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Descomplicado o Setor Fiscal

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PREFÁCIO
P R E F Á C I O
Felipe Teixeira e Rondinelly Coelho
É indiscutível que a área fiscal se trata de um labirinto arriscado de ser 
percorrido no Brasil. 
A quase infindável quantidade de obrigações acessórias a ser cumprida 
pelos contribuintes e o emaranhado normativo-tributário vigente têm 
exigido, cada vez mais, que os profissionais da contabilidade, do direito 
e de áreas afins expandam seu conhecimento para além do campo de 
suas formações iniciais.
Ainda bem que, de vez em quando, nos deparamos com trabalhos 
como os que estamos a prefaciar, que se apresentam como verdadeiras 
ferramentas de auxílio para aqueles que militam na seara contábil-fis-
cal.
E se falar de tributos, obrigações acessórias e regimes tributários pode 
tornar-se enfadonho e parecer difícil até mesmo para aqueles que 
simpatizam com a matéria, eis que Fellipe Guerra e Marcos Lima se 
propõem a abordar esses temas de uma forma leve e explicativa, por 
meio de uma obra repleta de perguntas e respostas.
O livro, na verdade, se transforma em um compêndio para aqueles que 
desejam aprofundar-se no estudo dos tributos em espécie, do Simples 
Nacional e de aspectos relevantes da escrituração contábil digital. É 
P R E F Á C I O
também fonte de conhecimento para os que se deparam, no dia a 
dia profissional, com desafios relacionados ao Sistema Público de 
Escrituração Digital – SPED, e com dúvidas acerca de multas por 
descumprimento de obrigações acessórias.
Das alíquotas aplicáveis ao ICMS, passando pelos créditos de PIS/
COFINS e chegando ao Fator R do Simples Nacional, a obra reflete 
uma tentativa evidente dos autores de subsidiar o leitor com o 
máximo de informações práticas, todas relacionadas ao cotidiano 
dos profissionais envolvidos com a gestão contábil e tributária. 
Em uma nação que figura no topo do ranking quando o assunto 
é complexidade do sistema tributário, os estudantes e aqueles 
que militam nas áreas contábil e fiscal/tributária certamente agra-
decem os que, por meio de obras de valor, se dispõem a tornar o 
caminho menos espinhoso.
E é por isso que, com a mesma satisfação e alegria que tivemos em 
escrever esse prefácio, convidamos você, leitor, a desfrutar desse 
belo trabalho, resultado de anos de dedicação de Fellipe Guerra e 
Marcos Lima ao estudo da contabilidade e do setor fiscal, somados 
à incessante vontade de contribuir.
Boa leitura!
Na condição de parceiro de muitos anos, apoiando sempre eventos 
e publicações que visam o aperfeiçoamento e valorização do 
profi ssional contábil, a e-Auditoria parabeniza o professor Fellipe 
Guerra e Marcos Lima pela publicação de mais um livro.
A e-Auditoria acredita que a educação e tecnologia são os 
principais agentes de transformação profi ssional para o público 
contábil. Nesse sentido, o sucesso e a dedicação dos professores 
Fellipe Guerra e Marcos Lima na formação e qualifi cação desse 
público nos inspira a continuar inovando e desenvolvendo as 
melhores ferramentas para os profi ssionais do setor.
Somos uma empresa focada em soluções de auditoria digital 
para o segmento fi scal, tributário e trabalhista. A suíte e-Auditoria 
incluí diversas ferramentas que simplifi cam e valorizam o 
trabalho do profi ssional. Entre as ferramentas disponíveis estão 
o e-Auditor, principal sistema de Inteligência Fiscal do mercado, 
e o e-Recuperador, plataforma líder para recuperação de créditos 
tributários.
e-auditoria
fortes
tecnologia
Participar da construção deste projeto, junto a grandes 
parceiros, é saber que estamos contribuindo com a difusão do 
conhecimento para os profi ssionais da área fi scal de todo o 
Brasil.
Os professores trazem neste livro diversas dúvidas que são 
bastante comuns entre os profi ssionais da área fi scal, assim 
contribuindo de maneira muito positiva para o crescimento de 
todos.
Assim, fi camos honrados em participar da disseminação do 
conhecimento pelo país.
José Carlos Fortes, presidente da FORTES TECNOLOGIA EM 
SISTEMAS.
A Fortes Tecnologia em Sistemas atua há mais de 25 anos 
em âmbito nacional na área de tecnologia da informação, 
desenvolvendo soluções para empresas contábeis e gestão 
empresarial.
e-auditoria
fortes
tecnologia
sieg
A SIEG é líder e especialista em gestão de documentos fi scais 
eletrônicos, desde a captura dos arquivos XML de NF-e, CTe, NFC-e, 
CF-e e NFS-e até a organização e análise dos dados obtidos a partir 
da Receita Federal e SEFAZ. Desde 2009 trabalhamos para ajudar 
empresas nessa atividade tão importante que é a organização e a 
gestão da área fi scal, que envolve desafi os diários.
Nos últimos anos, a SIEG tem atendido mais de 50.000 empresas 
em todo território nacional e é a ação número 1 para os maiores 
escritórios de contabilidade do Brasil.
É com honra que fazemos parte deste livro, que visa ajudar a 
contadores, tarefa que cumprimos com orgulho, e que pretendemos 
continuar cada vez mais. Para nós é um prazer colaborar com esta 
obra.
Sumário
Sistema Público de Escrituração 
Digital (SPED)
Imposto de Renda das Pessoas 
Jurídicas e Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido – e Outros 
Assuntos 
Programa de Integração Social 
(PIS), Programa de Formação do 
Patrimônio do Servidor Público 
(PASEP) e Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade 
Social (Cofi ns)
Imposto sobre Circulação das 
Mercadorias e Prestações de 
Serviços (ICMS) 
Simples Nacional
Pergunta 101
Bibliografi as
1 9
515
33
63
89
93
77
3
4
5
6
7
2
Capítulo 1
Capítulo 1Capítulo 1
Sistema Público de 
Escrituração Digital 
(SPED)
13
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
1. Quais os 5 erros mais frequentes no SPED Fiscal?
• Informar itens com códigos diferentes e a mesma descrição;
Ocorre geralmente antes de cadastrar um novo produto sem verificar 
se há um cadastro adequado para tal, incorrendo em duplicidade, e 
gerando grandes problemas no controle fiscal do estoque. O estoque 
físico, então, ficará divergente do estoque fiscal, não por omissão de 
entrada ou saída, ou seja, ausência de emissões de documentos fiscais, 
mas por desalinhamento cadastral.
• Não informar o fator de conversão quando necessário
Um ponto específico tem gerado muitas dúvidas para as empresas: o 
Registro 0220 (Fatores de Conversões de Unidades). Isto porque devemos 
escriturar as notas fiscais de entrada com as quantidades dos itens 
constantes dos respectivos documentos. O problema começa a ocorrer, 
por exemplo, quando o fornecedor emite a nota fiscal em unidade de 
medida distinta daquela utilizada pela empresa compradora. Para 
resolver esta situação utilizamos o Registro 0220, informando um fator 
de conversão entre a unidade do fornecedor e a unidade utilizada pelo 
comprador.
Vamos analisar a escrituração do fator de conversão através de um 
exemplo concreto. Imaginemos que uma empresa que comercializa 
creme de leite e adquire o produto de diversos fornecedores:
o Fornecedor A: vende caixa de creme de leite com 24 latas;
o Fornecedor B: vende caixa de creme de leite com 12 latas;
o Fornecedor C: vende unidades (latas).
A empresa compradora comercializa o produto (creme de leite) em duas 
unidades de medida:
o Caixa com 12 latas;
o Unidade (lata).
Vejamos como escriturar estas operações na EFD ICMS/IPI:
14
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
o No Registro 0190 (Identificação das Unidades de Medida) iremos 
cadastrar as unidades de medidas utilizadas no arquivo digital. 
Importante diferenciarmos as caixas que contêm 12 e as caixas que 
contêm 24 unidades com códigos diferentes. Caso contrário, nosso 
controle de estoque ficará completamente desorganizado.
CX12 Caixa com 12 unidades
CX24 Caixa com 24 unidades
LT200 Lata com 200 gramas
No Registro 0200 (Tabela de Identificação do Item) 
informaremos as mercadorias, serviços, produtos ou 
quaisquer outros itens concernentes às transações 
fiscais e aos movimentos de estoques em processos 
produtivos, bem como os insumos. Só devem ser 
apresentados itens referenciados nos demaisblocos, 
exceto se for apresentado o fator de conversão no 
registro 0220 (a partir de julho de 2012). A identificação do 
item (produto ou serviço) deverá receber o código próprio 
do informante do arquivo, e este código deve ser o mesmo na 
emissão dos documentos fiscais, na entrada das mercadorias ou em 
qualquer outra informação prestada ao fisco.
Observar que no campo 06 do Registro 0200 devemos informar a 
unidade de medida utilizada na quantificação de estoques, ou seja, 
aquela que será utilizada no Inventário. Não se trata das unidades de 
medida utilizadas nos documentos fiscais. Recomendamos utilizar a 
menor unidade comercializada, ou seja, “LT200” (Lata com 200 gramas).
Chegamos finalmente ao Registro 0220 (fatores de Conversão de 
Unidades), que tem por objetivo informar os fatores de conversão dos 
itens discriminados na Tabela de Identificação do Item (Produtos e 
Serviços) entre a unidade informada no Registro 0200 e as unidades 
informadas nos registros dos documentos fiscais ou nos registros do 
controle da produção e do estoque, Bloco K. Nos documentos eletrônicos 
de emissão própria, quando a unidade comercial for diferente da unidade 
do inventário, este Registro deverá ser informado. Quando for utilizada 
unidade de inventário (bloco H) ou unidade de medida de controle de 
15
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
estoque (bloco K) diferente da unidade comercial do produto é necessário 
informar o registro 0220 para informar os fatores de conversão entre as 
unidades.
