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MODULO INTRODUTORIO_modulo 2_impresso

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Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
Módulo Introdutório 2 
OPERAÇÃO DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO OFFSHORE 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
2 
 
 
 
 
 
Firjan – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro 
Presidente 
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira 
 
Firjan SENAI 
Diretor Regional 
Alexandre dos Reis 
 
 
 
Gerente Operacional – Firjan SESI Vicente de Carvalho 
Rodrigo Duarte Moura 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
3 
OPERADOR DE PRODUÇÃO OFFSHORE. Módulo Introdutório 2 – 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás. 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Técnica 
 
 
Coordenador Operacional de Educação 
Profissional 
 
Allan Teixeira da Cruz 
Mendonça 
Produção do conteúdo técnico 
 
Wilhermyson Lima Leite 
Tratamento Pedagógico e Revisão 
Gramatical 
 
Tereza Leite 
Design Gráfico | Diagramação | 
Ilustração 
 
Lienice Silva de Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Propriedade do SENAI-RJ. Reprodução, total ou parcial, sob expressa 
autorização. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
4 
 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
5 
Sumário 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 7 
Lista das Figuras 9 
 
Lista das Tabelas 10 
 
Módulo 2 – Fundamentos aplicados a indústria de 
Petróleo e Gás 
 
11 
 1. Introdução a indústria do Petróleo e Gás 
1.1 Segmentos da cadeia de petróleo e gás: Upstream e 
Downstream 
 
13 
 
14 
 
2. Geografia geral 
2.1 Tipos de rocha: ígneas, sedimentares e metamórficas 
2.2 Bacias sedimentares brasileiras 
2.3 Geologia estrutural: princípios básicos dos mecanismos de 
deformação das rochas 
 
18 
22 
24 
 
26 
3. Geologia do petróleo 33 
 3.1 Formação do petróleo: origem (gênese dos hidrocarbonetos) 
3.2 Composição, características e composição das rochas 
3.3 Acompanhamento geológico de poços 
 
33 
 
38 
 
4. Sigla e Numeração de poços 
 
43 
5. Tipos e Características da completação de poços 48 
 5.1 Funções – formas de completação 
5.2 Características da coluna de produção 
 
49 
51 
6. Principais elementos (Acessórios e Especificações) 
 
54 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
6 
Referências Bibliográficas 57 
Referências das Figuras 58 
 
 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
7 
 
 
 
 
Apresentação 
 
 
 
 
Você está recebendo o material teórico do Programa de Formação 
de Operador de Formação Offshore, que tem como objetivo 
embasar tecnicamente seus conhecimentos na Operação de 
Sistema Produtivo na Cadeia de Petróleo e Gás. 
 
Lembre-se que o estudo é imprescindível para o seu 
desenvolvimento e para a garantia dos resultados obtidos no seu 
dia a dia de trabalho. 
 
Esperamos que esse treinamento possa contribuir significamente 
para sua carreira e para seu desenvolvimento profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
8 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
9 
Lista das Figuras 
 
 
 
Figura 1: Representação em corte da estrutura terrestre 
Figura 2: Escala do tempo geológico 
Figura 3: Amostra da estrutura interna de uma rocha 
Figura 4: Rocha ígnea extrusiva 
Figura 5: Rocha ígnea intrusiva 
Figura 6: Rocha sedimentar 
Figura 7: Exemplo de arranjo geológico 
Figura 8: Exemplo de trapa 
Figura 9: Exemplo de trapa 
Figura 10: Exemplo de trapa estratigráfica 
Figura 11: Transformação termoquímica da matéria orgânica e a 
geração do petroléo 
 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
10 
Lista das Tabelas 
 
Tabela 1: Código da finalidade do poço de petróleo 
Tabela 2: Sigla do campo de petróleo 
Tabela 3: Tipo de perfuração 
 
 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
11 
 
 
 
 
Módulo 2 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e 
Gás 
 
 
 
A produção de um poço de petróleo requer inúmeros cuidados e 
precisa ser controlada, antes mesmo que se inicie a efetiva 
produção. 
Antes do início da fase exploratória, temos que compreender seus 
segmentos Upstream e Dowsnstream, além do processo geológico 
de sua formação e a perfuração do poço e suas etapas de 
completação, de forma a garantir que todas as providências sejam 
tomadas e que a produção ocorra forma controlada e segura. 
Ao iniciar a perfuração, por exigências normativas nacionais e 
internacionais, vamos operar com duas barreiras de segurança no 
poço, que vão variar em função da operação que está sendo 
executada. 
Durante a perfuração, usaremos BOP e fluido de perfuração. No 
abandono temporário, usaremos tampões de cimento e fluido de 
perfuração. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
12 
Na completação usaremos BOP e fluido de completação e, na fase 
exploratória, DHSV e Árvore de Natal. 
Precisamos, além de todas as máquinas e equipamentos 
necessários para produção dos hidrocarbonetos, monitorar e 
controlar. 
Para isso, existe uma grande quantidade de instrumentos e 
acessórios que medirão pressão, temperatura, vazão, propriedades 
físicas e químicas, controle de resíduos etc. 
No decorrer dessa apostila vamos descrever os aspectos geológicos 
de formação do petróleo, processos, máquinas, equipamentos, 
instrumentos e acessórios, que serão apresentados e descritos na 
perfuração e completação. 
Bons estudos! 
 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
13 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução a Indústria de Petróleo e Gás 
 
 
Atualmente é praticamente impossível pensar em nosso dia a dia, 
sem a presença de um produto obtido a partir da indústria 
petroquímica. 
Essa indústria, que utiliza derivados do petróleo ou do gás natural 
como matéria-prima, nos traz conforto e praticidade. Porém não 
imaginamos que, mesmo para as coisas mais simples, tenhamos 
vasta tecnologia e conhecimentos envolvidos para que toda essa 
cadeia produtiva se estabeleça. 
Podemos observar a existência de produtos oriundos dessa 
indústria têxtil, como: colchões, embalagens para alimentos e 
medicamentos, brinquedos, móveis, eletrodomésticos, veículos, 
aviões, xampus, cosméticos, dentre outros. 
Isso se deve ao desenvolvimento da petroquímica, que transforma 
o petróleo refinado em produtos e que serão a base para grande 
parte da indústria química. 
Com a crescente demanda mundial de petróleo e seus derivados, 
formar profissionais qualificados é um desafio e uma necessidade 
urgente do setor. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
14 
As descobertas da chamada camada pré-sal impulsionaram a área, 
proporcionando um grande avanço a partir do desenvolvimento de 
novas técnicas e tecnologias de materiais, equipamentos, produção, 
operação e, consequentemente, no mercado e na ampliação da 
oferta de emprego. Com isso, estima-se que nos próximos anos 
sejam criados milhares de novos postos de trabalho. 
Para aumentar a competitividade na indústria petrolífera, a 
qualificação do profissional deverá estar entrelaçada às novas 
tecnologias do mercado, com vistas ao desenvolvimento do 
autoconhecimento, inteligência emocional, agilidade, comunicação, 
proatividade, criatividade, equilíbrio e, em conjunto com a 
capacitação técnica, garantindo que o profissional possa estar 
sempre em constante aprendizado. 
 
