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SOI 2ª TUTORIA DEVOLUTIVA 31/08 Objetivos 1. Compreender a fisiologia da neurotransmissão sináptica. 2. Estudar os tipos de neurotransmissores e a sua função. 3. Elucidar o papel dos neurotransmissores no potencial de ação. Fisiologia da Neurotransmissão Sináptica Temos que pensar como acontece a COMUNICAÇÃO CÉLULA A CÉLULA NO SISTEMA NERVOSO. A comunicação neural depende de vários fatores: moléculas sinalizadoras secretadas pelos neurônios, receptores nas células-alvo para estas substâncias químicas e as conexões anatômicas entre os neurônios e os seus alvos – a comunicação neural ocorre em regiões conhecidas como sinapses. A SINAPSE É O LOCAL DE COMUNICAÇÃO ENTRE OS NEURÔNIOS. É A REGIÃO ONDE UM TERMINAL AXONAL SE COMUNICA COM A CÉLULA-ALVO PÓS-SINÁPTICA. Bruna Franco Bruna Franco Na sinapse temos três regiões importantes: 1) Terminal axonal da célula pré-sináptica. a. A células pré-sináptica é a que transmite um sinal 2) Membrana da célula pós-sináptica – pode ser neurônio ou não. a. A célula pós-sináptica é aquela que recebe o sinal. 3) Fenda sináptica: é o espaço entre as duas células. É um espaço preenchido por uma matriz células com fibras que ancoram células pré e pós-sinápticas no lugar. Em reflexos neurais a célula vai se mover da célula pré-sináptica à célula pós-sináptica. Na maioria das sinapses entre neurónios, os terminais axonais pré-sinápticos estão próximos dos dendritos ou do corpo celular do neurônio pós-sináptico. As sinapses podem acontecer no axônio ou no terminal axonal da célula pós-sináptica. Quando um axônio alcança a sua célula-alvo, uma sinapse vai ser formada e vai acontecer uma atividade elétrica ou química. SINAPSE ELÉTRICA: transmissão de um sinal elétrico diretamente do citoplasma de uma célula para a outra através de poros presentes nas proteínas das junções comunicantes. Ou seja, as células já estão conectadas. A informação é bidirecional em quase todas – em uma sinapse retificadora acontece apenas em uma direção. Existem principalmente nos neurônios do SNC e são encontradas também é neuróglias, músculo cardíaco e liso, e em células não excitáveis como a beta-pancreática. Condução rápida, bidirecional e difusão com as células vizinhas. SINAPSE QUÍMICA: neurônios se aproximam, mas não se tocam. São a maioria no sistema nervoso. Utilizam moléculas neurócrinas para transportar a informação de uma célula à outra. O sinal elétrico da célula pré-sináptica é convertido em um sinal neurócrino que atravessa a fenda sináptica e se liga a um receptor na sua célula alvo – neurônio pós-sináptico. É unidirecional, vai sempre nesse sentido, do neurônio pré-sináptico ao pós-sináptico. o A célula pré-sináptica libera o sinal químico que se difunde através da fenda pós-sináptica e se liga a um receptor de membrana que está localizado na célula pós-sináptica. As terminações dos neurônios pré-sinápticos são os botões terminais. A Sinapse Química acontece através de neurotransmissores – os neurotransmissores são substâncias químicas que têm a função de passar a informação de um neurônio para o outro. Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco São mensageiros químicos. São produzidos por neurônios e se armazenam em vesículas sinápticas – ficam posicionadas no botão terminal. Existem RECEPTORES NEURÓCRINOS nas sinapses químicas e eles podem ser: o Recetores de canal: que são os canais iônicos dependentes de ligante. Esses receptores vão agir na resposta rápida alterando o fluxo de íons através da membrana – são receptores ionotrópicos. Podem ser específicos para um íon ou não. o Receptores acoplados a proteína G (RPG): medeiam uma resposta mais lenta, devido a necessidade de transdução do sinal mediada por um sistema de segundos mensageiros. Os RPG’s podem regular abertura ou fechamento de canais iônicos. *Os neurotransmissores se ligam a tipos específicos de recetores. *Neurócrina: capacidade de comunicação entre células vizinhas. INTEGRAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO NEURAL: O axônio de um neurônio pré- sináptico pode se ramificar e os seus ramos colaterais fazem sinapse com múltiplos neurônios-alvo – a isso chama-se divergência. Quando um maior número de neurônios pré-sinápticos fornece informação para um número menor de neurônios pós-sinápticos, o padrão chama-se convergência. A combinação de convergência e divergência pode resultar em um único neurônio pós-sináptico fazendo sinapses com mais de 10 mil neurônios