Veremos, em particular, as políticas públicas voltadas à questão. Para completar a reflexão, trataremos do papel do professor como mediador no processo de ensino-aprendizagem, bem como a aprendizagem colaborativa. Fechando a unidade, por fim, nos dedicamos ao estudo dos recursos destinados ao ensino e aprendizagem: os REA (Recursos Educacionais Abertos), OA (Objetos de Aprendizagem) e AVEAs (Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem). Também nos questionaremos quanto aos procedimentos a serem privilegiados nos diferentes processos. A era digital revolucionou e vem mudando de forma significativa a forma como agimos, interagimos e aprendemos. Com a ajuda dos novos dispositivos móveis – smartphones, tablets – podemos desenvolver diversas tarefas cotidianas e, além disso, explorar todas as suas potencialidades para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem. Por essa razão, a Unidade 3 tem como objetivo apresentar um pouco mais sobre essas tecnologias e as potencialidades que elas possuem para serem exploradas como possíveis recursos didáticos no processo de ensino-aprendizagem da língua espanhola. Embora você conheça diversos recursos, a Unidade 3 não se debruçará apenas na apresentação deles, mas, também, serão levantados pontos críticos relacionados ao momento de planejar a aula até sua IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA utilização em sala nos diferentes níveis de ensino, pois é ali que podemos estimular o espírito crítico e analítico dos alunos, para que se construa de maneira coletiva a compreensão dos limites, desafios e potencialidades do digital (BERGMANN et al., 2019) para que, a partir disso, haja uma utilização consciente, crítica e racional dessas novas tecnologias Desta forma, conheceremos mais sobre plataformas on-line e aplicativos móveis que, dentro de sala de aula, podem tornar-se recursos didáticos digitais (NUNES et al., 2019) e potencializar o ensino de língua, de maneira que ocorra a partir da integração efetiva das tecnologias com as atividades planejadas pelo professor e dentro de uma metodologia que atrele o potencial dos recursos didáticos junto aos objetivos de aprendizagem para determinado grupo (BERGMANN et al., 2019). Bons estudos! Profᵃ. Gabriela Marçal Nunes Profᵃ. Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo Profᵃ. Mariane Eggert de Figueiredo V Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI VI VII Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer teu conhecimento, construímos, além do livro que está em tuas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela terás contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar teu crescimento. Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nessa caminhada! LEMBRETE VIII IX UNIDADE 1 – TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI .......................................................1 TÓPICO 1 – TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO ................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3 2 CONCEITO E EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS .......................................................................32.1 TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TDICs) .............4 2.2 HISTÓRIA DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TICs) .....9 2.3 EVOLUÇÃO DAS TICs NO CONTEXTO EDUCATIVO ..........................................................13 3 TECNOLOGIAS E MODALIDADES EDUCACIONAIS: PRESENCIAL, A DISTÂNCIA E HÍBRIDO....................................................................................................................15 3.1 A ERA DO CONHECIMENTO .....................................................................................................15 3.1.1 Ensino presencial ..................................................................................................................21 3.1.2 Ensino a distância ...................................................................................................................23 3.1.2.1 Definição ............................................................................................................................24 3.1.2.2 Evolução do ensino a distância ......................................................................................26 3.1.2.3 Ensino a distância e autoaprendizagem .......................................................................26 3.1.3 Ensino híbrido (blended learning) .........................................................................................28 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................31 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................32 TÓPICO 2 – EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS: SOCIEDADE E O ALUNO DIGITAL .............35 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................35 2 SÉCULO XXI: SOCIEDADE, TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO ..............................................36 3 CARACTERÍSTICAS DAS GERAÇÕES DIGITAIS .....................................................................41 3.1 O EFEITO DAS MÍDIAS ................................................................................................................41 4 EDUCAÇÃO NA ERA DIGITAL E OS ALUNOS 3.0 E 4.0 ..........................................................45 4.1 MÉTODOS DE APRENDIZAGEM PARA AS GERAÇÕES .....................................................45 4.2 O ALUNO DAS GERAÇÕES 3.0 E 4.0 ..........................................................................................47 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................50 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................51 TÓPICO 3 – ACESSO ÀS TECNOLOGIAS EM MEIO DIGITAL .................................................53 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................53 2 EQUIDADES E DESIGUALDADES NO ACESSO ÀS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO .................................................................................................................................... 53 3 INTEGRAÇÃO, INCLUSÃO, EXCLUSÃO E INVASÃO DIGITAL ...........................................56 4 AS TDICS NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS PREVISTAS NA BNCC (BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM) ..............................................................................64 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................67 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................68 sumÁrio X UNIDADE 2 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM E TECNOLOGIAS DIGITAIS ......................69 TÓPICO 1 – LINGUAGENS E TECNOLOGIAS DIGITAIS ..........................................................71 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................71 2 LINGUAGENS .....................................................................................................................................71 2.1 ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS .................................................................................72 2.2 LINGUAGENS HÍBRIDAS E AS TDIC ........................................................................................76 2.3 O HIPERTEXTO ...............................................................................................................................81 3 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO .............................................................................................83 4 LETRAMENTO DIGITAL E MULTILETRAMENTOS ................................................................84 4.1 CONCEITOS DE LETRAMENTO DIGITAL E MULTILETRAMENTOS ................................85 4.2 MULTICULTURALIDADE E MULTIMODALIDADE ..............................................................87 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................89 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................90 TÓPICO 2 – SUJEITOS E CONTEXTOS: “NOVOS” FAZERES PEDAGÓGICOS ....................93 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................93 2 DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI ..................................................................93 2.1 DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI ................................................................95 2.2 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS PARA A INCLUSÃO DIGITAL ..................................96 3 EDUCOMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO PARA AS MÍDIAS: PRECISAMOS EDUCAR PARA AS MÍDIAS? ..........................................................................................................97 3.1 EDUCOMUNICAÇÃO: CONCEITOS ..........................................................................................97 3.2 PRECISAMOS EDUCAR PARA AS MÍDIAS?...........................................................................100 3.3 EDUCAÇÃO PARA AS MÍDIAS: O QUE DIZ A BNCC .........................................................102 4 O PROFESSOR MEDIADOR ..........................................................................................................106 4.1 SOBRE O PREPARO DO PROFESSOR MEDIADOR ...............................................................107 4.2 PROFESSOR MEDIADOR NA PRÁTICA .................................................................................108 5 APRENDIZAGEM COLABORATIVA (AC) ..................................................................................110 5.1 CONCEITO .....................................................................................................................................110 5.