No nosso exemplo existem dois fatores de conversão para um mesmo 
item:
“Caixa com 24 unidades” em relação à unidade de estoque “Lata com 
200 gramas”: fator de conversão 24
“Caixa com 12 unidades” em relação à unidade de estoque “Lata com 
200 gramas”: fator de conversão 12
No Registro C170 (Itens do Documento) iremos discriminar os itens da 
nota fiscal (mercadorias e/ou serviços constantes em notas conjugadas), 
inclusive em operações de entrada de mercadorias acompanhada de 
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) de emissão de terceiros. Na aquisição de 
mercadorias o documento deve ter os itens informados neste Registro 
de acordo com “a unidade de medida de comercialização do item 
utilizada no documento fiscal”. Assim, toda vez que a unidade informada 
no documento de entrada for diferente da utilizada para o inventário, 
deve ser informado, além do Registro 0190 com a unidade de medida, o 
Registro 0220 com o fator de conversão.
• Preencher informação de crédito quando não tem direito
Conforme o guia prático somente é necessário preencher, valor do 
crédito, base de cálculo, quando, de fato, houver crédito tributário de 
ICMS ou de IPI. Neste caso, se houver uma empresa Substituída Tributária, 
e não houver recolhimento, pois as demais cadeias anteriores recolheram 
tal tributo, não há necessidade de preenchimento em tais campos.
• Informar o C170 nas notas eletrônicas de emissão própria 
NF-e de emissão própria, regra geral, devem ser apresentados somente 
os registros C100 e C190. Somente será admitida a informação do registro 
C170 (ITENS DO DOCUMENTO) quando também houver sido informado 
o registro C176, hipótese de emissão de documento fiscal quando 
houver direito a Ressarcimento de ICMS em Operações com Substituição 
Tributária.
16
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
• Indicador de pagamento incompatível com o CFOP informado
Conforme o guia prático, o registro C100 do SPED Fiscal, campo 13, tem 
os seguintes indicadores de pagamento:
o 0: À vista;
o 1: A prazo;
o 2: Outros.
O alinhamento entre a operação e o registro financeiro tem que existir 
para não incorrer em inconformidade da informação fiscal.
2. Quais os 5 erros mais frequentes na EFD Contribuições?
• Não informar as receitas financeiras
As receitas financeiras devem ser informadas no Registro F100 (Demais 
Documentos e Operações Geradoras de Contribuição e Créditos). A 
orientação expressa do Guia Prático da EFD Contribuições, em que, 
deverão ser informadas no Registro F100 as demais operações que, em 
função de sua natureza ou documentação, não sejam passíveis de serem 
escrituradas nos Blocos A (serviços sujeitos ao ISSQN), C (mercadorias) e 
D (serviços sujeitos ao ICMS).
Assim, devem ser informadas no registro F100 as operações 
representativas das demais receitas auferidas, com incidência ou não das 
contribuições sociais, bem como das demais aquisições, despesas, custos 
e encargos com direito à apuração de créditos das contribuições sociais, 
que devam constar na escrituração do período. Incluem-se neste rol as 
Receitas Financeiras auferidas no período.
• Escriturar documentos que não se refiram a operações geradoras de 
créditos
Conforme o guia prático do SPED Contribuições não é necessário enviar 
operações que não tenham créditos ou débitos tributários, por exemplo: 
remessas e retornos de mercadorias.
17
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
• Escriturar notas fiscais canceladas
Não existe a obrigatoriedade. Optando a Pessoa Jurídica por escriturar as 
NF-e (modelo 55) de forma consolidada (C180 e filhos), não deverá incluir 
as receitas referentes às notas fiscais canceladas.
• Não informar valores retidos na fonte
A Empresa “A” efetuou uma Prestação de Serviços e destacou os impostos 
PIS e COFINS para retenção. A empresa tomadora do serviço (Empresa 
B) recolheu o PIS e a COFINS retido na Fonte. Durante a escrituração 
da Empresa “A”, esta mesma retenção deve ser abatida somente da 
Contribuição devida pela receita dos Serviços Prestados ou poderá fazê-
lo também da Contribuição devida pela Receita de Venda de Produtos, 
por exemplo. 
A utilização como dedução, dos valores retidos, está sempre vinculada 
à natureza da receita a que corresponde o serviço prestado ou o bem 
vendido. Se a receita tem natureza não cumulativa (independentemente 
da receita ser da prestação de serviço ou da venda de bens e mercadorias), 
a contribuição retida na fonte será utilizada para deduzir da contribuição 
não cumulativa. 
• Entregar a EFD sem movimento
A Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012 dispensa da obrigatoriedade 
da apresentação da EFD-Contribuições no caso de pessoa jurídica sujeita 
à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real ou 
Presumido em relação aos correspondentes meses do ano-calendário, 
em que:
o Não tenha auferido ou recebido receita bruta da venda de bens 
e serviços, ou de outra natureza, sujeita ou não ao pagamento das 
contribuições, inclusive no caso de isenção, não incidência, suspensão 
ou alíquota zero;
o Não tenha realizado ou praticado operações sujeitas a apuração de 
créditos da não cumulatividade do PIS/Pasep e da COFINS, inclusive 
referentes a operações de importação.
18
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
3. Quais as etapas para elaboração de 
uma Auditoria Digital?
A auditoria digital é um procedimento 
que visa identificar de maneira 
preventiva possíveis inconsistências 
nas informações fiscais enviadas pelos 
contribuintes. Não podemos confundir 
a auditoria digital, com a auditoria 
contábil que é uma ramificação da 
ciência contábil, inclusive com normas 
especificas para a aplicação.
A auditoria digital é um procedimento que deverá seguir um processo 
estruturado para que possa alcançar o resultado esperado, seguem as 
etapas:
• Validação
• Cruzamento
• Conciliação
• Saneamento dos dados
• Criação de indicadores
• Antecipação a erros
Cada uma dessas etapas deve ser seguida com cuidado afim de que os 
problemas detectados não voltem a ocorrer.
4. Quando deve ser apresentado o inventário?
O bloco H, com informações do inventário, deverá ser informado até 
a movimentação do segundo período de apuração subsequente ao 
levantamento do balanço. Em regra, as empresas encerram seu balanço 
no dia 31 de dezembro, devendo apresentar o inventário na escrituração 
de fevereiro, entregue em março. Contribuinte que apresente inventário 
com periodicidade anual ou trimestral, caso apresente o inventário de 
31/12na EFD-ICMS/IPI de dezembro ou janeiro, deve repetir a informação 
na escrituração de fevereiro. Havendo legislação específica, o inventário 
poderá ter periodicidade diferente da anual e ser exigido em outro 
período.
19
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
É fundamental destacar que o estoque informado no bloco H, do SPED 
Fiscal, em fevereiro de cada ano, não se refere ao inventário fiscal, mas 
sim, ao inventário físico, ou seja, a contagem do ativo da empresa, de fato, 
constante no estabelecimento.
O estoque fiscal é calculado pelo fisco, com base na movimentação fiscal, 
conforme segue:
• Saldo Anterior = Coletado do SPED Fiscal de Fevereiro do ano X1
• + Entradas = Constantes em todos os SPED’s Fiscais do ano de X2
• (-) Saídas = Constantes em todos os XML’s de saídas do ano de X2
• (=) Resultado da Equação será o Estoque Fiscal Projetado pelo Fisco, em 
31/12/X2
Com a informação constante no SPED Fiscal em fevereiro de X3, 
relativamente ao estoque informado pelo contribuinte e levantado em 
31/12/20X2, podemos comparar com o ESTOQUE calculado acima, e 
teremos possíveis OMISSÕES de Vendas ou Compras. Basicamente esse 
comparativo é feito constantemente pelo fisco.
5. Como é realizada a recuperação da ECD anterior na ECD atual?
A partir do leiaute 8 que servirá para o ano calendário de 2019 que 
enviaremos agora em 2020, o SPED Contábil trouxe uma novidade. Agora 
será necessário fazer a recuperação da ECD anterior, vale ressaltar que 
essa recuperação é obrigatória e deve ser realizada logo após criar ou 
recuperar a ECD atual.
Após ser feita a recuperação o PGE fará a construção do anterior de forma 
automática.
O objetivo da recuperação da ECD do período imediatamente anterior é 
realizar a consistência aritmética de contas contábeis. Especificamente, 
é verificar se o saldo final das contas/centro de custos do período 
imediatamente anterior é igual ao saldo inicial das contas/centros de 
custos do período atual, caso não tenha ocorrido mudança de plano de 
contas (nesta situação, deve ser utilizado o registro I157).
20
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
A funcionalidade “Recuperar ECD Anterior” nem sempre está habilitada 
no menu da ECD atual (a ECD a partir da qual se recupera).
Para a funcionalidade estar habilitada na ECD atual as seguintes condições 
devem ser atendidas:
- A ECD atual deve estar no leiaute 8 ou posterior, e
- A ECD atual deve ser um livro principal, isto é, o indicador da forma da 
escrituração contábil (campo 0010.IND_ESC) é igual a “G”, “R” ou “B”. Isso 
implica que só se recupera a partir de um livro principal, nunca auxiliar.
- A funcionalidade “Recuperar ECD Anterior” identifica e lista 
automaticamente as ECD existentes no banco de dados local do programa 
validador (PVA) que são passíveis de recuperação.
Entretanto, pode acontecer que nenhuma ECD seja listada por não haver 
ECD passível de recuperação na base local do PVA. Para uma ECD anterior 
ser listada para recuperação, as seguintes condições devem ser atendidas:
1 - A ECD atual e a ECD anterior devem possuir CNPJ iguais.
