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Transtorno de Ansiedade Social e fobias específicas

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1 Louyse Jerônimo de Morais 
Transtorno de Ansiedade Social e fobias específicas 
Referência: aula do prof. Rivando Rodrigues 
Introdução e histórico 
O termo “fobia social” foi mudado para transtorno 
de ansiedade social [TAS] para diferenciar da fobia 
específica, porque a ansiedade social é para situações 
sociais de desempenho ou interação. A fobia é contra 
objetos específicos. 
• Fobia tem origem na palavra grega “fobus”, que 
significa terror ou medo extremo. 
• Hipócrates – 400 a.C. fez uma descrição literária 
de TAS e timidez 
• Janet – primeira referência ao termo fobia social 
• 1930: neurose social para indivíduos 
extremamente tímidos 
• 1960: Isaac Marx propôs fobia social como 
categoria distinta. 
• DSM III: descrita de modo semelhante à fobia 
simples. 
Espectro do transtorno da ansiedade social 
 
 
É uma das doenças mais impactantes e 
prevalentes da psiquiatria. O impacto é fundamental na 
vida do indivíduo. Timidez não é doença, pois não tem 
grande interferência e não impacta no curso da vida do 
indivíduo. 
Definição 
Uma fobia é caracterizada por medo excessivo e 
imensurável de um objeto ou situação, mas de forma 
desproporcional. Existe um comportamento de esquiva 
em relação ao objeto temido, com grande ansiedade 
antecipatória e ausência de sintomas ansiosos quando se 
está longe do objeto ou situação fóbica. 
A fobia social é o medo patológico de comer, 
beber, tremer, enrubescer, falar, escrever ou agir de 
forma ridícula na presença de outras pessoas. 
Estes sintomas psicológicos de ansiedade são 
acompanhados de rubor, tremor, taquicardia, sudorese e 
tensão muscular, urgência miccional, boca seca e náuseas. 
Inicia-se na adolescência, atingindo 3 mulheres para 2 
homens e sua prevalência é estimada entre 5 e 15%. 
Quando o paciente está diante de uma situação de 
desempenho, como falar em público, ele se sente avaliado 
negativamente. Muitas vezes, acomete desde a infância, e 
é uma doença que pode preceder outras doenças 
psiquiátricas. O tempo entre ter os primeiros sintomas e 
procurar assistência psiquiátrica é muito longo. 
Classificação 
• Generalizada – difusas: quase todas as situações 
sociais fora do ciclo familiar. Quanto mais 
generalizada, mais impactante. 
• Circunscrita – restritas: comer ou falar em público 
ou encontrar-se com o sexo oposto. 
Etiopatogenia 
• Hipóteses etiológicas: fatores psicológicos, 
comportamentais e culturais estão certamente 
presentes na gênese da fobia social. 
• Neurotransmissores envolvidos 
o Serotonina 
o Noradrenalina [sintomas físicos] 
o Dopamina [esquiva] 
• Áreas cerebrais de maior investigação no TAS: 
amígdala, hipotálamo, tálamo e córtex 
orbitofrontal [relação com o medo]. 
• Fatores genéticos 
o Parentes de primeiro grau com TAS: 16% 
afetados 
o Parentes de primeiro grau sem TAS: 5% 
afetados 
o Estudos em gêmeos monozigóticos 
apontam uma prevalência de 24%, já em 
dizigóticos de 15%. 
Quem primeiro falou um pouco sobre fobia foi 
Freud. Um dos casos mais emblemáticos dele foi a fobia a 
cavalos. Ele não tratou o indivíduo, mas fazia as consultas 
com o pai. Ele faz todo um relato sobre a fobia do menino. 
O que é ansiedade 
• Lei de Yerkes-Dodson: a relação entre ansiedade 
e desempenho. 
Timidez TAS subclínico
TAS 
circunscrito
TAS 
generalizado
Personalidade 
esquiva
Transtorno, baixa 
interferência, 
baixa evitação 
Crônico, alta 
interferência, 
alta evitação 
 
2 Louyse Jerônimo de Morais 
O indivíduo quando tem ansiedade normal, ele 
tem o impacto, mas tem performance máxima. Na 
ansiedade patológica, tem um ponto de desintegração, 
em que ele não consegue mais desenvolver. Ele tem, na 
verdade, uma paralisação diante daquela situação. 
 