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AC ..............................................................................................112 5.3 APRENDIZAGEM COLABORATIVA NA PRÁTICA ..............................................................115 5.4 VANTAGENS DA AC ...................................................................................................................123 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................124 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................125 TÓPICO 3 – RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS, OBJETOS DE APRENDIZAGEM E AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO-APRENDIZAGEM...............................127 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................127 2 O QUE SÃO OBJETOS DE APRENDIZAGEM (OA), RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS (REA) E AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO-APRENDIZAGEM (AVEA)? .....127 2.1 OBJETOS DE APRENDIZAGEM (OA) .......................................................................................128 2.2 RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS (REA) ......................................................................133 2.3 AMBIENTES VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM (AVEA) ....................................139 3 PESQUISAR E/OU CRIAR? ..............................................................................................................142 3.1 POR QUE PESQUISAR E POR QUE CRIAR MATERIAIS EDUCACIONAIS .....................142 3.2 DA PESQUISA E SELEÇÃO AO REUSO DE MATERIAIS .....................................................144 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................145 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................147 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................148 XI UNIDADE 3 – TECNOLOGIAS DIGITAIS E O ENSINO DE LÍNGUA E LITERATURA ESPANHOLA ...............................................................................................................151 TÓPICO 1 – AS TECNOLOGIAS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DO ESPANHOL NO ENSINO FORMAL ..........................................................................153 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................153 2 GLOSSÁRIO ........................................................................................................................................153 3 O MUNDO DIGITAL NO ENSINO FORMAL ...........................................................................155 4 NOVO PERFIL DO ALUNO ............................................................................................................156 5 A TECNOLOGIA DENTRO DA SALA DE AULA .....................................................................158 6 AS DIFERENTES ABORDAGENS PARA O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA .......160 7 O PLANEJAMENTO E A SELEÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS ......................................163 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................167 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................168 TÓPICO 2 – RECURSOS DIGITAIS ..................................................................................................171 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................171 2 MATERIAIS ON-LINE ......................................................................................................................172 3 PLATAFORMAS DIGITAIS ............................................................................................................173 4 APLICATIVOS ....................................................................................................................................176 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................185 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................186 TÓPICO 3 – AS CONTRIBUIÇÕES DA TECNOLOGIA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DO ESPANHOL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ......................................189 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................189 2 O PERFIL DO ALUNO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (VANTAGENS E OBSTÁCULOS) ...............................................................................................................................190 3 CONTEÚDOS PERTINENTES PARA O ENSINO DE ESPANHOL .......................................191 4 A PERSPECTIVA DOS NOVOS LETRAMENTOS PERANTE O ENSINO DE LÍNGUA PARA ALUNOS DA EJA .................................................................................................193 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................196 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................197 TÓPICO 4 – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: É POSSÍVEL APRENDER LÍNGUAS? ................199 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................199 2 OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA .............................................................................................................200 2.1 O QUE MUDA NA MANEIRA DE ENSINAR A LÍNGUA ESPANHOLA NA EAD? .......201 3 O USO DE TECNOLOGIAS NO PROCESSO DE IMERSÃO .................................................202 4 A INTERAÇÃO DO PROFESSOR E ALUNO POR MEIO DAS PLATAFORMAS DIGITAIS ............................................................................................................................................203 5 O CURRÍCULO DO CURSO DE ESPANHOL NA EAD ...........................................................205 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................213 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................214 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................217 XII 1 UNIDADE 1 TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender os antecedentes históricos das novas tecnologias aplicadas ao ensino; • entender as diferentes concepções das tecnologias (TICs e TDICs, TACs e TEPs); • conhecer as características da educação e dos alunos na era digital; • refletir sobre o acesso às novas tecnologias no contexto educacional em aspectos relacionados à integração, inclusão e exclusão e competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO TÓPICO 2 – EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS: SOCIEDADE E O ALUNO DIGITAL TÓPICO 3 – ACESSO ÀS TECNOLOGIAS EM MEIO DIGITAL Preparado para ampliar teus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverás melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 1 INTRODUÇÃO Vivemos a era da comunicação e das tecnologias digitais que permitem acessar a todo tipo de informação e conhecimento depositados em algum lugar que não nos é palpável, mas de que nos servimos o tempo todo, nas mais variadas esferas da vida em sociedade. Estamos falando da internet e das facilidades que nos proporciona, das tecnologias e tecnologias digitais da informação e comunicação, as TDICs. Esse será o tema deste tópico: o uso das tecnologiasem contexto educacional. De início, discutiremos o conceito de tecnologias e as tecnologias digitais, que serão situadas numa perspectiva diacrônica, visitando os principais acontecimentos até os dias de hoje. Depois, abordaremos detalhadamente o papel das tecnologias digitais no contexto da educação e suas possibilidades nos processos de ensino e aprendizagem. Adiante, trataremos das novas modalidades de ensino e aprendizagem que se desenvolveram mediante o recurso às TDICs: além do ensino presencial, o ensino a distância que proporciona maior autonomia do aluno, e o ensino híbrido, mediando autonomia e encontros presenciais. Dessa maneira, sua trajetória englobará os principais aspectos ligados às tecnologias digitais aplicadas ao campo da educação. Bons estudos! 