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Indaial – 2021 Desenho De MoDa Profª. Lais Estefani Hornburg 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Profª. Lais Estefani Hornburg Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: H814d Hornburg, Lais Estefani Desenho de moda. / Lais Estefani Hornburg. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 286 p.; il. ISBN 978-65-5663-522-4 ISBN Digital 978-65-5663-523-1 1. Croqui. – Brasil. 2. Desenho de moda. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 746.92 apresentação Caro acadêmico, seja bem-vindo ao Livro Didático da disciplina de Desenho de Moda, ao final dos seus estudos espera-se que você domine as técnicas de representação de desenhos de ilustrações de moda feminina, masculina e infantil. Na Unidade 1, abordaremos a evolução da representação da figura humana ao longo da história, as diferenças nas medidas de um croqui real para um croqui de moda, os materiais utilizados para fazê-los e como fazer o desenho de rosto e de corpo de uma figura de moda feminina. Em seguida, na Unidade 2, estudaremos sobre o desenho de ilustração de moda masculina, infantil e adolescente, considerando o corpo, as feições e as poses indicadas em diferentes idades. Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre os desenhos de trajes e roupas femininas, masculinas e infantis. Além do caimento de tecidos, as representações de estampas, texturas, padrões, técnicas de pintura e acabamento. Bons estudos! Profª. Lais Estefani Hornburg Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA ..................... 1 TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA .................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 A EVOLUÇÃO DA REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA ............................................ 3 2.1 O DESENHO NA PRÉ-HISTÓRIA ............................................................................................... 4 2.2 O DESENHO EGÍPCIO .................................................................................................................. 4 2.3 A REPRESENTAÇÃO NA IDADE ANTIGA E MORDERNA ................................................. 5 2.4 O HOMEM VITRUVIANO............................................................................................................ 7 3 A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA EM CÂNONES ............................................... 8 3.1 AS PROPORÇÕES DE UMA ILUSTRAÇÃO DE MODA ....................................................... 11 3.2 A ESQUEMATIZAÇÃO DA FIGURA DE MODA ................................................................... 14 4 OS MATERIAIS UTILIZADOS NO DESENHO DE MODA ................................................... 17 4.1 TIPOS DE PAPEL .......................................................................................................................... 17 4.2 GRAFITES/LÁPIS ........................................................................................................................ 19 4.2.1 Borrachas .............................................................................................................................. 20 4.3 LÁPIS DE COR .............................................................................................................................. 20 4.4 TINTA AQUARELA, GUACHE E ACRÍLICA ......................................................................... 22 4.4.1 Pincéis .................................................................................................................................... 23 4.5 NANQUIM .................................................................................................................................... 24 4.6 MARCADORES ............................................................................................................................ 25 4.7 GIZ PASTEL SECO ....................................................................................................................... 26 4.8 GIZ PASTEL OLEOSO ................................................................................................................. 26 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 28 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 29 TÓPICO 2 — DESENHANDO A CABEÇA DE UMA ILUSTRAÇÃO DE MODA FEMININA .................................................................................................................... 31 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 31 2 DESENHANDO OS ELEMENTOS DO ROSTO FEMININO .................................................. 31 2.1 O DESENHO DOS OLHOS E SOBRANCELHAS ................................................................... 32 2.2 O DESENHO DE BOCAS ............................................................................................................ 35 2.3 O DESENHO DO NARIZ ............................................................................................................ 39 2.4 O DESENHO DE DIFERENTES TIPOS DE CABELOS ........................................................... 41 3 O DESENHO FRONTAL DA CABEÇA FEMININA .................................................................. 45 3.1 OS DIFERENTES TIPOS/FORMAS DOS ROSTOS .................................................................. 48 4 O DESENHO EM ¾ DA CABEÇA FEMININA ...........................................................................49 5 O DESENHO EM PERFIL DA CABEÇA FEMININA ................................................................ 52 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 55 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 56 TÓPICO 3 — DESENHANDO O CORPO DE UM CROQUI DE MODA FEMININA .......... 59 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 59 2 DESENHANDO AS FORMAS BÁSICAS DA FIGURA HUMANA ....................................... 59 2.1 DESENHANDO PÉS .................................................................................................................... 59 2.1.1 Desenhando os pés com calçado ....................................................................................... 63 2.2 DESENHANDO PERNAS .......................................................................................................... 64 2.3 DESENHANDO MÃOS .............................................................................................................. 66 2.4 DESENHANDO BRAÇOS ........................................................................................................... 69 2.5 DESENHANDO A DEFINIÇÃO DO TRONCO FEMININO ................................................ 71 3 DESENHANDO O CROQUI DE MODA FEMININA COMPLETO ...................................... 74 3.1 DESENHANDO O CROQUI NA POSIÇÃO FRONTAL ........................................................ 74 3.2 DESENHANDO O CROQUI NA POSIÇÃO EM “S” .............................................................. 77 3.3 DESENHANDO O CROQUI NA POSIÇÃO DE COSTAS ..................................................... 78 3.4 DESENHANDO O CROQUI NA POSIÇÃO ¾ ....................................................................... 80 3.5 DESENHANDO O CROQUI NA POSIÇÃO PERFIL.............................................................. 83 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 86 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 92 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 95 UNIDADE 2 —DESENHANDO O CROQUI DE MODA MASCULINA E INFANTIL ......... 97 TÓPICO 1 — O CROQUI DE MODA MASCULINA ................................................................... 99 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99 2 AS DIFERENÇAS DO CROQUI DE MODA MASCULINA .................................................... 99 2.1 AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS DO CROQUI FEMININO E MASCULINO ...................... 99 2.2 AS FORMAS BÁSICAS DO CORPO MASCULINO E SUA MUSCULATURA ................ 101 2.2.1 O desenho das mãos e braços masculinos ..................................................................... 103 2.2.2 O desenho de pernas e pés masculinos .......................................................................... 106 3 DESENHANDO O CROQUI MASCULINO .............................................................................. 108 3.1 O CROQUI MASCULINO EM DIFERENTES POSIÇÕES.................................................... 111 4 DESENHANDO A CABEÇA DO CROQUI MASCULINO .................................................. 115 4.1 O MAPA FACIAL E PROPORÇÕES DO ROSTO FRONTAL NO CROQUI MASCULINO .............................................................................................................................. 115 4.2 COMO DESENHAR A VISTA ¾ DO ROSTO MASCULINO .............................................. 117 4.3 COMO DESENHAR A VISTA PERFIL DO ROSTO MASCULINO .................................... 119 4.4 CONFERINDO ATITUDE AO ROSTO MASCULINO ......................................................... 120 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 125 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 126 TÓPICO 2 — O CROQUI DE MODA INFANTIL ....................................................................... 