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OSTENSIVO EB-007 CAPÍTULO 1 O PAPEL ATUAL DA MARINHA NO DESENVOLVIMENTO DA NAÇÃO BRASILEIRA O mar sempre teve uma importância singular na história do Brasil. Do mar, de Portugal veio Pedro Álvares Cabral, em 1500, para tomar posse do nosso País. Do mar vieram as invasões francesas e holandesas e as incursões inglesas nos séculos XVI e XVII. O mar também foi o principal meio em que se transportaram colonos e funcionários administrativos portugueses para o Brasil durante o período colonial. Durante a Guerra da Independência do Brasil, a então recém-criada Esquadra brasileira teve papel primordial nas mãos do Primeiro Almirante Lorde Thomas Cochrane, bloqueando os portos conflagrados e combatendo os lusitanos. As tropas de Dom Pedro I, que lutaram contra as juntas governativas da Bahia, Maranhão, Pará e Banda Oriental, aliadas das Cortes portuguesas, foram transportadas pelo mar. No período regencial, o mar novamente foi o caminho natural para o transporte de tropas para as províncias insurgentes que ameaçavam se preparar para o império. Naquela ocasião, as estradas que ligavam as principais cidades do Brasil eram muito rudimentares, daí a enorme importância estratégica que o mar adquiriu mais uma vez. Com a Proclamação da República e o aumento da tecnologia náutica, a importância do mar ficou ainda mais evidente. Do mar aumentaram as nossas importações e escoaram os nossos produtos para o exterior. Também do mar vieram nossos inimigos: os submarinos alemães que atacaram os navios mercantes que transportavam nossas mercadorias, tanto na Primeira como na Segunda Guerra Mundiais. Naquela oportunidade houve a necessidade premente de se proteger as comunicações marítimas. Então, antes de tratar da importância do mar na história do Brasil, vamos conhecer alguns conceitos importantes para a formação da mentalidade marítima. O primeiro conceito, a saber, é sobre as comunicações marítimas. 1.1 - COMUNICAÇÕES MARÍTIMAS Comunicações Marítimas são os caminhos existentes no mar para o comércio externo ou interno, isto é, as rotas por onde trafegam os navios, desde seus portos de origem até os de destino. Elas não são vias físicas, somente se materializando quando existirem navios, tanto de transporte ou de guerra, navegando com suas cargas. OSTENSIVO -1–1 - REV. 1 OSTENSIVO EB-007 Cada nação atribui determinada importância às comunicações marítimas segundo o seu grau de dependência. Sua importância econômica e militar determinará o esforço a ser realizado para a manutenção dessas rotas abertas e livres de ataque do inimigo. Para o país a proteção dessas comunicações têm sido fundamental. Hoje em dia o mar assume uma importância cada vez maior para o Brasil. Nosso comércio é transportado quase exclusivamente por ele. Do mar extraímos o petróleo, tão importante para o desenvolvimento do País, e os peixes que servem de alimento aos brasileiros e proporcionam melhores condições de vida aos nossos pescadores. Enfim, o mar é fundamental para a sobrevivência do País. Devemos cada vez mais desenvolver nosso Poder Marítimo para nos projetarmos no cenário internacional. Surge o segundo conceito de nossa discussão: o que vem a ser o Poder Marítimo de uma nação? 1.2 – O PODER MARÍTIMO E SEUS ELEMENTOS Poder Marítimo é a capacidade que resulta da integração dos recursos que dispõe o Brasil para a utilização do mar e também das águas interiores, quer como instrumento de ação política e militar, quer como fator de desenvolvimento econômico e social, visando a conquistar e a manter os objetivos nacionais. Esse conceito pode parecer teórico demais, mas não é vejamos agora quais os elementos, que constituem o nosso Poder Marítimo. São componentes das expressões do poder da Nação, relacionados com a capacidade de utilização do mar e hidrovias interiores, são eles: Marinha Mercante, com suas facilidades, serviços e organizações relacionadas com os transportes marítimo e fluvial. Dessa maneira, o navio mercante, a companhia de navegação e os representantes marítimos fazem parte desse poder. Infraestrutura hidroviária, incluindo-se os portos, os terminais, os meios e as instalações de apoio e controle. Assim todos os portos brasileiros fazem parte desse Poder. Indústria naval com seus estaleiros de construção e reparos e setor de navipeças. Indústria bélica de interesse de aprestamento naval. Indústria de pesca com suas embarcações, terminais e industrias de processamento de pescado. Organizações e os meios de pesquisas e desenvolvimento tecnológico de interesse para o uso do mar e águas interiores e de seus recursos, ai se incluindo as universidades e os centro de pesquisa voltados para o mar. OSTENSIVO -1–2 - REV. 1 OSTENSIVO EB-007 Organizações e meios de exploração (sondagem, pesquisa, estudo) e explotação (retirada de recursos para fins de utilização) dos recursos do mar, seu leito e subsolo, inclusive as que operam embarcações de apoio offshore (movimento terra para o mar). O pessoal que desempenha atividades relacionadas com o mar e hidrovias interiores e os estabelecimentos destinados à formação e ao treinamento. O Poder Naval. O que seria esse último elemento do Poder Marítimo ? 