1.1 Segmentos da cadeia de petróleo e gás: 
Upstream e Downstream 
 
O impacto dos avanços tecnológicos tem sido intenso nas indústrias 
petrolíferas no Brasil, principalmente no setor de pesquisas, 
perfuração e produção. Com isso, aumenta-se cada vez mais a 
necessidade de mão de obra especializada, não só neste setor, 
como nos setores paralelos relacionados a esse segmento. 
Com a industrialização do petróleo e a necessidade de novos 
produtose derivados, o mundo sofreu mudanças econômicas e 
tecnológicas, o que trouxe indícios de pesquisas mais contundentes, 
aumentando a possibilidade de encontrar petróleo e, 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
15 
consequentemente, diminuindo gastos desnecessários com 
investidas economicamente inviáveis. 
Porém, mesmo com todo esse avanço tecnológico, se faz necessária 
a presença de profissionais (geofísicos, geólogos e técnicos) nas 
regiões onde os satélites apontam possibilidades de existência de 
petróleo (quase sempre em regiões de difícil acesso), com a 
finalidade de realizar testes geológicos, sísmicos e, se necessário, 
perfurar poços em busca da confirmação da existência do petróleo 
e na colheita de dados, para uma possível produção. 
 
Upstream e Downstream 
A cadeia de suprimentos na indústria do petróleo e gás envolve 
todas as atividades logísticas relacionadas a um bom planejamento 
na prospecção, perfuração, produção, armazenagem, transportes, 
refino, distribuição e na comercialização de petróleo e derivados. 
Para que seja alcançado um planejamento eficaz dessa cadeia, é 
necessário o gerenciamento de alto nível de excelência e uma série 
de informações, tais como: informações relativas às demandas dos 
produtos finais, capacidades de refino, volumes de petróleo e 
derivados, disponibilidades de transportes e condições comerciais 
dos produtos. 
Para fins didáticos de literatura, as atividades que compõem a 
cadeia de suprimento da produção de petróleo são divididas em 
dois ou até em três segmentos, como: 
 Downstream e upstream ou 
 Downstream, midstream e upstream. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
16 
 
 
Downstream é um termo usado para definir, 
essencialmente a fase logística, que compreende as 
atividades de transporte, comercialização e refino de 
petróleo e gás, ou seja, o transporte dos produtos 
da refinaria até os locais de consumo. Resume-se no 
transporte, distribuição e comercialização dos 
derivados do petróleo. 
 
Upstream é o segmento que compreende as 
atividades de exploração e produção de petróleo, 
que quando ocorre em Terra é chamado, Onshore, e 
quando ocorre no mar, é chamado offshore. Ou seja, 
nesta temos atividades de busca, identificação e 
localização das fontes de óleo, e ainda o transporte 
do óleo e do gás extraído até as refinarias, onde 
esses serão processados. 
 
Caso a cadeia de suprimento de petróleo seja dividida em três 
segmentos, a segmentação das atividades é feita do seguinte modo: 
 
Upstream é a fase de exploração e produção de 
petróleo. 
 
Midstream se relaciona ao processamento de petróleo, 
que é a fase em que o petróleo (hidrocarboneto) se 
transformada em produtos prontos para consumo com 
gás natural, GLP, gasolina, nafta, querosene, diesel, óleo 
lubrificante, graxas, ou seja, é o refino. 
 
Downstream compreende a logística de vendas dos 
derivados acabados. 
 
A segmentação da cadeia de suprimentos da indústria do petróleo 
no Brasil tem um grau de complexidade elevado, sendo essa 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
17 
composta por uma grande quantidade de unidades operacionais 
que são: as refinarias, um sistema de transportes abrangente 
composto por dutos, terminais, navios petroleiros, e uma variedade 
de atuações no mercado como a produção, venda, importação e 
exportação de petróleo e derivados. 
Já do lado do mercado consumidor, há uma grande variação na 
demanda, seja relacionada aos tipos de produto, seja em seus 
volumes e seus requisitos de qualidade. 
A maximização dos insumos da produção de petróleo e derivados 
evidencia ainda mais a necessidade de se ter um gerenciamento 
efetivo dessa cadeia logística, de maneira integrada e otimizada. 
 
 
Um melhor conhecimento dos pontos de ineficiência 
dessa cadeia produtiva, nos permitirá a execução de 
um melhor planejamento integrado, com a 
programação e o controle das atividades e 
produção. 
 
Em geral, a maneira mais adequada de planejar a logística é pela 
perspectiva de maximização de lucro, aliada a minimização dos 
custos, sem causar impacto na segurança operacional e qualidade 
dos insumos, produtos e serviços. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
18 
 
 
2. Geologia Geral 
 
 
A geologia tem como objetivo estudar as sucessivas transformações 
do globo terrestre e a evolução de seu mundo orgânico e 
inorgânico, com foco principal no entendimento da crosta e de suas 
camadas rochosas. 
Observe a estrutura da Terra, segundo as propriedades físicas: 
 Núcleo interno (sólido) – 5.000°C 
 Núcleo externo (líquido) – 4.000°C 
 Mesosfera (manto inferior) 
 Astenosfera (manto superior) 
 Litosfera (crosta oceânica e continental) 
 
Figura 1: Representação em corte da estrutura terrestre. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
19 
 
Vejamos alguns pontos importantes: 
 A crosta continental apresenta espessura variável (de 30 a 
40km nos crátons até 60 a 80km nas cadeias montanhosas). 
 A descontinuidade distingue a interface entre a crosta 
superior e a crosta inferior. 
 Ao descer através da crosta e do topo do manto superior, 
passamos de uma parte rígida para uma parte plástica. 
 A parte rígida, que inclui a crosta e uma parte do manto, é 
denominada litosfera, enquanto a parte plástica é 
denominada astenosfera. 
 A mesosfera, em função de sua alta temperatura, o que 
poderia torná-la mais plástica, está submetida a uma 
pressão mais elevada que a torna sólida. 
A partir das propriedades físicas e com o apoio de experimentos 
que simulam as condições de temperatura e pressão da Terra, é 
possível deduzir as composições mineralógicas das camadas 
presentes. Entre as camadas existem descontinuidades e algumas 
delas bastante marcantes. 
 A primeira descontinuidade detectada na Terra foi o limite 
crosta-manto, que se encontra a profundidades variáveis (5 
a 10km nas áreas oceânicas e a 30 a 80km nos continentes). 
 A segunda descontinuidade em importância delimita o 
contato manto-núcleo, chamada de descontinuidade de 
Guttenberg e está situada a 2.900km de profundidade. 
 Os aumentos de densidade e velocidade ao atravessar a 
descontinuidade de Guttenberg são muitos grandes e 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
20 
deixam poucas dúvidas a respeito da composição de uma 
liga metálica de ferro-níquel. 
 O manto forma 83% do volume da Terra. Com o 
desenvolvimento da rede sismográfica mundial e dos 
métodos de observação e análise, foram encontradas novas 
interfaces e zonas de transição. 
 
Tempos geológicos 
A escala de tempo geológico representa a linha do tempo, desde o 
presente até a formação da Terra e está dividida em eras, períodos, 
épocas e idades, que se baseiam nos grandes eventos geológicos da 
história do planeta. 
É possível estabelecer uma correlação fossilífica ou bioestratigráfica 
entre faunas e floras iguais, mesmo que contidas em litologias 
diferentes, devido aos mecanismos da evolução biológica e pelo 
grau da preservação dos organismos que já habitaram nosso 
planeta, formando subdivisões de registros sedimentares e do 
tempo geológico de formação das rochas. 
 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
21 
 
 
Figura 2: Escala do tempo geológico. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
22 
2.1 Tipos de rocha: ígneas, sedimentares e 
metamórficas 
 
As rochas são agregadas de minerais em proporções 
definidas, que formam a parte essencial da camada 
chamada litosfera. 
 
