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Hum existencial Av2

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
 
PSICOLOGIA 
 
 
 
BRENDA GOMES ARAGÃO - 2018090673 
CRISTIANO MOLLO COSTA - 201803191023 
LETÍCIA ALINE LEITE RIBEIRO – 201903391271 
SANDRA REGINA OLIVEIRA SILVA KANAAN – 201709007801 
SOBA NZAZI ÁLVARO ZAYADIAKO – 201609087933 
VITORIA GABRIELA VIEIRA DE MESQUITA - 201903380847 
 
 
 
 
TEORIA HUMANISTA EXISTENCIAL 
ANÁLISE DE CASO CLÍNICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2021 
 
INTRODUÇÃO 
 
Nossa análise clínica será sobre este trabalho, o qual foi realizado por aluno estagiário em 
Psicanálise, pela Universidade de Estácio de Sá, em Sulacap. Tem a relevância de 
preparar aluno estagiário a colocar em pratica com o conhecimento adquirido ao longo 
do semestre e fornecer o principal eixo da teoria existencial e humanista, como a prática 
clínica, e construir os primeiros passos de desenvolvimento do aluno estagiário com os 
pacientes. Proporciona também a entender os sintomas, os traumas e os conflitos. Dentro 
deste contexto, foi realizado atendimento de uma paciente que apresenta sintomas de 
ansiedade que é tratado com remédios e uma ocorrência de trauma causado por vivência 
social. 
Dentro da psicologia humanista, a pessoa é como um todo e visualizam a ação humana 
como coleções de mecanismos separadamente. Iremos atentar para suas atitudes, valores 
e respostas a situações sociais. 
 
CASO CLÍNICO 
 
Mariana Silva de 22 anos de idade, é estudante de Biomedicina, toma remédio de 
ansiedade (sertralina) há três anos. Faz algum tempo que não vai ao psiquiatra e sofre de 
crise de ansiedade. O psiquiatra a orientou a buscar tratamento com um psicólogo para 
tratar da ansiedade. No começo de janeiro sofreu um trauma onde ela estava com o 
namorado dentro de ônibus, indo para casa. Assentada no banco de ônibus mexendo o 
telefone sentiu a necessidade de ajudar uma moça que estava de pé com as bolsas. 
Segurando uma das bolsas, a moça acusa de furto, o que acabou virando uma enorme 
discussão. Durante a briga, a moça faz outra acusação, de racismo. A moça estava 
acompanhada com um grupo voltando da praia e todos estavam aparentemente 
alcoolizados. No meio da briga, um rapaz sai e defensa de Mariana contra a acusação. 
Descendo-a com o namorado de ônibus, o grupo sai e agride os dois, e ela fica com um 
dos olhos inchado e com ferimentos no corpo. Suas queixas são: 
1. “Isto tem mexido muito comigo.” 
2. “Quando saio na rua, penso que as pessoas possam fazer a mesma coisa comigo.” 
3. “Após episódio, não conseguia dormir a noite e procurei o psiquiatra, que me medicou 
com remédio de ervas e estou tomando um de manhã e um a noite.” 
As coisas melhoraram quando conseguiu arrumar um estágio, bem antes disso, causava-
lhe bastante preocupação por não conseguir o estágio por conta da pandemia. Após 
conseguir o estágio no mês do junho, sofreu com ansiedade por conta disso. Mora com a 
mãe e padrasto, a filha mais velha de dois irmãos da parte da mãe, e a parte do pai um 
irmão que mora com ele. Além disso, tem havido algum desentendimento com o padrasto, 
mas eles têm um relacionamento familiar tranquilo. 
Ela alega que o auge da crise que desestruturou o seu estado emocional dela foi a perda 
de sua avó Dilma. Ela era uma pessoa muito próxima de avó e cuidou dela quando 
descobriram que a avó estava com o câncer de intestino. A morte dela foi o começo de 
toda decadência emocional chegou a pesar 38 quilos. Relata que foi algo muito difícil 
vendo o sofrimento da avó, antes dela vir a falecer. E quando se lembra do episódio do 
sofrimento dela, lhe causa enorme dor. Na época do tratamento da avó, teve reprovação 
no colégio e tristeza na família, não podendo comer, ela se levantava da cama com a ajuda 
de medicamento (sertralina 75 m). 
 
