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20-39973 CDD-657 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Guerra, Fellipe Matos Descomplicando o setor fiscal [livro eletrônico] : 101 perguntas e respostas / Fellipe Matos Guerra, Marcos Antonio Monte de Lima Filho. -- 1. ed. -- Fortaleza, CE : Instituto de Inteligência Fisca e SPED, 2020. 1 Mb ; PDF Bibliografia ISBN 978-65-991664-0-2 1. Contabilidade 2. Contabilidade fiscal 3. Contabilidade - Guias, manuais, etc. 4. Tributos I. Lima Filho, Marcos Antonio Monte de. II. Título. Índices para catálogo sistemático: 1. Contabilidade fiscal 657 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964 PREFÁCIO P R E F Á C I O Felipe Teixeira e Rondinelly Coelho É indiscutível que a área fiscal se trata de um labirinto arriscado de ser percorrido no Brasil. A quase infindável quantidade de obrigações acessórias a ser cumprida pelos contribuintes e o emaranhado normativo-tributário vigente têm exigido, cada vez mais, que os profissionais da contabilidade, do direito e de áreas afins expandam seu conhecimento para além do campo de suas formações iniciais. Ainda bem que, de vez em quando, nos deparamos com trabalhos como os que estamos a prefaciar, que se apresentam como verdadeiras ferramentas de auxílio para aqueles que militam na seara contábil-fis- cal. E se falar de tributos, obrigações acessórias e regimes tributários pode tornar-se enfadonho e parecer difícil até mesmo para aqueles que simpatizam com a matéria, eis que Fellipe Guerra e Marcos Lima se propõem a abordar esses temas de uma forma leve e explicativa, por meio de uma obra repleta de perguntas e respostas. O livro, na verdade, se transforma em um compêndio para aqueles que desejam aprofundar-se no estudo dos tributos em espécie, do Simples Nacional e de aspectos relevantes da escrituração contábil digital. É P R E F Á C I O também fonte de conhecimento para os que se deparam, no dia a dia profissional, com desafios relacionados ao Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, e com dúvidas acerca de multas por descumprimento de obrigações acessórias. Das alíquotas aplicáveis ao ICMS, passando pelos créditos de PIS/ COFINS e chegando ao Fator R do Simples Nacional, a obra reflete uma tentativa evidente dos autores de subsidiar o leitor com o máximo de informações práticas, todas relacionadas ao cotidiano dos profissionais envolvidos com a gestão contábil e tributária. Em uma nação que figura no topo do ranking quando o assunto é complexidade do sistema tributário, os estudantes e aqueles que militam nas áreas contábil e fiscal/tributária certamente agra- decem os que, por meio de obras de valor, se dispõem a tornar o caminho menos espinhoso. E é por isso que, com a mesma satisfação e alegria que tivemos em escrever esse prefácio, convidamos você, leitor, a desfrutar desse belo trabalho, resultado de anos de dedicação de Fellipe Guerra e Marcos Lima ao estudo da contabilidade e do setor fiscal, somados à incessante vontade de contribuir. Boa leitura! Na condição de parceiro de muitos anos, apoiando sempre eventos e publicações que visam o aperfeiçoamento e valorização do profi ssional contábil, a e-Auditoria parabeniza o professor Fellipe Guerra e Marcos Lima pela publicação de mais um livro. A e-Auditoria acredita que a educação e tecnologia são os principais agentes de transformação profi ssional para o público contábil. Nesse sentido, o sucesso e a dedicação dos professores Fellipe Guerra e Marcos Lima na formação e qualifi cação desse público nos inspira a continuar inovando e desenvolvendo as melhores ferramentas para os profi ssionais do setor. Somos uma empresa focada em soluções de auditoria digital para o segmento fi scal, tributário e trabalhista. A suíte e-Auditoria incluí diversas ferramentas que simplifi cam e valorizam o trabalho do profi ssional. Entre as ferramentas disponíveis estão o e-Auditor, principal sistema de Inteligência Fiscal do mercado, e o e-Recuperador, plataforma líder para recuperação de créditos tributários. e-auditoria Participar da construção deste projeto, junto a grandes parceiros, é saber que estamos contribuindo com a difusão do conhecimento para os profi ssionais da área fi scal de todo o Brasil. Os professores trazem neste livro diversas dúvidas que são bastante comuns entre os profi ssionais da área fi scal, assim contribuindo de maneira muito positiva para o crescimento de todos. Assim, fi camos honrados em participar da disseminação do conhecimento pelo país. José Carlos Fortes, presidente da FORTES TECNOLOGIA EM SISTEMAS. A Fortes Tecnologia em Sistemas atua há mais de 25 anos em âmbito nacional na área de tecnologia da informação, desenvolvendo soluções para empresas contábeis e gestão empresarial. e-auditoria fortes tecnologia sieg A SIEG é líder e especialista em gestão de documentos fi scais eletrônicos, desde a captura dos arquivos XML de NF-e, CTe, NFC-e, CF-e e NFS-e até a organização e análise dos dados obtidos a partir da Receita Federal e SEFAZ. Desde 2009 trabalhamos para ajudar empresas nessa atividade tão importante que é a organização e a gestão da área fi scal, que envolve desafi os diários. Nos últimos anos, a SIEG tem atendido mais de 50.000 empresas em todo território nacional e é a ação número 1 para os maiores escritórios de contabilidade do Brasil. É com honra que fazemos parte deste livro, que visa ajudar a contadores, tarefa que cumprimos com orgulho, e que pretendemos continuar cada vez mais. Para nós é um prazer colaborar com esta obra. Sumário Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – e Outros Assuntos Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofi ns) Imposto sobre Circulação das Mercadorias e Prestações de Serviços (ICMS) Simples Nacional Pergunta 101 Bibliografi as 1 9 515 33 63 89 93 77 3 4 5 6 7 2 Capítulo 1 Capítulo 1Capítulo 1 Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) 13 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED 1. Quais os 5 erros mais frequentes no SPED Fiscal? • Informar itens com códigos diferentes e a mesma descrição; Ocorre geralmente antes de cadastrar um novo produto sem verificar se há um cadastro adequado para tal, incorrendo em duplicidade, e gerando grandes problemas no controle fiscal do estoque. O estoque físico, então, ficará divergente do estoque fiscal, não por omissão de entrada ou saída, ou seja, ausência de emissões de documentos fiscais, mas por desalinhamento cadastral. • Não informar o fator de conversão quando necessário Um ponto específico tem gerado muitas dúvidas para as empresas: o Registro 0220 (Fatores de Conversões de Unidades). Isto porque devemos escriturar as notas fiscais de entrada com as quantidades dos itens constantes dos respectivos documentos. O problema começa a ocorrer, por exemplo, quando o fornecedor emite a nota fiscal em unidade de medida distinta daquela utilizada pela empresa compradora. Para resolver esta situação utilizamos o Registro 0220, informando um fator de conversão entre a unidade do fornecedor e a unidade utilizada pelo comprador. Vamos analisar a escrituração do fator de conversão através de um exemplo concreto. Imaginemos que uma empresa que comercializa creme de leite e adquire o produto de diversos fornecedores: o Fornecedor A: vende caixa de creme de leite com 24 latas; o Fornecedor B: vende caixa de creme de leite com 12 latas; o Fornecedor C: vende unidades (latas). A empresa compradora comercializa o produto (creme de leite) em duas unidades de medida: o Caixa com 12 latas; o Unidade (lata). Vejamos como escriturar estas operações na EFD ICMS/IPI: 14 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED oNo Registro 0190 (Identificação das Unidades de Medida) iremos cadastrar as unidades de medidas utilizadas no arquivo digital. Importante diferenciarmos as caixas que contêm 12 e as caixas que contêm 24 unidades com códigos diferentes. Caso contrário, nosso controle de estoque ficará completamente desorganizado. CX12 Caixa com 12 unidades CX24 Caixa com 24 unidades LT200 Lata com 200 gramas No Registro 0200 (Tabela de Identificação do Item) informaremos as mercadorias, serviços, produtos ou quaisquer outros itens concernentes às transações fiscais e aos movimentos de estoques em processos produtivos, bem como os insumos. Só devem ser apresentados itens referenciados nos demais blocos, exceto se for apresentado o fator de conversão no registro 0220 (a partir de julho de 2012). A identificação do item (produto ou serviço) deverá receber o código próprio do informante do arquivo, e este código deve ser o mesmo na emissão dos documentos fiscais, na entrada das mercadorias ou em qualquer outra informação prestada ao fisco. Observar que no campo 06 do Registro 0200 devemos informar a unidade de medida utilizada na quantificação de estoques, ou seja, aquela que será utilizada no Inventário. Não se trata das unidades de medida utilizadas nos documentos fiscais. Recomendamos utilizar a menor unidade comercializada, ou seja, “LT200” (Lata com 200 gramas). Chegamos finalmente ao Registro 0220 (fatores de Conversão de Unidades), que tem por objetivo informar os fatores de conversão dos itens discriminados na Tabela de Identificação do Item (Produtos e Serviços) entre a unidade informada no Registro 0200 e as unidades informadas nos registros dos documentos fiscais ou nos registros do controle da produção e do estoque, Bloco K. Nos documentos eletrônicos de emissão própria, quando a unidade comercial for diferente da unidade do inventário, este Registro deverá ser informado. Quando for utilizada