2 - A ECD atual e a ECD anterior devem possuir CNPJ de SCP iguais (campo 
0000.COD_SCP), podendo ambos ser campos não preenchidos.
3 - A ECD anterior deve estar assinada.
4 - A ECD anterior e a atual devem corresponder ao mesmo tipo de livro, 
isto é, o indicador da forma da escrituração contábil (campo 0010.IND_
ESC) da ECD anterior deve ser igual ao da ECD atual. Isso implica que só 
se recuperam livros principais, nunca auxiliares. 
Exemplo: Se a ECD atual for livro “G” e a ECD anterior livro “R”, a ECD 
anterior não será listada para recuperação. A informação da forma da 
escrituração contábil consta no campo 2 do registro I010. Verifique as 
instruções de preenchimento do registro I010 no Manual da ECD.
5 - O arquivo da ECD anterior deve ser o IMEDIATAMENTE ANTERIOR, isto 
é, sua data final deve ser um dia anterior à data inicial da ECD atual.
Exemplos:
21
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
Se a ECD atual é de 01/01/2019 a 31/01/2019, a ECD anterior a ser 
recuperada é a que tem data final em 31/12/2018.
Se a ECD atual é de 01/08/2019 a 31/12/2019, a ECD anterior a ser 
recuperada é a que tem data final em 31/07/2019.
RECUPERAÇÃO DE ECD A PARTIR DE UM ARQUIVO E ERROS QUE PODEM 
OCORRER: A funcionalidade “Recuperar ECD Anterior” normalmente 
recupera uma ECD existente na base local do programa validador (PVA). 
Essa é a opção preferível. No entanto, a ECD anterior pode ter sido excluída 
da base local, por exemplo, ou trata-se de uma nova instalação do PVA.
Assim, há a possibilidade de recuperar via arquivo (botão 
“Localizar”). Para tal operação ser possível, o arquivo a 
ser recuperado da ECD anterior deve satisfazer as cinco 
condições listadas para a recuperação de uma ECD na 
base local (itens 1 a 5 anteriores). É importante lembrar 
que, em relação ao item 3, o arquivo da ECD deve estar 
assinado e não pode ter sido alterado. Por exemplo, 
utilizar um editor de textos para editar o arquivo da ECD 
anterior pode invalidar sua assinatura. Caso a assinatura não esteja válida, 
o PVA emite um erro e não efetua a recuperação.
Também deve-se ter em mente que, ao se recuperar o arquivo da ECD 
anterior, este é importado pelo PVA e gravado no banco de dados local 
do programa validador (PVA). Isso significa que, se houver uma ECD na 
base local com a mesma identificação do arquivo de recuperação (CNPJ, 
CNPJ da SCP, tipo do livro, período e natureza do livro, se auxiliar) ou o 
mesmo número do livro (campo I030. NUM_ORD), o PVA não grava em 
cima da ECD na base, emitindo um erro e não efetuando a recuperação.
Nesse caso, há duas possibilidades:
Pode-se efetuar a recuperação a partir da ECD existente na base local e 
não do arquivo caso este arquivo seja igual à ECD existente na base. Isso 
quer dizer que não é necessário recuperar a partir do arquivo da ECD se a 
ECD já está gravada na base local do PVA. 
Mas pode ser que, por algum motivo, o arquivo da ECD a partir do qual 
se deseja recuperar seja diferente da ECD existente na base local, embora 
22
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
tenha a mesma identificação, ou simplesmente seu número de ordem 
do livro (campo I030. NUM_ORD) coincida com o número de ordem de 
qualquer outra escrituração existente na base local. Nessa situação, é 
esperado que esse arquivo da ECD esteja preservado em outro local de 
armazenamento e corresponda ao efetivamente transmitido ao SPED. 
Nesse caso, para realizar a recuperação deve-se excluir da base local 
a ECD que tenha a mesma identificação do arquivo a ser recuperado 
(mesmos CNPJ, CNPJ da SCP, tipo do livro, período e natureza do livro, 
se auxiliar) ou tenha o mesmo número de ordem do livro (campo I030. 
NUM_ORD). Antes de se efetuar a exclusão, é recomendado realizar uma 
cópia de segurança. 
CRÍTICA DE TRANSMISSÃO RELATIVA À ECD RECUPERADA: no 
momento da transmissão, verifica-se se a ECD anterior recuperada 
coincide com a ECD anterior existente na base do SPED. A verificação é 
realizada comparando-se o HASH da escrituração recuperada e o HASH 
da escrituração anterior existente na base do SPED. Se os HASH forem 
desiguais, um erro é emitido e não é possível efetuar a transmissão. 
No entanto, essa verificação só é realizada 
se certas condições forem atendidas. 
Essas condições, que englobam mesmas 
condições que permitiram a recuperação 
no programa validador (PVA), são: 
- A ECD atual sendo transmitida deve estar 
no leiaute 8 ou posterior,
- A ECD atual sendo transmitida deve ser 
um livro principal, isto é, o indicador da 
forma da escrituração contábil (campo 0010.IND_ESC) é igual a “G”, “R” 
ou “B”, e
- Deve existir uma ECD anteriormente transmitida ao SPED ativa (não 
retificada ou cancelada) em que:
1 - O CNPJ seja igual ao CNPJ da ECD atual sendo transmitida,
2 - O CNPJ de SCP (campo 0000.COD_SCP) seja igual ao CNPJ de SCP da 
ECD atual sendo transmitida (ou ambos sejam campos nãopreenchidos),
23
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
3 - A data final seja um dia anterior à data inicial da ECD atual sendo 
transmitida, e
4 - O indicador da forma da escrituração contábil (0010.IND_ESC) seja 
igual ao da ECD atual sendo transmitida.
6. Qual a data limite para entrega da ECD? 
Para as situações normais, o prazo limite para entrega da ECD é até o 
último dia útil do mês de maio do ano subsequente ao ano calendário a 
que se refira a escrituração.
Porém, nos casos de situações especiais, tais como cisão, fusão, 
incorporação ou extinção nós teremos duas linhas de raciocínio.
Primeiro, se a situação especial ocorrer de janeiro a abril de 2020 o prazo 
limite será até o último dia útil do mês e maio.
Porém, se a situação especial ocorrer de maio a dezembro, o prazo será 
até o último dia útil do mês subsequente ao evento.
7. Quem está obrigado a EFD Reinf?
Nós temos que segregar o conceito de obrigatoriedade com o prazo de 
início dessa obrigação. Na essência a escrituração alcançará aqueles que:
- Prestem ou contratem serviços mediante cessão de mão de obra
- Pessoas jurídicas responsáveis pelas retenções de contribuições sociais 
e imposto de renda
- Pessoas jurídicas optantes pela CPRB
- Produtor rural sujeito a Contribuição Previdenciária Substituída 
- Associações desportivas que mantém clubes de futebol profissional e 
entidades patrocinadoras.
24
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
8. Quantos modelos de Documentos Fiscais Eletrônicos existem? E 
quais são eles?
São 07 modelos de documentos fiscais eletrônicos existentes no país e 
cada um deles é utilizado conforme a operação ou prestação que está 
sendo praticada, onde para cada tipo existe um modelo de documento 
hábil, que são:
• Nota Fiscal Eletrônica – NFe
• Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica – NFCe
• Cupom Fiscal Eletrônico – CFe
• Conhecimento de Transporte Eletrônico – CTe (CTe-OS)
• Bilhete de Passagem Eletrônico – BPe
• Manifesto de Documento Fiscal Eletrônico – MDFe
• Nota Fiscal de Serviço Eletrônica – NFSe
9. Multa por atraso na entrega da EFD Contribuições?
A partir de 01 de janeiro de 2020, a Multa por Atraso na Entrega da 
EFD-Contribuições será calculada, gerada e cientificada à empresa no 
momento da transmissão fora do prazo regular.
O código para recolhimento espontâneo da multa por atraso na entrega 
da EFD-Contribuições é 2203, conforme ADE Codac/RFB nº 38/2011.
A Lei nº 13.670, de 30 de maio de 2018, veio dar nova redação aos 
artigos 11 e 12 da Lei nº 8.218, de 1991, que dispõe sobre a utilização de 
sistemas de processamento eletrônico de dados para registrar negócios 
e atividades econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar 
documentos de natureza contábil ou fiscal, e a manter, à disposição da 
Secretaria da Receita Federal, os respectivos arquivos digitais e sistemas. 
De acordo com a nova redação do art. 12 da Lei nº 8.218, de 1991, a 
inobservância do disposto no artigo precedente acarretará a imposição 
das seguintes penalidades: 
I - multa equivalente a 0,5% (meio por cento) do valor da receita bruta 
da pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração aos que não 
atenderem aos requisitos para a apresentação dos registros e respectivos 
arquivos; 
25
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
II - multa equivalente a 5% (cinco por cento) sobre o valor da operação 
correspondente, limitada a 1% (um por cento) do valor da receita bruta 
da pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração, aos que 
omitirem ou prestarem incorretamente as informações referentes aos 
registros e respectivos arquivos; e 
III - multa equivalente a 0,02% (dois centésimos por cento) por dia de 
atraso, calculada sobre a receita bruta da pessoa jurídica no período a 
que se refere a escrituração, limitada a 1% (um por cento) desta, aos que 
não cumprirem o prazo estabelecido para apresentação dos registros e 
respectivos arquivos.
10. É possível cancelar uma EFD Contribuições enviada por engano?
No caso de uma pessoa jurídica proceder, indevidamente (por não ser 
contribuinte ou não estar obrigada), à transmissão de uma escrituração 
digital original, caso eventuais tributos nela apurados não sejam devidos, 
efetivos, deve o contribuinte proceder à retificação da obrigação 
acessória original ou, não tendo tributo a ser apurado ou escriturado, 
retificar para entregar nova escrituração, sem dados. Não existe previsão 
de cancelamento de escrituração.