129 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 129 2 COMO DESENHAR CRIANÇAS DE DIFERENTES IDADES .............................................. 129 2.1 DESENHANDO OS ELEMENTOS DO CORPO DE CRIANÇAS ....................................... 130 2.2 DESENHANDO BEBÊS ............................................................................................................. 135 2.3 DESENHANDO CRIANÇAS DE 2 A 4 ANOS DE IDADE .................................................. 137 2.4 DESENHANDO CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS DE IDADE .................................................. 139 2.5 DESENHANDO CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS DE IDADE ................................................ 141 3 DESENHANDO A CABEÇA DO CROQUI INFANTIL ........................................................ 142 3.1 O MAPA DO ROSTO INFANTIL E SUAS PROPORÇÕES .................................................. 143 3.2 DESENHANDO A CABEÇA INFANTIL NA POSIÇÃO FRONTAL, PERFIL E ¾ ......... 146 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 149 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 150 TÓPICO 3 — O CROQUI DE MODA ADOLESCENTE ............................................................. 153 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 153 2 DESENHANDO CROQUIS DE MODA PRÉ-ADOLESCENTES .......................................... 153 2.1 DESENHANDO O CROQUI DE MODA PRÉ-ADOLESCENTE FEMININO .................. 154 2.2 DESENHANDO O CROQUI DE MODA PRÉ-ADOLESCENTE MASCULINO .............. 155 2.3 COMPARANDO O PRÉ-ADOLESCENTE MASCULINO E FEMININO .......................... 158 3 DESENHANDO CROQUIS DE MODA ADOLESCENTES ................................................... 159 3.1 DESENHANDO O CROQUI DE MODA ADOLESCENTE FEMININO ........................... 159 3.2 DESENHANDO O CROQUI DE MODA ADOLESCENTE MASCULINO ....................... 161 4 POSES E EXEMPLOS DE CROQUIS DE MODA ADOLESCENTES .................................. 163 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 166 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 172 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 173 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 175 UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE REPRESENTAÇÃO DE TRAJES, TECIDOS E ESTAMPAS ............................................................................................................. 177 TÓPICO 1 —TRAJES E DETALHES DOS TRAJES ..................................................................... 179 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................179 2 PANEJAMENTO .............................................................................................................................. 179 3 DESENHANDO ROUPAS FEMININAS .................................................................................... 182 3.1 DESENHANDO SAIAS E SEUS CAIMENTOS...................................................................... 182 3.2 DESENHANDO SHORTS E CALÇAS .................................................................................... 188 3.3 DESENHANDO BLUSAS, DECOTES E GOLAS ................................................................... 191 3.4 DESENHANDO JAQUETAS, BLAZERS E SOBRETUDOS ................................................. 196 3.5 DESENHANDO VESTIDOS CURTOS .................................................................................... 200 3.6 DESENHANDO VESTIDOS LONGOS ................................................................................... 203 3.7 DESENHANDO ACESSÓRIOS FEMININOS ........................................................................ 206 3.7.1 Desenhando cintos............................................................................................................. 206 3.7.2 Desenhando bolsas ............................................................................................................ 208 3.7.3 Desenhando joias ............................................................................................................... 210 3.7.4 Desenhando chapéus ........................................................................................................ 212 4 DESENHANDO ROUPAS MASCULINAS ................................................................................ 214 4.1 DESENHANDO CALÇAS MASCULINAS ............................................................................ 214 4.2 DESENHANDO CAMISAS E JAQUETAS MASCULINAS ................................................. 216 4.3 DESENHANDO TERNOS E BLAZERS ................................................................................... 220 4.4 DESENHANDO ACESSÓRIOS MASCULINOS .................................................................... 223 4.4.1 Desenhando lenços e gravatas ......................................................................................... 223 4.4.2 Desenhando óculos de sol ................................................................................................ 224 4.4.3 Desenhando chapéus e bonés .......................................................................................... 226 5 DESENHAHANDO ROUPAS INFANTIS .................................................................................. 228 5.1 DESENHANDO DETALHES DOS TRAJES INFANTIS ....................................................... 229 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 235 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 236 TÓPICO 2 —DESENHANDO ESTAMPAS E PADRÕES ........................................................... 239 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 239 2 TIPOS DE DESENHO DE ESTAMPA ......................................................................................... 239 2.1 ESTAMPA LOCALIZADA ....................................................................................................... 239 2.2 ESTAMPA CORRIDA ................................................................................................................ 240 3 DESENHOS DE ESTAMPAS ......................................................................................................... 242 3.1 REPRESENTANDO LISTRAS E XADREZES ......................................................................... 243 3.2 REPRESENTANDO ESTAMPAS FLORAIS ............................................................................ 245 3.3 REPRESENTANDO ESTAMPA ANIMAL PRINT ................................................................. 246 3.4 REPRESENTANDO ESTAMPA CAMUFLADA E GEOMÉTRICA ..................................... 247 4 TÉCNICAS DE PINTURA ............................................................................................................. 249 4.1 PINTURA COM LÁPIS DE COR .............................................................................................. 249 4.2 PINTURA COM MARCADOR ................................................................................................. 254 4.3 PINTURA COM AQUARELA .................................................................................................. 255 4.4 PINTURA COM GUACHE ....................................................................................................... 258 4.5 PINTURA COM GIZ PASTEL .................................................................................................. 260 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 263 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 264 TÓPICO 3 — REPRESENTANDO TECIDOS EM DESENHOS DE MODA .......................... 267 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 267 2 DESENHANDO TRICÔS E LÃS .................................................................................................. 267 2.1 DESENHANDO TRICÔS .......................................................................................................... 267 2.2 DESENHANDO LÃS ................................................................................................................. 269 3 REPRESENTANDO TECIDOS TRANSPARENTES .............................................................. 271 3.1 DESENHANDO RENDAS ........................................................................................................ 272 3.2 DESENHANDO TULE .............................................................................................................. 273 4 REPRESENTANDO PELES E OUTROS TECIDOS TEXTURIZADOS .............................. 275 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 278 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 283 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 284 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 286 1 UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender a evolução do desenho da figura humana a partir da história; • identificar as características dos materiais utilizados para a realização de desenhos de moda; • entender os procedimentos e proporções para desenhar o rosto de uma ilustração de moda; • aprender o passo a passo para desenhar o croqui de moda completo nas posições frontal, em “S”, de costas, ¾ e perfil. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA TÓPICO 2 – DESENHANDO A CABEÇA DE UMA ILUSTRAÇÃO DE MODA FEMININA TÓPICO 3 – DESENHANDO O CORPO DE UM CROQUI DE MODA FEMININA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilitea concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos uma breve visão da história do desenho do corpo humano e como ele foi evoluindo com o decorrer dos acontecimentos, iniciando na Pré-História, em que se desenhava apenas esboços estilizados. Você perceberá que, com a evolução da humanidade, os desenhos também foram evoluindo, como no Egito, cujas ilustrações representavam seus deuses, mas que ainda não traziam a proporção correta do corpo. Depois de vermos as ilustrações do Egito, estudaremos a Idade Antiga e a Moderna, começaremos vendo a preocupação em desenhar o mais próximo de realidade. Para finalizarmos esse tópico, estudaremos o Homem Vitruviano, por Leonardo da Vinci, em que se começou a desenhar o corpo humano a partir de medidas comparativas. Na sequência, apresentaremos as diferenças de medidas de um corpo real para uma ilustração de moda, em que geralmente é mais comprido e esguio para a representação com mais detalhes nas peças de roupas e o caimento dos tecidos. Você estudará sobre as diferentes maneiras de iniciar um croqui a partir do desenho de linhas e formas geométricas, que facilita o processo criativo de criar poses a partir das articulações do corpo humano. Por último, serão mostrados materiais que podem ser utilizados para desenhar e pintar as ilustrações de moda, bem como suas características e finalidades. 2 A EVOLUÇÃO DA REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA Antes do desenho se tornar como ele é hoje, houve uma série de aprendizados que foram sendo adquiridos ao longo dos anos, por isso, neste momento, estudaremos a história da ilustração do corpo humano. UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 4 2.1 O DESENHO NA PRÉ-HISTÓRIA Os desenhos da figura humana são mais antigos do que imaginamos, as primeiras aparições datam da Pré-História, o que significa que o homem teve uma longa trajetória de aprendizado com os desenhos. O homem primitivo desenhava o corpo humano como uma forma de registrar a sua presença no tempo e seus traços eram estilizados. No Período Paleolítico, a representação do corpo era parecida com o que chamamos hoje de desenho João palito (KONELL; ODORIZZ; KREISCH, 2016). A Figura 1 mostra um exemplo de como o ser humano era retratado na Pré-História, observe que os traços não tinham muita definição e apenas conseguimos identificar que possui braços, pernas, cabeça e tronco. FIGURA 1 – O DESENHO NA PRÉ-HISTÓRIA FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/prehistoric-art-wall-painting-neolithic- -cave-1017191893>. Acesso em: 23 mar. 2021. Na Pré-História, o homem desenhou os animais de forma muito mais realística do que a figura humana, possivelmente, pelos animais estarem mais associados à sobrevivência. Já na Era Neolítica, a representação da figura humana estava associada a rituais e crenças, por isso possuíam mais detalhes, mas eram distorcidas da realidade (KONELL; ODORIZZ; KREISCH, 2016). 2.2 O DESENHO EGÍPCIO Com a evolução da existência humana, começou-se a acreditar em religião, espiritualidade, deuses etc. Logo a figura humana começou a ser representada pela sociedade egípcia como deuses imortais que simbolizavam a eternidade (KONELL; ODORIZZ; KREISCH, 2016). TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 5 Essas representações da figura humana eram realizadas simetricamente, com riqueza de detalhes, como joias e adornos, as formas eram estáticas, rígidas e formais, aplicando-se a lei da frontalidade, basta observar que as pernas e pés nunca estão de frente nos desenhos como na Figura 2 a seguir (KONELL; ODORIZZ; KREISCH, 2016). FIGURA 2 – O DESENHO DA FIGURA HUMANA NO EGITO FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/temple-kom-ombo-agricultural-town- -egypt-1650121924>. Acesso em: 23 mar. 2021. É importante observar que essa forma de representação não é realística, pois o corpo humano não consegue ficar nessa posição, veja você mesmo testando fazer essa mesma pose da Figura 2 na frente do espelho. INTERESSA NTE 2.3 A REPRESENTAÇÃO NA IDADE ANTIGA E MORDERNA Na Idade Antiga, nos povos gregos e romanos, que são tidos como os mais evoluídos comparados a outras culturas, o homem e a mulher foram representados como deuses, principalmente em esculturas e cerâmicas, as formas eram mais realísticas, de acordo com o corpo humano (KONELL; ODORIZZ; KREISCH, 2016). A figura 3 mostra um jarro da Idade Antiga que mostra a representação de homens e mulheres interagindo, com a inserção de objetos e acessórios. UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 6 FIGURA 3 – A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA POR GREGOS E ROMANOS FONTE: Konell, Odorizz e Kreisch (2016, p. 8) Perceba que a forma humana passa a ser representada tridimensionalmente, ganha movimentos onde são inseridos músculos e detalhes minuciosos da realidade (KONELL; ODORIZZ; KREISCH, 2016). Já na Idade Moderna, as ilustrações começaram a apresentar personalidade, com expressiva percepção do claro e escuro que é o oposto do que vimos na arte primitiva (KONELL; ODORIZZ; KREISCH, 2016). A Figura 4 mostra uma das obras de Michelangelo para exemplificar essa técnica. FIGURA 4 – O DESENHO DA FIGURA HUMANA NA IDADE MODERNA FONTE: <https://bit.ly/3vTiZAp>. Acesso em: 24 mar. 2021. TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 7 Nota-se que a figura humana é um fator importante da história, ora ela é uma representação estilizada ou representa deuses, ora é o retrato da realidade humana, bem como os seus comportamentos, a partir das poses e gestos utilizados nas obras (KONELL; ODORIZZ; KREISCH, 2016). 2.4 O HOMEM VITRUVIANO Com o passar do tempo, o homem começou a observar mais as diferenças dos corpos humanos e, a partir do ano de 1480, começaram-se pesquisas sobre suas proporções, para compreender a forma, o volume, a estrutura e os movimentos que o corpo exerce. Leonardo da Vinci (1452-1519) foi um artista renascentista que iniciou um destes estudos sobre a anatomia e fisiologia do corpo humano, porém seu livro intitulado Da figura humana nunca foi concluído. Em suas pesquisas, o artista comparou seus dados sobre as medidas do corpo humano com a teoria da antiguidade chamada o Homem de Vitrúvio, que dizia que um homem com as pernas e os braços abertos caberia dentro de um quadrado e um círculo perfeito e o umbigo corresponderia ao centro do corpo humano, que você pode observar na Figura 5 a seguir. FIGURA 5 – O HOMEM VITRÚVIO DE LEONARDO DA VINCI FONTE: <https://santhatela.com.br/wp-content/uploads/2018/02/da-vinci-homem-vitruviano-d. jpg>. Acesso em: 24 mar. 2021. UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 8 Da Vinci é considerado até hoje o renascentista que mais se dedicou ao estudo das proporções do corpo humano e por isso é um clássico da literatura na área. A partir dos estudos de Da Vinci, os desenhos começaram a seguir cânones com medições e proporções mais assertivas do que anteriormente. 3 A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA EM CÂNONES De acordo com Bryant (2012), os gregos antigos tinham por beleza o desenho nas proporções corretas, devido a isso, a figura clássica usava a cabeça como unidade de medida para determinar os pontos de referências de determinadas partes do corpo, a figura clássica ideal apresenta oito cabeças, como no exemplo da Figura 6 a seguir. FIGURA 6 – EXEMPLO DE UNIDADE DE MEDIDA EM CABEÇAS FONTE: Machado e Flores (2013, p. 269) O cânone clássico vem do greco-romano, que se constrói a partir de oito módulos (cabeças) de altura por dois de largura. Esse sistema de módulos ajuda a entender a anatomia do corpo e facilita a representaçãoda figura humana (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). A Figura 7 apresenta o cânone masculino e feminino para exemplificar. TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 9 Cânone é o nome utilizado para descrever o desenho do corpo humano a partir de fórmulas matemáticas estabelecidas em módulos para desenhar corretamente as proporções do corpo (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). NOTA FIGURA 7 – O CÂNONE DIVIDIDO EM MÓDULOS FONTE: Fernández e Roig (2010, p. 34) A figura construída com oito módulos é a estrutura real do corpo humano, ou seja, é considerado seu esqueleto e sua estrutura muscular, mas a figura de moda não segue a estrutura normal, é, na verdade, uma versão mais alongada, a Figura 8 apresenta as diferenças da proporção de uma figura real para uma figura de moda, observe que nesse exemplo a figura de moda possui 9,5 cabeças de comprimento (ABLING, 2011). UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 10 FIGURA 8 – AS DIFERENÇAS ENTRE A FIGURA REAL E A DE MODA FONTE: Abling (2011, p. 9) O fato da figura de moda ser mais alongada que a figura real, segundo Abling (2011), não significa uma alteração positiva ou negativa do corpo humano, essa alteração é justificada pela quantidade de detalhamentos que exigem os desenhos de roupas e acessórios de moda e a figura alongada facilita a representação dos elementos necessários. TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 11 Comparada ao desenho clássico, a figura de moda ou croqui, não exige uma aproximação com a realidade, a proporção estilizada pode ser decidida pelo designer, desde que seja utilizada as técnicas de desenho em módulos para desenhar o corpo de uma forma equilibrada (BRYANT, 2012). 