1.3 - O PODER NAVAL Poder Naval é o componente militar do Poder Marítimo, capaz de atuar no mar e nas águas interiores (rios, lagoas) na conquista e manutenção dos objetivos estabelecidos pela Nação. O Poder Naval compreende os meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, as bases e posições de apoio, suas estruturas de comando e controle, logística e administração, bem como as forças e os meios de apoio não constitutivos da Marinha do Brasil, quando vinculados ao cumprimento da missão da Marinha e submetidos a algum tipo de orientação, comando ou controle de autoridade naval. Podemos, assim, observar que um Poder Naval, para ser eficaz, necessita ser capaz de atuar em grandes áreas, por um período de tempo ponderável e nelas adotar atitudes tanto defensivas quanto ofensivas, com aproveitamento de suas características de mobilidade, permanência, versatilidade e flexibilidade. Vejamos o que significa cada uma dessas características. A mobilidade representa a capacidade de deslocar-se prontamente e a grandes distâncias, mantendo elevado nível de prontidão em condições de emprego. Assim, quando uma força naval se desloca rapidamente para uma área conflagrada a característica por ela utilizada é a mobilidade. A permanência indica a possibilidade de operar continuamente por longos períodos em áreas distantes e de grandes dimensões com independência. A versatilidade permite regular o poder de destruição e alterar a postura militar, mantendo a aptidão para executar uma grande gama de tarefas. Um exemplo dessa característica é a utilização de uma força naval como instrumento de combate, ao mesmo tempo em que ela pode transformar-se em instrumento da paz por meio de apoio a populações atingidas por sinistros naturais, como furacões e tsunamis. A última característica importante para um Poder Naval com credibilidade é a flexibilidade, que pode ser sintetizada pela OSTENSIVO -1–3 -REV. 1 OSTENSIVO EB-007 capacidade de organizar grupamentos operativos de diferentes valores, em função da missão recebida. Por exemplo, um grupo de navios varredores pode limpar as minas de um campo marítimo, assim como pode, devido ao seu armamento, realizar uma patrulha no mar territorial reprimindo a pesca ilegal. 1.4 - A participação da Marinha nas Operações Permanentes em tempos de Paz, no Brasil. A teoria do emprego político do Poder Naval mostra a possibilidade do uso permanente das forças navais em tempo de paz, em apoio aos interesses de uma nação. Isso é verdade tanto para os países desenvolvidos quanto para os países em desenvolvimento e a intensidade e tipos de emprego são apenas funções do ambiente regional onde se situam e das vulnerabilidades que possuem. Em período de paz, a tarefa da Marinha do Brasil é de grande relevância, com a obrigação de: Patrulhar cerca de 40 mil km de rios navegáveis, de nove diferentes bacias hidrográficas, que, por não estarem interligadas, exigem inúmeros navios e embarcações de diversos tipos; Fiscalizar e inspecionar os navios que chegam aos nossos 80 portos ou terminais hidroviários e marítimos e os que deles saem; Proteger cerca de 100 plataformas de exploração de petróleo situadas na Amazônia Azul, particularmente na Bacia de Campos, de onde se extrai 90% do petróleo produzido no Brasil; Prover o socorro (emergência) às pessoas acidentadas no mar e nos rios, operando o Serviço de Busca e Salvamento (Salvamar) – atividade conhecida mundialmente pela sigla SAR (Search and Rescue); Acompanhar cerca de 750 navios, sendo 70 de bandeira brasileira, que trafegam diariamente de/para portos nacionais em uma extensa área no Atlântico Sul (área SAR de responsabilidade do Brasil), caracterizando a atividade denominada internacionalmente como Controle Naval do Tráfego Marítimo; Autorizar a atividade de pesquisa e de exploração de recursos naturais por navios e embarcações estrangeiras na Amazônia Azul; Executar ações preventivas e repressivas nos navios brasileiros ou estrangeiros, quando navegando na área SAR do Brasil e submetidos a ataques