Com isso, ocorre uma resposta inadequada a 
determinado estímulo, em virtude da intensidade e 
duração de sintomas específicos. É diferente da ansiedade 
normal porque paralisa o indivíduo, traz prejuízo ao bem 
estar, ao desempenho e não permite que ele enfrente as 
situações ameaçadoras. 
• Medo intenso de agir de forma inadequada em 
determinadas situações sociais. 
• Expectativa de que serão avaliados 
negativamente. 
• Medo de humilhação e embaraço 
• Evitação de qualquer atividade social em público 
Fobia social – DSM V 
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou 
mais situações sociais em que o indivíduo é 
exposto a possível avaliação por outras pessoas. 
Exemplos incluem interações sociais, ser 
observado e situações de desempenho diante de 
outros. 
B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar 
sintomas de ansiedade que serão avaliados 
negativamente. 
C. As situações sociais quase sempre provocam 
medo ou ansiedade. 
D. As situações sociais são evitadas ou suportadas 
com intenso medo ou ansiedade. 
E. O medo ou ansiedade é desproporcional à 
ameaça real apresentada pela situação social e 
contexto sociocultural. 
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, 
geralmente durando mais de 6 meses. 
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras 
áreas importantes da vida do indivíduo. 
H. O medo, ansiedade ou esquiva não é 
consequência dos efeitos fisiológicos de uma 
substância ou de uma condição médica. 
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem 
explicado pelos sintomas de outro transtorno 
mental, como transtorno de pânico, transtorno 
dismórfico corporal ou transtorno do espectro 
autista. 
J. Se outra condição médica [p. ex., doença de 
Parkinson, obesidade, desfiguração por 
queimaduras ou ferimentos] está presente, o 
medo, ansiedade ou esquiva é claramente não 
relacionado ou é excessivo. 
O marco temporal dos transtornos de ansiedade é 
6 meses. Nesse caso, é da mesma forma. 
Para simplificar, existe um medo acentuado e 
persistente de situações sociais ou de desempenho nas 
quais o indivíduo poderia sentir embaraçado, com 
resposta imediata de ansiedade. Ademais, há um 
reconhecimento de que esse medo é excessivo ou 
irracional, então o indivíduo evita a situação social e todo 
o contexto interfere no funcionamento do indivíduo. Isso 
tem que durar, pelo menos, 6 meses. 
Diagnóstico diferencial vs. timidez 
O transtorno de ansiedade social e a timidez 
possuem características comuns. No entanto, a TAS se 
apresenta da seguinte forma: 
• Sintomas cognitivos: medo de avaliação negativa 
• Sintomas somáticos: hiperativação autonômica. 
• Alterações comportamentais: evitação de 
interação social, isto é, ansiedade antecipatória. 
Timidez é um traço de personalidade, não uma 
patologia, então não tem implicação de tratamento 
específico. 
Comorbidades 
Para Schneider, 69% dos pacientes apresentam 
comorbidades – depressão, abuso de substâncias [álcool e 
drogas], transtornos de ansiedades. Há um aumento do 
risco de suicídio, além de fazer muita comorbidade com 
transtorno de pânico e transtorno da ansiedade 
generalizada. 
 
