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06 - Exame Físico Dos Membros Superiores (ombros, Cotovelos, Punho e Mão)

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Avaliação Cinético-Funcional
Aula 06: Exame Físico dos Membros Superiores (Ombros,
Cotovelos, Punho e Mão)
Apresentação
Hoje em dia, é comum, em uma conversa, algum parente ou amigo reclamar de dor ou desconforto na região dos
membros superiores, não é verdade?
Esses membros consistem em uma parte do nosso corpo cheia de funções e detalhes, composta pelo complexo dos
ombros e cintura escapular, cotovelos, antebraços, punhos e mãos. Nessas estruturas, várias patologias podem
comprometer o funcionamento normal, como por exemplo as doenças neurológicas, reumatológicas, traumáticas e até
mesmo as disfunções ortopédicas. Essas doenças causarão dor, diminuição da força muscular e da mobilidade dos
membros, instabilidade e compensações que poderão provocar sequelas no paciente.
Como todo esse complexo dos membros superiores desempenha um papel importante para a realização das nossas
atividades de vida diária (AVDs), nesta aula estudaremos as principais doenças que acometem os membros superiores,
fazendo uma relação com as queixas dos pacientes.
Objetivos
Reconhecer as principais enfermidades que acometem os membros superiores;
Apontar os tipos de exames da função nervosa periférica;
Identi�car os testes clínicos especí�cos realizados no paciente.
Membros superiores
 Fonte: Shutterstock
Como já mencionamos, os membros superiores são constituídos por um complexo de estruturas anatômicas formadas pelos
ombros e cintura escapular, cotovelos, punhos e mãos. Veremos agora cada uma dessas estruturas.
Ombro e cintura escapular
Sendo considerada uma das regiões responsáveis pela realização de grande parte do movimento humano, os ombros e a
cintura escapular são formados pelas seguintes estruturas:
Ossos
Porção proximal do úmero (com a cabeça do úmero e o
tubérculo maior e menor), clavícula e escápula (com a
espinha da escápula, processo coracoide e acrômio). Em
todas essas estruturas, podemos realizar a palpação a �m
de veri�car algum tipo de deformidade ou dor.
 Fonte: Slide Share.
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 Fonte: Toda Materia .
Articulações
Quatro articulações formam a articulação esternoclavicular
(que habilita o úmero a mover-se através de 180° de
abdução, permitindo a realização dos movimentos de
elevação, depressão, protração, rotação e retração),
acromioclavicular (que aumenta a amplitude de movimento
do úmero, permitindo, além de movimentos de elevação e
depressão, realizar rotação, retração e protração do ombro),
escapulotorácica (os movimentos realizados são de adução,
abdução e rotação da escápula, além do movimento de
elevação e depressão) e glenoumeral (uma articulação
sinovial multiaxial que apresenta três graus de liberdade,
permitindo os movimentos de rotação interna e externa do
ombro, além de abdução, adução, �exão e extensão).
Nessas articulações, faremos não só a palpação, mas
também a análise da amplitude articular.
Músculos
Fazem parte desse complexo do ombro: deltoide,
supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e maior,
subescapular, serrátil anterior, levantador da escápula,
romboide maior e menor, peitoral maior e menor,
coracobraquial, latíssimo do dorso, braquial, bíceps braquial,
tríceps braquial, trapézio.
 Fonte: Slide Share.
Atenção
A estabilidade dos movimentos do ombro e da cintura escapular em grande parte é dada pelos músculos do manguito rotador
(supra e infraespinhais, redondo menor e subescapular), responsáveis pela abdução e rotação externa/ interna.
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Testes clínicos especiais
Teste da queda da escápula
Esse tipo de teste é realizado quando há uma fraqueza do músculo serrátil anterior, fazendo com que
haja um desnivelamento da escápula, estando os ombros alinhados. O objetivo é promover um aumento
da adução escapular.
Com o paciente sem camisa de costas para você, pedir para ele encostar as palmas das mãos na
parede, com os ombros abduzidos e �etidos a 90° e ir aproximando o tronco da mesma, como se fosse
fazer uma �exão.
Teste para tendinite do supraespinhoso
Esse teste é realizado para veri�car uma tendinite do tendão do músculo supraespinhoso ou uma
distensão do músculo deltoide. Com o paciente sentado, pedir para ele fazer uma abdução de braço a
90º e em seguida vencer sua resistência. Caso o paciente relate dor na inserção do músculo
supraespinhoso, ou você observe uma tensão nos músculos deltoide e supraespinhoso, o teste será
positivo.