terroristas, após decisão de autoridade competente; OSTENSIVO -1–4 - REV. 1 OSTENSIVO EB-007 Fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, na Amazônia Azul, exercendo a função de Autoridade Marítima; Executar a inspeção naval e a vistoria da qualificação do pessoal de bordo, a fim de verificar o cumprimento de todos os requisitos de segurança da navegação aquaviária; Cooperar com os órgãos de segurança pública, na repressão aos crimes de repercussão nacional ou internacional, quando ocorridos no mar e nas águas interiores; Contribuir para a formulação e a condução de políticas nacionais que digam respeito ao mar, particularmente, nas áreas de pesca, pesquisa científica no mar, mentalidade marítima e modernização dos portos. Efetuar levantamentos hidrográficos, sinalização, balizamento e manutenção dos faróis no litoral e nos mares brasileiros; Prover a prevenção e a fiscalização ambiental de poluições causadas por embarcações ou plataformas petrolíferas no mar brasileiro; Qualificar os profissionais aquaviários, levando Ensino Profissional Marítimo para aqueles que guarnecerão as embarcações e os navios em todo o mar brasileiro e nas comunidades ribeirinhas situadas nas nove bacias hidrográficas; Regulamentar o serviço de praticagem e estabelecer as zonas em que a utilização desse serviço seja obrigatória; Conduzir o Programa Antártico Brasileiro, mantendo a Estação Antártica Comandante Ferraz; Cooperar com o desenvolvimento nacional, por meio de projetos elaborados pelas organizações de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico; Cooperar com o Sistema Nacional de Defesa Civil, por meio de ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas, destinadas a evitar ou atenuar os efeitos causados por catástrofes naturais; Prover assistência médica e odontológica às populações ribeirinhas na Bacia Amazônica e do Rio Paraguai, que não têm acesso a esses serviços de outra forma; Executar Assistência Cívico-sociais nas comunidades carentes, particularmente nas áreas ribeirinhas da Bacia Amazônica e do Rio Paraguai; Participar de campanhas institucionais de utilidade pública ou de interesse social, determinadas pelo governo federal. OSTENSIVO -1–5 - REV. 1 OSTENSIVO EB-007 Certamente a Marinha exerce diariamente inúmeras atividades, rotineiramente, em prol da sociedade brasileira e que muito contribuem para o desenvolvimento do País, mas nem todas aparecem para o público de maneira geral. A maioria dessas ações não fica ao alcance da visão dos cidadãos, pois estão em “alto mar” é um trabalho silencioso, mas executado com profissionalismo. Essa é a Marinha, a nossa Marinha, presente e ativa desde o nascimento do Estado brasileiro na defesa do interesse e das aspirações do País, e a Marinha, em última análise, nada mais é do que a Nação brasileira no mar, porque é formada e mantida por todos nós, brasileiros, amantes da paz, trabalhadores incansáveis para o desenvolvimento do País, e sempre prontos para, em caso de necessidade, sacrificar a própria vida em benefício do Brasil. 1.5. - A Marinha do Brasil e o atendimento às populações ribeirinhas da Amazônia NasHTenMaximiano As atividades da Marinha do Brasil voltadas à assistência médica e odontológica de comunidades ribeirinhas na região amazônica remontam à década de 1940, quando o Comando da Flotilha do Amazonas passou a embarcar, em navios que faziam patrulhas nas fronteiras, médicos e dentistas que inicialmente fariam o atendimento dos militares e que passaram a atender, também, os ribeirinhos necessitados durante as viagens. As viagens que os Navios de Assistência Hospitalar (NAsH) da Marinha do Brasil realizam pela Amazônia atendendo à população carente daquela região são chamadas de Operações de Assistência Hospitalar à População Ribeirinha, ou simplesmente ASSHOP. Em cada ASSHOP um Navio atende a uma determinada região escolhida antecipadamente, de acordo com uma programação feita com antecedência. Esta antecedência é necessária para se OSTENSIVO -1–6 - REV. 1 OSTENSIVO EB-007 prever todos os recursos logísticos necessários em uma empreitada desta envergadura. As experiências obtidas nas passagens anteriores dos Navios são utilizadas no planejamento. As regiões a serem visitadas são denominadas de Pólos de Saúde. As ASSHOP são realizadas nas localidades ribeirinhas mais carentes de atendimento de Saúde dos Pólos visitados. Esta carência é resultante da distância dos centros urbanos da região; da inexistência de serviços de saúde, públicos ou privados; da falta de cultura de higiene nas populações, da falta de atividades econômicas estáveis e lucrativas, e da falta de infra-estrutura de saneamento básico (água potável e esgoto tratado). Estas condições adversas resultam uma situação precária de saúde da população ribeirinha. Além dos NAsH DoutorMontenegro, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Soares de Meirelles, os NaPaFLU que a Marinha do Brasil possui na região, são conhecidos pelas populações ribeirinhas como os “Navios da Esperança”. Embarcados nestes navios, profissionais de saúde provenientes de outras regiões do Brasil lançam-se nas barrancas dos rios da Amazônia, levando alívio para as populações carentes. 