A litosfera é um elemento dinâmico, ou seja, que se encontra em 
um processo contínuo de transformação, e que compõe a superfície 
sólida da Terra. 
Por ser um agregado constituído pela união de diferentes minerais 
e formado por diversos processos naturais, transforma-se nos mais 
variados tipos de rochas, como:Rochas Ígneas 
Também chamadas de magmáticas, são rochas que se formaram 
pelo resfriamento e solidificação de um magma. 
Magma é o material em estado de fusão que existe abaixo da 
superfície terrestre e que pode extravasar através dos vulcões 
(passando então a se chamar lava). De sua composição vai 
depender a composição da rocha magmática a se formar. 
Se o magma resfria na superfície da Terra, após ser expelido por um 
vulcão, origina uma rocha ígnea vulcânica (também chamada de 
extrusiva). O exemplo mais comum é o basalto. Se o magma sobe 
através da crosta, mas resfria ainda dentro dela, em grandes 
profundidades, ele origina uma rocha ígnea plutônica (também 
chamada de intrusiva). O exemplo mais comum é o granito. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
23 
Rochas Sedimentares 
São rochas que se formam na superfície da crosta terrestre sob 
temperaturas e pressões relativamente baixas, pela desagregação 
de rochas preexistentes seguida de transporte e de deposição dos 
detritos ou, menos comumente, por acumulação química. 
Conforme a natureza desse material podem ser detríticas ou não 
detríticas. Possuem porosidade e permeabilidade, uma marcante 
estratificação e baixa resistência mecânica. São muito difíceis de 
polir e podem conter fósseis. As camadas de rochas sedimentares 
podem totalizar vários quilômetros de espessura. 
 
Rochas Metamórficas 
São aquelas formadas a partir de outra rocha (sedimentar, ígnea ou 
metamórfica) por ação do metamorfismo. 
Entende-se por metamorfismo o crescimento de cristais no estado 
sólido, sem fusão. A mudança nas condições de pressão e 
temperatura provoca mudanças na composição mineralógica da 
rocha ou, pelo menos, deformações físicas. 
Um calcário, por exemplo, submetido a um aumento de pressão e 
temperatura, transforma-se em mármore; um arenito transforma-
se em quartzito; um folhelho (rocha sedimentar argilosa) 
transforma-se em ardósia. 
Uma característica típica das rochas metamórficas é a foliação 
(xistosidade), estrutura paralela que produz partição mais ou menos 
plana na rocha. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
24 
 
O limite entre rochas sedimentares e metamórficas 
é arbitrário e difícil de estabelecer, exceto onde o 
calor e os esforços tenham sido primordiais nas 
mudanças. Já na distinção entre rochas 
sedimentares e ígneas é mais fácil, a não ser quando 
se tratar de rochas ígneas piroclásticas 
 
 
2.2 Bacias sedimentares brasileiras 
Para sua melhor compreensão do que é uma bacia sedimentar, 
precisamos entender o que são depressões geográficas. 
 
Uma depressão geográfica é uma forma de relevo, que 
está presente ao lado de montanhas, planaltos e 
planícies e formadas por meio das ações do vento e da 
água, possuindo as altitudes mais baixas do planeta. 
Nelas, encontram-se um grande acúmulo de 
sedimentos, denominados depressões geográficas de 
bacias sedimentares. 
 
Por sua vez, os depósitos de sedimentos são transformados em 
camadas de formações rochosas, e estas são classificadas de acordo 
com a localização, tipo de sedimento, evolução e grau de 
deformação. 
 
Ou seja, as bacias sedimentares são composições 
rochosas formadas a partir de extensas e inúmeras 
camadas de rochas sedimentares, que surgiram a partir 
da deposição de sedimentos ao longo das eras 
geológicas. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
25 
Os sedimentos depositados podem ser de origem: 
 Orgânicas: animais, algas e vegetais. 
 Rochosos: restos de rochas que passaram por processos de 
intemperismo físico e ou químico. 
A formação dessa estrutura geológica tem enorme relevância para a 
humanidade e através dela torna-se possível comprovar teses a 
respeito da vida na Terra, explicando pontos fundamentais para o 
entendimento sobre a evolução. 
Os depósitos de detritos encontrados em suas camadas podem, por 
exemplo, revelar a idade da formação, bem como suas origens nas 
eras paleozoica, mesozoica ou cenozoica. 
Os sedimentos acumulados representam, no âmbito econômico, 
grande fonte de recursos, como os usados como fonte de energia, 
entre eles o petróleo, o carvão mineral e o gás natural. Outros dão 
origem ao arenito e o calcário, importantes matérias primas 
empregada na indústria da construção civil. 
As bacias sedimentares são formações mais recentes e extensas das 
estruturas geológicas e representam 70% do relevo terrestre. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
26 
2.3 Geologia estrutural: princípios básicos dos 
mecanismos de deformação das rochas 
 
A geologia estrutural estuda os processos de 
deformação da litosfera e das estruturas 
decorrentes dessas deformações, que são 
causadas pela ação contínua da pressão gerada 
no interior da Terra. 
 
Como você já estudou, as rochas são produtos consolidados 
resultantes da união natural de minerais. Diferente dos sedimentos, 
as rochas têm seus grãos ou cristais bem unidos e consolidados. 
O dinamismo no interior da Terra pode se manifestar, não apenas 
na forma de vulcões, mas por deformações nas rochas originadas 
por tensão que afetam suas formas. 
Muitas estruturas são responsáveis pelo armazenamento de 
hidrocarbonetos (petróleo e gás) e dependendo do processo de 
formação, a união dos grãos representados varia, resultando em 
rochas brandas e rochas duras. 
Denomina-se estrutura da rocha, o aspecto 
geral externo do agrupamento de minerais que 
a constitui. 
 
A estrutura pode ser maciça, com cavidades, orientada ou não. A 
textura se revela por meio da observação mais detalhada de 
tamanho, forma e relacionamento entre os cristais ou grãos 
constituintes da rocha. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
27 
 
 
Figura 3: Amostra da estrutura interna de uma rocha. 
 
Classificar as rochas significa usar critérios que permitam agrupá-
las, segundo características semelhantes. 
Uma das principais classificações é a genética, em que as rochas são 
agrupadas de acordo com seu modo de formação na natureza. 
Sob esse aspecto, as rochas se dividem em três grandes grupos: 
(1) Rochas ígneas ou magmáticas: resultantes do resfriamento e 
consolidação de material rochoso fundido do magma e podem 
ser intrusivas ou extrusivas: 
1.1. Rochas ígneas extrusivas: formam-se a partir das 
erupções vulcânicas que, ao atingir a superfície, 
resfriam muito rápido, não permitindo que os minerais 
se desenvolvam (Figura 4). 
1.2. Rochas ígneas intrusivas: são o resultado de um lento 
resfriamento do magma, no subsolo, dando origem a 
cristais bem desenvolvidos (Figura 5). 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
28 
 
Figura 4: Rocha ígnea extrusiva. Figura 5: Rocha ígnea intrusiva. 
 
 
(2) Rochas sedimentares: são formadas a partir da 
compactação e/ou cimentação de fragmentos produzidos 
pela ação do intemperismo. 
 
 
Figura 6: Rocha sedimentar. 
 