unidade de inventário (bloco H) ou unidade de medida de controle de 15 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED estoque (bloco K) diferente da unidade comercial do produto é necessário informar o registro 0220 para informar os fatores de conversão entre as unidades. No nosso exemplo existem dois fatores de conversão para um mesmo item: “Caixa com 24 unidades” em relação à unidade de estoque “Lata com 200 gramas”: fator de conversão 24 “Caixa com 12 unidades” em relação à unidade de estoque “Lata com 200 gramas”: fator de conversão 12 No Registro C170 (Itens do Documento) iremos discriminar os itens da nota fiscal (mercadorias e/ou serviços constantes em notas conjugadas), inclusive em operações de entrada de mercadorias acompanhada de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de emissão de terceiros. Na aquisição de mercadorias o documento deve ter os itens informados neste Registro de acordo com “a unidade de medida de comercialização do item utilizada no documento fiscal”. Assim, toda vez que a unidade informada no documento de entrada for diferente da utilizada para o inventário, deve ser informado, além do Registro 0190 com a unidade de medida, o Registro 0220 com o fator de conversão. • Preencher informação de crédito quando não tem direito Conforme o guia prático somente é necessário preencher, valor do crédito, base de cálculo, quando, de fato, houver crédito tributário de ICMS ou de IPI. Neste caso, se houver uma empresa Substituída Tributária, e não houver recolhimento, pois as demais cadeias anteriores recolheram tal tributo, não há necessidade de preenchimento em tais campos. • Informar o C170 nas notas eletrônicas de emissão própria NF-e de emissão própria, regra geral, devem ser apresentados somente os registros C100 e C190. Somente será admitida a informação do registro C170 (ITENS DO DOCUMENTO) quando também houver sido informado o registro C176, hipótese de emissão de documento fiscal quando houver direito a Ressarcimento de ICMS em Operações com Substituição Tributária. 16 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED • Indicador de pagamento incompatível com o CFOP informado Conforme o guia prático, o registro C100 do SPED Fiscal, campo 13, tem os seguintes indicadores de pagamento: o 0: À vista; o 1: A prazo; o 2: Outros. O alinhamento entre a operação e o registro financeiro tem que existir para não incorrer em inconformidade da informação fiscal. 2. Quais os 5 erros mais frequentes na EFD Contribuições? • Não informar as receitas financeiras As receitas financeiras devem ser informadas no Registro F100 (Demais Documentos e Operações Geradoras de Contribuição e Créditos). A orientação expressa do Guia Prático da EFD Contribuições, em que, deverão ser informadas no Registro F100 as demais operações que, em função de sua natureza ou documentação, não sejam passíveis de serem escrituradas nos Blocos A (serviços sujeitos ao ISSQN), C (mercadorias) e D (serviços sujeitos ao ICMS). Assim, devem ser informadas no registro F100 as operações representativas das demais receitas auferidas, com incidência ou não das contribuições sociais, bem como das demais aquisições, despesas, custos e encargos com direito à apuração de créditos das contribuições sociais, que devam constar na escrituração do período. Incluem-se neste rol as Receitas Financeiras auferidas no período. • Escriturar documentos que não se refiram a operações geradoras de créditos Conforme o guia prático do SPED Contribuições não é necessário enviar operações que não tenham créditos ou débitos tributários, por exemplo: remessas e retornos de mercadorias. 17 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED • Escriturar notas fiscais canceladas Não existe a obrigatoriedade. Optando a Pessoa Jurídica por escriturar as NF-e (modelo 55) de forma consolidada (C180 e filhos), não deverá incluir as receitas referentes às notas fiscais canceladas. • Não informar valores retidos na fonte A Empresa “A” efetuou uma Prestação de Serviços e destacou os impostos PIS e COFINS para retenção. A empresa tomadora do serviço (Empresa B) recolheu o PIS e a COFINS retido na Fonte. Durante a escrituração da Empresa “A”, esta mesma retenção deve ser abatida somente da Contribuição devida pela receita dos Serviços Prestados ou poderá fazê- lo também da Contribuição devida pela Receita de Venda de Produtos, por exemplo. A utilização como dedução, dos valores retidos, está sempre vinculada à natureza da receita a que corresponde o serviço prestado ou o bem vendido. Se a receita tem natureza não cumulativa (independentemente da receita ser da prestação de serviço ou da venda de bens e mercadorias), a contribuição retida na fonte será utilizada para deduzir da contribuição não cumulativa. • Entregar a EFD sem movimento A Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012 dispensa da obrigatoriedade da apresentação da EFD-Contribuições no caso de pessoa jurídica sujeita à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real ou Presumido em relação aos correspondentes meses do ano-calendário, em que: o Não tenha auferido ou recebido receita bruta da venda de bens e serviços, ou de outra natureza, sujeita ou não ao pagamento das contribuições, inclusive no caso de isenção, não incidência, suspensão ou alíquota zero; o Não tenha realizado ou praticado operações sujeitas a apuração de créditos da não cumulatividade do PIS/Pasep e da COFINS, inclusive referentes a operações de importação. 18 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED 3. Quais as etapas para elaboração de uma Auditoria Digital? A auditoria digital é um procedimento que visa identificar de maneira preventiva possíveis inconsistências nas informações fiscais enviadas pelos contribuintes. Não podemos confundir a auditoria digital, com a auditoria contábil que é uma ramificação da ciência contábil, inclusive com normas especificas para a aplicação. A auditoria digital é um procedimento que deverá seguir um processo estruturado para que possa alcançar o resultado esperado, seguemas etapas. • Validação • Cruzamento • Conciliação • Saneamento dos dados • Criação de indicadores • Antecipação a erros Cada uma dessas etapas deve ser seguida com cuidado afim de que os problemas detectados não voltem a ocorrer. 4. Quando deve ser apresentado o inventário? O bloco H, com informações do inventário, deverá ser informado até a movimentação do segundo período de apuração subsequente ao levantamento do balanço. Em regra, as empresas encerram seu balanço no dia 31 de dezembro, devendo apresentar o inventário na escrituração de fevereiro, entregue em março. Contribuinte que apresente inventário com periodicidade anual ou trimestral, caso apresente o inventário de 31/12 na EFD-ICMS/IPI de dezembro ou janeiro, deve repetir a informação na escrituração de fevereiro. Havendo legislação específica, o inventário poderá ter periodicidade diferente da anual e ser exigido em outro período. 19 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED É fundamental destacar que o estoque informado no bloco H, do SPED Fiscal, em fevereiro de cada ano, não se refere ao inventário fiscal, mas sim, ao inventário físico, ou seja, a contagem do ativo da empresa, de fato, constante no estabelecimento. O estoque fiscal é calculado pelo fisco, com base na movimentação fiscal, conforme segue: • Saldo Anterior = Coletado do SPED Fiscal de Fevereiro do ano X1 • + Entradas = Constantes em todos os SPED’s Fiscais do ano de X2 • (-) Saídas = Constantes em todos os XML’s de saídas do ano de X2 • (=) Resultado da Equação será o Estoque Fiscal Projetado pelo Fisco, em 31/12/X2 Com a informação constante no SPED Fiscal em fevereiro de X3, relativamente ao estoque informado pelo contribuinte e levantado em 31/12/20X2, podemos comparar com o ESTOQUE calculado acima, e teremos possíveis OMISSÕES de Vendas ou Compras. Basicamente esse comparativo é feito constantemente pelo fisco. 5. Como é realizada a recuperação da ECD anterior na ECD atual? A partir do leiaute 8 que servirá para o ano calendário de 2019 que enviaremos agora em 2020, o SPED Contábil trouxe uma novidade. Agora será necessário fazer a recuperação da ECD anterior, vale ressaltar que essa recuperação é obrigatória e deve ser realizada logo após criar ou recuperar a ECD atual. Após ser feita a recuperação o PGE fará a construção do anterior de forma automática. O objetivo da recuperação da ECD do período imediatamente anterior é realizar a consistência aritmética de contas contábeis. Especificamente, é verificar se o saldo final das contas/centro de custos do período imediatamente anterior é igual ao saldo inicial das contas/centros de custos do período atual, caso não tenha ocorrido mudança de plano de contas (nesta situação, deve ser utilizado o registro I157). 20 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED A funcionalidade “Recuperar ECD Anterior” nem sempre está habilitada no menu da ECD atual (a ECD a partir da qual se recupera). Para a funcionalidade estar habilitada na ECD atual as seguintes condições devem ser atendidas: - A ECD atual deve estar no leiaute 8 ou posterior, e - A ECD atual deve ser um livro principal, isto é, o indicador da forma da escrituração contábil (campo 0010.IND_ESC) é igual a “G”, “R” ou “B”. Isso implica que só se recupera a partir de um livro principal, nunca auxiliar. - A funcionalidade “Recuperar ECD Anterior” identifica e lista automaticamente as ECD existentes no banco de dados local do programa validador (PVA) que são passíveis de recuperação. Entretanto, pode acontecer que nenhuma ECD seja listada por não haver ECD passível de recuperação na base local do PVA. Para uma ECD anterior ser listada para recuperação, as seguintes condições devem ser atendidas: 1 - A ECD atual e a ECD anterior devem possuir CNPJ iguais. 