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ROTEIRO DE ESTUDO - PRÁTICA DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL Prof ª Juliana Ap. Boaretto SINAIS VITAIS FC = média 70 bpm (60 a 100 bpm) Pulso: braquial, radial, carotídeo. FR = 12 a 20 irpm PA (Pressão Arterial) Posicionamento do MS: relaxado, apoiado, com o cotovelo em extensão ao nível do coração. Palpar a artéria braquial. Liberar o braço de roupas que o comprimam e colocar o manguito de 2 a 3 cm acima da fossa cubital. Manter o braço na altura do coração. Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento para estimar a pressão sistólica, desinflar, aguardar 15 segundos, posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, inflar (30 mmHg) do nível estimado da pressão sistólica, desinflar vagarosamente e no momento do primeiro som determinar a pressão sistólica e no desaparecimento do som determinar a pressão diastólica. Desinflar e registar os valores. Durante a avaliação o paciente não deve falar. AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA Inspeção: tórax desnudo Formato do tórax (peito de pombo – pectus carinatum, peito de sapateiro – pectus excavatum, tórax em tonel). Padrão respiratório: normal, apical, diafragmático e paradoxal. Palpação: expansibilidade, frêmito toracovocal, frêmito brônquico. Ausculta: murmúrio vesicular, ruídos adventícios OMBRO: 1. PALPAÇÃO: a) ANTERIOR: Incisura supra esternal Articulação esterno clavicular Articulação acrômio clavicular Acrômio Tubérculo maior Sulco intertubercular Tubérculo menor Processo coracoide Bolsa subacromial Bolsa subdeltoidea b) POSTERIOR: Espinha da escápula Borda medial da escápula Ângulo inferior da escápula Borda lateral da escápula c) MÚSCULOS: Deltóide, supraespinal, infraespinal, redondo menor, subescapular, peitoral maior, latíssimo do dorso, bíceps braquial, tríceps braquial, coracobraquial 2. GONIOMETRIA: MOVIMENTO FLEXÃO Posição do paciente Sentado / em pé / DD Braço fixo Linha axilar média, apontando para o trocânter maior do fêmur Braço móvel Superfície lateral do úmero, voltado para o epicôndilo lateral Eixo Acrômio Padrão normalidade 180 ATENÇÃO: O indivíduo pode tentar substituir o movimento pela extensão do tronco, abdução do braço ou elevação da escápula. MOVIMENTO EXTENSÃO Posição do paciente Sentado / em pé / DV Braço fixo Linha axilar média, apontando para o trocânter maior do fêmur Braço móvel Superfície lateral do úmero, voltado para o epicôndilo lateral Eixo Sobre o eixo látero-lateral da articulação glenoumeral, próximo ao acrômio Padrão normalidade 45 ATENÇÃO: O indivíduo pode tentar substituir o movimento pela flexão do tronco ou elevação da escápula. MOVIMENTO ABDUÇÃO Posição do paciente Sentado / em pé, de costas para o fisioterapeuta Braço fixo Linha axilar posterior Braço móvel Superfície posterior do úmero, voltado para a região dorsal da mão Eixo Próximo ao acrômio Padrão normalidade 180 ATENÇÃO: Evitar a flexão lateral do tronco, a flexão e a extensão do braço e a elevação da escápula. MOVIMENTO ADUÇÃO Posição do paciente Sentado / em pé, de frente para o fisioterapeuta Braço fixo Paralelo à linha mediana anterior Braço móvel Superfície lateral do úmero Eixo Sobre o eixo longitudinal ou crânio-caudal da articulação glenoumeral Padrão normalidade 40 ATENÇÃO: Antes de iniciar a medida, observar se o ombro está fletido 90°. MOVIMENTO ROTAÇÃO MEDIAL / ROTAÇÃO LATERAL Posição do paciente DD, ombro em abdução de 90°, cotovelo em flexão de 90°, antebraço supinado. Palma da mão voltada medialmente, paralela ao plano sagital e antebraço perpendicular à mesa. Somente o cotovelo deverá sobressair-se da borda da mesa. Braço fixo Paralelo ao solo Braço móvel Região posterior do antebraço, na direção do