(3) Rochas metamórficas: resultam da transformação de uma 
rocha preexistente (protólito) no estado sólido. O processo 
de transformação se dá por aumento de pressão e 
temperatura sobre a rocha preexistente, sem que o ponto 
de fusão de seus minerais constituintes seja atingido. Essas 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
29 
rochas, devido a suas características e propriedades, podem 
exercer as seguintes funções: 
3.1. Geradoras: são assim chamadas por tratar-se de uma 
rocha sedimentar de granulação fina, formada 
principalmente pelo acúmulo de fragmentos de outros 
minerais e de detritos orgânicos. Quando submetidas a 
pressão, temperatura e baixa permeabilidade, criam 
condições necessárias para a formação do 
hidrocarboneto. 
3.2. Reservatório: pode ser qualquer rocha porosa e 
permeável, capaz de armazenar o petróleo expulso das 
rochas geradoras, após o processo de migração. 
3.3. Capeadora (ou selante): são assim chamadas devidoà 
sua capacidade de impedir a passagem do petróleo e do 
gás após o processo de migração. Além de impermeável, 
a rocha capeadora deve ser dotada de plasticidade, que 
é a característica que possibilita deformações sem 
fraturas, mantendo sua condição selante. Os folhelhos e 
os evaporitos (sal) são excelentes seladores. 
As acumulações de petróleo dependem, não só das características, 
como também dos arranjos (falhas, dobramentos ou discordância) 
de certos tipos de rochas sedimentares no subsolo. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
30 
 
Figura 7: Exemplos de arranjo geológico. 
Basicamente, é preciso que existam rochas geradoras, o processo 
de migração, rochas reservatórias que possuam boa porosidade, 
capazes de armazenar petróleo, e rochas selantes, envolvendo-o 
em formato de armadilhas geológicas. 
As armadilhas ou trapas são situações estruturais ou estratigráficas. 
De modo geral, as trapas podem ser classificadas em três tipos 
principais: 
1. Trapas estruturais: são formadas por alguma deformação 
local, como resultado de falhamentos e de dobramentos, 
sendo as mais evidentes nos mapeamentos geológicos de 
superfície. 
2. Trapas estratigráficas: são produtos diretos do ambiente de 
sedimentação e são denominadas trapas deposicionais. As 
trapas secundárias são aquelas que se desenvolvem após a 
deposição e diagênese da rocha reservatório. Este tipo de 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
31 
trapa está frequentemente associado à discordância das 
formações geológicas. 
3. Trapas combinadas: são formadas pela combinação de 
fatores estruturais e estratigráficos em proporção 
aproximadamente igual. Trapas combinadas típicas são 
formadas quando, uma falha corta um arenito próximo à sua 
mudança de fases para folhelho ou, quando esse mesmo 
arenito é dobrado. Não havendo presença de uma rocha 
selante e de uma armadilha, o petróleo não se acumularia e 
continuaria seu fluxo rumo a áreas de menor pressão, 
podendo aflorar na superfície da Terra, formando lagos de 
óleo (exsudação). 
 
 
Figura 8: Exemplo de trapa. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
32 
 
 
Figura 9: Exemplo de trapa. 
 
 
 
Figura 10: Exemplo de trapa estratigráfica. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
33 
 
 
3. Geologia do petróleo 
 
 
Do latim petra (pedra) e oleum (óleo), o petróleo no estado 
líquido é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que 
a água, com cheiro característico e cor variando entre o negro 
e o castanho-claro. O termo petróleo é utilizado tanto para o 
óleo quanto para o gás natural. 
 
3.1 Formação do petróleo: origem (gênese dos 
hidrocarbonetos) 
O petróleo é um combustível fóssil originado da decomposição não 
oxidante de matéria orgânica armazenada em sedimentos, que 
migra através de aquíferos e fica aprisionado em reservatórios. 
A interação dos três fatores: matéria orgânica, sedimentos e 
condições termoquímicas apropriadas, é fundamental para o início 
da cadeia de processos que leva à formação do petróleo. A matéria 
orgânica proveniente de vegetais superiores também pode dar 
origem ao petróleo, todavia, sua preservação torna-se mais difícil 
em função do meio oxidante. 
O tipo de hidrocarboneto gerado (óleo ou gás) é determinado pela 
constituição da matéria orgânica original e pela intensidade do 
processo térmico atuante sobre ela. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
34 
A matéria orgânica proveniente do fitoplâncton, quando submetida 
a condições térmicas adequadas, pode gerar hidrocarboneto 
líquido. O processo atuante sobre a matéria orgânica vegetal 
lenhosa pode ter como consequência a geração de hidrocarbonetos 
gasosos. 
Admitindo um ambiente apropriado, após a incorporação da 
matéria orgânica ao sedimento, dá-se o aumento de carga 
sedimentar e temperatura, começando então, a se delinear o 
processo que passa pelos seguintes estágios evolutivos: 
 Na faixa de temperatura até 65°C, tem-se a atividade 
bacteriana, que gera a reorganização molecular e 
transforma a matéria orgânica em querogênio. O produto 
final é o metano bioquímico ou biogênico (diagênese). 
 Na faixa de temperatura acima de 65°C até 165°C ocorre a 
quebra das moléculas de querogênio, resultando na geração 
de hidrocarbonetos líquidos e gás (catagênese). 
 Após a geração de hidrocarbonetos e o aumento da 
temperatura até 210°C ocorre a quebra das moléculas 
líquidas, transformando-as em gás leve (metagênese). 
 Após essas fases, o aumento da temperatura leva à 
transformação dos hidrocarbonetos em grafite, gás 
carbônico e resíduos de gás metano (metamorfismo). 
 Ou seja, o processo de geração de petróleo, como um todo, 
é o resultado da transformação da matéria orgânica com a 
contribuição do calor proveniente do interior da Terra. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
35 
 
Figura 11. Transformação termoquímica da matéria orgânica 
 e a geração do petróleo. 
 