2 - A ECD atual e a ECD anterior devem possuir CNPJ de SCP iguais (campo 0000.COD_SCP), podendo ambos ser campos não preenchidos. 3 - A ECD anterior deve estar assinada. 4 - A ECD anterior e a atual devem corresponder ao mesmo tipo de livro, isto é, o indicador da forma da escrituração contábil (campo 0010.IND_ ESC) da ECD anterior deve ser igual ao da ECD atual. Isso implica que só se recuperam livros principais, nunca auxiliares. Exemplo: Se a ECD atual for livro “G” e a ECD anterior livro “R”, a ECD anterior não será listada para recuperação. A informação da forma da escrituração contábil consta no campo 2 do registro I010. Verifique as instruções de preenchimento do registro I010 no Manual da ECD. 5 - O arquivo da ECD anterior deve ser o IMEDIATAMENTE ANTERIOR, isto é, sua data final deve ser um dia anterior à data inicial da ECD atual. Exemplos: 21 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED Se a ECD atual é de 01/01/2019 a 31/01/2019, a ECD anterior a ser recuperada é a que tem data final em 31/12/2018. Se a ECD atual é de 01/08/2019 a 31/12/2019, a ECD anterior a ser recuperada é a que tem data final em 31/07/2019. RECUPERAÇÃO DE ECD A PARTIR DE UM ARQUIVO E ERROS QUE PODEM OCORRER: A funcionalidade “Recuperar ECD Anterior” normalmente recupera uma ECD existente na base local do programa validador (PVA). Essa é a opção preferível. No entanto, a ECD anterior pode ter sido excluída da base local, por exemplo, ou trata-se de uma nova instalação do PVA. Assim, há a possibilidade de recuperar via arquivo (botão “Localizar”). Para tal operação ser possível, o arquivo a ser recuperado da ECD anterior deve satisfazer as cinco condições listadas para a recuperação de uma ECD na base local (itens 1 a 5 anteriores). É importante lembrar que, em relação ao item 3, o arquivo da ECD deve estar assinado e não pode ter sido alterado. Por exemplo, utilizar um editor de textos para editar o arquivo da ECD anterior pode invalidar sua assinatura. Caso a assinatura não esteja válida, o PVA emite um erro e não efetua a recuperação. Também deve-se ter em mente que, ao se recuperar o arquivo da ECD anterior, este é importado pelo PVA e gravado no banco de dados local do programa validador (PVA). Isso significa que, se houver uma ECD na base local com a mesma identificação do arquivo de recuperação (CNPJ, CNPJ da SCP, tipo do livro, período e natureza do livro, se auxiliar) ou o mesmo número do livro (campo I030. NUM_ORD), o PVA não grava em cima da ECD na base, emitindo um erro e não efetuando a recuperação. Nesse caso, há duas possibilidades: Pode-se efetuar a recuperação a partir da ECD existente na base local e não do arquivo caso este arquivo seja igual à ECD existente na base. Isso quer dizer que não é necessário recuperar a partir do arquivo da ECD se a ECD já está gravada na base local do PVA. Mas pode ser que, por algum motivo, o arquivo da ECD a partir do qual se deseja recuperar seja diferente da ECD existente na base local, embora 22 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED tenha a mesma identificação, ou simplesmente seu número de ordem do livro (campo I030. NUM_ORD) coincida com o número de ordem de qualquer outra escrituração existente na base local. Nessa situação, é esperado que esse arquivo da ECD esteja preservado em outro local de armazenamento e corresponda ao efetivamente transmitido ao SPED. Nesse caso, para realizar a recuperação deve-se excluir da base local a ECD que tenha a mesma identificação do arquivo a ser recuperado (mesmos CNPJ, CNPJ da SCP, tipo do livro, período e natureza do livro, se auxiliar) ou tenha o mesmo número de ordem do livro (campo I030. NUM_ORD). Antes de se efetuar a exclusão, é recomendado realizar uma cópia de segurança. CRÍTICA DE TRANSMISSÃO RELATIVA À ECD RECUPERADA: no momento da transmissão, verifica-se se a ECD anterior recuperada coincide com a ECD anterior existente na base do SPED. A verificação é realizada comparando-se o HASH da escrituração recuperada e o HASH da escrituração anterior existente na base do SPED. Se os HASH forem desiguais, um erro é emitido e não é possível efetuar a transmissão. No entanto, essa verificaçãosó é realizada se certas condições forem atendidas. Essas condições, que englobam mesmas condições que permitiram a recuperação no programa validador (PVA), são: - A ECD atual sendo transmitida deve estar no leiaute 8 ou posterior, - A ECD atual sendo transmitida deve ser um livro principal, isto é, o indicador da forma da escrituração contábil (campo 0010.IND_ESC) é igual a “G”, “R” ou “B”, e - Deve existir uma ECD anteriormente transmitida ao SPED ativa (não retificada ou cancelada) em que: 1 - O CNPJ seja igual ao CNPJ da ECD atual sendo transmitida, 2 - O CNPJ de SCP (campo 0000.COD_SCP) seja igual ao CNPJ de SCP da ECD atual sendo transmitida (ou ambos sejam campos não preenchidos), 23 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED 3 - A data final seja um dia anterior à data inicial da ECD atual sendo transmitida, e 4 - O indicador da forma da escrituração contábil (0010.IND_ESC) seja igual ao da ECD atual sendo transmitida. 6. Qual a data limite para entrega da ECD? Para as situações normais, o prazo limite para entrega da ECD é até o último dia útil do mês de maio do ano subsequente ao ano calendário a que se refira a escrituração. Porém, nos casos de situações especiais, tais como cisão, fusão, incorporação ou extinção nós teremos duas linhas de raciocínio. Primeiro, se a situação especial ocorrer de janeiro a abril de 2020 o prazo limite será até o último dia útil do mês e maio. Porém, se a situação especial ocorrer de maio a dezembro, o prazo será até o último dia útil do mês subsequente ao evento. 7. Quem está obrigado a EFD Reinf? Nós temos que segregar o conceito de obrigatoriedade com o prazo de início dessa obrigação. Na essência a escrituração alcançará aqueles que: - Prestem ou contratem serviços mediante cessão de mão de obra - Pessoas jurídicas responsáveis pelas retenções de contribuições sociais e imposto de renda - Pessoas jurídicas optantes pela CPRB - Produtor rural sujeito a Contribuição Previdenciária Substituída - Associações desportivas que mantém clubes de futebol profissional e entidades patrocinadoras. 24 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED 8. Quantos modelos de Documentos Fiscais Eletrônicos existem? E quais são eles? São 07 modelos de documentos fiscais eletrônicos existentes no país e cada um deles é utilizado conforme a operação ou prestação que está sendo praticada, onde para cada tipo existe um modelo de documento hábil, que são: • Nota Fiscal Eletrônica – NFe • Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica – NFCe • Cupom Fiscal Eletrônico – CFe • Conhecimento de Transporte Eletrônico – CTe (CTe-OS) • Bilhete de Passagem Eletrônico – BPe • Manifesto de Documento Fiscal Eletrônico – MDFe • Nota Fiscal de Serviço Eletrônica – NFSe 9. Multa por atraso na entrega da EFD Contribuições? A partir de 01 de janeiro de 2020, a Multa por Atraso na Entrega da EFD-Contribuições será calculada, gerada e cientificada à empresa no momento da transmissão fora do prazo regular. O código para recolhimento espontâneo da multa por atraso na entrega da EFD-Contribuições é 2203, conforme ADE Codac/RFB nº 38/2011. A Lei nº 13.670, de 30 de maio de 2018, veio dar nova redação aos artigos 11 e 12 da Lei nº 8.218, de 1991, que dispõe sobre a utilização de sistemas de processamento eletrônico de dados para registrar negócios e atividades econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal, e a manter, à disposição da Secretaria da Receita Federal, os respectivos arquivos digitais e sistemas. De acordo com a nova redação do art. 12 da Lei nº 8.218, de 1991, a inobservância do disposto no artigo precedente acarretará a imposição das seguintes penalidades: I - multa equivalente a 0,5% (meio por cento) do valor da receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração aos que não atenderem aos requisitos para a apresentação dos registros e respectivos arquivos; 25 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED II - multa equivalente a 5% (cinco por cento) sobre o valor da operação correspondente, limitada a 1% (um por cento) do valor da receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração, aos que omitirem ou prestarem incorretamente as informações referentes aos registros e respectivos arquivos; e III - multa equivalente a 0,02% (dois centésimos por cento) por dia de atraso, calculada sobre a receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração, limitada a 1% (um por cento) desta, aos que não cumprirem o prazo estabelecido para apresentação dos registros e respectivos arquivos. 10. É possível cancelar uma EFD Contribuições enviada por engano? No caso de uma pessoa jurídica proceder, indevidamente (por não ser contribuinte ou não estar obrigada), à transmissão de uma escrituração digital original, caso eventuais tributos nela apurados não sejam devidos, efetivos, deve o contribuinte proceder à retificação da obrigação acessória original ou, não tendo tributo a ser apurado ou escriturado, retificar para entregar nova escrituração, sem dados. Não existe previsão de cancelamento de escrituração. O fato de uma pessoa jurídica transmitir uma escrituração, indevidamente, por não estar obrigada, não o vincula à condição de obrigatoriedade de entrega, nos meses correspondentes. 