1.6 – OS PROGRAMAS: PROANTAR, PROSUB e PRM 1.6.1 – PROANTAR Ilustração da Nova Estação Antártica Comandante Ferraz O PROANTAR (Programa Antártico Brasileiro) foi criado em janeiro de 1982 e, naquele mesmo ano, a Marinha do Brasil (MB) adquiriu o navio polar dinamarquês "Thala Dan", apropriado para o trabalho nas regiões polares, recebendo o nome de Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) "Barão de Teffé". No início de dezembro de 1982, o navio suspendeu, pela primeira vez, com a tarefa básica de realizar um reconhecimento hidrográfico, oceanográfico e meteorológico de áreas do setor noroeste da Antártica e selecionar o local onde seria instalada a futura Estação Brasileira. O sucesso da Operação Antártica I, resultou no reconhecimento internacional de nossa presença OSTENSIVO -1–7 - REV. 1 OSTENSIVO EB-007 na Antártica, o que permitiu, em 12 de setembro de 1983, a aceitação do Brasil como Parte Consultiva do Tratado da Antártica. Na Operação Antártica II, realizada no verão de 1983-84, as principais tarefas foram o transporte, a escolha de local e a implantação da Estação Brasileira. Em 06 de fevereiro de 1984, foi instalada a Estação Antártica "Comandante Ferraz" (EACF), na Península Keller, Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Ilhas Shetlands do Sul. A primeira equipe, composta de doze homens, guarneceu os 8 módulos da EACF, durante 32 dias, no período de verão, deixando-a desativada até o início da próxima Operação. A EACF foi ampliada, passando para 33 módulos no ano seguinte. O evento de maior importância veio a ocorrer em 1986, na Operação Antártica IV, com o início da ocupação permanente da Estação durante os 365 dias do ano, representando o ápice de um esforço contínuo e progressivo, desenvolvido desde o início das atividades. Os Navios Além do NApOc "Barão de Teffé", nas Operações Antártica I a V, houve a contribuição do Navio Oceanográfico (NOc) "Professor Wladimir Besnard", da Universidade de São Paulo (USP), no qual se desenvolveram importantes trabalhos nos campos da meteorologia, da oceanografia física e da biologia marinha. Nas Operações Antártica V e VI, um outro navio da Marinha do Brasil, o NOc "Almirante Câmara", executou trabalhos geofísicos na área do Estreito de Bransfield, Passagem de Drake e Mar de Bellinghausen. Até a Operação Antártica XII (verão de 1993-94), uma preocupação da comunidade científica nacional estava centrada na ausência de um navio de pesquisa capaz de transportar os cientistas e seus laboratórios para regiões distantes da Baía do Almirantado e ainda não estudadas. Para atender a essa necessidade, a Marinha do Brasil decidiu adquirir, em 1994, o navio polar norueguês "Polar Queen", construído em 1981 e submetido a um processo de "Jumborização"1 em 1986, recebendo o nome de NApOc "Ary Rongel". O novo navio, que substituiu o NApOc "Barão de Teffé" a partir da Operação Antártica XIII, opera helicópteros de pequeno porte, transporta 2400m3 de carga e está dotado de laboratórios para pesquisas nas áreas de oceanografia física e biológica e meteorologia. 1 OSTENSIVO -1–8 - REV. 1 OSTENSIVO EB-007 Em virtude da crescente demanda científica na Antártica, em fevereiro de 2008, o Presidente Luis Inácio Lula da Silva, por ocasião de sua visita ao continente antártico, decidiu pela obtenção de um navio para, junto ao Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”, apoiar as pesquisas brasileiras no continente gelado. -Sistema que permite o aumento da capacidade de carga de um navio, mediante a realização de um corte transversal em seu casco e interseção de um novo conjunto de porões, depois fundidos ao casco original. (site:portogente.com.br último acesso em 28/10/19) O Navio foi adquirido por meio de Convênio assinado em 2008, entre a MB, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP). Assim, em 03 de fevereiro de 2009, foi incorporado à Marinha do Brasil o segundo navio dedicado às Operações Antárticas: o Navio Polar Almirante Maximiano, na cidade de Bremerhaven, Alemanha. O PROANTAR tem como