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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/242197495
FATORES ASSOCIADOS À ALTERAÇÃO DA MOBILIDADE EM IDOSOS
RESIDENTES NA COMUNIDADE
Article
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13
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2,985
2 authors, including:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
International Mobility In Aging Study (IMIAS) View project
Physical exercise for the treatment of non‐ulcerated chronic venous insufficiency View project
Álvaro C C Maciel
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
87 PUBLICATIONS   1,139 CITATIONS   
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Álvaro C C Maciel on 03 September 2015.
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https://www.researchgate.net/publication/242197495_FATORES_ASSOCIADOS_A_ALTERACAO_DA_MOBILIDADE_EM_IDOSOS_RESIDENTES_NA_COMUNIDADE?enrichId=rgreq-9264b29b2b32b05842ebd6b97ba5001a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MjE5NzQ5NTtBUzoyNjk2MTA4MzQ0NjA2NzJAMTQ0MTI5MTY0MDEyMw%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/project/Physical-exercise-for-the-treatment-of-non-ulcerated-chronic-venous-insufficiency?enrichId=rgreq-9264b29b2b32b05842ebd6b97ba5001a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MjE5NzQ5NTtBUzoyNjk2MTA4MzQ0NjA2NzJAMTQ0MTI5MTY0MDEyMw%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/profile/Alvaro-Maciel?enrichId=rgreq-9264b29b2b32b05842ebd6b97ba5001a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MjE5NzQ5NTtBUzoyNjk2MTA4MzQ0NjA2NzJAMTQ0MTI5MTY0MDEyMw%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Alvaro-Maciel?enrichId=rgreq-9264b29b2b32b05842ebd6b97ba5001a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI0MjE5NzQ5NTtBUzoyNjk2MTA4MzQ0NjA2NzJAMTQ0MTI5MTY0MDEyMw%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf
Vol. 9 No. 1, 2005 Fatores Associados à Alteração da Mobilidade em Idosos Residentes na Comunidade 17
ISSN 1413-3555
Rev. bras. fisioter. Vol. 9, No. 1 (2005), 17-23
©Revista Brasileira de Fisioterapia
FATORES ASSOCIADOS À ALTERAÇÃO DA MOBILIDADE EM
IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE
Maciel, A. C. C.1 e Guerra, R. O.2
1Hospital Universitário Ana Bezerra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Santa Cruz, RN
 2Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde,
Departamento de Fisioterapia, UFRN, Petrópolis, RJ
Correspondência para: Álvaro Campos Cavalcanti Maciel, Hospital Universitário Ana Bezerra,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Praça Manoel Vilaça, no 13, Centro, CEP 59200-000,
Santa Cruz, RN, e-mail: alvarohuab@ig.com.br
Recebido: 27/4/2003 – Aceito: 29/9/2004
RESUMO
Contexto: Alterações na mobilidade são problemas comuns entre os idosos, as quais levam à limitação na realização das atividades
da vida diária. Neste contexto, a intervenção fisioterapêutica objetiva melhorar a funcionalidade e controle da deambulação, suficiente
para tornar o idoso seguro e que lhe permita independência. Porém, para que ocorra uma intervenção precisa e eficaz, é necessário
conhecer os idosos que são mais vulneráveis e quais os fatores que estão associados àquelas alterações. Objetivo: Analisar a influência
de fatores sociodemográficos, físicos e mentais sobre a mobilidade de idosos residentes no município de Santa Cruz, RN, Brasil.
Metodologia: A amostra foi constituída de 310 idosos, aos quais foi aplicado teste “timed get up and go”. A análise estatística foi
feita mediante o teste do Qui-quadrado de Pearson, na análise bivariada, seguida de regressão logística binária na análise multivariada,
com a respectiva odds ratio (OR). Resultados: Encontrou-se uma prevalência de 53,9% de idosos com alteração da mobilidade, e na
análise multivariada verificou-se associação com a idade acima de 75 anos (p = 0,000), má percepção de saúde (p = 0,006) e o déficit
cognitivo (p = 0,018). Conclusão: Conclui-se que a identificação de fatores associados aos distúrbios da marcha é de fundamental
importância para o planejamento da atuação fisioterapêutica.
Palavras-chave: idoso, mobilidade, envelhecimento, comunidade.
