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Princípios Físico-Químicos Laboratoriais Carlos Roberto da Silva Júnior © 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Imagens Adaptadas de Shutterstock. Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. Conteúdo em websites Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros. Presidência Rodrigo Galindo Vice-Presidência de Produto, Gestão e Expansão Julia Gonçalves Vice-Presidência Acadêmica Marcos Lemos Diretoria de Produção e Responsabilidade Social Camilla Veiga 2020 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Silva Júnior, Carlos Roberto da S586p Princípios físico-químicos laboratoriais / Carlos Roberto da Silva Júnior. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020. 184 p. ISBN 978-85-522-1677-3 1. Princípios Físicos e Químicos. 2. Reações Químicas. 3. Perspectivas Laboratoriais. I. Título. CDD 541 Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753 Gerência Editorial Fernanda Migliorança Editoração Gráfica e Eletrônica Renata Galdino Luana Mercurio Supervisão da Disciplina Joselmo Willamys Duarte Revisão Técnica Joselmo Willamys Duarte Marcilyanne Moreira Gois mailto:editora.educacional@kroton.com.br http://www.kroton.com.br/ Sumário Unidade 1 Introdução à química e às transformações da matéria ....................................................................................................... 7 Seção 1 Especificidades da matéria ................................................................ 9 Seção 2 Estudos dos elementos .....................................................................23 Seção 3 Biossegurança de laboratórios ........................................................36 Unidade 2 Ligações químicas e estequiometria ..........................................................51 Seção 1 Interações dos compostos ................................................................53 Seção 2 Representações dos compostos .......................................................66 Seção 3 Estequiometria ..................................................................................79 Unidade 3 Funções dos compostos e soluções ...........................................................95 Seção 1 Compostos inorgânicos ...................................................................97 Seção 2 Compostos orgânicos ....................................................................110 Seção 3 Soluções e reações químicas .........................................................126 Unidade 4 Métodos de análises e princípios de físico-química ............................139 Seção 1 Caraterísticas gerais das análises .................................................141 Seção 2 Métodos de análise laboratoriais ................................................154 Seção 3 Fundamentos físico-químicos .....................................................166 Palavras do autor Seja bem-vindo à disciplina Princípios Físico-Químicos Laboratoriais. Ela trará a base dos conhecimentos químicos para área biomédica. Compreender a química é essencial para investigações clínicas baseadas em reações químicas. Como os testes clínicos são realizados? Quais as trans- formações da matéria que fazem com que determinados analitos sejam detec- tados? Qual é a importância de se conhecer as metodologias de análises? Quais os cuidados necessários ao se manipular reagentes químicos, amostras biológicas e materiais contaminados? Em Princípios Físico-Químicos Laboratoriais, você conhecerá os elementos químicos, suas propriedades, os estados físicos da matéria, as normas de biossegurança e vidrarias de uso comum em laboratório. Além disso, você conhecerá as interações e entenderá as formas de representar elementos químicos quando eles estão formando compostos químicos, estequiometria de reação, as funções orgânicas e inorgânicas dos elementos, assim como as características gerais sobre soluções e seus preparos, visando conhecer e entender os princípios metodológicos dos principais métodos analíticos e os fundamentos físico-químicos, direcionadas aos laboratórios. Na Unidade 1, você conhecerá as características da matéria e suas transformações, princípios laboratoriais e normas de biossegurança. Na Unidade 2, você aprenderá sobre a forma de representação de compostos químicos, reações químicas, balanceamento e estequiometria. Na Unidade 3, você conhecerá as principais funções químicas, inorgânicas e orgânicas e as reações que ocorrem em solução. Por fim, na Unidade 4, serão apresen- tados os métodos analíticos e os principais fatores relacionados à escolha do melhor método de análises e os conceitos básicos de físico-química. Vamos iniciar nossa jornada nesta disciplina, e não se esqueça da impor- tância do autoestudo e da autoapredizagem para alcançar os melhores resul- tados. Bons estudos! Unidade 1 Carlos Roberto da Silva Júnior Introdução à química e às transformações da matéria Convite ao estudo Você já parou para pensar sobre como a química influencia o nosso dia a dia? Em quais situações a química está presente na nossa rotina? A química é uma ciência experimental que estuda a matéria e suas transformações e é essencial para compreensão dos fenômenos que estão a nossa volta, como nosso próprio processo respiratório. Além disso, produtos químicos estão ao nosso redor em objetos utilizados diariamente, na nossa alimentação e em nossa própria existência. Mas o que é a matéria? Quais as propriedades químicas da matéria? Quais as transformações que ocorrem na matéria? Por que essas informações são importantes na vida profissional? Nesta unidade vamos conhecer a matéria, suas propriedades e os estados físicos, bem como suas transformações. Além disso, você vai conhecer também as normas de biossegurança, uso de vidrarias em laboratório químico e descarte correto de resíduos laboratoriais, principalmente os resíduos químicos. Ao final desta unidade você terá a capacidade e discer- nimento para aplicar os conhecimentos sobre os elementos químicos e suas transformações no desenvolvimento de ações que visam à resolução de problemas da atuação profissional. Para isso, vamos utilizar a química forense como ponto de partida. Ela trabalha com áreas específicas da química e de outras áreas das ciências buscando auxiliar na investigação e compreensão de como determinados crimes ocorreram. Coloque-se na posição de um profissional que trabalha em um laboratório forense. Nesse laboratório são produzidos compostos e soluções utilizadas em campo para testes de identificação; também são feitas análises de amostras colhidas em cenas de crimes. Como é realizado a identificação de entorpecentes? Como são identificados vestígios de sangue em cenas de crimes? Quais os cuidados necessários ao manipular amostras biológicas provenientes de cenas de crimes? Como conservar o local para coleta de amostras? Seu trabalho estará focado na busca de soluções e demandas que chegam ao laboratório e, para isso, você precisará compre- ender a matéria e suastransformações, precisará conhecer a periodicidade química das propriedades dos elementos, as rotinas de laboratório químico e normas de biossegurança na manipulação de materiais biológicos. Nesta unidade você aprenderá sobre os conceitos básicos e essenciais da química que envolvem a matéria e suas transformação, seus estados físicos, a organização periódica dos elementos químicos e a periodicidade de suas propriedades. Ao final, serão apresentados alguns conceitos essenciais em biossegurança em laboratório químico e ao manipular material biológico, as vidrarias de uso comum em laboratório químico e a formas corretas de resíduos de laboratório. Aproveite os novos conhecimentos que serão aqui apresentados e aplique-os em sua rotina acadêmica e profissional. Bons estudos! 9 Seção 1 Especificidades da matéria Diálogo aberto Os conceitos básicos da química são essenciais para compreensão de fenômenos naturais que ocorrem à nossa volta, como a respiração de seres aeróbicos e o processo de fotossíntese, por exemplo. Conhecer a matéria e suas transformações é um princípio básico, pois é por essas transformações que conseguimos notar alguns fenômenos que são utilizados em um labora- tório químico, como reações baseadas na mudança de coloração. Essas infor- mações serão necessárias para que você consiga alcançar excelentes resul- tados em sua área de atuação. Para compreender esses conceitos, coloque-se na posição de um profis- sional que desempenha atividade em um laboratório forense. Nesse labora- tório, várias atividades são desempenhadas; uma delas visa à identificação de substâncias entorpecentes. Essa identificação compreende uma grande área dentro da química forense, uma vez que busca identificar o transporte ilegal de substâncias em suas diferentes formas. Como trabalha em um laboratório forense, você precisará produzir soluções utilizadas em campo, que serão usadas na identificação de drogas de abuso. Para isso, é preciso conhecer a forma como se apresenta a matéria e suas transformações e, além disso, como é possível aplicar a Lei de conservação de massas e a Lei das proporções definidas para auxiliar na produção de composto utilizados na solução teste. Qual é o estado físico dessas substâncias utilizadas nos testes de identificação? Como os entorpecentes são transportados? Quais são as transformações que ocorrem na matéria para que seja possível a identificação dessas substâncias? Seu foco inicial será a identificação de cocaína por meio de testes quali- tativos rápidos que podem ser realizados em portos, aeroportos e em regiões de fronteira. Com os conhecimentos em relação à matéria e suas transfor- mações e as leis ponderais, você será capaz de conhecer as características das soluções utilizadas em campo para realização dos testes necessários para identificação dessa substância. Aplique os conceitos vistos nesta seção para alcançar os melhores resultados. 