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Principios Fisico-Quimicos Laboratoriais

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Princípios 
Físico-Químicos 
Laboratoriais
Carlos Roberto da Silva Júnior
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Imagens
Adaptadas de Shutterstock.
Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das 
imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. 
Conteúdo em websites
Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento 
pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Presidência 
Rodrigo Galindo
Vice-Presidência de Produto, Gestão 
e Expansão
Julia Gonçalves
Vice-Presidência Acadêmica
Marcos Lemos
Diretoria de Produção e 
Responsabilidade Social
Camilla Veiga
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Silva Júnior, Carlos Roberto da
S586p Princípios físico-químicos laboratoriais / Carlos Roberto da 
 Silva Júnior. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional 
 S.A., 2020.
 184 p.
 
 ISBN 978-85-522-1677-3
 
 1. Princípios Físicos e Químicos. 2. Reações Químicas. 
 3. Perspectivas Laboratoriais. I. Título. 
 
CDD 541
Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753 
Gerência Editorial
Fernanda Migliorança
Editoração Gráfica e Eletrônica
Renata Galdino
Luana Mercurio
Supervisão da Disciplina
Joselmo Willamys Duarte
Revisão Técnica
Joselmo Willamys Duarte
Marcilyanne Moreira Gois
mailto:editora.educacional@kroton.com.br
http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1
Introdução à química e às transformações 
da matéria ....................................................................................................... 7
Seção 1
Especificidades da matéria ................................................................ 9
Seção 2
Estudos dos elementos .....................................................................23
Seção 3
Biossegurança de laboratórios ........................................................36
Unidade 2
Ligações químicas e estequiometria ..........................................................51
Seção 1
Interações dos compostos ................................................................53
Seção 2
Representações dos compostos .......................................................66
Seção 3
Estequiometria ..................................................................................79
Unidade 3
Funções dos compostos e soluções ...........................................................95
Seção 1
Compostos inorgânicos ...................................................................97
Seção 2
Compostos orgânicos ....................................................................110
Seção 3
Soluções e reações químicas .........................................................126
Unidade 4
Métodos de análises e princípios de físico-química ............................139
Seção 1
Caraterísticas gerais das análises .................................................141
Seção 2
 Métodos de análise laboratoriais ................................................154
Seção 3
Fundamentos físico-químicos .....................................................166
Palavras do autor
Seja bem-vindo à disciplina Princípios Físico-Químicos Laboratoriais. Ela trará a base dos conhecimentos químicos para área biomédica. Compreender a química é essencial para investigações clínicas baseadas 
em reações químicas. Como os testes clínicos são realizados? Quais as trans-
formações da matéria que fazem com que determinados analitos sejam detec-
tados? Qual é a importância de se conhecer as metodologias de análises? 
Quais os cuidados necessários ao se manipular reagentes químicos, amostras 
biológicas e materiais contaminados?
Em Princípios Físico-Químicos Laboratoriais, você conhecerá os 
elementos químicos, suas propriedades, os estados físicos da matéria, as 
normas de biossegurança e vidrarias de uso comum em laboratório. Além 
disso, você conhecerá as interações e entenderá as formas de representar 
elementos químicos quando eles estão formando compostos químicos, 
estequiometria de reação, as funções orgânicas e inorgânicas dos elementos, 
assim como as características gerais sobre soluções e seus preparos, visando 
conhecer e entender os princípios metodológicos dos principais métodos 
analíticos e os fundamentos físico-químicos, direcionadas aos laboratórios.
Na Unidade 1, você conhecerá as características da matéria e suas 
transformações, princípios laboratoriais e normas de biossegurança. Na 
Unidade 2, você aprenderá sobre a forma de representação de compostos 
químicos, reações químicas, balanceamento e estequiometria. Na Unidade 
3, você conhecerá as principais funções químicas, inorgânicas e orgânicas e 
as reações que ocorrem em solução. Por fim, na Unidade 4, serão apresen-
tados os métodos analíticos e os principais fatores relacionados à escolha do 
melhor método de análises e os conceitos básicos de físico-química.
Vamos iniciar nossa jornada nesta disciplina, e não se esqueça da impor-
tância do autoestudo e da autoapredizagem para alcançar os melhores resul-
tados. Bons estudos!
Unidade 1
Carlos Roberto da Silva Júnior
Introdução à química e às transformações 
da matéria
Convite ao estudo
Você já parou para pensar sobre como a química influencia o nosso dia a 
dia? Em quais situações a química está presente na nossa rotina? A química 
é uma ciência experimental que estuda a matéria e suas transformações e é 
essencial para compreensão dos fenômenos que estão a nossa volta, como 
nosso próprio processo respiratório. Além disso, produtos químicos estão 
ao nosso redor em objetos utilizados diariamente, na nossa alimentação e 
em nossa própria existência. Mas o que é a matéria? Quais as propriedades 
químicas da matéria? Quais as transformações que ocorrem na matéria? Por 
que essas informações são importantes na vida profissional?
Nesta unidade vamos conhecer a matéria, suas propriedades e os estados 
físicos, bem como suas transformações. Além disso, você vai conhecer 
também as normas de biossegurança, uso de vidrarias em laboratório 
químico e descarte correto de resíduos laboratoriais, principalmente os 
resíduos químicos. Ao final desta unidade você terá a capacidade e discer-
nimento para aplicar os conhecimentos sobre os elementos químicos e suas 
transformações no desenvolvimento de ações que visam à resolução de 
problemas da atuação profissional.
Para isso, vamos utilizar a química forense como ponto de partida. Ela 
trabalha com áreas específicas da química e de outras áreas das ciências 
buscando auxiliar na investigação e compreensão de como determinados 
crimes ocorreram. Coloque-se na posição de um profissional que trabalha 
em um laboratório forense. Nesse laboratório são produzidos compostos 
e soluções utilizadas em campo para testes de identificação; também são 
feitas análises de amostras colhidas em cenas de crimes. Como é realizado a 
identificação de entorpecentes? Como são identificados vestígios de sangue 
em cenas de crimes? Quais os cuidados necessários ao manipular amostras 
biológicas provenientes de cenas de crimes? Como conservar o local para 
coleta de amostras? Seu trabalho estará focado na busca de soluções e 
demandas que chegam ao laboratório e, para isso, você precisará compre-
ender a matéria e suastransformações, precisará conhecer a periodicidade 
química das propriedades dos elementos, as rotinas de laboratório químico e 
normas de biossegurança na manipulação de materiais biológicos.
Nesta unidade você aprenderá sobre os conceitos básicos e essenciais da 
química que envolvem a matéria e suas transformação, seus estados físicos, 
a organização periódica dos elementos químicos e a periodicidade de suas 
propriedades. Ao final, serão apresentados alguns conceitos essenciais em 
biossegurança em laboratório químico e ao manipular material biológico, 
as vidrarias de uso comum em laboratório químico e a formas corretas de 
resíduos de laboratório.
Aproveite os novos conhecimentos que serão aqui apresentados e 
aplique-os em sua rotina acadêmica e profissional. Bons estudos!
9
Seção 1
Especificidades da matéria
Diálogo aberto
Os conceitos básicos da química são essenciais para compreensão de 
fenômenos naturais que ocorrem à nossa volta, como a respiração de seres 
aeróbicos e o processo de fotossíntese, por exemplo. Conhecer a matéria e 
suas transformações é um princípio básico, pois é por essas transformações 
que conseguimos notar alguns fenômenos que são utilizados em um labora-
tório químico, como reações baseadas na mudança de coloração. Essas infor-
mações serão necessárias para que você consiga alcançar excelentes resul-
tados em sua área de atuação.
Para compreender esses conceitos, coloque-se na posição de um profis-
sional que desempenha atividade em um laboratório forense. Nesse labora-
tório, várias atividades são desempenhadas; uma delas visa à identificação 
de substâncias entorpecentes. Essa identificação compreende uma grande 
área dentro da química forense, uma vez que busca identificar o transporte 
ilegal de substâncias em suas diferentes formas. Como trabalha em um 
laboratório forense, você precisará produzir soluções utilizadas em campo, 
que serão usadas na identificação de drogas de abuso. Para isso, é preciso 
conhecer a forma como se apresenta a matéria e suas transformações e, 
além disso, como é possível aplicar a Lei de conservação de massas e a Lei 
das proporções definidas para auxiliar na produção de composto utilizados 
na solução teste. Qual é o estado físico dessas substâncias utilizadas nos 
testes de identificação? Como os entorpecentes são transportados? Quais 
são as transformações que ocorrem na matéria para que seja possível a 
identificação dessas substâncias? 
Seu foco inicial será a identificação de cocaína por meio de testes quali-
tativos rápidos que podem ser realizados em portos, aeroportos e em regiões 
de fronteira. Com os conhecimentos em relação à matéria e suas transfor-
mações e as leis ponderais, você será capaz de conhecer as características 
das soluções utilizadas em campo para realização dos testes necessários para 
identificação dessa substância. Aplique os conceitos vistos nesta seção para 
alcançar os melhores resultados.
10
Não pode faltar
A Química é o ramo das Ciências que estuda a matéria e suas transformações. 
Mas o que é a matéria? E quais as transformações que a matéria pode sofrer?
Podemos definir a matéria como sendo qualquer coisa que possua 
existência física e real, desse modo, a matéria precisa possuir massa e ocupar 
um volume no espaço. Como exemplos, podemos dizer que os computa-
dores, os livros, os eletrônicos, os carros, o papel, a água, o ar, a pedra, a 
madeira, etc., são todos exemplos de matéria. A matéria pode se apresentar 
em diferentes estados físicos, como sólido, líquido ou gasoso. 
Estados físicos da matéria
Os estados físicos da matéria estão relacionados com a configuração 
macroscópica que os elementos podem apresentar . Essa configuração está 
interligada com a velocidade de movimento dos constituintes da matéria. 