3.1 AS PROPORÇÕES DE UMA ILUSTRAÇÃO DE MODA Segundo Fernández e Roig (2010), utilizar o cânone de oito cabeças (oito módulos) é interessante para estudos em geral, mas para o desenho de moda não é adequado, nas escolas de design de moda, trabalha-se com uma média de nove a dez cabeças, distribuídas principalmente nas pernas, isso faz com que lembrem o corpo das modelos nas passarelas. A Figura 9 mostra o sistema de divisão em módulos aplicado a uma figura feminina de 8,5 cabeças, podemos observar as coincidências anatômicas que nos podem ser úteis para desenhar. O primeiro módulo corresponde ao tamanho da cabeça, o segundo indica a posição dos seios e das axilas, o terceiro coincide com o umbigo e os cotovelos e o quarto indica a altura da pelve (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). O termo pelve trata da posição da virilha no croqui, é a cavidade no extremo inferior do tronco. NOTA FIGURA 9 – AS MEDIDAS DO CORPO FEMININO A PARTIR DE MÓDULOS FONTE: Fernández e Roing (2010, p. 35) UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 12 Para quem está começando do zero, uma boa maneira de começar uma figura de moda é usar um guia da nove cabeças, observando as referências verticais e as larguras em cada parte do corpo, com o tempo e habilidade, você poderá criar seu próprio tamanho e estilo de desenho, medindo e replicando em nove espaços iguais (BRYANT, 2012). Observe a Figura 10 com um exemplo de croqui de 9,5 cabeças e as posições de cada parte do corpo feminino. FIGURA 10 – A FIGURA DE MODA FEMININA COM 9,5 CABEÇAS Ombros 11/2 cabeça de largura @ 11/2 cabeça Parte de baixo do tórax Cintura 3/4 de cabeça de largura @ 3 cabeças Parte de cima do quadril Parte de baixo do quadril 11/2 cabeça de largura @ 4 cabeças Joelho @ 61/2 cabeças Calcanhar @ 9 cabeças Linha de Equilíbrio O desenho de moda não precisa ser um bicho de sete cabeças, uma maneira simples de entender a construção do corpo feminino é transformando-o em formas geométricas, o tronco pode ser dividido em dois e o tórax e o quadril podem ser representados por dois trapézios, como na Figura 11 a seguir (BRYANT, 2012). TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 13 FIGURA 11 – DESENHANDO O TRONCO COM FORMAS GEOMÉTRICAS FONTE: Bryant (2012, p. 37) Segundo Abling (2011), além das formas geométricas, a anatomia humana também pode ser representada em forma de esqueleto, espirais, gestos, cilindros, cones e músculos, a Figura 12 apresenta um exemplo destas seis técnicas de desenho para interpretação de poses. FIGURA 12 – FORMAS DE DESENHAR A ANOTOMIA DO CORPO UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 14 FONTE: Abling (2011, p. 10) Muitas pessoas, ao desenhar o corpo humano, desistem na primeira forma desenhada no papel, isso se deve a termos um pré-julgamento do resultado antes mesmo de ele estar completo, é importante sempre considerar que bons desenhistas também começaram fazendo esboços até melhorar suas técnicas e se tornarem grandes nomes da arte. Assista ao vídeo Desenhando croqui de moda frente e costas: nove cabeças, disponível no canal do YouTube Universo da Vitoria para entender ainda melhor sobre como desenhar os croquis femininos. FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=ciI6CsrdoDw>. Acesso em: 23 mar. 2021. DICAS 3.2 A ESQUEMATIZAÇÃO DA FIGURA DE MODA A esquematização de uma figura de moda nada mais é do que um esboço de linhas e formas que podem te ajudar a iniciar um desenho de poses de forma simples e resumida, fazer a esquematização ajuda a descomplicar a tarefa de desenhar um corpo humano (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 15 Montar essa esquematização faz com que você, como ilustrador, pare de se fixar em detalhes e ver a figura humana com um conjunto articulado, pensando no movimento dos membros e as relações de proporções (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). “A figura pode ser constituída como se fosse de arame. O tronco e os membros aparecem definidos com linhas curvas, que se modificam à medida que a postura do corpo se altera” (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010, p. 37). A Figura 13 exemplifica como são feitos os desenhos esquematizados. FIGURA 13 – ESQUEMATIZAÇÃO DA FIGURA HUMANA FONTE: Fernández e Roing (2010, p. 37) Segundo Abling (2011), o importante na esquematização é sempre começar pela cabeça, depois desenhar o tronco e, na sequência, o ilustrador pode decidir se prefere desenhar primeiro os braços ou as pernas. Vale lembrar de tirar o medo do papel e fazer vários desenhos até começar a atingir um resultado satisfatório. Os esboços também já podem trazer um certo volume, colocando algumas formas com traços rápidos. A Figura 14 apresenta um exemplo do desenvolvimento de um croqui com essa técnica. FIGURA 14 – O PASSO A PASSO PARA DESENHAR UMA ESQUEMATIZAÇÃO FONTE: Abling (2011, p. 72) UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 16 Outra estratégia é montar a esquematização da figura utilizando formas geométricas simples, como cilindros, esferas, trapézios, ovais e triângulos. Assim, você começará a ver formas e, se quiser, pode inserir luz e sombra e, então, também terás volume, como nos exemplos da Figura 15 (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). FIGURA 15 – A FIGURA HUMANA COM FORMAS GEOMÉTRICAS SIMPLES FONTE: Fernández e Roig (2010, p. 37) Sabemos que desenhar a figura humana pela primeira vez pode ser difícil quando não se sabe por onde começar, pode parecer clichê, mas essa é uma habilidade que se conquista com a prática, seguindo o processo de desenho em módulos, com o tempo, você adquirirá experiência e poderá criar suas próprias poses de forma independente. Como citado anteriormente, a figura de moda pode ser desenhada com nove a dez cabeças. Para escolher o tamanho ideal para o seu projeto, segundo Bryant (2012), é preciso considerar como o ilustrador quer montar o seu portfólio, o interessante é sempre manter um formato de papel padrão, por exemplo, o A3 ou o A4, para que todas as ilustrações fiquem com o mesmo tamanho. TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 17 4 OS MATERIAIS UTILIZADOSNO DESENHO DE MODA De acordo com Fernández e Roig (2010), ter conhecimento sobre os materiais de desenho facilita a interpretação de uma criação, pois o ilustrador poderá reproduzir ainda melhor as texturas, tecidos etc., conferindo à ilustração uma energia complementar, além de transmitir melhor a ideia para os clientes. Acadêmico, neste tópico, você aprenderá sobre os tipos de material que podem ser utilizados para ilustrar uma figura de moda, pois, conforme Morris (2007), existe uma enorme gama de opções de materiais no mercado e entrar em uma papelaria é praticamente como entrar em uma loja de doces, tudo parece tentador e é difícil escolher, o mais sensato a fazer é, primeiramente, definir quais os materiais que se encaixam com o seu método de trabalho pessoal. De acordo com Stipelman (2015), uma folha e um lápis são tudo o que você precisa para começar um desenho e nenhum material justifica um trabalho ruim. Nem todos os artistas conseguem manusear todos os tipos de materiais, alguns têm um toque mais pesado e gostam de trabalhar com algo que possam pressionar, outros que possuem um toque mais leve, funcionam melhor com materiais delicados e lápis finos, você precisará descobrir quais são os seus materiais favoritos. Existem artistas que se dão melhor manipulando aquarelas e outros que preferem marcadores. A coisa mais importante é você estar se sentindo bem com o material que escolheu trabalhar. No entanto, às vezes, algum material já experimentado no passado, sem sucesso, pode funcionar bem em outro momento da vida, por isso, nunca descarte as possibilidades (STIPELMAN, 2015). 