pré- sinápticos. Como por exemplo os neurônios de Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco metabotrópico� Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Purkinje no SNC têm dendritos altamente ramificados. No encéfalo, algumas sinapses têm as células de ambos os lados liberando neurotransmissores para fenda sináptica que agem na célula oposta. As células pós-sinápticas podem se comunicar com os seus neurônios pré-sinápticos através de neuromoduladores que se ligam a receptores pré-sinápticos. A plasticidade sináptica é a capacidade que o sistema nervoso tem de mudar a atividade nas sinapses. Ela pode ser de curta duração e aumentar a atividade da sinapse (facilitação) ou reduzi-la (depressão). Exemplo: quando há atividade longa em uma sinapse a liberação de neurotransmissores vai diminuir porque o axônio não consegue reabastecer o seu estoque de neurotransmissores tão rápido e isso resultado em uma depressão sináptica. RESPOSTA PÓS-SINÁPTICA: Quando um neurotransmissor se liga ao seu receptor isso inicia uma série de respostas na célula pós-sináptica. Os neurotransmissores que se ligam ao RPG’s associados a sistemas de segundos mensageiros iniciam respostas pós-sinápticas lentas. Respostas pós-sinápticas lentas: A atuação de segundos mensageiros do lado citoplasmático da membrana células abrem ou fecham canais iônicos e há uma mudança no potencial de membrana, resultante da alteração de íons, chama-se potenciais sinápticos lentos – a resposta da via dos segundos mensageiros vai levar mais tempo para direcionar uma abertura ou fechamento do canal. A resposta também dura mais, leva segundos a minutos. Esse tipo de resposta lenta está relacionado com o crescimento e desenvolvimento dos neurônios e com mecanismo de memória de longo prazo. Os neurotransmissores que atuam em RPGs podem modificar proteínas célulares existentes ou regular a produção de novas proteínas celulares. Respostas pós-sinápticas rápidas: estão associadas à abertura de um canal iônico. Em uma resposta simples, o neurotransmissor liga-se e abre um receptor-canal na célula pós-sináptica e permite que os íons se movam entre a célula pós-sináptica e o líquido extracelular. Essa mudança no potencial de membrana é chamada de potencial sináptico rápido – se inicia rapidamente e dura apenas alguns milissegundos. Potencial sináptico despolarizante é um potencial excitatório pós-sináptico PEPS) aumenta as chances de a célula disparar um potencial de ação. Potencial sináptico hiperpolarizante é chamado potencial inibidor pós-sináptico PIPS: a hiperpolarização move o potencial de membrana para longe do limiar e torna menos provável que a célula dispare um potencial de ação. Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco PEPS: abre os canais de sódio PIPS: abre os canais de cloro que é um íon negativo e vai gerar uma hiperpolarização� INTEGAÇÃO DA SINALIZAÇÃO SINÁPTICA Quando 2 ou mais neurônios pré-sinápticos convergem nos dendritosou no corpo celular de uma única célula pós-sináptica, a resposta da célula é determinada pela soma dos sinais de entrada dos neurônios pré-sinápticos. Somação espacial é a combinação de vários potenciais graduados quase simultâneos, os potenciais se originam em locais diferentes no neurônio. Quando os neurônios libertam neurotransmissores excitatórios temos que ver que os PEPS dos neurônios são fracos para iniciar um potencial de ação, mas se os três neurônios pré-sinápticos dispararem ao mesmo tempo, esses três PEPS são supralimiares e geram um potencial de ação. A somação especial pode ser inibitória, quando por exemplo a somação evita um potencial de ação nas célula pós- sináptica, essa somação se chama inibição pós sináptica. Acontece quando os neurônios geram neurotransmissores inibidores. Se um neurônio dispara e gera um PIPS e dois PEPS, o PIPS neutraliza o PEPS, criando um sinal integrado que está abaixo do limiar. Nenhum potencial de ação será gerado. Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Somação temporal: dois potenciais graduados abaixo do limiar vindos do mesmo neurônio pré-sináptico podem ser somados se chegarem a zona de gatilho suficientemente próximos no tempo. A somação temporal é a somação que ocorre a partir de potenciais de ação que se sobrepõem no tempo, os dois potenciais de ação ocorrem em um curto intervalo de tempo. Ou seja, os dois estímulos ocorrem em tempos próximos e como resultado os dois potenciais graduados sublimiares atingem a zona de gatilho quase ao mesmo tempo. O segundo potencial de ação adiciona a sua despolarização à do primeiro, fazendo com que a zona de gatilho despolarize até o limiar. A integração pós sináptica gera um sinal baseado na força e na duração dos sinais, sempre que vários sinais atingem um neurônio. Quando o sinal integrado está acima do limiar, o neurônio dispara um potencial de ação. Se o sinal integrado está abaixo do limiar, o neurônio não dispara. Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Neurotransmissores – tipos e funções DIFERENÇA ENTRE NEUROTRANSMISSOR E NEUROMODULADOR • Depende de a qual receptor a molécula química se liga, levando em conta que várias substâncias neurócrinas conseguem realizar ambos os papéis. • Se uma molécula atua em uma sinapse e gera uma resposta rápida, ela é um neurotransmissor – mesmo se atuar como neuromodulador também. • Os neuromoduladores agem em áreas sinápticas, não sinápticas e produzem uma ação mais lenta. Possuem a capacidade de prolongar ou reduzir o efeito de um neurotransmissor – modulação da excitabilidade. Os neurotransmissores são moléculas neurócrinas presentes no organismo. Podem ser agrupadas em classes diferentes devido a sua estrutura. 1) Acetilcolina 2) Aminas 3) Aminoácidos 4) Peptídeos 5) Purinas 6) Gases 7) Lipídeos ACETILCOLINA: A ACh é sintetizada a partir da acetil-CoA – que é o intermediário metabólico que liga a glicólise ao ciclo de krebs. A síntese de ACh a partir desses 2 precursores acontece em uma reação enzimática simples que ocorre no terminal axonal. O neurônio vai secretar ACh e o receptor que se liga a este são colinérgicos. Os receptores colinérgicos podem ser Nicotínicos (a nicotina é um antagonista) e Muscarínicos (a muscarina é agonista). o Receptores colinérgicos nicotínicos são encontrados no músculo esquelético, no SNP e SNC. Esses receptores são canais de cátions monovalentes – tanto Na+ quanto K+ atravessam. A entrada de sódio na célula vai exceder a saída de K+, pois o gradiente eletroquímico para o Na+ é mais forte – a quantidade de Na+ que entra despolariza a célula pós-sináptica e aumenta a probabilidade de ocorrer um potencial de ação. Os receptores colinérgicos muscarínicos têm 5 subtipos. São RPG’s ligados a sistemas de segundos mensageiros. A resposta do tecido varia conforme o subtipo de recetor. Estão presentes no SNC e em células alvo do SNP. AMINAS: são todos ativos no SNC. Todos esses neurotransmissores são derivados de um único aminoácido. • Serotonina é derivada do aminoácido triptofano. • O aminoácido tirosina é convertido em dopamina, noradrenalina e adrenalina. • Histamina: sintetizada da histidina – age nas reações alérgicas e parasitas. • Noradrenalina: principal neurotransmissor da divisão simpática autônoma do SNP. Os neurônios que secretam a noradrenalina são os neurônios noradrenérgicos – controle Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco adrenérgico. Os receptores adrenérgicos são RPG e estão em 2 classes: alfa e beta, com vários subtipos. Os subtipos atuam por meio de diferentes cascaras de segundos mensageiros. • ADRENALINA: • DOPAMINA: secretada na substância negra. Efeito inibitório, ligado a respostas emocionais e coisas agradáveis, prazer empatia apego. Ajuda a regular o tónus do músculo esquelético. AMINOÁCIDOS: o glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do SNC – age como neuromodulador também. A ação do glutamato em uma sinapse depende dos tipos de receptores da célula alvo, pois os receptores glutamatérgicos metabotrópicos atuam por meio de RPGs. O aspartato é excitatório em apenas algumas regiões do cérebro. Esses neurotransmissores excitatórios têm a função de despolarizar as suas células alvo, abrindo canais iónicos que permitem a entra de íons positivos. Neurotransmissores inibidores hiperpolarizam as suas células-alvo, abrindo canais de Cl- e permitindo a entrada de cloreno na célula. Principal neurotransmissor inibidor no encéfalo: ácido gama-aminobutírico. RECEPTORES IONOTRÓPICOS PARA O GLUTAMATO: o Receptores AMPA: canais de cátions monovalentes dependentes de ligantes similares aos receptores-canais nicotínicos de ACh. A ligaçãodo glutamato vai abrir o canala, a célula despolariza devido ao influxo de Na+. o Receptores NMDA: São incomuns. São receptores catiónicos não seletivos – permitem a passagem de Na+, K+ e Ca+ pelo canal. A abertura do canal requer a ligação do glutamato e mudança no potencial de membrana. Glicina e D-serina: potencializam os efeitos excitatórios do glutamato em um dos receptores