11. Como utilizar na EFD-Reinf saldos de créditos de contribuições previdenciárias retidas antes da obrigatoriedade? Assim como ocorre com os valores de salário família e de salário maternidade não deduzidos no mês em que forem pagos, de acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.171/2017, com as alterações da IN RFB nº 1.810/2018, só é possível aproveitar os valores pagos a título de salário família e salário maternidade no mês do seu pagamento. Eventuais sobras poderão ser objeto de pedido de reembolso, por meio do sistema PERDCOMP. Os valores de salário família e de salário maternidade não deduzidos no mês em que forem pagos não poderão ser utilizados para compensar débitos de períodos subsequentes. Dessa forma, eventuais saldos de retenções previdenciárias que não 26 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED forem aproveitados na mesma competência da retenção, deverão ser objeto de pedido de restituição ou compensação - PERDCOMP. 12. O que é a central de balanços e pra que serve? Atualmente no país não há uma fonte de informação que congregue as demonstrações contábeis. As empresas publicam as demonstrações em diferentes jornais (incluindo o Diário Oficial), por força de lei, ou as divulgam de várias formas quando têm interesse nisso, por exemplo, utilizando seus sítios na internet. A Central de Balanços procura suprimir essa lacuna. A Central reúne as demonstrações contábeis e documentos publicados pelos participantes em um só local, provendo acesso fácil, gratuito e público aos documentos e garantindo sua autenticidade. A participação na Central de Balanços é voluntária. Qualquer empresa ou instituição pode participar. Para as companhias fechadas, a publicação de seus atos e a divulgação das informações ordenadas pela Lei nº 6.404/76 são obrigatórias na Central de Balanços por força da Portaria do Ministério da Economia nº 529 de 26 de setembro de 2019. 13. É necessário imprimir os livros fiscais da EFD ICMS/IPI e autentica-los na Sefaz? Não. Ao contribuinte obrigado à EFD-ICMS/IPI está vedada a escrituração fiscal dos livros e documentos listados no Ajuste Sinief 02/2009 de forma diversa. Sendo assim, não há que se falar em autenticação de livros impressos na repartição estadual. Um dos objetivos do Projeto SPED é a economia de papel. O arquivo digital da EFD será gerado pelo contribuinte de acordo com as especificações do leiaute definido em Ato COTEPE e conterá a totalidade das informações econômico-fiscais e contábeis correspondentes ao 27 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED período compreendido entre o primeiro e o último dia domês. Considera-se totalidade das informações: I - as relativas às entradas e saídas de mercadorias bem como aos serviços prestados e tomados, incluindo a descrição dos itens de mercadorias, produtos e serviços; II - as relativas a quantidade, descrição e valores de mercadorias, matérias- primas, produtos intermediários, materiais de embalagem, produtos manufaturados e produtos em fabricação, em posse ou pertencentes ao estabelecimento do contribuinte declarante, ou fora do estabelecimento e em poder de terceiros; III - qualquer informação que repercuta no inventário físico e contábil, na apuração, no pagamento ou na cobrança de tributos de competência dos entes conveniados ou outras de interesse das administrações tributárias. Qualquer situação de exceção na tributação do ICMS ou IPI, tais como isenção, imunidade, não-incidência, diferimento ou suspensão do recolhimento, também deverá ser informada no arquivo digital, indicando-se o respectivo dispositivo legal. As informações deverão ser prestadas sob o enfoque do declarante. 14. Como deve ser feito o registro do Prejuízo Fiscal no e-Lalur e no e-Lacs na ECF? Quando ocorrer um prejuízo fiscal no período o contribuinte deverá no SPED ECF primeiro criar uma conta de Prejuízo Fiscal em períodos anteriores no registro M010 - Identificação da conta da parte B do e-Lalur e do e-Lacs. Importante destacar que o Lalur e o Lacs são divididos em duas partes, A e B. Na parte A são informadas as adições, exclusões e compensações e na Parte B os valores que influenciarão a apuração no futuro, como é o caso dos prejuízos fiscais. 28 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED Continuando, logo depois de criar a conta deverá informar o saldo do prejuízo no registro M410 – Lançamento na Parte B do Lalur e do eLacs sem reflexo na parte A. Então, quando houver a compensação do prejuízo o contribuinte deverá utilizar essa conta criada na parte B para compensação no registro M300 – Demonstração do Lucro Real – Lançamentos na PARTE A do e-lalur. 15. Posso fazer a substituição de um SPED Contábil enviado? Segundo a Instrução Normativa (IN) da Receita Federal do Brasil (RFB) nº 1.774 de 2017, a Escrituração Contábil Digital (ECD) autenticada somente poderá ser substituída caso contenha erros que não possam ser corrigidos por meio de lançamento contábil extemporâneo, conforme previsto na ITG 2000 – Interpretação Técnica Geral. Portanto, caso seja realmente necessário fazer a substituição da ECD o contribuinte deverá apresentar uma escrituração substituta junto com o Termo de Verificação para Fins de Substituição que deverá conter: • A identificação da escrituração substituída • A descrição pormenorizada dos erros • A identificação clara e precisa dos registros que contenham erros • Autorização do Conselho Federal de Contabilidade E quando for o caso, a descrição dos procedimentos pré-acordados executados pelos auditores independentes. Detalhe importante: Somente será admitida a substituição de ECD até o fim do prazo relativo ao ano calendário subsequente. Ou seja, ano calendário 2019 até o momento deverá ser entregue até o final de maio de 2020, então só será permitida a substituição da ECD 2018 até o fim do prazo da ECD 2019. 29 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED 16. Existe multa pelo atraso na entrega do SPED Contábil? Conforme a IN 1.774 de 2017, aplicam-se as PJs que deixarem de apresentar a ECD no prazo ou para aqueles que a apresentarem com erros ou omissões as multas previstas no art. 12 da Lei 8218 de 1991. No entanto, a Lei 13670 de 2018 deu nova redação ao art 12 da lei de 1991, estabelecendo a imposição das seguintes penalidades: • Multa equivalente a 0,5% do valor da RB da PJ que não atender aos requisitos para apresentação dos registros no período de apuração; • Multa de 5% sobre o valor da operação, aos que omitirem ou prestarem incorretamente as informações, está limitada a 1% da RB • Multa de 0,02% por dia de atraso, calculada sobre a RB da PJ no período a que se refere a escrituração, limitado a 1% da RB. As multas poderão ser reduzidas: - A metade quando a obrigação for cumprida antes de qualquer procedimento de ofício - 75% se a obrigação for cumprida no prazo fixado na intimação 17. Houve mudança de contador no meio do período, como ficam o SPED Contábil e a ECF? Suponha que no ano calendário de 2019 um contribuinte iniciou em agosto, então será necessário entender como se comportará a prestação das informações no SPED Contábil e na ECF. No SPED Contábil, cada contador irá entregar a informação referente ao período em que é responsável técnico. Então o contador anterior vai enviar um arquivo de ECD assinado por ele com a escrituração contábil de janeiro a julho e enviará um arquivo com a movimentação de agosto a dezembro de 2019. Ambos têm que atender ao prazo de entrega. Já no SPED ECF não é possível transmitir duas ou mais ECFs por mudança de contador. A ECF deve ser transmitida em um arquivo único. Nessa situação, o contador da empresa no exercício atual, provavelmente 30 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED terá que enviar a ECF referente a todo ano calendário de 2019 e consequentemente terá que recuperar as duas ECDs, a enviada pelo antigo contador. A importante que os saldos finais das contas do primeiro arquivo estejam em conformidade com os saldos iniciais das contas no segundo arquivo da ECD, caso negativo, a ECF irá recuperar somente os dados do segundo arquivo e a primeira apuração ficará comprometida. 18. As empresas de serviços de transporte, tributadas pelo ICMS deverão informar o inventário no Bloco H do SPED Fiscal? É fundamental destacarmos que as empresas de transporte interestadual e intermunicipal, seja de bens, valores ou pessoas são consideradas contribuintes do ICMS e estão sujeitos em regra a emissão do Conhecimento de Transporte Eletrônico. E em regra os contribuintes normais, ou seja, aqueles não optantes pelo Simples Nacional, estão sujeitos também ao envio da EFD ICMS-IPI. É importante destacar que em alguns estados os contribuintes do ICMS optantes pelo Simples também enviam a EFD. O registro de inventário está previsto no Convênio ICMS S/N de 1970 no art. 76 e a norma estabelece que o inventário se destina a arrolar as mercadorias, materiais primas, produtos intermediários, os materiais de embalagem, os produtos manufaturados, e produtos em fabricação, existentes no estabelecimento na data do balanço. Portanto, as empresas de transporte não possuem estoque próprio nem de terceiros, visto que a empresas apenas fará a circulação, sem que haja entrada em seu estabelecimento. Logo, as empresas transportadoras, deverão sim enviar o Bloco H no SPED Fiscal, quando obrigadas, porém sem dados. Ou seja, zerado. Vale destacar que, caso haja alguma exigência em específico de determinado estado, esta deverá ser observada. Por isso, a 31 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED recomendação é averiguar na legislação do seu estado. 