4.1 TIPOS DE PAPEL O papel é o primeiro material a ser levado em conta na hora fazer uma ilustração, conforme Calderón (2019), existem muitas variáveis dos tipos de papel, como peso, gramatura, textura, granulação, volume, cores, papel avulso, cartões ou em blocos. A escolha do tipo de papel ideal depende de qual técnica você vai utilizar na pintura, o orçamento disponível e a sua preferência pessoal. A quantidade de papéis é maravilhosa e ao mesmo tempo assustadora, por isso é importante ler as embalagens cuidadosamente antes de escolher o papel mais adequado ao seu projeto (ABLING, 2011). Segundo Stipelman (2015), o papel pode servir a muitas necessidades, desde as variedades mais baratas para esboçar ideias até as mais caras para fazer um trabalho mais elaborado, o papel para desenho vem em diversos tamanhos como A0, A1, A2, A,3 e A4, embora os mais utilizados na área de moda sejam o A3 e o A4. Os vários tipos de papel incluem: UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 18 • O papel sulfite é uma opção maravilhosa para desenhar esboços e gerar ideias, pois normalmente ele é mais barato que o papel manteiga. Em geral, é um papel branco e de qualidade aceitável, é possível comprar resmas com muitas folhas e aceita bem lápis e marcadores (STIPELMAN, 2015). • O papel manteiga é fino, semiopaco e translúcido, permitindo que seja utilizado para fazer cópias de desenhos para outras folhas (MORRIS, 2007). Segundo Stipelman (2015), também é continuamente utilizada para proteger uma arte finalizada. • O papel vegetal e o acetato são transparentes e mais grossos que o papel manteiga, é interessante utilizar esses materiais para imprimir e sobrepor, criando resultados interessantes (MORRIS, 2007). • O papel couchê é brilhante e mais pesado, com uma superfície bem macia, pode ser usado para montagens com papel vegetal e outros tipos de trabalhos artísticos (STIPELMAN, 2015). • O papel para aquarela, é oferecido em diferentes gramaturas e texturas, esse tipo de papel precisa absorver bem líquidos e materiais úmidos, caso o contrário a folha irá rasgar em quanto você estiver fazendo a pintura. Pode ser vendido tanto em folhas quanto em blocos e os preços variam bastante, os mais baratos funcionam bem para iniciantes e os mais caros podem ser usados dos dois lados por terem mais gramatura, inclusive alguns possuem texturas diferentes em cada um dos lados, para você escolher o que mais lhe agradar (STIPELMAN, 2015). • O papel jornal possui uma qualidade bem inferior, pois é bem fino e possui uma cor amarelada, mas pode ser utilizado para fazer esboços e colagens, por exemplo (STIPELMAN, 2015). Existem ainda mais opções de papel, como o papel de seda, cartão, papéis coloridos, papel de embrulho ou presente, papel canson, papel color plus, entre tantos outros, mas o mais importante é você sempre comprar algumas folhas e testar como se comportam com os materiais que pretende utilizar e ver se gosta do resultado que apresentam (MORRIS, 2007). Assista ao vídeo Papel para desenho profissional: primeiro rabisco, se ainda tiver dúvidas sobre os tipos de papéis que podem ser utilizados em ilustrações. Disponível no canal do YouTube Marina Viabone. FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=0IYRZ7gcOOA>. Acesso em: 23 mar. 2021. DICAS TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 19 4.2 GRAFITES/LÁPIS Agora, vamos aos lápis grafites, que são o instrumento mais imediato e acessível para começar um desenho, são minas de grafite cobertos de madeira, é fácil de apagar, possui um traço nítido e não exige muita manutenção, apenas afiar a ponta (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). Crescemos escrevendo com esse tipo de material e, muitas vezes, não aprendemos que existe uma gradação que varia do H até o 9H, que são os mais duros, normalmente utilizados para esboçar a figura de moda, e do B ao 6B, que são mais macios, utilizados principalmente para fazer sombreamentos (STIPELMAN, 2015). Os lápis macios são ideais para fazer esboços rápidos e sombreados, funcionam muito bem em papéis texturizados, mas manipule-os com cuidado, pois eles borram facilmente. Os lápis mais duros combinam com artistas que têm segurança no traço e gostam de um resultado mais limpo e preciso (MORRIS, 2007). Muitos artistas gostam de esfumar suas obras com o próprio dedo, mas como é comum a nossa mão soltar um óleo/gordura sobre o papel, hoje também já existe a opção de utilizar o esfuminho para isso, que é um papel enrolado em forma de bastão, podendo ser comprado em diferentes espessuras e tamanhos. Um cuidado que precisa ser tomado com os lápis grafite é não os deixar cair, pois a mina de grafite dentro deles se parte facilmente e você terá problemas ao apontá-lo, tendo um desperdício de material (ABLING, 2011). Conforme Abling (2011), além dos lápis, também existe a opção de usar lapiseiras, elas funcionam bem para quem gosta de desenhar com traços finos e também possui as minas de grafite que podem ser compradas pela classificação que vai do 6H (mais claro) ao 6B (mais escuro). Assista ao vídeo Lápis HB, 4B, 6B, 2H e suas variações: Sketch Crás, disponível no canal do YouTube Cras Conversa Oficial, para entender as diferenças das graduações dos lápis para desenhar. FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=R_gsv0GBnHg>. Acesso em: 23 mar. 2021. DICAS UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 20 Também existe a opção de comprar o bastão de grafite, que é feito com grafite prensado, ele é utilizado para fazer desenhos fortes e expressivos, é possível mudar o traço alterando a posição ao riscar a folha, com a ponta, a lateral e a parte de baixo do bastão, por exemplo (MORRIS, 2007). 4.2.1 Borrachas Além de você saber qual o grafite que utilizará para desenhar, é importante saber qual o material adequado para apagá-lo, pois nem sempre seus traços e esboços vão ficar corretos no primeiro desenho. Para isso, as borrachas são muito úteis, elas podem refinar os traços e tirar a apreensão de que o desenho precisa ficar perfeito logo de primeira (STIPELMAN, 2015). Existem muitas borrachas rosas e brancas que são ótimas para usos em geral e existem,também, lapiseiras de borracha recarregáveis. A borracha maleável, conhecida como limpa-tipo, é ainda mais útil, pois remove as linhas de um desenho sem ferir o papel (STIPELMAN, 2015). A borracha limpa-tipo remove apenas a camada superior do grafite, deixando as linhas guias para orientá-lo na hora de fazer a pintura, esse tipo de borracha também pode ser utilizado para dar destaque e limpar o papel ao finalizar uma ilustração (STIPELMAN, 2015). Assista ao vídeo Borrachas para desenhos realistas, para saber para que cada borracha é utilizada. Disponível no canal do YouTube Carlos Santana arts. FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=0cMXjJiJfXo>. Acesso em: 23 mar. 2021. DICAS 4.3 LÁPIS DE COR O lápis de cor é um dos materiais artísticos mais úteis para pintura, ele funciona bem sozinho e pode ser utilizado apenas para detalhes de ilustrações já pintadas com marcadores e aquarelas, como para fazer pespontos, sombras no rosto e pintar os cabelos (STIPELMAN, 2015). TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 21 Pesponto é um tipo de costura tracejada utilizada para dar acabamento a peças de roupas, é desenhada com traços finos e delicados. NOTA O lápis de cor é ideal para fazer ilustrações com detalhes minuciosos e representar o caimento dos tecidos com todas as suas dobras e sombreamentos, ele permite que você pinte enquanto desenha e é muito útil para desenhar estampas com detalhes pequenos (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). Assim como o lápis grafite, sua única manutenção é afiar a ponta de vez em quando e cuidar para que o lápis não caia no chão, para não quebrar a mina de cor interna (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). O lápis de cor também possui variações de minas duras e macias, que podem ser compradas em caixas de 12 cores a 100 cores ou até por unidade (STIPELMAN, 2015). Existem dois tipos de lápis de cor, os convencionais e os gordos. Os convencionais são mais duros e, por isso, proporcionam um traço mais fraco, já os gordos soltam mais pigmento e isso resulta em um traço intenso, porém isso o torna mais quebradiço e ele acaba mais rapidamente (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). Pode ser bem difícil escolher qual lápis de cor comprar, devido a tantas opções que encontramos nas papelarias, por isso, você pode assistir ao vídeo Qual vale a pena? Ecolápis X Supersoft X Goldfaber X Polychromos (Faber-Castell) no canal do YouTube Mayara Rodrigues para te ajudar, disponível no link: https://www.youtube.com/ watch?v=mzE_vXuQYzU. DICAS Também existe a opção de comprar lápis de cor aquareláveis, que são ótimos para os designers de moda, pois possuem uma substância aglutinante solúvel que permite sua dissolução em água, bastando passar um pincel úmido por cima, o que permite incorporar técnicas de aquarela ao desenho (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 22 4.4 TINTA AQUARELA, GUACHE E ACRÍLICA A aquarela é um material incrivelmente versátil e a característica principal é que todas podem ser ativadas com água, mesmo que já tenham secado por completo e por terem pouquíssimos ingredientes secam precisamente no pigmento de cada cor (CALDERÓN, 2019). Existem tipos de aquarelas diferentes, em pastilha, em tubo e líquida, você pode utilizar apenas um tipo ou pode brincar com a mistura entre elas e criar cores e efeitos únicos (CALDERÓN, 2019). As aquarelas em pastilha são pequenas e quadradas, é uma espécie de tinta seca e, em geral, são vendidas em estojos de plástico ou metal, mas também podem ser compradas separadamente por cor. Esse tipo de aquarela é acessível, pois tem muitas opções no mercado e é fácil de carregar, elas podem durar por anos se forem bem cuidadas (CALDERÓN, 2019). Tintas de aquarela em tubos também podem ser compradas em estojos ou individualmente, são ótimas para trabalhar como base e a maior diferença