Sendo assim, ela pode se apresentar em três estados diferentes: o estado 
sólido, o líquido e o gasoso. 
Estado sólido: é caracterizado por possuir o volume e a forma bem 
definidos. A Figura 1.1 ilustra uma pedra amazonita, que consiste em um 
composto em estado sólido . Nesse estado, a matéria é resistente à defor-
mação, sendo que os átomos e as moléculas constituintes do sólido estão 
próximos entre si, formando uma estrutura rígida. Os compostos sólidos 
apresentam certas propriedades, como a dureza e a resistência. Os compostos 
sólidos podem ser classificados como cristalinos (quando apresentam arranjo 
ordenado entre seus átomos) e amorfos (quando não apresentam tipo algum 
de periodicidade na organização de seus átomos). Além disso, os sólidos 
podem ser iônicos, reticulares, moleculares ou metálicos.
Figura 1.1 | Composto sólido – pedra amazonita
Fonte: https://bit.ly/2lT8wp7. Acesso em: 1 set. 2019.
https://bit.ly/2lT8wp7
11
Estado líquido: esse estado é caracterizado como um intermediário entre 
o estado sólido e o estado gasoso. A Figura 1.2 ilustra a água, um composto em 
estado líquido. Nesse estado, os corpos não apresentam uma forma específica, 
podendo se moldar de acordo com o formato do recipiente onde são inseridos, 
entretanto, não têm a capacidade de alterar seu volume . As moléculas que se 
encontram nesse estado apresentam maior energia que, consequentemente, 
proporciona maior movimento de seus átomos ou moléculas. Os compostos 
líquidos apresentam como característica a fluidez e o escoamento.
Figura 1.2 | Composto em estado líquido – água
Fonte: adaptada de https://bit.ly/2jYQbGL. Acesso em: 1 set. 2019.
Estado gasoso: é caracterizado pelo movimento aleatório de suas 
moléculas. Nesse estado, as partículas não apresentam forma e volume 
definido, podendo assumir o formato do recipiente onde são inseridos. A 
Figura 1.3 ilustra os gases nobres, compostos que se encontram naturalmente 
em estado gasoso. O movimento das partículas de um gás é caracteriza de 
acordo com sua pressão e temperatura. Os compostos que se apresentam 
nesse estado físico possuem como característica importante os processos de 
difusão e compressão.
Figura 1.3 | Composto em estado gasoso – gás hélio (He), neônio (Ne), argônio (Ar), criptônio 
(Kr) e xenônio (Xe)
Fonte: https://bit.ly/2T7ruDD. Acesso em: 1 set. 2019.
https://bit.ly/2jYQbGL
https://bit.ly/2T7ruDD
12
Além de se apresentar em estados físicos diferentes, a matéria é constituída 
por várias combinações simples de formas simples da matéria, chamadas de 
elementos químicos, sendo que um elemento químico corresponde a uma 
substância formada apenas por um único tipo de átomo. As substâncias 
químicas podem ser divididas em elementares ou simples e compostas .
Substância elementar ou simples: é formada por átomos do mesmo 
elemento químico. Temos que o oxigênio molecular, .. O2 .., é uma substância 
simples, pois, é formado apenas por átomos de oxigênio.
Substância composta: é formada por átomos de diferentes elementos 
químicos. O etanol, C H O2 6 , é um exemplo de sustância composta, pois é 
formado por átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O). 
Mistura: é uma porção da matéria formada por duas ou mais substâncias 
através da união mecânica de seus constituintes. Por exemplo, temos a areia, 
que é formada por uma mistura de rochas e minerais, como quartzo, mica, 
etc. As misturas podem ser divididas em homogêneas e heterogêneas. 
Mistura homogênea: apresenta apenas uma fase (sólida, líquida ou 
gasosa), ou seja, os compostos presentes na mistura apresentam-se de forma 
uniforme. Possuem as mesmas proporções de seus constituintes em toda 
extensão da amostra. Quando temos uma mistura homogênea, as substân-
cias presentes se dissolvem umas nas outras dando origem a uma solução. 
Por exemplo:
• Ao dissolver completamente uma colher de açúcar em um copo 
contendo água, obtemos uma mistura homogênea. 
• Na atmosfera, ao excluir as partículas sólidas e as partículas 
líquidas, o ar atmosférico formado pela mistura de gases é uma 
mistura homogênea.
Mistura heterogênea: é formada por duas ou mais fases (sólida, líquida 
ou gasosa), ou seja, os compostos presentes na misturaapresentam-se de 
forma que é possível observar, a olho nu, as substâncias presentes, ou seja, 
seus componentes apresentam proporções que variam ao longo da amostra. 
Por exemplo:
• Areia: mistura de diferentes minerais.
• Copo contendo água mais óleo: por diferença de polaridade, os dois 
compostos não se misturam, formando duas fases líquidas em que é 
possível observar a separação entre elas.
13
Transformações físicas da matéria
As transformações físicas da matéria estão relacionadas às mudanças de 
fases que uma substância pode sofrer. A Figura 1.4 ilustra um fluxo com as 
transformações físicas da matéria. Uma determinada substância, ao trans-
formar seu estado físico, por exemplo, de sólido para líquido, está realizando 
o processo de mudança de fase. A temperatura que inicia o processo de 
mudança de fase é a mesma temperatura em que todo o material passa de um 
estado para outro, ou seja, a água passa do estado sólido para o estado líquido 
na temperatura de 0°C ; isso quer dizer que a mudança de fase ocorrerá nessa 
temperatura, independentemente da quantidade de matéria disponível. 
Assim, podemos observar que ao se transformar, a matéria pode assumir 
duas propriedades distintas, uma propriedade intensiva e outra proprie-
dade extensiva.
Propriedade intensiva: é aquela que não depende da massa da amostra. 
Por exemplo, a temperatura independe da quantidade de amostra.
Propriedade extensiva: é aquela que depende da massa da amostra. Por 
exemplo, a energia de uma amostra.
Figura 1.4 | Transformações físicas da matéria
Sublimação
Sublimação
Sólido GasosoLíquido
Fusão
Solidi�cação
Vaporização
Condensação
Fonte: elaborada pelo autor.
 A seguir são descritas as transformações físicas da matéria:
Fusão: corresponde à passagem do estado sólido para o estado líquido de 
uma substância. 
Solidificação: corresponde à passagem de uma substância que se 
encontra em estado líquido para o estado sólido.
Vaporização: corresponde à passagem do estado líquido para o estado 
gasoso, podendo ocorrer através da evaporação e da ebulição.
14
• Evaporação: passagem de estado físico lenta e gradual em função do 
aumento natural ou artificial da temperatura.
• Ebulição: passagem de estado físico que ocorre acompanhado da 
formação de bolhas pelo rápido aumento da temperatura do sistema. 
Condensação: passagem do estado gasoso para o estado líquido de 
um composto.
Sublimação: mudança de estado físico de uma substância do estado 
sólido para o estado gasoso, ou ainda, do estado gasoso para o estado sólido 
sem passar pelo estado líquido. 
Propriedades gerais e específicas da matéria
A matéria pode apresentar propriedades gerais e propriedades especí-
ficas. As propriedades gerais são comuns para todos os tipos de matéria e, 
através delas, não é possível diferenciar uma de outra. A matéria apresenta 
oito propriedades gerais que são descritas a seguir:
Massa: representa a medida da quantidade de matéria presente em 
um corpo.
Inércia: representa a resistência de um corpo ao seu estado de movimento 
ou de repouso.
Extensão: representa a propriedade relacionada com o espaço ocupado 
pela matéria no espaço.
Impenetrabilidade: representa a propriedade que nos diz que dois 
corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
Compressibilidade: representa a capacidade que a matéria apresenta de 
diminuir seu volume quando exposta a uma variação de pressão.
Elasticidade: representa a capacidade da matéria de voltar ao seu volume 
inicial após a retirada de uma determinada pressão.
Divisibilidade: representa a capacidade da matéria de ser dividida em 
porções cada vez menores.
Descontinuidade: representa os espaços existentes entre uma molécula e 
outra e, dependendo dessas distâncias, as substâncias podem ser mais duras 
ou não.
As propriedades específicas da matéria estão atreladas a cada tipo de 
substância e, por meio delas, é possível diferenciar uma matéria de outra. 
Essas propriedades podem ser dividas em físicas, organolépticas e químicas.
15
Propriedades físicas: estão atreladas às propriedades físicas da matéria 
como, por exemplo, o ponto de fusão (representa a temperatura que um 
corpo passa do estado sólido para o estado liquido, ou vice-versa), o ponto de 
ebulição (representa a temperatura em que um corpo muda do estado líquido 
para o estado gasoso, ou vice-versa) e a densidade (representa a volume que 
uma determinada quantidade de matéria ocupa), etc. 
Propriedades organolépticas: são as propriedades que estão relacio-
nadas aos sentidos, como a cor, o odor, o sabor, o brilho, etc.
Propriedades químicas: representam as transformações químicas da 
matéria, ou seja, a transformação de determinadas substâncias em outras por 
meio de reações químicas. 
 A + B C + D
(reagentes) (produtos)
®
Assimile
Uma equação química é a representação de uma reação química, e essa 
nada mais é do que representação das transformações de reagentes 
em produtos. A seta (® ) presente em uma equação química indica o 
sentido de formação dos produtos.
Desse modo, temos:
Reagentes Produtos( )→( )
Conhecendo os reagentes do processo e suas características, é possível 
prever os produtos que serão formados de acordo com os princípios 
químicos. A seguir é apresentada a equação química que representa 
a reação entre o hidrogênio e oxigênio molecular dando origem à 
molécula de água: 
3H +O 2H O2(g) 2(g) 2 (g)®
Os subscritos da reação, (g), indicam o estado gasoso no qual a matéria 
se encontra para que a reação aconteça. Desse modo, temos que os 
subscritos (s), (l) e (aq), que não são mostrados na reação mas são 
comuns em reações químicas, indicam, respectivamente, os estados 
sólido, líquido e a fase aquosa da matéria.