O fato de uma pessoa jurídica transmitir uma escrituração, indevidamente, 
por não estar obrigada, não o vincula à condição de obrigatoriedade de 
entrega, nos meses correspondentes.
11. Como utilizar na EFD-Reinf saldos de créditos de contribuições 
previdenciárias retidas antes da obrigatoriedade?
Assim como ocorre com os valores de salário família e de salário 
maternidade não deduzidos no mês em que forem pagos, de acordo com 
a Instrução Normativa RFB nº 1.171/2017, com as alterações da IN RFB nº 
1.810/2018, só é possível aproveitar os valores pagos a título de salário 
família e salário maternidade no mês do seu pagamento.
Eventuais sobras poderão ser objeto de pedido de reembolso, por 
meio do sistema PERDCOMP. Os valores de salário família e de salário 
maternidade não deduzidos no mês em que forem pagos não poderão 
ser utilizados para compensar débitos de períodos subsequentes. 
Dessa forma, eventuais saldos de retenções previdenciárias que não 
26
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
forem aproveitados na mesma 
competência da retenção, deverão 
ser objeto de pedido de restituição 
ou compensação - PERDCOMP.
12. O que é a central de balanços 
e pra que serve?
Atualmente no país não há 
uma fonte de informação que 
congregue as demonstrações 
contábeis. As empresas publicam 
as demonstrações em diferentes jornais (incluindo o Diário Oficial), por 
força de lei, ou as divulgam de várias formas quando têm interesse nisso, 
por exemplo, utilizando seus sítios na internet.
A Central de Balanços procura suprimir essa lacuna. A Central reúne as 
demonstrações contábeis e documentos publicados pelos participantes 
em um só local, provendo acesso fácil, gratuito e público aos documentos 
e garantindo sua autenticidade.
A participação na Central de Balanços é voluntária. Qualquer empresa ou 
instituição pode participar. Para as companhias fechadas, a publicação de 
seus atos e a divulgação das informações ordenadas pela Lei nº 6.404/76 
são obrigatórias na Central de Balanços por força da Portaria do Ministério 
da Economia nº 529 de 26 de setembro de 2019.
13. É necessário imprimir os livros fiscais da EFD ICMS/IPI e 
autentica-los na Sefaz?
Não. Ao contribuinte obrigado à EFD-ICMS/IPI está vedada a escrituração 
fiscal dos livros e documentos listados no Ajuste Sinief 02/2009 de forma 
diversa. Sendo assim, não há que se falar em autenticação de livros 
impressos na repartição estadual. Um dos objetivos do Projeto SPED é a 
economia de papel. 
O arquivo digital da EFD será gerado pelo contribuinte de acordo com as 
especificações do leiaute definido em Ato COTEPE e conterá a totalidade 
das informações econômico-fiscais e contábeis correspondentes ao 
27
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
período compreendido entre o primeiro e o último dia do mês.
Considera-se totalidade das informações:
I - as relativas às entradas e saídas de mercadorias bem como aos serviços 
prestados e tomados, incluindo a descrição dos itens de mercadorias, 
produtos e serviços;
II - as relativas a quantidade, descrição e valores de mercadorias, matérias-
primas, produtos intermediários, materiais de embalagem, produtos 
manufaturados e produtos em fabricação, em posse ou pertencentes ao 
estabelecimento do contribuinte declarante, ou fora do estabelecimento 
e em poder de terceiros;
III - qualquer informação que repercuta no inventário físico e contábil, na 
apuração, no pagamento ou na cobrança de tributos de competência dos 
entes conveniados ou outrasde interesse das administrações tributárias.
Qualquer situação de exceção na tributação do ICMS ou IPI, tais 
como isenção, imunidade, não-incidência, diferimento ou suspensão 
do recolhimento, também deverá ser informada no arquivo digital, 
indicando-se o respectivo dispositivo legal.
As informações deverão ser prestadas sob o enfoque do declarante.
14. Como deve ser feito o registro do Prejuízo Fiscal no e-Lalur e no 
e-Lacs na ECF?
Quando ocorrer um prejuízo fiscal no período o contribuinte deverá 
no SPED ECF primeiro criar uma conta de Prejuízo Fiscal em períodos 
anteriores no registro M010 - Identificação da conta da parte B do e-Lalur 
e do e-Lacs.
Importante destacar que o Lalur e o Lacs são divididos em duas partes, 
A e B.
Na parte A são informadas as adições, exclusões e compensações e na 
Parte B os valores que influenciarão a apuração no futuro, como é o caso 
dos prejuízos fiscais.
28
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
Continuando, logo depois de criar a conta deverá informar o saldo do 
prejuízo no registro M410 – Lançamento na Parte B do Lalur e do eLacs 
sem reflexo na parte A.
Então, quando houver a compensação do prejuízo o contribuinte deverá 
utilizar essa conta criada na parte B para compensação no registro M300 
– Demonstração do Lucro Real – Lançamentos na PARTE A do e-lalur.
15. Posso fazer a substituição de um SPED Contábil enviado?
Segundo a Instrução Normativa (IN) 
da Receita Federal do Brasil (RFB) 
nº 1.774 de 2017, a Escrituração 
Contábil Digital (ECD) autenticada 
somente poderá ser substituída caso 
contenha erros que não possam ser 
corrigidos por meio de lançamento 
contábil extemporâneo, conforme 
previsto na ITG 2000 – Interpretação 
Técnica Geral.
Portanto, caso seja realmente 
necessário fazer a substituição 
da ECD o contribuinte deverá 
apresentar uma escrituração substituta junto com o Termo de Verificação 
para Fins de Substituição que deverá conter:
• A identificação da escrituração substituída 
• A descrição pormenorizada dos erros
• A identificação clara e precisa dos registros que contenham erros
• Autorização do Conselho Federal de Contabilidade
E quando for o caso, a descrição dos procedimentos pré-acordados 
executados pelos auditores independentes.
Detalhe importante: Somente será admitida a substituição de ECD até 
o fim do prazo relativo ao ano calendário subsequente. Ou seja, ano 
calendário 2019 até o momento deverá ser entregue até o final de maio 
de 2020, então só será permitida a substituição da ECD 2018 até o fim do 
prazo da ECD 2019.
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Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
16. Existe multa pelo atraso na entrega do SPED Contábil?
Conforme a IN 1.774 de 2017, aplicam-se as PJs que deixarem de 
apresentar a ECD no prazo ou para aqueles que a apresentarem com 
erros ou omissões as multas previstas no art. 12 da Lei 8218 de 1991. No 
entanto, a Lei 13670 de 2018 deu nova redação ao art 12 da lei de 1991, 
estabelecendo a imposição das seguintes penalidades:
• Multa equivalente a 0,5% do valor da RB da PJ que não atender aos 
requisitos para apresentação dos registros no período de apuração;
• Multa de 5% sobre o valor da operação, aos que omitirem ou prestarem 
incorretamente as informações, está limitada a 1% da RB
• Multa de 0,02% por dia de atraso, calculada sobre a RB da PJ no período 
a que se refere a escrituração, limitado a 1% da RB.
As multas poderão ser reduzidas:
- A metade quando a obrigação for cumprida antes de qualquer 
procedimento de ofício 
- 75% se a obrigação for cumprida no prazo fixado na intimação
17. Houve mudança de contador no meio do período, como ficam o 
SPED Contábil e a ECF?
Suponha que no ano calendário de 2019 um contribuinte iniciou em 
agosto, então será necessário entender como se comportará a prestação 
das informações no SPED Contábil e na ECF.
No SPED Contábil, cada contador irá entregar a informação referente 
ao período em que é responsável técnico. Então o contador anterior vai 
enviar um arquivo de ECD assinado por ele com a escrituração contábil 
de janeiro a julho e enviará um arquivo com a movimentação de agosto a 
dezembro de 2019. Ambos têm que atender ao prazo de entrega.
Já no SPED ECF não é possível transmitir duas ou mais ECFs por mudança 
de contador. A ECF deve ser transmitida em um arquivo único. Nessa 
situação, o contador da empresa no exercício atual, provavelmente 
30
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
terá que enviar a ECF referente a todo ano calendário de 2019 e 
consequentemente terá que recuperar as duas ECDs, a enviada pelo 
antigo contador.
É importante que os saldos finais das contas do primeiro arquivo estejam 
em conformidade com os saldos iniciais das contas no segundo arquivo 
da ECD, caso negativo, a ECF irá recuperar somente os dados do segundo 
arquivo e a primeira apuração ficará comprometida.
18. As empresas de serviços de transporte, tributadas pelo ICMS 
deverão informar o inventário no Bloco H do SPED Fiscal?
É fundamental destacarmos que as empresas de transporte interestadual 
e intermunicipal, seja de bens, valores ou pessoas são consideradas 
contribuintes do ICMS e estão sujeitos em regra a emissão do 
Conhecimento de Transporte Eletrônico.
E em regra os contribuintes normais, ou seja, aqueles não optantes pelo 
Simples Nacional, estão sujeitos também ao envio da EFD ICMS-IPI. É 
importante destacar que em alguns estados os contribuintes do ICMS 
optantes pelo Simples também enviam a EFD.
O registro de inventário está previsto no Convênio ICMS S/N de 1970 
no art. 76 e a norma estabelece que o inventário se destina a arrolar as 
mercadorias, materiais primas, produtos intermediários, os materiais 
de embalagem, os produtos manufaturados, e produtos em fabricação, 
existentes no estabelecimento na data do 
balanço.
