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PRÁTICAS CONTÁBEIS EM LABORATÓRIO AULA 03 Profª Adriely Camparoto Brito Revisão: Profª. Edenise A dos Anjos DOCUMENTOS FISCAIS E PRINCIPAIS DECLARAÇÕES CONVERSA INICIAL Nesta aula trataremos delineamentos básicos sobre os documentos fiscais: o que são, quais os tipos, quando devem ser utilizados conforme as operações e os principais cuidados em seu preenchimento quanto aos aspectos fiscais e tributários. Aprenderemos também sobre as obrigações acessórias relacionadas às declarações que devem ser entregues periodicamente conforme as exigências de nível federal, estadual e municipal. E, complementando essa parte de obrigações acessórias abordaremos as principais declarações a serem elaboradas e entregues pelos produtores rurais pessoa física. CONTEXTUALIZANDO No seu cotidiano, as empresas desenvolvem inúmeras atividades e, muitas delas devem ser devidamente registradas em documentos fiscais, que podem variar conforme o tipo de operação. Esse ambiente é complexo e gera inúmeras dúvidas aos empresários e aos colaboradores responsáveis pela parte fiscal e contábil, principalmente quanto a correta utilização dos códigos tributários necessários, tais como o CFOP, NCM e CST. Nesse sentido é fundamental que o profissional contábil possua amplo conhecimento destes procedimentos para que possa executar e fornecer orientações quanto a emissão dos documentos fiscais em conformidade com as legislações pertinentes. Além disso, após o encerramento do período, tanto as pessoas jurídicas como o produtor rural pessoa física, necessitam prestar contas ao fisco, por meio de declarações mensais e/ou anuais a serem transmitidas pelo profissional contábil responsável. A omissão, o preenchimento incorreto ou insuficiente de qualquer uma destas declarações, pode ocasionar penalidades, tanto para o contribuinte como para o contador, por ser o profissional com responsabilidade técnica sobre os serviços contratados. Bom estudo! 3 TEMA 1 – NOÇÕES GERAIS SOBRE DOCUMENTOS FISCAIS Os documentos fiscais referem-se à documentação que comprove a realização de uma transação comercial entre as partes envolvidas: fornecedor e cliente. São diversos os tipos de documentos fiscais existentes e variam conforme o tipo de atividade ou operação desenvolvida. Podemos visualizar alguns exemplos no quadro 01. Quadro 1. Exemplos de operações comerciais e documentos fiscais respectivos Tipo de Operação Tipo de Documento Fiscal Modelo Venda de mercadorias Cliente Pessoa Jurídica Nota Fiscal Modelo 1 ou 1-A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) Modelo 55 Venda de mercadorias Cliente Pessoa Física Nota Fiscal de Venda a Consumidor Modelo 2 Nota Fiscal do Consumidor eletrônica (NFC-e) Modelo 65 Vendas feitas por Produtores Rurais Nota Fiscal de Produtor (NFP) Modelo 4 Venda de Energia Elétrica Nota Fiscal/Conta de Energia Elétrica Modelo 06 Serviços de Telecomunicações Nota Fiscal de Serviços de Telecomunicação Modelo 22 Serviços de Comunicações Nota Fiscal de Serviços de Comunicação Modelo 21 Transporte de Cargas Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) Modelo 57 Transporte de Passageiros Bilhete de passagem Rodoviário Modelo 13 Bilhete de Passagem Eletrônico (BP-e) Modelo 63 Prestação de Serviços Municipais LC 116/2003 Nota Fiscal de Serviços (NFS) ou Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) Modelo definido pelos municípios No quadro 1 citamos apenas alguns modelos de documentos fiscais definidos conforme o tipo de operação. Paralelamente a isto, observa-se, que estas operações variam de acordo com as atividades econômicas desenvolvidas pelas empresas (tipo de negócio). Com base nisso, para cada tipo operação, existe um modelo específico de nota fiscal a ser utilizado. É importante esclarecer que os modelos de cada tipo de documento fiscal são definidos em legislação e, devem ser respeitados em todo o território nacional. O CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária) entre as suas mais diversas atribuições, também é responsável pela elaboração e publicação dos Ajustes SINIEF (Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico- Fiscais), contendo as normatizações e especificações dos tipos de documentos fiscais. É possível acessar todos os Ajustes SINIEF publicados, no site do Confaz: “https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/ajustes”. (CONFAZ, 2019). https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/ajustes 4 Destacamos também que muitos modelos dos documentos fiscais estão sendo reestruturados e substituídos por modelos eletrônicos, como por exemplo o Cupom Fiscal (ECF) x Nota Fiscal do Consumidor Eletrônica (NFC-e). Quando da definição dos modelos é estabelecido um prazo limite para que os Estados façam sua implantação, podendo assim, haver estados emitindo modelos não eletrônicos ainda, por estar na fase de adequação. Como são inúmeros os documentos fiscais existentes e, não se pretende esgotar o tema, abordaremos neste item apenas três, entre os modelos mais utilizados pelas empresas de pequeno e médio porte, sendo a NF-e; o CT-e e a NFS-e. 1.1 Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é emitida em substituição à nota fiscal modelo 1 e 1-A que eram emitidas de forma física, por meio de blocos de notas fiscais normalmente confeccionados em gráficas, mediante autorização fazendária. A NF-e trata-se de um documento fiscal emitido eletronicamente e armazenado de forma digital (arquivo em formato XML) validado juridicamente por meio de certificação digital do emissor. Sem certificação digital do emitente, não é possível transmitir uma NF-e. (PORTAL DA NF-e, 2019). A inovação da nota fiscal eletrônica é a necessidade da autorização da Secretaria de Fazenda (SEFAZ ) do Estado do emitente, ou seja, o emitente gera a NF-e, efetua sua transmissão para o webservice da SEFAZ do seu Estado, que recebe o arquivo e faz análise de sua estrutura (layout), se atende aos requisitos legais, estando em conformidade é autorizada a NF-e e disponibilizada a DANFE (Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica) para impressão. Esse processo pode ser visualizado na Figura 1. Figura 1. Fluxo da emissão da NF-e A autorização da NF-e pela SEFAZ não pode ser confundida com a conferência de dados do preenchimento. A única verificação que a SEFAZ Contribuinte gera a NF- e e transmite para Sefaz Sefaz recebe a NF-e, analisa (estrutura) e autoriza Autorizada a NF-e é possível imprimir o Danfe 5 realiza é em relação aos campos obrigatórios, se estão preenchidos, ou seja, se a NF-e está correta estruturalmente. Quanto ao conteúdo informado em cada campo, poderá ser objeto de futura fiscalização e até mesmo autuação caso estejam em desconformidade com as legislações fiscais e tributárias. Sendo, portanto, responsabilidade do emitente, conhecer os requisitos legais e preencher corretamente os campos da NF-e. A NF-e é um arquivo XML (Extensible Markup Language - tradução: linguagem extensível de marcação genérica) ou seja, um arquivo digital que contém todas as informações da operação: dados do emitente, destinatário, tipo de operação, produtos, valores, tributação e informações adicionais, entre outros. Para tornar a NF-e em algo físico e possibilitar sua impressão foi estabelecido o DANFE (Documento auxiliar da nota fiscal eletrônica). É importante que seja compreendido que a NF-e é o arquivo XML e, o DANFE é apenas o seu comprovante na versão de visualização e impressão. Sendo fundamental, portanto, o arquivamento da via digital (arquivo XML) das NF-e emitidas/recebidas, visto que estes são os “documentos fiscais” válidos juridicamente. O DANFE deverá ser impresso, pois é o documento auxiliar que acompanhará o transporte das mercadorias negociadas na NF-e, podendo servir tambémcomo comprovante de entrega do produto. (PORTAL DA NF-e, 2019). Cada NF-e possui a sua chave de acesso formada por uma sequência numérica de 44 (quarenta e quatro) caracteres, única para cada NF-e. Essa chave, além de possibilitar identificar a NF-e, permite consultar a sua situação e validade jurídica no ambiente nacional de NF-e (Portal da Nota Fiscal Eletrônica: “www.nfe.fazenda.gov.br”) e, também é utilizada para reimpressão da NF-e e para importação dos seus dados nos diversos softwares contábeis e gerenciais, na ausência do arquivo XML. (PORTAL DA NF-e, 2019). A sequência numérica da chave de acesso da NF-e é formada por dados que permitem a identificação de informações básicas, tais como a UF, mês, ano e CNPJ do emitente, modelo, série e situação. A chave de acesso da NF-e será impressa no DANFE em campo específico, segregada em 11 blocos de 4 números cada conforme demonstrado na figura 2 e, além disso deverá apresentar o código de barras da respectiva chave de acesso (Portal da NF-e, 2019). 6 Figura 2. DANFE - Chave de acesso Fonte: PORTAL DA NF-e, 2019. Considerando como exemplo a chave de acesso do quadro 2, poderemos observar melhor o detalhamento de sua composição. Quadro 2. Composição da chave de acesso de uma NF-e Chave de acesso: 51190612345678000110550010000000011123456780 Detalhamento da composição Quantidade de Caracteres Exemplo Como fica na Chave Código da UF 2 51 (MT) 51 AAMM da emissão 4 2019 – Junho. 