Por meio das propriedades extensivas da matéria foram propostas algumas 
leis que relacionavam as massas dos participantes de uma reação química. 
Essas leis são conhecidas como Leis Ponderais. A seguir, serão apresentadas 
a Lei da conservação das massas e a Lei das proporções constantes.
16
Lei da conservação das massas
A Lei da conservação das massas foi proposta por Antoine Laurent de 
Lavoisier e é conhecida também como a Lei de Lavoisier. De acordo com 
essa lei, em um sistema fechado, podendo ser químico ou físico, a matéria 
não é criada nem eliminada, ela pode apenas ser transformada em outra. 
Seu enunciado ficou conhecido pela seguinte lei: “Na natureza nada se cria, 
nada se perde, tudo se transforma”. Desse modo, podemos concluir que tudo 
que existe na natureza provém da matéria preexistente na terra. Mas como 
podemos exemplificar esses conceitos?
Em uma reação química, a massa dos reagentes presentes no início do 
processo é igual à massa dos produtos formados ao final da reação, conforme 
apresentado na reação a seguir:
m = m(reagentes) (produtos)
Exemplificando
Na reação de combustão balanceada dada a seguir: 
C H + O CO + 4 H O3 (g) 2 (g) 2(g) 2 (l)8 5 3®
Ao reagirmos 44g de propano (1 mol de moléculas de propano) com 
160g de oxigênio molecular (5 mols), serão produzidos 132g de dióxido 
de carbono (3 mols) e 72g de água (4 mols).
De acordo com a Lei da conservação das massas, m = m(reagentes) (produtos) , 
assim temos:
44g (C H ) + 160g (O ) = 132g (CO ) + 72g (H O)3 8 2 2 2
204g (reagentes) = 204g (produtos)
Desse modo, temos a confirmação da Lei de Lavoisier.
Desse modo, conclui-se que em um sistema fechado, a massa dos reagentes 
será sempre igual à massa dos produtos, pois a matéria não será criada e nem 
perdida pela reação química, ela será simplesmente transformada.
Lei das proporções constantes
A Lei das proporções constantes foi proposta por Joseph Louis Proust, 
e é também conhecida como a Lei das proporções definidas ou, simples-
mente, como a Lei de Proust. De acordo com seu enunciado, em uma reação 
química, as massas dos reagentes que participam de uma reação seguem 
17
sempre a uma proporção definida (constante ). Observe o exemplo para a 
reação de formação da água apresentada a seguir:2 H + O 2 H O2 (g) 2 (g) 2 (l)®
A partir dessa reação, Proust realizou alguns experimentos, dos quais 
obteve os resultados apresentados no Quadro 1.1.
Quadro 1.1 | Lei das proporções constantes para a reação de formação da água
H2 O2 H O2
4 g 32 g 36 g
8 g 64 g 72 g
2 g 16 g 18 g
m mO H/ m magua H/ m magua O/
32 4 8/ = 36 4 9/ = . 36 32 1 125/ ,= .
64 8 8/ = 72 8 9/ = 72 64 1 125/ ,=
16 2 8/ = 18 2 9/ = 18 16 1 125/ ,=
Fonte: elaborado pelo autor.
Pelo Quadro 1.1 é possível observar que inicialmente as quantidades 
estequiométricas foram adicionadas. Ao dobrar a quantidade inicial ou ao 
reduzir à metade os reagentes do processo, a massa dos produtos obtidos é 
sempre igual à soma das massas dos reagentes, de acordo com a Lei de conser-
vação das massas. Desse modo, Proust propôs que as massas dos reagentes 
e produtos que participam de uma reação química podem ser diferentes, 
entretanto, existe sempre uma relação constante (definida) entre elas.
Desse modo, ele observou que a relação entre a massa do oxigênio em 
relação à massa do hidrogênio é sempre igual a 8. A relação entre a massa 
da água formada e a massa do hidrogênio utilizado como reagente é sempre 
igual a 9 e a relação entre a massa da água e do oxigênio é sempre igual a 
1,125. Assim, no caso de reações elementares, em que um produto é sinteti-
zado a partir de seus constituintes elementares, Proust observou que a massa 
final de um sistema fechado é sempre igual à massa inicial.
18
Reflita
Após conhecer um pouco sobre a matéria, suas propriedades, caracte-
rísticas e transformações, você poderia imaginar como essas informa-
ções podem ser aplicadas em estudos clínicos, baseados nas possíveis 
reações químicas, utilizadas no dia a dia de um laboratório clínico de 
rotina? Pense sobre isso!
Sem medo de errar
Você trabalha em um laboratório forense e precisará produzir soluções 
utilizadas em campo, que serão usadas na identificação de entorpecentes. 
Alguns pontos são importantes para realização dessas etapas, como o conhe-
cimento da matéria e suas transformações.
A identificação de entorpecentes é fundamental para prevenir o tráfico 
internacional de drogas. Atualmente, diversas substâncias são transpor-
tadas ilegalmente pelo mundo, e entre esses elementos temos a cocaína, 
uma das substâncias mais transportada de forma ilegal pelo mundo e que 
é responsável por um mercado paralelo ilegal muito lucrativo. Para identi-
ficação rápida desse composto em portos e aeroportos, é realizado um teste 
qualitativo em que um reagente é adicionado ao material e, caso o entorpe-
cente esteja presente, desenvolverá uma reação que deixará a material com a 
coloração azul-turquesa. Esse teste é conhecido como Teste de Scott.
O teste de Scott original é baseado na solução 2% de tiocianato de cobalto 
e glicerina e ao ser adicionada a uma amostra contendo cocaína, a solução 
apresenta uma coloração azul-turquesa indicando o resultado positivo. Para 
melhorar o teste, mudanças foram propostas por outros pesquisadores e 
novas formulações para a solução teste foram propostas, como a adição de 
ácido clorídrico em sua composição, proporcionando a reação tanto com a 
cocaína como para o crack. Já a formulação com a adição do solvente diclo-
rometano, CH Cl2 2 , fornece o meio orgânico necessário para que ocorra o 
deslocamento do equilíbrio na formação e extração do complexo organome-
tálico cobalto-cocaína. 
Atualmente, existem diferentes formas de transporte de cocaína, que 
pode ser na forma sólida pura, dissolvida em um meio líquido e também 
incorporada a diferentes materiais, como o papel.
O teste descrito consegue identificar qualitativamente a cocaína trans-
portada em sua forma pura, misturada a outros materiais sólidos, dissolvida 
em um meio líquido ou incorporada a outros materiais, entretanto, após 
19
essa identificação qualitativa, amostra são colhidas e testes instrumentais em 
laboratório são realizadas para confirmação da substância.
Quais são as transformações que ocorrem na matéria para que seja 
possível a identificação dessas substâncias?
A reação química a seguir apresenta a reação de obtenção do produto 
azul-turquesa, R NH Co SCN3 2 4( ) ( )  , obtido pela reação da cocaína com a 
solução teste (CAMARGOS, 2018):
Co SCN H O 3 SCN 2 R NH R NH Co SCN2 5 (aq) aq 3 3 2( )( )



 + + → ( ) (
+
( )
− + ))  ( )4 2 l + 5 H O
Onde R3 representa a molécula de cocaína.
De acordo com a Lei de conservação das massas, podemos obter infor-
mações relacionadas ao reagente necessário para a produção de um reagente 
importante no processo de identificação, que é o tiocianato de cobalto, 
Co(SCN)2 . Esse composto será obtido pela reação:
Co + 2 SCN Co SCN(aq)
2+
(aq)
-
2 (s)
→ ( )
Utilizando leis ponderais, é possível verificar a dependência da massa no 
processo de produção do composto. Pela Lei de conservação das massas, a 
massa dos reagentes será igual à massa dos produtos. Pela Lei das propor-
ções constantes, é possível verificar as relações entre os reagente e produtos. 
Assim, temos as seguintes informações:
Co(aq)
2+ = 58,9 g
SCN(aq)
- = 2 58 1 116 2 × =, , g
Co SCN
2 (s)( ) = 175,1 g
Assim, as relações serão:
m / m = 175,1 / 58,9 = 2,9(tiocianato de cobalto) (cobalto) 77
m / m = 175,1 / 116,2(tiocianato de cabalto) (tiocianato) = 1,51
A partir dessas informações, você conseguiu obter informações relacio-
nadas com a produção de do tiocianato de cobalto, utilizado na solução de 
Scott que é aplicada na identificação qualitativa de cocaína. Além dessa infor-
mação, não esqueça que testes complementares e instrumentais em labora-
tório precisam ser realizados para confirmar a presença do entorpecente em 
casos de tráfico de drogas.
20
Avançando na prática
Transformações físicas da matéria
Ao realizar um processo químico, é importante conhecer quais os tipos 
de transformações que podem ocorrer na matéria e como essas informa-
ções auxiliam na identificação ou separação de compostos. Uma mistura 
é composta por três diferentes solventes que apresentam elevado valor 
agregado e estão sendo perdidos em um processo industrial, e você precisa 
pensar como as propriedades da matéria podem ser utilizadas para recupe-
ração e separação desses compostos. Quais são as propriedades da matéria 
que podem ser utilizadas nessa situação? A mistura de solvente contém éter 
etílico, fenol e tetracloreto de carbono.