3.2 Composição, características e composição das 
rochas 
O petróleo é uma substância orgânica formada, principalmente, por 
Carbono e Hidrogênio, com impurezas como Nitrogênio, Enxofre e 
Oxigênio. 
Quando uma quantidade suficiente de matéria orgânica, vegetal 
e/ou animal, começou a ser depositada junto com finos sedimentos 
em ambientes de águas calmas, iniciou-se o processo de formação 
de petróleo. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
36 
A partir deste momento, foi necessário o soterramento desta lama 
por mais sedimentos, de forma que esta massa ganhasse 
profundidade, e rapidamente se isolasse da atmosfera oxidante. 
Ao ganhar profundidade houve um aumento da temperatura e 
pressão que, ao longo do tempo, agiram em um processo chamado 
maturação. 
Neste processo, semelhante ao processo de cozimento em uma 
panela de pressão, pequenas quantidades de petróleo foram sendo 
liberadas desta rocha e, devido a menor densidade, iniciaram o 
processo de migração para a superfície. 
Em alguns casos, o processo de migração terminou quando, o óleo 
encontrou uma rocha permeável e porosa coberta por uma capa 
impermeável, chamada trapa. 
Esta rocha que acumulou o petróleo chama-se reservatório e é 
normalmente uma rocha sedimentar. 
Uma análise microscópica mostraria que existe um espaço entre os 
grãos do material que constitui a rocha sedimentar. Algumas rochas 
apresentam fissuras ou fraturas naturais, que contribuem para a 
porosidade total, enquanto rochas calcárias podem apresentar 
porosidades oriundas de processos de dissolução do carbonato. 
Para uma unidade de volume de rocha, a soma destes espaços 
chama-se porosidade. 
Ao longo dos anos muitos processos físico-químicos vão agir sobre a 
rocha e alterar a sua porosidade. 
Assim, a porosidade de uma rocha sedimentar, que diminui com a 
profundidade devido a compactação, também diminui com a 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
37 
obstrução do espaço poroso intergranular devido a cimentação dos 
grãos por elementos, como cálcio e intrusão de sedimentos finos. 
como folhelho etc. 
Em uma situação típica, o petróleo vai deslocar a água que ocupa o 
espaço poroso e saturar a rocha com petróleo. Porém nem toda a 
água será deslocada, por efeitos como capilaridade, molhabilidade 
etc., e por isso, parte da água vai permanecer. 
Dependendo das características do reservatório e do fluído de 
formação, a fração recuperável deste volume, varia em torno de 
trinta por cento. Este fator pode aumentar dependendo do preço 
do barril no mercado e das tecnologias disponíveis para a 
exploração de petróleo. Uma propriedade desejável para o 
reservatório é que o fluido possa mover-se com facilidade através 
do meio poroso. Esta característica é a permeabilidade, medida em 
Darcy, cuja homenagem se dá para o trabalho pioneiro de HenryDarcy, na investigação de fluxo de água em filtros de areia. 
A busca por acumulações de petróleo é a parte do processo 
chamado de exploração. 
De forma sintética podemos dizer que, a medida da probabilidade 
da existência de um reservatório explotável, depende da 
probabilidade da existência de uma rocha-mãe nas proximidades, 
de uma rocha reservatório com porosidade e permeabilidade 
aceitáveis, de uma trapa e de que tenha havido um caminho para a 
migração da rocha-mãe para o reservatório. 
Ao longo dos anos tem-se utilizado diversas técnicas que permitem, 
com maior ou menor grau de exatidão, a inferência de algumas das 
características mencionadas. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
38 
 
Dentre estas técnicas temos: 
 métodos que utilizam medidas gravitacionais 
 medições do nível médio do mar por satélite, de forma a 
inferir a geometria das formações no subsolo, devido a 
diferenças de densidade das rochas e, principalmente, 
 técnicas utilizando sísmica. 
 
3.3 Acompanhamento geológico de poços 
Durante o processo de perfuração dos poços de petróleo, ao 
mesmo tempo em que a perfuração avança, são coletados um 
conjunto de dados com objetivo de aumentar o conhecimento do 
subsolo na área de interesse. 
Durante a perfuração são coletadas amostras das camadas rochas 
cortadas, que são chamadas amostra de calha, e amostras de rocha 
indeformadas, tal como estão no subsolo, chamadas de 
testemunhos. 
A obtenção do testemunho ou a testemunhagem é uma operação 
especial realizada em poços durante a perfuração, onde uma 
amostra real da formação, com alterações mínimas nas suas 
propriedades naturais seja coletada. 
Após o processo de coleta o testemunho é levado para laboratório, 
onde são efetuados testes para obterem informações a respeito da 
litologia, textura, porosidade, permeabilidade, saturação de fluidos 
como óleo e água etc. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
39 
Os testemunhos são amostras de rocha reservatório 
preservadas, portanto, bastante representativos das 
características da formação. 
 
Em função do elevado custo tanto operacional quanto temporal, a 
testemunhagem só é realizada em alguns poços considerados 
estratégicos. 
Essa operação consiste basicamente em: 
 Um equipamento destinado a testemunhagem, 
denominado barrilete testemunhador, composto por uma 
broca especial, chamada coroa de testemunhagem. 
 Coroa de testemunhagem: corta um pedaço de rocha em 
forma cilíndrica, que é retirado por um apanhador. 
 Apanhador: equipamento destinado a reter o testemunho 
cortado dentro de um tubo interno fino, chamado de 
barrilete interno. 
 Barrilete interno: vai dentro de outro tubo, grosso e 
robusto, chamado barrilete externo. 
 Barrilete externo: este equipamento é descido até o fundo 
do poço, com o auxílio da coluna de perfuração. 
 
 
Atualmente, em perfuração de poços de petróleo, 
apenas se testemunha um poço de uma única 
maneira, que é pelo método rotativo. 
Nesse método a broca de testemunhagem e o 
barrilete são conectados à coluna de perfuração e 
baixados sobre a formação a ser testemunhada, que 
vai sendo cortada pelo movimento rotativo da 
coluna. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
40 
Eles são retirados a profundidades predeterminadas, gerando 
informações pontuais do poço. 
São conhecidos três tipos: 
1. Testemunhagem com barrilete convencional: consiste na 
descida de uma broca vazada, e dois barriletes, um externo, que 
gira com a coluna, e outro interno, onde o testemunho se aloja. 
No final de cada corte é necessário que a coluna venha à 
superfície através de uma manobra, o que aumenta o tempo e o 
custo de operação; 
2. Testemunhagem a cabo: o barrilete interno pode ser levantado 
até a superfície sem a necessidade de se retirar toda a coluna; 
3. Testemunhagem lateral: é utilizado para se testemunhar alguma 
formação já perfurada. Consiste em cilindros ocos, presos por 
cabos de aço e a um canhão e são arremessados contra a parede 
da formação para retirar amostras da rocha. Ao se retirar o 
canhão até a superfície, são arrastados os cilindros contendo as 
amostras retiradas da formação. 
A obtenção de um testemunho e um processo dispendioso e 
demorado, pois implica em recolher a coluna com a broca de 
perfuração para trocá-la por uma ferramenta de amostragem e, 
após recolher o testemunho, fazer a troca inversa. 
Em um poço terrestre de 1400m de profundidade, este processo de 
testemunhagem leva dias ou semanas, a depender dos tipos de 
formações rochosas existentes e a um custo de cerca de 100 mil 
dólares por dia de operação da perfuradora. 
Em função dos elevados custos, muitas empresas têm limitado as 
operações de testemunhagens aos trechos de rochas reservatórios, 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
41 
que restringe a obtenção de dados para alguns estudos, dentre eles 
a determinação do fluxo térmico, que se faz necessário o 
conhecimento da condutividade térmica de todas as rochas de um 
perfil da área. 
Por outro lado, todo poço de prospecção de hidrocarboneto 
construído e perfilado e, na maioria das vezes, os perfis geofísicos 
obtidos são os únicos registros petrofísicos desses poços, 
principalmente quando eles não são testemunhados. 
Na maioria das vezes, a descida de uma ferramenta tem a finalidade 
de transportar vários equipamentos e realizar vários tipos de 
perfilagem. 
Com a possibilidade de arquivar permanente esses dados, portanto, 
esses perfis podem funcionar como registros cada vez mais 
eficientes e duradouros de um poço, podendo ser interpretados e 
reinterpretados sempre que novos conhecimentos geofísicos e 
geológicos, os quais não se conheciam na época de seu 
processamento, o que os tornam parte de amplos bancos de dados 
de grande importância técnica e cientifica. 
Durante a perfilagem de poços, diversas propriedades físicas são 
medidas e algumas fortemente correlacionadas com a 
condutividade térmica. Dentre essas propriedades temos, por 
exemplo, resistividade elétrica, velocidade compressional e a 
densidade, tornando possível derivar de forma empírica a 
condutividade térmica da correlação com estas e outras 
propriedades físicas da rocha reservatório. 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
42 
 
O limite entre rochas sedimentares e metamórficas 
é arbitrário e difícil de estabelecer, exceto onde o 
calor e os esforços tenham sido primordiais nas 
mudanças. Já na distinção entre rochas 
sedimentares e ígneas é mais fácil, a não ser quando 
se tratar de rochas ígneas piroclásticas. 
 