1906 CNPJ do emitente 14 12.345.678/0001-10 12345678000110 Modelo 2 55 (NF-e) 55 Série 3 001 001 Número da NF-e 9 1 000000001 Forma de emissão da NF-e 1 1 1 Código numérico 8 12345678 12345678 Digito verificador 1 0 0 Observando o quadro 3, nota-se que a primeira informação da chave de acesso é o código numérico que representa a UF do emitente da NF-e, esse código não é aleatório, existe a definição de qual deve ser utilizado para cada estado (UF), (Portal da NF-e, 2019), conforme pode-se visualizar no quadro 3. Quadro 3.Código numérico utilizado por UF na chave da NF-e Código UF Código UF Código UF 11 RO 23 CE 33 RJ 12 AC 24 RN 35 SP 13 AM 25 PB 41 PR 14 RR 26 PE 42 SC 15 PA 27 AL 43 RS 16 AP 28 SE 50 MS 17 TO 29 BA 51 MT 21 MA 31 MG 52 GO 22 PI 32 ES 53 DF Os demais campos que compõem a chave de acesso mostrados no quadro 3, são informações relacionadas ao período da emissão e dados do emitente. Quanto ao item da forma ou tipo de emissão da NF-e, deve-se utilizar os previstas na legislação, apresentados no quadro 4. 7 Quadro 4. Descrição da forma de emissão Forma de Emissão Descrição 1 Emissão normal 2 Contingência FS-IA, com impressão do DANFE em formulário de segurança 3 Contingência SCAN (Sistema de Contingência do Ambiente Nacional) 4 Contingência DPEC (Declaração Prévia da Emissão em Contingência) 5 Contingência FS-DA, com impressão do DANFE em formulário de segurança 6 Contingência SVC-AN (SEFAZ Virtual de Contingência do AN) 7 Contingência SVC-RS (SEFAZ Virtual de Contingência do RS) O tipo de emissão mais utilizado é o “1 - normal” e, os demais serão utilizados em casos de problemas técnicos relacionados a falta de internet ou falha na conexão com o webservice da Secretaria de Fazenda (SEFAZ ) do Estado do emitente, que impossibilitem a transmissão e autorização da NF-e naquele momento. Como o processo operacional da empresa não pode parar por falta de nota fiscal, existem as opções de emissão da NF-e em modo de contingência. Destaca-se aqui, que ao emitir nota fiscal de contingência, após reestabelecer a conexão com a SEFAZ , o emitente deverá transmitir a NF-e para que a SEFAZ a autorize e, enfim possa ter sua validade jurídica. (PORTAL DA NF-e, 2019). A NF-e é utilizada para amparar os diversos tipos de operações que envolvam mercadorias e produtos, podendo ser: ▪ Venda de mercadorias ou produtos; ▪ Transferências entre estabelecimentos; ▪ Remessas para consertos ou garantias; ▪ Devoluções; ▪ Bonificações e brindes; ▪ Remessas para depósito ou armazém, entre outras. Conforme expresso, existem modelos de documentos fiscais diversos e que são específicos para determinadas operações. A seguir vamos abordar o conhecimento de transporte. 1.2 Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) O Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), modelo 57, é utilizado para documentar as operações de transporte de cargas em qualquer modal, seja rodoviário, aéreo, ferroviário, aquaviário ou dutoviário, municipal, intermunicipal, interestadual e internacional. É um documento fiscal emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital (arquivo em formato 8 XML), mediante a utilização de certificação digital do emitente. (PORTAL DO CT- E, 2019). Assim como, a nota fiscal eletrônica, o emitente gera e transmite o CT-e para o webservice da SEFAZ do seu estado, que recepciona e faz a análise estrutural do arquivo que estando o seu layout em conformidade com a legislação, é autorizado o CT-e. Após autorizado, a versão de visualização e impressão do CT-e é o DACTE – Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico, utilizado para acompanhar o transporte das cargas nele registrada. (PORTAL DO CT-E, 2019). O conhecimento de transporte eletrônico é o arquivo digital em formato XML, que deve ser armazenado pelo contribuinte durante o prazo legal, pois ele é o documento fiscal em si, enquanto o DACTE é apenas a sua versão impressa. O CT-e também possui a sua chave de acesso que segue as mesmas regras de composição da chave de acesso da NF-e, sendo uma sequência numérica de 44 caracteres. (PORTAL DO CT-E, 2019). O Portal Nacional do CT-e está disponível no site: “http://www.cte.fazenda.gov.br/portal/”, onde pode ser encontrada toda a legislação, manuais e outros informativos a respeito do assunto, bem como podem ser realizadas consultas das situações do CT-e emitidos. (PORTAL DO CT-E, 2019). As empresas que trabalham no segmento transportes e logística além CT- e precisam emitir também o MDF-e (Manifesto de Documento Fiscal Eletrônico) que consiste em um registro de todas as notas fiscais objeto de uma carga a ser transportada. Raramente as transportadoras carregam uma carga única e exclusiva de um cliente e que seja objeto de apenas uma NF-e, sendo, portanto, muito comum que as cargas sejam compostas por mercadorias e produtos de vários clientes e com vários documentos fiscais correspondentes. Nesse contexto, a transportadora precisa emitir o MDF-e, para cada veículo de transporte, informando todas as NF-e de origem da carga ora transportada, assim como o local de origem e destino de cada uma, visto que os locais de entrega normalmente são diferentes. Assim, conterá no MDF-e todo o percurso a ser realizado por este veículo e, os pontos de entrega de cada encomenda. (PORTAL SPED RFB, 2019). A emissão do MDF-e permite que as transportadoras possuam maior controle sobre as cargas transportadas em cada veículo, bem como contribui http://www.cte.fazenda.gov.br/portal/ 9 para a agilidade da fiscalização nos postos fiscais interestaduais. Sua emissão é realizada eletronicamente, com validade jurídica garantida pela certificação digital do emitente. Assim como os demais documentos fiscais eletrônicos, sua existência é apenas digital (arquivo em formato XML) e, após sua autorização é liberado o DAMDF-e (Documento Auxiliar do Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônico) que deve ser impresso para acompanhar o transporte da carga. (PORTAL SPED RFB, 2019). Mesmo não sendo objeto dessa aula, precisamos informar que para as operações de transportes intermunicipal, interestadual e internacional de passageiros o documento fiscal utilizado deve ser o CT-e OS, modelo 67. 1.3 Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) A nota fiscal de serviços é utilizadapara documentar as operações de prestações de serviços municipais previstas na Lei Complementar Federal nº 116 de 31 de julho de 2003, ou seja, os serviços que serão tributados pelo ISSQN - imposto sobre serviços de qualquer natureza (BRASIL, 2003). Como o ISSQN é de competência municipal, compete a cada município regulamentar a forma de emissão do documento fiscal correspondente e, seus contribuintes prestadores de serviços devem atender a estes requisitos. Em muitos municípios do Brasil, já é utilizado a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e), entretanto, alguns ainda utilizam a versão em papel, que não poderá ser recusada por tomadores de serviços de outros municípios ou estados, visto que cada contribuinte prestador de serviços deve atender apenas a legislação do seu município sede. A NFS-e é um documento fiscal gerado eletronicamente, normalmente por sistemas disponibilizados pelas próprias prefeituras municipais. Sua existência é digital, também por meio de arquivo XML. Após sua autorização é disponibilizada a versão de impressão no próprio sistema de emissão. Normalmente não necessita de certificação digital, pois as prefeituras municipais são responsáveis por autorizar, acompanhar e fiscalizar seus contribuintes emitentes, de modo que, somente será possível a emissão da NFS-e pelo contribuinte que estiver regular junto ao seu município. Destarte a isto, embora em fase de teste até a presente data (setembro de 2022), a Receita Federal (RFB) de forma integrada com a Associação 10 Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (ABRASF) responsável por pesquisas e estudos voltados ao aperfeiçoamento da gestão financeira e tributária dos municípios, cooperação estabelecida por meio do Protocolo de Cooperação ENAT nº 02 de 2007, mantém em desenvolvimento o Projeto da NFS-e padrão nacional, ajustado de acordo com os padrões do leiaute integrado ao sistema SPED. Assim como os demais documentos fiscais, a NFS-e atenderá os mesmos critérios quanto a emissão, “será gerada e armazenada eletronicamente em Ambiente Nacional pela RFB, pela prefeitura ou por outra entidade conveniada, para documentar as operações de prestação de serviços” (PORTAL SPED RFB, 2022) e impressa no formato de DANFE No sítio eletrônico da ABRASF, encontram-se publicados, leiaute, orientações e, documentos eletrônicos necessários para a implantação da NFS- e padrão tais como, o Modelo conceitual, Manual de Integração, fluxo das transações. O projeto encontra-se se em fase de testes em algumas capitais, sendo previsto a implementação a partir de 2023. Isto posto, inicialmente a adesão pelos municípios se dará de forma voluntária. TEMA 2 – PRÁTICAS DE EMISSÃO E CUIDADOS COM DOCUMENTOS FISCAIS A emissão de documentos fiscais em uma empresa é uma atividade que tem se tornado cada dia mais complexa e, o setor ou colaborador responsável por tal atividade necessita de conhecimentos técnicos prévios, pois são várias as informações fiscais e tributárias que devem ser preenchidas. O preenchimento inadequado pode ocasionar divergência na apuração dos impostos federais e estaduais, tanto do emitente quando do destinatário e, ainda ser objeto de fiscalizações e sanções pela incorreção. Nesse sentido, vamos abordar os principais itens que devem ser informados ao preencher uma nota fiscal. 