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FACULDADE CATÓLICA DOM ORIONE
CURSO DE PSICOLOGIA
LORRANY NUNES SANTOS- 19200104
ISTO ÉS TU
ARAGUAÍNA
2022
Capítulo l
METÁFORA E MISTÉRIO RELIGIOSO
O significado do mito
O capítulo 1 vem com uma interrogação recorrente feita para o autor sobre " O que
é um mito", no qual o mesmo participa de uma entrevista em uma rádio em que o
entrevistador, um homem jovem inicia com a afirmação de que o mito é uma
mentira. Joseph Campbell, contrapõe tal afirmativa argumentando que a mesma não
é uma mentira e sim uma metáfora. Onde o autor aborda sobre a compreensão
comum que se tem sobre a metáfora, levando a conclusão de que a maioria das
pessoas acreditam que as metáforas ditas em sua religião são fatos, se intitulando
como cristãos e aos que consideram as metáforas religiosas como mentira, se
intitulam ateus. Com isso ele vem dizer que as metáforas da Bíblia, não eram fatos
mas foram vendidas por homens que acreditavam que eram para para milhões, que
também acreditavam que essas metáforas eram fatuais.
Na visão dele, as mitologias tradicionais cumprem quatro funções e todas elas
refletem a ciência do seu tempo, sendo a Bíblia usada como exemplo, discorrendo
que a mesma reflete a cosmologia do terceiro milênio a.C. A primeira função dita no
livro refere-se ao equilíbrio da consciência com o grande mistério do universo como
ele é, chegando a ser irracional, nomeado como "mysterium tremendum", ou seja, a
harmonização entre a consciência despertadora e o grau de profundeza do
sentimento de espiritualidade.
A segunda função é dita como interpretativa, referindo-se a uma consistente ordem
cósmica, em que o ser humano participaria dela por compreendê-la como a ordem
básica da vida, isso faz com que o homem tenha algo para se "segurar", formulando
então a imagem do universo, a fim de ser trazer sentido a ele.
A terceira função é de ordem Sociológica, no qual os mitos darão validade e
respaldo aos códigos de moral específica e conduta, moldando a pessoa às
exigências de um grupo social específico geográfica e historicamente condicionado.
A quarta função funciona como um guia que busca conduzir com integridade o
indivíduo através de qualquer circunstância.
Com isso, pode se aferir que a mitologia em um real sentido, pode ser colocada
num patamar de religião de outro povo. E a religião pode, de certo modo, ser
entendida como uma incompreensão do povo sobre a mitologia.
Capítulo II
A EXPERIÊNCIA DO MISTÉRIO RELIGIOSO
Simbolismo e experiência religiosa
O segundo capítulo inicia fazendo uma separação entre dois grupos, no que diz
respeito à tradição mística, onde na tradição do Ocidente as grandes religiões do
mundo são elas o zoroastrismo, o judaísmo, o cristianismo e o Islã, em que é
abordado que todas elas têm algo em comum: Deus como criador, distinto em
relação ao ser, da criatura, o que é chamado de primeira dissociação mítica por
Campbell, pois o homem é separado do princípio divino, como enunciado no Antigo
Testamento em que Adão é expulso do paraíso, e só pode tornar-se divino através
da instituição social.
O autor faz a partir daí uma crítica às instituições sociais, pois segundo ele fomos
confiados a elas e elas geram alienação. O Deus da instituição não recebe
sustentação da experiência da realidade espiritual que você mesmo tem, indo ao
contrário do primeiro objetivo do místico que é dar validade à experiência humana
individual. Onde, enquanto no Ocidente se tem os ensinamentos que pregam a
dualidade do bem e do mal, em que o homem é naturalmente corrompido, pecador
e precisa de correção, no Oriente se há o homem como um ser que deve estar
sempre em contato com a natureza, natureza esta que não é vista como
corrompida.