10 Não pode faltar A Química é o ramo das Ciências que estuda a matéria e suas transformações. Mas o que é a matéria? E quais as transformações que a matéria pode sofrer? Podemos definir a matéria como sendo qualquer coisa que possua existência física e real, desse modo, a matéria precisa possuir massa e ocupar um volume no espaço. Como exemplos, podemos dizer que os computa- dores, os livros, os eletrônicos, os carros, o papel, a água, o ar, a pedra, a madeira, etc., são todos exemplos de matéria. A matéria pode se apresentar em diferentes estados físicos, como sólido, líquido ou gasoso. Estados físicos da matéria Os estados físicos da matéria estão relacionados com a configuração macroscópica que os elementos podem apresentar . Essa configuração está interligada com a velocidade de movimento dos constituintes da matéria. Sendo assim, ela pode se apresentar em três estados diferentes: o estado sólido, o líquido e o gasoso. Estado sólido: é caracterizado por possuir o volume e a forma bem definidos. A Figura 1.1 ilustra uma pedra amazonita, que consiste em um composto em estado sólido . Nesse estado, a matéria é resistente à defor- mação, sendo que os átomos e as moléculas constituintes do sólido estão próximos entre si, formando uma estrutura rígida. Os compostos sólidos apresentam certas propriedades, como a dureza e a resistência. Os compostos sólidos podem ser classificados como cristalinos (quando apresentam arranjo ordenado entre seus átomos) e amorfos (quando não apresentam tipo algum de periodicidade na organização de seus átomos). Além disso, os sólidos podem ser iônicos, reticulares, moleculares ou metálicos. Figura 1.1 | Composto sólido – pedra amazonita Fonte: https://bit.ly/2lT8wp7. Acesso em: 1 set. 2019. https://bit.ly/2lT8wp7 11 Estado líquido: esse estado é caracterizado como um intermediário entre o estado sólido e o estado gasoso. A Figura 1.2 ilustra a água, um composto em estado líquido. Nesse estado, os corpos não apresentam uma forma específica, podendo se moldar de acordo com o formato do recipiente onde são inseridos, entretanto, não têm a capacidade de alterar seu volume . As moléculas que se encontram nesse estado apresentam maior energia que, consequentemente, proporciona maior movimento de seus átomos ou moléculas. Os compostos líquidos apresentam como característica a fluidez e o escoamento. Figura 1.2 | Composto em estado líquido – água Fonte: adaptada de https://bit.ly/2jYQbGL. Acesso em: 1 set. 2019. Estado gasoso: é caracterizado pelo movimento aleatório de suas moléculas. Nesse estado, as partículas não apresentam forma e volume definido, podendo assumir o formato do recipiente onde são inseridos. A Figura 1.3 ilustra os gases nobres, compostos que se encontram naturalmente em estado gasoso. O movimento das partículas de um gás é caracteriza de acordo com sua pressão e temperatura. Os compostos que se apresentam nesse estado físico possuem como característica importante os processos de difusão e compressão. Figura 1.3 | Composto em estado gasoso – gás hélio (He), neônio (Ne), argônio (Ar), criptônio (Kr) e xenônio (Xe) Fonte: https://bit.ly/2T7ruDD. Acesso em: 1 set. 2019. https://bit.ly/2jYQbGL https://bit.ly/2T7ruDD 12 Além de se apresentar em estados físicos diferentes, a matéria é constituída por várias combinações simples de formas simples da matéria, chamadas de elementos químicos, sendo que um elemento químico corresponde a uma substância formada apenas por um único tipo de átomo. As substâncias químicas podem ser divididas em elementares ou simples e compostas . Substância elementar ou simples: é formada por átomos do mesmo elemento químico. Temos que o oxigênio molecular, .. O2 .., é uma substância simples, pois, é formado apenas por átomos de oxigênio. Substância composta: é formada por átomos de diferentes elementos químicos. O etanol, C H O2 6 , é um exemplo de sustância composta, pois é formado por átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O). Mistura: é uma porção da matéria formada por duas ou mais substâncias através da união mecânica de seus constituintes. Por exemplo, temos a areia, que é formada por uma mistura de rochas e minerais, como quartzo, mica, etc. As misturas podem ser divididas em homogêneas e heterogêneas. Mistura homogênea: apresenta apenas uma fase (sólida, líquida ou gasosa), ou seja, os compostos presentes na mistura apresentam-se de forma uniforme. Possuem as mesmas proporções de seus constituintes em toda extensão da amostra. Quando temos uma mistura homogênea, as substân- cias presentes se dissolvem umas nas outras dando origem a uma solução. Por exemplo: • Ao dissolver completamente uma colher de açúcar em um copo contendo água, obtemos uma mistura homogênea. • Na atmosfera, ao excluir as partículas sólidas e as partículas líquidas, o ar atmosférico formado pela mistura de gases é uma mistura homogênea. Mistura heterogênea: é formada por duas ou mais fases (sólida, líquida ou gasosa), ou seja, os compostos presentes na misturaapresentam-se de forma que é possível observar, a olho nu, as substâncias presentes, ou seja, seus componentes apresentam proporções que variam ao longo da amostra. Por exemplo: • Areia: mistura de diferentes minerais. • Copo contendo água mais óleo: por diferença de polaridade, os dois compostos não se misturam, formando duas fases líquidas em que é possível observar a separação entre elas. 13 Transformações físicas da matéria As transformações físicas da matéria estão relacionadas às mudanças de fases que uma substância pode sofrer. A Figura 1.4 ilustra um fluxo com as transformações físicas da matéria. Uma determinada substância, ao trans- formar seu estado físico, por exemplo, de sólido para líquido, está realizando o processo de mudança de fase. A temperatura que inicia o processo de mudança de fase é a mesma temperatura em que todo o material passa de um estado para outro, ou seja, a água passa do estado sólido para o estado líquido na temperatura de 0°C ; isso quer dizer que a mudança de fase ocorrerá nessa temperatura, independentemente da quantidade de matéria disponível. Assim, podemos observar que ao se transformar, a matéria pode assumir duas propriedades distintas, uma propriedade intensiva e outra proprie- dade extensiva. Propriedade intensiva: é aquela que não depende da massa da amostra. Por exemplo, a temperatura independe da quantidade de amostra. Propriedade extensiva: é aquela que depende da massa da amostra. Por exemplo, a energia de uma amostra. Figura 1.4 | Transformações físicas da matéria Sublimação Sublimação Sólido GasosoLíquido Fusão Solidi�cação Vaporização Condensação Fonte: elaborada pelo autor. A seguir são descritas as transformações físicas da matéria: Fusão: corresponde à passagem do estado sólido para o estado líquido de uma substância. Solidificação: corresponde à passagem de uma substância que se encontra em estado líquido para o estado sólido. Vaporização: corresponde à passagem do estado líquido para o estado gasoso, podendo ocorrer através da evaporação e da ebulição. 14 • Evaporação: passagem de estado físico lenta e gradual em função do aumento natural ou artificial da temperatura. • Ebulição: passagem de estado físico que ocorre acompanhado da formação de bolhas pelo rápido aumento da temperatura do sistema. Condensação: passagem do estado gasoso para o estado líquido de um composto. Sublimação: mudança de estado físico de uma substância do estado sólido para o estado gasoso, ou ainda, do estado gasoso para o estado sólido sem passar pelo estado líquido. Propriedades gerais e específicas da matéria A matéria pode apresentar propriedades gerais e propriedades especí- ficas. As propriedades gerais são comuns para todos os tipos de matéria e, através delas, não é possível diferenciar uma de outra. A matéria apresenta oito propriedades gerais que são descritas a seguir: Massa: representa a medida da quantidade de matéria presente em um corpo. Inércia: representa a resistência de um corpo ao seu estado de movimento ou de repouso. Extensão: representa a propriedade relacionada com o espaço ocupado pela matéria no espaço. Impenetrabilidade: representa a propriedade que nos diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Compressibilidade: representa a capacidade que a matéria apresenta de diminuir seu volume quando exposta a uma variação de pressão. Elasticidade: representa a capacidade da matéria de voltar ao seu volume inicial após a retirada de uma determinada pressão. Divisibilidade: representa a capacidade da matéria de ser dividida em porções cada vez menores. Descontinuidade: representa os espaços existentes entre uma molécula e outra e, dependendo dessas distâncias, as substâncias podem ser mais duras ou não. As propriedades específicas da matéria estão atreladas a cada tipo de substância e, por meio delas, é possível diferenciar uma matéria de outra. Essas propriedades podem ser dividas em físicas, organolépticas e químicas. 