Portanto, as empresas de transporte não 
possuem estoque próprio nem de terceiros, 
visto que a empresas apenas fará a circulação, 
sem que haja entrada em seu estabelecimento. 
Logo, as empresas transportadoras, deverão 
sim enviar o Bloco H no SPED Fiscal, quando 
obrigadas, porém sem dados. Ou seja, 
zerado. Vale destacar que, caso haja alguma 
exigência em específico de determinado 
estado, esta deverá ser observada. Por isso, a 
31
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED
recomendação é averiguar na legislação do seu estado.
19. Contribuinte obrigado ao envio do SPED Contábil, precisa 
registrar seus livros na junta comercial?
Com a publicação do decreto 8.683 em 2016, foi estabelecido a 
autenticação dos livros contábeis que poderá ser feita por meio do SPED, 
mediante o envio do SPED Contábil.
Dessa forma, o recibo de entrega gerado no momento do envio da 
ECD servirá como termo de autenticação. O ponto mais importante do 
decreto é que, a autenticação por meio do SPED dispensa qualquer outra 
autenticação de livros em papel.
Em 2018, a publicação do decreto 9.555 que tratou da autenticação de 
livros contábeis para as empresas não sujeitas ao registro no comércio. 
De acordo com esse decreto, as pessoas jurídicas que não estão sujeitas 
ao registro em juntas comerciais, também terão seus livros autenticados 
com o envio do SPED.
Dessa forma o decreto 9.555 de 2018, ampliou o alcance das autenticações 
feitas pelo SPED que já havia sido prevista no decreto 8.683 de 2016.
20. Como informar o registro 1600 do SPED Fiscal? Operações com 
cartão de crédito e débito.
O Registro 1600 no SPED Fiscal é usado para que o 
contribuinte possa informar o total das suas vendas 
e operações com cartões de crédito e débito. Esse 
é um registro bem conhecido por permitir diversos 
cruzamentos de informações, pois as informações 
de vendas de cartões de créditos também são 
informadas em outras obrigações como DIRF, SPED 
Contábil e etc.
É importante destacar que os participantes que 
devem ser utilizados nesse registro são os próprias 
administradores de cartão e para isso deverá ter 
feito antes o cadastro no Registro 0150, cadastro 
32
Sistema Públicode Escrituração Digital – SPED Capítulo 2de participantes. É muito válido também reforçar a importância de se consultar o contrato de serviços firmado entre a administradora e o informante do arquivo. E para finalizar é importante destacar também 
que o valor que deve ser informado é o total das vendas, excluídos os 
estornos e cancelamentos.
Capítulo 2Capítulo 2
Imposto de Renda das 
Pessoas Jurídicas e 
Contribuição Social Sobre 
o Lucro Líquido – e outros 
assuntos
34
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
1. O que é o Bônus de Adimplência Fiscal?
As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real ou Presumido que 
estiverem adimplentes com os tributos administrados pela Receita 
Federal nos últimos 05 anos calendários, poderão se beneficiar de um 
bônus de adimplência fiscal, conforme previsto no Art. 38 da Lei 10.637 
de 2002.
Conforme segue:
§ 1o O bônus referido no caput:
I - corresponde a 1% (um por cento) da base de cálculo da CSLL 
determinada segundo as normas estabelecidas para as pessoas jurídicas 
submetidas ao regime de apuração com base no lucro presumido;
II - será calculado em relação à base de cálculo referida no inciso I, 
relativamente ao ano-calendário em que permitido seu aproveitamento.
§ 2o Na hipótese de período de apuração trimestral, o bônus será 
calculado em relação aos 4 (quatro) trimestres do ano-calendário e 
poderá ser deduzido da CSLL devida correspondente ao último trimestre.
§ 3o Não fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos últimos 5 (cinco) 
anos-calendário, se enquadre em qualquer das seguintes hipóteses, 
em relação a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da 
Receita Federal:
I - lançamento de ofício;
II - débitos com exigibilidade suspensa;
III - inscrição em dívida ativa;
IV - recolhimentos ou pagamentos em atraso;
V - falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória.
§ 4o Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou judicial, 
que implique desoneração integral da pessoa jurídica, as restrições 
35
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
referidas nos incisos I e II do § 3o serão desconsideradas desde a origem.
§ 5o O período de 5 (cinco) anos-calendário será computado por ano 
completo, inclusive aquele em relação ao qual dar-se-á o aproveitamento 
do bônus.
§ 6o A dedução do bônus dar-se-á em relação à CSLL devida no ano-
calendário.
§ 7o A parcela do bônus que não puder ser aproveitada em determinado 
período poderá sê-lo em períodos posteriores, vedado o ressarcimento 
ou a compensação distinta da referida neste artigo.
§ 8o A utilização indevida do bônus instituído por este artigo implica a 
imposição da multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 
9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicando-se o seu percentual, sem 
prejuízo do disposto no § 2o
§ 9o O bônus será registrado na contabilidade da pessoa jurídica 
beneficiária:
I - na aquisição do direito, a débito de conta de Ativo Circulante e a crédito 
de Lucro ou Prejuízos Acumulados;
II - na utilização, a débito da provisão para pagamento da CSLL e a crédito 
da conta de Ativo Circulante referida no inciso I.
2. Quais tipos de prejuízos podem ser apurados pelas pessoas 
jurídicas?
Os prejuízos que podem ser apurados pela pessoa jurídica são de duas 
modalidades: 
a) o apurado na Demonstração do Resultado do período de apuração, 
conforme determinado pelo art. 187 da Lei nº 6.404, de 1976. O prejuízo 
apurado nessa modalidade é conhecido como prejuízo contábil 
ou comercial, pois é obtido por meio da escrituração comercial do 
contribuinte; e 
b) o apurado na Demonstração do Lucro Real e registrado no Lalur (que 
36
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
parte do lucro líquido contábil do período mais adições menos exclusões 
e compensações). O prejuízo apurado nessa modalidade é conhecido 
como prejuízo fiscal, o qual é compensável para fins da legislação do 
imposto de renda.
É importante destacar que a compensação de prejuízos apurados em 
exercícios anteriores é limitada a 30% do lucro antes da compensação e 
não se sujeita a prescrição tributária, uma exceção a essa regra é no caso 
da atividade rural em que, não estão sujeitas ao limite de 30%, podendo 
portanto chegar até a 100% de compensação.
3. Como deve ser feita a opção pelo Lucro Presumido?
A opção é manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota 
única do imposto devido correspondente ao primeiro período de 
apuração de cada ano calendário, sendo considerada definitiva para todo 
o ano-calendário. 
As pessoas jurídicas que tenham iniciado suas atividades a partir do 
segundo trimestre do ano-calendário manifestarão a sua opção por meio 
do pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao 
período de apuração do início de atividade. 
Não poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro 
presumido as pessoas jurídicas resultantes de evento de incorporação 
ou fusão enquadradas nas disposições contidas no art. 59 da Instrução 
Normativa da Receita Federal do Brasil nº 1.700, de 2017, ainda que 
qualquer incorporada ou fusionada fizesse jus ao referido regime antes 
da ocorrência do evento, não será aplicado o disposto no art. 4º da Lei nº 
9.964/2000, salvo no caso em que a incorporadora estivesse submetida ao 
Programa de Recuperação Fiscal (Refis) antes do evento de incorporação.
4. O que são os ajustes ao lucro líquido no Lucro Real?
A determinação do Lucro Real exige do contribuinte a escrituração 
contábil regular, é por isso que toda Pessoa Jurídica tributada pelo lucro 
real está obrigada ao envio do SPED Contábil e deve recupera-lo no 
momento de elaborar a Escrituração Contábil Fiscal. Desta forma, lucro 
37
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
líquido contábil apurado antes da provisão do IRPJ será ajustado por 
meio de adições, exclusões e compensações.
As adições são as despesas que foram contabilizadas, mas que são 
indedutíveis, ou seja, não aceitas pelo Fisco para a determinação da base 
de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, existem mais de 
200 possibilidades de adições. Além de receitas não contabilizadas em 
receitas, por questões contábeis.
Já as exclusões, são valores que podem ser retirados do lucro líquido no 
momento da apuração, aproximadamente 140 possibilidades. Além das 
despesas não contabilizadas em despesas, por questões contábeis.
As compensações, é uma outra opção de ajustar o cálculo do Imposto 
de Renda das Pessoas Jurídicas, pois possuem tratamento semelhante. 
A exclusão pode ser utilizada em regra para os casos de prejuízos fiscais.
5. O que é um Balanço de Abertura?
O Balanço de Abertura é uma técnica utilizada para 
levantar as informações patrimoniais e iniciar a 
escrituração contábil de uma empresa que não possui 
contabilidade regular, seja porque ela não estava 
obrigada para fins fiscais ou porque perdeu informações 
e arquivos que não permitam reconstruir sua escrituração, sendo 
obrigada então a levantar um balanço para reiniciar sua escrituração a 
partir de determinada data.
O levantamento patrimonial que dá base ao balanço de abertura deve 
considerar todos os bens do ativo, as obrigações e o patrimônio líquido. 
No ativo, deverão ser inventários, o dinheiro em caixa, banco, as 
mercadorias, os valores a receber, inclusive a depreciação, como se 
estivesse sendo feita normalmente, dentre outros.
No passivo deverão ser arroladas todas as obrigações de curto e longo 
prazo. Já no PL serão registrados o capital social e a diferença entre ativo, 
passivo e capital social.
38
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
Vale destacar que o prejuízo eventualmente apurado em levantamento 
patrimonial não poderáser compensado na determinação do lucro real. 
6. Após feito a opção pelo lucro presumido, é possível alterar?
A opção pelo Lucro Presumido é manifestada com o pagamento da 
primeira quota ou quota única do imposto correspondente ao primeiro 
período de apuração de cada ano calendário, sendo considerada 
definitiva para todo o ano calendário. 