Teste da queda do braço
Veri�ca comprometimentos no tendão do músculo supraespinhoso nos casos de ruptura. Com o
paciente sentado, abduzir o braço a 90º instruir que ele abaixe o braço lentamente. Caso o teste dê
positivo, o paciente não conseguirá desacelerar o braço quando chegar a 45°, pois sentirá intensa dor.
Teste Apley (de coçar)
Esse teste serve para veri�car uma tendinite degenerativa de um dos tendões dos músculos que fazem
parte do manguito rotador. Com o paciente sentado, pedir que ele ponha a mão no ângulo superior da
escápula oposta ao lado afetado, ou pedir que coloque a mão na borda inferior da escápula do lado
oposto da lesão. Caso o teste dê positivo, o paciente relatará dor no local do tendão muscular.
Teste de Speed
Serve para veri�car uma tendinite do músculo bíceps braquial. O paciente deverá estar sentado, com o
cotovelo a ser testado em extensão e braço �etido para a frente a 45º. O �sioterapeuta deve pôr os
dedos no sulco bicipital e a mão oposta no punho do paciente e pedir que ele faça o movimento de
�exão de braço, vencendo sua resistência. Se o paciente apresentar dor no local do sulco bicipital, o teste
dará positivo.
Teste de Yergason
O objetivo desse teste é veri�car uma tendinite crônica na porção longa do músculo bíceps braquial. Com
o paciente sentado com o cotovelo �etido a 90º, o terapeuta deve pôr seus dedos acima da porção longa
do bíceps braquial no nível do sulco bicipital e forçar uma rotação lateral do ombro, até encontrar uma
resistência. Caso o teste dê positivo, o paciente sentirá um aumento do quadro álgico no local.
Teste de Jobe
É realizado para veri�car um comprometimento do músculo supraespinhoso, ou seja, quando esse
músculo estiver sofrendo um impacto no acrômio. O paciente faz uma abdução com 45° e rotação
medial. Pôr uma resistência no punho do paciente e pedir para ele tentar vencer a sua resistência. Se o
teste for positivo, o paciente relatará dor local.
Teste de Patte
Veri�ca comprometimentos, como por exemplo tendinites no músculo infraespinhal. O �sioterapeuta põe
o braço do paciente em abdução a 90° e em rotação lateral. Coloca uma resistência no dorso da mão do
paciente e pede que ele force a rotação. Se o teste for positivo, o paciente vai relatar dor no local do
músculo.
Teste de gaveta anterior
Tem o objetivo de veri�car uma instabilidade glenoumeral anterior, ou seja, uma luxação anterior de
ombro. Com o paciente em decúbito dorsal (DD), estabilizamos sua mão abaixo da axila, e com a sua
mão oposta pegar a escápula posterior e colocar o polegar sobre o processo coracoide. O seu braço que
está apoiando o braço do paciente faz uma tração do úmero para a frente. A presença de movimentos
anormais ou crepitações na região indica uma instabilidade e teste positivo.
Teste de apreensão anterior
O teste também serve para veri�car uma instabilidade glenoumeral anterior. Com o paciente sentado ou
em DD, realizamos uma rotação lateral do braço e forçamos essa rotação lentamente. A presença de dor
localizada indica luxação anterior crônica do ombro.
Teste de Rockwood
Esse teste é uma variação do teste de gaveta anterior. O �sioterapeuta realiza o teste com o paciente
sentado, rodando o braço externamente em posição neutra, e em seguida, repete o mesmo movimento
com o braço em 45º, 90º e 120º.
Teste de Dugas
Realizado também para veri�car uma instabilidade de ombro. O paciente, sentado, deve tocar com a mão
o ombro do lado oposto, e o �sioterapeuta traciona o cotovelo para a parede torácica. Caso o teste dêpositivo, o paciente sentirá dor no ombro, e a cabeça do úmero se projeta para cima.
Teste de gaveta posterior
Tem o objetivo de veri�car instabilidade glenoumeral posterior, ou seja, se o membro tem tendência a
sofrer luxação posterior. Com o paciente em DD, o �sioterapeuta apoia o antebraço do paciente, �exiona
o cotovelo e o ombro. Com a mão oposta sobre a escápula, faz uma tração posterior acima do ombro do
paciente.