15 Propriedades físicas: estão atreladas às propriedades físicas da matéria como, por exemplo, o ponto de fusão (representa a temperatura que um corpo passa do estado sólido para o estado liquido, ou vice-versa), o ponto de ebulição (representa a temperatura em que um corpo muda do estado líquido para o estado gasoso, ou vice-versa) e a densidade (representa a volume que uma determinada quantidade de matéria ocupa), etc. Propriedades organolépticas: são as propriedades que estão relacio- nadas aos sentidos, como a cor, o odor, o sabor, o brilho, etc. Propriedades químicas: representam as transformações químicas da matéria, ou seja, a transformação de determinadas substâncias em outras por meio de reações químicas. A + B C + D (reagentes) (produtos) ® Assimile Uma equação química é a representação de uma reação química, e essa nada mais é do que representação das transformações de reagentes em produtos. A seta (® ) presente em uma equação química indica o sentido de formação dos produtos. Desse modo, temos: Reagentes Produtos( )→( ) Conhecendo os reagentes do processo e suas características, é possível prever os produtos que serão formados de acordo com os princípios químicos. A seguir é apresentada a equação química que representa a reação entre o hidrogênio e oxigênio molecular dando origem à molécula de água: 3H +O 2H O2(g) 2(g) 2 (g)® Os subscritos da reação, (g), indicam o estado gasoso no qual a matéria se encontra para que a reação aconteça. Desse modo, temos que os subscritos (s), (l) e (aq), que não são mostrados na reação mas são comuns em reações químicas, indicam, respectivamente, os estados sólido, líquido e a fase aquosa da matéria. Por meio das propriedades extensivas da matéria foram propostas algumas leis que relacionavam as massas dos participantes de uma reação química. Essas leis são conhecidas como Leis Ponderais. A seguir, serão apresentadas a Lei da conservação das massas e a Lei das proporções constantes. 16 Lei da conservação das massas A Lei da conservação das massas foi proposta por Antoine Laurent de Lavoisier e é conhecida também como a Lei de Lavoisier. De acordo com essa lei, em um sistema fechado, podendo ser químico ou físico, a matéria não é criada nem eliminada, ela pode apenas ser transformada em outra. Seu enunciado ficou conhecido pela seguinte lei: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Desse modo, podemos concluir que tudo que existe na natureza provém da matéria preexistente na terra. Mas como podemos exemplificar esses conceitos? Em uma reação química, a massa dos reagentes presentes no início do processo é igual à massa dos produtos formados ao final da reação, conforme apresentado na reação a seguir: m = m(reagentes) (produtos) Exemplificando Na reação de combustão balanceada dada a seguir: C H + O CO + 4 H O3 (g) 2 (g) 2(g) 2 (l)8 5 3® Ao reagirmos 44g de propano (1 mol de moléculas de propano) com 160g de oxigênio molecular (5 mols), serão produzidos 132g de dióxido de carbono (3 mols) e 72g de água (4 mols). De acordo com a Lei da conservação das massas, m = m(reagentes) (produtos) , assim temos: 44g (C H ) + 160g (O ) = 132g (CO ) + 72g (H O)3 8 2 2 2 204g (reagentes) = 204g (produtos) Desse modo, temos a confirmação da Lei de Lavoisier. Desse modo, conclui-se que em um sistema fechado, a massa dos reagentes será sempre igual à massa dos produtos, pois a matéria não será criada e nem perdida pela reação química, ela será simplesmente transformada. Lei das proporções constantes A Lei das proporções constantes foi proposta por Joseph Louis Proust, e é também conhecida como a Lei das proporções definidas ou, simples- mente, como a Lei de Proust. De acordo com seu enunciado, em uma reação química, as massas dos reagentes que participam de uma reação seguem 17 sempre a uma proporção definida (constante ). Observe o exemplo para a reação de formação da água apresentada a seguir:2 H + O 2 H O2 (g) 2 (g) 2 (l)® A partir dessa reação, Proust realizou alguns experimentos, dos quais obteve os resultados apresentados no Quadro 1.1. Quadro 1.1 | Lei das proporções constantes para a reação de formação da água H2 O2 H O2 4 g 32 g 36 g 8 g 64 g 72 g 2 g 16 g 18 g m mO H/ m magua H/ m magua O/ 32 4 8/ = 36 4 9/ = . 36 32 1 125/ ,= . 64 8 8/ = 72 8 9/ = 72 64 1 125/ ,= 16 2 8/ = 18 2 9/ = 18 16 1 125/ ,= Fonte: elaborado pelo autor. Pelo Quadro 1.1 é possível observar que inicialmente as quantidades estequiométricas foram adicionadas. Ao dobrar a quantidade inicial ou ao reduzir à metade os reagentes do processo, a massa dos produtos obtidos é sempre igual à soma das massas dos reagentes, de acordo com a Lei de conser- vação das massas. Desse modo, Proust propôs que as massas dos reagentes e produtos que participam de uma reação química podem ser diferentes, entretanto, existe sempre uma relação constante (definida) entre elas. Desse modo, ele observou que a relação entre a massa do oxigênio em relação à massa do hidrogênio é sempre igual a 8. A relação entre a massa da água formada e a massa do hidrogênio utilizado como reagente é sempre igual a 9 e a relação entre a massa da água e do oxigênio é sempre igual a 1,125. Assim, no caso de reações elementares, em que um produto é sinteti- zado a partir de seus constituintes elementares, Proust observou que a massa final de um sistema fechado é sempre igual à massa inicial. 18 Reflita Após conhecer um pouco sobre a matéria, suas propriedades, caracte- rísticas e transformações, você poderia imaginar como essas informa- ções podem ser aplicadas em estudos clínicos, baseados nas possíveis reações químicas, utilizadas no dia a dia de um laboratório clínico de rotina? Pense sobre isso! Sem medo de errar Você trabalha em um laboratório forense e precisará produzir soluções utilizadas em campo, que serão usadas na identificação de entorpecentes. Alguns pontos são importantes para realização dessas etapas, como o conhe- cimento da matéria e suas transformações. A identificação de entorpecentes é fundamental para prevenir o tráfico internacional de drogas. Atualmente, diversas substâncias são transpor- tadas ilegalmente pelo mundo, e entre esses elementos temos a cocaína, uma das substâncias mais transportada de forma ilegal pelo mundo e que é responsável por um mercado paralelo ilegal muito lucrativo. Para identi- ficação rápida desse composto em portos e aeroportos, é realizado um teste qualitativo em que um reagente é adicionado ao material e, caso o entorpe- cente esteja presente, desenvolverá uma reação que deixará a material com a coloração azul-turquesa. Esse teste é conhecido como Teste de Scott. O teste de Scott original é baseado na solução 2% de tiocianato de cobalto e glicerina e ao ser adicionada a uma amostra contendo cocaína, a solução apresenta uma coloração azul-turquesa indicando o resultado positivo. Para melhorar o teste, mudanças foram propostas por outros pesquisadores e novas formulações para a solução teste foram propostas, como a adição de ácido clorídrico em sua composição, proporcionando a reação tanto com a cocaína como para o crack. Já a formulação com a adição do solvente diclo- rometano, CH Cl2 2 , fornece o meio orgânico necessário para que ocorra o deslocamento do equilíbrio na formação e extração do complexo organome- tálico cobalto-cocaína. Atualmente, existem diferentes formas de transporte de cocaína, que pode ser na forma sólida pura, dissolvida em um meio líquido e também incorporada a diferentes materiais, como o papel. O teste descrito consegue identificar qualitativamente a cocaína trans- portada em sua forma pura, misturada a outros materiais sólidos, dissolvida em um meio líquido ou incorporada a outros materiais, entretanto, após 19 essa identificação qualitativa, amostra são colhidas e testes instrumentais em laboratório são realizadas para confirmação da substância. Quais são as transformações que ocorrem na matéria para que seja possível a identificação dessas substâncias? A reação química a seguir apresenta a reação de obtenção do produto azul-turquesa, R NH Co SCN3 2 4( ) ( ) , obtido pela reação da cocaína com a solução teste (CAMARGOS, 2018): Co SCN H O 3 SCN 2 R NH R NH Co SCN2 5 (aq) aq 3 3 2( )( ) + + → ( ) ( + ( ) − + )) ( )4 2 l + 5 H O Onde R3 representa a molécula de cocaína. De acordo com a Lei de conservação das massas, podemos obter infor- mações relacionadas ao reagente necessário para a produção de um reagente importante no processo de identificação, que é o tiocianato de cobalto, Co(SCN)2 . Esse composto será obtido pela reação: Co + 2 SCN Co SCN(aq) 2+ (aq) - 2 (s) → ( ) Utilizando leis ponderais, é possível verificar a dependência da massa no processo de produção do composto. Pela Lei de conservação das massas, a massa dos reagentes será igual à massa dos produtos. Pela Lei das propor- ções constantes, é possível verificar as relações entre os reagente e produtos. Assim, temos as seguintes informações: Co(aq) 2+ = 58,9 g SCN(aq) - = 2 58 1 116 2 × =, , g Co SCN 2 (s)( ) = 175,1 g Assim, as relações serão: m / m = 175,1 / 58,9 = 2,9(tiocianato de cobalto) (cobalto) 77 m / m = 175,1 / 116,2(tiocianato de cabalto) (tiocianato) = 1,51 A partir dessas informações, você conseguiu obter informações relacio- nadas com a produção de do tiocianato de cobalto, utilizado na solução de Scott que é aplicada na identificação qualitativa de cocaína. Além dessa infor- mação, não esqueça que testes complementares e instrumentais em labora- tório precisam ser realizados para confirmar a presença do entorpecente em casos de tráfico de drogas. 20 Avançando na prática Transformações físicas da matéria Ao realizar um processo químico, é importante conhecer quais os tipos de transformações que podem ocorrer na matéria e como essas informa- ções auxiliam na identificação ou separação de compostos. Uma mistura é composta por três diferentes solventes que apresentam elevado valor agregado e estão sendo perdidos em um processo industrial, e você precisa pensar como as propriedades da matéria podem ser utilizadas para recupe- ração e separação desses compostos. Quais são as propriedades da matéria que podem ser utilizadas nessa situação? A mistura de solvente contém éter etílico, fenol e tetracloreto de carbono. Resolução da situação-problema A matéria apresenta propriedades gerais e específicas. As propriedades específicas são específicas da matéria e por meio delas é possível reconhecer os compostos. As propriedades especificas podem ser físicas, organolépticas e químicas. As propriedades estão relacionadas aos sentidos, desse modo, não serão adequadas para separação de solventes, pois essa mistura é classi- ficada como homogênea. A reatividade química dos solventes também não vai ser útil na separação dos compostos, visto que os solventes serão trans- formados em outros compostos, o que pode dificultar a recuperação dos solventes iniciais. Assim, as propriedades físicas serão mais bem aprovei- tadas para separação dos compostos. O éter etílico, o fenol e o tetraclo- reto de carbono apresentam, respectivamente, pontos de ebulição iguais a 34 6 181 7 76 6, , , , .