2 CONCEITO E EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS Nesta seção, abordaremos os conceitos de tecnologias e buscaremos compreender a trajetória percorrida pela humanidade desde os primórdios, até chegar à atualidade. Dessa forma, será possível apreender os conceitos, bem como as transformações que levaram à cultura tecnológica digital. UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 4 2.1 TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TDICs) Antes de iniciar, responda a estas três perguntas: • Quais são, em sua opinião, as duas melhores tecnologias? • Você consegue imaginar sua vida sem tecnologia? • O que é, afinal, “tecnologia”? Você pensou em aparelhos, equipamentos, dispositivos que facilitam sua vida no dia a dia? Celular, computador? Pensou na mobilidade, em facilidades como automóveis, energia e alimentos? Pois bem, geralmente, consideramos “tecnológicos” os produtos resultantes dos progressos da ciência e da indústria, frutos do conhecimento colocado a serviço da sociedade. Veja, a seguir, alguns resultados para “tecnologia” representado nos ícones da Figura 1. FIGURA 1 – EXEMPLOS REPRESENTATIVOS DE “TECNOLOGIA” FONTE: <https://image.shutterstock.com/image-vector/100-technology-icons- 600w-253729207.jpg>. Acesso em: 31 jul. 2019. TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 5 O conceito de tecnologia vai além dessa noção particular. Segundo Kenski (2007, p. 18), tecnologia é o “conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade”. Já para Carvalho e Ivanoff (2009, p. 3) é o “conjunto de técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais domínios da atividade humana”. Junto a esse conceito está o conceito de técnica: maneira, jeito, habilidade especial de lidar com as tecnologias, executar ou fazer algo. As técnicas (do grego techné, arte, modo de fazer) estão presentes na vida cotidiana na maneira de executar algo. Exemplo: na gastronomia, técnicas de preparo de um determinado prato. A tecnologia, em contrapartida, corresponde ao conjunto de elementos envolvidos nesse preparo: utensílios, fogão, modos de processamento dos ingredientes. Tecnologia envolve, portanto, aspectos diacrônicos (ao longo do tempo) e sincrônicos (num determinado momento). Em que: • As tecnologias acompanham a trajetória humana desde que o primeiro hominídeo fez uso de um recurso para facilitar seu dia a dia. • O uso da voz (urros) ou da pedra lascada e outros recursos são formas de tecnologia. • A humanidade ao longo dos séculos desenvolveu habilidades, gerando novas expectativas. As respostas a essas expectativas trouxeram e foram trazidas por novas tecnologias. • De um processo gradativo de acumulação e transmissão dos conhecimentos – técnicas – resultaram máquinas, dispositivos complexos, modos de ser das sociedades milênios mais tarde. • Da roda ao computador, tudo é tecnologia (KENSKI, 2007 apud GEWEHR, 2016), pois ela envolve o saber-fazer da humanidade, desde ferramentas pré- históricas às últimas invenções da pós-modernidade. Veja na tirinha Pra que serve o tablet, de William R. Silva e Fernanda Siwiec, um exemplo de confronto de tecnologias de períodos distintos. Você pode aproveitar o momento para realizar uma pesquisa sobre tecnologias empregadas no ensino e aprendizagem da língua espanhola em seu meio (escola, família, trabalho). Observe, por exemplo, quais recursos são empregados: smartphones, computadores, videoprojetores, lousas interativas, datashows, livros e cadernos. IMPORTANT E UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 6 Na Unidade 2, aprofundaremos o tema e o que prevê a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Você também já pode pesquisar a respeito em: Competências Gerais da Nova BNCC. Disponível em: http://inep80anos.inep.gov.br/inep80anos/futuro/novas- competencias-da-base-nacional-comum-curricular-bncc/79. ESTUDOS FU TUROS A língua, assim como as tecnologias, vai se moldando à medida que os dispositivos surgem. Veja mais em: https://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/o-tablet-o- tablete-e-a-tabuleta/. DICAS FIGURA 2 – PRA QUE SERVE O TABLET? FONTE: Adaptado de <https://www.humorcomciencia.com/wp-content/uploads/2015/08/ tirinha-Pra-que-serve-o-tablet.jpg>. Acesso em: 16 ago. 2019. ¿Para qué sirve la tableta? — Mami, compre los trés libros que deseabas. — Pobrecito, Él no sabe lo que es un libro. — humm, esas figuritas estorban un poco”. Agora que você já compreendeu o conceito de tecnologia, retomaremos aquelas três perguntas do início, com a finalidade de ampliar a sua reflexão para três outros aspectos: TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 7 • As tecnologias que realmente mais importam em sua vida. • As tecnologias que mais influenciam e/ou influenciarão sua trajetória como profissional do ensino de língua espanhola. • O conceito de Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação, as TDICs. Que tal você se servir de uma tecnologia da atualidade e refletir sobre esse tema instigante, enquanto aprecia o vídeo de Adriana D. Pucci, Sociologia: tecnologia, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kUBqBSadWrk. Esse vídeo apresenta alguns conceitos que serão aprofundados ao longo da unidade. DICAS Acadêmico, após assistir ao vídeo, responda às seguintes perguntas: 1 De que maneira acessou ao vídeo? 2 Quais tipos de informações obteve? 3 Quais dispositivos observou na apresentação que mobilizaram os seus sentidos (visão, audição...), tornando a comunicação mais sofisticada, envolvente ou eficaz? 4 A experiência ampliou o seu conhecimento sobre o que significam as TDICs? AUTOATIVIDADE Muito bem, acadêmico. Em primeiro lugar, você acessou ao vídeo através de um canal oferecido no Youtube, através de um serviço conhecido como rede. Você, muito provavelmente, acessou ao vídeo através de um serviço móvel acessível em seu telefone celular, certo? Um smartphone. UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 8 Smartphone: termo de origem inglesa que significa telefone inteligente, é um telefone celular com tecnologias avançadas, o que inclui programas executados com um sistema operacional, equivalentes aos computadores. FONTE: <https://www.significados.com.br/smartphone>. Acesso em: 19 ago. 2019. NOTA Esses recursos disponibilizados ao público permitem que se acesse a um número infinito de possibilidades de comunicação, lazer, informação e troca de informação. Isso tudo permitiu a você acessar ao documento indicado. A partir dessa reflexão, vamos à elucidação de dois conceitos fundamentais para a compreensão do que são TDICs: • Tecnologia da Informação e da Comunicação: conjunto de tecnologias (hardware, software e telecomunicações) que favorecem a automação e a comunicação, seja em processos comerciais, pesquisa, ensino ou na vida cotidiana das pessoas (BELINI, 2014). São exemplos de suportes: telefone, computador, rádio, televisão, as mídias em geral. • Tecnologia digital: permite a transformação de qualquer linguagem ou dado em números (0 e 1). Imagens, sons, textos, que percebemos através dos sentidos (visão, audição), sãotransformados em sequências de números (binárias) e lidas por dispositivos variados chamados de maneira geral computadores (RIBEIRO, 2019). A partir dessas duas tecnologias, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), aliadas à Tecnologia Digital (TD), surge o conceito de TDICs: • Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDICs): o processo de digitalização permite um maior fluxo e troca de informações e dados, o que torna o processo cada vez mais presente. Como já citado, TICs e TDs distinguem-se por sua natureza – as TICs são ferramentas analógicas – e pela anterioridade, pois surgiram antes no tempo. Novas Tecnologias, Novas Tecnologias da (Informação) e Comunicação são denominações adotadas. Atualmente, são Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação, as TDICs (GEWEHR, 2016). TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 9 O adjetivo digital: [Etimol.] dedo, corresponde aos números de 0 a 9 (os 10 dedos das mãos). A engenharia informática adotou o sistema binário de 0 a 1, dando origem ao sistema digital: redução a números, por exemplo, de imagens transformadas em um número finito de pontos expressos por combinações binárias (0 a 1). FONTE: <https://patrialais.blogspot.com /2011/07/digital-arts-magazine-cover-september. html>. Acesso em: 31 jul. 2019. NOTA As TICs e TDICs não são apenas os dispositivos ou ferramentas empregadas na troca de informações e/ou comunicação. Mecanismos internalizados ou “tecnologias da inteligência” (LEVY, 1999) tais como a linguagem, desenvolvidos para progredir, também são TICs. Já vimos no início da unidade que, ao longo das épocas, as diferentes sociedades desenvolveram tecnologias ao mesmo tempo em que foram por elas moldadas em seus modos de organização, funcionamento e pensamento. O desenvolvimento tecnológico moderno e, sobretudo as mídias, ampliaram esse movimento a ponto de fazer surgir uma nova cultura de informação e da comunicação (LEVY, 1999; KENSKI, 2007). Trataremos destes aspectos mais detalhadamente no Tópico 2, ao falarmos das tecnologias e da educação para a geração do século XXI. Na próxima etapa, veremos a trajetória das tecnologias como ferramentas de ensino e aprendizagem e poderemos, ao mesmo tempo, refletir sobre as transformações operadas na sociedade ao longo dessa trajetória. 