Em regra geral, não há a possibilidade de mudança. 
A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em 
relação a todo o ano calendário. Inclusive, não é permitido REDARF para 
alterar o código de receita identificador da opção manifestada. 
No entanto, será aberta uma exceção quando ocorrer qualquer uma das 
hipóteses de arbitramento previstas na legislação tributária, situação 
em que a pessoa jurídica poderá, desde que conhecida a receita bruta, 
determinar o lucro tributável segundo as regras relativas ao regime de 
tributação com base no lucro arbitrado. 
7. Como é o tratamento da distribuição de lucros nas empresas 
tributadas pelo Lucro Presumido? 
É possível ser distribuído a título de lucros, sem incidência de imposto 
de renda ao titular, sócio ou acionista da pessoa jurídica, o valor 
correspondente ao lucro presumido, diminuído de todos os impostos e 
contribuições (inclusive adicional do IR, CSLL, COFINS, PIS/Pasep) a que 
estiver sujeita a pessoa jurídica. 
Acima desse valor, a pessoa jurídica poderá distribuir, sem incidência 
do imposto de renda, até o limite do lucro contábil efetivo, desde que 
ela demonstre, via escrituração contábil feita de acordo com as leis 
comerciais, que esse último é maior que o lucro presumido. Nesse caso, 
ficando a empresa obrigada ao envio do SPED Contábil.
No entanto, se houver qualquer distribuição de valor a título de lucros, 
superior àquele apurado contabilmente no período, está deverá ser 
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Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
oriunda da conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros de 
exercícios anteriores. 
Importante destacar que, se não existirem lucros acumulados ou reservas 
de lucros em montante suficiente para justificar a distribuição, a parcela 
excedente deverá ser oferecida a tributação, que, no caso da pessoa 
física, será com base na tabela progressiva mensal. 
8. Existe multa na entrega da DCTF em atraso?
Conforme a Instrução Normativa RFB 1599/2015 e suas alterações 
posteriores, o sujeito passivo que deixar de apresentar a DCTF no 
prazo fixado, está sujeito a multa de 2% ao mês calendário ou fração, 
incidente sobre o montante dos impostos e contribuições informados na 
declaração, ainda que os tributos estejam integralmente pagos, limitada 
a 20% e observado a multa mínima.
A multa mínima aplicada será de:
• 200,00 em caso de pessoa jurídica inativa
• 500,00 em caso de pessoa jurídica ativa
É importante destacar que as multas podem ter reduções de 50% quando 
a apresentação da declaração acontecer antes de qualquer procedimento 
de ofício, a 25% se a apresentação for feita no prazo fixado na intimação.
9. O que é o CARF?
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF foi constituído 
pela Medida Provisória 449/08, posteriormente foi convertida na lei 
11.941/09. 
O CARF é um órgão integrante da estrutura do Ministério da Economia, 
que tem como Objetivo julgar recursos da primeira instância, assim 
como também recursos de natureza especial, sempre que tratem sobre 
a aplicação da legislação dos tributos administrados pela Receita Federal 
do Brasil.
Todo contribuinte tem o direito de se defender quando é autuado pela 
fiscalização tributária, e ele poderá fazer isso sem necessariamente 
40
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
ter que recorrer ao judiciário, podendo, portanto, fazer isso de forma 
administrativa. 
Os autos de infração poderão ser impugnados administrativamente 
pelos contribuintes, observada a previsão na legislação tributária.
A partir do momento do em que o contribuinte toma conhecimento do 
auto de infração ele já pode começar elaborar a sua defesa, anexando as 
provas, com o objetivo de reverter a situação. O processo pode ser feito 
pelo contador ou qualquer outro profissional, não sendo exigido nesse 
momento a presença de um advogado, apesar de que em muitos casos 
isso é fortemente recomendado.
10. Aspectos Tributários do IRPJ e CSLL no 
caso de doações?
Sabemos que diante do atual cenário de 
enfretamento a pandemia do coronavírus, as 
entidades sem fins lucrativos que atuam na 
prevenção e no apoio as famílias que estão sendo 
impactadas tem recebido diversas doações e nesse sentido o setor 
privado, em diversos segmentos tem se voluntariado para fazer doações 
em dinheiro ou em mercadorias (especialmente produtos de limpeza, 
higiene e medicamentos) tais como mascaras, luvas e etc.
Diante disso, uma dúvida muito comum é como operacionalizar essas 
doações, do ponto de vista tributário quanto ao IRPJ e CSLL para as 
empresas tributadas pelo Lucro Real.
O IRPJ e CSLL não incidem sobre as doações, uma vez que elas não 
ensejam em qualquer acréscimo patrimonial. No entanto, precisa ser 
considerada a dedutibilidade das doações efetuadas. Segundo a Lei 
nº 9249/95 são dedutíveis até o limite de 2% do lucro operacional, as 
doações efetuadas as entidades civis legalmente constituídas no Brasil, 
sem fins lucrativos. Importante destacar que, em caso de doações de 
bens do ativo imobilizado, somente serão dedutíveis se houver saldo 
residual a ser depreciável, conforme previsto na legislação tributária. É 
importante destacar também que a simples comprovação de doação 
efetuada a entidades sem fins lucrativos não é o suficiente para tornar 
a despesa dedutível, porque caso a entidade que recebeu a doação 
41
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
não se enquadre nas exigências previstas na lei, a doação se tornará 
automaticamente indedutível. Então, muito cuidado e atenção nesses 
procedimentos.
11. O que é o desconto simplificado na Declaração do Imposto de 
Renda das Pessoas Físicas (DIRPF)?
Considera-se opção pelo desconto simplificado a substituição de todas 
as deduções previstas na legislação tributária, pela dedução de 20% 
do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, 
havendo limitação que varia de ano para ano.
Não necessita de uma comprovação dos 20% e pode ser utilizado 
independente do montante de rendimentos recebidos e do número de 
fontes pagadoras. O contribuinte que tem mais de uma fonte pagadora 
pode optar pelo desconto simplificado. Ele deve preencher a Declaração 
de Ajuste Anual, informando nos campos pertinentes os nomes e os 
números de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou 
no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de todas as fontes, bem como indicar 
os rendimentos de todas as fontes e os respectivos impostos retidos.
É importante destacar que o valor utilizado como desconto simplificado 
não justifica variação patrimonial, sendo considerado rendimento 
consumido.
Qualquer contribuinte pode optar pelo desconto simplificado. Entretanto, 
após o prazo para a apresentação da declaração, não será admitida a 
mudança na forma de tributação de declaração já apresentada.
12. Paguei o Imposto de Renda das Pessoas Físicas indevidamente, 
como restituir?
O prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição do imposto 
pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese 
de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente 
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação 
declaratória ou em recurso extraordinário, extingue-se após o transcurso 
do prazo de 5 anos, contados da data da extinção do crédito tributário, 
tratando-se de rendimentos sujeitos à tributação exclusiva na fonte, 
42
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outrosassuntos
não tributáveis ou isentos. Relativamente aos rendimentos recebidos 
ao longo do ano-calendário sujeitos ao ajuste anual, e tendo havido 
antecipação do pagamento do imposto mediante retenção pela fonte 
pagadora, o termo inicial da contagem de prazo de 5 anos é o dia 31 de 
dezembro do ano-calendário correspondente. Esse mesmo prazo aplica-
se também à restituição do imposto sobre a renda na fonte incidente 
sobre os rendimentos recebidos como verbas indenizatórias a título de 
incentivo à adesão a Programas de Desligamento Voluntário (PDV).
13. Como posso doar parte do Imposto de Renda das Pessoas 
Físicas para projetos sociais?
Sabia que pode utilizar uma das principais obrigações anuais de todos 
os brasileiros para fazer o bem?! É isso mesmo! Nos últimos dias nós 
acompanhamos a publicação da IN nº 1930 que prorrogou o prazo da 
Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física para 30 de junho de 2020, 
dessa forma os contribuintes ganharam um folego para preenchimento 
da declaração e também para pagamento do IR devido.
E uma das coisas que muita gente não sabe é que o contribuinte pode 
doar parte do valor devido do imposto a projetos sociais. A opção está 
disponível no próprio programa da declaração anual, que permite a 
doação de até 6% do imposto devido ou da restituição. É importante 
destacar que não vai pagar nada a mais por isso, a doação não altera o 
valor a recolher, apenas decidiu destinar a outra parte daquele imposto.
Além das doações diretas o contribuinte também poderá deduzir, dentro 
do limite de 6% do valor devido, doações feitas no ano anterior ligadas ao 
incentivo a cultura e esporte.
Lembre-se ao preencher a declaração o contribuinte poderá escolher 
fazer a doação. É necessário que a declaração seja completa e confirmar a 
informação na opção “Doações diretamente na declaração”.
14. Existe necessidade de reforma? Quais os benefícios?
Existem muitas razões que motivam uma reforma tributária no Brasil, 
talvez o mais importante delas sem dúvidas seja a necessidade latente 
de desburocratização e simplificação do atual sistema tributário.
No entanto, algumas coisas são muito importantes e é necessário saber, 
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Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
a primeira delas é que não existe previsão de que a carga tributária 
atual seja diminuída pela reforma. Isso mesmo, nenhuma das propostas 
aborda a diminuição da atual carga tributária que atualmente atingiu um 
pico histórico de mais de 35% do PIB, o que dá uma média a 128 dias de 
trabalho por ano, por brasileiro, apenas para pagar tributos.
Outra coisa importante é que não haverá uma mudança drástica da 
essência do sistema, uma mudança de padrão que passasse a onerar 
menos o consumo e mais a renda. Não, isso as propostas também não 
alcançam esse viés. Ou seja, a sistemática de oneração do consumo será 
mantida.