terceiro dedo da mão Eixo Olécrano Padrão normalidade 90 ATENÇÃO: Observar se há aumento da abdução ou adução de ombro e/ou protração da mesma articulação. Evitar a adução ou abdução da mão. 3. TESTES ESPECIAIS: YOCUM Objetivo Detectar lesão acromioclavicular / síndrome do impacto Teste Paciente: sentado ou em pé, coloca a mão sobre o ombro oposto e é instruído a realizar a flexão do ombro, elevando o cotovelo Resultado positivo Dor na região da articulação acromioclavicular COLISÃO HAWKINS-KENNEDY Objetivo Detectar síndrome do impacto Teste Examinador: posiciona o MS do paciente em 90° de abdução de ombro, no plano escapular, em rotação neutra, e cotovelo fletido 90°. A seguir, realiza rotação interna rapidamente Paciente: sentado ou em pé Resultado positivo Dor na região subacromial NEER Objetivo Detectar síndrome do impacto / pinçamento das estruturas localizadas no espaço subacromial Teste Examinador: abduz o ombro do paciente passiva e rapidamente, no plano escapular, com rotação neutra do ombro Paciente: sentado ou em pé Resultado positivo Dor na região subacromial JOBE Objetivo Detectar tendinites ou rupturas do tendão do m. supraespinhoso Teste Paciente: sentado ou em pé, realiza 90° de abdução + rotação interna do ombro, no plano escapular, contra resistência do examinador Resultado positivo Dor ou dificuldade em resistir à força aplicada APLEY Objetivo Detectar tendinites do manguito rotador Teste Paciente: sentado ou em pé, é orientado a colocar o MS afetado atrás da cabeça, tocando o ângulo superior da escápula oposta. Depois, deverá colocar o mesmo MS nas costas, tocando o ângulo inferior da escápula oposta Resultado positivo Dor ao realizar o movimento GERBER Objetivo Detectar lesão do m. subescapular Teste Paciente: coloca a mão ao nível de L5 e é orientado a afastá-la das costas, rodando internamente o ombro Resultado positivo Incapacidade de realizar o teste ou de manter o afastamento, quando feito passivamente pelo examinador PATTE Objetivo Detectar tendinites ou rupturas do infraespinhal Teste Examinador: posiciona o MS do paciente em 90° de abdução do ombro e 90° de flexão do cotovelo Paciente: sentado ou em pé, é orientado a realizar a rotação externa contra a resistência do examinador Resultado positivo Dor e/ou incapacidade em realizar o teste QUEDA DO BRAÇO Objetivo Detectar rupturas do manguito rotador Teste Examinador: posiciona o MS do paciente em máximo grau de abdução do ombro e, depois, solta-o Paciente: sentado ou em pé, é orientado a abaixar lentamente o MS até completa adução do ombro Resultado positivo Queda súbita do braço OBS: teste utilizado em pacientes em que a abdução passiva excede acentuadamente a abdução ativa do ombro SPEED Objetivo Detectar alterações na cabeça longa do m. bíceps braquial Teste Examinador: palpa o sulco intertubercular e aplica resistência contra flexão do ombro Paciente: realiza a flexão do ombro, contra a resistência do examinador, com cotovelo em extensão e supinado Resultado positivo Dor na região do sulco intertubercular, com ou sem impotência funcional YERGASON Objetivo Detectar instabilidade do tendão da cabeça longa do m. bíceps braquial devido laceração do ligamento transverso OU tendinite Teste Examinador: estabiliza o cotovelo do paciente e aplica resistência na altura do punho Paciente: sentado, com cotovelo em 90º de flexão, realiza a rotação externa do ombro e supinação do antebraço contra a resistência Resultado positivo Subluxação do tendão da cabeça longa do m. bíceps braquial OU dor na região do sulco intertubercularTESTE DO BOTÃO Objetivo Detectar inflamação da bursa subacromial Teste Examinador: palpando a região da bursa subacromial, realiza a extensão do ombro do paciente Paciente: sentado Resultado