Ou seja, as rochas coletadas são analisadas em laboratório e os 
dados são pontuais, entretanto muitas dessas informações, de 
suma importância, somente podem ser adquiridas quando dados 
são fornecidos a partir das duas técnicas, testemunhagem e 
perfilagem, como por exemplo, proceder a identificação precisa da 
composição litoquímica das formações em função da profundidade. 
 
 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
43 
 
 
4. Siglas e Numeração de poços 
 
 
Os poços possuem uma codificação, que é o ato de 
dotar o poço de um cadastro e de um nome válido 
para a Agência Nacional do Petróleo e é feita com 
base na Comunicação de Início de Perfuração de 
Poço (CIPP). 
 
Os poços perfurados durante as fases de exploração e produção 
deverão receber uma codificação pela ANP, segundo a Resolução 
ANP 699/2017. 
 
A classificação é o processo de conferir ao poço 
atributos que definem os resultados obtidos com a 
perfuração e a avaliação. 
 
Os poços exploratórios podem receber duas diferentes 
nomenclaturas, poder uma da empresa e outra ANP. Já para os 
poços explotatórios ou de produção, é adotada uma única 
nomenclatura de acordo com ANP e neste caso funciona da 
seguinte forma: 
Primeiro recebe o código da finalidadedo poço, de acordo com a 
tabela 1 a seguir: 
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44 
CÓDIGO 
CATEGORIA/FINALIDADE 
 DO POÇO 
OBJETIVO 
1 
Ex
p
lo
ra
tó
ri
o
 
Pioneiro 
Testa a ocorrência de petróleo 
e/ou gás natural em um ou 
mais objetivos de um 
prospecto geológico. 
2 Estratigráfico 
Perfurado com a finalidade de 
conhecer-se a coluna 
estratigráfica de uma bacia e 
obter outras informações 
geológicas de subsuperfície. 
3 Extensão 
Delimita a acumulação de um 
reservatório e/ou gás natural 
de um reservatório. 
4 Pioneiro Adjacente 
Testa a ocorrência de petróleo 
e/ou gás natural em uma área 
adjacente a uma descoberta 
5 Jazida Mais Rasa 
Testa a ocorrência de jazidas 
mais rasas dos que as já 
descobertas numa 
determinada área. 
6 Jazida Mais Profunda 
Testa a ocorrência de jazidas 
mais profundas dos que as já 
descobertas numa 
determinada área. 
7 
Ex
p
lo
ra
tó
ri
o
 Produção 
Destinado a drenar uma ou 
mais jazidas de um campo. 
8 Injeção 
Destinado à injeção de fluidos 
visando melhorar a 
recuperação de petróleo, de 
gás natural ou manter a 
energia do reservatório. 
9 Especial 
Objetiva permitir uma 
operação específica que não 
se enquadra nas situações 
anteriormente definidas. 
Tabela 1: Código da finalidade do poço de petróleo. 
De acordo com a ANP os poços explotatórios/produção são das 
categorias 7, 8 e 9. Depois de definido a Categoria/finalidade do 
poço é designado a sigla do campo. 
Veja o exemplo de campo de Marlim Sul, sigla MLS conforme tabela 
a seguir. 
 
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45 
ESTADO BACIA BLOCO SIGLA DO CAMPO CAMPO 
RJ Campos AB AB ALBACORA 
RJ Campos ABL ALBACORA LESTE 
RJ Campos ANQ ANQ ANEQUIM 
RJ Campos RJS ÁREA DO RJS–150 
RJ Santos IARA_ENT ATP ATAPU 
RJ Santos BS–4 ATL ATLANTA 
RJ Campos BD BD BADEJO 
RJ Campos BG BG BAGRE 
RJ Campos BR BARRACUDA 
RJ Santos BM–S–11 BBG BERBIGÃO 
RJ Campos BI BI BICUDO 
RJ Campos BJ BJ BIJUPIRÁ 
RJ Campos BO BO BONITO 
RJ Santos FRANCO BUZ BÚZIOS 
RJ Santos BUZE BÚZIOS_ECO 
RJ Campos CRP CRP CARAPEBA 
RJ Campos CRT CRT CARATINGA 
RJ Campos CH CH CHERNE 
RJ Campos CG CG CONGRO 
RJ Campos CO CO COVINA 
RJ Campos EN EN ENCHOVA 
RJ Campos ENO ENO ENCHOVA OESTE 
RJ Campos ESP ESP ESPADARTE 
RJ Campos FR FR FRADE 
RJ Campos FR FRADE 
RJ Campos GP GP GAROUPA 
RJ Campos GPN GPN GAROUPINHA 
RJ Santos FLORIM IPT ITAPU 
RJ Campos LI LI LINGUADO 
RJ Campos MLH MLH MALHADO 
RJ Campos MA MA MARINGÁ 
RJ Campos MRL MRL MARLIM 
RJ Campos MLL MLL MARLIM LESTE 
RJ Campos MLS MLS MARLIM SUL 
RJ Campos MRB MRB MAROMBA 
RJ Santos LIBRA MRO MERO 
RJ Campos MO MO MORÉIA 
RJ Campos NA NA NAMORADO 
RJ Campos NEN NEN NORDESTE DE NAMORADO 
RJ Santos BM–S–11 OATP OESTE DE ATAPU 
RJ Santos BS–4 OLV OLIVA 
RJ Santos S–M–518 4196 PA–1SHEL23RJS–S–M–518 
RJ Campos PM PM PAMPO 
RJ Campos BC–200 PPT PAPA–TERRA 
RJ Campos PA PA PARATI 
RJ Campos PG PG PARGO 
RJ Campos BM–C–7 PRG PEREGRINO 
RJ Santos BS–500 PRP PIRAPITANGA 
RJ Campos PU PU PIRAÚNA 
RJ Campos C–M–529 PTGL PITANGOLA 
RJ Campos BM–C–8 POL POLVO 
RJ Campos C–M–499 REM RÊMORA 
RJ Campos RO RO RONCADOR 
RJ Campos SA SA SALEMA 
Continua 
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46 
Continuação 
ESTADO BACIA BLOCO SIGLA DO CAMPO CAMPO 
RJ Santos TUPI_NE SEP SÉPIA 
RJ Santos IARA_ENT SBBG SUL DE BERBIGÃO 
RJ Santos TUPI_SUL STUP SUL DE TUPI 
RJ Santos BM–S–11 SRR SURURU 
RJ Santos BS–500 TBU TAMBAÚ 
RJ Santos BS–500 TMB TAMBUATÁ 
RJ Campos C–M–401 TVD TARTARUGA VERDE 
RJ Campos TR TR TRILHA 
RJ Campos C–M–592 TBAR TUBARÃO AREIA 
RJ Campos C–M–592 TBGT TUBARÃO GATO 
RJ Campos C–M–466 TBMT TUBARÃO MARTELO 
RJ Campos C–M–592 TBTG TUBARÃO TIGRE 
RJ Santos BM–S–11 TUP TUPI 
RJ Santos BS–500 URG URUGUÁ 
RJ Campos VM VM VERMELHO 
RJ Campos VL VL VIOLA 
RJ Campos VD VD VOADOR 
RJ Campos BC–2 XRL XERELETE 
Tabela 2: Sigla do campo de petróleo. 
Recebe depois um número que se refere à quantidade de poços 
perfurados da região e uma sigla referente ao tipo de perfuração, 
que vai definir o poço quanto à sua geometria, conforme a tabela 3. 
Tipo de Poço Letra 
Vertical Não é acrescida letra para poços verticais. 
Lateral D 
Horizontal H 
Repetido Recebe letras do alfabeto com as exceções das letras 
D, H e P. Devendo seguir a ordem alfabética 
sequencialmente. 
Partilhado ou 
multilateral 
P 
Tabela 3: Tipo de perfuração. 
Os últimos caracteres contemplam a sigla com a referência 
geográfica, onde se localiza o poço (Ex.: SP para São Paulo; RJ para 
Rio de Janeiro), acompanhada de um S (de “submarino”), se o 
campo for marítimo. 
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47 
Exemplo: o poço 7–MLS–230D–RJS é um poço de 
Produção destinado a drenar uma ou mais jazidas 
de um campo, que apresenta as seguintes 
localizado em Marlim Sul características: é o 230º 
poço perfurado na região/campo, do tipo Lateral, 
encontra-se no estado do Rio de Janeiro e trata-se 
de uma operação marítima. 
Siglas e numeração de poços 
7 Categoria/finalidade do Poço Produção 
MLS Sigla do Campo Marlim Sul 
230 Nº de poços perfurados no campo 230º 
D Tipo de Poço Lateral 
RJ Referência geográfica Rio de Janeiro 
S Caso o poço seja submarino Submarino 
 