Resolução da situação-problema
A matéria apresenta propriedades gerais e específicas. As propriedades 
específicas são específicas da matéria e por meio delas é possível reconhecer 
os compostos. As propriedades especificas podem ser físicas, organolépticas 
e químicas. As propriedades estão relacionadas aos sentidos, desse modo, 
não serão adequadas para separação de solventes, pois essa mistura é classi-
ficada como homogênea. A reatividade química dos solventes também não 
vai ser útil na separação dos compostos, visto que os solventes serão trans-
formados em outros compostos, o que pode dificultar a recuperação dos 
solventes iniciais. Assim, as propriedades físicas serão mais bem aprovei-
tadas para separação dos compostos. O éter etílico, o fenol e o tetraclo-
reto de carbono apresentam, respectivamente, pontos de ebulição iguais a 
34 6 181 7 76 6, , , , .° ° °C C e C Como a mistura é homogênea, um método que 
pode ser utilizado é o processo de destilação fracionada. A destilação é uma 
técnica de separação de misturas baseada na diferença de ponto de ebulição. 
No caso da destilação fracionada, uma coluna de fracionamento facilita a 
separação de compostos que apresentam pontos de ebulição próximos. A 
mistura dos solventes será adicionada ao destilador, em seguida a tempe-
ratura do sistema será elevada gradualmente. Ao alcançar a temperatura 
de 34 6, °C , todo o éter etílico será vaporizado e separado da mistura de 
reagentes, e logo após ele será condensado e recuperado. Como a tempera-
tura é uma propriedade intensiva da matéria, a vaporizaçãoocorrerá nessa 
mesma temperatura indiferente da quantidade, em massa, desse composto. 
Após todo o éter etílico ser separado, a temperatura do sistema aumentará 
novamente, assim, ao alcançar 76,6 C° , todo o tetracloreto de carbono será 
21
separado da mistura e, em seguida, ele será condensado e recuperado. Já o 
componente de fundo do destilador, que sobrará após a remoção do tetraclo-
reto de carbono, será o fenol, que poderá ser utilizado. Com as propriedades 
específicas da matéria, é possível realizar a separação de misturas.
Faça valer a pena
1. A matéria é definida como qualquer coisa que possui massa e ocupa 
lugar no espaço. Em química, podemos dizer que a matéria é formada por 
elementos químicos. Sobre os tipos de classificação das substâncias, analise 
os compostos químicos em moléculas apresentadas a seguir:
I. Água, H O2 .
II. Oxigênio molecular, O2 .
III. Cloreto de sódio, NaCl.
IV. Ozônio, O3 .
V. Alumínio metálico, Al.
Agora, assinale a alternativa que apresenta apenas substâncias elementares:
a. I, II e III, apenas.
b. I, III e V, apenas.
c. II, III e IV, apenas.
d. II, IV e V, apenas.
e. III, IV e V, apenas.
2. A matéria pode sofrer transformações físicas e químicas. As transfor-
mações físicas estão relacionadas com a passagem de um estado físico para 
outro, ou seja, corresponde à transformação de uma substância de um estado 
da matéria para outra. Já as transformações químicas correspondem à trans-
formação de uma substância em outra.
Sobre o exposto, assinale a alternativa que descreve corretamente o processo 
de sublimação:
a. Corresponde à passagem do estado sólido para o estado líquido.
b. Corresponde à passagem do estado líquido para o estado gasoso. 
c. Corresponde à passagem do estado sólido para o estado gasoso sem 
passar pelo estado líquido.
22
d. Corresponde à passagem do estado gasoso para o estado líquido.
e. Corresponde à passagem do estado líquido para o estado sólido.
3. O gás amônia, NH3 , apresenta diferentes aplicações industriais, como os 
processos de refrigeração em câmara fria e processos de síntese orgânica com 
diferentes objetivos. O gás amônio é produzido pela seguinte reação: 
3 H + N 2 NH2 (g) 2 (g) 3 (g)®
Assinale a alternativa que apresenta o coeficiente obtido pela relação 
constante existente entre o nitrogênio molecular, N2 , e o gás amônia, NH3 .
a. Aproximadamente 1,21.
b. Aproximadamente 5,67.
c. Aproximadamente 4,67.
d. Aproximadamente 0,21.
e. Aproximadamente 0,82.
23
Seção 2
Estudos dos elementos
Diálogo aberto
Para compreender melhor os processos químicos que estão a nossa volta, 
o que precisamos conhecer e compreender? O que é um átomo? Qual é a 
diferença entre átomos e elementos químicos? Como podemos diferenciar 
e organizar os elementos químicos? Quais são os critérios utilizados para 
organização dos elementos na Tabela Periódica? Nesta seção, vamos traba-
lhar com os conceitos de átomos e como é possível diferenciar átomos de 
diferentes elementos químicos.
Para compreensão desses conceitos, vamos utilizar a química forense 
como exemplo, pois ela trabalha com áreas específicas da química e de outras 
áreas das ciências, buscando auxiliar na investigação e compreensão de como 
determinados crimes ocorreram. Coloque-se na posição de um profissional 
que trabalha em um laboratório forense. Nesse laboratório são produzidos 
compostos e soluções utilizados em campo para teste de identificação; 
também são feitas análises de amostras colhidas em cenas de crimes. Como é 
realizada a identificação de entorpecentes? Como são identificados vestígios 
de sangue em cenas de crimes? Quais os cuidados necessários ao manipular 
amostras biológicas provenientes de cenas de crimes? Como conservar o local 
para coleta de amostras? Seu trabalho estará focado na busca de soluções e 
demandas que chegam ao laboratório.
Em seu trabalho no laboratório, você foi procurado por um perito 
criminal, que solicitou a você o preparo de uma substância para verificar 
vestígios de sangue em uma determinada cena de crime. Você pesquisou e 
verificou que o luminol é eficiente na determinação desses vestígios, mesmo 
que a cena do crime tenha sido totalmente limpa. Mas qual é o princípio de 
ação dessa substância? Quais são as características do sangue que permitem 
a identificação por meio do luminol? Existe alguma relação entre essas carac-
terísticas com as propriedades dos elementos químicos? 
Nesta seção você conhecerá os conceitos básicos da química para 
resolução desse problema. Você conhecerá os modelos atômicos, a consti-
tuição dos compostos químicos e tabela periódica e, por fim, a distribuição 
dos elétrons de um átomo. Essas informações serão necessárias para compre-
ensão das demandas do laboratório forense e também para compreensão de 
fenômenos que ocorrem no nosso dia a dia. Bons estudos!
24
Não pode faltar
Átomo corresponde à unidade básica da matéria. Os elementos químicos 
são constituídos de átomos, sendo que cada átomo possuirá unidades subatô-
micas como os prótons com carga positiva e nêutrons no núcleo, e elétrons 
com carga negativa circundando a eletrosfera. Os elétrons presentes em um 
determinado átomo são atraídos para próximo do núcleo por forças eletro-
magnéticas; do mesmo modo, os elétrons mais afastados do núcleo podem 
ser atraídos por núcleos de outros átomos formando as ligações químicas. 
Mas como surgiram as teorias atômicas? Qual é a estrutura do átomo aceita 
na atualidade? Quais são as características e propriedades dos átomos?
Na antiguidade, acreditava-se que a matéria poderia ser dividida em 
partes cada vez menores até chegar a partículas que seriam invisíveis a olho 
nu. Essas partículas com essas características, e também por serem indivi-
síveis, foram nomeadas como átomos. Entretanto, somente no século XIX 
começaram-se a construir modelos para explicar os átomos. Os modelos 
atômicos são modelos científicos usados para essa finalidade. 
O primeiro modelo para o atômico proposto foi o de Dalton, no qual 
o átomo é visto como a menor porção da matéria e consiste de uma esfera 
maciça e indivisível. De acordo com esse modelo, os átomos de elementos 
químicos diferentes possuem propriedades que são diferentes entre si; além 
disso, os átomos de um mesmo elemento apresentam propriedades iguais e 
seu peso é invariável. Em reações químicas, os átomos não são transformados.
A partir desse modelo, Thompson realizou estudos em tubos de raios 
catódicos, nos quais observou partículas ainda menores que o átomo. Essas 
partículas receberam o nome de elétrons e a carga apresentada por elas era 
negativa, desse modo, o modelo atômico de Thompson ficou conhecido 
por uma estrutura de carga positiva embebida de elétrons de carga negativa 
distribuídos uniformemente. Esse modelo ainda não era capaz de explicar 
o comportamento dos átomos, deste modo, Rutherford, realizando experi-
mentos com feixe de raios-X, descobriu que os elétrons orbitavam ao redor 
de um núcleo contendo partículas de carga positiva, foram denominadas 
como prótons. Esse modelo atômico propôs uma estrutura planetária para 
os elétrons, apresentado disposição semelhante à do sistema solar. 
A partir desses estudos, Bohr propôs seu modelo atômico tentando 
explicar o comportamento dos átomos. Ele definiu que os elétrons giravam 
em órbitas específicas e organizadas ao redor do núcleo, e descobriu que 
as propriedades químicas dos elementos estão relacionadas aos elétrons 
presentes na camada mais afastada do núcleo do átomo. Com base no 
modelo de Bohr, Schrödinger, de Broglie e Heisenberg criaram a mecânica 
25
ondulatória para descrever melhor o comportamento dos elétrons ao redor 
do núcleo. Para isso foram usados números quânticos para descrever o 
comportamento dos átomos.
Assimile
Números quânticos são definidos como um conjunto de valores numéricos 
usados para descrever a posição dos elétrons nos átomos. Um mesmo 
conjunto de números quânticos não pode ser utilizado na representaçãode dois elétrons diferentes, deste modo, podemos entender esses valores 
como a identidade dos elétrons em um elemento químico.
Existem no total quatro números quânticos: o número quântico principal, 
o número quântico de momento angular, o número quântico de momento 
magnético e o número quântico de spin eletrônico.
Número quântico principal: corresponde ao número que indica a 
camada eletrônica onde o elétron está presente. Pode ser representado pelas 
letras K, L, M, N, O, P e Q, que representam, respectivamente, os números 
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Esse número indica o período da tabela periódica onde a 
átomo está inserido.
Número quântico secundário, azimutal ou de momento angular: 
corresponde ao número que indica os subníveis de energia, que são os 
orbitais moleculares. O subnível s recebe o valor 0, o subnível p recebe o valor 
1, o subnível d recebe o valor 2 e o subnível f recebe o valor 3.