Teste de apreensão posterior
Também realizado pra veri�car luxação posterior de úmero. O paciente também deve estar em DD, e o
�sioterapeuta �exionar o ombro e o cotovelo para a frente e, com a mão oposta, realizar uma tração
posterior no ombro.
Cotovelos
A associação dos movimentos do cotovelo (�exão, extensão, promoção e supinação) e do ombro possibilita o posicionamento
e a utilização da mão em diferentes funções.
Ossos
Formado pela extremidade distal do úmero (epicôndilo
medial e lateral) e extremidade proximal do rádio e da ulna
(olecrano).
 Fonte: Pinterest .
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 Fonte: Science Direct .
Articulações
A região do cotovelo tem três articulações na mesma
cápsula articular. As articulações umeroulnar e umerorradial
são responsáveis pelos movimentos de �exão e extensão, e
a articulação radioulnar proximal, pela pronação e
supinação do cotovelo.
Músculos
Participam dos movimentos do cotovelo os músculos
bíceps braquial, tríceps braquial, braquial, supinador,
pronador redondo, pronador quadrado e ancônio.
 Fonte: Shutterstock
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Testes clínicos especiais
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Serve para veri�car se o paciente é portador de epicondilite lateral. O paciente deve estar sentado com o cotovelo �etido a
90º, com o antebraço pronado. Em seguida, o �sioterapeuta põe uma resistência acima do dorso da mão e pede que o
paciente faça uma �exão dorsal de punho. Caso o teste dê positivo, o paciente relatará dor na região lateral do cotovelo.
Teste de Cozen 
 Fonte: Daniel Simonn.
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Esse teste serve para veri�car se o paciente sofre de epicondilite medial. O paciente estará sentado, com o cotovelo �etido
a 90º e antebraço supinado. O �sioterapeuta coloca uma resistência na palma da mão e pede que ele vença a resistência
no movimento de �exão palmar. Se o paciente relatar dor na região medial do cotovelo, o teste será positivo.
Teste para cotovelo de gol�sta 
 Fonte: SlideServe .
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O teste serve para veri�car uma neurite ou um neuroma do nervo ulnar. O paciente deve estar sentado, e o �sioterapeuta
irá percutir, com o martelo de re�exos ou até mesmo com um dos seus dedos, o sulco entre o processo do olécrano e o
epicôndilo medial. Caso o teste dê positivo, o paciente apresentará dor ou aumentará a sensação parestésica no trajeto do
nervo.
Sinal de Tinel 
 Fonte: USP .
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O teste serve para veri�car quando há algum comprometimento ligamentar que impeça a estabilidade do cotovelo, tanto
medial quanto lateralmente. O paciente deve estar sentado, e o �sioterapeuta estabiliza a porção lateral e forçar uma
abdução sobre a parte medial do antebraço (para uma instabilidade lateral). Ele também estabiliza a porção medial e força
uma adução sobre a parte lateral do antebraço (para uma instabilidade medial).
Teste de estabilidade ligamentar do cotovelo 
 Fonte: USP .
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Punho e mão
A associação dos movimentos do cotovelo (�exão, extensão, promoção e supinação) e do ombro possibilita o posicionamento
e a utilização da mão em diferentes funções.
Ossos
O complexo punho e mão é formado pela extremidade distal
do rádio e da ulna, ossos do carpo, ossos metacarpais e as
falanges (proximal, mediana e distal).
 Fonte: Aula de Anatomia .
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 Fonte: Aula de Anatomia .
Articulações
Formado pelas articulações radioulnar distal, radiocarpal,
intercarpais, mediocarpais, carpometacarpais,
intermetacarpais, metacarpofalângicas e interfalângicas.
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Testes clínicos especiais
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Este teste serve para veri�car a possível presença de uma síndrome do túnel do carpo e compressão do nervo mediano. O
paciente deve �exionar ambos os punhos e aproximar os dorsos das mãos um do outro e manter essa posição por 60
segundos. Com isso, ele sentirá um aumento da parestesia e quadro álgico, provocados pela compressão do nervo
mediano.
Teste de Phalen 
 Fonte: Camp Cursos .
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Também serve para veri�car uma possível síndrome do túnel do carpo. O paciente deve �exionar ambos os punhos e
aproximar a palma das mãos uma da outra, fazendo “namastê”. Mantém essa posição por mais de 60 segundos, e os
sintomas relatados serão os mesmos do teste de Phalen.