 
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48 
 
5. Tipos e características da completação de 
poços 
 
 
Completação é a ação de completar o que está 
faltando, complementar ou realizar o acabamento 
final necessário para colocar o poço em produção. 
 
Essas operações são realizadas nos poços de petróleo, após o 
término dos trabalhos de perfuração, verificação da viabilidade da 
exploração e antes dos trabalhos de produção. 
Ao término da operação de perfuração, o poço é abandonado 
temporariamente, isto é, ele é preparado para não permitir 
vazamento de hidrocarbonetos e permitir a retomada das 
operações por outra sonda, que na sequência normal será a de 
completação. 
No abandono o BOP será retirado e, lembrando que sempre 
teremos duas barreiras de segurança, e serão instalados tampões 
de cimento dentro da coluna de produção, que junto com o fluido 
de perfuração manterão o poço amortecido na perfuração. Caso a 
completação seja realizada pela mesma sonda, a operação 
abandono temporário não será realizada. 
Ao chegar na locação, a sonda de completação vai instalar o BOP, 
perfurar os tampões de cimento, limpar o poço e fazer a troca do 
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49 
fluido de perfuração pelo fluido de completação, deixando o poço 
em condições seguras de operar. 
Estando o poço em condições seguras de operar, antes de iniciar a 
completação é realizada a perfilagem a poço revestido, que consiste 
em descer no poço uma ferramenta com sensores que permitirão 
uma análise da cimentação para verificar se a mesma não tem 
falhas que possam comprometer a segurança do poço. 
Estando tudo dentro dos padrões, inicia-se a montagem da coluna 
de produção. Havendo alguma irregularidade, esta será corrigida 
antes de iniciar a operação de montagem da coluna de produção. 
O projeto da coluna de produção é muito importante em todos os 
aspectos, pois a coluna vai influenciar toda a vida produtiva do 
poço. Um erro pode elevar os custos de produção. 
Simuladores de produção vão prever todos os possíveis problemas 
de produção que poderão ocorrer ao longo da vida produtiva. Essa 
simulação vai considerar características dos hidrocarbonetos, do 
reservatório etc. 
A partir dessa simulação, os equipamentos e acessórios, tipo de 
elevação artificial, futuras intervenções (workover), tipo de Árvore 
de Natal, serão especificados para agilizar a intervenção e, quando 
ocorrer, deve causar o menor impacto possível na produção. 
 
5.1 Funções – formas de completação 
Basicamente, existem dois tipos de poços de petróleo, localizado 
em terra (onshore) ou localizado no mar (offshore).Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
50 
A forma de completação de poços de petróleo não é a mesma, e 
cada poço tem um projeto e varia conforme sua localização, tipo de 
revestimento da coluna de produção, número de zonas envolvidas 
na exploração etc. Assim podemos ter os seguintes casos: 
1. Completação terrestre, convencional ou seca: É a 
completação realizada em cabeças de poços de petróleo 
terrestres, utilizando Árvores de Natal Convencional (ANC). 
A completação terrestre é muito mais simples e muito mais 
barata, em relação à completação marítima, pelas 
facilidades de instalação, pelos materiais empregados, visto 
que o ambiente marinho é muito mais agressivo, exigindo 
materiais diferenciados e com novas tecnologias para 
resistirem. A operação da Árvore de Natal também é 
extremamente mais simples, pois operadores e equipe de 
manutenção têm acesso direto ao equipamento, diferente 
da completação molhada em que são utilizados 
mergulhadores ou robôs de controle remoto para as ações 
necessárias, tornando as operações complexas e de custo 
elevado. 
2. Completação marítima seca ou molhada: É a completação 
realizada em cabeças de poços de petróleo marítimos, 
podendo ser seca ou molhada. A diferença que na 
completação seca a Árvore de Natal é instalada na 
plataforma, e na completação molhada a Árvore de Natal é 
instalada no fundo do mar, tornando as operações e 
manutenções extremamente complexas. 
3. Completação de poço aberto: A poço aberto é quando a 
zona de interesse do reservatório não terá revestimento e 
cimentação, tornando a completação barata. Mas só pode 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
51 
ser utilizado se houver uma formação rochosa muito 
consolidada para não ocorrer desabamento. Proporciona 
uma área de fluxo maior. 
4. Completação de poço com liner rasgado: É a completação 
realizada como na completação de poço aberto. Logo depois 
do poço ser avaliado, é descida uma coluna de tubos 
rasgados ou lisos, inclusive na zona de reservatório, que 
serão posteriormente canhoneados, denominados liner, têm 
a vantagem de estruturar o poço, porém de custo mais 
elevado do que na completação a poço aberto. 
5. Completação de poço com revestimento: Consiste na 
colocação do tubo de revestimento, seguido de cimentação 
da zona de interesse e posterior canhoneio para abertura da 
passagem de fluxo. Maior custo, porém, permite 
seletividade de diferentes áreas de produção. 
6. Completação simples: É quando somente uma coluna será 
instalada; consequentemente, apenas uma zona de 
interesse será produzida. 
7. Completação dupla ou seletiva: É quando uma coluna 
possui duas aberturas ou duas colunas são instaladas no 
mesmo poço com objetivo de produzir duas zonas de 
interesse diferentes ao mesmo tempo. 
 
 5.2 Características da coluna de produção 
A coluna de produção ou production string é a coluna de tubos 
criada para possibilitar a transferência de petróleo, desde o 
reservatório até a plataforma de produção. A coluna de produção 
vai desde o reservatório até a Árvore de Natal, que realiza o 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
52 
acoplamento com a tubulação desde a Árvore de Natal até a 
plataforma de produção. 
A coluna de produção, além dos tubos, é composta por vários 
equipamentos com funções distintas e específicas, porém cada 
poço terá um projeto diferente em função das suas características. 
 