2.2 HISTÓRIA DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TICs) Você já sabe o que são e para que servem as TDICs, certo? Nesta etapa, antes de iniciarmos a nossa reflexão, convidamos você a assistir ao vídeo A história da tecnologia na educação (https://www.youtube.com/watch?v=uXdus7X-E9s). Nele, você embarcará em uma viagem através do tempo e do espaço e poderá aprofundar seus conhecimentos sobre o recurso às tecnologias na educação desde tempos remotos até a atualidade. UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 10 Como você pôde ver, comunicar e transmitir conhecimento sempre foram atividades integradas ao fazer humano desde os primórdios. Cada época, porém, segundo o estágio de aprimoramento civilizatório em que se encontra a humanidade, apresenta suas peculiaridades. À medida que as sociedades evoluem e os conhecimentos se transmitem, as técnicas se aprimoram ao longo do tempo, aumentando em grau de complexidade. Uma visão dessas passagens é dada pela divisão das revoluções industriais ou de sociedade em ponto zero (.0). • Sociedade 1.0 – Caça e coleta: é o início de tudo, ocorrem os primeiros contatos do ser humano com a natureza. • Sociedade 2.0 – Agricultura: abandono do nomadismo e adoção do sedentarismo; surgem pequenas cidades e começam descobertas e trocas entre os indivíduos. • Sociedade 3.0 – Indústria: surgimento de máquinas e indústrias. Predomina o poder, as cidades aumentam com a demandas de mão de obra para a indústria; há necessidade de formação dessa mão de obra; Revolução na vida dos cidadãos. • Sociedade 4.0 – Informação: é a atualidade, em que as informações circulam livre e rapidamente pelos meios de comunicação em massa e a Internet. Alto impacto da tecnologia com Inteligência Artificial, Robótica, a sociedade gira em torno da tecnologia e do compartilhamento de experiências e informações, agregando conhecimento. • Sociedade 5.0 – Superinteligente: iniciou no Japão e ramifica-se através do planeta. Toda informação chega aos usuários pela simples vontade, interconexão global de humanos e tecnologias, cidades inteligentes, uma forma totalmente nova de conceber a existência. FONTE: <http://activa-id.com.br/blog/uma-revolucao-silenciosa-conheca-a-sociedade-5.0>. Acesso em: 29 ago. 2019. A sociedade 4.0 tornou-se extremamente complexa. O conhecimento gerado desde os fins da era 2.0, início da era 3.0, tornou-se extremamente complexo e segmentado. Esse modelo de conhecimento segmentado só pode ser gerido através das tecnologias, pois é humanamente impossível. As interações passaram a ocorrer de forma instantânea apagando as fronteiras do tempo e do espaço, mais que conhecer, impera saber como agir, despertar para uma nova forma de sociedade do terceiro milênio. Esse tema será aprofundado no Tópico 2 desta unidade. TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 11 Você quer enriquecer a sua cultura? Leia a obra de Edgar Morin: Os sete saberes necessários à educação do futuro, de 2005. Nela, o pesquisador francês dá uma visão englobante da realidade mundial e dos percalços da sociedade, educação, ciência na entrada do terceiro milênio. DICAS Na Sociedade da Informação, as tecnologias (computadores e sistemas de telecomunicações) ocupam um lugar de destaque para todas as áreas, pois é preciso estar conectado, em tempo real, para poder existir. Veja, no quadro apresentado a seguir, uma visão de conjunto da trajetória das tecnologias da informação e da comunicação ao longo das épocas, os suportes predominantes e a finalidade associada. Acadêmico, você gosta de ler? Que tal percorrer a trajetória da humanidade? Leia o livro Uma breve história da humanidade: sapiens, de Yuval Noah Harary. DICAS QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO TIC/DIC SUPORTE ÉPOCA FINALIDADE Era da oralidade Voz Pré-história Comunicação Cultura oral Pinturas rupestres Há 30 mil anos Comunicação Cultura oral – escrita Placas cuneiformes 2 mil a.C. Alfabeto e comunicação Escrita Invenção do papel 105 d.C. Registros e comunicação Cultura oral escrita Manuscritos, copistas, leitura oral coletiva Até a Idade Média Produção e difusão da informação Era da escrita Início do texto impresso, leitura silenciosa Fim da Idade Média Ensino, comunicação e lazer Cultura oral/escrita – Imprensa Guttenberg Manuscritos e livros Séc. XV Difusão do conhecimento UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 12 Primeiras universidades de Educação Pública Textos escritos Séc. XVII-XIX Conhecimento/saber Imprensa: 1ª mídia – Nova prática Texto escrito: livro (hábito de leitura individual silenciosa) Séc. XVII, XVIII... Informação, conhecimento e lazer Jornal: profissão/ internac. Texto escrito e gráfico Séc. XIX-XX Informação, conhecimento e lazer Telégrafo Fio/cabo 1840 Ensino, notícia e lazer Era audiovisual Ondas/som/imagem Século XX Ensino, notícia e lazer Rádio (EUA) Ondas/voz/música 1920 – em seguida Notícia de guerra, publicidade, notícias e entretenimento Televisão (EUA e Europa) Ondas/Imagem em movimento 1940-1950 Informação com imagens Computador (Alemanha, Inglaterra e EUA) Princípios eletromecânicos transistores 1940-1950 Realizar operações e cálculos Era da informação Gravador/Computador/TV 1960 Comunicação, conhecimento e lazer Internet (EUA) Rede 1960 Comunicação a distância Era da informática Computador/lousa interativa Anos 1990 Ensino e comunicação Macintosh 128 REVOLUÇÃO TEXTOS Informática, mouse, Interface gráfica 1984 PC para uso pessoal Era digital Internet 1995 Interconexão World Wide Web Inteligência artificialeconexão entre aparelhos Séc. XXI Ensino, comunicação e lazer Tecnologia digital Smartphones 2000 Comunicação e lazer Redes sociais, Google Smartphones, PC, I.A. 2000... Sociedade 4.0-5.0 FONTE: Adaptado de Kohn e Moraes (2007) TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 13 A partir desta amostragem das tecnologias e sua evolução ao longo do tempo, aprofundaremos o raciocínio para características e implicações dessa evolução na sociedade e, mais especificamente, na educação. 2.3 EVOLUÇÃO DAS TICs NO CONTEXTO EDUCATIVO Quando falamos de TICs na área de ensino, é preciso lembrar que as tecnologias englobam aspectos técnicos e pedagógicos. • Aspectos técnicos das tecnologias: correspondem às ferramentas utilizadas no processo ensino-aprendizagem, tais como: aplicativos, programas e o seu modo de uso. • Aspectos pedagógicos das tecnologias: correspondem ao desenvolvimento de competências e habilidades sociolinguísticas ligadas ao recurso às tecnologias no campo do ensino. • O uso das TDICs na área da educação implica, portanto, de um lado, o letramento em tecnologias e, de outro, a finalidade para a qual as tecnologias são empregadas, ou seja, o ensino (KENSKI, 2007). Leia o texto A história da tecnologia na educação: do uso da madeira à tecnologia digital, no link: https://www.ambersistemas.com.br/historia-da-tecnologia-na- educacao/. DICAS Veja, a seguir, a evolução das principais TICs no contexto educativo: • Século XIX-início Séc. XX: a metodologia de ensino privilegia o papel do professor como transmissor do conhecimento; recursos: quadro, giz, livros, lousa/caderno, lápis, borracha, caneta tinteiro. • A partir de 1940: primeiras utilizações das TICs (projeção de imagens e som) com finalidades educativas nos centros militares norte-americanos. No contexto histórico da Segunda Guerra Mundial, cursos ministrados aos oficiais são apoiados em técnicas audiovisuais de memorização e aprendizagem (PORTAL EDUCAÇÃO, 2019). • Década de 1950: a revolução tecnológica (rádio, projetor de filmes, retroprojetor e televisão) introduz novas perspectivas e valores na sociedade. Os meios de comunicação em massa chegam à escola, através da implantação de novas metodologias, mais dinâmicas. UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 14 • Anos 1960: desenvolvimento da linguagem de programação LOGO, no Instituto de Tecnologia de Massachussets, o MIT, por Seymour Papert (PAPERT, 1994 apud GREISSE, 2017). Nesse método, as crianças extrapolariam a aprendizagem baseada em exercício e prática mediante o acesso à própria programação informática para que pudessem “pensar sobre o modo como pensavam”. Recurso a diferentes mídias em sala de aula: projetor, televisão, gravador de voz, vídeo k-7. • Anos 1970: desenvolvimento das aplicações informáticas para a educação, o Ensino Assistido por Computador (EAC) Implantação de laboratórios de informática, mediatecas. • Anos 1980: relatório da UNESCO — prescreve a necessidade de uma educação crítica para as mídias (BELLONI, 2001 apud GREISSE, 2017). • Anos 1990: salas de aula dotadas de multimídia: lousa interativa no ensino de línguas estrangeiras. Aumentam as necessidades de definição de tecnologias educacionais pelas e para as instituições. • Anos 2000: acesso ao worl wide web (www) e a euforia da Internet em