ABSTRACT
Factors associated with alteration of mobility among elderly residents in the community
Background: Alterations in mobility are a common problem among the elderly, which leads to limitations in the performing of their
activities of daily living. In this context, physiotherapeutic intervention aims at improving functionality and the ability to walk
around, to give the elderly a sense of security and independence. However, for a proper and efficient intervention to occur, it is
essential to know which of the elderly are most vulnerable and which factors are associated with those alterations. Objective: To
analyze the influence of sociodemographic, physical and mental factors on the mobility of elderly residents in Santa Cruz, State
of Rio Grande do Norte, Brazil. Method: The sample consisted of 310 elderly individuals, to whom the “timed get up and go” test
was applied. Statistical analysis was performed using the Pearson chi-squared test in bivariate analysis, followed by binary logistic
regression in multivariate analysis, with the respective odds ratios (OR). Results: It was found that 53.9% of the elderly had alterations
in their mobility. Multivariate analysis found that this was associated with age over 75 years (p = 0.000), negative perception of
health (p = 0.006) and cognitive deficit (p = 0.018). Conclusions: The identification of the factors associated with disturbances
in gait is of fundamental importance in the planning of physiotherapeutic treatment.
Key words: elderly, mobility, aging, community.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional é uma realidade no
Brasil, assim como em todo o mundo. Com o aumento da
média de idade dos indivíduos ocorre crescimento das
doenças e dos distúrbios orgânicos associados ao enve-
lhecimento, com ênfase para as doenças crônico-dege-
nerativas. Essas alterações levam a disfunções em vários
órgãos e funções no idoso, como os distúrbios da marcha
e da mobilidade.
18 Maciel, A. C. C. e Guerra, R. O. Rev. bras. fisioter.
A capacidade de locomover-se é um processo que en-
volve uma série de mecanismos reguladores e efetores,
dependentes principalmente do funcionamento íntegro dos
sistemas neurológico, musculoesquelético e cardiovascular.1
Com a deterioração dessas estruturas, pelo envelhecimento,
os distúrbios da marcha e da mobilidade tornam-se proble-
mas comuns, mas de grande importância entre os idosos,
levando a importantes limitações na realização das atividadesda vida diária.2 As características mais comuns são a
diminuição da velocidade e comprimento do passo, perda
do balanço normal dos braços e diminuição das rotações
pélvica e escapular.3
Da mesma forma, alguns autores têm considerado a
multicausalidade como determinante nesse processo, em que
as variáveis sociodemográficas, físicas e psíquicas atuam
como importantes fatores preditores de distúrbios da marcha
e da mobilidade.4,5 Nesse sentido, entre os principais fatores
de risco conhecidos destacam-se a idade (principalmente
acima dos 75 anos), o sexo feminino, indivíduos com baixa
escolaridade, as condições crônicas (especialmente as de-
sordens neuromusculares) e o déficit cognitivo.6,7
Em relação à prevalência desse distúrbio em idosos,
alguns autores8,2 apontam percentuais entre 15% e 50%, cuja
variação ocorre principalmente em função da faixa etária,
escala utilizada, local do estudo, nível de saúde e fun-
cionalidade do indivíduo avaliado.6
Nessas circunstâncias, a avaliação da mobilidade é es-
sencial e deve fazer parte da rotina fisioterapêutica, tanto
preventiva quanto reabilitadora. Seu objetivo é identificar os
idosos que estão em situação de risco para o surgimento de
problemas e que se beneficiarão com a intervenção, otimizando,
desta forma, sua função física e diminuindo os níveis de
assistência necessários para a vida em comunidade.4
Sendo assim, este estudo objetiva analisar quais
variáveis se associam com os distúrbios da mobilidade em
idosos que vivem na comunidade, contribuindo assim para
o seu entendimento e favorecendo o planejamento de condutas
eficazes para esses indivíduos.
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo transversal na cidade de Santa
Cruz, localizada a 120 km de Natal, RN (capital do Estado),
região Nordeste do Brasil, no período de julho a novembro
de 2002. A amostra foi composta por 310 idosos, com 60 anos
ou mais, residentes em domicílios na zona urbana de Santa
Cruz e cadastrados no Sistema de Informações da Atenção
Básica (SIAB), em dezembro de 2001, escolhidos de forma
probabilística aleatória sistemática. Aquele valor correspondeu
a 10,09% da população inicial de 3.070 idosos.