entre as pastilhas é que a tinta é mais cremosa e lisa, para usá-la, basta espremer um pouco, colocando sobre alguma superfície, e não se preocupe se derramá-la, pois mesmo depois de seca, você pode reativá-la com água (CALDERÓN, 2019). Já as aquarelas líquidas são intensas e vibrantes, elas possuem a base de corante ao invés de pigmento como as outras, por isso são concentradas e têm uma gama de cores nítidas, vibrantes e até fluorescentes. Normalmente são vendidas em formato de frascos com conta-gotas e mesmo sendo líquidas, elas sempre devem ser diluídas em água antes de usar para diminuir sua intensidade (CALDERÓN, 2019). Conforme Stipelman (2015), as paletas e os godês utilizados para misturar as tintas em aquarela podem ser muito caros, se você quiser economizar, pode optar por utilizar um prato de vidro ou até mesmo forminhas de gelo para colocar água e misturar as cores. Godê é um estilo de prato com divisórias utilizado por artistas para colocar as tintas e fazer as misturas de cores. NOTA TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 23 Além da aquarela, outras tintas solúveis em água são a guache e a acrílica. A guache é vendida em potes ou tubos e tem uma grande variedade de cores no mercado, seu aspecto é mais opaco, principalmente depois que seca (ABLING, 2011). Por sua vez, a tinta acrílica possui um brilho acetinado, já a guache tem uma cobertura muito maior e depois de seca não apresenta brilho, podendo ser dissolvido com uma simples passagem de um pincel molhado (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). Para fazer aquarelas, são utilizados alguns materiais como: tinta, pincel, papel, água, godê etc. Para entender sobre quais materiais escolher para fazer aquarelas, assista ao vídeo Materiais aquarela: quais escolher? do canal do YouTube Luiza Normey disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=A2XxkzhdvXU. DICAS 4.4.1 Pincéis Existem pincéis de vários tamanhos e formas, suas numerações costumam ir de 0 a 12, além das pontas que podem ser chatas ou redondas, estão disponíveis em diferentes tipos de pelos, em fibras naturais ou sintéticas. Geralmente, os pincéis feitos com fibras de animais são melhores, pois não estragam com o tempo e, dificilmente, mancham ou perdem a forma (ABLING, 2011). O melhor pincel existente no mercado é o de pelo de marta, mas é muito caro e, no início, não é necessário, há muitos pincéis sintéticos que funcionam muito bem por um preço mais acessível. Um pincel de tamanho número 6, 7 ou 8 com ponta aguda é suficiente para suprir a necessidade de iniciantes, para trabalhos mais delicados utilize um pincel 00, 0 ou 1, esses pincéis mais finos não são tão caros, então, nesse caso, vale a pena comprar de fibra animal (STIPELMAN, 2015). Escolher pincéis é algo muito pessoal, pois o tipo de pincel que você usará interfere diretamente na aparência dos traços. Segundo Calderón (2019), um pincel grande, tamanho 10, é ótimo para pintar áreas maiores e ter um pincel a mão do tamanho 3, 0 ou 000 é bom para acrescentar detalhes e pintar áreas menores. UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 24 Os pincéis para aquarela têm a característica de serem arredondados e chanfrados, fazendo uma ponta que pode alcançar traços de tamanhos diferentes de acordo com a pressão e o ângulo sobre o pincel, essa versatilidade pode ser muito útil para desenhar letras, por exemplo. É sempre interessante ter alguns pincéis chatos também, eles são úteis para preencher áreas maiores e fazer afeitos de respingo (CALDERÓN, 2019). Com o tempo, você pode ir aumentando a sua coleção de pincéis, experimentando outras formas e fibras. Não esqueça de sempre lavá-los com sabão neutro, guardá-los com os pelos voltados para cima ou enfileirados lado a lado, para não estragar suas pontas (STIPELMAN, 2015). 4.5 NANQUIM A tinta nanquim é perfeita para complementar as artes em aquarela e fica ótimo utilizá-lapara fazer os detalhes finais ou quando você quer deixar uma área específica com uma cor mais opaca. A tinta nanquim pode ser encontrada em várias cores, mas as principais utilizadas são o preto e o branco (CALDERÓN, 2019). Tinta nanquim da cor preta à prova d’água é o preferido de muitos ilustradores, pode ser utilizada com um bico de pena, pincel ou até com uma vareta de bambu. O nanquim solúvel é absorvido pelo papel e causa um efeito fosco, você pode fazer algumas experiências pingando gotas em um papel umedecido, o nanquim se espalha na água criando lindos padrões e texturas, que pode ser utilizada para fazer estampas, por exemplo (MORRIS, 2007). As canetas em nanquim são uma evolução das canetas tinteiro em que se utilizava uma pena, hoje, elas podem ser encontradas em vários tamanhos e você pode optar pelas descartáveis que são mais baratas ou, se quiser investir mais, pode comprar uma recarregável. Recentemente, os marcadores têm substituído as canetas nanquins, porém elas são ótimas para fazer uma representação onde deseja-se detalhes finos, precisos e consistentes (STIPELMAN, 2015). Para entender sobre o universo da tinta nanquim, vale muito a pena conferir o vídeo [GUIA DE MATERIAIS] #6 – Nanquim aguada do canal do YouTube Mia GB, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=je3H5mJavoQ. DICAS TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 25 4.6 MARCADORES Os marcadores, ou caneta marcador, é outro material interessante para colorir ilustrações de moda, uma invenção de 1960 que possui uma variedade infinita de tamanhos de pontas, hoje é difícil imaginar fazer trabalhos artísticos sem eles (STIPELMAN, 2015). O processo de pintar com marcadores é semelhante ao lápis de cor, é uma técnica moderna e muito indicada para ilustração e publicidade, usar essa técnica de pintura combinando com outras pode trazer resultados esplêndidos (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). Os marcadores possuem grande variedade de pontas, podendo ser cónica, cilíndrica, plana ou até ter a forma de um pincel. Os pinceis de ponta fina são perfeitos para desenhar o contorno de roupas e suas texturas, os de pontas largas ajudam a cobrir uma superfície ampla com rapidez. Os marcadores em pincel permitem desenhar de várias grossuras dependendo da inclinação sobre o papel (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). Existem dois tipos de marcadores, os a base de álcool e os a base de água, sua principal diferença é que os marcadores a base de água podem ser esfumados utilizando um pincel úmido para fazer sombras e misturar cores e os a base de álcool são excelentes para fazer reprodução fotomecânica, normalmente utilizado pelos designers gráficos (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). Também existem os marcadores blenders que são incolores e servem para misturar as cores dos marcadores com diferentes materiais como o lápis de cor, por exemplo, e garantem resultados bem diferentes. Hoje também já podemos comprar marcadores de cor cinza com a variedade de 9 tons diferentes, sendo o de número 1 o mais claro e o número 9 o mais escuro (STIPELMAN, 2015). Uma consideração importante é sempre testar o marcador no tipo de folha que irá realizar seu projeto, pois dependendo da cor da folha o marcador pode alterar um pouco do seu tom original (STIPELMAN, 2015). Para entender mais sobre os tipos de marcadores, assista ao vídeo Canetas marcadores (Markers): Sketch Crás” no canal do YouTube Cras Conversa Oficial. FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=TIqXjDURDIE>. Acesso em: 23 mar. 2021. DICAS UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 26 4.7 GIZ PASTEL SECO O giz pastel é um material em forma de barras ou minas compostas por um pimento seco pulverizado, misturado com um meio aglutinante que o faz endurecer, os traços utilizando o giz pastel ficam grossos e intensos (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). O giz pastel é considerado tanto um material para desenhar quanto para pintar, e são feitos de um material finamente moído misturados com giz e cola, são vendidos em muitas cores diferentes, pois não podem ser misturados para criar novas cores, são apenas esfumados sobre o papel (MORRIS, 2007). Normalmente, os artistas que usam giz pastel criam uma superfície aveludada, esfumando os traços criados com o material, é uma questão de manipular o material com os dedos e/ou com uma bola de algodão (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). Famosos por suas cores vibrantes, o giz pastel seco ou também conhecido como macio é fácil de manejar, principalmente no seu formato em lápis que é ótimo para fazer detalhes menores e minuciosos. Uma desvantagem desse material é que ele borra fácil, por isso use sempre um pano para corrigir as imperfeições que podem ocorrer (MORRIS, 2007). O giz pastel é muito quebradiço, então é importante sempre guardá-los em um local seguro onde não vão cair e quebrar ou pegar umidade. Indica-se também passar um spray fixador de cabelo ou verniz em spray sobre o papel quando a arte estiver finalizada, isso ajuda o desenho a permanecer por mais tempo na folha, pois o giz pode ir sumindo com o passar do tempo. IMPORTANT E 4.8 GIZ PASTEL OLEOSO O giz pastel a óleo é gorduroso