salas de aula. Rapidez, globalização, autonomia dos dispositivos, as TDICs conduzem à definição de novas tendências metodológicas para as gerações digitais que comunicam através de smartphones e vivem conectadas às redes sociais. • Web 1.0 x Web 2.0 e Web 3.0: na Web 1.0 o utilizador era consumidor da informação. Com a Web 2.0, torna-se produtor e consumidor da informação. A programação e criação e edição de páginas on-line torna-se acessível e fácil na Web 2.0 e 3.0, enquanto oferecia grande dificuldade na era 1.0. Quanto às ferramentas e possibilidades, tornam-se praticamente ilimitadas na Web 3.0, inteligente e em que os conteúdos são organizados (PORTO, 2017), em comparação ao número reduzido na Web 1.0. Como você pôde ver, conforme a sociedade foi se transformando e desenvolvendo novos recursos, as tecnologias foram se diversificando e tornando mais complexas as formas de ação e interação, transformando não apenas sua estrutura social, mas também sua forma de pensar, agir, de ser “humanos”. A educação reflete as transformações operadas na sociedade. Atualmente, as tecnologias se diversificaram e, conforme os modelos e situações, encontram-se também as denominações: • Tecnologias da Aprendizagem e do Conhecimento (TACs): assim como as TICs, servem para motivar os alunos a buscarem o aprendizado, potencializar sua criatividade e incrementar suas capacidades nas diferentes áreas do conhecimento. • Tecnologias do Empoderamento e da Participação (TEPs): destinadas a alunos proativos, é a ferramenta da atualidade virtual e interativa. O aluno constrói o seu conhecimento (PLAZA, 2012). TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 15 No próximo tópico, essas formas de ação serão aprofundadas, e você conhecerá as tecnologias e modalidades educacionais: ensino presencial, a distância e híbrido, ou blended learning, como se tornou corrente nos meios relacionados. 3 TECNOLOGIAS E MODALIDADES EDUCACIONAIS: PRESENCIAL, A DISTÂNCIA E HÍBRIDO Terminamos a seção anterior falando das tecnologias da Aprendizagem e do Conhecimento e das tecnologias do Empoderamento e da Participação. Estudaremos, a seguir, Modalidades educacionais de ensino: presencial, a distância e híbrido, ou blended learning, que empregam essas tecnologias. 3.1 A ERA DO CONHECIMENTO Estamos vivendo a era do conhecimento. Todavia, o que é exatamente “era ou sociedade do conhecimento”? Você saberia dizer? Sociedade do conhecimento: “é uma sociedade que recorre predominantemente às novas Tecnologias de Informação e Comunicação para a troca de informação em formato digital”. FONTE: <http://margarida-sociedadedo conhecimento.blogspot.com/2008/03/definio-de- sociedade-do-conhecimento.html>. Acesso em: 13 ago. 2019. IMPORTANT E Vimos, no tópico anterior, a passagem de uma sociedade marcada pela industrialização ao universo virtual da internet e do acesso à informação, ao conhecimento, os padrões nessa sociedade industrial, caracterizada pelos papéis e categorias sólidos, relativa consistência e homogeneidade, estabilidade e organização, regulada por mecanismos tradicionais oriundos de técnicas confirmadas e ligadas, em contexto brasileiro, ao espírito do pós-guerra. Junto a esse crescimento industrial, uma verdadeira explosão midiática se produziu de maneira exponencial em rapidez e amplitude. Todo um campo estava aberto ao desenvolvimento e oferecia à descoberta uma nova maneira de pensar das sociedades, que descobriam as tecnologias da informação e da UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 16 comunicação, e delas serviam-se a ponto de fazerem surgir uma “economia em rede”, a produção de riquezas fora do espaço concreto do objeto palpável. O conhecimento, através do espaço virtual, passou a gerar riquezas; a informação, a valer como produto palpável. Nascia a era do conhecimento, para a qual impera estabelecer regras, acordos bilaterais, contratos e parcerias universais, da mesma forma como ocorre com os mercados globais (BESSA; NERY; TERCI, 2003). A revolução tecnológica levou a um novo paradigma educacional. Paradigma: 1. Exemplo ou padrão a ser seguido; 2. Padrão estabelecido, norma. FONTE: <https://www.dicio.com.br/paradigma/>. Acesso em: 7 ago. 2019. NOTA A sociedade inteira modificou-se. O ser humano passou a ser e agir de outra maneira. A primeira hipótese, então, é de que a escola também atravessou ou atravessa uma fase de questionamentos e redefinição de valores, em consequência das mudanças ocorridas nos outros setores da sociedade. Acadêmico, seguem algumas questões para você refletir: • A escola em que você realizou os primeiros anosde estudo e a escola de hoje são as mesmas? • Como a escola pode(ria) atender às necessidades dos alunos das gerações atuais? IMPORTANT E Assista ao filme La Educación Pohibida (A educação proibida) disponível no link: http://educacionprohibida.com/?p=descargas&l=es. Nesse filme são apresentados alguns dos questionamentos envolvendo educação, evolução dos currículos e dos alunos no cotidiano em contexto de atualidade. DICAS TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 17 Na escola tradicional, o processo de ensino-aprendizagem enquadrava alguns parâmetros que convém retomar. Em primeiro lugar, há o tempo. Reflita, ou pergunte a seus pais e avós: • Como era ou se repartia o “tempo” de estudar, de ir à aula? • Como se relacionavam com a ideia de obrigatoriedade de se deslocar a um local específico (escola, faculdade) em um determinado momento, normalmente períodos fixos do dia, durante todo o ano letivo? Segundo Kenski (2007), o tempo e o espaço caracterizam o ensino tradicional. O aluno frequenta os bancos escolares, no local escola, havendo a obrigatoriedade de se deslocar até esse espaço, pois é aí que o conhecimento é transmitido. Esse conhecimento, finalmente, é “finito e determinado”. Ao final de um período pré-determinado, o indivíduo é considerado “formado” e está pronto e apto a iniciar outra jornada: a do mercado de trabalho. Falar em paradigmas educacionais significa, então, falar nesse processo educativo e na escola, pois “paradigma” corresponde ao “modelo”, à forma de atuação da escola e do professor em toda a trajetória de preparação da aprendizagem. Na nova sociedade da informação e do conhecimento, será que ainda é possível considerar um indivíduo “formado”, ou pelo menos, seu aprendizado totalmente terminado? Não. Segundo Kenski (2007, p. 24-25): “não existe mais a possibilidade de considerar a pessoa totalmente formada, independentemente do grau de escolarização alcançado”. Além disso, o ensino e a aprendizagem também se veem confrontados a uma complexidade de variáveis socioeconômicas do contexto atual, em que a competitividade, a produtividade e a competição ocupam lugar de destaque. Além disso, as mudanças provocadas na sociedade e as tecnologias mudaram a própria realidade: não é mais necessário deslocar-se até um espaço físico, a escola. A informação está disponível por todos os lugares e, para acessá-la, os caminhos são múltiplos e variados. As escolas são virtuais e “o que se desloca é a informação”. Como a informação surge e se desloca a grande velocidade, assim também se processa o aprendizado. O uso crescente da tecnologia móvel (smartphones, computadores portáveis, tablets etc.), bem como a incorporação das TDICs no processo, não apenas como um recurso a mais na prática diária do professor, mas como verdadeira tecnologia educacional, as TACs e as TEPs alteram o paradigma. Cabe, agora, à comunidade escolar implantar práticas orientadas à inclusão digital e favorecer o preparo dos professores para seu desempenho, a fim de tornar a função social da escola mais abrangente (SAMPAIO; LEITE, 1999). O quadro a seguir contrapõe as características do velho paradigma educacional ao novo paradigma educacional de forma sintetizada. Nas Unidades 2 e 3, veremos com mais detalhe os aspectos do novo paradigma educacional aplicados ao Ensino da Língua Espanhola. UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 18 QUADRO 2 – QUADRO COMPARATIVO ENTRE PARADIGMAS EDUCACIONAIS ANTERIOR-ATUAL Velho paradigma educacional Novo paradigma educacional O professor detém e transmite o saber, por isso, compete a ele: conhecer o conteúdo, repassá-lo ao aluno e avaliar o que foi aprendido. O professor conduz o processo ensino- aprendizagem, por isso, as aulas concentram-se na figura do professor, com predomínio da aula expositiva. O professor atua como mediador entre o conhecimento e o aluno, por isso, ele envolve pesquisa, utiliza fontes variadas, promove o trânsito pelos saberes, orienta a aprendizagem, organiza situações às quais o aluno aprende e faz a ponte entre o saber o aluno. O aluno é receptor de conhecimentos prontos e selecionados pelo professor. Sua participação é passiva, apenas ouve as explicações e reproduz o que o professor repassa. O aluno é ativo e aprendente, ele é o agente de sua aprendizagem, é pesquisador, busca e deseja conhecer, e vai além daquilo que é colocado pelo professor. A aula acontece em um espaço presencial, organizado