2.1 Dados básicos dos documentos fiscais Para iniciar o processo de emissão de um documento fiscal, o responsável por tal atribuição deverá primeiramente identificar o tipo de operação a ser realizada e o destinatário para definir o tipo de documento a ser emitido, se será NF-e, NFC-e, CT-e, NFS-e, entre outros. 11 Após ter estabelecido o tipo de documento fiscal a ser emitido, deve-se conferir no sistema de emissão própria, se os dados de sua empresa (emitente) estão corretos e devidamente atualizados. Destaca-se que por se tratar de dados do próprio emitente, essa conferência não precisa ser realizada diariamente, entretanto, recomenda-se que seja feito com certa frequência a fim de conferir os dados com o constante na Receita Federal, na Secretaria de Fazenda do Estado e na Prefeitura Municipal. Quanto ao destinatário é fundamental que os dados sejam sempre conferidos com os órgãos, principalmente Receita Federal e Sintegra a fim de verificar a razão social, o número do CNPJ e da inscrição estadual, o endereço e a situação (se o destinatário está ativo ou regular junto a esses órgãos), já que existe a responsabilidade solidária entre emitente e destinatário. Em casos de emissão de documento inidôneo ou operação irregular, ambas as partes envolvidas serão responsabilizadas. Além disso, fazendo a conferência dos dados, evita-se o preenchimento do documento fiscal com dados divergentes ou desatualizados. Além dos dados do remetente e destinatário, também é informado no documento fiscal: a forma de pagamento; a descrição dos itens, sejam produtos ou serviços, bem como sua quantidade, valores e tributação. Também possui campo para as informações adicionais, destinado para informados dados específicos de benefícios tributários ou outros que a legislação determine. Resumindo, basicamente as informações que vão constar nos documentos fiscais são: • Tipo do documento fiscal; • Descrição da operação; • Identificação completa do Emitente; • Identificação completa do destinatário; • Forma de pagamento; • Itens negociados (quantidade, valores e tributação) • Valor total da operação; • Informações adicionais. É importante destacar que alguns tipos específicos de documentos fiscais, podem exigir mais informações. Por exemplo, no CT-e além dos dados acima será necessário informar a origem, o destino e a nota fiscal da carga a ser transportada. 12 2.2 Código Fiscal de Operações (CFOP) Uma informação importante do documento fiscal é a descrição da operação que será complementada pelo Código Fiscal de Operações e de Prestações de Mercadorias e Bens e da Aquisição de Serviços (CFOP). Existe uma tabela de CFOP autorizada por órgãos como o Confaz, que contém a descrição de todos os códigos existentes e válidos nacionalmente. Sendo assim, as empresas devem utilizar e respeitar a descrição e finalidade de cada código. A tabela completa pode ser acessada por meio do seguinte site: “http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/exibirArquivo.aspx?conteudo=q45C Sx9EjV8=”. O CFOP além de ser utilizado na emissão do documento fiscal, ele deverá ser utilizado na escrituração desses documentos. Nesse sentido é importante esclarecer os tipos de operações existentes, que se dividem basicamente em: O mesmo documento fiscal será escriturado de maneira diferente pelo emitente e pelo destinatário. Enquanto o emitente está realizando uma operação de saída, seja de mercadorias ou serviços, pois ele vai entregar o objeto do documento fiscal para seu cliente, o destinatário está adquirindo tal mercadoria ou serviços, pois irá recebê-lo (operação de entrada). A listagem completa de CFOP agrega códigos que iniciam com a numeração 1, 2, 3, 5, 6 e 7, conforme podemos ver na Figura 3. Operações de Entrada 1. No Estado 2. Interestadual 3. Importação Operações de Saída 5 . No Estado 6. Interestadual 7. Exportação Operações de Entrada (destinatário) Operações de Saída (emitente) Figura 3. Divisão do tipo de operações Figura 4. Significado da numeração inicial do código CFOP http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/exibirArquivo.aspx?conteudo=q45CSx9EjV8= http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/exibirArquivo.aspx?conteudo=q45CSx9EjV8= 13 Observando a Figura 3, pode-se verificar que as operações realizadas entre emitente e destinatário estabelecidos no mesmo estado, serão utilizados CFOP iniciados em 1 e 5. Quando o emitente e destinatário possuírem endereço em estados diferentes os CFOP a serem utilizados iniciarãocom 2 e 6 e, quando estiverem estabelecidos em países diferentes, utilizarão os CFOP iniciados em 3 e 7. Apresentamos alguns exemplos de utilização do CFOP, no quadro 5. Quadro 5. Exemplo de CFOP nas operações de saída x entrada CFOP na Operação de Saída CFOP na Operação de Entrada Código Descrição Código Descrição 6.102 Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros (interestadual) 2.102 Compra para comercialização (interestadual) 5.202 Devolução de compra para comercialização (no estado) 1.202 Devolução de venda de mercadoria (no estado) 6.915 Remessa de mercadoria ou bem para conserto ou reparo (interestadual) 2.915 Entrada de mercadoria ou bem remetido para conserto ou reparo (interestadual) 5.933 Prestação de Serviço tributado pelo ISSQN (no estado) 1.933 Aquisição de serviço tributado pelo ISSQN (no estado) 5.253 Venda de energia elétrica para estabelecimento comercial (no estado) 1.253 Compra de energia elétrica por estabelecimento comercial (no estado) 5.302 Prestação de serviço de comunicação a estabelecimento industrial (no estado) 1.302 Aquisição de serviço de comunicação por estabelecimento industrial (no estado) 6.353 Prestação de serviço de transporte a estabelecimento comercial (interestadual) 2.353 Aquisição de serviço de transporte por estabelecimento comercial (interestadual) 7.101 Venda da produção do estabelecimento (internacional – exportação) 3.101 Compra para industrialização ou produção rural (internacional – importação) Observando o quadro 5, no primeiro exemplo citado, o emitente do documento fiscal estabelecido em estado diferente do destinatário, na operação de venda de mercadoria utilizará o CFOP “6.102” e assim fará a escrituração desse documento em seus registros fiscais (livro de registro de operações de saída). Para o emitente do documento fiscal, a escrituração sempre manterá o mesmo CFO informado no respectivo documento fiscal. Já o destinatário, ao receber o documento fiscal e a mercadoria, efetuará o registro fiscal desse documento em seu livro de registro de operações de entrada, entretanto, não deverá ser o mesmo CFOP constante no documento fiscal, pois é necessário analisar qual a destinação/utilização das mercadorias adquiridas, para então efetuar o seu registro pelo CFOP adequado. Vamos verificar um exemplo na figura 5. 14 Pode-se observar na figura 5, que um documento fiscal emitido com o CFOP 6.102, possui quatro opções de escrituração no registro de entrada do destinatário, podendo ser: Quadro 6. Exemplo de opções de conversão de um CFOP para a escrituração Operação de saída (Emitente) Possíveis operações de entrada (destinatário) 6.102 Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros (interestadual) 2.101 – Compra para industrialização ou produção rural 2.102 – Comprar para comercialização 2.556 – Compra de material para uso ou consumo 2.551 – Compra de bem para o ativo imobilizado Não há uma regra geral para a escrituração ou conversão de CFOP, sendo, portanto, responsabilidade do destinatário identificar qual será a destinação dos itens adquiridos e então classificar sua escrituração e determinar o CFOP de entrada. Além do cuidado com o CFOP, tanto na emissão do documento fiscal quanto em seu registro fiscal, há também a necessidade de uma atenção especial com a codificação das mercadorias que é o NCM. 2.3 Nomenclatura Comum do Mercosul: NCM A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) como o próprio nome menciona, é utilizada pelos países que são membros do Mercosul. Desde 1995, esses países estabeleceram uma forma de harmonizar a comunicação referente a descrição e a codificação dos produtos nos documentos fiscais. CFOP 6.102 CFOP 2.101 CFOP 2.102 CFOP 2.556 CFOP 2.551 Figura 5. Exemplo de opções de escrituração de um CFOP 15 A codificação da NCM foi criada com base no SH (Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias), que é um padrão internacional. Essa codificação serve para aproximar a comunicação no comércio, imagine se cada empresa pudesse ser totalmente livre para informar a descrição do produto no documento fiscal, isso poderia ocasionar muitos transtornos na identificação dos produtos. Assim, as empresas são obrigadas a informar a NCM dos produtos citados nos documentos fiscais, em um campo específico, ficando como dado complementar à descrição do produto. A NCM de cada produto/item é composta por oito dígitos que segue a seguinte estrutura: 00 00.00.00 Essa sequência numérica tem o seu significado e indica a descrição do produto. É formada conforme o capítulo, a posição e o item em que faz parte na Tabela NCM estão reunidos todos os códigos NCM e, pode ser acessada no site: “https://investexportbrasil.dpr.gov.br/ProdutosServicos/frmPesquisaProd utosServicosFull.aspx”. Recomendamos a utilização da tabela NCM