Porém, mesmo com dois pontos tão importantes não sendo considerados 
de maneira mais forte, a ideia das propostas de reforma são de argumentar 
inicialmente informando ser um dos mais importantes: a Simplificação 
do atual sistema tributário. Dessa forma contribuir para a aceleração do 
crescimento e a retomada da economia do país.
15. Quais as atuais propostas de reforma tributária?
Atualmente são três propostas. A primeira destas é a proposta da 
câmara dos deputados (PEC 45/2019), capitaneada pelo deputado 
Baleia Rossi (MDB-SP). Mas o que a proposta propõe? Principalmente 
a substituição de cinco tributos (IPI, PIS, COFINS, ICMS e ISS) por um 
imposto denominado de Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A base de 
cálculo deste será uniforme em todo território nacional, tendo os entes 
federados autonomia para fixar alíquotas aplicadas em todas operações. 
A proposta conjuntamente prevê a criação de um imposto seletivo 
federal, para incidir sobre bens e serviços específicos cujo consumo se 
deseja desestimular, como cigarros e bebidas alcoólicas.
O segundo texto (PEC 110/2019) foi apresentado por um grupo de 
senadores baseada na proposta do ex-deputado Luiz Carlos Hauly. Nesta 
seriam substituídos um total de nove tributos (IPI, PIS, COFINS, ICMS, 
ISS, IOF, Pasep, Salário-educação e CIDE-Combustíveis), sendo criados 
também um Imposto sobre Operações com Bens e Serviços, este, de 
competência estadual, que incidiria sobre o valor agregado do produto 
e do serviço. Além deste, seria criado também um imposto seletivo de 
competência federal, nos moldes já citados na primeira proposta. A 
proposta do senado também realocaria a Contribuição Social sobre 
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Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
o Lucro Líquido (CSLL), sendo incorporada pelo Imposto de Renda, 
passando a ter alíquotas; passaria a competência do ITCMD (tributo 
pago na transmissão de qualquer bem por morte ou doação) de estadual 
para federal, com receita destinada aos municípios e por fim alargaria 
o conceito do IPVA, passando a incidir em aeronaves e embarcações, 
excluindo os barcos de pesca e veículos de transporte público de 
passageiros.
O terceiro e último texto é o do governo 
federal, mas especificamente sendo 
pensado pelo Ministério da Economia. 
Contudo, a referida proposta não tem 
texto base ainda, sendo, segundo o 
secretário da Receita Federal, Marcos 
Cintra, pensada com base em três 
fundamentos: criação de imposto único, 
reorganização do Imposto de Renda, implementação de uma nova 
contribuição nos moldes da antiga CPMF.
16. Quais os cinco pontos importantes para qualquer reforma 
tributária?
• Legislação mais simples e com menos conflitos entre união, estados e 
munícipios.
Existe uma forte necessidade de que tenhamos uma legislação mais 
branda no aspecto de mudanças, para se ter uma ideia, somente o ICMS 
do Rio Grande do Sul teve 558 alterações em 04 anos. Um imposto único 
federal como proposto pelo Governo, não vai resolver uma das maiores 
dores que são as guerras fiscais envolvendo ICMS e ISS.
• Sistema tributário com o mínimo de exceções.
Estados tributam bens (ICMS) e municípios serviços (ISS), em desacordo 
com a realidade das empresas. Negócios inovadores que não conseguem 
definir se estão oferecendo um produto ou um serviço – no caso de 
e-commerce de jogos digitais, por exemplo – acabam transferindo seus 
negócios para países com sistema tributário mais simples. Além do 
problema de nem sempre ser possível definir claramente o que é produto 
e o que é serviço, ainda temos o desafio de que cada produto ou serviço 
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Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
recebe um tratamento específico. No Maranhão, por exemplo, o leite tem 
12 alíquotas diferentes, a depender do teor de gordura, do animal etc.
• Mais transparência e efetividade nos benefícios fiscais
A grande quantidade de benefícios fiscais dá estímulos a má alocação 
de recursos, o que leva à baixa produtividade das empresas. Esses 
benefícios, na maioria dos casos, resultam em baixo custo-benefício. Em 
2017, R$ 270,4 bilhões deixaram de ser arrecadados só pela União. Para 
se ter uma ideia, esse montante 2,23 vezes maior do que o gasto que a 
União tem com Saúde (R$ 120,9 bilhões); 2,39 vezes maior do que o gasto 
com Educação (R$ 112,2 bilhões), e 10 vezes maior do que o orçamento 
do programa Bolsa Família (R$ 27 bilhões).
• Maior cooperação entre os entes da federação
O sistema atual é competitivo: (a) cada ente tributa e fiscaliza uma 
parte da atividade da empresa; (b) não há troca de informação entre os 
entes, que pedem as mesmas informações mais de uma vez; e (c) com 
o princípio da origem, a arrecadação com base no local de produção (e 
não de consumo) gera guerra fiscal. O sistema pode ser cooperativo se, 
por exemplo, houver compartilhamento da base tributável; coordenação 
de um único comitê gestor – com sistemas unificados de arrecadação, 
fiscalização e regulamentação e partilha; além da adoção do princípiodo 
destino.
• Segurança jurídica para o contribuinte
Complexidade abre margem para interpretações distintas de empresas, 
órgãos fiscalizadores e julgadores, além de dar brecha para condutas 
duvidosas de todas as partes. Atualmente, mais de R$4 trilhões estão 
em litígio tributário, o equivalente a mais de 60% do PIB brasileiro. Outro 
dado importante é o contencioso tributário da Petrobrás, que hoje 
corresponde a quase 50% de seu patrimônio líquido.
Recentemente, em julho/2020, o governo liberou o projeto de lei 
3887/2020. A proposta cria a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), 
um imposto do tipo valor agregado (IVA), em substituição ao Programa 
de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público 
(PIS/Pasep) e ao Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que 
deverão ser extintos.
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Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
De acordo com o Ministério da Economia, com o fim do PIS/Cofins acabam 
os tributos diferenciados para vários setores e mais de uma centena 
de regimes especiais. Na avaliação da pasta, o CBS contribui para um 
sistema mais simples, neutro e homogêneo que tornará a reorganização 
das atividades empresariais mais eficiente. O que impulsionará a 
produtividade e o crescimento econômico.
Após entregar a proposta aos presidentes da Câmara e do Senado, o 
ministro Paulo Guedes disse que a agenda da reforma tributária já estava 
definida entre Executivo e Legislativo, mas precisou ser adiada em função 
da pandemia no novo coronavírus.
“Tínhamos acertado tudo já no início 
deste ano, com o Pacto Federativo, no 
Senado, com a Reforma Administrativa, na 
Câmara, e a Reforma Tributária, na comissão 
mista, quando o coronavírus nos atingiu 
e a política ditou um ritmo diferente e 
construtivo novamente. Fizemos o auxílio 
emergencial, programas de crédito, de 
suplementação salarial e fortalecemos a 
economia brasileira e protegemos a saúde 
do povo brasileiro”, afirmou o ministro.
Os princípios da reforma tributária proposta pelo governo são 
simplificação, redução de custos, mais transparência, segurança 
jurídica, combate à evasão e à sonegação, e criação de mais empregos e 
investimentos.
A proposta, que deverá ser analisada pelo Congresso Nacional, estabelece 
regras de transição entre os atuais tributos e a CBS e prevê o prazo de seis 
meses, a partir da publicação da lei, para que o novo tributo entre em vigor.
As outras mudanças a serem propostas pelo Executivo serão incluídas na 
segunda parte da reforma tributária. “Para dar a ênfase na nossa confiança 
no Congresso, ao invés de mandar uma PEC [Proposta de Emenda à 
Constituição], mandamos propostas que podem então ser trabalhadas 
e acopladas. Mas mandaremos todas, Imposto de Renda, dividendos, os 
impostos indiretos, IPIs, todos os impostos serão abordados”, detalhou 
Paulo Guedes.
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Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
Quanto a Contribuição sobre Bens e Serviços, a alíquota do IVA federal 
será de 12% para empresas em geral. E de 5,9% para entidades financeiras 
como bancos, planos de saúde e seguradoras. De acordo com a proposta 
encaminhada, a CBS incidirá apenas sobre a receita decorrente do 
faturamento empresarial, ou seja, sobre as operações realizadas com a 
comercialização de bens e serviços, e será devido apenas pelas pessoas 
jurídicas de médio e grande porte.
O Ministério da Economia informou que, com a criação da Contribuição 
sobre Bens e Serviços, cada empresa só paga sobre o valor que agrega 
ao produto ou ao serviço. O imposto é mais transparente porque incide 
sobre a receita bruta e não mais sobre todas as receitas. E está alinhado 
aos IVAs mais modernos.
Outra vantagem apresentada é o custo menor com a redução de 52 para 
9 campos na Nota Fiscal e de 70% das obrigações acessórias.
Quanto a CBS, não incide em pequenas empresas e cesta básica. Não 
haverá mudanças em relação às micro e pequenas empresas que fazem 
parte do Simples. Elas continuam sujeitas às regras atuais.
O texto prevê ainda que a contribuição não incidirá sobre os produtos 
da cesta básica. Entidades beneficentes, templos de qualquer culto, 
cooperativas e condomínios estão entre as organizações que não 
pagarão o CBS.
A CBS abrange arrecadação federal. A unificação do PIS e Cofins, proposta 
pelo governo, não requer mudanças na Constituição Federal. Isso porque 
o novo imposto proposto fica restrito à arrecadação federal, sem mexer 
no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é 
estadual, e no Imposto sobre Serviços (ISS), que é municipal.