Número quântico magnético: corresponde ao número que indica a 
órbita onde os elétrons se encontram. O subnível s possui 1 orbital e recebe o 
valor 0. O subnível p possui 3 orbitais e recebe os valores -1, 0, +1 . O subnível 
d possui 5 orbitais e recebe os valores -2, -1, 0, +1, +2 , por fim, o subnível f 
recebe possui 7 orbitais e recebe os valores -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3 .
Número quântico de spin eletrônico: corresponde ao número que indica 
o sentido de rotação do elétron ao redor de seu eixo. Em um mesmo orbital é 
possível comportar apenas dois elétrons com spin opostos (que possuem 
sentido de rotação contrário). Os elétrons podem assumir os valores 
- e +1 2 1 2 .
Tabela periódica
A tabela periódica atual organiza os elementos químicos em Grupos 
ou Famílias e em Períodos. Nessa tabela, os elementos estão organizados 
de acordo com o número atômico (corresponde ao número de prótons 
26
presentes no núcleo do átomo). A Figura 1.5 apresenta a tabela periódica 
atual; nela existem atualmente 118 elementos químicos, sendo 94 desses de 
origem natural e o restante de origem sintética.
Figura 1.5 | Tabela periódica moderna
Fonte: https://bit.ly/2lYsrmt. Acesso em: 17 set. 2019. 
A tabela periódica é constituída de Grupos ou Famílias, que corres-
pondem às colunas, e de Períodos, que correspondem às linhas horizon-
tais. Nos Grupos temos como característica a configuração eletrônica da 
camada de valência, e nos Períodos temos os níveis de energia (número 
quântico principal). A Figura 1.6 apresenta a organização dos elementos na 
tabela periódica.
https://bit.ly/2lYsrmt
27
Figura 1.6 | Organização dos elementos na tabela periódica
Fonte: adaptada de https://bit.ly/2kkuj8O. Acesso em: 17 set. 2019.
Os elementos representativos correspondem aos elementos dos Grupos 
1, 2 e de 13 a 17 da tabela periódica. Os elementos dos Grupos 1 e 2 corres-
pondem aos elementos do bloco s, sendo que o Grupo 1 corresponde aos 
metais alcalinos e o Grupo 2, aos metais alcalinos terrosos. Os Grupos 13 a 
17 correspondem aos compostos do bloco p. Elementos de transição corres-
pondem aos elementos dos Grupos 3 a 12. Esses elementos apresentam 
elétrons nos orbitais d, desse modo, correspondem aos elementos do bloco 
d. Os elementos de transição interna são compostos que se encontram nas 
duas linhas na parte inferior da tabela periódica. Esses elementos corres-
pondem ao bloco f, sendo divididos em lantanídeos e actínios. Gases nobres 
são compostos pouco reativos que apresentam 2 (hélio, He) ou 8 elétrons 
na camada de valência. Apresentam-se na forma gasosa em temperatura 
ambiente e se encontram em sua forma elementar na natureza. 
Os elementos estão divididos na tabela periódica em metais, ametais e 
semimetais. Os metais representam a maioria dos elementos químicos da 
tabela periódica, correspondendo a um total de 87 elementos. Em tempera-
tura ambiente são sólidos – exceto o mercúrio, que é líquido – e duros, são 
bons condutores de calor e eletricidade, são maleáveis e dúcteis e apresentam 
brilho metálico característico. Os ametais são opostos aos metais: em 
temperatura ambiente se encontram em estado sólido, líquido ou gasoso, e 
quando em estado sólido são opacos e quebradiços. Não são condutores de 
https://bit.ly/2kkuj8O
28
eletricidade e calor. Os semimetais apresentam propriedades intermediárias 
entre os metais e os ametais.
Propriedades periódicas
Propriedades periódicas correspondem a determinadas características 
apresentadas pelos elementos químicos que estão relacionadas à posição 
que esses elementos apresentam na tabela periódica, ou seja, elas variam 
de forma crescente ou decrescente de acordo com o aumento do número 
atômico do elemento químico nos Grupos ou Períodos da Tabela Periódica. 
As propriedades periódicas podem ser físicas (ponto de fusão e ebulição e 
volume atômico) e químicas (raio atômico, energia de ionização, eletronega-
tividade e eletroafinidade). A seguir serão apresentadas algumas caracterís-
ticas dessas propriedades.
Raio atômico: corresponde à distância que existe entre o núcleo de um 
átomo até a camada de sua valência. Para determinação do raio atômico, 
mede-se a distância (d) entre o núcleo de dois átomos iguais e determina-se 
o raio com a seguinte regra: raio d= / 2 . 
Energia de ionização: corresponde à energia necessária para remoção de 
um elétron de valência de um átomo, em estado gasoso.
Eletronegatividade: corresponde à medida relativa da força de atração 
que é exercida pelo átomo sobre um par de elétrons presentes em uma 
ligação química.
Eletroafinidade: corresponde à energia liberada por um átomo, em 
estado fundamental e em fase gasosa, ao receber ou ganhar um elétron. 
Pontos de fusão e ebulição: ponto de fusão corresponde à temperatura 
em que uma substância passa do estado sólido para o estado líquido. Já o 
ponto de ebulição corresponde à temperatura que um elemento químico 
passa do estado líquido para o estado gasoso.
Volume atômico: corresponde ao volume ocupado por 1 mol de átomos 
de um determinado elemento químico.
Reflita
Ao se trabalhar com análises clínicas, algumas propriedades dos elementos 
químicos precisam ser levadas em consideração na execução dos testes? 
Como é possível relacionar as propriedades dos elementos químicos com 
testes clínicos baseados em propriedades químicas da matéria? É possível 
alterar um reagente em uma determinada reação teste e ainda obter os 
mesmos resultados baseados nessas propriedades?
29
Distribuição e configuração eletrônica
A distribuição eletrônica refere-se à forma como os elétrons são distribu-
ídos nos orbitais moleculares. O orbital s comporta no máximo 2 elétrons; o 
orbital p, 6; o orbital d, 10; e o orbital f, 14. Para facilitar a distribuição dos 
elétrons, Linus Pauling propôs um diagrama que simplifica a distribuição 
eletrônica. A Figura 1.7 apresenta o diagrama de Linus Pauling.
Figura 1.7 | Diagrama de Linus Pauling
Fonte: elaborada pelo autor.
De acordo com o diagrama, inicialmente os elétrons são distribuídos no 
orbital 1s, em seguida no orbital 2s, passando para o orbital 2p, 3s, 3p, 4s, 3d, 
…, de acordo com as setas indicadas na Figura 1.7. Para finalizar a distri-
buição dos elétrons, é importante conhecer a Regra de Hund, que determina 
que em um mesmo subnível de energia os elétrons tendem a permanecer 
desemparelhados e com spins paralelos.
Exemplificando
O átomo de carbono é utilizado para síntese de diversos compostos 
orgânicos. Ele está presente na Família 14 e no segundo período da 
tabela periódica. Possui número atômico z igual a 6 (correspondendo 
a seis prótons no núcleo e seis elétrons nas camadas eletrônicas em 
estado fundamental), sendo 4 elétrons presentes na camada de 
valência. Qual é a sua distribuição eletrônica?
Para realizar a distribuição eletrônica, utilizamos o diagrama de Linus 
Pauling. Além disso, precisamos saber a capacidade de elétrons em 
cada tipo de orbital. Os orbitais s comportam no máximo 2 elétrons; 
os orbitais p, no máximo 6; os orbitais d, no máximo 10; e os orbitais f, 
no máximo 14. Com essasinformações realizamos a distribuição eletrô-
nica. O átomo de carbono possui número atômico igual a 6, desse modo, 
30
em estado fundamental, precisamos distribuir um total de 6 elétrons. A 
distribuição eletrônica para o átomo de carbono é:
1s 2s 2p2 2 2
Nesta seção, você conheceu um pouco sobre os modelos atômicos e a 
estrutura dos átomos. Verificou que os números quânticos funcionam como 
uma identidade dos elétrons de um elemento químico, pois um mesmo 
conjunto de números quânticos não descrevem o mesmo elétron. Além disso, 
você conheceu a organização dos elementos químicos na tabela periódica e 
verificou como algumas propriedades da matéria estão diretamente relacio-
nadas com a posição que o átomo possui nessa tabela. Por fim, conheceu a 
configuração eletrônico dos elementos químicos e verificou como o diagrama 
de Linus Pauling auxilia a execução da distribuição eletrônica. Essas infor-
mações são básicas na química e essenciais para trabalhar com os conteúdos 
que ainda serão abordados nesta disciplina.
Sem medo de errar
Você está trabalhando em um laboratório forense. Um perito criminal 
solicitou que você prepare uma substância para verificar vestígios de sangue 
em uma determinada cena de crime. Assim, você pesquisou e verificou que 
o luminol é eficiente na determinação desses vestígios, mesmo que a cena 
do crime tenha sido totalmente limpa. Para realizar o preparo da solução, 
você buscou algumas informações sobre os reagentes do processo e sobre o 
princípio da ação e da reação química.
O 5-amino-dihidro-1,4-ftalazinadiona , conhecido popularmente como 
luminol, de fórmula molecular C H N O8 7 3 2 , é um sólido cristalino amarelo 
que apresenta a estrutura mostrada na Figura 1.8. Esse composto apresenta 
características quimiluminescentes (emite luz através de reação química) 
durante uma reação química.
Figura 1.8 | Estrutura do luminol
Fonte: elaborada pelo autor.