deste site, visto ser o disponibilizado pelo governo, estando sempre atualizado. Exemplo de como ocorre a classificação dos capítulos, subcapítulos e seções, pode ser visualizada no quadro 11. (INVEST & EXPORT BRASIL, 2019). Quadro 7.Classificação do NCM Classificação Composição do Código Exemplo da Tabela NCM Capítulo 2 primeiros dígitos 01 – Animais Vivos Posição 4 primeiros dígitos 0101 – Cavalos, asininos e muares, vivos Subposição 5 e 6 primeiros dígitos 0101.2 – Cavalos Item e Subitem 7º e 8ºdígitos 0101.21.00 – Reprodutores de raça apurada A Tabela NCM é bastante completa, abrangendo todas as mercadorias que possam ser informadas nos documentos fiscais, portanto, não deve ser emitido uma nota fiscal sem informar o NCM do produto. Além disso, faz-se uma advertência aqui, quanto a utilização correta dessa codificação, sendo total responsabilidade do emitente informar o NCM corretamente do item no documento fiscal. Assim como existe a Tabela NCM para os produtos e mercadorias, foi criado a Tabela NBS (Nomenclatura Brasileira de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio), instituída em maio de 2012, pelo Decreto 7.708 de 2 de maio de 2012, contendo a codificação para os serviços contendo 27 capítulos relacionadas as várias categorias de https://investexportbrasil.dpr.gov.br/ProdutosServicos/frmPesquisaProdutosServicosFull.aspx https://investexportbrasil.dpr.gov.br/ProdutosServicos/frmPesquisaProdutosServicosFull.aspx 16 serviços, destinada a utilização no Siscoserv (Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços Intangíveis e outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio) em operações de exportação. Assim, as operações de exportação de serviços, deve observar a codificação desta tabela. No mesmo site que informamos para consultar a Tabela NCM, tem disponível a Tabela NBS. (INVEST & EXPORT BRASIL, 2019). 2.3 Códigos de Situação Tributária Na emissão de um documento fiscal deverão ser informados os dados referentes a tributação dos itens que compõem a operação. É fundamental que essas informações sejam corretas pois, serão utilizadas na apuração dos impostos federais, estaduais e municipais, tanto do emitente quanto do destinatário e, um erro poderá ocasionar recolhimento maior ou menor que o realmente devido, além de possíveis sanções penais pelas omissões ou informações incorretas. Os Códigos de Situação Tributária (CST) são as tabelas que possuem a codificação a ser utilizada para informar a tributação dos produtos, tanto na emissão dos documentos fiscais, como no processo de escrituração fiscal para apuração de impostos e as declarações acessórias entregues periodicamente ao fisco. É por meio do CST informado nos documentos fiscais e nas declarações mensais (escrituração) que os governos realizam o acompanhamento e a fiscalização da apuração dos impostos, nas esferas federal e estadual. Existe a definição de tabela CST para algunsdos impostos, sendo eles: PIS, COFINS, IPI e ICMS. A codificação do CST dos tributos federais (IPI, PIS e COFINS) é composta por dois números, enquanto a CST ICMS é composta por três números. 17 Figura 6. Resumo dos tipos de Códigos de Situação Tributária existentes É importante destacar aqui, que os assuntos abordados neste tópico estão relacionados, de modo que a combinação do tipo de operação (CFOP) e o NCM do produto vão orientar para identificar o tipo de tributação ou não, representada pelos CST. Nos diversos sites de consultoria tributária que disponibilizam a opção de busca/pesquisa da tributação de um produto, é feita pelo seu NCM. Assim esses assuntos possuem a mesma relevância e devem ser considerados conjuntamente, para identificar se a operação possui ou não tributação e, qual será esta, conforme apresentado na figura 6. Os CST PIS e COFINS, possuem a mesma codificação para ambas as contribuições e são fundamentais para a apuração destes impostos. Devem ser informados nos documentos fiscais, na Escrituração Fiscal Digital ICMS e IPI e na Escrituração Fiscal Digital Contribuições. O CST IPI é utilizado nos documentos fiscais e na Escrituração Fiscal Digital ICMS e IPI (Imposto sobre produto industrializado), onde ocorre a apuração deste imposto. Inclusive empresas comerciais que não recolhem o IPI, devem informar corretamente este CST. O CST ICMS é composto por uma sequência de três números formada a partir de uma combinação, sendo o primeiro número equivalente à origem da CFOP NCM CST Figura 7. Itens que definem a tributação 18 mercadoria (Tabela A) e os outros dois números representam a tributação do ICMS (Tabela B), conforme demonstrado no quadro 16. É importante destacar que essa codificação será utilizada pelas empresas não tributadas pelo regime de tributação do Simples Nacional, pois estas possuem outra codificação. Quadro 14: Tabela de origem da mercadoria e Tributação pelo ICMS = CST ICMS ORIGEM DA MERCADORIA (A) + TRIBUTAÇÃO PELO ICMS (B) CÓDIGO DESCRIÇÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO 0 Nacional, exceto as indicadas nos códigos 3, 4, 5 e 8 00 Tributada integralmente 1 Estrangeira – importação direta, exceto a indicada no código 6 10 Tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária 2 Estrangeira – adquirida no mercado interno, exceto a indicada no código 7 20 Com redução de base de cálculo 3 Nacional – mercadoria ou bem com Conteúdo de Importação superior a 40% e inferior ou igual a 70%; 30 Isenta ou não tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária 4 Nacional – cuja produção tenha sido feita em conformidade com os processos produtivos básicos de que tratam o Decreto-lei n° 288/67 e as Leis n 8.428/91, 8.397/91, 10.176/2001 e 11.484/2007; 40 Isenta 41 Não tributada 50 Suspensão 5 Nacional – mercadoria ou bem com Conteúdo de Importação inferior ou igual a 40% (quarenta por cento); 51 Diferimento 6 Estrangeira – importação direta, sem similar nacional, constante em lista de Resolução CAMEX e gás natural; 60 ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária 7 Estrangeira – adquirida no mercado interno, sem similar nacional, constante em lista de Resolução CAMEX e gás natural; 70 Com redução de base de cálculo e cobrança do ICMS por substituição tributária 8 Nacional – mercadoria ou bem com Conteúdo de Importação superior a 70% (setenta por cento). 90 Outras Por exemplo, quando for utilizado o CST “060” significa que sua origem é totalmente nacional (0) e com ICMS cobrado por substituição tributária em operação anterior (60), assim 0 + 60 = “060”. Essa codificação é encontrada no Convênio ICMS s/nº de 15 de dezembro de 1970, do CONFAZ. (CONFAZ, 1970). Para as empresas optantes pelo regime de tributação do Simples Nacional, a codificação da tributação do ICMS é determinada pela Tabela CSOSN (Código de Situação da Operação do Simples Nacional). Para essas empresas a codificação é diferenciada devido a tributação e a forma de apuração do ICMS ocorrerem também de maneira diferenciada e, em alguns casos é apurado e recolhido juntamente no imposto Simples Nacional. A codificação CSOSN é formada por uma sequência numérica de três dígitos, conforme apresenta no quadro 8. 19 Quadro 8. Tabela de CSOSN CÓDIGO DESCRIÇÃO 101 Tributada pelo Simples Nacional com permissão de crédito de ICMS 102 Tributada pelo Simples Nacional sem permissão de crédito 103 Isenção de ICMS no Simples Nacional na faixa de receita bruta 201 Tributada pelo Simples Nacional com permissão de crédito e cobrança do ICMS por ST 202 Tributada pelo Simples Nacional sem permissão de crédito e com cobrança do ICMS por ST 203 Isenção do ICMS no Simples Nacional para faixa de receita bruta e cobrança de ICMS por ST 300 Imune de ICMS 400 Não tributada pelo Simples Nacional 500 ICMS cobrado anteriormente por ST ou por antecipação 900 Outros (operações que não se enquadram nos códigos anteriores) Vale destacar que no mercado várias empresas negociam entre si e, é comum a negociação entre empresas de regimes tributários diferentes. Conforme já explicado, o emitente de um documento fiscal realizará sua emissão respeitando o seu regime tributário e, o destinatário ao receber este documento fiscal deverá fazer sua análise e, conversão dos códigos tributários para o seu regime de tributação no momento da escrituração fiscal. Na internet é possível encontrar inúmeras tabelas de conversão, entretanto, recomenda-se que cada situação seja analisada individualmente devido as particularidades de cada estado. É importante esclarecer que a tributação do ICMS é de competência estadual, assim cada estado estabelece as formas de apuração, bases de cálculos, alíquotas, benefícios, entre outros. Nesse contexto é fundamental conhecer bem a legislação estadual para poder identificar a forma de apuração do ICMS e então conseguir utilizar de forma correta os CST ICMS ou CSOSN, tanto na emissão dos documentos fiscais quanto em suas escriturações. As empresas devem se atentar ao regime tributário federal e ao regime tributário estadual, para utilizar corretamente o CST ICMS ou CSOSN, conforme sintetiza a figura 8. Figura 8. Critérios para definir o CST de tributação estadual (ICMS) 20 Apresentaremos no Anexo I a Tabela CST PIS e CST COFINS juntos por serem utilizados os mesmos códigos para ambas as contribuições e, no Anexo II a Tabela CST IPI. Após efetuar as escriturações das operações fiscais, financeiras, patrimoniais e contábeis, deve-se proceder com a elaboração e transmissão das obrigações acessórias (declarações), que detalharemos no item seguinte. 