19. Contribuinte obrigado ao envio do SPED Contábil, precisa registrar seus livros na junta comercial? Com a publicação do decreto 8.683 em 2016, foi estabelecido a autenticação dos livros contábeis que poderá ser feita por meio do SPED, mediante o envio do SPED Contábil. Dessa forma, o recibo de entrega gerado no momento do envio da ECD servirá como termo de autenticação. O ponto mais importante do decreto é que, a autenticação por meio do SPED dispensa qualquer outra autenticação de livros em papel. Em 2018, a publicação do decreto 9.555 que tratou da autenticação de livros contábeis para as empresas não sujeitas ao registro no comércio. De acordo com esse decreto, as pessoas jurídicas que não estão sujeitas ao registro em juntas comerciais, também terão seus livros autenticados com o envio do SPED. Dessa forma o decreto 9.555 de 2018, ampliou o alcance das autenticações feitas pelo SPED que já havia sido prevista no decreto8.683 de 2016. 20. Como informar o registro 1600 do SPED Fiscal? Operações com cartão de crédito e débito. O Registro 1600 no SPED Fiscal é usado para que o contribuinte possa informar o total das suas vendas e operações com cartões de crédito e débito. Esse é um registro bem conhecido por permitir diversos cruzamentos de informações, pois as informações de vendas de cartões de créditos também são informadas em outras obrigações como DIRF, SPED Contábil e etc. É importante destacar que os participantes que devem ser utilizados nesse registro são os próprias administradores de cartão e para isso deverá ter feito antes o cadastro no Registro 0150, cadastro 32 Sistema Público de Escrituração Digital – SPED Capítulo 2de participantes. É muito válido também reforçar a importância de se consultar o contrato de serviços firmado entre a administradora e o informante do arquivo. E para finalizar é importante destacar também que o valor que deve ser informado é o total das vendas, excluídos os estornos e cancelamentos. Capítulo 2Capítulo 2 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos 34 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos 1. O que é o Bônus de Adimplência Fiscal? As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real ou Presumido que estiverem adimplentes com os tributos administrados pela Receita Federal nos últimos 05 anos calendários, poderão se beneficiar de um bônus de adimplência fiscal, conforme previsto no Art. 38 da Lei 10.637 de 2002. Conforme segue: § 1o O bônus referido no caput: I - corresponde a 1% (um por cento) da base de cálculo da CSLL determinada segundo as normas estabelecidas para as pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração com base no lucro presumido; II - será calculado em relação à base de cálculo referida no inciso I, relativamente ao ano-calendário em que permitido seu aproveitamento. § 2o Na hipótese de período de apuração trimestral, o bônus será calculado em relação aos 4 (quatro) trimestres do ano-calendário e poderá ser deduzido da CSLL devida correspondente ao último trimestre. § 3o Não fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos últimos 5 (cinco) anos-calendário, se enquadre em qualquer das seguintes hipóteses, em relação a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal: I - lançamento de ofício; II - débitos com exigibilidade suspensa; III - inscrição em dívida ativa; IV - recolhimentos ou pagamentos em atraso; V - falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória. § 4o Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou judicial, que implique desoneração integral da pessoa jurídica, as restrições 35 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos referidas nos incisos I e II do § 3o serão desconsideradas desde a origem. § 5o O período de 5 (cinco) anos-calendário será computado por ano completo, inclusive aquele em relação ao qual dar-se-á o aproveitamento do bônus. § 6o A dedução do bônus dar-se-á em relação à CSLL devida no ano- calendário. § 7o A parcela do bônus que não puder ser aproveitada em determinado período poderá sê-lo em períodos posteriores, vedado o ressarcimento ou a compensação distinta da referida neste artigo. § 8o A utilização indevida do bônus instituído por este artigo implica a imposição da multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicando-se o seu percentual, sem prejuízo do disposto no § 2o § 9o O bônus será registrado na contabilidade da pessoa jurídica beneficiária: I - na aquisição do direito, a débito de conta de Ativo Circulante e a crédito de Lucro ou Prejuízos Acumulados; II - na utilização, a débito da provisão para pagamento da CSLL e a crédito da conta de Ativo Circulante referida no inciso I. 2. Quais tipos de prejuízos podem ser apurados pelas pessoas jurídicas? Os prejuízos que podem ser apurados pela pessoa jurídica são de duas modalidades: a) o apurado na Demonstração do Resultado do período de apuração, conforme determinado pelo art. 187 da Lei nº 6.404, de 1976. O prejuízo apurado nessa modalidade é conhecido como prejuízo contábil ou comercial, pois é obtido por meio da escrituração comercial do contribuinte; e b) o apurado na Demonstração do Lucro Real e registrado no Lalur (que 36 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos parte do lucro líquido contábil do período mais adições menos exclusões e compensações). O prejuízo apurado nessa modalidade é conhecido como prejuízo fiscal, o qual é compensável para fins da legislação do imposto de renda. É importante destacar que a compensação de prejuízos apurados em exercícios anteriores é limitada a 30% do lucro antes da compensação e não se sujeita a prescrição tributária, uma exceção a essa regra é no caso da atividade rural em que, não estão sujeitas ao limite de 30%, podendo portanto chegar até a 100% de compensação. 3. Como deve ser feita a opção pelo Lucro Presumido? A opção é manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano calendário, sendo considerada definitiva para todo o ano-calendário. As pessoas jurídicas que tenham iniciado suas atividades a partir do segundo trimestre do ano-calendário manifestarão a sua opção por meio do pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade. Não poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas resultantes de evento de incorporação ou fusão enquadradas nas disposições contidas no art. 59 da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 1.700, de 2017, ainda que qualquer incorporada ou fusionada fizesse jus ao referido regime antes da ocorrência do evento, não será aplicado o disposto no art. 4º da Lei nº 9.964/2000, salvo no caso em que a incorporadora estivesse submetida ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis) antes do evento de incorporação. 4. O que são os ajustes ao lucro líquido no Lucro Real? A determinação do Lucro Real exige do contribuinte a escrituração contábil regular, é por isso que toda Pessoa Jurídica tributada pelo lucro real está obrigada ao envio do SPED Contábil e deve recupera-lo no momento de elaborar a Escrituração Contábil Fiscal. Desta forma, lucro 37 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos líquido contábil apurado antes da provisão do IRPJ será ajustado por meio de adições, exclusões e compensações. As adições são as despesas que foram contabilizadas, mas que são indedutíveis, ou seja, não aceitas pelo Fisco para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, existem mais de 200 possibilidades de adições. Além de receitas não contabilizadas em receitas, por questões contábeis. Já as exclusões, são valores que podem ser retirados do lucro líquido no momento da apuração, aproximadamente 140 possibilidades. Além das despesas não contabilizadas em despesas, por questões contábeis. As compensações, é uma outra opção de ajustar o cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, possuem tratamento semelhante a exclusão pode ser utilizada em regra para os casos de prejuízos fiscais. 5. O que é um Balanço de Abertura? O Balanço de Abertura é uma técnica utilizada para levantar as informações patrimoniais e iniciar a escrituração contábil de uma empresa que não possui contabilidade regular, seja porque ela não estava obrigada para fins fiscais ou porque perdeu informações e arquivos que não permitam reconstruir sua escrituração, sendo obrigada então a levantar um balanço para reiniciar sua escrituração a partir de determinada data. O levantamentopatrimonial que dá base ao balanço de abertura deve considerar todos os bens do ativo, as obrigações e o patrimônio líquido. No ativo, deverão ser inventários, o dinheiro em caixa, banco, as mercadorias, os valores a receber, inclusive a depreciação, como se estivesse sendo feita normalmente, dentre outros. No passivo deverão ser arroladas todas as obrigações de curto e longo prazo. Já no PL serão registrados o capital social e a diferença entre ativo, passivo e capital social. 38 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos Vale destacar que o prejuízo eventualmente apurado em levantamento patrimonial não poderá ser compensado na determinação do lucro real. 6. Após feito a opção pelo lucro presumido, é possível alterar? A opção pelo Lucro Presumido é manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano calendário, sendo considerada definitiva para todo o ano calendário. Em regra geral, não há a possibilidade de mudança. A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano calendário. Inclusive, não é permitido REDARF para alterar o código de receita identificador da opção manifestada. No entanto, será aberta uma exceção quando ocorrer qualquer uma das hipóteses de arbitramento previstas na legislação tributária, situação em que a pessoa jurídica poderá, desde que conhecida a receita bruta, determinar o lucro tributável segundo as regras relativas ao regime de tributação com base no lucro arbitrado. 