° ° °C C e C Como a mistura é homogênea, um método que pode ser utilizado é o processo de destilação fracionada. A destilação é uma técnica de separação de misturas baseada na diferença de ponto de ebulição. No caso da destilação fracionada, uma coluna de fracionamento facilita a separação de compostos que apresentam pontos de ebulição próximos. A mistura dos solventes será adicionada ao destilador, em seguida a tempe- ratura do sistema será elevada gradualmente. Ao alcançar a temperatura de 34 6, °C , todo o éter etílico será vaporizado e separado da mistura de reagentes, e logo após ele será condensado e recuperado. Como a tempera- tura é uma propriedade intensiva da matéria, a vaporizaçãoocorrerá nessa mesma temperatura indiferente da quantidade, em massa, desse composto. Após todo o éter etílico ser separado, a temperatura do sistema aumentará novamente, assim, ao alcançar 76,6 C° , todo o tetracloreto de carbono será 21 separado da mistura e, em seguida, ele será condensado e recuperado. Já o componente de fundo do destilador, que sobrará após a remoção do tetraclo- reto de carbono, será o fenol, que poderá ser utilizado. Com as propriedades específicas da matéria, é possível realizar a separação de misturas. Faça valer a pena 1. A matéria é definida como qualquer coisa que possui massa e ocupa lugar no espaço. Em química, podemos dizer que a matéria é formada por elementos químicos. Sobre os tipos de classificação das substâncias, analise os compostos químicos em moléculas apresentadas a seguir: I. Água, H O2 . II. Oxigênio molecular, O2 . III. Cloreto de sódio, NaCl. IV. Ozônio, O3 . V. Alumínio metálico, Al. Agora, assinale a alternativa que apresenta apenas substâncias elementares: a. I, II e III, apenas. b. I, III e V, apenas. c. II, III e IV, apenas. d. II, IV e V, apenas. e. III, IV e V, apenas. 2. A matéria pode sofrer transformações físicas e químicas. As transfor- mações físicas estão relacionadas com a passagem de um estado físico para outro, ou seja, corresponde à transformação de uma substância de um estado da matéria para outra. Já as transformações químicas correspondem à trans- formação de uma substância em outra. Sobre o exposto, assinale a alternativa que descreve corretamente o processo de sublimação: a. Corresponde à passagem do estado sólido para o estado líquido. b. Corresponde à passagem do estado líquido para o estado gasoso. c. Corresponde à passagem do estado sólido para o estado gasoso sem passar pelo estado líquido. 22 d. Corresponde à passagem do estado gasoso para o estado líquido. e. Corresponde à passagem do estado líquido para o estado sólido. 3. O gás amônia, NH3 , apresenta diferentes aplicações industriais, como os processos de refrigeração em câmara fria e processos de síntese orgânica com diferentes objetivos. O gás amônio é produzido pela seguinte reação: 3 H + N 2 NH2 (g) 2 (g) 3 (g)® Assinale a alternativa que apresenta o coeficiente obtido pela relação constante existente entre o nitrogênio molecular, N2 , e o gás amônia, NH3 . a. Aproximadamente 1,21. b. Aproximadamente 5,67. c. Aproximadamente 4,67. d. Aproximadamente 0,21. e. Aproximadamente 0,82. 23 Seção 2 Estudos dos elementos Diálogo aberto Para compreender melhor os processos químicos que estão a nossa volta, o que precisamos conhecer e compreender? O que é um átomo? Qual é a diferença entre átomos e elementos químicos? Como podemos diferenciar e organizar os elementos químicos? Quais são os critérios utilizados para organização dos elementos na Tabela Periódica? Nesta seção, vamos traba- lhar com os conceitos de átomos e como é possível diferenciar átomos de diferentes elementos químicos. Para compreensão desses conceitos, vamos utilizar a química forense como exemplo, pois ela trabalha com áreas específicas da química e de outras áreas das ciências, buscando auxiliar na investigação e compreensão de como determinados crimes ocorreram. Coloque-se na posição de um profissional que trabalha em um laboratório forense. Nesse laboratório são produzidos compostos e soluções utilizados em campo para teste de identificação; também são feitas análises de amostras colhidas em cenas de crimes. Como é realizada a identificação de entorpecentes? Como são identificados vestígios de sangue em cenas de crimes? Quais os cuidados necessários ao manipular amostras biológicas provenientes de cenas de crimes? Como conservar o local para coleta de amostras? Seu trabalho estará focado na busca de soluções e demandas que chegam ao laboratório. Em seu trabalho no laboratório, você foi procurado por um perito criminal, que solicitou a você o preparo de uma substância para verificar vestígios de sangue em uma determinada cena de crime. Você pesquisou e verificou que o luminol é eficiente na determinação desses vestígios, mesmo que a cena do crime tenha sido totalmente limpa. Mas qual é o princípio de ação dessa substância? Quais são as características do sangue que permitem a identificação por meio do luminol? Existe alguma relação entre essas carac- terísticas com as propriedades dos elementos químicos? Nesta seção você conhecerá os conceitos básicos da química para resolução desse problema. Você conhecerá os modelos atômicos, a consti- tuição dos compostos químicos e tabela periódica e, por fim, a distribuição dos elétrons de um átomo. Essas informações serão necessárias para compre- ensão das demandas do laboratório forense e também para compreensão de fenômenos que ocorrem no nosso dia a dia. Bons estudos! 24 Não pode faltar Átomo corresponde à unidade básica da matéria. Os elementos químicos são constituídos de átomos, sendo que cada átomo possuirá unidades subatô- micas como os prótons com carga positiva e nêutrons no núcleo, e elétrons com carga negativa circundando a eletrosfera. Os elétrons presentes em um determinado átomo são atraídos para próximo do núcleo por forças eletro- magnéticas; do mesmo modo, os elétrons mais afastados do núcleo podem ser atraídos por núcleos de outros átomos formando as ligações químicas. Mas como surgiram as teorias atômicas? Qual é a estrutura do átomo aceita na atualidade? Quais são as características e propriedades dos átomos? Na antiguidade, acreditava-se que a matéria poderia ser dividida em partes cada vez menores até chegar a partículas que seriam invisíveis a olho nu. Essas partículas com essas características, e também por serem indivi- síveis, foram nomeadas como átomos. Entretanto, somente no século XIX começaram-se a construir modelos para explicar os átomos. Os modelos atômicos são modelos científicos usados para essa finalidade. O primeiro modelo para o atômico proposto foi o de Dalton, no qual o átomo é visto como a menor porção da matéria e consiste de uma esfera maciça e indivisível. De acordo com esse modelo, os átomos de elementos químicos diferentes possuem propriedades que são diferentes entre si; além disso, os átomos de um mesmo elemento apresentam propriedades iguais e seu peso é invariável. Em reações químicas, os átomos não são transformados. A partir desse modelo, Thompson realizou estudos em tubos de raios catódicos, nos quais observou partículas ainda menores que o átomo. Essas partículas receberam o nome de elétrons e a carga apresentada por elas era negativa, desse modo, o modelo atômico de Thompson ficou conhecido por uma estrutura de carga positiva embebida de elétrons de carga negativa distribuídos uniformemente. Esse modelo ainda não era capaz de explicar o comportamento dos átomos, deste modo, Rutherford, realizando experi- mentos com feixe de raios-X, descobriu que os elétrons orbitavam ao redor de um núcleo contendo partículas de carga positiva, foram denominadas como prótons. Esse modelo atômico propôs uma estrutura planetária para os elétrons, apresentado disposição semelhante à do sistema solar. A partir desses estudos, Bohr propôs seu modelo atômico tentando explicar o comportamento dos átomos. Ele definiu que os elétrons giravam em órbitas específicas e organizadas ao redor do núcleo, e descobriu que as propriedades químicas dos elementos estão relacionadas aos elétrons presentes na camada mais afastada do núcleo do átomo. Com base no modelo de Bohr, Schrödinger, de Broglie e Heisenberg criaram a mecânica 25 ondulatória para descrever melhor o comportamento dos elétrons ao redor do núcleo. Para isso foram usados números quânticos para descrever o comportamento dos átomos. Assimile Números quânticos são definidos como um conjunto de valores numéricos usados para descrever a posição dos elétrons nos átomos. Um mesmo conjunto de números quânticos não pode ser utilizado na representaçãode dois elétrons diferentes, deste modo, podemos entender esses valores como a identidade dos elétrons em um elemento químico. Existem no total quatro números quânticos: o número quântico principal, o número quântico de momento angular, o número quântico de momento magnético e o número quântico de spin eletrônico. Número quântico principal: corresponde ao número que indica a camada eletrônica onde o elétron está presente. Pode ser representado pelas letras K, L, M, N, O, P e Q, que representam, respectivamente, os