21 TEMA 3 – PRINCIPAIS DECLARAÇÕES FEDERAIS DAS PESSOAS JURÍDICAS As pessoas jurídicas possuem obrigações tributárias que precisam cumprir, além de apurar e recolher os impostos. Algumas dessas obrigações são as declarações exigidas pelas legislações comerciais, societária, tributária e trabalhista que serão entregues aos órgãos competentes para que possam acompanhar e fiscalizar as operações dos contribuintes. O governo criou em 2007 o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) com o objetivo de unificar a recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que compõem as escriturações fiscais e contábeis das empresas. (SPED RFB, 2019). São várias as declarações que compõem o SPED e, abordaremos melhor no item seguinte. 3.1 Sistema Público de Escrituração Digital - SPED O universo de atuação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) envolve: Figura 9. Documentos fiscais x Obrigações Acessórias Neste item abordaremos as declarações que compõem o sistema SPED. Todas estas, serão assinadas digitalmente, pela empresa, sócios e/ou profissionaiscontábil e auditor responsável e, transmitidas por meio de um PVA (programa validador e assinador) disponibilizado pela Receita Federal. a) Escrituração Contábil Digital (ECD) É a escrituração dos registros contábeis em formato digital, ao qual as pessoas jurídicas possuem a obrigação de transmitir à Receita Federal a versão digital dos livros: •CT-e; NF-e; NFS-e; MFD-e; NFC-e. Documentos fiscais eletrônicos: •ECD •ECF •EFD ICMS IPI •EFD Contribuições •EFD-Reinf •E-Financeira •E-social Declarações: 22 • I - Livro diário; II • Livro Razão; III • Livro Balancetes diários, Balanços e fichas de lançamentos e demais livros auxiliares (se houver). Essa obrigatoriedade está em vigor desde 2014. (SPED RFB, 2019). • Periodicidade: anual. • Estão obrigadas: todas as pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real, Lucro Presumido, Imunes, Isentas, as Sociedades em Conta de Participação e, as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte que receberem aporte de capital na forma prevista nos artigos 61-A a 61-D da Lei Complementar 123/2006 (Investidor Anjo). • Prazo de envio: até o último dia útil do mês de maio do ano subsequente ao exercício encerrado e, para as empresas em situações especiais (extinção, fusão, cisão, etc.) o prazo é o último dia útil do mês subsequente à ocorrência do evento especial. (SPED RFB, 2019). b) Escrituração Contábil Fiscal (ECF) É a atual declaração de imposto de renda das pessoas jurídicas, entrou em vigor a partir do ano calendário de 2014 em substituição a DIPJ (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica) que está extinta desde então. Na ECF as pessoas jurídicas além de apresentar os registros contábeis, apresentarão também a apuração da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) por meio do e-LACS (Livro Eletrônico da Apuração da Base de Cálculo da Contribuição Social) e, a apuração do IPRJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) por meio do e-Lalur (Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real) e outras fichas de informações econômicas e gerais. (SPED RFB, 2019). • Periodicidade: anual. • Estão obrigadas: todas as pessoas jurídicas do regime de tributação do Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado, Imunes e Isentas. Estando dispensadas as empresas optantes pelo regime de tributação do Simples Nacional, os órgãos públicos e as empresas inativas. • Prazo de envio: até o último dia útil do mês de julho do ano subsequente ao exercício encerrado e, para as empresas em situações especiais (extinção, fusão, cisão, etc.) o prazo é o último dia útil do 23 terceiro mês subsequente à ocorrência do evento especial. (SPED RFB, 2019). c) Escrituração Fiscal Digital do ICMS e IPI (EFD ICMS IPI) Como a descrição sugere, é a escrituração digital dos registros do livro de entradas, saídas, apurações dos impostos ICMS e IPI e outras informações complementares. No portal do SPED da Receita Federal, está disponível o manual de preenchimento, entretanto, como se refere a apuração do ICMS que é de competência estadual, deve ser observado as disposições específicas do estado do contribuinte e, também deve ser observada as regulamentações do IPI, para que o preenchimento correto desta obrigatoriedade. (SPED RFB, 2019). • Periodicidade: mensal. • Estão obrigadas: todas as pessoas jurídicas contribuintes do ICMS e do IPI (sendo necessário observar a legislação de cada estado). • Prazo de envio: até o dia 20 do mês subsequente ao mês que se refere a declaração. (SPED RFB, 2019). d) A Escrituração Fiscal Digital Contribuições (EFD-Contribuições) É a escrituração digital da apuração das contribuições para o PIS, COFINS, tanto nos regimes de apuração cumulativo e não-cumulativo e, a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (conhecida como desoneração da folha de pagamento). Deverão ser escriturados todos os débitos e créditos dessas contribuições a fim de informar ao fisco os saldos a recolher ou a restituir, de forma centralizada na matriz, ou seja, todos os estabelecimentos (matriz e filiais) informarão uma única EFD-Contribuições. (SPED RFB, 2019). • Periodicidade: mensal. • Estão obrigadas: todas as pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação do Lucro Real, Presumido e Arbitrado e, as contribuintes da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta. • Prazo de envio: até o 10º dia útil do segundo mês subsequente ao mês que se refere a declaração. (SPED RFB, 2019). e) A Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-REINF) 24 É a escrituração em formato digital dos rendimentos pagos e retenções de Imposto de Renda, Contribuição Social do contribuinte exceto as relacionadas ao trabalho e a Contribuição Previdenciária sobre a Receita (CPRB). Essa declaração é complementar do e-Social e, objetiva substituir a DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte) e a GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e Informação à Previdência Social). Está em vigor desde 2018. A EFD-REINF não é entregue por meio de programa validador, mas por meio de WebService ou diretamente pelo portal e-CAC da Receita Federal. • Periodicidade: mensal. • Estão obrigadas: todas as pessoas jurídicas que prestam ou contratam serviços com cessão de mão de obra, que pagam rendimentos com retenção de impostos federais (PIS, COFINS, CS e IR); pessoas jurídicas que recolhem a CPRB, inclusive produtores rurais (PJ), empresas que recebem ou efetuam patrocínios a associações desportivas ou promover eventos esportivos e MEI que possuem empregados. • Prazo de envio: até o dia 15 do mês subsequente ao que se refere a declaração, seguindo o calendário de implantação do e-Social, conforme cada grupo de empresas. (SPED RFB, 2019). A Escrituração Eletrônica Financeira (e-Financeira) é o registro digital dos arquivos de cadastro, abertura, fechamento e auxiliares de todas as operações financeiras de interesse da Receita Federal. Entrou em vigor em substituição à DIMOF (Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira). • Periodicidade: semestral. • Estão obrigadas: pessoas jurídicas que exercem atividades de previdência complementar; Fundos de Aposentadoria Programada Individual (FAPI); de captação, intermediação e aplicação de recursos próprios ou de terceiros, inclusive consórcio e sociedades seguradoras de planos de seguro de pessoas. • Prazo de envio: o primeiro semestre deve ser entregue até o último dia útil do mês de agosto do mesmo ano calendário ao que se refere a declaração e, o segundo semestre deve ser entregue até o último dia 25 útil do mês de fevereiro do ano seguinte ao que se refere a escrituração. (SPED RFB, 2019). Essas são as declarações que compõem o SPED às quais as pessoas jurídicas estão obrigadas. Quanto ao e-Social, vamos apresentar no item 3.3, onde abordaremos as declarações trabalhistas. 3.2 Outras Declarações Federais Além das declarações que compõem o Sistema Público de Escrituração Digital, existem outras as quais as pessoas jurídicas devem atender, conforme os requisitos estabelecidos. São elas: DCTF, DCTFWEB; PGDAS-D; DEFIS; DASN-SIMEI. A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) é uma obrigação em que os contribuintes declaram as informações a respeito dos tributos e contribuições que ocorreram no período, detalhando valores e forma de pagamento, se a vista ou parcelado e, se houve compensação ou suspensão total ou parcial e os retidos, ou seja, confissão de débitos. A DCTF abrange os impostos: IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica); IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte); IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); IOF (Imposto sobre Operações Financeiras); CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido); PIS/Pasep (Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidos Público); COFINS(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social); CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira); CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), RET/Pagamento Unificado; CSRF (Contribuições Sociais Retidas na Fonte); COSIRF (Contribuições Sociais e Imposto de Renda Retidos na Fonte) e Contribuições Previdenciárias. (RFB, 2019). • Periodicidade: mensal. • Estão obrigadas: todas as pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real e Lucro Presumido, inclusive as Imunes e Isentas que recolham qualquer dos impostos citados acima, e as empresas do Simples Nacional quando estiverem sujeitas ao recolhimento da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta. • Prazo de envio: até o 15º dia útil do segundo mês subsequente ao que se refere a declaração. (RFB, 2019). 