para tal fim, ou seja, em uma sala de aula. Permanece restrita a esse espaço, que é pensado e comandado pelo professor. A aula vai além da sala de aula presencial, ou seja, acontece em ambientes de aprendizagem colaborativa, como os ambientes virtuais. O espaço é pensado e organizado pelo professor em função do processo de ensino-aprendizagem. Porém, é construído em conjunto ao aprendente, a fim de que se construa a aprendizagem desejada. Nessa sala de aula, o conhecimento é construído e compartilhado por todos os envolvidos. A relação do professor-aluno ocorre de forma vertical, visto que o professor é detentor do saber e repassa sua experiência ao aluno. A relação professor-aluno ocorre de maneira horizontal, na qual todos compartilham, trocam informações e conhecimentos, ensinam e aprendem. As experiências acontecem entre professor e aluno, aluno e aluno, assim como entre aluno e professor. Os conteúdos curriculares são verdades absolutas moldadas e transpostas em forma de conhecimento escolar, transcritas em livros organizados para esse fim. A estrutura é rígida, a fim de ser colocado às gerações mais novas o conhecimento já produzido pela sociedade. O s c o n t e ú d o s c u r r i c u l a r e s s ã o conhecimentos organizados em forma de conteúdos escolares com o objetivo de possibilitar o conhecimento necessário à formação do cidadão e ser humano. Contemplam a realidade e promovem o trânsito pelos saberes. TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 19 A m e t o d o l o g i a c o n s i s t e e m procedimentos rígidos e mecânicos, utilizados como meios para alcançar os fins pré-determinados. Consiste em um conjunto de técnicas adaptadas aos conteúdos e aos objetivos. A metodologia consiste em um conjunto de meios utilizados para promoção da aprendizagem, que vão além das simples técnicas, propiciando o envolvimento ativo do aluno. A metodologia envolve pesquisa e outras formas de busca e colaboração na construção do conhecimento. Os recursos são estáticos, repetitivos e utilizados como complementação dos procedimentos de ensino. É o professor que seleciona, prepara e comanda a utilização dos recursos tecnológicos para repassar o conteúdo. Os recursos são diversificados, inovadores e empregados como auxiliares no processo de aprendizagem. O professor envolve o aluno na seleção e escolha dos recursos tecnológicos que são utilizados para promover e estimular a aprendizagem individual e colaborativa. A avaliação é utilizada como verificação da apropriação do conteúdo pelo aluno. É estática, repetitiva e mecânica, organizada em momentos estanques preparados com fins específicos. Tem a prova como principal instrumento para coletas do que o aluno aprendeu. A avaliação é formativa, ou seja, possibilita intervenções durante o processo e o acompanhamento da aprendizagem do aluno. Os instrumentos são variados, selecionados e adequados aos conteúdos e procedimentos, utilizados com fim de coletar o que o aluno aprendeu e o que ainda precisa aprender. As tecnologias são utilizadas apenas como recurso de ensino para tornar a aula mais atraente. O professor seleciona e utiliza as tecnologias como complementares no repasse do conteúdo e como auxiliares para fixação do conteúdo. A televisão, o computador, a internet e outros são utilizados para repassar conhecimentos e tornar a aula mais atrativa. As tecnologias são utilizadas como meio de pesquisae fonte de informação para auxiliar o processo de aprendizagem. Complementam as ações do professor e do aluno, bem como possibilitam a troca de informações, experiências e comunicação, a fim de construir a aprendizagem de forma colaborativa. A televisão, o computador, a rede de internet e outros são colocados em favor da educação, como fonte de conhecimento e socialização do conhecimento. São usadas para tornar a aula mais dinâmica e produtiva. FONTE: Adaptado de Rampazzo et al. (2014, p. 25-26) As mudanças observadas na educação levam em conta e são influenciadas pelas tecnologias. A figura a seguir ilustra o desenvolvimento e possíveis prognósticos da evolução ainda a vir (ponto a ser tratado nos próximos tópicos e unidades): UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 20 FIGURA 3 – TECNOLOGIAS E ENVOLVIMENTO DO ALUNO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM FONTE: <https://didactalia.net/pt/comunidade/ materialeducativo/recursotic-tac-tep- tecnologias-para-aprender-y-para-toda/143e9989-1df0-44e2-9397-6423ca5bed7b>. Acesso em: 7 out. 2019. No ensino atual, predominam o Ensino Presencial, o Ensino a Distância e o Ensino Híbrido ou Blended Learning, como também é conhecida essa modalidade. Nas etapas a seguir, aprofundaremos essas três modalidades de ensino e aprendizagem. A Lei de Diretrizes de Bases n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, regulamenta a educação brasileira e, em consequência, as modalidades de ensino. IMPORTANT E TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 21 3.1.1 Ensino presencial O ensino presencial é o modelo de educação tradicional que vigorou – e ainda vigora – nas sociedades desde épocas remotas. Nesse, prevalece a noção de escola: “[...] comunidade de mestres e discípulos irmanados na busca da verdade. [...] é tipicamente comunitária” (JULIATTO, 2013, p. 43). A Constituição Federal regulamenta o acesso ao ensino ao garantir: Art. 206, “I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” (BRASIL, 1988). Ao referir a “ensino” e “educação”, refere-se ao ensino realizado em instituição escolar, o que se realiza entre um professor e um grupo de estudantes, no espaço físico da sala de aula, durante um determinado período, caracterizado pela “permanência”. O ensino presencial caracteriza-se por: • Presença física: professor e aluno encontram-se reunidos para o processo ensino-aprendizagem. • Tempo, caracterizado pela simetria: duração das aulas, horários pré- estabelecidos, intercalando disciplinas durante anos letivos. O tempo dos bancos de escola e seus blocos de ensino básico, médio, superior. O professor é responsável pelo agenciamento das atividades com os alunos em sala de aula, garantindo a progressão dos conteúdos, as aulas ocorrem ao mesmo tempo para todos os alunos. • Pessoas do grupo: os integrantes de uma sala de aula, separados por idades, os professores, a equipe pedagógica e o corpo de funcionários necessário à organização e o funcionamento da instituição, os envolvidos no processo educativo. • Ensino: recortado em conteúdos constantes do programa a ser estudado em cada período. • Espaço: o espaço da sala de aula, tradicionalmente fechado em uma sala destinada para as aulas, outra sala para a biblioteca, os corredores, o refeitório, o espaço da escola fechada em um pátio e sua teia de acontecimentos, o espaço físico da escola, normalmente dentro de muros representando ruptura com o mundo de fora e tecendo afetividades. “O espaço é uma das linguagens mais poderosas para dizer do fazer da escola” (KENSKI, 2007, p. 45). Dele nascem as inter-relações na sociedade, da convivência no espaço fechado das aulas, das salas, dos muros, em que as pessoas se tocam, se comunicam intenções e marcam a “coesão social”, indispensável à formação do indivíduo como cidadão, ser social integral. • Imagem: a escola presencial também se caracteriza pela imagem. Cores utilizadas, mobiliário conservado, sua disposição, tudo contribui à predisposição ao ensino e à aprendizagem dos alunos que os frequentam. Estes se comunicam pela imagem: dos corpos em movimento, das roupas, gestos, “os que ensinam e os que aprendem” (KENSKI, 2007, p. 46). Pela imagem se reconhecem, transmitem afetos e desafetos, criando elos e distâncias além do aprendizado. UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 22 • Comunicação: a situação em face a face permite o emprego de linguagem não verbal (entonação, gestos) e observância das reações dos interlocutores para ajustes na comunicação e transmissão dos conhecimentos por parte do professor. Através desses indicadores, fornecidos pelos alunos, o professor pode adaptar suas técnicas de ensino para motivar e despertar mais interesse (no caso dos alunos demonstrarem queda na motivação, por exemplo), ajustando continuamente suas estratégias ao grupo durante o processo. No ensino presencial, o saber científico, transmitido pelo professor, chega ao aprendiz por diferentes canais e com auxílio de diferentes suportes: voz, escrita, aulas expositivas, livros didáticos, revistas, jornais, televisão, Internet e demais formas hipermidiáticas de comunicação. Ainda segundo Kenski (2007), esse saber reflete o contexto histórico em que se insere o momento do aprendizado: as escolas respeitam, organizam e trabalham com esses saberes através de seus programas, currículos e projetos pedagógicos. A figura apresentada a seguir permite observar componentes de uma situação ensino-aprendizagem no ensino presencial: FIGURA 4 – ILUSTRAÇÃO DE SITUAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM (ENSINO PRESENCIAL) EDUCADOR CONDIÇÕES ESCOLARES CRIADAS