e cria uma superfície a prova d’água no papel, suas cores são vibrantes e podem ser usados para criar ilustrações que chamam muito a atenção por sua característica única (MORRIS, 2007). TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E OS MATERIAIS PARA O DESENHO DE MODA 27 Quando usado com força contra o papel, o giz pastel oleoso deixa um resíduo pastoso e cria texturas exclusivas na ilustração e é uma maneira eficaz de representar tecidos e estampas texturizadas (MORRIS, 2007). É importante considerar que antes de comprar um material para desenhar ou pintar uma ilustração de moda, sempre peça ao vendedor se pode fazer alguns testes, para “degustar” o material, pois você precisa gostar do resultado sobre a folha e assim saberá que terá um bom aproveitamento em seus projetos de desenho. Para entender sobre as diferenças dos tipos de giz, assista ao vídeo As diferenças entre os tipos de giz do canal do YouTube Marina Viabone, disponível no link: https://www. youtube.com/watch?v=X3jSMsX5bog. DICAS 28 Neste tópico, você aprendeu que: • Os primeiros desenhos da representação da figura humana vêm da Pré-História, cujos homens primatas faziam esboços em forma de palito. Com a evolução da humanidade, os desenhos foram ficando mais realísticos e a representação ganhou mais detalhes, vimos exemplos do Egito, Idade Antiga e Moderna até chegarmos no Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci, quando começaram a utilizar medidas padrão para desenhar o corpo humano. • Na figura humana em cânone, vimos o desenho a partir da medida em cabeças e as diferenças entre o croqui realístico e o de moda, em que são utilizadas mais cabeças para representar a figura esbelta e alongada para a representação dos detalhes de roupas. • Relacionado aos croquis de moda, aprendemos como esboçar uma ilustração de moda do zero, utilizando linhas e formas geométricas, como se fossem um croqui de arame, cujo ilustrador pode criar poses e desenhar o movimento das articulações. • Os diferentes tipos de materiais e suas características peculiares podem ser usados para desenhar e pintar a figura de moda, entre eles estão: tipos de papel, grafites e lápis, borrachas, lápis de cor, tinta aquarela, guache e acrílica, pincéis, nanquim, marcadores, giz pastel seco e oleoso. RESUMO DO TÓPICO 1 29 1 O Homem Vitruviano, criado por Leonardo da Vinci (1452-1519), ainda influencia na forma como desenhamos hoje, isso porque ele segue uma metodologia de desenhar com medidas comparativas do próprio corpo. Quanto à teoria de Leonardo da Vinci, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Um homem com as pernas e os braços abertos caberia dentro de um quadrado e um círculo perfeito e o umbigo corresponderia ao centrodo corpo humano. b) ( ) Um homem deve ser desenhando a partir da medida da cabeça, estendendo-se por nove módulos iguais e o umbigo corresponderia ao quarto módulo. c) ( ) Um homem com as pernas e braços abertos caberia dentro de um triângulo invertido e o umbigo corresponderia ao centro do corpo humano. d) ( ) Um homem deve ser desenhado a partir da medida da cabeça, estendendo-se por oito módulos iguais e o umbigo corresponderia ao quinto módulo. 2 Considera-se que os primeiros desenhos realizados da figura humana tenham ocorrido durante a Pré-História, cujo registro do homem primitivo era uma forma de mostrar a sua presença no tempo. Com base na história do desenho da figura humana no período paleolítico, analise as sentenças a seguir: I- O homem primitivo representava o corpo humano com traços estilizados, lembrando muito aos desenhos de João palito de hoje. II- O desenho no Período Paleolítico era realizado para agraciar deuses, representar fé e, por isso, eram feitos com muitos detalhes. III- No Período Paleolítico, os desenhos dos animais eram mais realísticos que os desenhos do homem e acredita-se que o motivo esteja associado aos animais estarem ligados à sobrevivência. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Somente a sentença I e II está correta. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) Somente a sentença III está correta. d) ( ) As sentenças I e III estão corretas. 3 Muitos materiais podem ser utilizados e adquiridos para fazer ilustrações de moda, cada um tem sua característica e podem ser utilizados em diferentes contextos, levando isso em consideração, cada material é indicado para aplicações artísticas diferentes. Com base no exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: AUTOATIVIDADE 30 ( ) A aquarela é um material que pode ser comprado em pastilha, em tubo e líquida. ( ) Os lápis de grafite H ao 9H são mais duros e do B ao 6B são mais macios. ( ) A tinta nanquim é encontrada somente na cor preta e é utilizada para fazer contornos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – V – F. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 4 O desenho da representação da figura humana foi evoluindo com o decorrer dos tempos, iniciando na Pré-História com os desenhos estilizados até chegar ao sistema de medidas por cabeças, que se iniciou com estudo do Homem Vitruviano e se estabeleceu com os gregos antigos. Disserte sobre como o desenho da figura humana evoluiu ao longo da história até chegar à representação de oito cabeças. 5 As ilustrações de moda costumam ser esbeltas e alongadas, lembrando- nos as modelos com suas pernas enormes, essas ilustrações costumam ser desenhada em cânones de nove a dez cabeças e essas medidas decorrem devido às formas de representação dos gregos antigos. Neste contexto, disserte sobre o porquê de as ilustrações de moda serem desenhadas maiores que o tamanho realístico do corpo humano. 31 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 DESENHANDO A CABEÇA DE UMA ILUSTRAÇÃO DE MODA FEMININA 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos o desenho do rosto feminino, iniciando por seus elementos: olhos, sobrancelhas, boca, nariz e cabelo. A forma como desenhamos os elementos pode mudar de acordo com o sentimento que queremos que o croqui passe, e treiná-los antes de fazer o desenho completo do rosto é essencial para atingir um bom resultado. Depois de desenhar todos os elementos, iremos juntá-los no rosto frontal, que nada mais é que o rosto na posição de frente e, neste momento, você verá os diferentes tipos de formato de rosto que existem, como o oval, retangular, coração, quadrado etc. Em seguida, abordaremos a grade facial, também conhecido como mapa de elementos do rosto, que mostra onde cada elemento do rosto deve ser desenhado para não ficar estranho ou parecer um rosto desfigurado, é por isso que é tão importante entender as proporções corretas antes de começar um desenho. Além de aprender a como desenhar um rosto na posição frontal, você também acompanhará como fazê-lo na posição perfil e ¾ que são muito utilizados nas ilustrações de moda para mostrar melhor os penteados no cabelo, acessórios de cabeça etc. Em cada uma das posições de rosto apresentadas, frontal, perfil e 3/4 serão apresentados os passo a passos para você conseguir realizar os seus próprios esboços, assim já irá adquirindo a prática para, no futuro deste livro, abordarmos o croqui de moda completo. 2 DESENHANDO OS ELEMENTOS DO ROSTO FEMININO Caro acadêmico, para conseguir desenhar uma ilustração de moda completa, primeiro é preciso praticar as suas partes e depois juntá-las para chegar a um resultado satisfatório, pensando nisso o primeiro conteúdo desse tópico é o desenho dos olhos e sobrancelhas, já que este é um elemento do rosto que possui mais detalhes. 32 UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA 2.1 O DESENHO DOS OLHOS E SOBRANCELHAS Conforme Fernández e Roing (2010), o olhos são a parte mais expressiva do rosto e transmitem uma infinidade de emoções e sentimentos, por isso, os olhos e os lábios são os mais importantes no desenho da face. Para iniciar o desenho das feições, procure sempre começar por exercícios simples, assim evita a frustação de um mau resultado logo de primeira, a autora Bryant (2012) mostra um exercício bem fácil para desenhar os olhos iniciando por um pequeno círculo, disponível na Figura 16. FIGURA 16 – EXERCÍCIO BÁSICO PARA COMEÇAR A DESENHAR OLHOS FEMININOS FONTE: Bryant (2012, p. 141) O ideal é aprender a desenhar a partir da realidade, para depois estilizar e começar a fazer os olhos maiores e com cílios mais volumosos como as ilustrações de moda costumam ter, logo, praticar o desenho do rosto a partir da observação pode ser um bom início (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). TÓPICO 2 — DESENHANDO A CABEÇA DE UMA ILUSTRAÇÃO DE MODA FEMININA 33 Aprenda a desenhar olhos realistas assistindo ao vídeo Como desenhar um olho passo a passo: nível iniciante do canal do YouTube Charles Laveso, disponível no em: https://www.youtube.com/watch?v=WqXqxGpTuGI. DICAS A Figura 17 apresenta alguns eixos e linhas que podem servir de base para desenhar os olhos e, na sequência, a aplicação dos detalhes e da luz e sombra para o deixar mais parecido com a realidade. FIGURA 17 – DESENHO DE OLHOS REALÍSTICOS COM PASSO A PASSO FONTE: Drudi (2008, p. 28) A distância entre um olho e outro é a mesma medida de um olho, a