propósito a realização de substancial pesquisa científica na região antártica, com a finalidade de compreender os fenômenos que ali ocorrem e sua influência sobre o território brasileiro, contribuindo, assim, para a efetivação da presença brasileira na região. O PROANTAR possui três segmentos: Científico execução das pesquisas científicas realizadas por universidades e demais instituições de pesquisa. Logístico que implementa o apoio logístico às Operações Antárticas. Ambiental sob a responsabilidade do Grupo de Avaliação Ambiental do PROANTAR coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA. 1.6.2 – O Programa de Construção do Submarino Nuclear (PROSUB) OSTENSIVO -1–9 - REV. 1 OSTENSIVO EB-007 Submarino Riachuelo O Brasil projeta seu interesse estratégico por 4,5 milhões de km² ao sul do Oceano Atlântico, uma área quase do tamanho da Europa Ocidental por onde circulam 95% dos bens envolvidos no comércio exterior. Desse espaço, saem ainda 91% do petróleo e 73% do gás natural nacionais, tal espaço a Marinha do Brasil denominou de Amazônia Azul. Escondidos sob as ondas, somente 5 submarinos patrulham essa imensidão é como patrulhar as fronteiras da floresta amazônica e deixar o miolo desprotegido. Com a descoberta do pré-sal, cuidar dessa área se faz ainda mais urgente. Para isso, a Marinha traçou um plano de longuíssimo prazo: até 2047, o país terá 26 submarinos patrulhando sua costa. Para proteger esse patrimônio natural e garantir a soberania brasileira no mar, a Marinha do Brasil investe na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria da defesa. Parte essencial desse investimento é o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). Nascido com um acordo de transferência de tecnologia entre Brasil e França, em 2008, o programa viabilizará a produção de quatro submarinos convencionais, que se somarão à frota de cinco submarinos já existentes. E culminará na fabricação do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear, o Submarino Nuclear Álvaro Alberto. O PROSUB vai dotar a indústria brasileira da defesa com tecnologia nuclear de ponta – ponto destacado na Estratégia Nacional de Defesa. A concretização do programa fortalece, ainda, setores industriais nacionais de importância estratégica para o desenvolvimento econômico do país. Priorizando a aquisição de componentes fabricados no Brasil para os submarinos, o Prosub é um forte incentivo ao nosso parque industrial. Além dos cinco submarinos, o PROSUB estabelece a construçãode um complexo de infraestrutura naval, que engloba o Estaleiro e a Base Naval (EBN) e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), no município fluminense de Itaguaí, realizada pela Odebrecht. As inaugurações da UFEM e do Prédio Principal do Estaleiro de Construção representam a conclusão das duas primeiras etapas de construção desse complexo e os primeiros passos dessa grande conquista da defesa nacional. A ideia é realizar um transplante: sai o motor a diesel, entra um reator nuclear. Começando agora, a Marinha espera concluir a construção do primeiro submarino movido a propulsão nuclear em 2023. Com isso, o Brasil entraria para o seleto clube dos países que dominam a tecnologia China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia. Para se ter uma noção da importância estratégica desse veículo, esses 5 são justamente os membros OSTENSIVO -1–10 - REV. 1 OSTENSIVO EB-007 permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A Marinha traçou um plano de longuíssimo prazo: até 2047, o país terá 26 submarinos patrulhando sua costa. 1.6.3 – O Programa de Reaparelhamento da Marinha (PRM) A Esquadra da Marinha do Brasil é composta pela Força de Superfície, Força de Submarinos e Força Aeronaval. A quantidade de meios é claramente insuficiente para que a MB possa cumprir as tarefas a ela imposta. O Programa de Reaparelhamento da Marinha (PRM) 2006-2025, encaminhado ao Ministério da Defesa em julho de 2005, foi estruturado em dois decênios (2006-2015 e 2016-2025), se coaduna com a Estratégia Nacional de Defesa e se destina a reposição e modernização dos meios considerados prioritários para a capacidade operacional da Força. 1.7 - EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1- Conceitue Poder Marítimo. 2- Cite os elementos que constituem o Poder Marítimo. 3-Conceitue Poder Naval. 4 Cite e explique as características do Poder Naval. 5- Conceitue Comunicações Marítimas. 6- Descreva a participação da Marinha no atendimento às populações ribeirinhas da Amazônia. 7- Defina e caracterize os seguintes programas da Marinha: PROANTAR, PROSUB e PRM. OSTENSIVO -1–11 - REV. 1