ESTÍMULOS CLASSES GRUPOS DE NÍVEL SEM CLASSES ENSINO MAGISTRAL ANIMAÇÃO NÃO DIRETIVIDADE MATERIAL UTILIZADO TÉCNICAS A.V. COMPUTADOR MODO DE TRANSMISSÃO PALAVRA IMAGENS OBJETOS MODO DE TRABALHO COLETIVO EQUIPE INDIVIDUALIZADO TRABALHO EXECUTADO PELO ALUNO IMITAÇÃO, REPRODUÇÃO DESCOBERTA CRIATIVIDADE ALUNO FONTE: Adaptado de Mialaret (2013, p. 135) TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 23 A relação professor-aluno/ensino-aprendizagem sofreu mudanças ao longo do tempo, conforme a evolução sociedade e das correntes metodológicas. No contexto brasileiro, sobretudo após a Constituição de 1988, que estabelece descentralização de poderes e integração de direitos no fazer educativo (MELLO, 1987). Assim, de uma posição passiva no processo, o aluno passa a agente: • Na educação tradicional: o foco do processo é o ensino. O papel do professor em sua prática diária consiste em ser transmissor de conhecimentos a alunos receptivos dos conteúdos ministrados. O aluno, em consequência, “recebe” os conteúdos como se fosse um receptáculo. Para Paulo Freire (2002 apud JULIATTO, 2013, p. 116), são alunos “vasilhas e professores enchedores”. • Na educação contemporânea: o foco de atenção passa do ensino à aprendizagem; mudam os papéis. O estudante passa a ser sujeito de sua formação. Atualmente, é aceita a premissa de que “o aluno se educa e aprende melhor por si próprio” (JULIATTO, 2013, p. 117). O professor, então, de transmissor de conteúdos passa a facilitador da aprendizagem. Para Parker Palmer (1998 apud JULIATTO, 2013), “[...] o ensino consiste em estudantes que aprendem e não professores que ensinam”. Com a passagem a agente do processo de aprendizagem e as mudanças operadas no paradigma educacional dos finais do século XX, a tendência ao desenvolvimento de um ensino individualizado, centrado nas necessidades de cada um conduziu ao desenvolvimento de um novo tipo de metodologia ou forma de aquisição de conhecimentos, o “ensino a distância” (EaD). No próximo tópico, você verá esta modalidade de aprendizagem. Antes de prosseguir, que tal assistir ao vídeo da Angélica Carvalho: EaD: Educação a Distância, disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=bxK9KtF4Dvk. Nele, você terá uma explicação global da Educação a Distância e poderá começar a refletir sobre a forma de aprendizagem corrente.DICAS 3.1.2 Ensino a distância No tópico anterior, vimos as características do Ensino Presencial em seus diferentes processos e suportes de acesso ao conhecimento. Vimos o processo de individualização na busca pelo conhecimento. A velocidade com que a sociedade se transforma introduz novas metodologias e práticas de ensino-aprendizagem para alunos exigentes e desejosos de autonomia, rapidez de acesso à informação, UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 24 flexibilidade e dinamismo. Essa passagem de um ensino centralizado em elementos sólidos e fixos (uma sala de aula, um horário definido, um professor e um conteúdo pré-determinado) para a aprendizagem segundo demandas do aluno é o que vai caracterizar este tópico, ou seja, o Ensino a distância (EaD), tendência crescente no contexto atual. Você já teve uma introdução ao ensino na modalidade EaD no vídeo citado anteriormente. Neste tópico, veremos o funcionamento do EaD e as implicações pedagógicas dessa modalidade. Os recursos específicos tais como: plataformas e Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), serão elucidados nas Unidades 2 e 3. Você prestou atenção à música do vídeo EaD? Banda Larga Cordel, de Gilberto Gil. Ela também envolve a tecnologia da distância e do universo virtual e também identifica o tema do subtópico 2.2, a ser visto no Tópico 2, ainda nesta Unidade. DICAS 3.1.2.1 Definição O que é, afinal, o ensino a distância? Você saberia dizer? Educação a distância: “aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local de ensino exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais” (MOORE; KEARSLEY, 2008, p. 2). IMPORTANT E Logo, a EaD constitui-se em uma modalidade de comunicação assíncrona, ou seja, que não ocorre ao mesmo, mas em momentos distintos, mediada através de TDICs. TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 25 • Comunicação síncrona: comunicação realizada com presença simultânea dos interlocutores. Ex.: fala em face a face, a voz ao telefone, mensagens por Hangout, por WhatsApp. • Comunicação assíncrona: “a transmissão de informação ocorre de modo diferido, não exigindo, por isso mesmo, a disponibilidade ou a presença simultânea dos interlocutores. Além de permitir a comunicação e colaboração em espaços e tempos diferentes, permite ainda uma maior reflexão sobre a informação e os conteúdos produzidos e/ou acedidos” (MARTINS; JUSTINO; GABRIEL, 2010). Dessa maneira, a EaD é uma forma de aprendizado que ocorre em momentos e processos distintos envolvendo atores que executam as suas ações também em momentos e lugares distintos, o que difere o ensino a distância do ensino presencial. Como você pôde ver no vídeo – e também pode perceber em sua vida na sociedade ao seu redor – as rotinas estão se transformando cada vez mais, as habilidades demandadas estão se tornando específicas e pontuais, de maneira que um ensino focado, individualizado que não exija permanências em salas de aulas – tempo e lugar definidos – tende a se generalizar. A web e a EaD rompem, na verdade, com o modelo clássico de instituição “escola” pautado no professor que é “incentivado a tornar-se animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos” (LEVY, 1999, p. 158). Surgem, com a EaD, o trabalho cooperativo por meio de groupwares – softwares coletivos para cooperação –, listas de discussão, chats e comunidades virtuais. São aspectos intrínsecos à modalidade de Educação ou Ensino a distância (EaD): • Autonomia do aluno, que não se encontra presente em um mesmo espaço físico, juntamente com professor e um grupo de colegas aprendizes nem ao mesmo tempo. • Construção planejada do conhecimento através de tecnologias disponibilizadas ao aluno e mediadas por uma equipe – professor e agentes para administração e organização do processo. • Metodologia específica, integrando instrução e comunicação entre os agentes de ensino e os agentes de mediação – aluno e organização. A EaD pode apresentar vários níveis (MOORE; KEARSLEY, 2008 apud GREISSE, 2017): • Instituições que se dedicam unicamente ao EaD. • Instituições que mesclam a modalidade EaD com Ensino Presencial. • Cursos de capacitação oferecidos pelos professores através da modalidade EaD. UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 26 3.1.2.2 Evolução do ensino a distância Embora pareça uma metodologia recente, tributo à revolução digital, as metodologias de EaD possuem uma longa trajetória, conforme Greisse (2017): • Primeira geração de EaD: surgiu em fins dos anos 1800 e caracteriza-se pelo Ensino por Correspondência com a finalidade inclusiva (chegar àqueles que, de outro modo, não acessariam à formação). É intermediada pelos correios. • Segunda geração de EaD: com o surgimento do rádio, no início do século XX, surgem as primeiras emissões educativas, seguidas mais tarde pelas transmissões televisivas do Serviço Fixo de Televisão Educativa, que transmitia programas educativos para escolas e a comunidade. • Terceira geração de EaD: marcada pela abordagem sistêmica, agrupa várias tecnologias integradas a fim de oferecer um ensino de alta qualidade e custo reduzido (transmissões em rede – rádio e televisão –, material audiovisual acompanhados de material impresso – livro texto, caderno de exercícios etc.). O aluno também dispunha de um ambiente presencial para trocas e compartilhamento (dúvidas, aprofundamento) nas instituições. Neste período, surgem as primeiras Universidades Abertas (Open University). • Quarta geração: inicia nos EUA em 1980 para atividades em grupo no EaD. Emprega o serviço de teleconferências entre professores e alunos que passam a interagir uns com os outros. Com o desenvolvimento da comunicação por satélite, as universidades primeiro, em seguida as escolas, passam a transmitir programas retransmitidos a diferentes públicos. • Quinta geração: compreende aulas virtuais mediadas pelo computador e os softwares educativos. Atualmente, a modalidade EaD dispõe do recurso da internet e as facilidades tecnológicas proporcionadas pelos novos dispositivos de comunicação, sobretudo smartphones e aplicativos. 