31
Sobre o luminol, temos que,
Sob determinadas condições de reação, este composto 
emite certa quantidade de energia na forma de luz, cuja 
coloração é azul. Dentre essas condições de reação reque-
ridas, encontra-se a necessidade da utilização de um 
determinado catalisador, podendo ser diversos metais 
de transição. Mediante esta descoberta, bastou alguns 
estudos para correlacionar o luminol com o sangue, visto 
que este último apresenta grande quantidade de ferro em 
sua composição. Por conseguinte, esse composto facilitou 
largamente o trabalho da Polícia Forense, posto que, ao 
aplicá-lo sobre uma mancha de sangue latente, o luminol 
reage instantaneamente, possibilitando a sua identificação 
do sangue, mesmo que ele esteja exposto no local há muito 
tempo. (SOUZA; FERREIRA, 2018, p. 38)
O princípio de ação do luminol é baseado na presença do ferro na 
hemoglobina do sangue que serve como catalisador da reação. O pó de 
luminol é misturado com um líquido contendo peróxido de hidrogênio 
(água oxigenada) em um meio alcalino, juntamente com outros produtos 
químicos. O líquido preparado é então borrifado sofre o local em estudo. 
Nesse momento, o peróxido de hidrogênio e o luminol, que são os reagentes 
da reação química necessários para emissão de luz, reagirão, mas para 
que produzam um brilho forte, precisam de um catalisador para acelerar 
o processo. Desse modo, a mistura detecta a presença do ferro contido na 
hemoglobina, que é convertido de Fe a Fe2+ 3+ , funcionando como catalisador 
do processo (SOUZA; FERREIRA, 2018).
A reação química do luminol é baseada na presença do ferro na hemoglo-
bina presente no sangue. Sendo assim, mesmo após vários episódios de 
limpeza do local, ainda é possível detectar vestígios de sangue com essa 
substância, ainda que após um longo período, pois o ferro permanecerá no 
local, mesmo em pequenas quantidades, mas de forma que ainda consiga 
catalisar a reação.
Essa reação química necessita de um catalisador, que é um metal de 
transição. O átomo de ferro é um metal de transição que se encontra na 
Família 8 e quarto período da tabela periódica, e que possui configuração 
eletrônica [Ar] 3d 4s6 2 . Outros metais de transição presentes entre as 
Famílias 3 a 12, que apresentam as mesmas características do átomo de ferro, 
também podem ser utilizados como catalisadores para a reação. Entretanto, 
32
a presença dessas substâncias não é muito comum, nem a forma como são 
formadas as suas gotas, o que evidência mais facilmente a presença do ferro, 
que está presente no sangue. Para visualizar o teste com o luminol, é preciso 
utilizar uma luz ultravioleta, que intensificará a coloração azul da reação 
quimiluminescente apresentada.
Após a aplicação de seus conhecimentos sobre os elementos químicos 
e suas transformações, você conseguiu desenvolver ações que visam à 
resolução de problemas da atuação profissional; nesse caso, a resolução 
de crimes por meio de testes de identificação utilizando o luminol como 
composto de partida.
Avançando na prática
Fabricação de fogos de artifício coloridos
Você trabalha como estagiário na produção de fogos de artifício que 
emitem apenas ruído. Seu gestor, visando aumentar as vendas da empresa, 
solicitou que você verifique alguns metais que podem ser utilizados no 
preparo de fogos coloridos. Deste modo, você precisará compreender 
algumas características dos elementos químicos para poder escolher corre-
tamente os que serão utilizados. Assim, você precisará responder a alguns 
questionamentos: O que é preciso para geração de cor nos fogos de artifício? 
Quais os metais podem ser utilizados e quais as cores eles apresentam? Quais 
são as suas configurações eletrônicas?
Resolução da situação-problema
Para que ocorra a formação de cor nos fogos de artifício, inicialmente 
um elétron da camada de valência do metal será excitado para camadas mais 
distantes do núcleo do átomo. Esse elétron, ao retornar para sua camada de 
origem, emitirá energia na forma de luz. Diferentes metais emitem diferentes 
cores, que estão relacionadas às energias liberadas por cada um dos metais.
Para geração de diferentes cores, podem ser utilizados sais dos 
seguintes compostos:
• Sódio (Na), metal alcalino, fornecerá uma coloração amarela e sua 
configuração eletrônica é [ ]Ne 3s1 .
• Lítio (Li), metal alcalino, coloração vermelha e configuração 1 22 1s s . 
33
• Estrôncio (Sr), metal alcalino terroso, coloração vermelha e configu-
ração [ ]Kr 5s2 .
• Bário (Ba), metal alcalino terroso, coloração verde e configuração 
[ ]Xe 6s2 .
• Potássio (K), metal alcalino, coloração azul ou púrpura e configu-
ração [ ]Ar 4s1 .
• Rubídio (Ru), metal alcalino, coloração azul ou púrpura e configu-
ração [Kr] 5s1 .
• Magnésio (Mg), metal alcalino terroso, coloração branca ou prata e 
configuração [ ]Ne 3s2 .
• Cobre (Cu), metal de transição, coloração azul e configuração 
[ ]Ar d s 3 410 1 .
• Cálcio (Ca), metal alcalino terroso, coloração amarela e configuração 
[ ]Ar 4s2 .
Além desses compostos, podem ser utilizados também sais de alumínio, 
titânio, berílio e magnésio, que fornecerão coloração branca; sais de ferro 
fornecerão a coloração dourada e metanol fornecerá fogos incolores. 
Faça valer a pena
1. Números quânticos fornecem informações numéricas relacionadas à 
posição de um elétron na eletrosfera de um átomo, desse modo, um mesmo 
conjunto de números quânticos não pode descrever mais de um elétron 
presente no átomo. Sobre os números quânticos, analise as afirmativas a seguir:
I. O número quântico azimutal pode receber os valores - e +1 2 1 2 .
II. O número quântico principal descreve as camadas eletrônicas e 
recebe os valores 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
III. O número quântico de spin eletrônico descreve o sentido de rotação 
dos elétrons.
Agora, assinale a alternativa correta:
a. Somente a afirmativa I está correta. 
b. Somente a afirmativa II está correta.
c. Somente a afirmativa III está correta.
d. Somente as afirmativas I e II estão corretas.
34
e. Somente as afirmativas II e III estão corretas.
2.A tabela periódica corresponde a uma disposição sistemática dos elementos 
químicos que estão ordenados de acordo com seus números atômicos, confi-
guração eletrônica e recorrência das propriedades periódicas.
Sobre a tabela periódica, avalie as afirmativas a seguir:
I. Eletroafinidade ou afinidade eletrônica é a propriedade periódica 
que corresponde à energia liberada quando um elétron é adicionado 
a um átomo neutro no estado gasoso.
II. Eletronegatividade é uma propriedade periódica que apresenta a 
tendência que um átomo possui de receber elétrons e formar um íon 
negativo; na tabela periódico o flúor é o elemento mais eletronegativo.
III. Os metais formam uma das categorias de elementos químicos. Eles 
apresentam propriedades que derivam do fato de serem altamente 
eletronegativos, ou seja, de ganharem elétrons de valência de outros 
átomos mais facilmente do que libertam os seus.
IV. Na tabela periódica, um período é uma linha horizontal. Os elementos 
presentes em um mesmo período apresentam tendências no raio 
atômico, energia de ionização, afinidade eletrônica e eletronegatividade.
Agora, assinale a alternativa correta:
a. Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
b. Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.
c. Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
d. Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
e. Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
3. O telúrio é um elemento químico de símbolo Te , de número atômico 52 
e com massa atómica 127 6 u, . É um semimetal que em temperatura ambiente 
encontra-se no estado sólido. Foi descoberto em um minério denominado 
calaverita. Atualmente, é usado principalmente em ligas metálicas e como 
semicondutor.
Fonte: https://bit.ly/2lYIQHy. Acesso em: 16 set. 2019.
Sobre o Telúrio, assinale a alternativa que apresenta corretamente sua distri-
buição eletrônica:
https://bit.ly/2lYIQHy
35
Dados: 52 Te .
a. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p2 2 6 2 6 2 10 6 2 9 5 .
b. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p2 2 6 2 6 2 10 6 1 10 5 .
c. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p2 2 6 2 6 2 10 6 2 10 4 .
d. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p2 2 6 2 6 2 8 6 2 8 4 .
e. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p2 2 6 2 6 2 8 8 4 10 4 .
36
Seção 3
Biossegurança de laboratórios
Diálogo aberto
Ao entrar em um laboratório para realizar testes e experimentos químicos 
ou biológicos, quais são os cuidados e as normas de segurança que devem ser 
tomadas? Acidentes muitas vezes são provocados por falta de cuidados, de 
atenção ou de conhecimento a respeito daquilo com o que se está trabalhando. 
Em laboratório, entretanto, esses acidentes podem se tornar mais significa-
tivos, devido ao caráter dos materiais manipulados. Por exemplo, em uma 
reação química na qual ocorra a liberação de gás, sendo esse gás o monóxido 
de carbono, se todos os cuidados não forem respeitados, são necessários três 
minutos para que a pessoa perca a consciência, e pouco mais de cinco minutos 
para levar à morte. Assim, é de extrema importância conhecer e respeitar as 
normas de biossegurança em laboratórios químicos e biológicos.
Para trabalhar com esse tema vamos focar na química forense, que 
trabalha com áreas específicas da química e de outras áreas das ciências, 
buscando auxiliar na investigação e compreensão de como determinados 
crimes ocorreram. Coloque-se na posição de um profissional que trabalha 
em um laboratório forense. Nesse laboratório são produzidos compostos e 
soluções utilizadas em campo para teste de identificação; também são feitas 
análises de amostras colhidas em cenas de crimes. Seu trabalho estará focado 
na busca de soluções e demandas que chegam ao laboratório. Para isso, você 
precisará compreender a matéria e suas transformações, precisará conhecer 
a periodicidade química das propriedades dos elementos, as rotinas de 
um laboratório químico e as normas biossegurança na manipulação de 
materiais biológicos.