positivo Dor localizada no local da palpação TESTE DE APREENSÃO Objetivo Detectar instabilidade anterior Teste Examinador: realiza 90° de abdução, rotação externa e extensão do ombro do paciente Paciente: sentado Resultado positivo Apreensão do paciente devido à sensação de luxação iminente TESTE DE GAVETA ANTERIOR Objetivo Detectar instabilidade anterior Teste Examinador: com uma das mãos, estabiliza a escápula e coloca o polegar sobre o processo coracoide. Com a outra, realiza o deslocamento anterior da cabeça do úmero Paciente: deitado em DD Resultado positivo Deslocamento anormal da cabeça do úmero no sentido anterior ou estalido TESTE DE GAVETA POSTERIOR Objetivo Detectar instabilidade posterior Teste Examinador: realiza o deslocamento posterior da cabeça do úmero, com o ombro do paciente em flexão e rotação medial Paciente: deitado em DD Resultado positivo Deslocamento anormal da cabeça do úmero no sentido posterior ou estalido COTOVELO: 1. PALPAÇÃO: Epicôndilo lateral Epicôndilo medial Linha supracondiliana medial Linha supracondiliana lateral Cabeça do rádio Olécrano Fossa cubital Bolsa olecraniana Ligamento colateral radial Ligamento colateral ulnar Nervo ulnar Tendão e ventre do m.bíceps braquial Tendão e ventre do m.tríceps braquial Artéria braquial M. braquiorradial 2. GONIOMETRIA: MOVIMENTO FLEXÃO / EXTENSÃO Posição do paciente Sentado / em pé / DD, com membro superior junto ao tronco, em posição anatômica Braço fixo Superfície lateral do úmero, orientado para o acrômio Braço móvel Face lateral do rádio, apontando para o processo estiloide do mesmo Eixo Epicôndilo lateral do úmero Padrão normalidade Fl: 140 - 160 / EX: 0 MOVIMENTO PRONAÇÃO / SUPINAÇÃO Posição do paciente Sentado, com o cotovelo fletido a 90°, braço junto ao tronco e antebraço em posição neutra entre supinação e pronação. Braço fixo Sobre a superfície dorsal dos metacarpais paralelo ao eixo longitudinal do úmero Braço móvel Paralelo ao eixo do polegar ou do lápis Eixo Articulação metacarpofalangiana do 3° dedo Padrão normalidade 90 GONIOMETRIA ESPECIAL ÂNGULO DE CARREGAMENTO Posição do paciente Em pé ou sentado, palma da mão voltada para frente Braço fixo Diáfise do úmero, apontado para o acrômio Braço móvel No antebraço, apontado para uma linha em direção ao terceiro dedo Eixo Linha através dos centros da tróclea e do capítulo Padrão normalidade ♂: 5° / ♀: 10-15° 3. TESTES ESPECIAIS: COZEN (COTOVELO DE TENISTA) Objetivo Detectar epicondilite lateral Teste Examinador: estabiliza o antebraço do paciente e realiza resistência no sentido da flexão do punho Paciente: sentado, com a mão fechada, realiza a extensão do punho, contra a resistência Resultado positivo Dor no epicôndilo lateral ou fraqueza MILL (COTOVELO DE TENISTA) Objetivo Detectar epicondilite lateral Teste Examinador: estabiliza o antebraço do paciente e realiza resistência no sentido da pronação do antebraço Paciente: sentado, com antebraço em pronação e flexão de punho, realiza a supinação contra a resistência Resultado positivo Dor no epicôndilo lateral ou fraqueza COTOVELO DE GOLFISTA Objetivo Detectar epicondilite medial Teste Examinador: estabiliza o antebraço do paciente e realiza resistência no sentido da extensão do punho Paciente: sentado, com antebraço em supinação e extensão de punho, realiza a flexão do punho contra a resistência Resultado positivo Dor no epicôndilo medial ou fraqueza ESTRESSE EM VALGO Objetivo Detectar instabilidade ligamentar medial Teste Examinador: estabiliza o braço do paciente e realiza o esforço em valgo Paciente: sentado, cotovelo em flexão de ~20° Resultado positivo Aumento anormal do movimento (folga) ESTRESSE EM VARO Objetivo Detectar instabilidade ligamentar lateral Teste Examinador: estabiliza o braço