26 A DCTFWEB (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos ), difere em termos da DCTF normal, pois está relacionada com as questões previdenciárias, de modo que consolida as informações enviadas via e-SOCIAL e o EFD-REINF (RFB, 2022). Após o envio e os fechamentos dos eventos, gera-se a DARF Previdenciária. Figura 10. fluxo de informações. Fonte: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/manuais/manual-dctfweb No período de apuração em que não houver fatos geradores a declarar, a DCTFWeb deve ser gerada com o indicativo “sem movimento”, a partir do preenchimento e transmissão dos eventos periódicos de fechamento das escriturações digitais (RFB, 2021). Assim como EFD-REINF, a DCTFWEB não é entregue por meio de programa validador, mas por meio de WebService ou diretamente pelo portal e- CAC da Receita Federal. • Periodicidade: Categoria Prazo de Apresentação Geral - DCTFWeb Mensal Até dia 15 do mês seguinte 13º Salário - DCTFWeb Anual Até dia 20 de dezembro Espetáculo Desportivo - DCTFWeb Diária Até 2º dia útil após evento desportivo • Estão obrigadas: Todas as pessoas jurídicas de direito privado em geral e as equiparadas a empresa, as unidades gestoras de orçamento, consórcios, que contratam trabalhadores, a aquisição de produção rural de produtor rural pessoa física, o patrocínio de equipe de futebol profissional; ou a contratação de empresa para prestação de serviço sujeito à retenção sociais e previdenciárias. • Prazo de envio: até o 15º dia útil do segundo mês subsequente ao que se refere a declaração. (RFB, 2021). DCTFWEB E-Social EFD-REINF https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/manuais/manual-dctfweb 27 A PGDAS-D é a Declaração de Apuração Mensal do Simples Nacional, feita por meio do Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples (PGDAS) disponível no Portal do Simples Nacional. As empresas optantes por este regime de tributação devem declarar mensalmente a apuração do seu imposto, mesmo que seja de valor zero. A ausência dessa obrigação, não permite gerar a guia de recolhimento do imposto, tão pouco prosseguir a apuração dos demais períodos enquanto houver omissão de período anterior. (PORTAL DO SIMPLES NACIONAL, 2019). • Periodicidade: mensal. • Estão obrigadas: todas as empresas optantes pelo regime de tributação do Simples Nacional, com exceção dos Microempreendedores Individuais (MEI). • Prazo de envio: até o dia 20 do mês subsequente ao que se refere a declaração. (PORTAL DO SIMPLES NACIONAL, 2019). Além da declaração mensal, as pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional estão obrigadas a entregar anualmente a DEFIS – Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais. Essa declaração tem o objetivo de coletar informações financeiras, fiscais e econômicas dessas empresas, semelhante a uma declaração de imposto de renda de pessoas jurídicas não tributadas pelo Simples Nacional. (PORTAL DO SIMPLES NACIONAL, 2019). • Periodicidade: anual. • Estão obrigadas: todas as pessoas jurídicas optantes pelo regime de tributação do Simples Nacional, com exceção dos Microempreendedores Individuais (MEI). • Prazo de envio: até o último dia útil do mês de março do ano subsequente ao que se refere a declaração. (PORTAL DO SIMPLES NACIONAL, 2019). A DASN-Simei (Declaração Anual do Simples Nacional para o Microempreendedor Individual) é uma obrigação dos contribuintes MEI em que deverão informar o total de faturamento obtido no ano calendário encerrado e se teve ou não colaborador registrado. Com essa declaração é possível apurar o imposto devido nos casos em que a receita declarada ultrapassar o limite 28 previsto (atualmente oitenta e um mil reais). (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2019). • Periodicidade: anual. • Estão obrigados: todos os microempreendedores individuais. • Prazo de envio: até o último dia útil do mês de maio do ano subsequente ao que se refere a declaração. (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2019). O objetivo desta aula consiste em abordar as principais declarações que as pessoas jurídicas dos diversos regimes tributários estão obrigadas. Ressalta- se também, a existência outras declarações específicas para o ramo de atividade, tais como a DMED (Declaração de Serviços Médicos e de Saúde), a DIMOB (declaração de Informações sobre Atividades Imobiliários) e, outras declarações para situações específicas, como o caso da PerDcomp (Pedido Eletrônico de Restituição ou Ressarcimento e da Declaração de Compensação). A omissão ou a incorreção no preenchimento das declarações citadas neste tópico e as demais previstas na legislação, geram penalidades (normalmente multa) às pessoas jurídicas. 3.3 Declarações Trabalhistas Além das declarações fiscais, econômicas e tributárias, as organizações precisam enviar informações relativas aos eventos trabalhista e previdenciários. Integrando os eventos sociais e trabalhistas do Sistema SPED, a declaração mais importante neste segmento é o e-Social. O e-Social (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas) é o novo canal de comunicação dos empregadores com o governo, com vistas a unificar as informações dos trabalhadores, concentrando em um banco de dados único os cadastros, vínculos, remunerações, contribuições, folha de pagamento, comunicados de afastamentos, avisos prévios, escriturações fiscais e o FGTS (BRASIL, 2022). O envio dessa obrigação acessória, se dá de forma eletrônica direto no portal do e-Social, sítio eletrônico: https://www.gov.br/esocial/pt-br • Periodicidade: Mensal • Prazo de envio: até dia 15 do mês seguinte (mensal) e até dia 20/12 (13º salário). https://www.gov.br/esocial/pt-br 29 Importante pontuar que com a implementação do e-social, várias declarações trabalhistas, antes enviadas aos respectivos órgãos normativos subordinados, foram substituídas, conforme disciplinado na Portaria nº 1.195, de 30 de outubro de 2019, da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho: • CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Portaria SEPRT nº 1.127 a partir de janeiro/2020); • LRE - Livro de Registro de Empregados (para os que optarem pelo registro eletrônico); • CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social. • RAIS - Relação Anual de Informações Sociais (a partir do ano base 2019); • GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (em relação às Contribuições Previdenciárias); • GPS - Guia da Previdência Social. Isto posto, a implantação do e-Social ocorreu em fases, conforme consta no cronograma da figura 11. A última fase está prevista para janeiro de 2023, com a integração dos eventos SST (referente a saúde e a segurança do trabalhador) do grupo 4 – Órgãos Públicos e organizações internacionais. Figura 11. Cronograma do E-social Fonte: https://www.gov.br/esocial/pt-br/noticias/adiado-o-inicio-da-fase-de-envio-de-folhas-de-pagamento-para-orgaos-publicos-e-organizacoes-internacionais https://www.gov.br/esocial/pt-br/noticias/adiado-o-inicio-da-fase-de-envio-de-folhas-de-pagamento-para-orgaos-publicos-e-organizacoes-internacionais https://www.gov.br/esocial/pt-br/noticias/adiado-o-inicio-da-fase-de-envio-de-folhas-de-pagamento-para-orgaos-publicos-e-organizacoes-internacionais 30 Além do e-Social, tem-se ainda a DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte) é uma obrigação tributária utilizada para informar à Receita Federal a respeito das retenções de Imposto de Renda na Fonte, de maneira detalhada abordando os rendimentos pagos mensalmente, bem como a sua natureza e, os impostos deduzidos. Estão obrigadas à sua entrega, todas as pessoas jurídicas, independente da forma de tributação e, também as pessoas físicas que realizaram retenção do imposto de renda no ano calendário objeto da declaração. Sua geração e transmissão é realizada por meio do PGD DIRF (Programa Gerador da DIRF). (RFB, 2019). • Periodicidade: anual. • Prazo de envio: até o último dia útil do mês de fevereiro do ano subsequente ao que se refere a declaração. (RFB, 2019). A Instrução normativa da Receita Federal de nº 2.096/2022 determina que as informações enviadas pela DIRF serão naturalmente substituídas pelas informações enviadas por meio do e-Social e EFD-REINF a partir de janeiro de 2024. Isto posto, as informações referentes aos anos calendários, 2022 e 2023 serão enviados normalmente. 31 TEMA 4 – PRINCIPAIS DECLARAÇÕES ESTADUAIS E MUNICIPAIS DAS PESSOAS JURÍDICAS Em âmbito estadual, os contribuintes também precisar atender aos dispositivos que estabelecem obrigações acessórias e declarações. 