7. Como é o tratamento da distribuição de lucros nas empresas tributadas pelo Lucro Presumido? É possível ser distribuído a título de lucros, sem incidência de imposto de renda ao titular, sócio ou acionista da pessoa jurídica, o valor correspondente ao lucro presumido, diminuído de todos os impostos e contribuições (inclusive adicional do IR, CSLL, COFINS, PIS/Pasep) a que estiver sujeita a pessoa jurídica. Acima desse valor, a pessoa jurídica poderá distribuir, sem incidência do imposto de renda, até o limite do lucro contábil efetivo, desde que ela demonstre, via escrituração contábil feita de acordo com as leis comerciais, que esse último é maior que o lucro presumido. Nesse caso, ficando a empresa obrigada ao envio do SPED Contábil. No entanto, se houver qualquer distribuição de valor a título de lucros, superior àquele apurado contabilmente no período, está deverá ser 39 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos oriunda da conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros de exercícios anteriores. Importante destacar que, se não existirem lucros acumulados ou reservas de lucros em montante suficiente para justificar a distribuição, a parcela excedente deverá ser oferecida a tributação, que, no caso da pessoa física, será com base na tabela progressiva mensal. 8. Existe multa na entrega da DCTF em atraso? Conforme a Instrução Normativa RFB 1599/2015 e suas alterações posteriores, o sujeito passivo que deixar de apresentar a DCTF no prazo fixado, está sujeito a multa de 2% ao mês calendário ou fração, incidente sobre o montante dos impostos e contribuições informados na declaração, ainda que os tributos estejam integralmente pagos, limitada a 20% e observado a multa mínima. A multa mínima aplicada será de: • 200,00 em caso de pessoa jurídica inativa • 500,00 em caso de pessoa jurídica ativa É importante destacar que as multas podem ter reduções de 50% quando a apresentação da declaração acontecer antes de qualquer procedimento de ofício, a 25% se a apresentação for feita no prazo fixado na intimação. 9. O que é o CARF? O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF foi constituído pela Medida Provisória 449/08, posteriormente foi convertida na lei 11.941/09. O CARF é um órgão integrante da estrutura do Ministério da Economia, que tem como Objetivo julgar recursos da primeira instância, assim como também recursos de natureza especial, sempre que tratem sobre a aplicação da legislação dos tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Todo contribuinte tem o direito de se defender quando é autuado pela fiscalização tributária, e ele poderá fazer isso sem necessariamente 40 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos ter que recorrer ao judiciário, podendo, portanto, fazer isso de forma administrativa. Os autos de infração poderão ser impugnados administrativamente pelos contribuintes, observada a previsão na legislação tributária. A partir do momento do em que o contribuinte toma conhecimento do auto de infração ele já pode começar elaborar a sua defesa, anexando as provas, com o objetivo de reverter a situação. O processo pode ser feito pelo contador ou qualquer outro profissional, não sendo exigido nesse momento a presença de um advogado, apesar de que em muitos casos isso é fortemente recomendado. 10. Aspectos Tributários do IRPJ e CSLL no caso de doações? Sabemos que diante do atual cenário de enfretamento a pandemia do coronavírus, as entidades sem fins lucrativos que atuam na prevenção e no apoio as famílias que estão sendo impactadas tem recebido diversas doações e nesse sentido o setor privado, em diversos segmentos tem se voluntariado para fazer doações em dinheiro ou em mercadorias (especialmente produtos de limpeza, higiene e medicamentos) tais como mascaras, luvas e etc. Diante disso, uma dúvida muito comum é como operacionalizar essas doações, do ponto de vista tributário quanto ao IRPJ e CSLL para as empresas tributadas pelo Lucro Real. O IRPJ e CSLL não incidem sobre as doações, uma vez que elas não ensejam em qualquer acréscimo patrimonial. No entanto, precisa ser considerada a dedutibilidade das doações efetuadas. Segundo a Lei nº 9249/95 são dedutíveis até o limite de 2% do lucro operacional, as doações efetuadas as entidades civis legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos. Importante destacar que, em caso de doações de bens do ativo imobilizado, somente serão dedutíveis se houver saldo residual a ser depreciável, conforme previsto na legislação tributária. É importante destacar também que a simples comprovação de doação efetuada a entidades sem fins lucrativos não é o suficiente para tornar a despesa dedutível, porque caso a entidade que recebeu a doação 41 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos não se enquadre nas exigências previstas na lei, a doação se tornará automaticamente indedutível. Então, muito cuidado e atenção nesses procedimentos. 11. O que é o desconto simplificado na Declaração do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (DIRPF)? Considera-se opção pelo desconto simplificado a substituição de todas as deduções previstas na legislação tributária, pela dedução de 20% do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, havendo limitação que varia de ano para ano. Não necessita de uma comprovação dos 20% e pode ser utilizado independente do montante de rendimentos recebidos e do número de fontes pagadoras. O contribuinte que tem mais de uma fonte pagadora pode optar pelo desconto simplificado. Ele deve preencher a Declaração de Ajuste Anual, informando nos campos pertinentes os nomes e os números de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de todas as fontes, bem como indicar os rendimentos de todas as fontes e os respectivos impostos retidos. É importante destacar que o valor utilizado como desconto simplificado não justifica variação patrimonial, sendo considerado rendimento consumido. Qualquer contribuinte pode optar pelo desconto simplificado. Entretanto, após o prazo para a apresentação da declaração, não será admitida a mudança na forma de tributação de declaraçãojá apresentada. 12. Paguei o Imposto de Renda das Pessoas Físicas indevidamente, como restituir? O prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição do imposto pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extingue-se após o transcurso do prazo de 5 anos, contados da data da extinção do crédito tributário, tratando-se de rendimentos sujeitos à tributação exclusiva na fonte, 42 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos não tributáveis ou isentos. Relativamente aos rendimentos recebidos ao longo do ano-calendário sujeitos ao ajuste anual, e tendo havido antecipação do pagamento do imposto mediante retenção pela fonte pagadora, o termo inicial da contagem de prazo de 5 anos é o dia 31 de dezembro do ano-calendário correspondente. Esse mesmo prazo aplica- se também à restituição do imposto sobre a renda na fonte incidente sobre os rendimentos recebidos como verbas indenizatórias a título de incentivo à adesão a Programas de Desligamento Voluntário (PDV). 13. Como posso doar parte do Imposto de Renda das Pessoas Físicas para projetos sociais? Sabia que pode utilizar uma das principais obrigações anuais de todos os brasileiros para fazer o bem?! É isso mesmo! Nos últimos dias nós acompanhamos a publicação da IN nº 1930 que prorrogou o prazo da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física para 30 de junho de 2020, dessa forma os contribuintes ganharam um folego para preenchimento da declaração e também para pagamento do IR devido. E uma das coisas que muita gente não sabe é que o contribuinte pode doar parte do valor devido do imposto a projetos sociais. A opção está disponível no próprio programa da declaração anual, que permite a doação de até 6% do imposto devido ou da restituição. É importante destacar que não vai pagar nada a mais por isso, a doação não altera o valor a recolher, apenas decidiu destinar a outra parte daquele imposto. Além das doações diretas o contribuinte também poderá deduzir, dentro do limite de 6% do valor devido, doações feitas no ano anterior ligadas ao incentivo a cultura e esporte. Lembre-se ao preencher a declaração o contribuinte poderá escolher fazer a doação. É necessário que a declaração seja completa e confirmar a informação na opção “Doações diretamente na declaração”. 