Figura 18 mostra um esboço que explica essa situação, que é bem importante para os olhos não ficarem muito afastados ou muito pertos (DRUDI, 2008). FIGURA 18 – A DISTÂNCIA ENTRE UM OLHO E O OUTRO FONTE: Drudi (2008, p. 27) 34 UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA A Figura 19 nos mostra as diferentes posições em que um olho pode ser desenhado, são elas: frontal, ¾ e perfil. Perceba que o tamanho e a forma do desenho mudam em cada uma das situações. FIGURA 19 – O DESENHO DO OLHO EM DIFERENTES POSIÇÕES FONTE: Abling (2011, p. 108) Conforme Fernández e Roig (2010), o olho encaixa-se dentro de uma forma esférica, que corresponde à órbita ocular. Dentro dessa forma desenvolvem-se as palpebras, das quais a superior é ligeiramente mais amendoada do que a inferior, e o globo ocular fica levemente oculto por ambas. O saco lacrimal situa-se no lado interno do olho, junto à parede nasal. Para terminar, desenha-se as pestanas, na mulher mariores curvas e mais densas do que nos homens. De forma resumida, é importante desenhar todas as partes do olho, pupila, íris, pálpebra, cílios, glândula lacrimal e sobrancelhas, idependentemente da posição em que estiver esse olho, a Figura 20 mostra um exemplo de como os olhos podemser desenhados em diferentes poses. FIGURA 20 – PASSO A PASSO DO DESENHO DO OLHO EM DIFERENES POSIÇÕES FONTE: Fernández e Roig (2010, p. 60) TÓPICO 2 — DESENHANDO A CABEÇA DE UMA ILUSTRAÇÃO DE MODA FEMININA 35 Um detalhe importante na hora de desenhar os olhos é que o círculo da íris nunca pode aparecer inteira no olho, pois caso contrário, temos a impressão de que o croqui está assustado, então sempre parte da pupila escondida embaixo da pálpebra. ATENCAO 2.2 O DESENHO DE BOCAS Diferente do que você possa imaginar, o desenho de bocas é mais fácil do que o dos olhos, pois basta traçar algumas formas geométricas, acrescentar curvas e assim formar o contorno. O exemplo da Figura 21, a seguir, mostra como desenhar uma boca a partir de um eixo em cruz, depois esquematiza-se o desenho dos lábios, na sequência, apaga-se os traços anteriores e esboça-se as curvas do contorno e finaliza-se adicionando volume com o sombreamento (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). FIGURA 21 – PASSO A PASSO DO DESENHO DE UMA BOCA FEMININA FONTE: Fernández e Roig (2010, p. 62) Algo a considerar é a simetria de todos os elementos do rosto, por isso, para quase todas as formas é interessante sempre traçar uma linha reta na horizontal e na vertical para estabelecer o comprimento e a largura dos lábios (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). 36 UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA No desenho de moda, o ideal é desenhar a boca sempre fechada, pois assim não se corre o risco de desenhar as feições em proporções erradas (BRYANT, 2012). A Figura 22 apresenta um outro passo a passo que pode ser utilizado por iniciantes em desenhos de bocas. FIGURA 22 – EXERCÍCIO BÁSICO PARA DESENHAR BOCAS FONTE: Bryant (2012, p.141) A boca humana é formada por duas partes móveis, o lábio superior, mais delgado e curvo, e o inferior, normalmente mais carnudo. Nas ilustrações, é possível fazer diferentes interpretações e diversificar a aparência dos lábios por meio na mudança das formas e/ou nas texturas, a Figura 23 mostra um exemplo dessa diversificação (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). TÓPICO 2 — DESENHANDO A CABEÇA DE UMA ILUSTRAÇÃO DE MODA FEMININA 37 FIGURA 23 – FORMAS DIFERENTES DE REPRESENTAR OS LÁBIOS FONTE: Fernández e Roig (2010, p. 63) Assim como os olhos, a boca também muda sua forma dependendo da posição em que a cabeça se encontra, observe os desenhos na Figura 24 para entender essas variações. FIGURA 24 – O DESENHO DA BOCA EM DIFERENTES POSIÇÕES FONTE: Abling (2011, p. 108) Para iniciar o desenho do lábio em perfil, pode-se utilizar um triângulo dividido por uma linha horizontal, adiciona-se linhas retas que formam o desenho da boca, para depois apagá-las e transformá-las em curvas suaves, e como sempre, conclui-se com um sombreamento, nunca preenchido totalmente, para que tenha também luz e assim proporcione uma sensação de volume (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). 38 UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA FIGURA 25 – DESENHANDO A BOCA NA VISTA PERFIL FONTE: Fernández e Roig (2010, p. 62) Cada pessoa tem uma forma diferente de lábios, a variedade é imensa, a Figura 26 mostra vários modelos em que você pode se inspirar na hora de desenhar o rosto do seu croqui. FIGURA 26 – O DESENHO DE LÁBIOS EM DIFERENTES FORMATOS FONTE: Drudi (2008, p. 37) Observe que Drudi (2008) mostra, na Figura 26, a representação da mesma boca em uma versão de luz e sombra à esquerda e na direita uma versão apenas com texturas de linhas, ambos os resultados são interessantes e compõem volume aos lábios. Desenhar os lábios com bastante volume pode ser uma sacada quando se quer dar destaque à maquiagem do croqui ou a algum acessório que está na cabeça, aproveite e brinque com a cor do batom pensando nas harmonias cromáticas. TÓPICO 2 — DESENHANDO A CABEÇA DE UMA ILUSTRAÇÃO DE MODA FEMININA 39 Aprenda a desenhar uma boca sombreada e mais realista assistindo ao vídeo Como desenhar uma boca realista no canal do YouTube Charles Laveso, disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=Yo6t8FV2YJI. DICAS 2.3 O DESENHO DO NARIZ Agora que já estudamos sobre os olhos e as bocas, vamos ao desenho do nariz em todas as suas posições, para ter um bom resultado no desenho do nariz, na posição frontal, é indicado fazer um jogo de luzes e sombras, a seguir, pode-se observar, na Figura 27, um passo a passo como exemplo (BRYANT, 2012). FIGURA 27 – EXERCÍCIO BÁSICO PARA DESENHAR UM NARIZ FRONTAL FONTE: Bryant (2012, p.141) 40 UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA De acordo com Fernández e Roig (2010), quanto mais simplificado for a estilização do desenho de moda, mais pequeno ou até inexistente será o nariz, porém, um ilustrador sempre deve aprender a desenhá-lo para depois decidir se irá diminuí-lo em seus desenhos. A forma clássica de desenhar o nariz é iniciar uma linha que liga do início da sobrancelha até chegar à parte inferior, em que a linha se interrompe para desenhar as “asas” do nariz, que podem ser representadas com duas curvas, quase como dois parênteses. A curva termina num apêndice de ambos os lados. Para representar o orifício nasal (os “buracos” por onde entra o ar ao respirarmos), um exemplo pode ser verificado na Figura 28 (FERNÁNDEZ; ROIG, 2010). FIGURA 28 – O DESENHO DO NARIZ FRONTAL E PERFIL FONTE: Drudi (2008, p.31) Já o desenho do nariz em perfil é mais simples, sua forma é parecida com um triângulo incompleto com a ponta em curva, um exemplo da diferença entre o nariz frontal e de perfil pode ser visualizado na Figura 29. FIGURA 29 – DIFERENÇAS DO DESENHO DE NARIZ FRONTAL E PERFIL FONTE: Fernández e Roig (2010, p.61) TÓPICO 2 — DESENHANDO A CABEÇA DE UMA ILUSTRAÇÃO DE MODA FEMININA 41 Embora o desenho do nariz de um croqui de moda seja estilizado e sem tantos detalhes quanto de fato temos em pessoas reais, em cada uma das posições, frontal, perfil e ¾, também temos variações em suas formas, como pode ser observado na Figura 30. FIGURA 30 – O DESENHO DO NARIZ EM DIFERENTES POSIÇÕES FONTE: Abling (2011, p. 108) Como sugestão, desenhe apenas um dos lados do nariz levando a linha até a sobrancelha, pois normalmente a luz vem apenas de um lado do croqui e se você colocar a sombra dos dois lados, pode dar a impressão de que a modelo tem um nariz maior que o comum, não dando ênfase no que importa, que são suas roupas e acessórios. Para aprender a desenhar narizes, pratique os exercícios do vídeo Aula #12: Como desenhar Nariz (Lesson # 12: How to Draw Nose)” do canal do YouTube VCdesenhos, disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=6RUWVg_oDE4. DICAS 2.4 O DESENHO DE DIFERENTES TIPOS DE CABELOS Desenhar cabelos envolve uma combinação de linhas, formas e ângulos. A Figura 31 apresenta como o ângulo do cabelo deve acompanhar o ângulo em que a cabeça se encontra, independente do seu comprimento, levando em consideração a lei da gravidade. Essa posição levemente em diagonal é interessante para mostrar o cabelo de lado e atrás ao mesmo tempo (ABLING, 2011). 42 UNIDADE 1 — A FIGURA HUMANA NO DESENHO DE MODA FEMININA FIGURA 31 – O DESENHO DE CABELOS DO CURTO AO LONGO FONTE: Abling (2011, p. 116) A seguir, vemos a Figura 32 com três variações de cabelos, o primeiro é o cabelo crespo que tem linhas onduladas, delicadas e com pequenos pontos, o segundo é o cabelo encaracolado ou cacheado, têm linhas onduladas que se enrolam umas sobre as outras e o último é o cabelo liso com um corte angular, cujas linhas são mais retas e definidas (ABLING, 2011). FIGURA 32 – VARIAÇÕES DE ESTILOS DE CABELOS FONTE: Abling (2011, p. 116) As linhas do cabelo devem sempre partir do couro cabeludo e cuidado para não se tentar a desenhar todos os fios, ao invés disso, desenhe mechas e apenas faça algumas marcações seguindo a forma do cabelo escolhido. Ao pintar os cabelos, não utilize apenas uma
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