4.1 DESTDA A Declaração de Substituição Tributária, Diferencial de Alíquota e Antecipação (DESTDA) instituída pela Ajuste SINIEF 12/2015, como o próprio nome sugere é uma declaração em que são informados os valores de ICMS Substituição Tributária retido, ICMS recolhido de forma antecipada e o ICMS diferencial de alíquotas. É obrigatória aos contribuintes de ICMS e, optantes pelo regime de tributação do Simples Nacional, com exceção dos Microempreendedores Individuais e optantes do Simples Nacional vedados de recolher ICMS nesse regime, devido ter ultrapassado o sublimite estadual. As pessoas jurídicas, optantes por este regime de tributação (Simples Nacional) e que não sejam contribuintes do ICMS, ou seja, estabelecimentos exclusivamente prestadores dos serviços previstos na LC 116/2003, estão dispensados dessa obrigatoriedade, por não apurarem e recolherem o ICMS. É uma obrigação acessória estabelecida nacionalmente, todavia, como se refere ao imposto ICMS que é de competência estadual, os Estados podem elaborar legislações com obrigatoriedades ou dispensas. Por isso, é fundamental que sempre seja observado a legislação do estado sede da empresa, para conhecer as particularidades que o contribuinte está obrigado. • Periodicidade: mensal. • Prazo de envio: até o dia 28 do mês subsequente ao que se refere a declaração. Para seu preenchimento é utilizado o programa SEDIF que gera o arquivo para transmissão pelo TED (Transmissor Eletrônico de Documentos). 4.2 Outras declarações estaduais 32 Além da DESTDA os Estados podem estabelecer outras obrigatoriedades aos seus contribuintes, pessoas jurídicas e produtores rurais pessoas físicas. A Escrituração Fiscal Digital do ICMS e IPI (EFD ICMS IPI) já abordada no item 3.1, é uma declaração que pertence ao Sistema Público de Escrituração Digital é, obrigatória aos contribuintes desses dois impostos: ICMS e IPI. Os contribuintes devem observar o que prevê a legislação do seu estado para saber a respeito de sua obrigatoriedade e outras condições de seu preenchimento e transmissão. Destaca-se que os produtores rurais pessoa física, também podem estar obrigados à essa declaração, conforme definir seu estado, por ser um contribuinte do ICMS. Outra obrigação acessória existente é a GIA ICMS (Guia de Informação e Apuração do ICMS) que consiste em uma declaração destinada a escrituração da apuração do ICMS, em que o contribuinte declara os valores de suas movimentações fiscais de entradas e saídas, os valores referentes ao ICMS, creditado, debitado e devido e, ainda os benefícios obtidos. Os Estados que utilizam essa declaração, disponibilizam o programa para seu preenchimento e geração do arquivo a ser transmitido. Destaca-se que em muitos Estados essa obrigatoriedade foi substituída pelo EFD ICMS IPI em situações específicas e, em alguns casos ainda se utilizam dessa declaração, sendo necessário conhecer a legislação estadual para obter informações sobre obrigatoriedade e prazos de envio. Outra declaração comum é o Sintegra (Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços) que abrange informações de operações de entradas e saídas internas, interestaduais e internacionais realizadas pelos contribuintes do ICMS. Sua geração deverá ocorrer pelo sistema informatizado de registro e escrituração dos próprios contribuintes que realizarão a validação desse arquivo por meio de uma Validador e, para sua transmissão é utilizado o TED (Transmissor Eletrônico de Documentos). Os governos disponibilizam apenas o validador e o TED. Podem estar obrigadas à essa declaração, os contribuintes do ICMS pessoa jurídica e pessoa física, sendo necessário conhecer a legislação do Estado sede para obter informações sobre obrigatoriedade e prazos de envio. O Sintegra e a GIA ICMS foram declarações criadas e utilizadas pelos Estados muito antes do surgimento da EFD ICMS IPI e, em muitos casos esta última já substituiu as duas primeiras, entretanto, ainda é comum sua utilização. 33 4.3 Declarações Municipais Enquanto contribuintes municipais, as pessoas jurídicas terão obrigações a cumprir junto ao seu município sede. Umas das obrigações principais que abordamos na aula 02 é a obtenção da inscrição municipal e do Alvará Municipal. Para os prestadores de serviços tributados pelo ISSQN, os municípios podem estabelecer obrigações acessórias relacionadas a apuração e recolhimento deste imposto. Onde já utiliza a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) normalmente, a apuração do ISSQN já ocorre eletronicamente também, no mesmo sistema utilizado para a emissão da nota fiscal. Também é fundamental aos contribuintes conhecerem a legislação municipal, para ter maior clareza quanto as obrigações que estão obrigados. 34 TEMA 5 – PRINCIPAIS DECLARAÇÕES DO PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA A participação dos produtores rurais pessoa física na economia brasileira é bastante significativa e, nos mais variados portes, desde agricultura familiar, micro produtor à grandes produtores que até exportam sua produção. Devido ao volume de sua movimentação, estes contribuintes possuem obrigações acessória específicas. 5.1 CAEPF Antes de abordarmos as declarações, precisamos abordar o CAEPF (Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa Física) obrigatória a todas as pessoas físicas que desenvolvem atividades econômicas de maneira autônoma. O produtor rural quando exerce sua atividade sem constituir pessoa jurídica, se enquadra como pessoa física autônoma e contribuinte individual/especial do INSS, estando assim, obrigado a realizar esse cadastro que passou a ser exigido a partir de janeiro de 2019. (RFB, 2019). O CAEPF é administrado pela Receita Federal do Brasil e, reúne informações das atividades econômicas que são desenvolvidas pela pessoa física. É um cadastro simples de ser realizado que substitui a matrícula CEI (Cadastro Específico do INSS) e, é fundamental para o cumprimento de obrigações acessórias como e-Social, nas operações realizadas que envolvam estes contribuintes individuais. (RFB, 2019). É importante destacar que o CAEPFtambém será utilizado para acompanhar as contribuições previdenciárias destes contribuintes e, no caso do produtor rural o Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural) que a partir de 2019 poderá ser incidente sobre a receita bruta da comercialização da produção rural ou sobre a folha de pagamento do empregador rural. (RFB, 2019). 5.2 DIRPF A DIRPF (Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física) é a declaração obrigatória anualmente aos contribuintes pessoa física do Imposto de Renda e, o produtor rural na condição de pessoa física que exerce atividade econômica também precisa cumprir essa obrigação. 35 A apuração da tributação sobre a renda gerada nas atividades rurais da pessoa física ocorrerá na DIRPF. Essa declaração possui uma ficha específica para o detalhamento das atividades rurais desenvolvidas e, sua tributação poderá ocorrer de duas formas: sobre o resultado obtido no período ou no limite de 20% da receita bruta auferida. O contribuinte poderá optar pela opção mais vantajosa e, efetuará a opção no próprio programa durante o preenchimento da mesma e, o imposto apurado deverá ser recolhido. (RFB, 2019). Exclusivamente para a atividade rural, somente estão obrigados a DIRPF os produtores rurais que ultrapassarem o limite da receita bruta isenta. Esse limite é estabelecido anualmente pela Receita Federal e, existem outras condições que possam tornar obrigatória a entrega dessa declaração, sendo responsabilidade do contribuinte conferir se atende algum requisito da obrigatoriedade e, caso contrário estará dispensado da mesma. (RFB, 2019). Aliada à DIRPF tem-se a obrigatoriedade da escrituração em Livro Caixa, para aqueles contribuintes que apresentarem a DIRPF e obtiverem receita bruta na atividade rural superior a R$56.000,00 (cinquenta e seis mil reais). Estes contribuintes deverão efetuar o registro em Livro Caixa por meio de sistema de processamento eletrônico de dados numerados sequencialmente, contendo os termos de abertura e encerramento. (RFB, 2019). Para melhorar o monitoramento e fiscalização da tributação das atividades rurais, a Receita Federal implantou o LCDPR (Livro Caixa Digital do Produtor Rural) obrigatório a partir do ano calendário de 2019, para os produtores rurais que obtiverem receita bruta superior a R$3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais), devendo ser preenchido mensalmente e será entregue no mesmo período de entrega da DIRPF do mesmo exercício. O contribuinte utilizará sistema de processamento de dados próprio para efetuar esse registro e fará sua transmissão ao governo por meio do Portal E-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte), validando juridicamente esse arquivo com certificação digital. (RFB, 2019). A DIRPF é de periodicidade anual, abrangendo a apuração de um ano calendário normal (de 01 de janeiro a 31 de dezembro) e, o seu prazo é de entrega é de março até o último dia útil do mês de abril do ano subsequente ao que se refere a declaração. A não entrega no prazo ou a entrega com incorreções gera penalidade (multa). (RFB, 2019). 