glutamatérgicos. PEPTÍDEOS: podem atuar como neurotransmissores, neuromoduladores e neuro-hormônios. Substância P, está envolvida em algumas vias da dor. Peptídeos opioides – como encefalina e endorfina – são substâncias que medeiam a analgesia. Alguns peptídeos agem como neuro- hormônios e neurotransmissores: colecistocinina CCK, arginina vasopressina AVP e o peptídeo natriurético atrial ANP. PURINAS: Adenosina – atua como neurotransmissor inibitório, diminuir a frequência respiratória e alivia a ansiedade. , adenosina monofosfato e adenosina trifosfato atuam como neurotransmissores, se ligam a receptores purinérgicos no SNC e a outros tecidos excitáveis como o coração. Todas as purinas se ligam a RPG. GASES: Óxido nítrico é um gás instável sintetizado a partir do oxigênio e do aminoácido L- arginina. Atua como neurotransmissor se difundindo para a célula alvo, em vez de ligar-se a um receptor na membrana. Dentro da célula-alvo, o óxido nítrico se liga as proteínas alvo. Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco LIPÍDEOS: Incluem vários eicosanoides. Potencial De Ação Potencial graduado: estimula o potencial de ação As células nervosas são tecidos excitáveis – elas têm a habilidade de propagar sinais elétricos rápidos como resposta a um estímulo. O valor médio do potencial de membrana em repouso dos neurônios é de -70 mV (potencial de membrana) e isso é mais positivo do que previsto pelo potencial de equilíbriode potássio. Ou seja, outros íons contribuem para o potencial de membrana. Os neurônios que estão em repouso são permeáveis ao Na+ e o vazamento de íons positivos de Na+ torna o potencial de repouso um pouco mais positivo, diferente do que aconteceria se a célula fosse permeável apenas ao K+. *A adição de Na+ positivamente carregado ao líquido intracelular despolariza a membrana celular do neurônio e gera um sinal elétrico. O movimento de íons através da membrana também pode hiperpolarizar a célula. Se a membrana acabar por ficar mais permeável ao K+, a carga positiva se perde e a célula torna- se mais negativa, hiperpolarizando. Se um íon carregado negativamente como o Cl- entrar na célula, ela também vai hiperpolarizar. ⇨ A despolarização se segue pelo efluxo de K+, que vai restabelecer o potencial de membrana de repouso da célula. Os neurônios contêm uma variedade de canais iônicos com portões que podem estar abertos ou fechados, dependendo das condições intra e extracelulares. 4 principais tipos de canais iônicos no neurônio 1) Canal de Na+ 2) Canal de K+ 3) Canal de Ca2+ 4) Canal de Cl- Os canais de Na+ e K+ presentes nos axônios são ativados pela despolarização celular. O canal de Na+ se abre rapidamente, mas os canais de K+ são mais lentos. O resultado é um fluxo de Na+ pela membrana, posteriormente seguido pelo fluxo de K+. Bruna Franco Bruna Franco Bruna Franco o Quando há um estímulo supralimiar na zona de gatilho isso inicia o potencial de ação. A condução do impulso elétrico ao longo do axônio requer apenas canais de Na+ dependentes de voltagem e canais de K+ dependentes de voltagem. Antes e depois do potencial de ação o neurônio está no potencial de membrana em repouso -70 mV. FASE ASCENDENTE DO POTENCIAL DE AÇÃO: aumento súbito e temporário da permeabilidade da célula para Na+. O potencial de ação inicia quando um potencial graduado que atinge a zona de gatilho despolariza a membrana até o limiar -55 mV. Quando a célula despolariza os canais de Na+ se abrem e o Na+ flui pra dentro da célula, atraído pelo potencial de membrana negativo dentro da célula. O aumento de cargas positivas no líquido intracelular despolariza ainda mais a célula. O interior da célula tornou-se mais positivo do que o exterior e o potencial de membrana reverteu a sua polaridade. O gradiente de concentração do Na+ se mantém, enquanto o Na+ continuar alto, o potencial de membrana se desloca para o potencial de equilíbrio do sódio. O potencial atinge um pico em 30 mV quando os canais de Na+ do axônio se fecham e os canais de potássio se abrem. FASE DESCENDENTE DO POTENCIAL DE AÇÃO: corresponde ao aumento a permeabilidade ao K+. Os canais de K+ abrem-se em resposta a despolarização, mas eles se abrem muito lentamente e o pico ocorre mais tarde do que o sódio. Quando os canais de Na+ se fecham durante o pico do potencial de ação, os canais de K+ recém se abriram e a membrana está altamente permeável ao potássio. Com o potencial de membrana positivo, o gradiente de concentração e elétrico do K+ favorece a saída do