Levando em consideração a heterogeneidade do mu-
nicípio e buscando-se a representatividade da amostra, foram
sorteados os bairros do Paraíso, Conjunto Cônego Monte
(CCM) e do Centro, que representaram o pior, o intermediário
e o melhor estrato sócio-econômico. Por buscar a prevalência
de idosos com distúrbios da mobilidade, todos os indivíduos
selecionados, aleatoriamente, foram avaliados, indepen-
dentemente de sua condição física ou mental.
Para a avaliação dos idosos foi elaborado um ques-
tionário multidimensional que constou dos seguintes itens:
• Aspectos sociodemográficos: idade, sexo, cor, escola-
ridade, estado civil, atividade laboral e atividade nas
horas livres.
• Aspectos de saúde física: autopercepção de saúde,
patologias (diabetes melitus, hipertensão arterial
sistêmica, doenças pulmonares, fratura de quadril,
reumatismo, déficit visual e auditivo e câncer) e
medicamentos em uso contínuo.
• Aspectos de saúde mental: na avaliação da presença
de sintomatologia depressiva foi utilizada a Escala
de Depressão Geriátrica GDS-159 e na avaliação da
função cognitiva, a escala Short Portable Mental
Status Questionare De Pfeifer (SPMQS).10
Para avaliação da marcha foi utilizado o “Timed Up
& Go Test” (TUG),11 que é um teste freqüentemente usado
para medir a mobilidade em idosos. Os valores do TUG
foram medidos por meio do tempo (em segundos) de que
um indivíduo precisava para levantar-se da cadeira, percorrer
3 metros, regressar e tornar a sentar na mesma cadeira. Assim,
o escore do TUG foi categorizado de duas formas: sem
alteração (tempo igual ou inferior a dez segundos) e com
alteração (tempo superior a dez segundos e aqueles que não
realizaram o teste, pois eram incapazes de deambular). O
TUG apresenta alta confiabilidade, variando entre 80% e
90%,12 quando comparado com outros testes considerados
padrões-ouro, como o Berg Balance Scale.8
O procedimento adotado seguiu o descrito no teste
original: o sujeito sentado em uma cadeira com braços, firme
ao chão, com o dorso apoiado no encosto da cadeira, era
orientado a levantar-se, percorrer uma distância de três metros,
retornar e sentar-se novamente, da forma mais rápida possível,
porém de forma segura e confortável (evitando assim possíveis
acidentes). Foi utilizado um cronômetro, que era acionado
a partir do comando verbal “já” no início do teste e inter-
rompido quando o sujeito sentava-se. Foi permitido que cada
sujeito realizasse duas tentativas, sendo na terceira crono-
metrado o tempo. O teste foi realizado no próprio domicílio
do entrevistado, no cômodo em que fosse possível ser per-
corrida a distância de três metros. As cadeiras usadas foram
também obtidas no próprio domicílio e deveriam ter uma
altura entre 44 e 47 centímetros.13
O projeto foi ainda enviado ao Comitê de Ética em
Pesquisa, do Centro de Ciências da Saúde, UFRN, submetido
à avaliação e aprovado, de acordo com o parecer 84/02. Essa
aprovação firmou o respeito à dignidade humana e o desen-
volvimento da pesquisa dentro dos padrões éticos. Após essa
Vol. 9 No. 1, 2005 Fatores Associados à Alteração da Mobilidade em Idosos Residentes na Comunidade 19
etapa, foi feito um estudo piloto para testagem e calibração
do entrevistador e em seguida foi iniciada a coleta dos dados.
Terminada a coleta, os dados foram introduzidos em
um banco de dados do programa estatístico SPSS (versão
10.0). A análise foi realizada mediante uma abordagem
estatística descritiva e outra analítica. Na abordagem descritiva
foi feita a distribuição das freqüências absolutas e relativas
para variáveis categóricas e médias, com desvio-padrão (DP)
para variáveis contínuas.
Na abordagem analítica realizou-se uma análise biva-
riada utilizando-se o teste do Qui-quadrado de Pearson e,
em seguida, análise multivariada por regressão logística
binária, considerando-se um nível de significância p < 0,05
e intervalo de confiança (IC) de 95%, com cálculo da res-
pectiva odds ratio (OR), sendo a variável dependente dico-
tômica: menor ou igual a 10 segundos (sem alteração), maior
que 10 segundos e os que não realizaram o teste (com alte-
ração). No modelo de regressão as variáveis foram intro-
duzidas pelo método “backward stepwise”.