números 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Esse número indica o período da tabela periódica onde a átomo está inserido. Número quântico secundário, azimutal ou de momento angular: corresponde ao número que indica os subníveis de energia, que são os orbitais moleculares. O subnível s recebe o valor 0, o subnível p recebe o valor 1, o subnível d recebe o valor 2 e o subnível f recebe o valor 3. Número quântico magnético: corresponde ao número que indica a órbita onde os elétrons se encontram. O subnível s possui 1 orbital e recebe o valor 0. O subnível p possui 3 orbitais e recebe os valores -1, 0, +1 . O subnível d possui 5 orbitais e recebe os valores -2, -1, 0, +1, +2 , por fim, o subnível f recebe possui 7 orbitais e recebe os valores -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3 . Número quântico de spin eletrônico: corresponde ao número que indica o sentido de rotação do elétron ao redor de seu eixo. Em um mesmo orbital é possível comportar apenas dois elétrons com spin opostos (que possuem sentido de rotação contrário). Os elétrons podem assumir os valores - e +1 2 1 2 . Tabela periódica A tabela periódica atual organiza os elementos químicos em Grupos ou Famílias e em Períodos. Nessa tabela, os elementos estão organizados de acordo com o número atômico (corresponde ao número de prótons 26 presentes no núcleo do átomo). A Figura 1.5 apresenta a tabela periódica atual; nela existem atualmente 118 elementos químicos, sendo 94 desses de origem natural e o restante de origem sintética. Figura 1.5 | Tabela periódica moderna Fonte: https://bit.ly/2lYsrmt. Acesso em: 17 set. 2019. A tabela periódica é constituída de Grupos ou Famílias, que corres- pondem às colunas, e de Períodos, que correspondem às linhas horizon- tais. Nos Grupos temos como característica a configuração eletrônica da camada de valência, e nos Períodos temos os níveis de energia (número quântico principal). A Figura 1.6 apresenta a organização dos elementos na tabela periódica. https://bit.ly/2lYsrmt 27 Figura 1.6 | Organização dos elementos na tabela periódica Fonte: adaptada de https://bit.ly/2kkuj8O. Acesso em: 17 set. 2019. Os elementos representativos correspondem aos elementos dos Grupos 1, 2 e de 13 a 17 da tabela periódica. Os elementos dos Grupos 1 e 2 corres- pondem aos elementos do bloco s, sendo que o Grupo 1 corresponde aos metais alcalinos e o Grupo 2, aos metais alcalinos terrosos. Os Grupos 13 a 17 correspondem aos compostos do bloco p. Elementos de transição corres- pondem aos elementos dos Grupos 3 a 12. Esses elementos apresentam elétrons nos orbitais d, desse modo, correspondem aos elementos do bloco d. Os elementos de transição interna são compostos que se encontram nas duas linhas na parte inferior da tabela periódica. Esses elementos corres- pondem ao bloco f, sendo divididos em lantanídeos e actínios. Gases nobres são compostos pouco reativos que apresentam 2 (hélio, He) ou 8 elétrons na camada de valência. Apresentam-se na forma gasosa em temperatura ambiente e se encontram em sua forma elementar na natureza. Os elementos estão divididos na tabela periódica em metais, ametais e semimetais. Os metais representam a maioria dos elementos químicos da tabela periódica, correspondendo a um total de 87 elementos. Em tempera- tura ambiente são sólidos – exceto o mercúrio, que é líquido – e duros, são bons condutores de calor e eletricidade, são maleáveis e dúcteis e apresentam brilho metálico característico. Os ametais são opostos aos metais: em temperatura ambiente se encontram em estado sólido, líquido ou gasoso, e quando em estado sólido são opacos e quebradiços. Não são condutores de https://bit.ly/2kkuj8O 28 eletricidade e calor. Os semimetais apresentam propriedades intermediárias entre os metais e os ametais. Propriedades periódicas Propriedades periódicas correspondem a determinadas características apresentadas pelos elementos químicos que estão relacionadas à posição que esses elementos apresentam na tabela periódica, ou seja, elas variam de forma crescente ou decrescente de acordo com o aumento do número atômico do elemento químico nos Grupos ou Períodos da Tabela Periódica. As propriedades periódicas podem ser físicas (ponto de fusão e ebulição e volume atômico) e químicas (raio atômico, energia de ionização, eletronega- tividade e eletroafinidade). A seguir serão apresentadas algumas caracterís- ticas dessas propriedades. Raio atômico: corresponde à distância que existe entre o núcleo de um átomo até a camada de sua valência. Para determinação do raio atômico, mede-se a distância (d) entre o núcleo de dois átomos iguais e determina-se o raio com a seguinte regra: raio d= / 2 . Energia de ionização: corresponde à energia necessária para remoção de um elétron de valência de um átomo, em estado gasoso. Eletronegatividade: corresponde à medida relativa da força de atração que é exercida pelo átomo sobre um par de elétrons presentes em uma ligação química. Eletroafinidade: corresponde à energia liberada por um átomo, em estado fundamental e em fase gasosa, ao receber ou ganhar um elétron. Pontos de fusão e ebulição: ponto de fusão corresponde à temperatura em que uma substância passa do estado sólido para o estado líquido. Já o ponto de ebulição corresponde à temperatura que um elemento químico passa do estado líquido para o estado gasoso. Volume atômico: corresponde ao volume ocupado por 1 mol de átomos de um determinado elemento químico. Reflita Ao se trabalhar com análises clínicas, algumas propriedades dos elementos químicos precisam ser levadas em consideração na execução dos testes? Como é possível relacionar as propriedades dos elementos químicos com testes clínicos baseados em propriedades químicas da matéria? É possível alterar um reagente em uma determinada reação teste e ainda obter os mesmos resultados baseados nessas propriedades? 29 Distribuição e configuração eletrônica A distribuição eletrônica refere-se à forma como os elétrons são distribu- ídos nos orbitais moleculares. O orbital s comporta no máximo 2 elétrons; o orbital p, 6; o orbital d, 10; e o orbital f, 14. Para facilitar a distribuição dos elétrons, Linus Pauling propôs um diagrama que simplifica a distribuição eletrônica. A Figura 1.7 apresenta o diagrama de Linus Pauling. Figura 1.7 | Diagrama de Linus Pauling Fonte: elaborada pelo autor. De acordo com o diagrama, inicialmente os elétrons são distribuídos no orbital 1s, em seguida no orbital 2s, passando para o orbital 2p, 3s, 3p, 4s, 3d, …, de acordo com as setas indicadas na Figura 1.7. Para finalizar a distri- buição dos elétrons, é importante conhecer a Regra de Hund, que determina que em um mesmo subnível de energia os elétrons tendem a permanecer desemparelhados e com spins paralelos. Exemplificando O átomo de carbono é utilizado para síntese de diversos compostos orgânicos. Ele está presente na Família 14 e no segundo período da tabela periódica. Possui número atômico z igual a 6 (correspondendo a seis prótons no núcleo e seis elétrons nas camadas eletrônicas em estado fundamental), sendo 4 elétrons presentes na camada de valência. Qual é a sua distribuição eletrônica? Para realizar a distribuição eletrônica, utilizamos o diagrama de Linus Pauling. Além disso, precisamos saber a capacidade de elétrons em cada tipo de orbital. Os orbitais s comportam no máximo 2 elétrons; os orbitais p, no máximo 6; os orbitais d, no máximo 10; e os orbitais f, no máximo 14. Com essasinformações realizamos a distribuição eletrô- nica. O átomo de carbono possui número atômico igual a 6, desse modo, 30 em estado fundamental, precisamos distribuir um total de 6 elétrons. A distribuição eletrônica para o átomo de carbono é: 1s 2s 2p2 2 2 Nesta seção, você conheceu um pouco sobre os modelos atômicos e a estrutura dos átomos. Verificou que os números quânticos funcionam como uma identidade dos elétrons de um elemento químico, pois um mesmo conjunto de números quânticos não descrevem o mesmo elétron. Além disso, você conheceu a organização dos elementos químicos na tabela periódica e verificou como algumas propriedades da matéria estão diretamente relacio- nadas com a posição que o átomo possui nessa tabela. Por fim, conheceu a configuração eletrônico dos elementos químicos e verificou como o diagrama de Linus Pauling auxilia a execução da distribuição eletrônica. Essas infor- mações são básicas na química e essenciais para trabalhar com os conteúdos que ainda serão abordados nesta disciplina. Sem medo de errar Você está trabalhando em um laboratório forense. Um perito criminal solicitou que você prepare uma substância para verificar vestígios de sangue em uma determinada cena de crime. Assim, você pesquisou e verificou que o luminol é eficiente na determinação desses vestígios, mesmo que a cena do crime tenha sido totalmente limpa. Para realizar o preparo da solução, você buscou algumas informações sobre os reagentes do processo e sobre o princípio da ação e da reação química. O 5-amino-dihidro-1,4-ftalazinadiona , conhecido popularmente como luminol, de fórmula molecular C H N O8 7 3 2 , é um sólido cristalino amarelo que apresenta a estrutura mostrada na Figura 1.8. Esse composto apresenta características quimiluminescentes (emite luz através de reação química) durante uma reação química. Figura 1.8 | Estrutura do luminol Fonte: elaborada pelo autor. 