ANÁLISE CLÍNICA 
 
É possível observar que a cliente não possui foco quando cita questões que lhe afligem. 
Ela não detalha os fatos, como os mesmos iniciam, se perde em tempo e espaço, fala de 
detalhes que não coincidem com o que seria tido como “correto”, como o remédio de 
ervas receitado por um psiquiatra. Denota também insegurança em toda a sua fala, busca 
de aceitação pela família e pela sociedade. 
Com base no que fora apresentado há alguns itens que podem ser trabalhados de forma 
eficaz, são eles: 
 
1. Trauma no ônibus 
Quanto ao trauma vivido no ônibus, acredito que a Gestalt terapia, um tipo de terapia 
humanista, pode ajudar quando trabalha com o cliente a importância de se estar consciente 
no “aqui e agora”. Ajudar o cliente a presentificar: O que ele está sentindo AGORA? Isto 
ajuda a trazer ele para o presente para que ele viva o aqui e agora. Convidar o cliente para 
entrar em contato com ele mesmo. Não ignorando o passado, mas vendo como ele reflete 
no aqui e agora fechando as gestalt's para dar início a uma mudança e transformação 
Mudança de foco no ponto de vista do trauma, trazendo à memória o posicionamento do 
namorado, que esteve o tempo todo ao seu lado, a apoiando, cuidando dela. Ele acreditou 
nela como pessoa, como ser humano que manteve seus princípios e valores. 
 
2. Estágio na pandemia 
Segundo Viktor Frankl, a capacidade de autorrealização é o desenvolvimento pleno das 
habilidades de um indivíduo e realização de seu potencial. O estágio pode gerar coragem, 
esforço, disciplina e autocontrole, gerando assim novos desafios. Acrescentando um 
pouco sobre o que diz Carl Rogers, a principal força motivadora de mudanças de uma 
pessoa é seu impulso à autorrealização, através da educação e da aprendizagem, algo 
nítido que pode ser adquirido através deste estágio. 
 
3. Luto pela perda da avó 
O luto, enquanto fenômeno existencial é marcado pelo sofrimento e perda de sentido. Ele 
pode, contudo, ser ressignificado e ser vivido de forma saudável. Ajudar o paciente a 
encontrar um sentido para a sua vida, através da logoterapia de Viktor Frankl pode ser 
um caminho. Para ele, até o sofrimento deve ter um sentido. Se encontrarmos um sentido 
no sofrimento poderemos encontrar um sentido para a vida. Para Viktor Frankl, o que nos 
define enquanto humano é ter consciência de nossa própria morte. O animal não tem esta 
percepção, não sabe da importância que pode ter cada momento da vida. Se não tomamos 
consciência da nossa condição humana, vivemos como um animal irracional que busca 
apenas o prazer: o alimento, o sexo e o descanso. Podemos escolher viver uma vida inteira 
diante da Netflix, buscar o alimento pelo IFood e ter algum relacionamento via Tinder ao 
simples toque do celular, de modo que nunca tivemos tantos recursos à nossa disposição, 
tanto conforto, mas, ao mesmo tempo, nunca tivemos uma clínica tão permeada pelo 
discurso de vazio existencial, solidão, falta de perspectiva na vida, alto índice de 
depressão, violência, uso abusivo de drogas e suicídio. O fato é que a vida se abre em 
múltiplos caminhos e generosas oportunidades, são muitas as possibilidades que nos 
deparamos ao longo da vida, que nos convocam a responder ao seu apelo de sentido. 
Somos livres para responder e para decidir o que realizar, qual caminho tomar; mas, na 
mesma medida de nossa liberdade somos responsáveis por nossas escolhas. Assim, ao 
tomar consciência de nossa existência, temos o compromisso de responder de modo livre 
e responsável ao apelo de sentido que a vida nos faz.

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