potássio da célula. O potencial de membrana vai se tornando mais negativo, gerando essa fase descendente do potencial de ação e levando a célula em direção ao seu potencial de repouso. Quando a membrana atinge -70 mV, a permeabilidade do K+ ainda não está em estado de repouso. O potássio continua saindo da célula e a membrana fica hiperpolarizada, aproximando-se de -90 mV. Os canais se fecham e o vazamento de potássio para fora célula cessa. A retenção de K+ e o vazamento de Na+ para dentro do axônio faz o potencial de membrana retornar aos -70 mV – é o valor que reflete a permeabilidade da célula em repouso ao K+, Cl- e Na+. ⇨ O potencial de ação é uma alteração no potencial de membrana. Isso acontece quando os canais iônicos dependentes de voltagem se abrem e 1. Aumentam a permeabilidade da célula ao Na+ (ele entra); 2. Aumenta a permeabilidade da célula ao k+ (ele sai). O influxo de Na+ despolariza a célula. A despolarização se segue pelo efluxo de K+, que vai restabelecer o potencial de membrana de repouso da célula. Bruna Franco Bruna Franco MAIOR OU MENOR POTENCIAL DE AÇÃO: Um maior estímulo faz mais potenciais de ação por segundo chegarem ao terminal axonal e isso pode resultar em uma mais liberação de neurotransmissores. Um potencial graduado supralimiar atingindo a zona de gatilho de um neurônio sensorial não ativa apenas um potencial de ação. Um potencial graduado pequeno acima do limiar dispara uma explosão de potenciais de ação. Quando os potenciais graduados aumentam em força – amplitude – a frequência dos potenciais de ação disparados aumenta. Os padrões de sinalização elétrica no SNC são mais variados. Os neurônios cerebrais demonstram características elétricas diferentes ao dispararem os potenciais de ação em padrões variados. Alguns neurônios são tonicamente ativos – disparam regularmente potenciais de ação sucessivos, são beating pacemakers. Outros neurônios podem apresentar erupções, explosões de potenciais de ação, ritmicamente, alternam-se com intervalos de silêncio (marca-passos rítmicos). Papel dos Neurotransmissores no Potencial De Ação Polarizado: em repouso Despolarizado: saiu de repouso, gera um potencial de ação. Bruna Franco Os neurotransmissores estão armazenados em vesículas no terminal axonal – a sua liberação para a fenda sináptica acontece por exocitose. A despolarização de um potencial de ação na terminação axonal causa mudança no potencial da membrana e isso dá início a uma série de eventos... *Os íons cálcio são mais concentrados no líquido extracelular do que no citosol, por isso movem-se para dentro da célula. *A entrada do cálcio se liga as proteínas reguladores e inicia a exocitose. *A membrana da vesícula sináptica funde-se à membrana celular, com o auxílio de várias proteínas da membrana. *As vesículas sinápticas contêm a mesma quantidade de neurotransmissores. A membrana da vesícula torna-se parte da membrana axonal e é reciclada via endocitose das vesículas. A concentração dos neurotransmissores nas vesículas depende de um antiporte dependente de H+. As vesículas usam H+ ATPases para concentrar o H+ nas vesículas e então trocam o hidrogênio pelo neurotransmissor. DESCOBERTA RECENTE: outro modelo de secreção que se chama kiss and rum pathway, em que as vesículas sinápticas vão se fundir a membrana pré-sináptica e forma um complexo, o poro de fusão. Essa fusão abre um canal que é grande o suficiente para a passagem do neurotransmissor. Ao final a vesícula separa-se do poro de fusão e retorna ao pool de vesículas no citoplasma. A sinalização neural tem curta duração, devido a rápida remoção ou inativação dos neurotransmissores na fenda sináptica. *A ligação do ligante com uma proteína é reversível e atinge um estado de equilíbrio, com uma razão constante entre neurotransmissor ligado e não ligado*. Se o neurotransmissor não ligado for removido da sinapse, os receptores vão liberar o neurotransmissor ligado e finalizar a sua atividade, mantendo a razão de neurotransmissor ligado/não ligado. Quando o POTENCIAL DE AÇÃO chega no botão terminal, os canais de Ca+ se abrem – o cálcio por difusão entra no neurônio pré-sináptico e essa entrada causa um estímulo para que as vesículas se desloquem até a membrana pré-sináptica, então elas se fundem e liberam os neurotransmissores por exocitose. Os neurotransmissores se ligam a receptores específicos que estão na membrana pós-sináptica. O que acontece depois disso depende do neurotransmissor.
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