3 Louyse Jerônimo de Morais 
• Depressão: pacientes com depressão e TAS têm 
um quadro clínico mais grave e pior evolução no 
tratamento. 
• Álcool e drogas: o uso de álcool aumentou 3,3% 
em situações de desafeto, pressão ou censura 
social. Estes pacientes têm perda no suporte 
social, prejuízo em suas relações interpessoais e 
maior presença de manifestações físicas. 
• Os transtornos de ansiedade com maiores 
comorbidades são: TAG [transtorno de ansiedade 
generalizada] e TP [transtorno do pânico]. 
Tratamento 
• Objetivo: remissão dos sintomas. 
o Duas situações dificultam este objetivo, 
como sintomas residuais e comorbidades. 
1. Terapia medicamentosa 
• ISRS: escitalopram, fluvoxamina, paroxetina e 
sertralina. 
• ISRNS: venlafaxina. 
Antigamente, usava-se os tricíclicos, só que pelos 
efeitos cardiotóxicos e etc. estes têm sido abandonados. 
Então, quando pensa em tratamento medicamentoso, 
pensa nos medicamentosacima. 
• Benzodiazepínicos: pode fazer, sendo que é um 
tratamento que pode ser feito por um mês, nos 
sintomas iniciais do antidepressivo. Não é muito a 
escolha hoje. 
o Clonazepam e bromazepam: são úteis nos 
sintomas fóbicos iniciais. 
o Pelo risco de abuso e dependência não se 
deve prescrever no período de 
manutenção. 
• Betabloqueadores 
o Atenolol, pindolol e propanol tem o 
objetivo de: diminuição dos sintomas 
somáticos, tremores e situações de 
embaraço no TAS de desempenho. 
Tecnicamente, o tratamento é o antidepressivo e 
a psicoterapia. 
2. Psicoterapia: terapia cognitivo comportamental [TCC] 
Prognóstico 
• Associa-se à prejuízo ao longo da vida 
• TAS generalizado: dificuldades em manutenção 
do trabalho 
• Menor probabilidade de casamento 
• O agravamento do TAS se deve às comorbidades 
o A depressão aumenta o risco de suicídio. 
o TAS tem um aumento da dependência de 
álcool e maconha. 
Fobias específicas 
• Histórico 
o Fobia simples [DSM III] 
o DSM IV – 1944: fobia específica 
São restritas a situações específicas, como 
animais, altura, trovão, escuro, espaços fechados, visão de 
sangue ou medo de exposição de doenças específicas. As 
fobias específicas surgem na infância e podem 
acompanhar o indivíduo por toda a vida. 
No que se refere à forma de apresentação, qual a 
diferença entre as fobias de animal, ambiente natural, 
sangue, injeção e ferimentos, situacional [andar de avião] 
e outros [fobia de doença]? Diante de uma situação de 
andar de avião, por exemplo, aquilo impacta você, ou você 
evita. Diante do animal, geralmente a pessoa tem 
descarga simpática. Em outras fobias, como o medo de 
sangue, por exemplo, a pessoa tem descarga 
parassimpática. 
Os sintomas na FE são categorizados em três 
grupos: 
• Fisiológico 
• Comportamentos publicamente observáveis 
• Comportamentos encobertos 
Incidência 
• A taxa de prevalência anual FE 9%, com taxas 
variando para toda vida em torno de 12,1% 
• Mais frequentes no sexo feminino 
• Geralmente o paciente não procura tratamento 
para fobias específicas, ele só evita a situação. 
• O prognóstico é melhor quando tratada 
precocemente. 
DSM-V 
A descrição é muito semelhante ao TAS, sendo 
que é um objeto bem específico. 
A. Medo acentuado e persistente, excessivo ou 
irracional, relevado pela presença ou antecipação 
de um objeto ou situação fóbica [p. ex., voar, 
alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue]. 
B. A exposição ao estímulo fóbico provoca, quase 
que invariavelmente, uma resposta imediata de 
ansiedade. Ele pode assumir a forma de um 
 
4 Louyse Jerônimo de Morais 
ataque de pânico ligado à situação ou predisposto 
pela situação. 
C. O indivíduo reconhece que o medo é excessivo ou 
irracional. 
D. A situação fóbica [ou situações] é evitada ou 
suportada com intensa ansiedade ou sofrimento. 
E. A esquiva, antecipação ansiosa ou sofrimento na 
situação temida [ou situações] interfere 
significativamente na rotina normal do indivíduo. 
Ou seja, no funcionamento ocupacional [ou 
acadêmico], nas atividades ou relacionamentos 
sociais existe acentuado sofrimento acerca de ter 
fobia. 
F. Em indivíduos com menos de 18 anos, a duração 
mínima é de 6 meses. 
G. A ansiedade, os ataques de pânico ou a esquiva 
fóbica associados com o objeto ou situação 
específica não são melhor explicados por outro 
transtorno mental. 
• Especificar tipo: animal, ambiente natural (por ex., 
alturas, tempestades, água), sangue-injeção-
ferimentos, situacional (por ex., aviões, 
elevadores, locais fechados), outro tipo (por ex., 
esquiva fóbica de situações que podem levar a 
asfixia. Como exemplo: vômitos ou a contrair uma 
doença. Já em crianças, esquiva de sons altos ou 
personagens vestidos com trajes de fantasia). 
Também tem o marco temporal de seis meses e 
tem a esquiva do paciente à situação temida. 
O tratamento é só terapia [TCC], mas pode fazer, por 
exemplo, um benzodiazepínico em determinadas 
situações.

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