Teste de Phalen Invertido 
 Fonte: Gramho.
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Esse teste serve para detectar a síndrome do túnel ulnar. Inspecionar e palpar o punho do paciente, procurando quadro
álgico em cima do túnel ulnar, garra do dedo anular e atro�a hipotenar, que são indicativos de compressão do túnel ulnar,
dando positivo ao teste.
Tríade túnel ulnar 
 Fonte: Slide Serv.
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Tem o objetivo de veri�car se o paciente é portador de tenossinovite de Quervain. Pediremos para o paciente pôr o polegar
na palma da mão, fechar os dedos sobre o polegar e, com o braço esticado, fazer um desvio ulnar. Caso o teste seja
positivo, ele sentirá dor intensa no trajeto dos músculos abdutor longo e extensor curto do polegar.
Teste de Finkelstein 
 Fonte: Camp Cursos .
Atividades
1. (Prefeitura Municipal de Jaguariaíva – 2015) Para veri�car a estabilidade do tendão do bíceps braquial no interior do sulco
biciptal, pode ser utilizado qual dos testes abaixo?
a) Tinel
b) Yergason
c) Homan
d) McMurray
e) Adson
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2. (SESACRE_FUNCAB_2014) O teste de Jobe, quando positivo, é indicativo de lesão no músculo:
a) m. bíceps
b) m. supraespinhoso
c) m. deltoide
d) m. trapézio
e) m. subescapular
3. (SESA.ES_CESPE_2013) Um paciente de 25 anos foi atendido em uma clínica �sioterapêutica. Durante a avaliação do membro
superior direito, o �sioterapeuta solicita ao paciente que permanecesse com o cotovelo �etido a 90º, o antebraço em pronação, a
mão fechada e o punho em extensão. O �sioterapeuta aplica pressão, forçando a �exão do punho, com o antebraço do paciente
estabilizado, e o paciente relata dor súbita próximo à origem comum dos extensores do punho, no nível do epicôndilo lateral. Com
base no resultado do teste acima aplicado, a provável síndrome do paciente em questão é:
a) Tendinite da porção longa do bíceps
b) Cotovelo de tenista
c) Cotovelo de esgrimista
d) Cotovelo de golfista
e) Instabilidade ligamentar
4. (PREF. CUIABÁ MT FUNCAB 2013) O teste de Phalen é utilizado para veri�car o comprometimento do nervo:
a) Ulnar
b) Mediano
c) Radial
d) Axilar
e) Musculocutâneo
5. (Analista Judiciário Apoio Especializado Fisioterapia TRT6º FCC 2012) A tenossinovite do extensor curto e do abdutor longo do
polegar é conhecida como:
a) Dedo em gatilho
b) Síndrome do túnel ulnar
c) Tenossinovite de Quervain
d) Síndrome do túnel do carpo
e) Síndrome do canal de Guyon
Notas
Título modal 1
Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente
uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da
indústria tipográ�ca e de impressos.
Título modal 1
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Referências
CONCEIÇÃO, Fátima Figueiredo. Avaliação cinético-funcional. 1. ed. Rio de Janeiro: SESES - Universidade Estácio de Sá, 2016.
Disponível em: http://portaldoaluno.webaula.com.br//repositorio/LD153.pdf.
CIPRIANO,J. Manual fotográ�co de testes ortopédicos e neurológicos. 4. ed. São Paulo: Manole, 2001.
HOPPENFELD, S. Exame do cotovelo: propedêutica ortopédica. Coluna e Extremidades. Rio de Janeiro: Atheneu, 2008.
MICHAELSEN, S.M. et al. Avaliação da capacidade funcional dos membros superiores por meio do Tempa: Valores de
referência, efeito da idade, gênero, dominância e relação com a destreza. Disponível em:
http://www.scielo.mec.pt/pdf/mot/v7n2/v7n2a06.pdf.Acesso em: 20 jul. 2020.
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Os tipos de exames realizados para veri�car a função nervosa periférica;
Os testes clínicos especí�cos realizados no paciente.
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Avaliação da capacidade funcional dos membros superiores. Disponível em:
http://www.scielo.mec.pt/pdf/mot/v7n2/v7n2a06.pdf. Acesso em: 20 jul. 2020.
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