Capítulo III
NOSSAS NOÇÕES DE DEUS
No terceiro capítulo como o próprio título sugere será discorrido sobre as
percepções, entendimentos sobre Deus, em que se pode perceber que o
mesmo se apresenta como um enorme ponto de interrogação, sendo
trazidas pelo texto indagações como, "Existe um Deus?", "Se a palavra
"Deus" significa qualquer coisa, essa coisa deve significar nada?" e pode se
acrescentar mais outras centenas de perguntas. Onde no capítulo afirma
que Deus é uma metáfora, e não é um fato, pelo motivo de que o mesmo
não está no campo do tempo e do espaço. A metáfora transporta de um
destino/lugar para outro, é o que capacita o homem a transpassar portas
que com outro recurso, estariam fechadas para estes.
Na indagação "Deus" significa qualquer coisa, essa coisa deve significar
nada?" O autor vem falar que "Deus"é uma palavra que nos refere além de
alguma coisa suscetível de ser concebida ou nomeada.
A realização mística fundamental, simples e grandiosa é aquela pela qual
você se identifica com a consciência e não com o veículo da consciência.
Como explicado no capítulo, não importa então a lâmpada, mas sim a luz,
pois a lâmpada funciona como veículo da iluminação. O nosso corpo é um
transporte da consciência. A consciência não estaria ali se a lâmpada não
estivesse, é a consciência que tem significação aqui. Precisamos ser grato
pelo nosso corpo e tudo que ele nos permite fazer, mas sempre lembrando
que ele é somente o veículo.
Capítulo IV
A IMAGINAÇÃO RELIGIOSA E AS REGRAS DA TEOLOGIA
TRADICIONAL
No quarto capítulo o autor realiza uma crítica em relação a religiosidade,
onde discorre que a religião tem como função despertar o coração humano
e que quando isto não acontece, muitas vezes até pela incapacidade do
clero mostra que o mesmo nem ao menos é capaz de interpretar os
símbolos pelos quais usam a fim de alimentar espiritualmente suas ovelhas.
Enquanto as metáforas são as estruturas essenciais da linguagem
religiosa, os símbolos são de certa forma uma das linguagens fontais dessa
experiência, onde atualmente se tem um grande problema religioso que é a
má interpretação destes. Essa má interpretação resulta em seres humanos
arremessados uns contra os outros, quando na verdade o sentido íntegro da
metáfora é a união e transcender a dualidade.
A mitologia, tem como função apresentada a de espiritualizar os lugares e
as condições vividas no qual, Campbell diz que os os atores fazem isso por
nós, porém os autores da Bíblia não estão vivos sobrando uma noção, uma
metáfora corrupta em que a terra prometida é pregada como um lugar longe
daqui, que precisa ser conquistado através de sacrifícios, através do
"merecimento", sendo que a mesma pode ser qualquer ambiente que tenha
sido metaforicamente espiritualizado, ou seja, a terra prometida pode ser
encontrada dentro de cada um de nós.
Capítulo V
SÍMBOLOS DA TRADIÇÃO JUDAICO-CRISTÃ
De que tipos de deuses dispomos?
O capítulo cinco comenta sobre a diferença de Deus mitologicamente
falando usando um mesmo tema: O dilúvio, em que uma das mitologias
refere-se a cultura agrícola relacionada ao karma cíclico, enquanto a outra
refere-se ao dilúvio narrado em Gênesis. A primeira parte do Livro do
Gênese segundo o autor é pura mitologia, no qual o dilúvio escrito nesse
livro conta que Deus criou o homem e insatisfeito com a maldade e a
violência que estava ocorrendo no mundo, resolveu inundar a terra, onde
apenas os seres que entraram na arca de noé sobreviveram.
Com isso, pode-se fazer uma reflexão no qual dentro de um mesmo tema
surgiu duas ideias totalmente diferentes de "Deus", tornando explícito a
importância de saber interpretar de maneira correta a linguagem metafórica,
pois pode ocorrer de se perder completamente a mensagem encerrada no
símbolo, e Deus é um símbolo.
Por exemplo, em Gênesis há a história do Jardim do Éden, em que Adão e
Eva desobedecem a Deus e foram expulsos deste "jardim". Porém, o livro
discorre sobre não haver um Jardim do Éden como um ambiente físico, no
qual pensar dessa maneira é interpretar mal, o que por consequência se dá
um sentido falso à linguagem metafórica da religião.