31 Sobre o luminol, temos que, Sob determinadas condições de reação, este composto emite certa quantidade de energia na forma de luz, cuja coloração é azul. Dentre essas condições de reação reque- ridas, encontra-se a necessidade da utilização de um determinado catalisador, podendo ser diversos metais de transição. Mediante esta descoberta, bastou alguns estudos para correlacionar o luminol com o sangue, visto que este último apresenta grande quantidade de ferro em sua composição. Por conseguinte, esse composto facilitou largamente o trabalho da Polícia Forense, posto que, ao aplicá-lo sobre uma mancha de sangue latente, o luminol reage instantaneamente, possibilitando a sua identificação do sangue, mesmo que ele esteja exposto no local há muito tempo. (SOUZA; FERREIRA, 2018, p. 38) O princípio de ação do luminol é baseado na presença do ferro na hemoglobina do sangue que serve como catalisador da reação. O pó de luminol é misturado com um líquido contendo peróxido de hidrogênio (água oxigenada) em um meio alcalino, juntamente com outros produtos químicos. O líquido preparado é então borrifado sofre o local em estudo. Nesse momento, o peróxido de hidrogênio e o luminol, que são os reagentes da reação química necessários para emissão de luz, reagirão, mas para que produzam um brilho forte, precisam de um catalisador para acelerar o processo. Desse modo, a mistura detecta a presença do ferro contido na hemoglobina, que é convertido de Fe a Fe2+ 3+ , funcionando como catalisador do processo (SOUZA; FERREIRA, 2018). A reação química do luminol é baseada na presença do ferro na hemoglo- bina presente no sangue. Sendo assim, mesmo após vários episódios de limpeza do local, ainda é possível detectar vestígios de sangue com essa substância, ainda que após um longo período, pois o ferro permanecerá no local, mesmo em pequenas quantidades, mas de forma que ainda consiga catalisar a reação. Essa reação química necessita de um catalisador, que é um metal de transição. O átomo de ferro é um metal de transição que se encontra na Família 8 e quarto período da tabela periódica, e que possui configuração eletrônica [Ar] 3d 4s6 2 . Outros metais de transição presentes entre as Famílias 3 a 12, que apresentam as mesmas características do átomo de ferro, também podem ser utilizados como catalisadores para a reação. Entretanto, 32 a presença dessas substâncias não é muito comum, nem a forma como são formadas as suas gotas, o que evidência mais facilmente a presença do ferro, que está presente no sangue. Para visualizar o teste com o luminol, é preciso utilizar uma luz ultravioleta, que intensificará a coloração azul da reação quimiluminescente apresentada. Após a aplicação de seus conhecimentos sobre os elementos químicos e suas transformações, você conseguiu desenvolver ações que visam à resolução de problemas da atuação profissional; nesse caso, a resolução de crimes por meio de testes de identificação utilizando o luminol como composto de partida. Avançando na prática Fabricação de fogos de artifício coloridos Você trabalha como estagiário na produção de fogos de artifício que emitem apenas ruído. Seu gestor, visando aumentar as vendas da empresa, solicitou que você verifique alguns metais que podem ser utilizados no preparo de fogos coloridos. Deste modo, você precisará compreender algumas características dos elementos químicos para poder escolher corre- tamente os que serão utilizados. Assim, você precisará responder a alguns questionamentos: O que é preciso para geração de cor nos fogos de artifício? Quais os metais podem ser utilizados e quais as cores eles apresentam? Quais são as suas configurações eletrônicas? Resolução da situação-problema Para que ocorra a formação de cor nos fogos de artifício, inicialmente um elétron da camada de valência do metal será excitado para camadas mais distantes do núcleo do átomo. Esse elétron, ao retornar para sua camada de origem, emitirá energia na forma de luz. Diferentes metais emitem diferentes cores, que estão relacionadas às energias liberadas por cada um dos metais. Para geração de diferentes cores, podem ser utilizados sais dos seguintes compostos: • Sódio (Na), metal alcalino, fornecerá uma coloração amarela e sua configuração eletrônica é [ ]Ne 3s1 . • Lítio (Li), metal alcalino, coloração vermelha e configuração 1 22 1s s . 33 • Estrôncio (Sr), metal alcalino terroso, coloração vermelha e configu- ração [ ]Kr 5s2 . • Bário (Ba), metal alcalino terroso, coloração verde e configuração [ ]Xe 6s2 . • Potássio (K), metal alcalino, coloração azul ou púrpura e configu- ração [ ]Ar 4s1 . • Rubídio (Ru), metal alcalino, coloração azul ou púrpura e configu- ração [Kr] 5s1 . • Magnésio (Mg), metal alcalino terroso, coloração branca ou prata e configuração [ ]Ne 3s2 . • Cobre (Cu), metal de transição, coloração azul e configuração [ ]Ar d s 3 410 1 . • Cálcio (Ca), metal alcalino terroso, coloração amarela e configuração [ ]Ar 4s2 . Além desses compostos, podem ser utilizados também sais de alumínio, titânio, berílio e magnésio, que fornecerão coloração branca; sais de ferro fornecerão a coloração dourada e metanol fornecerá fogos incolores. Faça valer a pena 1. Números quânticos fornecem informações numéricas relacionadas à posição de um elétron na eletrosfera de um átomo, desse modo, um mesmo conjunto de números quânticos não pode descrever mais de um elétron presente no átomo. Sobre os números quânticos, analise as afirmativas a seguir: I. O número quântico azimutal pode receber os valores - e +1 2 1 2 . II. O número quântico principal descreve as camadas eletrônicas e recebe os valores 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. III. O número quântico de spin eletrônico descreve o sentido de rotação dos elétrons. Agora, assinale a alternativa correta: a. Somente a afirmativa I está correta. b. Somente a afirmativa II está correta. c. Somente a afirmativa III está correta. d. Somente as afirmativas I e II estão corretas. 34 e. Somente as afirmativas II e III estão corretas. 2.A tabela periódica corresponde a uma disposição sistemática dos elementos químicos que estão ordenados de acordo com seus números atômicos, confi- guração eletrônica e recorrência das propriedades periódicas. Sobre a tabela periódica, avalie as afirmativas a seguir: I. Eletroafinidade ou afinidade eletrônica é a propriedade periódica que corresponde à energia liberada quando um elétron é adicionado a um átomo neutro no estado gasoso. II. Eletronegatividade é uma propriedade periódica que apresenta a tendência que um átomo possui de receber elétrons e formar um íon negativo; na tabela periódico o flúor é o elemento mais eletronegativo. III. Os metais formam uma das categorias de elementos químicos. Eles apresentam propriedades que derivam do fato de serem altamente eletronegativos, ou seja, de ganharem elétrons de valência de outros átomos mais facilmente do que libertam os seus. IV. Na tabela periódica, um período é uma linha horizontal. Os elementos presentes em um mesmo período apresentam tendências no raio atômico, energia de ionização, afinidade eletrônica e eletronegatividade. Agora, assinale a alternativa correta: a. Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. b. Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas. c. Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas. d. Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas. e. Somente as afirmativas I e IV estão corretas. 3. O telúrio é um elemento químico de símbolo Te , de número atômico 52 e com massa atómica 127 6 u, . É um semimetal que em temperatura ambiente encontra-se no estado sólido. Foi descoberto em um minério denominado calaverita. Atualmente, é usado principalmente em ligas metálicas e como semicondutor. Fonte: https://bit.ly/2lYIQHy. Acesso em: 16 set. 2019. Sobre o Telúrio, assinale a alternativa que apresenta corretamente sua distri- buição eletrônica: https://bit.ly/2lYIQHy 35 Dados: 52 Te . a. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p2 2 6 2 6 2 10 6 2 9 5 . b. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p2 2 6 2 6 2 10 6 1 10 5 . c. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p2 2 6 2 6 2 10 6 2 10 4 . d. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p2 2 6 2 6 2 8 6 2 8 4 . e. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p2 2 6 2 6 2 8 8 4 10 4 . 36 Seção 3 Biossegurança de laboratórios Diálogo aberto Ao entrar em um laboratório para realizar testes e experimentos químicos ou biológicos, quais são os cuidados e as normas de segurança que devem ser tomadas? Acidentes muitas vezes são provocados por falta de cuidados, de atenção ou de conhecimento a respeito daquilo com o que se está trabalhando. Em laboratório, entretanto, esses acidentes podem se tornar mais significa- tivos, devido ao caráter dos materiais manipulados. Por exemplo, em uma reação química na qual ocorra a liberação de gás, sendo esse gás o monóxido de carbono, se todos os cuidados não forem respeitados, são necessários três minutos para que a pessoa perca a consciência, e pouco mais de cinco minutos para levar à morte. Assim, é de extrema importância conhecer e respeitar as normas de biossegurança em laboratórios químicos e biológicos. Para trabalhar com esse tema vamos focar na química forense, que trabalha com áreas específicas da química e de outras áreas das ciências, buscando auxiliar na investigação e compreensão de como determinados crimes ocorreram. Coloque-se na posição de um profissional que trabalha em um laboratório forense. Nesse laboratório são produzidos compostos e soluções utilizadas em campo para teste de identificação; também são feitas análises de amostras colhidas em cenas de crimes. Seu trabalho estará focado na busca de soluções e demandas que chegam ao laboratório. Para isso, você precisará compreender a matéria e suas transformações, precisará conhecer a periodicidade química das propriedades dos elementos, as rotinas de um laboratório químico e as normas biossegurança na manipulação de materiais biológicos. Você precisa preparar um treinamento para novos estagiários. Seu super- visor solicitou que você comece falando sobre o laboratório e as principais