Montagem da coluna de produção 
A primeira etapa a ser realizada na chegada da sonda à locação é 
preparar o poço para operar de forma segura. 
Nessa etapa o BOP será reinstalado, os tampões de cimento serão 
retirados por uma broca, e atrás da broca um raspador para limpar 
o revestimento. Posteriormente será trocado o fluido encontrado 
no poço por um fluido de completação, que terá as propriedades e 
características do fluido de perfuração. Terminada esta fase de 
condicionamento, a coluna será testada quanto à estanqueidade, 
sofrendo os reparos, se necessário. 
Em seguida é feita a perfilagem com perfis acústicos para avaliar a 
cimentação. Será verificado principalmente se houve aderência do 
cimento à parede do revestimento e poço, garantindo assim o 
isolamento entre as formações, impedindo o fluxo de fluidos. 
Caso tenha anormalidade na cimentação, a mesma precisa ser 
solucionada, antes de se iniciar a completação. A falha na 
cimentação acarreta produção de fluidos não desejáveis, falha no 
controle do reservatório e no processo de estimulação, que 
dependendo da gravidade da falha pode levar ao fechamento do 
poço. 
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
53 
A operação de canhoneio visa colocar o poço em contato com a 
formação produtora. Uma ferramenta descerá com cargas 
explosivas que irão rasgar o revestimento, o cimento, e penetrar na 
formação abrindo caminhos de fluxo do reservatório para o poço. 
A coluna de produção será descida dentro do poço e terá a função 
de conduzir os fluidos do reservatório no poço até a Árvore de 
Natal, onde linhas de tubos continuarão conduzindo os fluidos até a 
unidade de produção. É um conjunto de tubos interligados entre si 
e os demais componentes da coluna de produção. A coluna de 
produção deve permitir o acesso ao poço e às zonas isoladas. 
Para se colocar um poço em produção, reduz–se o peso do fluido de 
completação diminuindo a pressão hidrostática, com isso a pressão 
do reservatório será maior e o fluido se deslocará para a Árvore de 
Natal. 
O fluido de completação será o primeiro a chegar na plataforma, e 
se o reservatório tiver pressão suficiente o poço então passará a 
produzir por surgência, ou seja, a produção ocorre pela pressão 
original do reservatório. 
Na maioria dos reservatórios a produção por surgência acontece em 
um período, no início da vida produtiva. Portanto a coluna de 
produção já deverá prever qual método de elevação artificial 
deverá ser instalado, mesmo que não seja utilizado no início da 
produção. 
 
 
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6. Principais elementos (acessórios e 
especificações) 
 
 Tubos de produção: A tubulação de produção consiste em 
uma tubulação de aço com elementos de ligas especiais para 
resistir ao ambiente agressivo em que será instalado, bem 
como a pressões e esforços a que será submetida. Essa 
tubulação será a responsável por conduzir os 
hidrocarbonetos. 
 Shear-out: É um equipamento utilizado para pressurizar a 
coluna de produção, composto de três sedes com parafusos 
cisalhantes instalado na parte inferior da coluna. A sede 
inferior desce na coluna tamponada e após sua utilização a 
coluna é pressurizada, a ponto de romper os parafusos 
cisalhantes e a sede cair no fundo do poço. Se for necessário 
pressurizar de novo a coluna, outra esfera de diâmetro 
maior será lançada e fechará a segunda sede, que poderá ter 
os parafusos cisalhantes rompidos e uma e última sede 
poderá ser utilizada. 
 Hydro-trip: Equipamento utilizado para tamponamento 
temporário da coluna. Sua sede não é lançada no fundo do 
poço, pois possui uma reentrância onde a sede se encaixa, 
tendo como desvantagem um estrangulamento do diâmetro 
da coluna. 
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 Nipples: Peça utilizada na coluna de produção para instalar 
tampões mecânicos, válvulas de retenção e registradores de 
pressão. 
 Sliding sleeve (camisa deslizante): Equipamento instalado 
na coluna de produção para colocar em produção ou isolar 
uma zona do poço e utilizado em completações seletivas. 
Consiste em rasgos em um tubo que serão abertos ou 
fechados, e sua área de fluxo é igual à área da seção 
transversal da coluna. 
 Check valve: É uma válvula de retenção que permite o fluxo 
de baixo para cima e impede o fluxo no sentido contrário. 
 Packer de produção: Equipamento que promovea vedação 
entre o revestimento e a coluna de produção, protegendo o 
revestimento, permitindo a produção seletiva e a injeção de 
gás lift. 
 Unidade selante: Equipamento que promove a vedação da 
área polida do packer. 
 TSR (junta telescópica): O TSR (Tubing Seal Receptacle) é o 
equipamento utilizado para absorver a movimentação da 
coluna de produção. 
 Mandril de gás lift: É o equipamento que aloja a válvula de 
gás lift, responsável pela injeção de gás na coluna como 
método de elevação. 
 DHSV (Down Hole Safety Valve): A Válvula de segurança de 
subsuperfície, fica posicionada poucos metros abaixo do 
fundo do mar e fecha o poço em caso de emergência. Por 
questões de segurança a DHSV fica constantemente aberta 
pela pressão da linha de controle. Caso ocorra um problema 
no sistema de pressurização, uma mola vai fechar a válvula. 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Elevação natural. Salvador: Petrobras/Serec/Cen–Nor, 1990. 
Fundamentos da produção. Salvador: Petrobras/Serec/Cen–Nor, 
1991. 
KERMIT, E. B. The technology of artificial lift methods, v. 1, 
Petroleum Publishing Company, Tulsa, OK 1977. 
PAULA, J. L.; GARCIA, J. E. L.; CALDAS, P. Equipamentos de 
superfície. Salvador: Petrobras/Serec/Cen–Nor,1989. 
PETROBRAS. Pequena história do petróleo – exposição permanente 
do petróleo. Rio de Janeiro: Serviço de Comunicação Social da 
Petrobras, 1985. 
ROSSI, N.C.M. Bombeio centrífugo submerso. Salvador: 
Petrobras/Serec/Cen–Nor, 1981. 
SERRA, K. V.; SANTOS, F. A. Bombeio mecânico. Salvador: 
Petrobras/Serec/Cen–Nor, 1989. 
The technology of artificial lift methods, v. 2, Petroleum Publishing 
Company, Tulsa, OK 1980. 
THOMAS, José Eduardo. Fundamentos de engenharia de petróleo. 
Rio de Janeiro: Interciência, 2001. 
 
Sites 
 
www.youtube.com/watch?v=u4lEIxQ6k5g . Acessado em 
01/08/2022. 
 
http://www.youtube.com/watch?v=u4lEIxQ6k5g
Fundamentos aplicados a Indústria de Petróleo e Gás 
 
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REFERÊNCIA DAS FIGURAS 
Figura 1: Representação em corte da estrutura terrestre. Arte: Cris 
Marcela/ In-folio. 
Figura 2: Escala do tempo geológico. Química aplicada a petróleo e 
gás. Arte: In-folio. 
Figura 4: Rocha ígnea extrusiva. Crédito: José Mariano Soares Pinto 
Coelho. 
Figura 5: Rocha ígnea intrusiva. Crédito: José Mariano Soares Pinto 
Coelho. 
Figura 6: Rocha sedimentar. Crédito: José Mariano Soares Pinto 
Coelho. 
Figura 7: Exemplo de arranjo geológico. Crédito: Cleber Magno do 
Sacramento. 
Figura 11: Transformação termoquímica da matéria orgânica e a 
geração do petróleo. Fonte: SENAI/DN. Química aplicada 
a petróleo e gás.

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