Você precisa preparar um treinamento para novos estagiários. Seu super-
visor solicitou que você comece falando sobre o laboratório e as principais 
normas de segurança, então fale sobre as principais vidrarias utilizadas em 
laboratório e as normas de biossegurança na manipulação de compostos 
químicos e materiais biológicos que são analisados. Como proceder para 
realização desse treinamento? Quais são os pontos importantes que devem 
ser apresentados aos novos estagiários? Como apresentar essas informações 
de forma que os estágios compreendam a importância do tema? 
Nesta seção, você trabalhará com as normas de biossegurança em labora-
tórios e na manipulação de materiais químicos e biológicos, conhecerá os 
equipamentos de proteção coletiva e individual que devem ser utilizados 
37
em um laboratório. Conhecerá algumas informações de segurança e alguns 
pictogramas que indicam os perigos atrelados aos produtos químicos. Você 
também vai conhecer as principais vidrarias utilizadas em laboratório e quais 
são os usos específicos de cada uma delas. Por fim, você conhecerá as formas 
corretas de destinação de resíduos em laboratórios. Essas informações serão 
necessárias para construção de um treinamento adequado aos novos estagiá-
rios que chegarão ao laboratório. Bons estudos!
Não pode faltar
Em laboratórios químicos e biológicos, os profissionais estão constante-
mente expostos a diversos tipos de riscos ocupacionais. Quanto aos riscos 
químicos e biológicos, como é possível diminuí-los? Para tratar desse assunto, 
a biossegurança deve ser respeitada, pois ela é a área da ciência voltada para 
a prevenção de possíveis riscos ocupacionais advindos da manipulação de 
produtos químicos e biológicos, entre outros.
De acordo com Hirata, Hirata e Mancini Filho (2012), “[…] o termo 
biossegurança deve ser adotado como a ciência voltada para o controle e a 
minimização de riscos advindos da prática de diferentes tecnologias, seja 
em laboratórios, biotérios ou no meio ambiente”. Mas como é possível a 
prevenção desses riscos? A seguir vamos apresentar alguns cuidados relacio-
nados ao trabalho em laboratórios químicos e biológicos.
Assimile
O laboratório é o local construído para realização de testes e experi-
mentos. Deste modo, ele precisa ter equipamentos de segurança 
coletiva para operação. O laboratório químico é utilizado para reali-
zação de testes que envolvem reagentes químicos e reações químicas, 
sendo que muitas dessas podem ser violentas, com liberação de gases e 
fumos, expelindo fragmentos, etc. Já o laboratório biológico é utilizado 
para manipulação de materiais biológicos de diferentes origens, mas 
que podem conter patógenos, vírus, bactérias, etc.
Em laboratório, são obrigatórios o uso de EPI (equipamentos de proteção 
individual). De acordo com a Norma Regulamentadora NR n. 06 do Mistério 
do Trabalho e Emprego, EPI é “[…] todo dispositivo ou produto, de uso indivi-
dual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de 
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho” (BRASIL, 2018). Ao trabalhar em 
um laboratório, é obrigatório o uso de jaleco com mangas compridas, fabri-
cado em tecido não sintético, sapato fechado em que nenhuma parte dos pés 
fique exposta, calças compridas, óculos de proteção e luvas descartáveis (de 
38
acordo com o tipo de aplicação). Também é recomendado, em alguns casos, 
o uso de máscara de proteção. Além desses cuidados e da utilização de EPI, 
pessoas que têm cabelos compridos devem adentrar aos laboratórios com 
eles presos. O uso de maquiagens também deve ser evitado. É importante 
lembras das atitudes comportamentais, pois elas são as principais causas de 
acidentes, como falta de atenção e brincadeiras desnecessárias.
Além dos EPI, existem os equipamentos de proteção coletiva, como capela 
de exaustão de gases, que deve ser utilizada sempre que um reagente químico 
ou uma reação química liberar algum tipo de vapor tóxico. O chuveiro de 
emergência ou chuveiro lava-olhos é um dispositivode segurança destinado a 
eliminar ou diminuir os danos causados por acidentes com produtos químicos 
nos olhos ou na face ou, ainda, em qualquer outra parte do corpo. Além desses 
equipamentos, os laboratórios também devem possuir coletores de resíduos, 
extintores de incêndio, mapas de risco químico e saídas de emergência.
Reflita
Ao se trabalhar em laboratórios químicos e biológicos, regras de segurança 
individual e coletiva devem ser respeitadas. Entretanto, somente os 
equipamentos de proteção individual e coletiva são suficientes para 
garantir a segurança em laboratórios? Quais são as atitudes profissio-
nais necessárias para os profissionais que se dedicam a trabalhar nesses 
ambientes, além das competências e habilidades técnicas?
Biossegurança aplicada aos laboratórios químicos
Para representação dos perigos atrelados a produtos químicos, são utili-
zados diversos dispositivos de segurança. Entre eles, há os pictogramas GHS 
(Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals 
- Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de 
Produtos Químicos), que é uma forma de orientação para a comunicação 
dos produtos químicos, entre outros (UEMA; RIBEIRO, 2017). A Figura 1.9 
apresenta os nove pictogramas de indicação de perigo de produtos químicos.
Em linhas gerais, o GHS conceitua os perigos físicos, à saúde 
e ao meio ambiente, e estabelece critérios uniformes para 
a classificação e a comunicação da informação sobre os 
mesmos por meio de palavras de advertência, frases de 
perigo, frases de precaução e pictogramas padronizados, a 
serem utilizados mundialmente nos rótulos e nas fichas de 
informação de segurança de produtos químicos (FISPQs). 
(UEMA; RIBEIRO, 2017, p. 353) 
39
Figura 1.9 | Pictogramas GHS de produtos químicos
Fonte: adaptada de https://bit.ly/2oGP3HV. Acesso em: 25 set. 2019.
Os pictogramas GHS apresentados na Figura 1.9 apresentam produtos 
pertencentes à classe dos compostos explosivo, inflamável, oxidante, corro-
sivo, tóxico, relativo a cuidado e atenção na sua manipulação, perigoso à 
saúde, veneno e gás comprimido. Além dessa classificação, os produtos ainda 
podem ser divididos em categorias dentre de um determinado grupo de risco 
devido às suas propriedades químicas, físicas, biológicas e toxicológicas.
Ao manipular reagentes químicos, cuidados devem ser tomados em relação 
às classes de risco dos compostos. Caso haja qualquer dúvida em relação à 
exposição, é possível consultar a FISPQ (ficha que acompanha os reagentes 
químicos para verificação dos cuidados que devem ser tomados ao manipular 
o componente e os riscos relacionados ao produto em específico). Os labora-
tórios que manipulam reagentes químicos devem possuir, obrigatoriamente, 
todas as FISPQ dos reagentes presentes no laboratório e almoxarifado. Elas 
devem estar acessíveis a todos os funcionários expostos aos riscos dos produtos.
Outra forma de determinar os riscos de um laboratório e comunicá-los 
às pessoas que utilizam o ambiente é por meio dos mapas de riscos, um 
sistema de representação dos riscos pertencentes ao ambiente. Esses mapas 
são construídos com a representação em cores dos riscos, de acordo com os 
riscos e as cores que os representam, no layout do ambiente.
Biossegurança no contexto dos laboratórios biológicos
Materiais biológicos devem ser manipulados em cabines biológicas, 
de maneira segura, de acordo com o risco ambiental do agente biológico. 
Alguns cuidados especiais precisam ser tomados para prevenir os riscos 
https://bit.ly/2oGP3HV
40
de contaminação com microrganismos, sangue e outros líquidos corporais 
(HIRATA; HIRATA; MANCINI FILHO, 2012)
Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas são 
classificados em classes de risco. A Classe 1 apresenta baixo risco individual 
ou para a coletividade e inclui agentes biológicos que são conhecidos por não 
causar doenças em pessoas ou animais adultos sadios. A Classe 2 se refere aos 
agentes com moderado risco individual e um risco limitado para a comuni-
dade, e nessa classe estão incluídos os agentes que causam infecção com 
potencial de propagação na comunidade, sendo a disseminação ambiental 
limitada. A Classe 3 contém agentes com alto risco individual e moderado 
risco para a comunidade. Nessa classe estão inclusos os agentes biológicos 
que apresentam capacidade de transmissão por via respiratória e que causam 
patologias humanas ou animais. Por fim, a Classe 4 apresenta agentes de alto 
risco individual e para a comunidade, incluindo os agentes biológicos com 
grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão 
desconhecida (BRASIL, 2017). A Figura 1.10 apresenta o símbolo interna-
cional de risco biológico, que deve estar presente em ambientes de trabalho 
com esse tipo de risco, em resíduos contendo materiais biológicos e em 
reagentes e produtos infectocontaminantes. 
Figura 1.10 | Símbolo internacional de risco biológico
Fonte: https://bit.ly/2lV8JJ3. Acesso em: 30 set. 2019.
Vidrarias e equipamentos de uso comum em laboratório
Vidrarias de laboratório podem ser produzidas de vidro comum ou de 
vidro borossilicato. A diferença entre eles está na resistência à temperatura e 
a determinados reagentes químicos. Vidraria comum não pode ser resfriada 
e aquecida frequentemente, pois pode entrar em fratura. Já as vidrarias 
https://bit.ly/2lV8JJ3
41
especiais de laboratório, que são produzidas com vidro borossilicato, são 
resistentes ao calor e aos elementos químicos, podendo ser utilizados em 
diferentes aplicações em laboratório.
As vidrarias podem ser classificadas como volumétricas e graduadas. 
As primeiras apresentam um volume fixo, são mais precisas e não podem 
ser aquecidas para não perderem a aferição do volume. Balão volumétrico 
e pipeta volumétrica são exemplos de vidrarias volumétricas. Já as segundas 
apresentam uma graduação do volume, desse modo, podem ser utilizadas 
para medição de volumes variados de líquidos. Essas vidrarias são menos 
precisas que as vidrarias volumétricas. Pipeta graduada e proveta são 
exemplos de vidrarias graduadas. A seguir, temos uma descrição das princi-
pais vidrarias e sua forma de utilização em laboratório.