normas de segurança, então fale sobre as principais vidrarias utilizadas em laboratório e as normas de biossegurança na manipulação de compostos químicos e materiais biológicos que são analisados. Como proceder para realização desse treinamento? Quais são os pontos importantes que devem ser apresentados aos novos estagiários? Como apresentar essas informações de forma que os estágios compreendam a importância do tema? Nesta seção, você trabalhará com as normas de biossegurança em labora- tórios e na manipulação de materiais químicos e biológicos, conhecerá os equipamentos de proteção coletiva e individual que devem ser utilizados 37 em um laboratório. Conhecerá algumas informações de segurança e alguns pictogramas que indicam os perigos atrelados aos produtos químicos. Você também vai conhecer as principais vidrarias utilizadas em laboratório e quais são os usos específicos de cada uma delas. Por fim, você conhecerá as formas corretas de destinação de resíduos em laboratórios. Essas informações serão necessárias para construção de um treinamento adequado aos novos estagiá- rios que chegarão ao laboratório. Bons estudos! Não pode faltar Em laboratórios químicos e biológicos, os profissionais estão constante- mente expostos a diversos tipos de riscos ocupacionais. Quanto aos riscos químicos e biológicos, como é possível diminuí-los? Para tratar desse assunto, a biossegurança deve ser respeitada, pois ela é a área da ciência voltada para a prevenção de possíveis riscos ocupacionais advindos da manipulação de produtos químicos e biológicos, entre outros. De acordo com Hirata, Hirata e Mancini Filho (2012), “[…] o termo biossegurança deve ser adotado como a ciência voltada para o controle e a minimização de riscos advindos da prática de diferentes tecnologias, seja em laboratórios, biotérios ou no meio ambiente”. Mas como é possível a prevenção desses riscos? A seguir vamos apresentar alguns cuidados relacio- nados ao trabalho em laboratórios químicos e biológicos. Assimile O laboratório é o local construído para realização de testes e experi- mentos. Deste modo, ele precisa ter equipamentos de segurança coletiva para operação. O laboratório químico é utilizado para reali- zação de testes que envolvem reagentes químicos e reações químicas, sendo que muitas dessas podem ser violentas, com liberação de gases e fumos, expelindo fragmentos, etc. Já o laboratório biológico é utilizado para manipulação de materiais biológicos de diferentes origens, mas que podem conter patógenos, vírus, bactérias, etc. Em laboratório, são obrigatórios o uso de EPI (equipamentos de proteção individual). De acordo com a Norma Regulamentadora NR n. 06 do Mistério do Trabalho e Emprego, EPI é “[…] todo dispositivo ou produto, de uso indivi- dual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho” (BRASIL, 2018). Ao trabalhar em um laboratório, é obrigatório o uso de jaleco com mangas compridas, fabri- cado em tecido não sintético, sapato fechado em que nenhuma parte dos pés fique exposta, calças compridas, óculos de proteção e luvas descartáveis (de 38 acordo com o tipo de aplicação). Também é recomendado, em alguns casos, o uso de máscara de proteção. Além desses cuidados e da utilização de EPI, pessoas que têm cabelos compridos devem adentrar aos laboratórios com eles presos. O uso de maquiagens também deve ser evitado. É importante lembras das atitudes comportamentais, pois elas são as principais causas de acidentes, como falta de atenção e brincadeiras desnecessárias. Além dos EPI, existem os equipamentos de proteção coletiva, como capela de exaustão de gases, que deve ser utilizada sempre que um reagente químico ou uma reação química liberar algum tipo de vapor tóxico. O chuveiro de emergência ou chuveiro lava-olhos é um dispositivode segurança destinado a eliminar ou diminuir os danos causados por acidentes com produtos químicos nos olhos ou na face ou, ainda, em qualquer outra parte do corpo. Além desses equipamentos, os laboratórios também devem possuir coletores de resíduos, extintores de incêndio, mapas de risco químico e saídas de emergência. Reflita Ao se trabalhar em laboratórios químicos e biológicos, regras de segurança individual e coletiva devem ser respeitadas. Entretanto, somente os equipamentos de proteção individual e coletiva são suficientes para garantir a segurança em laboratórios? Quais são as atitudes profissio- nais necessárias para os profissionais que se dedicam a trabalhar nesses ambientes, além das competências e habilidades técnicas? Biossegurança aplicada aos laboratórios químicos Para representação dos perigos atrelados a produtos químicos, são utili- zados diversos dispositivos de segurança. Entre eles, há os pictogramas GHS (Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals - Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos), que é uma forma de orientação para a comunicação dos produtos químicos, entre outros (UEMA; RIBEIRO, 2017). A Figura 1.9 apresenta os nove pictogramas de indicação de perigo de produtos químicos. Em linhas gerais, o GHS conceitua os perigos físicos, à saúde e ao meio ambiente, e estabelece critérios uniformes para a classificação e a comunicação da informação sobre os mesmos por meio de palavras de advertência, frases de perigo, frases de precaução e pictogramas padronizados, a serem utilizados mundialmente nos rótulos e nas fichas de informação de segurança de produtos químicos (FISPQs). (UEMA; RIBEIRO, 2017, p. 353) 39 Figura 1.9 | Pictogramas GHS de produtos químicos Fonte: adaptada de https://bit.ly/2oGP3HV. Acesso em: 25 set. 2019. Os pictogramas GHS apresentados na Figura 1.9 apresentam produtos pertencentes à classe dos compostos explosivo, inflamável, oxidante, corro- sivo, tóxico, relativo a cuidado e atenção na sua manipulação, perigoso à saúde, veneno e gás comprimido. Além dessa classificação, os produtos ainda podem ser divididos em categorias dentre de um determinado grupo de risco devido às suas propriedades químicas, físicas, biológicas e toxicológicas. Ao manipular reagentes químicos, cuidados devem ser tomados em relação às classes de risco dos compostos. Caso haja qualquer dúvida em relação à exposição, é possível consultar a FISPQ (ficha que acompanha os reagentes químicos para verificação dos cuidados que devem ser tomados ao manipular o componente e os riscos relacionados ao produto em específico). Os labora- tórios que manipulam reagentes químicos devem possuir, obrigatoriamente, todas as FISPQ dos reagentes presentes no laboratório e almoxarifado. Elas devem estar acessíveis a todos os funcionários expostos aos riscos dos produtos. Outra forma de determinar os riscos de um laboratório e comunicá-los às pessoas que utilizam o ambiente é por meio dos mapas de riscos, um sistema de representação dos riscos pertencentes ao ambiente. Esses mapas são construídos com a representação em cores dos riscos, de acordo com os riscos e as cores que os representam, no layout do ambiente. Biossegurança no contexto dos laboratórios biológicos Materiais biológicos devem ser manipulados em cabines biológicas, de maneira segura, de acordo com o risco ambiental do agente biológico. Alguns cuidados especiais precisam ser tomados para prevenir os riscos https://bit.ly/2oGP3HV 40 de contaminação com microrganismos, sangue e outros líquidos corporais (HIRATA; HIRATA; MANCINI FILHO, 2012) Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas são classificados em classes de risco. A Classe 1 apresenta baixo risco individual ou para a coletividade e inclui agentes biológicos que são conhecidos por não causar doenças em pessoas ou animais adultos sadios. A Classe 2 se refere aos agentes com moderado risco individual e um risco limitado para a comuni- dade, e nessa classe estão incluídos os agentes que causam infecção com potencial de propagação na comunidade, sendo a disseminação ambiental limitada. A Classe 3 contém agentes com alto risco individual e moderado risco para a comunidade. Nessa classe estão inclusos os agentes biológicos que apresentam capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais. Por fim, a Classe 4 apresenta agentes de alto risco individual e para a comunidade, incluindo os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida (BRASIL, 2017). A Figura 1.10 apresenta o símbolo interna- cional de risco biológico, que deve estar presente em ambientes de trabalho com esse tipo de risco, em resíduos contendo materiais biológicos e em reagentes e produtos infectocontaminantes. Figura 1.10 | Símbolo internacional de risco biológico Fonte: https://bit.ly/2lV8JJ3. Acesso em: 30 set. 2019. Vidrarias e equipamentos de uso comum em laboratório Vidrarias de laboratório podem ser produzidas de vidro comum ou de vidro borossilicato. A diferença entre eles está na resistência à temperatura e a determinados reagentes químicos. Vidraria comum não pode ser resfriada e aquecida frequentemente, pois pode entrar em fratura. Já as vidrarias https://bit.ly/2lV8JJ3 41 especiais de laboratório, que são produzidas com vidro borossilicato, são resistentes ao calor e aos elementos químicos, podendo ser utilizados em diferentes aplicações em laboratório. As vidrarias podem ser classificadas como volumétricas e graduadas. As primeiras apresentam um volume fixo, são mais precisas e não podem ser aquecidas para não perderem a aferição do volume. Balão volumétrico e pipeta volumétrica são exemplos de vidrarias volumétricas. Já as segundas apresentam uma graduação do volume, desse modo, podem ser utilizadas para medição de volumes variados de líquidos. Essas vidrarias são menos precisas que as vidrarias volumétricas. Pipeta graduada e proveta são exemplos de vidrarias graduadas. A seguir, temos uma descrição das princi- pais vidrarias e sua forma de utilização em laboratório. Pipeta: é um instrumento de medição utilizado para transferência rigorosa de volumes determinados de líquidos. Balão volumétrico: é um instrumento de medição utilizado para o preparo e diluições de soluções com volumes precisos e pré-fixados. Bureta: é um instrumento de medição preciso utilizado nas técnicas de titulação. Béquer: é um recipiente cilíndrico que possui fundo chato e apresenta diferentes usos em laboratório, sendo uma das vidrarias mais utilizadas. Erlenmeyer: é um recipiente de laboratório utilizado para armazena- mento e mistura de produtos e soluções. Seu formato cônico invertido facilita os processos de mistura de reagentes, evitando que eles sejam ejetados para fora do recipiente. Proveta: é uma vidraria graduada utilizada para seleção de diferentes volumes de líquidos. 