RESULTADOS
Um total de 310 idosos residentes na zona urbana do
município de Santa Cruz, RN, foram avaliados, o que corres-
pondeu a 10,09% da população de 3.070 idosos cadastrados
no SIAB/DATASUS/MS em dezembro de 2001, dos quais
128 (41,3%) pertenciam ao bairro do Paraíso, 91 (29,4%),
ao CCM e 91 (29,4%), ao Centro. A idade variou de 60 a
99 anos e média de 73,7 anos (DP = ± 9,03). A distribuição
das variáveis sociodemográficas, de saúde física e mental,
pelas zonas, estão contidas nas Tabelas 1, 2 e 3, res-
pectivamente.
Tabela 1. Distribuição das variáveis sociodemográficas dos idosos residentes na comunidade, segundo as zonas do município de Santa Cruz,
Rio Grande do Norte, novembro de 2002.
 Paraíso 
N = 128 
CCM 
N = 91 
Centro 
N = 91 
Geral 
N = 310 
 n % n % n % n % 
Sexo 
Masculino 44 34,4 32 35,2 37 40,7 113 36,5 
Feminino 84 65,6 59 64,8 54 59,3 197 63,5 
Cor 
Branca 52 40,6 35 38,5 26 28,6 113 36,5 
Parda 61 47,7 49 53,8 57 62,6 167 53,9 
Negra 15 11,7 7 7,7 8 8,8 30 9,7 
Escolaridade 
Analfabeto 64 50,0 29 31,9 30 33,3 123 39,7 
Semi-analfabeto 53 41,4 46 50,5 36 39,6 135 43,5 
Fundamental 11 8,6 12 13,2 22 24,2 45 14,5 
Médio – – 4 4,4 3 3,3 7 2,3 
Estado civil 
Casado/em união 70 54,7 47 51,6 56 61,5 173 55,8 
Viúvo 46 35,9 31 34,1 27 29,7 104 33,5 
Solteiro 7 5,5 3 3,3 5 5,5 15 33,5 
Divorciado/separado 5 3,9 10 11,0 3 3,3 18 5,8 
Atividade laboral 
Agricultor 119 93,0 65 71,4 63 69,2 247 79,7 
Dona de casa – – 10 11,0 7 7,7 17 5,5 
ASG 4 3,1 4 4,4 4 4,4 12 3,9 
Outros 5 3,9 12 13,2 17 18,7 34 10,9 
Atividade nas horas livres 
Sim 42 32,8 56 61,5 51 56,0149 48,1 
Não 86 67,2 35 38,5 40 44,0 161 51,9 
20 Maciel, A. C. C. e Guerra, R. O. Rev. bras. fisioter.
Tabela 2. Distribuição das variáveis de saúde física dos idosos residentes na comunidade, segundo as zonas do município de Santa Cruz,
Rio Grande do Norte, novembro de 2002.
Na análise do TUG encontraram-se apenas 143
(46,1%) sujeitos considerados normais e os demais com
alguma alteração (50,0%), ou não realizaram (3,9%). Os
escores dos idosos conforme os bairros são apresentados
na Tabela 4.
Para a realização da análise bivariada e multivariada
foram feitas reagrupações entre algumas variáveis, com o
objetivo de melhor executá-la. Isto ocorreu levando-se em
conta a distribuição de freqüência e modelos encontrados na
literatura.
Observou-se associação significativa entre as variáveis
sociodemográficas idade (p = 0,000), escolaridade (p = 0,008),
estado civil (p = 0,000) e atividades nas horas livres (p =
0,000), com a presença de alteração no TUG.