36 5.3 DITR A DITR (Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) é uma obrigação aplicada aos proprietários, titulares de domínio útil, que contenham a posse ou usufruto de imóveis rurais, podendo ser pessoa física ou pessoa jurídica. Nessa declaração ocorre a apuração do imposto sobre a propriedade territorial rural. Deve ser entregue anualmente, no prazo definido pela Receita Federal, que normalmente é entre em meados de agosto até o último dia útil do mês de setembro do mesmo ano calendário de apuração do imposto. (RFB, 2019). Nesta declaração serão informados os dados da utilização do imóvel abrangendo áreas produtivas, não produtivas, não utilizadas e reservas ambientais, bem como os valores das benfeitorias realizadas. Em alguns casos é exigido maior detalhamento da atividade exercida, seja agrícola, pecuária ou extrativa. (RFB, 2019). Na apuração do imposto é considerado o percentual de utilização da área e o valor da terra nua (terra sem benfeitorias). Para apuração do valor da terra nua deve-se observar os valores estabelecidos pela Prefeitura Municipal, pois trata-se de um imposto de competência dos municípios. Há também casos de isenção e imunidade previstos na legislação e, que deverão ser informados na declaração para a não ocorrência de cobrança do imposto. (RFB, 2019). A não entrega da declaração no prazo ou a entrega com incorreções ocasionará penalidades ao contribuinte. Alerta-se ainda que toda declaração entregue ao governo, poderá ser objeto de auditoria e, constatada irregularidades, os responsáveis serão penalizados. É importante lembramos que o produtor rural pessoa física é um contribuinte do ICMS e, além das obrigações citadas neste tópico, devem observar a legislação do seu Estado, a fim de identificar as obrigações acessórias que precisa cumprir, podendo estar obrigado ao EFD ICMS IPI, GIA ICMS, Sintegra e outros. E, quando o produtor rural efetuar o registro dos seus colaboradores se tornará um “empregador” que terá a obrigatoriedade de cumprimento de obrigações acessórias trabalhistas e previdenciárias, citadas no item 3.3 desta aula. 37 TROCANDO IDEIAS Dos assuntos abordados nesta aula, um dos mais complexos é a aplicação dos códigos tributários, em especial os do ICMS. Nesse sentido, para maior compreensão do tema, propõe-se que a aluno procure profissionais que desenvolvam atividades no setor fiscal e que trabalhe com essa codificação diariamente, tanto em empresas privadas ou em escritórios prestadores de serviços contábeis, a converse a respeito da utilização dos códigos CST ICMS e o CSOSN e, quais critérios utilizam para a sua conversão no momento da escrituração dos documentos fiscais de entradas. Caso não conheça nenhum profissional que atua nisso, sugere-se que procure fóruns sobre esse assunto na internet, que também será útil e o aluno não ficará sem praticar a atividade. NA PRÁTICA Para compreender um pouco mais sobre os documentos fiscais, propomos que o aluno procure pelo menos três documentos fiscais, podendo ser aqueles do dia a dia, seu, dos familiares e até de amigos e, identifique: • O CFOP utilizado; • O NCM dos produtos e sua descrição; • Códigos de Situação Tributária (CST); Após identificar, pede-se que I) pesquise na internet o significado do código NCM utilizado conferindo se é compatível com a descrição do produto contido no documento fiscal; II) realize uma comparação das informações com o conteúdo desta aula e, verifique se está de acordo com os dados utilizados. FINALIZANDO Nesta aula abordamos temas bastante relevantes ao operacional das empresas, de todos os portes. Podemos perceber que a emissão dos documentos fiscais é uma atividade repleta de complexidade devido às diversas informações referente à tributação dos produtos e a utilização de modo correto dos códigos específicos. As declarações aos quais estão sujeitas as pessoas jurídicas e o produtor rural pessoa física não são poucas e, exige conhecimento prévio e muita atenção dos profissionais responsáveis por seu preenchimento e transmissão. Destacamos também que sempre deve ser consultada as 38 legislações municipais, estaduais e federais para que o contribuinte possa atender as obrigações tributárias de maneira adequada. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei Complementar Federal nº 116, de 31 de julho de 2003. Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios de do Distrito Federal e, dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm>. CONFAZ, 1970. Convênio S/Nº, de 15 de dezembro de 1970. Disponível em: <https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/ajustes/sinief/cvsn_70?utm_sour ce=blog&utm_campaign=rc_blogpost>.INVEST & EXPORT BRASIL. (2019). Codificação de Produtos e Serviços (NCM/NBS). Disponível em: <https://investexportbrasil.dpr.gov.br/ProdutosServicos/frmPesquisaProdutosSe rvicosFull.aspx>. Acesso em: 25 jun 2019. PORTAL DA NF-e. (2019). Nota Fiscal Eletrônica. Disponível em: < http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/principal.aspx>. Acesso em: 21 jun 2019. PORTAL DO CT-e. (2019). Conhecimento de Transporte Eletrônico. Disponível em: <http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/principal.aspx>. Acesso em: 21 jun 2019. PORTAL DO EMPREENDEDOR. (2019). Portal do Empreendedor Individual – MEI. Disponível em: < http://www.portaldoempreendedor.gov.br/>. Acesso em 25 jun 2019. PORTAL DO SIMPLES NACIONAL. (2019). Simples Nacional. Disponível em:<http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/>. Acesso em: 26 jun 2019. PORTAL MTE. (2019). Portal do Ministério do Trabalho. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/portal-mte/>. Acesso em 26 jun 2019. PORTAL SPED RFB. (2019). Sistema Público de Escrituração Digital: MDF- e. disponível em: <http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/1515>. ______. (2022). Sistema Público de Escrituração Digital: MDF-e. disponível em: <http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/1515>. RFB. (2019). Receita Federal do Brasil. Disponível em: <http://receita.economia.gov.br/>. Acesso em: 25 jun 2019. SPED RFB. (2019). Sistema Público de Escrituração Digital. Disponível em: < http://sped.rfb.gov.br/>. Acesso em: 22 jun 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/ajustes/sinief/cvsn_70?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/ajustes/sinief/cvsn_70?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost https://investexportbrasil.dpr.gov.br/ProdutosServicos/frmPesquisaProdutosServicosFull.aspx https://investexportbrasil.dpr.gov.br/ProdutosServicos/frmPesquisaProdutosServicosFull.aspx http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/principal.aspx http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/principal.aspx http://www.portaldoempreendedor.gov.br/ http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/ http://trabalho.gov.br/portal-mte/ http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/1515 http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/1515 http://receita.economia.gov.br/ http://sped.rfb.gov.br/ 39 ANEXO I: Tabela CST PIS e Cofins CÓDIG O DESCRIÇÃO 01 Operação Tributável com Alíquota Básica 02 Operação Tributável com Alíquota Diferenciada 03 Operação Tributável com Alíquota por Unidade de Medida de Produto 04 Operação Tributável Monofásica - Revenda a Alíquota Zero 05 Operação Tributável por Substituição Tributária 06 Operação Tributável a Alíquota Zero 07 Operação Isenta da Contribuição 08 Operação sem Incidência da Contribuição 09 Operação com Suspensão da Contribuição 49 Outras Operações de Saída 50 Operação com Direito a Crédito - Vinculada Exclusivamente a Receita Tributada no Mercado Interno 51 Operação com Direito a Crédito – Vinculada Exclusivamente a Receita Não Tributada no Mercado Interno 52 Operação com Direito a Crédito - Vinculada Exclusivamente a Receita de Exportação 53 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a Receitas Tributadas e Não-Tributadas no Mercado Interno 54 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a Receitas Tributadas no Mercado Interno e de Exportação 55 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a Receitas Não-Tributadas no Mercado Interno e de Exportação 56 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a Receitas Tributadas e Não-Tributadas no Mercado Interno, e de Exportação 60 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada Exclusivamente a Receita Tributada no Mercado Interno 61 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada Exclusivamente a Receita Não-Tributada no Mercado Interno 62 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada Exclusivamente a Receita de Exportação 63 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada a Receitas Tributadas e Não-Tributadas no Mercado Interno 64 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada a Receitas Tributadas no Mercado Interno e de Exportação 65 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada a Receitas Não- Tributadas no Mercado Interno e de Exportação 66 Crédito Presumido - Operação de Aquisição Vinculada a Receitas Tributadas e Não-Tributadas no Mercado Interno, e de Exportação 67 Crédito Presumido - Outras Operações 70 Operação de Aquisição sem Direito a Crédito 71 Operação de Aquisição com Isenção 72 Operação de Aquisição com Suspensão 73 Operação de Aquisição a Alíquota Zero 74 Operação de Aquisição sem Incidência da Contribuição 75 Operação de Aquisição por Substituição Tributária 98 Outras Operações de Entrada 99 Outras Operações 40 ANEXOII: Tabela CST IPI CÓDIGO DESCRIÇÃO 00 Entrada com Recuperação de Crédito 01 Entrada Tributável com Alíquota Zero 02 Entrada Isenta 03 Entrada Não-Tributada 04 Entrada Imune 05 Entrada com Suspensão 49 Outras Entradas 50 Saída Tributada 51 Saída Tributável com Alíquota Zero 52 Saída Isenta 53 Saída Não-Tributada 54 Saída Imune 55 Saída com Suspensão 99 Outras Saídas
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