42 Figura 1.11 | Vidrarias de uso comum em laboratório Fonte: adaptadas de a. https://bit.ly/2Y2niHR; b. https://bit.ly/2o7dWOj; c. https://bit.ly/2n6yR4f; d. https:// bit.ly/2o6apjf; e. https://bit.ly/2o4yKpG; e f. https://bit.ly/2n6hzUV. Acesso em: 30 set. 2019. Em relação aos equipamentos de laboratório, o mais comum e mais utili- zado é a balança analítica, um instrumento de medida da massa de um corpo. Usualmente, a unidade de medida para massa é o kg (de acordo com o Sistema Internacional de Unidades de Medida). Entretanto, balanças analíticas realizam a pesagem de pequenas quantidades de materiais, que não ultrapassam, geral- mente, 200 g. A precisão desse tipo de equipamento é de 0,1 mg. Armazenamento e descarte de substâncias químicas e biológicas O armazenamento dos reagentes químicos deve seguir alguns critérios que estão relacionados à infraestrutura do local e aos riscos individuais de cada um dos compostos químicos presentes. Em um laboratório,os reagentes devem ser armazenados apenas em pequenas quantidades. Os reagentes devem ser armazenados em local apropriado, com sistema de ventilação e controle da umidade e radiação solar. Esse ambiente deve dispor de equipa- mentos de proteção individual e coletiva necessários para o ambiente. Além disso, o local precisa possuir sistema de contenção caso ocorram vazamentos, assim como saída emergência e sistema de proteção contra incêndio adequado à característica dos materiais armazenados. https://bit.ly/2Y2niHR https://bit.ly/2o7dWOj https://bit.ly/2n6yR4f https://bit.ly/2o6apjf https://bit.ly/2o6apjf https://bit.ly/2o4yKpG https://bit.ly/2n6hzUV 43 Para realizar o armazenamento dos produtos químicos no ambiente, os critérios de incompatibilidade química devem ser respeitados para evitar qualquer tipo de interação entre os compostos armazenados. Exemplificando Ao armazenar reagentes químicos, leve em consideração a incompatibi- lidade entre eles. Para isso, você pode acessar a página da Fundação Fio Cruz e verificar alguns critérios de armazenamento (BRASIL, 2019). Por exemplo, líquidos inflamáveis não devem ser armazenados com nitrato de amônio, peróxido de hidrogênio, ácido nítrico, peróxido de sódio e halogênios, pois esses compostos são incompatíveis entre si. Em relação aos produtos biológicos, os mesmos cuidados relacionados aos produtos químicos devem ser seguidos. Além disso, alguns materiais precisar estar contidos em um recipiente primário, outro recipiente secun- dário e uma embalagem terciária para garantia da segurança do produto. Alguns produtos químicos e outros biológicos também precisam ser armazenados sob refrigeração para conservar suas características originais para uso. O descarte de resíduos químicos deve ocorrer em embalagens adequadas, sob condições seguras, evitando vazamentos e interações ambientais, e devem ser encaminhados ao serviço de descarte adequado de produtos químicos. Já os materiais biológicos devem ser descartados em embalados adequadas para evitar derramamento acidental, e identificados com o símbolo de resíduo infectante, conforme Figura 1.10. Os resíduos contendo materiais biológicos devem ser previamente descontaminados antes de serem descartados como resíduos da classe A. Nesta seção, você conheceu as normas de biossegurança em laboratórios químicos e biológicos. Conheceu um pouco sobre os cuidados individuais e coletivos ao manipular reagentes químicos e biológicos. Além disso, você conheceu as principais vidrarias de uso comum em laboratório, além de aprender as formas corretas de armazenamento e descarte de resíduos ao final de testes e experimentos. Essas informações são importantes e estão diretamente ligadas à vivência profissional de um profissional que realiza testes químicos e biológicos de diferentes áreas de atuação. Não esqueça de aplicar esses conhecimentos sempre que estiver dentro das dependências de um laboratório, mesmo não realizando tipo de experimento algum, pois os riscos são decorrentes do ambiente em si, não estando atrelados somente ao trabalho de um analista ou funcionário do local. 44 Sem medo de errar Você trabalha em um laboratório forense e precisa preparar um treina- mento para novos estagiários. Seu supervisor solicitou que você comece falando sobre o laboratório e as principais normas de segurança. Fale sobre as principais vidrarias utilizadas em laboratório e as normas de biossegurança na manipulação de compostos químicos e materiais biológicos que são anali- sados. Logo, você precisará montar uma breve apresentação que aborde todos os tópicos solicitados, e deverá utilizar imagens que facilitem a visualização das informações que serão ser apresentadas. Assim, você precisará responder as questões levantadas para o melhor aproveitamento do treinamento a ser realizado. Então, como proceder para realização desse treinamento? As informações devem ser organizadas de acordo com a importância e devem seguir uma sequência lógica. Para isso, você começará fazendo uma breve descrição do local de trabalho e das rotinas de testes realizados no local. Antes de iniciar as apresentações das normas de biossegurança, você precisa familiarizar os novos estagiários com as rotinas que deveram ser realizadas no local de trabalho. Em seguida, apresente as normas de biossegurança, as vidrarias de uso comum em laboratório, o armazenamento de reagentes químicos e finalize com as formas corretas de descarte de materiais. Em seguida, você deverá verificar quais são os pontos importantes que devem ser apresentados aos novos estagiários. Você, então, apresentará todos os equipamentos de proteção coletiva e suas formas de utilização, precisará apresentar os mapas de riscos e indicar as saídas de emergências e os sistemas de proteção contra incêndio do local. Além disso, os novos estagiários precisarão conhecer os locais adequados e as formas corretas de armazenamento dos reagentes químicos e biológicos presentes no local. Em seguida, apresente todas as regras de uso de EPI. Neste ponto, deve ser explicado detalhadamente o uso de todos os equipamentos de proteção individual e justificada a sua necessidade. Os estagiários também precisam compreender as consequências pessoais do descumprimento das normas estipuladas. É preciso também apresentar aos estagiários as habilidades e competências necessárias para realização de testes em laboratório. Após conhecer os EPI e os equipamentos de proteção coletiva, faça uma breve apresentação de todas as vidrarias de uso rotineiro em laboratório, assim como dos principais equipamentos utilizados. 45 Encerre a apresentação fazendo uma explanação sobre a importância da destinação adequada de todos os resíduos de laboratório, focando a impor- tância da destinação correta de produtos químicos e biológicos. Por fim, como apresentar essas informações de forma que os estágios compreendam a importância do tema? Para melhor compreensão desse tema por parte dos estagiários, apresente casos práticos de situações que podem ocorrer no laboratório caso esses cuidados sejam descumpridos. Enfoque a importância da atenção e cuidado ao trabalhar em laboratório. Além disso, diga que em laboratórios químicos e biológicos existem vários tipos de situações e riscos, assim, os estagiários precisam conhecer os pictogramas do GHS de perigo de compostos químicos e o símbolo de material biológico, e quais são as comunicações atreladas a eles. Ao final desse treinamento, você terá a capacidade e o discernimento para aplicar os conhecimentos sobre os elementos químicos e suas transformações no desenvolvimento de ações que visam à resolução de problemas da atuação profissional, nesse caso voltados a normas relacionadas a biossegurança de laboratórios de testes químicos e biológicos. Avançando na prática Armazenamento de produtos químicos de laboratório O armazenamento de reagentes químicos deve ser realizado de forma adequada para evitar que acidentes aconteçam, dessa forma, sempre deve-se obedecer a alguns critérios quanto à infraestrutura do local de armazenagem como critérios relacionados à compatibilidade química dos reagentes. Coloque-se na posição de responsável técnico de um labora- tório de análises químicas que realiza diferentes tipos de análises voltadas à qualidade ambiental: são necessários vários reagentes químicos para execução dos testes, como ácidos, bases, sais, óxidos, peróxidos, solventes orgânicos, reagentes orgânicos, etc. O laboratório foi recém-inaugurado e está recebendo as primeiras cargas de reagentes que serão utilizados nas análises. Foi designado a você que faça o armazenamento dos reagentes químicos que chegaram. Existem critérios para armazenamento de reagentes químicos? Quais os riscos que são decorrentes do armazenamento incor- reto dos reagentes? Existem materiais que precisam ser refrigerados em seu armazenamento? 46 Resolução da situação-problema Foi designada a você a organização dos
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