Capítulo VI
ENTENDENDO OS SÍMBOLOS DA ESPIRITUALIDADE JUDAICO-CRISTÃ
Neste capítulo há o desmembramento dos símbolos da espiritualidadeJudaico-cristã, e os interpreta à luz de seus notáveis conhecimentos da
mitologia mundial, no qual é dividido em temas, sendo eles: O nascimento
virginal; A gruta; A criança; Fuga para o Egito; A criança como mestre; O
Messias; Milagres; A última ceia; Judas; Crucificação; A cruz e então o fim
do mundo. Cada título desse refere-se a uma passagem da Bíblia. Onde ele
fez comparações com outras histórias e lendas como a história de Buda.
Na parte de “A criança” por exemplo é discorrido que normalmente, nas
lendas, jovens heróis se envolvem em grandes façanhas infantis: A história
de Hércules é usada como exemplo, onde o mesmo mata serpentes quando
criança no berço, e um após outro os heróis realizam as proezas que
constituem presságios e prefigurações das obras de suas vidas. Uma vez
que Cristo era para ser o preceptor do mundo e o mestre espiritual, sua
façanha infantil foi a de ensinar os sábios no templo.
No livro diz que teve seitas cristãs posteriores que consideravam que
Jesus se tornou o Salvador, o Messias, na ocasião de seu batismo
ministrado por João. Os céus se abrem, no relato da Escritura, e a voz
profere: "Este é meu filho amado no qual me regozijo".
Na parte do “O nascimento virginal”, no qual entendida metaforicamente,
compreende que Maria não proporcionou literalmente o nascimento virginal
a um salvador, mas que deu a Jesus um nascimento normal, que se tornou
o veículo naquele momento particular.
Ou seja, é preciso examinar, portanto, ainda mais o aspecto mitológico
dessa forma simbólica. Segundo o capítulo não nos cabe ficar presos ao
mero aspecto fenomênico do mundo, mas ver diretamente o seu cerne.
Capítulo VII
SESSÃO DE PERGUNTAS
Este capítulo inicia-se falando sobre a dualidade de sentimentos
provocados após se ouvir uma sessão de perguntas realizada após as
palestras de Campbell, onde esses sentimentos vão de enriquecedor para
frustrante. Campbell ofertava para seus ouvintes esclarecimentos e
possibilitava um vislumbre do seu conhecimento. Conhecimento esse que
apesar de todos os livros que escrevia, palestras que fornecia e respostas
que dava a inúmeras perguntas, sempre conseguia oferecer algo novo e
sem qualquer redução. Onde é até esse ponto que é dado como frustração,
pois até quando o mesmo vagava e se distraía era possível se obter
compreensões e percepções acerca do assunto abordado que, segundo o
texto, dados os constrangimentos da esfera do tempo, jamais puderam ser
plenamente exploradas, causando um desaponto.
As perguntas escritas no capítulo foram questões retiradas de várias
sessões de perguntas que se seguiram a diferentes apresentações, no qual
foram reunidas neste livro. As perguntas foram diversificadas focando em
aspectos religiosos, simbólicos, sagrados, pós vida e etc.
DOXA
Querido professor, digo com toda a certeza que o conhecimento às vezes causa
muita angústia. O livro traz angústias existenciais, pelo simples fato de mostrar um
pensamento que provoca o sair da bolha do que é ensinado nas instituições
religiosas. E estar na bolha é confortável. Sair dela por mais que seja melhor fora e
por mais que tenha todos seus benefícios, doi. Acredito que o livro cumpriu bem o
seu papel de trazer reflexões, teve coisas que achei muito interessante saber e
outras fizeram-me lembrar da sua aula sobre o fazer sentido e o absurdo, onde
percorri por essas duas camadas.
A leitura do livro foi uma caminhada em que gostei de ter feito, claro que teve
alguns pontos que achei absurdo, mas acho que o fato de eu ter estado aberta a
todo momento fez eu ter feito um caminho menos árduo. Obrigada pela
oportunidade de o ter lido, talvez eu faça a Lorrany do futuro lê-lo novamente, pois
com certeza ela terá tido várias experiências que contribuirá para um melhor
entendimento das questões levantadas nos capítulos.

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