Pipeta: é um instrumento de medição utilizado para transferência 
rigorosa de volumes determinados de líquidos.
Balão volumétrico: é um instrumento de medição utilizado para o 
preparo e diluições de soluções com volumes precisos e pré-fixados. 
Bureta: é um instrumento de medição preciso utilizado nas técnicas 
de titulação.
Béquer: é um recipiente cilíndrico que possui fundo chato e apresenta 
diferentes usos em laboratório, sendo uma das vidrarias mais utilizadas. 
Erlenmeyer: é um recipiente de laboratório utilizado para armazena-
mento e mistura de produtos e soluções. Seu formato cônico invertido facilita 
os processos de mistura de reagentes, evitando que eles sejam ejetados para 
fora do recipiente.
Proveta: é uma vidraria graduada utilizada para seleção de diferentes 
volumes de líquidos.
42
Figura 1.11 | Vidrarias de uso comum em laboratório
Fonte: adaptadas de a. https://bit.ly/2Y2niHR; b. https://bit.ly/2o7dWOj; c. https://bit.ly/2n6yR4f; d. https://
bit.ly/2o6apjf; e. https://bit.ly/2o4yKpG; e f. https://bit.ly/2n6hzUV. Acesso em: 30 set. 2019.
Em relação aos equipamentos de laboratório, o mais comum e mais utili-
zado é a balança analítica, um instrumento de medida da massa de um corpo. 
Usualmente, a unidade de medida para massa é o kg (de acordo com o Sistema 
Internacional de Unidades de Medida). Entretanto, balanças analíticas realizam 
a pesagem de pequenas quantidades de materiais, que não ultrapassam, geral-
mente, 200 g. A precisão desse tipo de equipamento é de 0,1 mg.
Armazenamento e descarte de substâncias químicas 
e biológicas
O armazenamento dos reagentes químicos deve seguir alguns critérios 
que estão relacionados à infraestrutura do local e aos riscos individuais de 
cada um dos compostos químicos presentes. Em um laboratório,os reagentes 
devem ser armazenados apenas em pequenas quantidades. Os reagentes 
devem ser armazenados em local apropriado, com sistema de ventilação e 
controle da umidade e radiação solar. Esse ambiente deve dispor de equipa-
mentos de proteção individual e coletiva necessários para o ambiente. Além 
disso, o local precisa possuir sistema de contenção caso ocorram vazamentos, 
assim como saída emergência e sistema de proteção contra incêndio 
adequado à característica dos materiais armazenados.
https://bit.ly/2Y2niHR
https://bit.ly/2o7dWOj
https://bit.ly/2n6yR4f
https://bit.ly/2o6apjf
https://bit.ly/2o6apjf
https://bit.ly/2o4yKpG
https://bit.ly/2n6hzUV
43
Para realizar o armazenamento dos produtos químicos no ambiente, os 
critérios de incompatibilidade química devem ser respeitados para evitar 
qualquer tipo de interação entre os compostos armazenados.
Exemplificando
Ao armazenar reagentes químicos, leve em consideração a incompatibi-
lidade entre eles. Para isso, você pode acessar a página da Fundação Fio 
Cruz e verificar alguns critérios de armazenamento (BRASIL, 2019). Por 
exemplo, líquidos inflamáveis não devem ser armazenados com nitrato 
de amônio, peróxido de hidrogênio, ácido nítrico, peróxido de sódio e 
halogênios, pois esses compostos são incompatíveis entre si.
Em relação aos produtos biológicos, os mesmos cuidados relacionados 
aos produtos químicos devem ser seguidos. Além disso, alguns materiais 
precisar estar contidos em um recipiente primário, outro recipiente secun-
dário e uma embalagem terciária para garantia da segurança do produto.
Alguns produtos químicos e outros biológicos também precisam ser 
armazenados sob refrigeração para conservar suas características originais 
para uso.
O descarte de resíduos químicos deve ocorrer em embalagens adequadas, 
sob condições seguras, evitando vazamentos e interações ambientais, e devem 
ser encaminhados ao serviço de descarte adequado de produtos químicos. Já 
os materiais biológicos devem ser descartados em embalados adequadas para 
evitar derramamento acidental, e identificados com o símbolo de resíduo 
infectante, conforme Figura 1.10. Os resíduos contendo materiais biológicos 
devem ser previamente descontaminados antes de serem descartados como 
resíduos da classe A.
Nesta seção, você conheceu as normas de biossegurança em laboratórios 
químicos e biológicos. Conheceu um pouco sobre os cuidados individuais 
e coletivos ao manipular reagentes químicos e biológicos. Além disso, você 
conheceu as principais vidrarias de uso comum em laboratório, além de 
aprender as formas corretas de armazenamento e descarte de resíduos ao 
final de testes e experimentos. Essas informações são importantes e estão 
diretamente ligadas à vivência profissional de um profissional que realiza 
testes químicos e biológicos de diferentes áreas de atuação. Não esqueça de 
aplicar esses conhecimentos sempre que estiver dentro das dependências de 
um laboratório, mesmo não realizando tipo de experimento algum, pois os 
riscos são decorrentes do ambiente em si, não estando atrelados somente ao 
trabalho de um analista ou funcionário do local.
44
Sem medo de errar
Você trabalha em um laboratório forense e precisa preparar um treina-
mento para novos estagiários. Seu supervisor solicitou que você comece 
falando sobre o laboratório e as principais normas de segurança. Fale sobre as 
principais vidrarias utilizadas em laboratório e as normas de biossegurança 
na manipulação de compostos químicos e materiais biológicos que são anali-
sados. Logo, você precisará montar uma breve apresentação que aborde todos 
os tópicos solicitados, e deverá utilizar imagens que facilitem a visualização 
das informações que serão ser apresentadas. Assim, você precisará responder 
as questões levantadas para o melhor aproveitamento do treinamento a ser 
realizado. Então, como proceder para realização desse treinamento? 
As informações devem ser organizadas de acordo com a importância e 
devem seguir uma sequência lógica. Para isso, você começará fazendo uma 
breve descrição do local de trabalho e das rotinas de testes realizados no local. 
Antes de iniciar as apresentações das normas de biossegurança, você precisa 
familiarizar os novos estagiários com as rotinas que deveram ser realizadas 
no local de trabalho. Em seguida, apresente as normas de biossegurança, 
as vidrarias de uso comum em laboratório, o armazenamento de reagentes 
químicos e finalize com as formas corretas de descarte de materiais. Em 
seguida, você deverá verificar quais são os pontos importantes que devem ser 
apresentados aos novos estagiários.
Você, então, apresentará todos os equipamentos de proteção coletiva e 
suas formas de utilização, precisará apresentar os mapas de riscos e indicar 
as saídas de emergências e os sistemas de proteção contra incêndio do local. 
Além disso, os novos estagiários precisarão conhecer os locais adequados e 
as formas corretas de armazenamento dos reagentes químicos e biológicos 
presentes no local.
Em seguida, apresente todas as regras de uso de EPI. Neste ponto, deve 
ser explicado detalhadamente o uso de todos os equipamentos de proteção 
individual e justificada a sua necessidade. Os estagiários também precisam 
compreender as consequências pessoais do descumprimento das normas 
estipuladas. É preciso também apresentar aos estagiários as habilidades e 
competências necessárias para realização de testes em laboratório.
Após conhecer os EPI e os equipamentos de proteção coletiva, faça uma 
breve apresentação de todas as vidrarias de uso rotineiro em laboratório, 
assim como dos principais equipamentos utilizados. 
45
Encerre a apresentação fazendo uma explanação sobre a importância da 
destinação adequada de todos os resíduos de laboratório, focando a impor-
tância da destinação correta de produtos químicos e biológicos.
Por fim, como apresentar essas informações de forma que os estágios 
compreendam a importância do tema? 
Para melhor compreensão desse tema por parte dos estagiários, apresente 
casos práticos de situações que podem ocorrer no laboratório caso esses 
cuidados sejam descumpridos. Enfoque a importância da atenção e cuidado 
ao trabalhar em laboratório. Além disso, diga que em laboratórios químicos 
e biológicos existem vários tipos de situações e riscos, assim, os estagiários 
precisam conhecer os pictogramas do GHS de perigo de compostos químicos 
e o símbolo de material biológico, e quais são as comunicações atreladas a eles.
Ao final desse treinamento, você terá a capacidade e o discernimento para 
aplicar os conhecimentos sobre os elementos químicos e suas transformações 
no desenvolvimento de ações que visam à resolução de problemas da atuação 
profissional, nesse caso voltados a normas relacionadas a biossegurança de 
laboratórios de testes químicos e biológicos.
Avançando na prática
Armazenamento de produtos químicos de 
laboratório
O armazenamento de reagentes químicos deve ser realizado de forma 
adequada para evitar que acidentes aconteçam, dessa forma, sempre 
deve-se obedecer a alguns critérios quanto à infraestrutura do local de 
armazenagem como critérios relacionados à compatibilidade química dos 
reagentes. Coloque-se na posição de responsável técnico de um labora-
tório de análises químicas que realiza diferentes tipos de análises voltadas 
à qualidade ambiental: são necessários vários reagentes químicos para 
execução dos testes, como ácidos, bases, sais, óxidos, peróxidos, solventes 
orgânicos, reagentes orgânicos, etc. O laboratório foi recém-inaugurado 
e está recebendo as primeiras cargas de reagentes que serão utilizados nas 
análises. Foi designado a você que faça o armazenamento dos reagentes 
químicos que chegaram. Existem critérios para armazenamento de reagentes 
químicos? Quais os riscos que são decorrentes do armazenamento incor-
reto dos reagentes? Existem materiais que precisam ser refrigerados em seu 
armazenamento? 
46
Resolução da situação-problema
Foi designada a você a organização dos

Outros materiais