do paciente e realiza o esforço em varo Paciente: sentado, cotovelo em flexão de ~20° Resultado positivo Aumento anormal do movimento (folga) TÍNEL Objetivo Detectar neuropatia ulnar Teste Examinador: realiza a percussão sobre o n. ulnar (na altura do sulco entre olécrano e epicôndilo medial) Resultado positivo Formigamento na região medial do antebraço e distribuição sensitiva do n. ulnar na mão MÃO E PUNHO: 1. PALPAÇÃO: Processo estilóide do rádio Processo de Lister ou tubérculo do rádio Processo estilóide da ulna Metarcarpos Falanges Tabaqueira anatômica Túneis dorsais: 1,2,3,4,5,6 Túnel do carpo Canal de Guyon Ossos do carpo: escafóide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trapezóide, capitato, hamato 2. GONIOMETRIA: MOVIMENTO FLEXÃO / EXTENSÃO DO PUNHO Posição do paciente Em pé / sentado, com antebraço em pronação e cotovelo fletido a 90° Braço fixo Face medial da ulna Braço móvel Superfície medial do 5° metacarpo Eixo Superfície medial do punho (processo estiloide ulnar) Padrão normalidade FL:90 / EX: 70 ATENÇÃO: palpar a eminência hipotenar para ajustar o goniômetro sobre a superfície medial do 5° metacarpo. MOVIMENTO ABDUÇÃO OU DESVIO RADIAL DO PUNHO / ADUÇÃO OU DESVIO ULNAR DO PUNHO Posição do paciente Em pé / sentado, com o cotovelo fletido a 90° e antebraço em pronação ou em posição neutra entre pronação e supinação Braço fixo Região posterior do antebraço, apontando para o epicôndilo lateral do úmero Braço móvel Superfície dorsal do 3° metacarpo Eixo Tubérculo do rádio ou de Lister Padrão normalidade Radial: 20 / Ulnar: 45 ATENÇÃO: evitar a flexão ou extensão do punho ou a supinação do antebraço. 3. TESTES ESPECIAIS: FINKELSTEIN Objetivo Detectar tenossinovite de De Quervain (mm. abdutor longo e extensor curto do polegar) Teste Paciente: realiza o desvio ulnar do punho, com o polegar aduzido e fletido na palma da mão Resultado positivo Dor no processo estiloide do rádio PHALEN Objetivo Detectar síndrome do túnel do carpo Teste Paciente: mantém os punhos em máxima flexão por 1 minuto Resultado positivo Formigamento na distribuição sensitiva do n. mediano PHALEN INVERSO Objetivo Detectar síndrome do túnel do carpo Teste O paciente mantém os punhos em máxima extensão por 1 minuto (A) OU o examinador pressiona a região do túnel do carpo, com o punho do paciente em extensão (B) Resultado positivo Formigamento na distribuição sensitiva do n. mediano A- B- TÍNEL Objetivo Detectar neuropatia do n. mediano Teste Examinador: realiza a percussão sobre o n. mediano (na altura do túnel do carpo) Resultado positivo Formigamento na distribuição sensitiva do n. mediano na mão ALLEN Objetivo Verificar a integridade das artérias radial e ulnar Teste Examinador: palpa as aa. radial e ulnar, comprimindo-as. Eleva o membro do paciente e solicita a ele que abra e feche a mão várias vezes. A seguir, libera uma das artérias e verifica a coloração da pele e o tempo de enchimento arterial da mão. Por fim, deverá repetir o teste com a outra artéria. Resultado positivo Retardo no enchimento arterial BIBLIOGRAFIA: AMADO-JOÃO, S. M. Métodos de avaliação clínica e funcional em fisioterapia. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2006. BARROS FILHO, T.; DE LECH, O. Exame físico em ortopedia. São Paulo: Savier,2003. HOPPENFELD, S. Propedêutica ortopédica: coluna e extremidades. São Paulo: Atheneu, 2008 MAGEE, D. J. Avaliação musculoesquelética. 4ªed.,São Paulo: Manole, 2005. MARQUES, A. P. Manual de goniometria. 2ªed., São Paulo: Manole, 2003. REIDER, B. O exame físico em ortopedia. Rio de Janeiro: Guanabra-Koogan, 2001. SOBOTTA – Atlas de Anatomia Humana. v. 1, 21ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2000.
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