14. Existe necessidade de reforma? Quais os benefícios? Existem muitas razões que motivam uma reforma tributária no Brasil, talvez o mais importante delas sem dúvidas seja a necessidade latente de desburocratização e simplificação do atual sistema tributário. No entanto, algumas coisas são muito importantes e é necessário saber, 43 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos a primeira delas é que não existe previsão de que a carga tributária atual seja diminuída pela reforma. Isso mesmo, nenhuma das propostas aborda a diminuição da atual carga tributária que atualmente atingiu um pico histórico de mais de 35% do PIB, o que dá uma média a 128 dias de trabalho por ano, por brasileiro, apenas para pagar tributos. Outra coisa importante é que não haverá uma mudança drástica da essência do sistema, uma mudança de padrão que passasse a onerar menos o consumo e mais a renda. Não, isso as propostas também não alcançam esse viés. Ou seja, a sistemática de oneração do consumo será mantida. Porém, mesmo com dois pontos tão importantes não sendo considerados de maneira mais forte, a ideia das propostas de reforma são de argumentar inicialmente informando ser um dos mais importantes: a Simplificação do atual sistema tributário. Dessa forma contribuir para a aceleração do crescimento e a retomada da economia do país. 15. Quais as atuais propostas de reforma tributária? Atualmente são três propostas. A primeira destas é a proposta da câmara dos deputados (PEC 45/2019), capitaneada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP). Mas o que a proposta propõe? Principalmente a substituição de cinco tributos (IPI, PIS, COFINS, ICMS e ISS) por um imposto denominado de Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A base de cálculo deste será uniforme em todo território nacional, tendo os entes federados autonomia para fixar alíquotas aplicadas em todas operações. A proposta conjuntamente prevê a criação de um imposto seletivo federal, para incidir sobre bens e serviços específicos cujo consumo se deseja desestimular, como cigarros e bebidas alcoólicas. O segundo texto (PEC 110/2019) foi apresentado por um grupo de senadores baseada na proposta do ex-deputado Luiz Carlos Hauly. Nesta seriam substituídos um total de nove tributos (IPI, PIS, COFINS, ICMS, ISS, IOF, Pasep, Salário-educação e CIDE-Combustíveis), sendo criados também um Imposto sobre Operações com Bens e Serviços, este, de competência estadual, que incidiria sobre o valor agregado do produto e do serviço. Além deste, seria criado também um imposto seletivo de competência federal, nos moldes já citados na primeira proposta. A proposta do senado também realocaria a Contribuição Social sobre 44 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos o Lucro Líquido (CSLL), sendo incorporada pelo Imposto de Renda, passando a ter alíquotas; passaria a competência do ITCMD (tributo pago na transmissão de qualquer bem por morte ou doação) de estadual para federal, com receita destinada aos municípios e por fim alargaria o conceito do IPVA, passando a incidir em aeronaves e embarcações, excluindo os barcos de pesca e veículos de transporte público de passageiros. O terceiro e último texto é o do governo federal, mas especificamente sendo pensado pelo Ministério da Economia. Contudo, a referida proposta não tem texto base ainda, sendo, segundo o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, pensada com base em três fundamentos: criação de imposto único, reorganização do Imposto de Renda, implementação de uma nova contribuição nos moldes da antiga CPMF. 16. Quais os cinco pontos importantes para qualquer reforma tributária? • Legislação mais simples e com menos conflitos entre união, estados e munícipios. Existe uma forte necessidade de que tenhamos uma legislação mais branda no aspecto de mudanças, para se ter uma ideia, somente o ICMS do Rio Grande do Sul teve 558 alterações em 04 anos. Um imposto único federal como proposto pelo Governo, não vai resolver uma das maiores dores que são as guerras fiscais envolvendo ICMS e ISS. • Sistema tributário com o mínimo de exceções. Estados tributam bens (ICMS) e municípios serviços (ISS), em desacordo com a realidade das empresas. Negócios inovadores que não conseguem definir se estão oferecendo um produto ou um serviço – no caso de e-commerce de jogos digitais, por exemplo – acabam transferindo seus negócios para países com sistema tributário mais simples. Além do problema de nem sempre ser possível definir claramente o que é produto e o que é serviço, ainda temos o desafio de que cada produto ou serviço 45 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos recebe um tratamento específico. No Maranhão, por exemplo, o leite tem 12 alíquotas diferentes, a depender do teor de gordura, do animal etc. • Mais transparência e efetividade nos benefícios fiscais A grande quantidade de benefícios fiscais dá estímulos a má alocação de recursos, o que leva à baixa produtividade das empresas. Esses benefícios, na maioria dos casos, resultam em baixo custo-benefício. Em 2017, R$ 270,4 bilhões deixaram de ser arrecadados só pela União. Para se ter uma ideia, esse montante 2,23 vezes maior do que o gasto que a União tem com Saúde (R$ 120,9 bilhões); 2,39 vezes maior do que o gasto com Educação (R$ 112,2bilhões), e 10 vezes maior do que o orçamento do programa Bolsa Família (R$ 27 bilhões). • Maior cooperação entre os entes da federação O sistema atual é competitivo: (a) cada ente tributa e fiscaliza uma parte da atividade da empresa; (b) não há troca de informação entre os entes, que pedem as mesmas informações mais de uma vez; e (c) com o princípio da origem, a arrecadação com base no local de produção (e não de consumo) gera guerra fiscal. O sistema pode ser cooperativo se, por exemplo, houver compartilhamento da base tributável; coordenação de um único comitê gestor – com sistemas unificados de arrecadação, fiscalização e regulamentação e partilha; além da adoção do princípio do destino. • Segurança jurídica para o contribuinte Complexidade abre margem para interpretações distintas de empresas, órgãos fiscalizadores e julgadores, além de dar brecha para condutas duvidosas de todas as partes. Atualmente, mais de R$4 trilhões estão em litígio tributário, o equivalente a mais de 60% do PIB brasileiro. Outro dado importante é o contencioso tributário da Petrobrás, que hoje corresponde a quase 50% de seu patrimônio líquido. Recentemente, em julho/2020, o governo liberou o projeto de lei 3887/2020. A proposta cria a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), um imposto do tipo valor agregado (IVA), em substituição ao Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e ao Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que deverão ser extintos. 46 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos De acordo com o Ministério da Economia, com o fim do PIS/Cofins acabam os tributos diferenciados para vários setores e mais de uma centena de regimes especiais. Na avaliação da pasta, o CBS contribui para um sistema mais simples, neutro e homogêneo que tornará a reorganização das atividades empresariais mais eficiente. O que impulsionará a produtividade e o crescimento econômico. Após entregar a proposta aos presidentes da Câmara e do Senado, o ministro Paulo Guedes disse que a agenda da reforma tributária já estava definida entre Executivo e Legislativo, mas precisou ser adiada em função da pandemia no novo coronavírus. “Tínhamos acertado tudo já no início deste ano, com o Pacto Federativo, no Senado, com a Reforma Administrativa, na Câmara, e a Reforma Tributária, na comissão mista, quando o coronavírus nos atingiu e a política ditou um ritmo diferente e construtivo novamente. Fizemos o auxílio emergencial, programas de crédito, de suplementação salarial e fortalecemos a economia brasileira e protegemos a saúde do povo brasileiro”, afirmou o ministro. Os princípios da reforma tributária proposta pelo governo são simplificação, redução de custos, mais transparência, segurança jurídica, combate à evasão e à sonegação, e criação de mais empregos e investimentos. A proposta, que deverá ser analisada pelo Congresso Nacional, estabelece regras de transição entre os atuais tributos e a CBS e prevê o prazo de seis meses, a partir da publicação da lei, para que o novo tributo entre em vigor. As outras mudanças a serem propostas pelo Executivo serão incluídas na segunda parte da reforma tributária. “Para dar a ênfase na nossa confiança no Congresso, ao invés de mandar uma PEC [Proposta de Emenda à Constituição], mandamos propostas que podem então ser trabalhadas e acopladas. Mas mandaremos todas, Imposto de Renda, dividendos, os impostos indiretos, IPIs, todos os impostos serão abordados”, detalhou Paulo Guedes. 47 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos Quanto a Contribuição sobre Bens e Serviços, a alíquota do IVA federal será de 12% para empresas em geral. E de 5,9% para entidades financeiras como bancos, planos de saúde e seguradoras. De acordo com a proposta encaminhada, a CBS incidirá apenas sobre a receita decorrente do faturamento empresarial, ou seja, sobre as operações realizadas com a comercialização de bens e serviços, e será devido apenas pelas pessoas jurídicas de médio e grande porte. O Ministério da Economia informou que, com a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços, cada empresa só paga sobre o valor que agrega ao produto ou ao serviço. O imposto é mais transparente porque incide sobre a receita bruta e não mais sobre todas as receitas. E está alinhado aos IVAs mais modernos. Outra vantagem apresentada é o custo menor com a redução de 52 para 9 campos na Nota Fiscal e de 70% das obrigações acessórias. Quanto a CBS, não incide em pequenas empresas e cesta básica. Não haverá mudanças em relação às micro e pequenas empresas que fazem parte do Simples. Elas continuam sujeitas às regras atuais. O texto prevê ainda que a contribuição não incidirá sobre os produtos da cesta básica. Entidades beneficentes, templos de qualquer culto, cooperativas e condomínios estão entre as organizações que não pagarão o CBS. A CBS abrange arrecadação federal. A unificação do PIS e Cofins, proposta pelo governo, não requer mudanças na Constituição Federal. Isso porque o novo imposto proposto fica restrito à arrecadação federal, sem mexer no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é estadual, e no Imposto sobre Serviços (ISS), que é municipal. “Não cabe a um ministro da Fazenda, e sim a um Congresso legislar as relações entre os entes federativos. Não posso invadir o território dos prefeitos, falando sobre ISS, ou invadir o território dos estados, falando sobre o ICMS”, disse Paulo Guedes, e completou “Em sinal de respeito, oferecemos uma proposta técnica do IVA, mas com apoio total ao que está estipulado na 45 [Proposta de Emenda à Constituição n° 45, de 2019] que busca o acoplamento desses impostos”, disse se referindo à PEC 45/2019 que tramita na Câmara dos Deputados. 