 Paraíso 
N = 128 
CCM 
N = 91 
Centro 
N = 91 
 Geral 
 N = 310 
 n % n % n % n % 
Percepção de saúde 
Ótima 3 2,3 8 8,8 10 11,0 21 6,8 
Boa 54 42,2 30 33,0 38 41,8 122 39,4 
Ruim 49 38,3 29 31,9 21 23,1 99 31,9 
Péssima 11 8,6 10 11,0 12 13,2 33 10,6 
NS/NR 11 8,6 14 15,4 10 11,0 35 11,3 
Presença de patologia 
Sim 125 97,7 82 90,1 75 82,4 282 91,0 
Não 3 2,3 9 9,9 16 17,6 28 9,0 
Diabetes melitus 
Sim 24 18,8 12 13,2 11 12,1 47 15,2 
Não 104 81,3 79 86,8 80 87,9 263 84,8 
HAS 
Sim 70 54,7 40 44,4 35 38,5 145 46,8 
Não 58 45,3 51 56,0 56 61,5 165 53,2 
AVC 
Sim 15 11,7 4 4,4 7 7,7 26 8,4 
Não 113 88,3 87 95,6 84 92,3 284 91,6 
Obesidade 
Sim 18 14,1 9 9,9 8 8,8 35 11,3 
Não 110 85,9 82 90,1 83 91,2 275 88,7 
Doenças pulmonares 
Sim 17 13,3 3 3,3 10 11,0 30 9,7 
Não 111 86,7 88 96,7 81 89,0 280 90,3 
Fratura de quadril 
Sim 4 3,1 5 5,5 3 3,3 12 3,9 
Não 124 96,9 86 94,5 88 96,7 298 96,1 
Reumatismo 
Sim 83 64,8 42 46,2 40 44,0 165 53,2 
Não 45 35,2 49 53,8 51 56,0 145 46,8 
Déficit visual 
Sim 108 84,4 71 78,0 64 70,3 243 78,4 
Não 20 15,6 20 22,0 27 29,7 67 21,6 
Déficit auditivo 
Sim 50 39,1 33 36,3 37 40,7 120 38,7 
Não 78 60,9 58 63,7 54 59,3 190 61,3 
Câncer 
Sim 2 1,6 4 4,4 3 3,3 9 2,9 
Não 126 98,4 87 95,6 88 96,7 301 97,1 
Quantidade de medicamentos 
Nenhum 57 44,5 49 53,8 60 65,9 166 53,5 
Um 34 26,6 18 19,8 10 11,0 62 20,0 
Dois 15 11,7 16 17,6 15 16,5 46 14,8 
Mais de dois 22 17,2 8 8,8 6 6,6 36 11,7 
Vol. 9 No. 1, 2005 Fatores Associados à Alteração da Mobilidade em Idosos Residentes na Comunidade 21
Tabela 3. Distribuição das variáveis de saúde mental dos idosos residentes na comunidade, segundo as zonas do município de Santa Cruz,
Rio Grande do Norte, novembro de 2002.
Tabela 4. Distribuição do escore do TUG em idosos residentes nas zonas do município de Santa Cruz, RN, novembro de 2002.
Tabela 5. Resultado de análise multivariada, para associação das variáveis independentes com a alteração no TUG.
Para as variáveis de saúde física e mental, verificou-
se associação com a percepção de saúde (p = 0,000), o AVC
(p = 0,000), uso de medicamentos (p = 0,043), presença
de sintomatologia depressiva (p = 0,001), déficit cognitivo
(p = 0,000), fratura de quadril (p = 0,004) e déficit auditivo
(p = 0,000).
Na análise multivariada, pôde-se observar, de acordo
com a Tabela 5, que os idosos acima de 75 anos tinham cerca
de oito vezes mais possibilidade de ter sua mobilidade
comprometida no TUG, quando comparados aos idosos com
menos de 75 anos. Da mesma forma, aqueles indivíduos que
percebiam sua saúde de forma negativa ou tinham déficit
cognitivo tiveram cerca de duas vezes mais chance de apre-
sentar alguma alteração na mobilidade.
DISCUSSÃO
A partir desses achados foi possível identificar quais
sujeitos eram mais vulneráveis a apresentar distúrbios da
mobilidade, como ficou evidenciado, principalmente, na
análise multivariada. Observou-se forte associação desse
distúrbio com a variável idade, ou seja, a maioria dos idosos
pertencentes às faixas etárias mais elevadas (especialmente
acima dos 75 anos) teve maior chance de apresentar déficit
na mobilidade. Esse fato explica-se pela própria característica
do processo de envelhecimento, pois há diminuição na
qualidade e quantidade das informações necessárias para uma
mobilidade eficiente, como a propriocepção, força muscular
e integridade capsulo-articular.5,14
Variáveis Referência p OR IC 
Idade 
Acima de 75 anos 
60-75 anos 0,000 8,10 3,55-18,47 
Percepção de saúde 
Péssima 
Ótima 0,006 2,34 1,27-4,31 
Função cognitiva 
Com déficit 
Sem déficit 0,018 2,03 1,13-3,64 
 
 Paraíso 
N = 128 
CCM 
N = 91 
Centro 
N = 91 
Geral 
N = 310 
 n % n % n % N % 
Função cognitiva 
Sem alteração 82 64,1 71 78,0 74 81,3 227 73,2 
Com alteração 46 35,9 20 22,0 17 18,7 83 26,8 
Presença de sintomatologia 
depressiva 
 
Não 79 65,8 70 80,5 67 76,1 216 73,6 
Sim 41 34,2 17 19,5 21 23,9 79 26,8 
 
 Paraíso 
N = 128 
CCM 
N = 91 
Centro 
N = 91 
Geral 
N = 310 
 N % N % N % N % 
Escore TUG 
Sem alteração 63 49,2 39 42,9 41 45,2 143 46,1 
Com alteração 65 50,8 52 57,1 50 54,9 167 53,9 
 