3.1.2.3 Ensino a distância e autoaprendizagem Como vimos nos tópicos precedentes, o EaD caracteriza-se pela autonomia e a individualidade dos aprendizes. Estes se tornam “protagonistas na aprendizagem e no processo de formação” (NEAD, 2013, p. 8). A autoaprendizagem apresenta duas modalidades: • Autônoma: como o próprio nome indica, o estudante exerce o controle sobre seu processo de conhecimento, escolhendo assuntos, materiais, pesquisas, sem necessidade de tutor para sua orientação. São exemplos famosos: Henry Ford e Bill Gates. TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 27 Que tal realizar uma pesquisa sobre autodidatas que foram bem- sucedidos e observar as metodologias e caminhos adotados para alcançar os seus objetivos? AUTOATIVIDADE • Dirigida: essa autoaprendizagem é organizada e sistemática. Geralmente dispensada por instituições de ensino que organizam conteúdos e materiais segundo objetivos e em etapas específicas, acompanhando o processo percorrido pelo aprendiz. Demanda uma infraestrutura particular: equipe multidisciplinar para produção e gestão de todas as áreas envolvidas nas diferentes etapas do processo. A autoaprendizagem implica, então, uma responsabilização do aprendiz no processo de aprendizagem e constitui metodologia desafiadora à instituição: • A instituição deve conduzir o aluno a “aprender a aprender”: não apenas aprender em contexto institucional, mas saber aprender nas situações da vida (MOORE; KEARSLEY, 2008). • O aluno deve estar ciente de que as tecnologias podem amplificar os seus resultados, e saber tirar o melhor proveito delas relacionando os conteúdos à realidade, mudando sua postura diantedos estudos – adoção de metodologia – e da vida – adoção de “postura proativa, cooperativa e aberta para diferentes situações da vida” (NEAD, 2013, p. 9). Como vimos, a adoção de uma metodologia de estudo amplificará os resultados e permitirá ao aluno da modalidade EaD atingir os seus objetivos de maneira mais eficaz. Alguns passos para o estudo em modalidade EaD são: o gerenciamento do tempo de estudos, a formação de grupos para estudos (que podem ser virtuais ou presenciais), acesso regular ao ambiente virtual de aprendizagem (AVA) da plataforma EaD (NEAD, 2013). No tópico a seguir, veremos a modalidade de ensino híbrido. Para aprofundamento no tema, sugerimos a leitura da obra: BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. de M. (Orgs.). Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015. DICAS UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 28 3.1.3 Ensino híbrido (blended learning) A modalidade de ensino híbrido é uma metodologia ativa centrada no aluno e suas habilidades e projeto de vida, que segue o processo de transformação pelo qual vem passando a sociedade em seus diversos setores produtivos: a passagem da disponibilização de serviços – e conteúdo – à individualização, o self-service de produtos e serviços a partir das necessidades individuais. Dessa forma, não se trata de modismo, mas de uma forma de ensino e aprendizagem que veio para ficar (BACICH; TANZI NETO; TREVISANI, 2015). Você já deve conhecer essa maneira de estudar, já que está na instituição e nós a praticamos! A educação consiste na emergência de um aluno participativo e responsabilizado por seu processo de ensino e aprendizagem, através da adoção de metodologias que privilegiam a solução de problemas, o desenvolvimento de projetos, games, para a construção do conhecimento. Consiste na combinação de estudo on-line e off-line com encontro presencial em que há trocas e compartilhamento de conhecimentos e esclarecimentos de dúvidas com colegas e tutores. Como forma de ensino baseada em um ambiente virtual, formas de ensino e aprendizagem cooperativas são empregadas: buscas temáticas on-line, fóruns, chats, disponibilização prévia dos conteúdos, projetos e outros trabalhos tendo como meta, a interação e a comunicação entre todos os participantes do processo. Em uma instituição inserida na sociedade digital, todos os agentes encontram-se envolvidos no processo de aprendizagem. Assim, a instituição e os estudantes são levados a refletir sobre a trajetória de aprendizagem – com apresentação de objetivos a serem alcançados antes das etapas – e autoavaliação ao final de cada etapa (BACICH; TANZI NETO; TREVISANI, 2015). Acadêmico, sugerimos a leitura do texto “O ensino híbrido é o futuro da educação”, diz especialista. Mas engane-se quem pensa que é só colocar um computador em sala — o chamado “blended learning” vai muito além, na íntegra em: https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/03/o-ensino-hibrido-e-o- futuro-da-educacao-diz-especialista.html. DICAS As salas de aula estão prestes a mudar de forma drástica por causa da tecnologia. Todavia, diferentemente de muitos setores, essa transformação nada tem a ver com a ascensão de robôs superinteligentes que tomarão o lugar dos profissionais humanos. Professores continuarão sendo fundamentais. O que vai ser diferente, então? O papel que eles desempenham na escola e a própria TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: UM BREVE HISTÓRICO 29 atuação do aluno – que vai ter mais controle sobre o ritmo de aprendizagem. É o que defende Júlia Freeland Fisher, diretora para educação do “think tank” do Clayton Christensen Institute, uma entidade sem fins lucrativos que estuda a inovação em diversos setores. Segundo Fischer, o chamado ensino híbrido, ou blended learning, é o futuro da educação. Mas misturar on-line e off-line vai muito além de simplesmente colocar um computador na sala de aula. Veja trechos da entrevista de Fischer: Quando estamos falando sobre novos modelos de educação, ou inovação disruptiva nessa área, a que estamos nos referindo, por exemplo? Acreditamos que o “blended learning” (ensino híbrido) é o futuro da educação. Ensino híbrido não é qualquer sala de aula que tenha tecnologia. Em vez disso, descreve especificamente a combinação de experiências de aprendizagem flexíveis e on-line dentro das escolas feitas de tijolo e argamassa que ainda contam com comunidades presenciais, interações sociais e cuidados para os estudantes [...]. Um modelo como tal pode ser implementado em qualquer lugar — como um país em desenvolvimento, caso do Brasil? Certamente. O ensino híbrido está usando o poder da internet para escalar o aprendizado personalizado. Crucialmente, isso pode ser feito em um computador ou até mesmo em um celular. Com base em nossa pesquisa, podem existir alguns obstáculos adicionais nos países em desenvolvimento, como falta de uma internet potente ou mesmo número de professores suficientes — mas esses são desafios que podem ser definitivamente superados. Quão diferente seria uma abordagem centrada no aluno do que a que as escolas promovem hoje? Muito diferente do que a maioria das escolas têm hoje. Tradicionalmente, professores ficam na frente da sala de aula para dar a mesma aula a estudantes com diferentes níveis de compreensão. Além disso, nas salas de aula mais tradicionais o tempo é fixo e a aprendizagem é variável. Os alunos passam pelo conteúdo a um ritmo relativamente rígido, com pouca flexibilidade para avançar a algo mais elaborado ou passar mais tempo em tópicos com os quais estão tendo dificuldade. Uma abordagem centrada no aluno muda esse roteiro. A aprendizagem é entregue pensando em cada aluno para que o estudante receba a ajuda que precisa quando precisa. Fundamentalmente, muitos modelos centrados no aluno também passam um pouco do controle para os próprios alunos ao longo da aprendizagem; eles podem acessar o conteúdo on-line a qualquer momento, em qualquer lugar, em vez de depender exclusivamente de professores para instruções. Com qualquer tipo de informação disponível na web, qual o papel dos professores na sala de aula? UNIDADE 1 |TECNOLOGIAS DIGITAIS NO SÉCULO XXI 30 Nas salas de aula de ensino híbrido, os professores se transformam em facilitadores de aprendizagem. Ou seja, em vez de meramente conferir palestras, eles transferem parte desse trabalho à internet para que possam usar seu tempo de maneira mais produtiva: ao invés de avaliar provas ou falar por uma hora, um professor pode usar essa hora para analisar os dados das provas e identificar os pontos de maior dificuldade de seus alunos. E depois, dar uma explicação diferenciada para indivíduos específicos ou pequenos grupos [...]. FONTE: <https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/03/o-ensino-hibrido-e- o-futuro-da-educacao-diz-especialista.html>. Acesso em: 17 out. 2019. Você entendeu, então, a dimensão da modalidade híbrida no contexto atual? O que achou? Como você situa a sua postura, como futuro professor de língua estrangeira, em relação a essa modalidade? Acadêmico, com base no exposto, indicamos o vídeo 5 passos para aplicar metodologias ativas – ensino híbrido ou blended learning, disponível no link: https://www. youtube.com/watch?v=DsySTIu1rjw, pois, ao assistir, você descobrirá cinco passos para aplicar a metodologia híbrida utilizando TDICs com os alunos, escolhendo ferramentas que eles conhecem e usam em seu dia a dia. O vídeo é repleto de conselhos que vão enriquecer o seu aprendizado. DICAS 31 Neste tópico, você aprendeu que: • As tecnologias acompanham a história da humanidade e com ela evoluem em grandes eras: oralidade, escrita e virtual. • As Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDICs) caracterizam a nova sociedade do conhecimento ou da informação, caracterizada pelo compartilhamento em rede virtual global de conhecimentos. • As mudanças sociais levaram a novo paradigma na educação,
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