48 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos 17. O imposto ou contribuição que o contribuinte esteja discutindo judicialmente poderá ser considerado como despesa dedutível na determinação do lucro real? Não. Neste caso, os tributos provisionados devem ser escriturados na Parte A do Lalur, como adição ao lucro líquido para fins de apuração do lucro real, sendo controlados na Parte B do mesmo livro até que ocorra o desfecho da ação. Sendo o resultado da ação: a) desfavorável ao contribuinte, implicará a conversão do depósito judicial porventura existente em renda da União, possibilitando o reconhecimento da dedutibilidade do tributo ou contribuição, com a baixa do valor escriturado na Parte B do Lalur, e a sua exclusão na Parte A no período de apuração correspondente; b) favorável ao contribuinte, resultará no levantamento de eventuais depósitos judiciais existentes, ocorrendo, então, a reversão para o resultado ou patrimônio líquido dos valores da provisão, bem como a baixa na Parte B do Lalur, dos valores ali controlados, e a sua exclusão na parte A no período de apuração correspondente, esta, procedida unicamente naquela primeira hipótese (reversão para o resultado). 18. O que são “despesas incorridas”? Despesas incorridas são aquelas de competência do período de apuração, relativas a bens empregados ou a serviços consumidos nas transações ou operações exigidas pela atividade da empresa, tenham sido pagas ou não. De acordo com o PN CST nº 58, de 1977, a obrigação de pagar determinada despesa (enquadrável como operacional) nasce quando, em face da relação jurídica que lhe deu causa, já se verificaram todos os pressupostos materiais que a tornaram incondicional, vale dizer, exigível independentemente de qualquer prestação por parte do respectivo credor. Despesas incorridas são, portanto, aquelas decorrentes de bens empregados ou de serviços consumidos nas transações ou operações 49 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outrosassuntos exigidas pela atividade da empresa, em relação às quais já tenha nascido a obrigação correspondente, ainda que o respectivo pagamento venha a ocorrer em período subsequente. 19. Quais os fatores que a legislação tributária leva em consideração para contagem de prazos? Os fatores que influenciam a contagem de prazo, de acordo com a legislação tributária, são: a) o dia do início do prazo: é o dia seguinte ao da notificação ou intimação para a prática do ato (desde que neste o expediente seja normal); b) o dia do vencimento do prazo (se não houver expediente no dia de vencimento, prorroga-se para o primeiro dia útil); c) não interrupção ou suspensão da contagem, uma vez iniciada, pois os prazos são contínuos, conforme art. 210 do Código Tributário Nacional (CTN). 20. Qual a alíquota de imposto e do adicional a que estão sujeitas as pessoas jurídicas que optarem pela estimativa mensal? Conforme o art. 225 do RIR/2018, a alíquota do imposto de renda que incidirá sobre a base de cálculo é de 15%. O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas que optarem pelo pagamento do imposto apurado com base na estimativa mensal deve ser calculado mediante aplicação do percentual de 10% (dez por cento) sobre a parcela da base de cálculo que exceder ao valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) em cada período-base mensal. O valor do adicional deve ser recolhido integralmente, não sendo admitidas quaisquer deduções. 50 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos Capítulo3 Capítulo3Capítulo 3 Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) 52 Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) 1. As receitas financeiras e os descontos obtidos devem ser tributados por PIS e COFINS? Os descontos condicionais ou descontos financeiros são os descontos obtidos na liquidação antecipada de obrigações. Como exemplo, podemos citar o pagamento de uma duplicata antes de data de seu vencimento original, gerando assim, um desconto por esta antecipação. Neste caso, este desconta é tratado como receita. A partir de 01.07.2015, por força do DECRETO nº 8.426, de 01 de abril de 2015, foram restabelecidas as alíquotas das contribuições e assim, para efeito de cálculo do PIS/PASEP e COFINS sobre receitas financeiras, inclusive decorrentes de operações realizadas para fins de hedge, auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa das referidas contribuições, serão de 0,65% e 4%, respectivamente. Assim, considerando que a empresa esteja sujeita à cumulatividade, não há se falar em tributação, por força do art. 79 da Lei 11.941/2009 que revogou o § 1º do art. 3º da lei 9.719/1998. 2. Quais as formas de incidência das contribuições para PIS e COFINS? Há quatro hipóteses de incidências, sendo que em somente três ambas as contribuições incidem. As contribuições para PIS e COFINS incidirão de maneira concomitante: • Sobre a receita ou faturamento. • Sobre importação. • Sobre receitas governamentais. Porém, o PIS ainda poderá incidir sobre a folha de salários nos casos das empresas do terceiro setor, nesse caso, não haverá a cobrança de COFINS sobre folha. 3. Quais contribuintes devem pagar PIS e COFINS sobre o Faturamento/Receita Bruta? São as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas, as 53 Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) sociedades de economia mista e suas subsidiárias, as sociedades civis de profissões legalmente regulamentadas, bem como as sociedades cooperativas. São também contribuintes: as entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência, em relação às operações efetuadas durante o período em que perdurarem os procedimentos para a realização do seu ativo e o pagamento do passivo; e as sociedades em conta de participação, devendo o sócio ostensivo efetuar a escrituração digital e o pagamento das contribuições incidentes sobre a receita do empreendimento, não sendo permitida a exclusão de valores devidos a sócios participantes. Atenção, as entidades listadas no art. 13 da MP nº 2.158-35, de 2001, são contribuintes apenas da Cofins em relação às receitas não decorrentes de suas atividades próprias, além de serem contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários. Não são contribuintes da Cofins em relação as receitas decorrentes de suas atividades próprias. 4. Quem não deve pagar PIS e COFINS sobre o faturamento? Não são contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a receita ou o faturamento as entidades listadas no art. 13 da MP nº 2.158, de 2001, quais sejam: a) templos de qualquer culto; b) partidos políticos; c) instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997; d) instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; e) sindicatos, federações e confederações; f ) serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; g) conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; h) fundações de direito privado; i) fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; j) condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e k) a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB); l) as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, de 1971. 5. Existem isenções ou não incidência de PIS e COFINS para receitas específicas? 54 Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) Sim, não incidem ou são isentas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins as receitas decorrentes ou provenientes de: a) exportação de mercadorias para o exterior; b) serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior cujo pagamento represente ingresso de divisas; c) vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras com o fim específico de exportação para o exterior; d) vendas de querosene de aviação a distribuidora, efetuada por importador ou produtor, quando o produto for destinado a consumo por aeronave em tráfego internacional; e) vendas de querosene de aviação, quando auferida, a partir de 10 de dezembro de 2002, por pessoa jurídica não enquadrada na condição de importadora ou produtora; f ) vendas de biodiesel, quando auferidas por pessoa jurídica não enquadrada na condição de importadora ou produtora; 6. Quais as exclusões permitidas da base de cálculo de PIS e COFINS? Não integram a base de cálculo das contribuições os valores referentes: a) ao IPI; b) ao ICMS, somente quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; c) a receitas imunes, isentas e não alcançadas pela incidência das contribuições, ou sujeitas à alíquota 0 (zero). Sem prejuízo das exclusões específicas, que dependem do ramo de atividade da empresa, para efeito da apuração da base de cálculo das contribuições podem ser excluídos da receita, quando a tenham integrado, os seguintes valores: a) vendas canceladas; b) devoluções de vendas, na hipótese do regime de apuração cumulativa; c) descontos incondicionais concedidos; d) reversões de provisões, que não representem ingresso de novas
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