22 Maciel, A. C. C. e Guerra, R. O. Rev. bras. fisioter.
Considera-se ainda que a perda de força muscular nos
membros inferiores e a diminuição da sensibilidade vibratória,
da visão e dos reflexos posturais atuam como importantes
fatores desencadeantes dos distúrbios da mobilidade.14,15
A má percepção de saúde também associou-se de forma
independente com o déficit de mobilidade. A medida de
percepção de saúde relaciona-se com a visão subjetiva do
nível de saúde, desempenhando também importante papel
na avaliação da condição física. A ocorrência de problemas
físicos, psíquicos, emocionais e sociais pode gerar sentimentos
de fragilidade e insegurança, em que a própria incapacidade
de deambular, de forma efetiva, leva o indivíduo a considerar
sua saúde comprometida.16
O déficit cognitivo aparece também com forte associação
com a alteração da mobilidade. De forma geral, as enfermidades
cerebrais (por exemplo, a doença de Parkinson, demência e
o AVC) produzem importantes alterações na deambulação.
Entre as principais alterações relacionadas à deterioração das
funções neurológicas, a diminuição do tempo de ação e reação,
a perda de tecido nervoso e a redução da produção de neuro-
transmissores e da acuidade auditiva, vestibular e visual influen-
ciam substancialmente a redução da mobilidade. É evidente,
portanto, que alterações oriundas das diversas estruturas que
mantêm a mobilidade podem determinar alterações da mesma,
cujas características clínicas podem ser de fundamental
importância para o diagnóstico de determinadas enfermidades.5
Evidências indicam o comprometimento da atenção e
da memória, em especial a memória recente, a desorientação
espacial e a deterioração das funções executivas, as quais
também podem estar relacionadas aos déficits na mobilidade.
Idosos com déficits cognitivos também podem apresentar
respostas protetoras comprometidas e um julgamento em-
pobrecido da gravidade de seu quadro e de suas perdas, com
pouca ou nenhuma consciência do seu problema. Isso pode
levá-los a uma avaliação errônea de suas capacidades e a se
engajarem em atividades arriscadas, acarretando acidentes,
principalmente as quedas.17 Diante da consistência das
associações encontradas no estudo, as variáveis que
permaneceram com significância podem ser consideradas como
alguns dos principais fatores preditores do déficit na mobilidade
e na marcha, apesar de se tratar de um estudo transversal.
Neste contexto, a Fisioterapia configura-se como recurso
capaz de analisar e implementar programas de intervenção
para evitar e se contrapor a muitas das alterações e deficiências
encontradas em pessoas idosas e para melhorar sua capa-
cidade de deambulação e saúde geral. A intervenção fisio-
terapêutica compreende a promoção do bem-estar, a melhoriaou manutenção das capacidades funcionais, a prevenção de
limitações, bem como a própria reabilitação, quando as
deficiências estiverem instaladas.
Embora os fisioterapeutas implementem intervenções
em um plano de assistência para pacientes ou clientes indivi-
dualmente, conhecer as suas variações é fundamental, no
sentido de prevenir certas apresentações clínicas ou alterar
os resultados por meio de medidas preventivas. Os fisio-
terapeutas podem usar informações desse tipo, como as
encontradas em estudos epidemiológicos, para planejar e
desenvolver serviços que vão ao encontro das necessidades
de uma sociedade envelhecida, cujos membros atravessam
um contínuo processo de saúde, enfermidade e morte.
As implicações do presente estudo e a necessidade de
novas abordagens no âmbito da prevenção e promoção de
saúde colocam a fisioterapia em situação de destaque, pois
suas ações estão baseadas em ações de caráter continuado,
em termos de prevenção de doenças e promoção de saúde,
logrando envelhecimento saudável e reduzindo a morbi-
mortalidade e a dependência funcional a um período mais
curto possível.
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View publication stats
https://www.researchgate.net/publication/242197495

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