“Não cabe a um ministro da Fazenda, e sim a um Congresso legislar as 
relações entre os entes federativos. Não posso invadir o território dos 
prefeitos, falando sobre ISS, ou invadir o território dos estados, falando 
sobre o ICMS”, disse Paulo Guedes, e completou “Em sinal de respeito, 
oferecemos uma proposta técnica do IVA, mas com apoio total ao que 
está estipulado na 45 [Proposta de Emenda à Constituição n° 45, de 2019] 
que busca o acoplamento desses impostos”, disse se referindo à PEC 
45/2019 que tramita na Câmara dos Deputados.
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Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
17. O imposto ou contribuição que o contribuinte esteja discutindo 
judicialmente poderá ser considerado como despesa dedutível na 
determinação do lucro real?
Não. Neste caso, os tributos provisionados devem ser escriturados na 
Parte A do Lalur, como adição ao lucro líquido para fins de apuração do 
lucro real, sendo controlados na Parte B do mesmo livro até que ocorra o 
desfecho da ação. Sendo o resultado da ação:
a) desfavorável ao contribuinte, implicará a conversão 
do depósito judicial porventura existente em renda 
da União, possibilitando o reconhecimento da 
dedutibilidade do tributo ou contribuição, com a 
baixa do valor escriturado na Parte B do Lalur, e a 
sua exclusão na Parte A no período de apuração 
correspondente; 
b) favorável ao contribuinte, resultará no levantamento 
de eventuais depósitos judiciais existentes, ocorrendo, 
então, a reversão para o resultado ou patrimônio 
líquido dos valores da provisão, bem como a baixa 
na Parte B do Lalur, dos valores ali controlados, e 
a sua exclusão na parte A no período de apuração 
correspondente, esta, procedida unicamente naquela 
primeira hipótese (reversão para o resultado).
18. O que são “despesas incorridas”?
Despesas incorridas são aquelas de competência do período de apuração, 
relativas a bens empregados ou a serviços consumidos nas transações 
ou operações exigidas pela atividade da empresa, tenham sido pagas 
ou não. De acordo com o PN CST nº 58, de 1977, a obrigação de pagar 
determinada despesa (enquadrável como operacional) nasce quando, 
em face da relação jurídica que lhe deu causa, já se verificaram todos os 
pressupostos materiais que a tornaram incondicional, vale dizer, exigível 
independentemente de qualquer prestação por parte do respectivo 
credor. Despesas incorridas são, portanto, aquelas decorrentes de bens 
empregados ou de serviços consumidos nas transações ou operações 
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Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos
exigidas pela atividade da empresa, em relação às quais já tenha nascido 
a obrigação correspondente, ainda que o respectivo pagamento venha a 
ocorrer em período subsequente.
19. Quais os fatores que a legislação tributária leva em consideração 
para contagem de prazos?
Os fatores que influenciam a contagem de prazo, de acordo com a 
legislação tributária, são:
a) o dia do início do prazo: é o dia seguinte ao da 
notificação ou intimação para a prática do ato 
(desde que neste o expediente seja normal); 
b) o dia do vencimento do prazo (se não houver 
expediente no dia de vencimento, prorroga-se para 
o primeiro dia útil); 
c) não interrupção ou suspensão da contagem, umavez iniciada, pois os prazos são contínuos, conforme 
art. 210 do Código Tributário Nacional (CTN).
20. Qual a alíquota de imposto e do adicional 
a que estão sujeitas as pessoas jurídicas que 
optarem pela estimativa mensal?
Conforme o art. 225 do RIR/2018, a alíquota do imposto de renda que 
incidirá sobre a base de cálculo é de 15%. O adicional do imposto de 
renda devido pelas pessoas jurídicas que optarem pelo pagamento do 
imposto apurado com base na estimativa mensal deve ser calculado 
mediante aplicação do percentual de 10% (dez por cento) sobre a parcela 
da base de cálculo que exceder ao valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) 
em cada período-base mensal. O valor do adicional deve ser recolhido 
integralmente, não sendo admitidas quaisquer deduções.
50
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido – e outros assuntos Capítulo3
Capítulo3Capítulo 3
Programa de Integração 
Social (PIS), Programa de 
Formação do Patrimônio do 
Servidor Público (PASEP) 
e Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade 
Social (COFINS)
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Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do 
Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
1. As receitas financeiras e os descontos obtidos devem ser 
tributados por PIS e COFINS?
Os descontos condicionais ou descontos financeiros são os descontos 
obtidos na liquidação antecipada de obrigações. Como exemplo, 
podemos citar o pagamento de uma duplicata antes de data de seu 
vencimento original, gerando assim, um desconto por esta antecipação. 
Neste caso, este desconta é tratado como receita.
A partir de 01.07.2015, por força do DECRETO nº 8.426, de 01 de abril 
de 2015, foram restabelecidas as alíquotas das contribuições e assim, 
para efeito de cálculo do PIS/PASEP e COFINS sobre receitas financeiras, 
inclusive decorrentes de operações realizadas para fins de hedge, auferidas 
pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa 
das referidas contribuições, serão de 0,65% e 4%, respectivamente.
Assim, considerando que a empresa esteja sujeita à cumulatividade, não 
há se falar em tributação, por força do art. 79 da Lei 11.941/2009 que 
revogou o § 1º do art. 3º da lei 9.719/1998.
2. Quais as formas de incidência das contribuições para PIS e 
COFINS?
Há quatro hipóteses de incidências, sendo que em somente três ambas 
as contribuições incidem. As contribuições para PIS e COFINS incidirão de 
maneira concomitante:
• Sobre a receita ou faturamento.
• Sobre importação. 
• Sobre receitas governamentais.
Porém, o PIS ainda poderá incidir sobre a folha de salários nos casos das 
empresas do terceiro setor, nesse caso, não haverá a cobrança de COFINS 
sobre folha.
3. Quais contribuintes devem pagar PIS e COFINS sobre o 
Faturamento/Receita Bruta?
São as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas 
pela legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas, as 
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Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do 
Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
sociedades de economia mista e suas subsidiárias, as sociedades civis 
de profissões legalmente regulamentadas, bem como as sociedades 
cooperativas. 
São também contribuintes: as entidades submetidas aos regimes de 
liquidação extrajudicial e de falência, em relação às operações efetuadas 
durante o período em que perdurarem os procedimentos para a 
realização do seu ativo e o pagamento do passivo; e as sociedades em 
conta de participação, devendo o sócio ostensivo efetuar a escrituração 
digital e o pagamento das contribuições incidentes sobre a receita do 
empreendimento, não sendo permitida a exclusão de valores devidos a 
sócios participantes. 
Atenção, as entidades listadas no art. 13 da MP nº 2.158-35, de 2001, são 
contribuintes apenas da Cofins em relação às receitas não decorrentes de 
suas atividades próprias, além de serem contribuintes da Contribuição 
para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários. Não são contribuintes 
da Cofins em relação as receitas decorrentes de suas atividades próprias.
4. Quem não deve pagar PIS e COFINS sobre o faturamento?
Não são contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a 
receita ou o faturamento as entidades listadas no art. 13 da MP nº 2.158, 
de 2001, quais sejam: a) templos de qualquer culto; b) partidos políticos; 
c) instituições de educação e de assistência social que preencham as 
condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 
1997; d) instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico 
e as associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 
da Lei nº 9.532, de 1997; e) sindicatos, federações e confederações; f ) 
serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; g) conselhos 
de fiscalização de profissões regulamentadas; h) fundações de direito 
privado; i) fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; 
j) condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e 
k) a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB); l) as Organizações 
Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, 
de 1971.
5. Existem isenções ou não incidência de PIS e COFINS para receitas 
específicas?
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Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do 
Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
Sim, não incidem ou são isentas da Contribuição para o PIS/Pasep e da 
Cofins as receitas decorrentes ou provenientes de: a) exportação de 
mercadorias para o exterior; b) serviços prestados a pessoa física ou 
jurídica residente ou domiciliada no exterior cujo pagamento represente 
ingresso de divisas; c) vendas realizadas pelo produtor-vendedor às 
empresas comerciais exportadoras com o fim específico de exportação 
para o exterior; d) vendas de querosene de aviação a distribuidora, 
efetuada por importador ou produtor, quando o produto for destinado a 
consumo por aeronave em tráfego internacional; e) vendas de querosene 
de aviação, quando auferida, a partir de 10 de dezembro de 2002, por 
pessoa jurídica não enquadrada na condição de importadora ou 
produtora; f ) vendas de biodiesel, quando auferidas por pessoa jurídica 
não enquadrada na condição de importadora ou produtora;
6. Quais as exclusões permitidas da 
base de cálculo de PIS e COFINS?
Não integram a base de cálculo das 
contribuições os valores referentes: a) ao 
IPI; b) ao ICMS, somente quando destacado 
em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos 
bens ou prestador dos serviços na condição 
de substituto tributário; c) a receitas imunes, 
isentas e não alcançadas pela incidência 
das contribuições, ou sujeitas à alíquota 0 (zero). Sem prejuízo das 
exclusões específicas, que dependem do ramo de atividade da empresa, 
para efeito da apuração da base de cálculo das contribuições podem ser 
excluídos da receita, quando a tenham integrado, os seguintes valores: 
a) vendas canceladas; b) devoluções de vendas, na hipótese do regime 
de apuração cumulativa; c) descontos incondicionais concedidos; d) 
reversões de provisões, que não representem ingresso de novas receitas; 
e) recuperações de créditos baixados como perdas, que não representem 
ingresso de novas receitas; h) venda de bens classificados no ativo não 
circulante; i) receitas auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na 
revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida 
da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; j) receita 
decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de 
créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o 
disposto no inciso II do § 1º do art. 25 da Lei Complementar nº 87, de 13 
de setembro de 1996; 
55
Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do 
Patrimônio do Servidor

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